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CONTEXTUALIZANDO
Tomografia computadorizada;
Ressonância magnética;
Ressonância magnética funcional (para a qual é realizada estimulação
cerebral em tempo real para avaliar quais áreas estão sendo ativadas);
Tomografia por emissão de pósitrons (PET);
Tomografia por emissão de fóton único (SPECT);
Outros.
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TEMA 1 – TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITOR
Saiba mais
O transtorno de conduta (TC) define-se por violações mais sérias como
roubo, agressividade e crueldade com as demais pessoas e animais.
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Quadro 1 – Diferença entre comportamento delinquente e agressivo
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Estudos sugerem que no TOD exista algum tipo de disfunção na
amígdala, uma das estruturas que faz parte do sistema límbico, em dois
processos complementares. O primeiro deles seria a informação sensorial
presente que faz referência a uma experiência passada, reatualizando as
experiências passadas. Um exemplo seria quando uma criança pequena grita e
bate nos colegas e, em seguida, sua raiva diminui, no entanto quando ela revive
a mesma experiência, essa se transforma em intensa cólera e, por não saber
como controlar (função da amígdala), a criança exibe novamente o
comportamento agressivo. O segundo seriam os registros que o cérebro tem das
consequências das experiências anteriores e, dessa forma, são capazes de
modelar as motivações das ações que estarão por vir em experiências futuras.
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É considerado raro uma “depressão pura”, e são vários os trabalhos
buscando identificar psicopatologias associadas. O diagnóstico mais comum é o
de ansiedade, oposicionismo, hiperatividade, agressividade e os relacionados a
substâncias psicoativas (álcool e outras drogas).
A depressão encontra-se dentro dos transtornos do humor, sendo na
infância caracterizada por estado de humor irritável ou disfórico, prejuízo no
desempenho escolar, ansiedade de separação, hiperatividade, comportamento
antissocial, alteração no sono e apetite, choro fácil, afirmações negativas sobre
si própria, autoagressividade, queixas somáticas, socialização diminuída, perda
da energia habitual, sendo estes seus principais sintomas.
A etiologia (causa) é multifatorial, e todas as diretrizes de tratamento
apontam para a necessidade de cuidados precoces nos casos de depressão.
Caso contrário, ela persistirá na fase adulta, podendo levar ao desenvolvimento
de outras patologias associadas e aumento de possibilidades de tentativas de
suicídio.
Estudos apontam para a associação de abordagem psicofarmacológica e
psicoterapia. A tendência atual é aplicar programas de amplo espectro que
incluam componentes comportamentais (atividades agradáveis, habilidades
sociais, relaxamento), cognitivos (reestruturação cognitiva, reatribuição, solução
de problemas) e de autocontrole.
Torna-se fundamental uma sólida formação em desenvolvimento humano,
a fim de discriminar os processos normais dos patológicos, conforme a etapa do
desenvolvimento.
É importante que não seja esquecido o dado de pesquisas experimentais,
as quais apontam que a depressão bem diagnosticada e com total remissão na
infância diminui os riscos de episódios mais severos na vida adulta.
Conforme visão das neurociências das emoções, a depressão infantil é
vista como um mau funcionamento cerebral, ao contrário de uma visão de má
vontade psíquica ou até mesmo de uma distorção das crenças a respeito das
coisas boas que a vida tem a oferecer. O local onde deve ocorrer a ação
terapêutica é no sistema límbico, sendo o principal sistema do cérebro que cuida
das emoções.
O efeito esperado em uma abordagem baseada nas neurociências seria o
aumento de neurotransmissores na fenda sináptica a nível funcional, assim
como a alteração da sensibilidade e número de neurorreceptores. Assim, o local
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de ação da depressão seria nos sistemas serotoninérgico, dopaminérgico e
noradrenérgico do sistema límbico.
No tratamento da depressão, o efeito esperado seria em relação à função,
sensibilidade e ao aumento de neurotransmissores, sendo os principais a
serotonina, dopamina e noradrenalina.
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Quanto mais precoce o diagnóstico e tratamento, maior o controle dos
sintomas e qualidade de vida oferecidos.
Acomete cerca de 5,29% das crianças em todo o mundo (Polanczyk;
Schmitz; Rohde, 2007) e é mais comum em meninos que nas meninas.
O objetivo de todas as modalidades de atendimento, aliado ao tratamento
medicamentoso, é melhorar na qualidade de vida e resolução de problemas,
oportunizando o desenvolvimento de crianças saudáveis e felizes, em diferentes
contextos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (1993), o TDAH pode se
associar a outras morbidades (patologias associadas), como o transtorno
desafiador opositor, transtorno de conduta e distúrbios de aprendizado, além de
problemas emocionais em etapas subsequentes na vida.
Outro dado relevante é o alto componente genético encontrado dentro do
TDAH, envolvendo uma taxa de hereditariedade de 0,75 a 0,91. Estudos
genéticos apontam para os genes que são envolvidos na transmissão
dopaminérgica e, de acordo com Gill (1997) os circuitos dopaminérgicos fronto-
estriatal estão envolvidos na fisiopatologia do transtorno.
Pliszka (2008) mostra que:
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TEMA 4 – STRESS INFANTIL
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restabelecer a homeostase (equilíbrio interno). Caso o evento estressor
não seja eliminado, ele passa para a fase seguinte.
2. Fase de defesa ou resistência: o estressor continua e ocorre uma
hiperatividade córtico-supra-renal e como consequência maior gasto de
energia, as quais seriam necessárias para outras funções vitais. O
organismo não se recupera e permanece em estado de alerta, caso essa
condição persista levará à exaustão.
3. Fase quase-exaustão: a tensão excede o limite de controle e a resistência
física e emocional começam a se romper; em alguns momentos ainda
consegue manter o controle. O cortisol é produzido em maior quantidade,
destruindo as defesas imunológicas, dando início a doenças físicas e
psicológicas.
4. Fase de exaustão: é a reação mais negativa do stress, quando ocorre
maior desequilíbrio, ocorrendo um agravamento do desgaste do
organismo e dos sintomas, podendo ocorrer doenças graves e até fatais.
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absorvem diretamente a cultura e uma geração vai ensinando para as demais
por meio da observação, da imitação e do convívio social.
Essa atividade ocorre no córtex pré-motor (ligado ao movimento) e no
lobo parietal inferior e lobo da ínsula (ligados à percepção, capacidade de
compreender o sentimento do outro, entender a intenção e uso da linguagem).
Alguns cientistas consideram que a descoberta dos neurônios espelho
seja uma das mais importantes para as neurociências, acreditando que possam
ser fundamentais no comportamento de imitação e aquisição da linguagem.
Exames de neuroimagens mostram que indivíduos autistas possuem
volume cerebral maior (macrocefalia). Os lobos temporal, parietal e occipital são
maiores, podendo explicar a hipersensibilidade auditiva, sensorial e visual
comuns no autismo.
Outro ponto é que os lobos frontais são poucos ativados no autismo,
mostrando importante déficit nas funções executivas (ligadas ao planejamento,
controle, flexibilidade cognitiva, entre outras).
Retornando à questão da macrocefalia no autismo, o que se percebe é
um aumento da massa branca no córtex cerebral e não na massa cinzenta. Ou
seja, o cérebro é aumentado no autismo não pelo aumento do número de
neurônios, mas sim de uma parte deles, que não é a parte que realiza as
sinapses (ligações entre os neurônios).
Saiba mais
É importante lembrar que na massa branca encontram-se os axônios
revestidos de mielina, que contêm fibras nervosas mielinizadas. Na massa
cinzenta, corpos celulares (que contêm o núcleo da célula) e dendritos de
neurônios.
FINALIZANDO
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Quando o educador consegue compreender que determinadas
características não se devem apenas à falta de limites na criança, por exemplo,
ele abre um leque imenso de exploração e tentativa de entendimento do mundo
interno de seu aluno.
Ele sai do senso comum, quando é capaz de imaginar que determinadas
características emocionais, de comportamento ou de relacionamento
interpessoais podem sugerir algo maior.
A ideia não é de o professor ou outro profissional do âmbito educacional
assumir o papel de diagnóstico e tratamento, mas sim de ter maiores subsídios e
perceber o momento mais apropriado de encaminhar a um tratamento adequado
e, assim, também de facilitar o trabalho do profissional que receberá essa
criança ou adolescente em suas clínicas ou consultórios, dialogando com eles
no sentido de troca de saberes.
Como o educador é o profissional que passa o maior tempo com essa
criança, suas percepções, olhares e observações são de suma importância.
Saber o que observar na criança, como observar e quando encaminhar é
a proposta de estudo desta aula.
Dessa forma, o processo de ensino e aprendizagem sai ainda mais do
âmbito puramente acadêmico, realizando cada vez mais uma imersão em torno
do conhecimento acadêmico adquirido e unindo ao entendimento das emoções e
do impacto delas na vida do aluno.
O resultado provavelmente será a elaboração de propostas mais efetivas,
de maior alcance e abrangência na vida do aluno, tendo o educador como
mediador nesse processo em conjunto com todas as pessoas envolvidas na vida
da criança.
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REFERÊNCIAS
BARRIOS, M.; GUÁRDIA, J. Relación del cerebelo com las funciones cognitivas:
evidencias neuroantómicas, clínicas y neuroimagen. Revista Neurológica, v.
33, p. 582-591, 2001. Disponível em:
<http://www.ujaen.es/investiga/cvi296/FisioNeuro/Seminario7.pdf>. Acesso em:
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CYPEL, S. O estudo das funções corticais na criança. In: DIAMENT, A.; CYPEL,
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DAMASIO, A. R. A neural basis for sociopathy. Arch Gen Psychiatry, v. 57,
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_____. O erro de Descartes: emoção, razão e cérebro humano. São Paulo: Cia
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KOHLER, E. et al. Hearing sounds, understanding actions: action representation
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