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PREFEITURA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE IGARAÇU DO TIETÊ

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE


CAPS – CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
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Projeto Matriciamento em
Rede
Rafael Júnior Pires
Psicólogo – CAPS
Bacharel em Psicologia pelo IMESSM – São Manuel
Pós Graduando em Saúde Mental e Atenção Psicossocial pela USC - BAURU
4º Encontro – ESQUIZOFRENIA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Conceito
Diretrizes Diagnosticas
Epidemiologia
Teorias
Reabilitação Psicossocial
 CONCEITO

Os transtornos esquizofrênicos se caracterizam em geral por distorções


fundamentais e características do pensamento e da percepção, e por afetos
inapropriados ou embotados. Usualmente mantém-se clara a consciência e a
capacidade intelectual, embora certos déficits cognitivos possam evoluir no
curso do tempo. Os fenômenos psicopatológicos mais importantes incluem o
eco do pensamento, a imposição ou o roubo do pensamento, a divulgação do
pensamento, a percepção delirante, idéias delirantes de controle, de
influência ou de passividade, vozes alucinatórias que comentam ou discutem
com o paciente na terceira pessoa, transtornos do pensamento e sintomas
negativos. (CID-10).
Sintomas positivos da esquizofrenia
Trata-se de comportamentos psicóticos geralmente não observados em
pessoas saudáveis. Pessoas com sintomas positivos podem “perder
contato” com alguns aspectos da realidade. Os sintomas incluem:

 Alucinações
 Delírios
 Pensamentos desordenados (modos de pensar incomuns ou disfuncionais)
 Distúrbios do movimento (movimentos do corpo agitado)
Sintomas positivos da esquizofrenia
Estão associados a interrupções nas emoções e comportamentos
normais. Os sintomas incluem:

 Redução do afeto (expressão reduzida de emoções através da


expressão facial ou tom de voz)
 Reduzir os sentimentos de prazer na vida cotidiana
 Dificuldade em iniciar e manter atividades
 Redução de fala
 F20.0 Esquizofrenia paranóide
 F20.1 Esquizofrenia hebefrênica
 F20.2 Esquizofrenia catatônica
 F20.3 Esquizofrenia indiferenciada
 F20.4 Depressão pós-esquizofrênica
 F20.5 Esquizofrenia residual
 F20.0 Esquizofrenia paranóide
A esquizofrenia paranóide se caracteriza essencialmente pela
presença de idéias delirantes relativamente estáveis, freqüentemente
de perseguição, em geral acompanhadas de alucinações,
particularmente auditivas e de perturbações das percepções. As
perturbações do afeto, da vontade, da linguagem e os sintomas
catatônicos, estão ausentes, ou são relativamente discretos.
Esquizofrenia parafrênica
 F20.1 Esquizofrenia hebefrênica
Forma de esquizofrenia caracterizada pela presença proeminente de uma
perturbação dos afetos; as idéias delirantes e as alucinações são fugazes e
fragmentárias, o comportamento é irresponsável e imprevisível; existem
freqüentemente maneirismos. O afeto é superficial e inapropriado. O
pensamento é desorganizado e o discurso incoerente. Há uma tendência ao
isolamento social. Geralmente o prognóstico é desfavorável devido ao
rápido desenvolvimento de sintomas “negativos”, particularmente um
embotamento do afeto e perda da volição. A hebefrenia deveria
normalmente ser somente diagnosticada em adolescentes e em adultos
jovens.
 Esquizofrenia desorganizada
 Hebefrenia
ESQUIZOFRENIA E EPIDEMIOLOGIA

 Há dezenas de estudos de prevalência em esquizofrenia realizados nos


cinco continentes. Sua taxa é ao redor de 0,9-11 por 1.000 habitantes.

 Seu curso é variável, aproximadamente 30% dos casos apresentam


recuperação completa ou quase completa, cerca de 30% com remissão
incompleta e prejuízo parcial de funcionamento e cerca de 30% com
deterioração importante e persistente da capacidade de funcionamento
profissional, social e afetivo.
ESQUIZOFRENIA E EPIDEMIOLOGIA

No início da adolescência, a razão homem/mulher é 2:1. Após os 50


anos, essa proporção se inverte e aproximadamente 3% a 10% das
mulheres iniciam a doença após os 45 anos.2
ESQUIZOFRENIA E EPIDEMIOLOGIA

 Sexo é um importante fator preditivo no curso e na evolução da


esquizofrenia. Estudos mostram que as mulheres têm um prognóstico
melhor que os homens em relação ao número de reinternações
psiquiátricas, evolução clínica e funcionamento social. O suicídio é mais
freqüente no sexo masculino e está associado com desesperança, depressão
e falta de expectativas.
 Os homens apresentam também freqüência maior de transtornos da
personalidade pré-mórbida, maior probabilidade de permanecerem
solteiros e idade de início da doença mais precoce. Todos esses aspectos
podem ser considerados fatores preditivos de pior prognóstico.
TEORIAS

A causa exata da esquizofrenia não é conhecida, mas uma


combinação de fatores, como genética, ambiente, estrutura e
química cerebrais alteradas, pode influenciar.
TEORIAS
Teoria Genética
 A esquizofrenia é uma desordem hereditária. Possuir um parente com
esquizofrenia é o fator de risco mais consistente e significativo para o
desenvolvimento da doença. Uma relação clara pode ser encontrada entre
o risco de esquizofrenia e o grau de parentesco a uma pessoa com
esquizofrenia. Muitos estudos epidemiológicos mostram que indivíduos
que possuem parentes em primeiro grau com esquizofrenia possuem um
risco aumentado em desenvolver a doença. Embora as estimativas variem,
a taxa de concordância para esquizofrenia em gêmeos idênticos é ao redor
de 50 % e, para gêmeos dizigóticos, é da ordem de 12 %, sendo
significativamente maior que o 1 % de risco da população geral.
TEORIAS
Teorias Neuroquímicas
 Embora existam várias hipóteses bioquímicas desenvolvidas para
explicar a gênese da esquizofrenia, nos deteremos naquela referente
a hiperfunção dopaminérgica central, atualmente a mais bem
investigada e mais aceita. No entanto, sabe-se que além do sistema
dopaminérgico, outros sistemas de neurotransmissores centrais
desempenham algum papel, sendo provável que vários sistemas
estejam envolvidos simultaneamente (Lieberman, Mailman, &
Duncam, 1998).
TEORIAS
A hipótese dopaminérgica
 A teoria dopaminérgica da esquizofrenia foi baseada na observação
de que certas drogas tinham habilidade em estimular a
neurotransmissão da dopamina (DA). Constatou-se que a droga
psicoestimulante anfetamina, quando administrada em doses altas e
repetidas, causa uma psicose tóxica com características muito
semelhantes às da esquizofrenia paranóide em fase ativa. A
semelhança é tão grande, que pode levar a erros diagnósticos, caso o
psiquiatra ignore que o paciente tenha ingerido anfetamina.
TEORIAS
Esquizofrenia como Distúrbio do Neurodesenvolvimento
 Durante as últimas duas décadas, novas evidências científicas levaram a uma
hipótese reformulada da patogênese da esquizofrenia baseada em processos
relacionados ao desenvolvimento cerebral. Existem vários estudos sugerindo que
eventos de ocorrência precoce, durante a vida intra-uterina ou logo após o
nascimento, podem ser de importância fundamental na etiologia de uma parcela
dos casos de esquizofrenia, interferindo no desenvolvimento normal de
determinadas estruturas cerebrais e tornando o indivíduo vulnerável ao
surgimento mais tardio dos sintomas da doença. A má nutrição do feto,
envolvendo especialmente redução no suprimento de oxigênio, iodo, glicose, e
ferro podem levar a prejuízos no desenvolvimento do sistema nervoso central
(SNC).
TEORIAS
Teorias Psicológicas
 A partir da década de 40, teorias psicológicas tentando explicar a esquizofrenia a
partir de relacionamentos familiares patológicos e padrões de comunicação
interpessoal aberrantes ganharam força, influenciando certas escolas do pensamento
psiquiátrico. Em 1948, Fromm-Reichmann introduziu a idéia da “mãe
esquizofrenogênica”, observando que determinados padrões de comportamento
materno, incluindo hostilidade e rejeição, pareciam ser freqüentes em mães de
pacientes que desenvolviam esquizofrenia, entretanto a falta de comprovação
empírica fez com que caísse em desuso.
TRATAMENTO
• Risperidona: comprimidos de 1, 2 e 3 mg
• Quetiapina: comprimidos de 25, 100, 200 e 300 mg
• Ziprasidona: cápsulas de 40 e 80 mg
• Olanzapina: comprimidos de 5 e 10 mg
• Clozapina: comprimidos de 25 e 100 mg
• Clorpromazina: comprimidos de 25 e 100 mg; solução oral de 40 mg/mL
• Haloperidol: comprimido de 1 e 5 mg solução oral 2 mg/mL
• Decanoato de haloperidol: solução injetável 50 mg/mL
REABILITAÇÃO

As principais características dos programas de intervenção que têm mostrado


sucesso incluem:
 elementos de educação sobre a esquizofrenia;
 atitude positiva dos terapeutas em relação à família;
 foco da intervenção nos problemas atuais da família (procurando auxiliá-la a
negociar soluções ou adotar novas formas para lidar com os problemas);
 reconhecimento junto à família da importância da medicação no tratamento.6
REABILITAÇÃO
As intervenções psicossociais se baseiam em alguns pressupostos sobre a etiologia
da esquizofrenia e sobre o papel dos familiares em relação ao início e
desenvolvimento da doença.4 Assim, a esquizofrenia é vista como uma doença que
pode se manifestar em indivíduos biologicamente vulneráveis, nos quais um
ambiente afetivo familiar pode colaborar para o início da doença ou para
recaídas. No entanto, a família não é responsável ou culpada pela ocorrência da
doença. Procura-se, ao contrário, reconhecer as dificuldades que a família passa a ter
com a presença de um membro com grave incapacitação mental.
É possível identificar sinais que podem indicar o surgimento da esquizofrenia?
O consumo de drogas pode estar associado ao surgimento da doença?
Pessoas com o transtorno perdem a capacidade de ter emoções?
A esquizofrenia impacta a vida sexual do paciente?
O interesse por temas exóticos é uma característica da doença?
Pacientes com esquizofrenia são desatentos e têm dificuldades de memória?
Mudanças na aparência e nos cuidados com a higiene são comuns na
esquizofrenia?
A violência é um comportamento constante do transtorno?
O objetivo do tratamento é acalmar o paciente?
A esquizofrenia é uma condição de difícil tratamento?
DÚVIDAS/DISCUSSÃO
BIBLIOGRAFIA

 SILVA, Regina Cláudia Barbosa da. Esquizofrenia: uma revisão. Psicologia USP, v. 17, n. 4, p. 263-285,
2006.
 SCAZUFCA, Marcia. Abordagem familiar em esquizofrenia. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v.
22, supl. 1, p. 50-52, May 2000 . Availablefrom<http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000500017&lng=en&nrm=iso>. accesson 23 Oct. 2019.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000500017.
 CHAVES, Ana C. Diferenças entre os sexos na esquizofrenia. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v.
22, supl. 1, p. 21-22, May 2000 . Availablefrom<http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000500008&lng=en&nrm=iso>. accesson 23 Oct. 2019.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000500008.
 Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Portaria SAS/MS nº 364, de 9 de abril de 2013.
Esquizofreniahttp://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/02/pcdt-esquizofrenia-livro-
2013.pdf
 https://www.vittude.com/blog/esquizofrenia-tipos-sintomas-tratamentos/
 CID-10

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