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Tipos de Esquizofrenia 17
Causas 20
Fatores de Risco 20
Complicações 21
Tratamento e Terapia 21
O papel do terapeuta 27
Estudo de caso 33
O que é esquizofrenia na infância?
Outras psicoses
A esquizofrenia na infância se diferencia das demais psicoses por ter um
caráter mais crônico e com maior comprometimento não só intelectual, mas em
diversas áreas. De um modo geral, as psicoses reativas ou psicogênicas têm uma
resposta bastante favorável e rápida à medicação. Um fator estressor é facilmente
observado nessas crianças. As psicoses reativas têm sido descritas com maior
frequência em países em desenvolvimento ou em imigrantes, onde os fatores
externos favorecem o desenvolvimento da psicose.
Outros quadros
Os transtornos de personalidade são entidades diagnósticas que
praticamente só são utilizadas na população adulta, uma vez que, sendo a criança
um ser em desenvolvimento, ainda não possui as estruturas de personalidade
totalmente formadas. Entretanto, alguns transtornos de personalidade, como o
transtorno de personalidade anti social, têm como requisito uma história de
transtorno de conduta anterior aos 15 anos. Na verdade, o que parece é que os
transtornos de personalidade se iniciam na infância e se estendem até a idade
adulta, sendo o continuum de uma mesma entidade. Sob esses aspectos, os
transtornos de personalidades, esquizóide, esquizotípica e paranoide seriam
quadros importantes no diagnóstico diferencial da esquizofrenia na infância.
Curso e prognóstico
O curso da esquizofrenia é bastante variado e influenciado por diversos
fatores, como idade de início, tipo de esquizofrenia, gênero, além de fatores
individuais e ambientais que podem interferir em seu prognóstico.
Normalmente, o curso da doença é flutuante, inicialmente com uma fase
prodrômica, seguida por uma fase ativa, de crise, com sintomatologia variada, onde
normalmente é feito o diagnóstico. Com a evolução, episódios de crise, recuperação
e fase residual são observados. Na esquizofrenia, normalmente após a
estabilização da crise, o indivíduo não volta ao estado anterior; geralmente se
percebe alguma alteração na afetividade e no pragmatismo: o chamado "defeito"
pós-crise. O prognóstico da doença é reservado, apesar de as novas terapêuticas
farmacológicas terem favorecido muito uma melhora da doença.
Fatores de um melhor prognóstico são: início tardio, fator precipitante claro,
início agudo, antecedente social favorável, como trabalho e relacionamentos
interpessoais, presença de sintomas depressivos, ser casado (o que claramente não
se aplica aqui), sintomas positivos (delírios e alucinações) e suporte familiar e social
favorável.
Fatores de um pior prognóstico seriam: início precoce, não existência de
fatores precipitantes, fatores pré mórbidos, como má adaptação social e no trabalho,
comportamentos autísticos, sintomas negativos, pouco suporte familiar e social, não
remissão no período de 3 anos, muitas recaídas. A esquizofrenia na infância acaba
tendo um pior prognóstico principalmente pelo início precoce e pela predominância
de sintomas negativos.
Exames complementares
A utilização de exames complementares para o diagnóstico de esquizofrenia
não se faz necessária, a menos como exclusão de causa orgânica. O diagnóstico é
eminentemente clínico, de acordo com a sintomatologia apresentada e sua
evolução.
Os estudos por imagem têm sua importância, não diagnóstica, mas sim pela
propriedade de uma maior compreensão de estruturas cerebrais envolvidas na
doença. Estudos através de tomografia computadorizada de crânio têm revelado
uma dilatação de ventrículos consequente a uma redução do parênquima cerebral
em alguns pacientes. Esses mesmos achados têm sido encontrados em crianças, já
evidenciando o comprometimento e também a gravidade de áreas cerebrais
atingidas.
Estudos utilizando ressonância magnética têm revelado diferenças no volume
de áreas do lobo temporal e parietal em adultos com esquizofrenia, especialmente
redução na porção anterior do complexo amígdala-hipocampo, mais notadamente
no lado esquerdo. Essas alterações não são observadas nas crianças e parece que
começam a surgir com a adolescência.
Características Clínicas
Normalmente, as crianças com esquizofrenia passam a se desinteressar
pelas atividades realizadas anteriormente, acompanhadas de isolamento. No início,
o quadro é facilmente confundido com depressão, pois a criança torna- se retraída,
perde o interesse pelas atividades habituais e passa a apresentar distorções do
pensamento e da percepção. Como ocorre com os adultos, a criança pode ter
alucinações, delírios e paranoia, temendo que as outras pessoas estejam
maquinando para lhe causar danos ou que estejam controlando seus pensamentos.
A criança esquizofrênica também pode apresentar contenção das emoções,
nem a sua voz nem suas expressões faciais alteram-se em resposta a situações
emocionais. Eventos que normalmente provocam o riso ou o choro podem não
produzir qualquer resposta. O início do quadro da esquizofrenia na infância costuma
ser lento, podendo levar meses ou anos para se chegar ao diagnóstico devido à
interpretação da alteração do comportamento como período de transição entre as
fases normais do desenvolvimento ou como consequência de algum acontecimento
marcante.
Quando os sinais e sintomas estão presentes, como os delírios e as
alucinações, com queda no rendimento escolar, insônia, agitação, agressividade o
diagnóstico é mais evidente. As crianças com esquizofrenia podem ter risos
inadequados ou chorar sem serem capazes de explicar o motivo.
Epidemiologia
As pesquisas demonstram que aproximadamente 1% da população é afetada
pela esquizofrenia. Os estudos sobre a hereditariedade ou a genética da
esquizofrenia não têm sido totalmente conclusivos, mas está comprovado que o
fator de risco é influenciado pela presença da patologia em parentes diretos. A
prevalência de esquizofrenia entre os pais de crianças afetadas é cerca de 8%.
Estima-se que 0,1 a 1% dos casos de esquizofrenia tenha iniciado antes dos dez
anos de idade e cerca de 4% antes dos 15 anos.
Os meninos parecem ter leve preponderância entre as crianças com
esquizofrenia, com uma razão estimada de 1,67 meninos para cada menina. Alguns
diagnósticos em psiquiatria infantil não são muito precisos. Uma vez que a criança é
um ser em desenvolvimento, esses quadros só irão se configurar mais claramente
ao longo dos anos.
Estudos genéticos
Os componentes genéticos estão entre os mais importantes elementos desta
rede, sendo que distintas alterações devem ocorrer no genoma para que a doença
se estabeleça.
Acredita-se que essas alterações produzam um significativo desequilíbrio de
certas vias fisiológicas, que por sua vez desencadeiam o processo patológico. As
similares taxas mundiais de prevalência da esquizofrenia, além da similaridade de
sintomas e evolução clínica nas diversas populações, sugerem fortemente que a
esquizofrenia não resulte de determinados padrões ambientais ou étnicos.
O envolvimento de componentes genéticos é fortemente sugerido
principalmente por estudos que investigam o padrão de herança da doença,
incluindo gêmeos, pais e filhos afetados, e estudos de famílias completas. A taxa de
concordância para esquizofrenia é da ordem de 41 a 65% entre gêmeos
monozigóticos e de 0 a 28% entre gêmeos dizigóticos.
As buscas de marcadores biológicos – principalmente alterações genômicas,
alterações de expressão gênica ou alterações na atividade ou na expressão de
proteínas – que possam determinar o desenvolvimento da doença ou mesmo
apontar caminhos que possam elucidar a sua patogênese, têm sido o alvo principal
de diversos grupos de pesquisa nos últimos anos. Apesar da evidência da
importância de fatores genéticos, mudanças na estrutura cerebral e vias
neuroquímicas, ainda não é possível saber exatamente qual é a causa da
esquizofrenia.
Estudos bioquímicos
O sistema dopaminérgico consiste principalmente de três vias: nigroestriatal,
mesolímbico e mesocortical, e tuberoinfundibular. Há também vários tipos de
receptores dopaminérgicos, com diferentes localizações cerebrais. São conhecidos
os receptores D1, D2, D3, D4 e D5; sabe-se que os antipsicóticos atuam de modo
indiferenciado nos diversos receptores e sua administração por tempo prolongado (3
a 4 semanas) leva a uma diminuição do ritmo de atividade, fenômeno conhecido por
bloqueio de despolarização.
Esse fenômeno ocorre nos sistemas nigroestriatal e mesolímbico. Assim é
possível inferir que a atividade excessiva de alguns sistemas dopaminérgicos ocorre
na esquizofrenia.
Estudos do neurodesenvolvimento
Os fatores de risco pré-natais e perinatais para a esquizofrenia são
pesquisados tentando identificar os comprometimentos cerebrais no
neurodesenvolvimento. Complicações de gravidez e de parto, exposição prénatal a
viroses e achados neuropatológicos, como anormalidades na citoarquitetura, são
comprovadamente associados a um maior risco de desenvolver esquizofrenia.
Assim, é consistente o achado de diminuição volumétrica do cérebro, aumento dos
ventrículos laterais, além de diminuição do lobo temporal na região do hipocampo
em pacientes esquizofrênicos adultos.
As alterações histopatológicas são sugestivas mais de disginesia do que de
degeneração, como redução de neurônios corticais e periventriculares, ausência de
células de gliose e alteração da posição das células piramidais. Além da dopamina,
outras substâncias biogênicas provavelmente também estão envolvidas: a
noradrenalina, a serotonina e outros neuropeptídeos neurotransmissores.
Estudos de neuroimagem com PET e SPECT apontam receptores de
neurotransmissores em diferentes regiões cerebrais, além de confirmarem o
bloqueio de receptores D2 pelos neurolépticos. A neurobiologia da esquizofrenia de
início na infância ainda precisa ser melhor estudada, tanto para melhorar a definição
e o entendimento da patologia quanto para melhorar a abordagem terapêutica e o
prognóstico.
Tipos de Esquizofrenia
Subtipos de esquizofrenia
Podemos subdividir a esquizofrenia em cinco tipos, de acordo com a
sintomatologia predominante na ocasião da avaliação. São eles: tipo paranóide,
desorganizado ou hebefrênico, catatônico, indiferenciado ou simples e tipo residual.
A esquizofrenia paranóide é o tipo mais comum; no quadro clínico,
predominam delírios e alucinações, além da perturbação do afeto e pragmatismo.
No tipo desorganizado ou hebefrênico, a característica principal é a
desorganização do pensamento; o discurso é incoerente, as associações de ideias
são ilógicas; o prognóstico é ruim, principalmente pelo rápido desenvolvimento de
sintomas negativos, como embotamento afetivo e perda da volição.
A forma catatônica se caracteriza pelos sintomas psicomotores
proeminentes, que podem se alternar, como hipercinesia, estupor ou obediência
automática e negativismo.
Atitudes e posturas forçadas podem ser mantidas por longos períodos, e
episódios de agitação extrema podem ocorrer. Por razões desconhecidas, esta
forma de esquizofrenia tem sido pouco vista nos dias atuais.
A forma indiferenciada é a mais complicada de ser caracterizada; o quadro
preenche critérios para esquizofrenia, mas não satisfaz os critérios para o tipo
paranoide, desorganizado ou catatônico. Muitas vezes, esta forma de esquizofrenia
é confundida com transtorno de personalidade.
O tipo residual é a forma crônica da doença, onde se percebe uma
progressão clara dos sintomas psicóticos da esquizofrenia; no estágio mais tardio,
há predominância de sintomas negativos.
Causas
Não se sabe o que causa a esquizofrenia na infância, mas pensa-se que ela
se desenvolve da mesma forma que a esquizofrenia adulta. Os pesquisadores
acreditam que uma combinação de genética, química cerebral e meio ambiente
contribui para o desenvolvimento da doença.
Não está claro por que a esquizofrenia começa tão cedo na vida de alguns e
não de outros. Problemas com certos produtos químicos cerebrais naturais,
incluindo neurotransmissores chamados dopamina e glutamato, podem contribuir
para a esquizofrenia. Estudos de neuroimagem mostram diferenças na estrutura
cerebral e no sistema nervoso central de pessoas com esquizofrenia. Enquanto os
pesquisadores não estão certos sobre o significado dessas mudanças, eles indicam
que a esquizofrenia é uma doença cerebral.
Fatores de Risco
Embora a causa precisa da esquizofrenia não seja conhecida, certos fatores
parecem aumentar o risco de desenvolver ou desencadear esquizofrenia, incluindo:
● Ter histórico familiar de esquizofrenia;
● Aumento da ativação do sistema imunológico, como a inflamação ou doenças
autoimunes;
● Idade avançada do pai;
● Algumas complicações da gravidez e do nascimento, tais como a desnutrição
ou a exposição às toxinas ou aos vírus que podem afetar o desenvolvimento
do cérebro;
● Tomar drogas psicoativas (alterando a mente) durante a adolescência.
Complicações
Se não tratada adequadamente, a esquizofrenia na infância pode resultar em
graves problemas emocionais, comportamentais e de saúde. Complicações
associadas à esquizofrenia podem ocorrer na infância ou mais tarde, tais como:
● Suicídio, tentativas de suicídio e pensamentos de suicídio;
● Auto ferimento;
● Transtornos de ansiedade, transtornos de pânico e transtorno obsessivo
compulsivo (TOC);
● Depressão;
● Abuso de álcool ou outras drogas, incluindo tabaco;
● Conflitos familiares;
● Incapacidade de viver de forma independente, frequentar a escola ou
trabalhar;
● Isolamento social;
● Saúde e problemas médicos;
● Problemas legais e financeiros e falta de moradia;
● Comportamento agressivo, embora raro.
Tratamento e Terapia
Embora não exista cura para a esquizofrenia, muitas pessoas com essa
doença podem levar uma vida produtiva e satisfatória com o tratamento adequado.
A recuperação é possível através de uma variedade de serviços, incluindo
programas de medicação e reabilitação. A reabilitação pode ajudar uma pessoa a
recuperar a confiança e as habilidades necessárias para viver uma vida produtiva e
independente na sociedade.
O portador de esquizofrenia é incapaz de avaliar seu próprio comportamento.
Neste caso, pessoas próximas ao paciente são quem identificam os sintomas e
procuram ajuda médica. Com acompanhamento de um psicólogo, psiquiatra e
medicamentos é possível que a frequência das crises diminuem e o paciente
consiga viver de maneira mais tranquila.
O acompanhamento de um especialista é indispensável. Como as causas
ainda são desconhecidas, os tratamentos se concentram na eliminação dos
sintomas da doença. Os tratamentos incluem: O tratamento das psicoses está
voltado para duas vertentes: farmacológica e socioeducativa. A base do tratamento
farmacológico restringe-se aos neurolépticos ou antipsicóticos.
A eficácia dessas drogas sobre as psicoses tem sido demonstrada em vários
trabalhos. Infelizmente, os estudos dessas drogas na infância são em número
infinitamente menor que em adultos. Por uma série de razões, as pesquisas com os
neurolépticos iniciam-se na população adulta, e somente após alguns anos essas
drogas são autorizadas para uso na infância.
Nos últimos anos, tem surgido um número importante de neurolépticos
(atípicos) com eficácia comprovada e menores efeitos adversos, porém sua
utilização no tratamento das psicoses infantis ainda é restrita. O haloperidol, uma
droga já utilizada há vários anos, continua sendo uma boa escolha para o
tratamento das psicoses infantis (dose de 0,02 a 0,12 mg/kg/dia) .
Apesar de terem efeitos colaterais, como sintomas extrapiramidais e acatisia,
estes são facilmente controlados, e são drogas extremamente seguras. Outra boa
opção seria a risperidona, que apresenta um risco de discinesia tardia bem inferior
ao haloperidol. A olanzapina também tem sido utilizada no tratamento das psicoses
infantis, com boa resposta.
Existem dois tipos principais de medicação antipsicótica: Os antipsicóticos
típicos (“convencionais”) controlam efetivamente os sintomas “positivos”, como
alucinações, delírios e confusão da esquizofrenia. Alguns antipsicóticos típicos são:
● Clorpromazina (Thorazine)
● Haloperidol (Haldol)
● Mesoridazina (Serentil)
● Perfenazina (Trilafon)
● Flufenazina (Proxlixina)
● Tioridazina (Mellaril)
● Thiothixene (Navane)
● Trifluoperazina (Stelazine)
Abordagem psicossocial
Na literatura não existem trabalhos mostrando que determinadas técnicas
psicoterápicas são efetivas no tratamento da esquizofrenia na infância . Parece que
ações socioeducativas voltadas ao funcionamento da família, soluções de
problemas e habilidades de comunicação têm sido mais efetivas na diminuição das
crises. No nosso meio, o tratamento desses casos em nível de hospital/dia (HD) tem
mostrado uma evolução mais favorável.
De um modo geral, a criança permanece no HD cerca de duas a cinco vezes
por semana, por meio período, onde é assistida por uma equipe multidisciplinar. A
família também participa de algumas atividades, onde é realizado um trabalho de
orientação sobre a doença e muitas vezes tenta-se abordar possíveis fatores
dinâmicos que possam interferir no quadro.
Psicoterapia na esquizofrenia
A psicoterapia tem se mostrado um importante recurso terapêutico,
associado ao tratamento farmacológico, na recuperação e na reabilitação do
indivíduo esquizofrênico. Por meio de abordagens educativas, suportivas,
interpessoais ou dinâmicas, visa-se recuperar o indivíduo no nível psíquico,
interpessoal e social.
Objetivos da psicoterapia
Encontram-se resumidos a seguir os objetivos comuns, levantados por vários
autores, que podem ser atingidos na psicoterapia de um paciente com diagnóstico
de esquizofrenia:
O papel do terapeuta
Os pacientes esquizofrênicos geralmente apresentam pouca condição de
suportar altos níveis de tensão. Por isso, o terapeuta deve ser ativo e monitorar a
expressão dos afetos no encontro terapêutico, criando, assim, um clima de
compreensão, respeito e empatia.
Podem-se sugerir temas, estimular a participação e organizar a conversa, ou
seja, coordenar ativamente a sessão. Sua fala deve ser concreta e de fácil
entendimento, aproximando-se ao máximo do universo e da linguagem dos
pacientes. Algumas intervenções possíveis do terapeuta são: afirmação, conselho,
validação, encorajamento, reforço, clarificação, confrontação, elaboração e
atribuição de significado. O processo de interpretação é um caso especial de
atribuição de significado.
Ele tem, geralmente, o sentido de tornar conscientes pensamentos e
sentimentos que, anteriormente, eram inconscientes. Os grupos terapêuticos não
são tão eficazes como as sessões individuais na revelação de processos
emocionais inconscientes.
Na psicoterapia de pacientes esquizofrênicos, as interpretações são mais
úteis quando se referem a sentimentos que estão obviamente presentes (como os
inferidos diretamente de expressões faciais ou gestos), mas que não estão
acessíveis à percepção consciente do indivíduo. A interpretação da transferência
deve ocupar um pequeno espaço no tratamento. O terapeuta deve ser habilidoso ao
colocar suas intervenções para não confrontar demais ou desautorizar os pacientes.
Esses pacientes podem fazer projeções no terapeuta e distorcerem a realidade.
Um terapeuta menos neutro ajudará o paciente a discriminar o que é fantasia
do que não é. É mais adequado trabalhar com o momento atual, no aqui e agora, e
fazer pouca investigação ou alusões ao passado. Muitos pacientes têm dificuldade
em discriminar memória de fantasia.
É necessário ao terapeuta conter, compreender, processar e devolver em
palavras ou atitudes o que está sendo vivenciado na sessão. Só assim haverá uma
maior chance da psicoterapia ser eficaz.
Uma outra tarefa importante do terapeuta é a de estar atento para oferecer a
intervenção adequada àquele determinado tipo de paciente, naquela determinada
fase da doença. Não superestimar os pacientes, nem oferecer uma proposta aquém
das suas capacidades.
Estudo de caso
Participantes
Foram entrevistadas duas mães de alunos regularmente matriculados no
Programa de Educação Especial, com diagnóstico de Transtorno Mental, conforme
a Classificação Internacional de Doenças - 10 [CID-10] (OMS, 1993), e, em
tratamento psiquiátrico.
Para que as participantes desta pesquisa tivessem seus direitos
resguardados, sem que fossem infringidos os princípios éticos, o presente projeto foi
submetido à:
(1) Aprovação no Comitê de Ética da Escola de Enfermagem da Universidade
de São Paulo;
(2) Pedido de autorização institucional à Secretaria Municipal de Educação;
(3) Na abordagem inicial aos sujeitos da pesquisa, foi facultada a
possibilidade de participarem ou não do estudo e informados, previamente, de que,
uma eventual negação, não lhes acarretaria prejuízos.
Foram esclarecidos da necessidade da gravação, cada um receberia uma
identificação fictícia para manter o anonimato, e os dados contidos nos depoimentos
seriam publicados e divulgados em periódicos e eventos científicos nacionais e
internacionais. Ao final da abordagem foi esclarecido que a colaboração deles seria
relevante aos profissionais da educação e da saúde mental;
(4) Consentimento Livre e Esclarecido foi obtido com as colaboradoras.
Assim, foi importante a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido com
as participantes, a fim de clarificar informações que possam ter ficado obscuras. Em
seguida, o mesmo foi assinado pelas participantes e pelo pesquisador;
(5) Foi firmado compromisso com as participantes de que teriam suas
dúvidas, quanto à pesquisa, esclarecidas sempre que necessário. A primeira análise
dos prontuários escolares indicou 15 alunos que, inicialmente, enquadravam-se no
diagnóstico de Transtorno Mental e de Comportamento e encontravam-se em
assistência psiquiátrica, sendo oito do sexo masculino e sete do feminino.
Considerando que, a classificação de Transtornos Mentais e de
Comportamento é ampla e implica inúmeras diretrizes diagnósticas, assim, para fins
deste estudo, após uma segunda análise dos prontuários dos alunos e novas
consultas à Direção e Coordenação do Programa, realizou-se dois Estudos de
Casos.
Nos dois casos escolhidos, os documentos - o parecer médico e os registros,
asseguravam, circunscrevendo e ou indicando, conforme documentos em
prontuários das alunas, em um primeiro momento, exclusivamente, o diagnóstico
inicial de Transtorno Mental e, encontrava-se em tratamento psiquiátrico, conforme
informação verbal da Coordenadora do Programa. Assim, entrevistaram-se as mães
das seguintes alunas:
1. Lélia (D1), sexo feminino, dez anos, aluna de Classe de Apoio / Educação
Infantil, com diagnóstico de Transtorno Desintegrativo da Infância com
características Psicóticas [F84.3]; com acompanhamento psiquiátrico (convênio
privado) e psicológico em unidade de saúde pública municipal e prescrição
medicamentosa de Haldol. Frequentou a partir de 2001, a Sala de Recursos do
Programa de Educação Especial, em período contrário ao da Pré-Escola. Em 2002,
foi matriculada em período integral e, exclusivamente, no Programa de Educação
Especial que passou a frequentar regularmente.
2. Íris (D2), sexo feminino, 14 anos, aluna de Oficina Pedagógica, com
registro de diagnóstico de Esquizofrenia e com acompanhamento em unidade de
saúde pública municipal nos setores de Psiquiatria e Terapia Ocupacional; não
havia registro de prescrição medicamentosa. Frequentou a Pré-Escola,
posteriormente o Ensino Fundamental regular comum e foi matriculada, em 1999,
em período integral e, exclusivamente, no Programa de Educação Especial, onde
permaneceu desde então.
Resultados
Entre as muitas questões para estudo que acabaram por emergir, destaca-se
aquela em que o familiar revelaria o seu entendimento frente à perspectiva de
retorno do filho ao ensino regular comum. Portanto, para a mãe de Lélia, a
perspectiva da inclusão escolar na rede regular comum:"... seria uma tentativa?..."
(D1.37). Justificada por ela em razão da filha:"... ela não sabe escrever nada."
(D1.38).
Por outro lado, a mãe de Íris relatou: "é... eu fiquei pensando nisso o ano
passado quando ela terminou no ano passado..." (D2.33). Pois,"... será que a minha
filha vai ficar sempre só frequentando aqui... não vai ter condição nunca de
frequentar uma escola normal..." (D2.34),"... aí, eu fico pensando, mas... do jeito que
ela está como ela vai ter condição de frequentar uma escola normal..." (D2.35). No
entanto, para esta mãe:"... podia até tentar não é? Para ver como ela se comporta
agora não é?
Depois desse tempo todo, não é?" (D2.36). A análise desta categoria indicou
que as mães da alunas representaram a perspectiva de inclusão escolar como uma
tentativa, uma vez que as alunas não estavam, ainda, alfabetizadas. Entretanto,
encontramos que nas proposições Educação Inclusiva haveria um lugar para Lélia e
Íris, uma vez que implicaria: “... uma reforma radical nas escolas em termos de
currículo, avaliação, pedagogia e formas de agrupamento dos alunos nas atividades
de sala de aula.
Ela é baseada em um sistema de valores que faz com que todos se sintam
bem-vindos e celebra a diversidade que tem como base o gênero, a nacionalidade,
a raça, a linguagem de origem, o background social, o nível de aquisição
educacional ou a deficiência (Mittler, 2003, p. 34).
Discussão
A contribuição e relevância deste estudo devem-se ao fato de que as
questões que envolvem a construção da doença mental têm sofrido modificações ao
longo da história humana em um processo histórico-estrutural de exclusão/inclusão,
portanto, com verdades historicamente produzidas e variadas.
Por outro lado, existe uma ideia subjacente de que a loucura não é parte da
esfera ou de competência, também, das proposições do processo ensino e ou
aprendizagem regular ou especial e, ainda, servindo para fortalecimento de
paradigmas que estabelecem uma linha divisória entre "normal" e "anormal". Com a
educação inclusiva, é necessário romper com paradigmas, a fim de estabelecer um
novo lugar escolar implicado na diversidade e que a segregação de alunos e o
distanciamento mútuo entre família e escola, não são mais possíveis.
Ainda, há uma necessidade premente de ações intersetoriais e de
complementaridade de ações, sobretudo na formulação e implementação das
políticas públicas.
Assim, justifica-se a importância deste estudo em razão de, historicamente,
sempre houve uma tendência da instituição escolar de homogeneizar seus alunos,
sendo a educação inclusiva, antes de tudo, uma provocação que propõe uma
educação para todos, sem exceção. As propostas político-pedagógicas, assim como
o cotidiano escolar em seus processos pedagógicos e de avaliação do
desenvolvimento do aluno, segundo as concepções da educação inclusiva, também,
devem ser submetidas a um novo olhar e distintas práticas.
Ensino/aprendizagem é chamada para participar efetivamente do
desenvolvimento escolar em todos os seus aspectos. Isso dado, espera-se com
esse estudo que a unidade escolar frente à organização e execução das
proposições da educação inclusiva, além de buscar ou ampliar sua articulação com
a família do aluno com transtorno mental, venha a contribuir para um trabalho
produtivo com as diferenças, conflitos, desentendimentos e desestabilizações que
implicam as relações com a diferença, especialmente, se considerarmos que as
políticas intersetoriais que envolvem as áreas de educação, de saúde e social
precisam ser revistas e ampliadas.
Na especificidade deste estudo, encontram-se alguns caminhos para melhor
entender a problemática que envolve a criança e o adolescente em tratamento
psiquiátrico. Couto (2001) cita que haveria três mal entendidos: o mal entendido
pedagógico, o mal entendido que se refere à justiça e o mal entendido da saúde
mental.
Objetivos
A proposta apresentada neste trabalho pretende contribuir para o
conhecimento dos leitores acerca das psicoses funcionais de início na infância e
adolescência, chamando a atenção para o fato de que geralmente pacientes com
esses quadros clínicos não melhoram com o passar do tempo, e além disso, existe
caráter evolutivo dos sintomas até a idade adulta.
Sendo assim, muitos evoluem para a esquizofrenia, condição multifatorial,
severa e crônica, que requer geralmente necessidade de tratamento e
acompanhamento multiprofissional. Para tanto, apresentamos o relato de um caso
de esquizofrenia na infância em atendimento no Hospital Adolfo Bezerra de
Menezes (HABM), localizado na cidade de São José do Rio Preto.
Justificativa
A esquizofrenia com início na infância costuma ser um quadro grave e de
mau prognóstico, porém, com o diagnóstico estabelecido de forma precoce e com
tratamento multiprofissional adequado, consegue-se alcançar melhores resultados
no curso da doença.
Métodos
Apresentar o relato de um caso de esquizofrenia na infância em atendimento
no Hospital Adolfo Bezerra de Menezes (HABM). As informações contidas neste
relato foram obtidas por meio de entrevista clínica, revisão de prontuário, registros
fotográficos dos métodos diagnósticos aos quais o paciente foi submetido e revisão
de literatura atual.
Resultados e discussão
Paciente permaneceu internado por 1 mês no referido hospital para retorno
de seu tratamento psiquiátrico com uso de Risperidona. Ele permaneceu 15 dias
internado, com acompanhamento regular e de forma multiprofissional. Com cerca de
1 semana do uso contínuo da sua medicação, já houve melhora importante do
quadro psicótico. No decorrer da internação, houve acréscimo de um ISRS (Inibidor
Seletivo da Recaptação de Serotonina) com melhora da ansiedade. Paciente
recebeu alta após completa estabilidade de seu quadro, não apresentando
alucinações auditivas, irritabilidade e agressividade. Foi contra-referenciado ao
CAPS (Centro de Apoio Psicossocial) para seguimento terapêutico e
acompanhamento multiprofissional.
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