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Terapia Metacognitiva
Heitor P. Hirata
Psicólogo com Licenciatura Plena (UFRJ)
Especialista em Psicologia Clínica (CFP)
Doutor e Mestre em Psicologia (UFRJ)
Terapeuta Cognitivo Certificado (FBTC)
Membro da diretoria da ATC-Rio
O que é Metacognição?
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Metacognição
• Meta – Do grego – transcendência,
posterioridade, reflexão crítica sobre.
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• Ruminações
• Obsessões
• Preenchimento de lacunas
Profº Dr. Heitor P. Hirata Wells (2009)
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O Fundador da TMC
• Adrian Wells é professor de
psicologia clínica e psicopatologia
experimental da Universidade de
Manchester, Reino Unido.
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Atenção e Emoção
Imagine o seguinte:
• Pense em algo de que você tem
medo/nojo/raiva ou outra emoção.
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Atenção e Emoção
• Os estímulos selecionados pelo processo atencional
dependem de diversos fatores. Um deles é a
importância emocional que eles têm.
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Crença Metacognitiva
• Uma crença metacognitiva é aquela que se
refere a um processo cognitivo como a
preocupação (“a preocupação me ajuda a lidar
com os problemas”) e a ruminação (“ruminar
me ajuda a entender minha depressão”).
“Algo ruim pode ocorrer caso eu não me “Ruminando eu estarei tentando encontrar
preocupe”. saídas para a depressão”.
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“Irei enlouquecer com essa preocupação”. “Eu não posso controlar meus pensamentos
depressivos”.
“Caso eu não controle minha preocupação, “Eu sou anormal por pensar assim”.
ela irá me controlar”.
Prática 1
• Em um pedaço de papel, anote algumas
preocupações
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Modos
• Do objeto: modo de fusão do pensamento
com a realidade.
Wells (2000)
Profº Dr. Heitor P. Hirata Fisher & Wells (2009)
Prática 2
• Olhe para as preocupações que escreveu no
exercício anterior.
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Dúvidas, questões?
Vieses Atencionais
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Prática 3
• Selecione uma das suas preocupações
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Tipos de Preocupação
Modelo Metacognitivo
• As preocupações estão ligadas a uma base de conhecimento
específica sobre elas e não a crenças sobre si ou sobre o
mundo.
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Transtornos de humor
Transtornos de ansiedade TAG, TEPT, TOC, Depressão,
Indicações Dependência química bulimia, abuso de álcool
Transtornos alimentares
Casais
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O Modelo A-M-C
Algumas Estratégias
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Detached Mindfulness
• Um estado de consciência de eventos internos
sem responder a eles com avaliações, tentativas
de controle ou supressão (Wells, 2005).
Detached Mindfulness
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Planejada para uma ampla gama de Planejada inicialmente para depressão. Hoje
transtornos emocionais é utilizada em diversos tipos de queixas.
Pode ser ensinado e aprendido de forma Requer algumas sessões para se ensinar e
relativamente rápida aprender
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Treino Atencional
• Objetivo: desenvolver a flexibilidade e o controle
mental , além do foco da atenção que está
direcionada a elementos da SCA.
Treino Atencional
• O TA envolve manipulação da atenção como
base para a interrupção da SCA e para o
aumento da flexibilidade metacognitiva.
Wells (2009)
Profº Dr. Heitor P. Hirata
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Treino Atencional
• Não é uma estratégia de coping.
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Intervenções possíveis
• Vamos examinar como você pensa em resposta a esse
pensamento.
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Dúvidas, questões?
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Terapia Metacognitiva
para a Depressão
Wells (2009)
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Fora da consciência
Wells (2009)
Profº Dr. Heitor P. Hirata
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Estrutura do Tratamento
• Avaliação
• Conceitualização de caso
• Socialização
• Treino atencional
• Detached mindfulness
• Desafio às crenças metacognitivas negativas
(incontrolabilidade, modelo de doença)
• Desafio às crenças de incontrolabilidade sobre a ruminação
• Remover comportamentos residuais e monitoramento à
ameaça
• Prevenção de recaída
Wells (2009)
Profº Dr. Heitor P. Hirata
• 2. O que você pensou a seguir? E então qual foi seu pensamento seguinte?
E depois? Por quanto tempo seu pensamento continuou assim?
• 4a. Há algo que você possa fazer para parar de ruminar? O quão
incontrolável é a ruminação?
• 4b. Você acredita que pode fazer algo sobre seus sintomas?
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Psicoeducação
• É fundamental ensinar ao paciente o que é
ruminação.
• “São cadeias de pensamento negativo”
• “São ciclos de pensamentos derrotistas
orientados ao passado que fazem você se sentir
cada vez pior e culpado”
• “Ruminar faz sentido dentro do seu quadro, uma
vez que você... (procura entender sua depressão,
acha que ruminar vai ajudar você a se mexer...)
Profº Dr. Heitor P. Hirata Wells (2009)
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Experimento da Modulação da
Ruminação
• Pedir para o cliente ruminar e suspender a
ruminação depois de um minuto, entrando
em um estado de “quietude vigilante”.
Wells (2009)
Profº Dr. Heitor P. Hirata
Minisurveys
Minisurvey, ou mini-questionário, consiste em uma
pequena lista de perguntas que pode ser feita do cliente
para outras pessoas sobre humor.
Exemplos:
• Você tem flutuações de humor?
• Algumas vezes você fica para baixo sem saber por que?
• Sente-se cansado ao levantar pela manhã?
• As vezes você questiona sua competência?
• Fica irritado por pouco as vezes?
Wells (2009)
Profº Dr. Heitor P. Hirata
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Minisurveys
• Geralmente as respostas apontam para uma
certa “normalidade” das flutuações de humor.
Wells (2009)
Profº Dr. Heitor P. Hirata
• Questionamento de evidências.
• Experimentos ruminativos.
Wells (2009)
Profº Dr. Heitor P. Hirata
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Wells (2009)
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Questionando as Evidências
• Objetivo: Questionar “verdades” construídas
acerca da ruminação.
• Se a ruminação ajuda, não faria mais sentido
você ter conseguido resolver algum problema
por meio dela?
• Como a ruminação funciona? Qual o
mecanismo que a possibilita ajudar a resolver
problemas?
Wells (2009)
Profº Dr. Heitor P. Hirata
Experimento da Ruminação
• O paciente é instruído a ruminar por um dia
inteiro sobre um problema e no outro não
ruminar.
• Em seguida, ele é convidado a refletir o
quanto a ruminação o ajudou a resolver
alguma coisa.
• Este experimento serve de desafio às crenças
positivas sobre a ruminação.
Wells (2009)
Profº Dr. Heitor P. Hirata
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Wells (2009)
Profº Dr. Heitor P. Hirata
Prevenção de Recaída
• Formula-se um documento colaborativamente
com o cliente contendo a conceitualização de
caso, exemplos de crenças positivas e negativas
sobre a ruminação assim como evidências contra
elas.
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Alguns Estudos:
Profº Dr. Heitor P. Hirata
Spada & Wells (2010) Personality and Individual Dependentes de Álcool Verificação de presença Alcoólatras tendem a ter
Differences (N=48) de metacognições em mais metacognições
dependentes de álcool. positivas sobre a auto-
regulação cognitiva e
emocional, além de
metacognições negativas
sobre incontrolabilidade e
dano cognitivo.
Lobban, Haddock, Personality and Individual Pacientes com Comparação entre Pacientes com
Kinderman & Wells (2002) Differences esquizofrenia que metacognições de esquizofrenia que
apresentam alucinações pacientes esquizofrênicos alucinam e com
(N=32) e pacientes com que alucinam, que não transtornos de ansiedade
transtornos de ansiedade alucinam e com apresentam mais crenças
(N=24) transtornos de ansiedade. positivas sobre
metacognições.
Papageorgiou & Wells Psychological Medicine Pacientes hipocondríacos Tratamento com Treino Redução dos sintomas
(1998) (N=3) Atencional hipocondríacos.
McEvoy & Perini (2009) Journal of Anxiety Pacientes com fobia social Tratamento em TCC em Treino atencional e
Disorders (N=81) grupo com relaxamento relaxamento possuem
ou treino atencional efeitos similares na TCC
em grupo para FS.
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Rees & Koesveld (2008) Journal of Behavior Pacientes com TOC (N=8) Terapia Metacognitiva em Melhora dos sintomas de
Therapy grupo nos 8 pacientes TOC.
M do Y-BOCS pré = 23,2
M do Y-BOCS pós = 14,1
M do Y-BOCS no follow-up
= 9,0
Spada et al (2007) Addictive Behaviors Estudantes universitários Preenchimentos de Foi encontrada correlação
fumantes (N=104) questionários para significativa entre as três
verificar se a variáveis.
metacognição é um fator
mediador entre emoção e
comportamento de fumar
Spada et al (2008) Computers in Human Estudantes universitários Preenchimentos de Foi encontrada correlação
Behavior usuários de Internet questionários para significativa entre as três
(N=97) verificar se a variáveis.
metacognição é um fator
mediador entre emoção e
uso de Internet.
Wells et al (2009) Cognitive Therapy and Pacientes Deprimidos Terapia Metacognitiva Melhora nos sintomas
Research (N=4) individual (treino depressivos com redução
atencional, detached dos escores no BDI.
mindfulness, modificação M pré = 24
de crenças positivas sobre M pós = 6,5
ruminação etc).
Wells et al (2010) Behaviour Research and Pacientes adultos com Aplicação de TMC vs O grupo tratado com TMC
Therapy TAG Relaxamento Aplicado apresentou melhoras bem
(N=20) mais significativas.
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Dúvidas, questões?
Terapia Metacognitiva:
adaptação para crianças
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As origens:
• Estudo sobre Terapia Metacognitiva desde o
final da graduação
O processo de criação
• Atendimento de uma paciente adulta e sua
“Neura”.
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Até o momento...
• Trabalho clínico com algumas crianças apresentando
resultados animadores.
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Dúvidas, questões?
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Referências
• Fisher, P., & Wells, A. (2009). Metacognitive Therapy. New York: Routledge.
• Hirata, H. P. (2014). Terapia Metacognitiva. In C.B. Neufeld, E.M.O. Falcone, B. Rangé. (Orgs.).
PROcognitiva: programa de atualização em terapia cognitivo-comportamental. Ciclo 1, V.2. Porto Alegre:
Artmed Panamericana, p. 45-98.
• Hirata, H.P., & Rangé, B.P. (2014). Terapia Metacognitiva. In W.V. Melo (org.). Estratégias Psicoterápicas e
a Terceira onda em Terapia Cognitiva. Novo Hamburgo: Synopsys.
• Hirata, H.P., & Gabriel, S.A. (2017). Utilizando a Terapia Metacognitiva com Crianças. In C.B. Neufeld,
E.M.O. Falcone, B. Rangé. (Orgs.). PROcognitiva: programa de atualização em terapia cognitivo-
comportamental. Ciclo 4, V.3.. Porto Alegre: Artmed Panamericana.
• Hirata, H.P. , & Gabriel, S.A. (2018). Preocupanda & Marrumina: entendendo a preocupação e a
ruminação na criança. Novo Hamburgo: Sinopsys.
• Papageorgiou, C.; & Wells, A. (2004). Depressive Rumination: nature, theory and treatment. Chichester:
Wiley.
• Wells (2010); A Terapia Metacognitiva: elementos de controle mental na compreensão e no tratamento do TAG
e do TEPT. In R. L. Leahy (org.). Terapia Cognitiva Contemporânea: teoria, pesquisa e prática. Porto Alegre:
Artmed.
• Wells, A. (2003).Perturbações Emocionais e Metacognição. Lisboa: Climepsi.
• Wells, A. (2009). Metacognitive Therapy for Anxiety and Depression. New York: Guilford Press.
• Wells, A., & Matthews, G. (2001). Atenção e Emoção: uma visão clínica. Lisboa: Climepsi.
• Wells, A. (2002). GAD, Metacognition and Mindfulness: an information processing analysis. Clinical
Psychology: Science and Practice, 9, 95-100.
• Wells, A., & King, P. (2006). Metacognitive Therapy for Generalized Anxiety Disorder: an open trial.
Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry, 37, 206-212.
• MCT Institute: http://www.mct-institute.com/metacog.html
Profº Dr. Heitor P. Hirata
Obrigado!
E-mail: heitorph@gmail.com
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