Você está na página 1de 82

A PRÁTICA CLÍNICA DA

PSICOTERAPIA COGNITIVA
COMPORTAMENTAL

Scheilla Rocha Ferreira


2024
PROPOSTA

Promover conhecimento sobre a


aplicação do conceito da terapia
cognitivo comportamental no
contexto clínico, estratégias e
instrumentos de intervenções
utilizadas na psicoterapia individual
ou em grupo.
O QUE É A TCC?
 Terapia Cognitiva é um sistema de psicoterapia,
proposto e desenvolvido pelo Dr. Aaron Beck e seus
colaboradores, que integra um modelo cognitivo de
psicopatologia e um conjunto de estratégias
terapêuticas baseadas diretamente nesse modelo.
Aaron Beck

 Criou a escala para cuidar da


Depressão (Inventário);
Criou a escala para cuidar da
Ansiedade.
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E
FILOSÓFICOS
Aaron Beck – Filadélfia (1956)
 Questionamentos sobre a teoria psicanalítica.

Origens filosóficas: Zenão de Citium (séc. 4 a.C.), Crisipo,


Cícero, Sêneca, Marco Aurélio.

Epiteto (Séc. I a.C.): “Os homens são perturbados não pelas


coisas, mas pelas opiniões que extraem delas”.

 Teoria dos constructos pessoais de George Kelly (1955).


 Terapia Racional Emotiva de Albert Ellis (1955).

 Teoria de Alfred Adler (1936).

 Fenomenologia de Heiddeiger, Kant e Husserl.

 Contribuição de teóricos comportamentalistas (Mahoney,


1974; Meichenbaum, 1977).
As bases teóricas das terapias
cognitivo-comportamentais
passaram a ser desenvolvidas no
início do século XX com o surgimento
do evolucionismo de Darwin e de
uma crescente realização de
estudos empíricos sobre o
comportamento.
Na década de 70 houve um grande
desenvolvimento e reconhecimento
da terapia comportamental devido
ao surgimento de propostas novas
especialmente no tratamento de
fobias, obsessões e disfunções
sexuais (Lima & Wielenska, 1993).
EVOLUÇÃO NO TEMPO

Inicialmente não havia como


comprovar a eficácia dos
tratamentos, pois eram
derivados de teorias muito
subjetivas.
A partir dessa dificuldade Eysenck
(1959) propõe um tipo específico de
terapia, comportamental, na qual
seria possível uma avaliação
objetiva, capaz de mensurar
resultados específicos.
As décadas de 50 e 60 marcaram o pioneirismo
da Terapia Comportamental Clássica, no auge
do pensamento mecanicista.
A partir da década de 70, procedimentos
estatísticos esclareceram a eficácia das
técnicas, entretanto havia uma equiparidade
na resposta para diferentes métodos o que
apontava que as técnicas não eram os únicos
fatores relevantes no processo terapêutico.
A Terapia Cognitivo Comportamental, baseia-
se no preceito de que para que se produza
conhecimento cientifico é necessário que se
tenha suporte empírico e experimental,
suporte esse que teve sua base no
Behaviorismo e a partir de então começou a
aplicação de metodologia cientifica às teorias
psicológicas.(PORTO, P; GONÇALVES, R.M; VENTURA011)
TERAPIA COGNITIVA
Utiliza o conceito da estrutura
“biopsicossocial” na determinação e
compreensão dos fenômenos relativos a
psicologia humana, no entanto constitui-
se como uma abordagem que focaliza o
trabalho sobre os fatores cognitivos da
psicopatologia .
Vem demonstrando eficácia em
pesquisas científicas rigorosas além
de ser uma das primeiras a
reconhecer a influência do
pensamento sobre o afeto, o
comportamento, a biologia e o
ambiente (Shinohara,1997).
A TCC
A terapia cognitiva comportamental
é um sistema de psicoterapia que se
baseia na teoria de que o modo
como um individuo estrutura suas
experiências determina o modo
como ele se sente e se comporta.
(Dattílio & Freeman, 1998)
Os sentimentos não são
determinados por situações,
mas pelo modo como as
pessoas os interpretam.
A TCC integra técnicas e
conceitos vindos de das
principais abordagens
psicológicas, são elas:
COGNITIVO e
COMPORTAMENTAL.
Tem como princípio básico que
as cognições (pensamentos,
crenças e interpretações) de um
indivíduo frente as situações
influenciam suas emoções e
comportamentos.
A TRÍADE COGNITIVA

Trabalha através da Tríade Cognitiva


(BECK 1976) que consiste em três
padrões cognitivos maiores que
induzem a pessoa a considerar a si
mesmo, seu futuro e suas
expectativas de uma forma muito
pessoal.
CONCEITO EM TERAPIA
COGNITIVO COMPORTAMENTAL
O tratamento em TCC, mesmo
quando se utiliza de protocolos
estruturados e validados, é
sempre fundamentado na
compreensão do funcionamento
de cada paciente em particular.
A TCC se caracteriza por apresentar um
modelo de psicoterapia estruturado, de
curto prazo(ou não) e orientado para
resolução de problemas atuais dos
pacientes, buscando a modificação de
padrões cognitivos e comportamentais
mal adaptativos.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
TCC

A maneira como as pessoas


interpretam os eventos influencia
diretamente a emoção e o
comportamento (Beck, 1976).
Beck e Alford (2000): a posição filosófica
da teoria e terapia cognitiva integra:

Dimensões Internas
(percepções fenomenológicas)
Dimensões Externas
(contexto ambiental)
COMO A TCC FUNCIONA?
Partimos do pressuposto que os seres
humanos são resultados de
aprendizagens. Aprendemos
comportamentos, como falar
português, inglês ou dirigir
automóveis, ou nadar, ou jogar tênis.
Nós aprendemos comportamentos.
Nós aprendemos também
sentimentos, aprendemos a gostar
de certas pessoas, a não gostar de
certas comidas, de certos filmes, e
aprendemos a ter medo de certas
coisas e assim sucessivamente.
Nós aprendemos pensamentos
também.
Aprendemos a pensar de certas
maneiras e a acreditar em certas
coisas como sendo verdadeiras.
Então nós aprendemos
comportamentos, sentimentos,
pensamentos ou crenças.
A terapia cognitiva entende que
não são os acontecimentos que
diretamente determinam os
nossos sentimentos numa visão
comportamental mais antiga.
(Bernard Range)
O MODELO COGNITIVO
COMPORTAMENTAL

COGNIÇÃO AFETO COMPORTAMENTO


REPRESENTAÇÃO DO MODELO
TRÍADE COGNITIVA

A TCC trabalha através da Tríade


Cognitiva (BECK1976) que consiste em três
padrões cognitivos maiores que induzem
a pessoa a :
Considerar a si mesmo;
Seu futuro;
Suas expectativas de uma forma muito
pessoal.
DEPRESSÃO
Produzida por um padrão negativista de avaliar:
a si
ao mundo Tríade Cognitiva
ao futuro

Indivíduo considera-se inadequado, fracassado, inferior,


sem valor ou importância, se critica e se culpa por seus
defeitos e erros
MODELO COGNITIVO
 CRENÇA CENTRAL- “EU SOU
INCOMPETENTE”
CRENÇA INTERMEDIÁRIA- “SE EU NÃO
ENTENDO ALGO, ENTÃO EU NÃO SOU
CAPAZ, SOU BURRO”
 SITUAÇÃO- AULA
PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS- “ISSO É
DIFÍCIL DEMAIS” “EU JAMAIS VOU
APRENDER”
REAÇÕES:
EMOCIONAL- TRISTEZA
 FISIOLÓGICA- DESCONFORTO
COMPORTAMENTAL- SAIR DA SALA
CRENÇAS IRRACIONAIS
-Tenho que ser competente e bem-sucedido
em tudo que faço;
-Preciso vencer todo mundo, estar sempre
em primeiro lugar;
-Não posso errar;
-Preciso encontrar uma solução para
todos os meus problemas;
- Pensamentos negativos em relação
as pessoas;
- Não posso apresentar qualquer
aspecto negativo em minha
aparência física;
- Preciso ser capaz de resolver todos
os meus problemas sozinho;
- Minha vida deve caminhar exatamente
da maneira como eu planejei;
- Não posso ter sentimentos ou
pensamentos negativos em relação as
pessoas;
- Não posso apresentar qualquer aspecto
negativo em minha aparência física;
CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS

Regras e pressupostos criados pelo indivíduo para


que ele possa conviver com as ideias absolutas,
negativas e não adaptativas, que tem a seu
respeito. Funcionam como um mecanismo de
sobrevivência que o auxiliam a lidar e a se
proteger da ativação extremamente dolorosa das
suas crenças nucleares. ( Rangé & Cols. 2011)
DISTORÇÃO COGNITIVA
 CATASTROFIZAÇÃO :Acreditar que um evento será
extremamente aversivo, sempre focando na pior
possibilidade possível, aumenta o nível de ansiedade.
 Exemplos: “Quando eu começar a falar, todos irão rir
de mim”;
 “Eu não vou suportar o término do meu
relacionamento”;
 “Se todos morrerem, vou ficar sozinho”; “Se eu tiver que
começar a tomar remédio, meu corpo não vai
suportar”.
 Correção: Avaliar os eventos e criar estratégias de
enfrentamento para lidar com as situações.
PENSAMENTOS DISFUNCIONAIS

TAREFA:
 PERTURBAR
 DESESTRUTURAR
 PENSAMENTO DICOTÔMICO: Classificar as coisas em
duas categorias, tudo ou nada, certo ou errado, oito ou
oitenta, excluindo todas as possibilidades existentes
entre os dois polos.
 Exemplos: “Deu tudo errado no trabalho que fiz em
grupo, ”;
 “Ninguém gosta de mim, sempre fico sozinho”.
 Correção: Buscar compreender que os eventos podem
ser avaliados de outra forma, cometer um erro não faz
com que tudo seja descreditado.
PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS

As disfunções no processamento das


informações tem como base o PENSAMENTO
AUTOMÁTICO e a CRENÇA CENTRAL.
Os pensamentos automáticos são aqueles que
surgem em nossas mentes sem que haja um
processo de análise ou verificação, apenas
estão lá reforçando alguma crença que nós
temos. Esses pensamentos, que também são
chamados de erros cognitivos, podem ser
positivos ou negativos.
CRENÇAS CENTRAIS

As crenças centrais são


normalmente desconhecidas pelo
próprio sujeito e consistem em ideias
gerais, globais, rígidas e
generalizadas para centenas de
situações que a pessoa vivencia em
seu dia-a-dia.
CONCEITUALIZAÇÃO DE CASO

DADOS RELEVANTES DA HISTÓRIA

Crenças Centrais

POR DEDUÇÃO LÓGICA

Crenças Intermediárias

CONSEQUÊNCIAS

Emoções Comportamentos
CRENÇAS CENTRAIS/ NUCLEARES

 As crenças podem ser divididas em 3 categorias:


Desamparo, Desamor e Desvalor.
 Crenças de desamparo, elas podem pensar que são
incapazes de conseguir fazer as coisas, incapazes de
protegerem a si mesmas (emocionalmente ou
fisicamente) ou incapazes comparadas a outras
pessoas.
 “Sou incapaz” “Não tenho jeito” “Não faço nada
direito” “Sou vulnerável” “sou indefeso” “sou fraco”
“não tenho controle” “sou um fracasso” “não sou bom
como os outros”
- Crença de desamor, elas acreditam que há algo nelas
que dificulta a habilidade delas de receber amor e
intimidade que elas querem das outras pessoas.
 “Não me encaixo” “Sou desinteressante” “Não sou
amável”
 Crença de desvalor, elas acreditam que são
moralmente ruins, que há algo dentro delas que é
simplesmente terrível.( Diego Falco/ Judith Beck)
IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO
TERAPÊUTICA
 RELAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE TERAPEUTA E
CLIENTE/PACIENTE

 RELAÇÃO TERAPÊUTICA- PONTO INICIAL PARA O


PROCESSO DE MUDANÇA
 Quando o paciente/cliente percebe que a relação
terapêutica é uma relação na qual ele é tratado com
cuidado, escutado com atenção, sem julgamento e
apoiado, ele passa a se sentir mais à vontade,
protegido, adquirindo a confiança em seu terapeuta,
identificando esse relacionamento como especial e,
aos poucos, começa a revelar informações sobre a sua
vida. Como consequência, as respostas adquiridas e
reforçadas nesta interação frequentemente se
generalizam para outros ambientes.
Atitudes do terapeuta que podem
prejudicar a terapia cognitiva

Superficialidade;
Excessivamente didático e interpretativo;
Pouca atenção a relação terapêutica;
Aplicação das técnicas de forma
mecânica.
Características do terapeuta
cognitivo

Cordialidade;
Empatia;
Genuinidade.
Papel do Terapeuta
Produzir mudanças no pensamento e no
sistema de crenças do cliente/pc, com o
propósito de promover mudanças duradouras
(Beck, 1997)
 3 níveis de cognição serão trabalhados:
 pensamentos automáticos;
 crenças centrais;
 crenças intermediárias
BEM, SE...

O trabalho terapêutico tem como


função a promoção de mudanças
comportamentais que levem a
diminuição de sofrimento, alcançar
esse objetivo está diretamente
relacionado a qualidade da relação
terapêutica.
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES

POSTURA EMPÁTICA E COMPREENSIVA;


 ACEITAÇÃO DESPROVIDA DE
JULGAMENTOS;
 AUTOCONFIANÇA;
FLEXIBILIDADE NA APLICAÇÃO DE
TÉCNICAS
“Às vezes é necessário confrontar
e desafiar clientes/pcs resistentes
a mudança, ou adotar uma
atitude formal e distante com
clientes que percebam a
intimidade do relacionamento
terapêutico como
ameaçadora.” (Zaro e colab. 1980)
PONTOS FUNDAMENTAIS PARA PRÁTICA
 Inclusão de pessoas significativas nas sessões de
terapia quando conflitos dominam as queixas
de um paciente.

 Análise do contexto ambiental quando


identifica consequências comportamentais de
curto prazo versus longo prazo.

 Foco nas questões inconscientes quando a


avaliação clínica revela traumas primitivos.

(Beck & Alford, 2000)


CARACTERÍSTICAS DA TCC
 Abordagem psicoeducativa;
 Diretiva e estruturada;
 Orientada ao presente;
 Focaliza também o passado;
 Focalizada em problemas;
 Direcionada em metas;
 Utiliza planos de tratamento;
 Aplicações da TCC: crianças, adolescentes e adultos;
 Tratamento de problemas e transtornos específicos
(depressão, ansiedade, fobias,).
VIA DE MÃO DUPLA
 Partindo do pressuposto que a psicoterapia é um
processo complexo que acontece em um contexto
interpessoal no qual terapeuta e cliente/pc interagem
em um trabalho que visa uma transformação profunda,
a pessoa do terapeuta não está ilesa no processo.
Brandão (2000) aponta que ser psicoterapeuta é um
exercício diário de crescer e fazer crescer.
 Da mesma forma que a relação terapêutica mexe
com o cliente/pc, o terapeuta também é tocado pela
relação, precisa estar atento aos sentimentos que o
cliente provoca nele.
TÉCNICAS COGNITIVAS
(QUANDO UTILIZADAS)
 Principais objetivos:
 Monitorar pensamentos negativos automáticos
(cognições).
 Reconhecer as conexões entre cognição, afeto e
comportamento.
 Examinar as evidências a favor e contra do
pensamento automático distorcido.
 Substituir estas cognições tendenciosas por
interpretações mais orientadas à realidade.
 Aprender a identificar e alterar as crenças
disfuncionais que o predispõem a distorcer suas
experiências
(Beck, 1967).
TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS

Escala para avaliar o humor (0 a 100);


Treinamento em habilidades sociais;
Experimentos comportamentais;
Registro diário de atividades atribuindo
escores aos níveis de domínio e prazer;
Exposição graduada;
Técnicas de relaxamento.
UTILIZAÇÃO DA TCC
 Adaptada a diferentes contextos clínicos - ambientes de saúde
(hospitais) para o tratamento de repercussões psicológicas
provenientes de doenças orgânicas (manejo da dor, somatização
e sintomas físicos da doença).
 Grupos (terapia de grupo), problemas de casais,.
 Utiliza intervenções em situações de crise.
 Eficácia cientificamente comprovada por meio de estudos clínicos.
 Pode ser utilizada a TCC com ou sem medicação (psicotrópico).
 Tempo de terapia: depende das características de personalidade
do indivíduo, e dos problemas que são apresentados.
(Beck, 1997
PLANO DE TRATAMENTO
 O plano de tratamento é um processo contínuo que
oferece uma ponte entre a avaliação do paciente e a
intervenção que será realizada, sendo esta uma fase
extremamente importante e crítica da terapia.
 Quando bem elaborado, já é uma intervenção.
 É um importante guia para o terapeuta ter uma visão
geral do processo terapêutico, além de auxiliar e
nortear para elaboração de planos de intervenções
específicos.
 É composto pelas fases: fase inicial, fase intermediária e
fase final.
Plano de tratamento da Depressão
 QUANDO TRABALHAR? FASE INICIAL- Intervir na
funcionalidade do pc.
 O QUE TRABALHAR?
 •Redução de sintomas •Pensamentos disfuncionais
•Voltar a trabalhar •Entendimentos sobre sintomas
•Compreender o modelo cognitivo
 POR QUÊ TRABALHAR?•Intervir na função •Queixa
principal •Adesão ao tratamento •Ampliara motivação
•Trazer alívio •Psicoeducação e socialização ao
modelo
 COMO TRABALHAR?
 Inventário de custo/ beneficio
 Experimento comportamental
 QUANDO TRABALHAR? FASE INTERMEDIÁRIA- Intervir na
estrutura do pc, nas crenças centrais.
 O QUE TRABALHAR? •Crenças centrais e intermediárias
•Aquisição de novas habilidades •Mudanças / escolhas
importantes
 POR QUE TRABALHAR? •Intervir na estrutura
•Reestruturação cognitiva das crenças •Retomada de
atividades •Metas
 COMO TRABALHAR? Lista de atividades •Desafio de
crenças •Treinamento de habilidades sociais •Custo/
beneficio de mudar
PLANO DE TRATAMENTO EM DEPRESSÃO

Quando trabalhar? Fase final;


O que trabalhar? Prevenção de recaídas,
manutenção e validação dos danos;
Por quê trabalhar? Finalizar o processo
terapêutico e preparar para alta;
Como trabalhar? Revisão de ganhos,
redução de sessões, vantagem de
mudança.
CONCEITUAÇÃO COGNITIVA
É a construção de hipóteses sobre
pensamentos, suposições, emoções e crenças,
que acontece ao longo do processo
terapêutico e que vão sendo reconstruídas ao
longo dos atendimentos para melhor
compreensão da estrutura cognitiva do cliente.
Representa um conjunto de dados acerca do
paciente (história de vida – dados da infância,
pensamentos, crenças, e os significados que
são atribuídos).
Permite facilitar o entendimento de fatores
cognitivos e comportamentais e a influência
nas reações emocionais, comportamentais e
fisiológicas.
Auxilia o terapeuta para desenvolver o plano
de tratamento.
O terapeuta compartilha com o paciente os
dados da conceituação cognitiva.
(Beck, 1997; Beck, 2007).
INFLUÊNCIAS RECEBIDAS
 A conceitualização cognitiva indica as técnicas que
poderão ser utilizadas(quando necessário). (Persons,
1989).

 A estrutura da entrevista, que inclui uma agenda,


feedback e exercícios para casa são procedimentos
oriundos da terapia comportamental.

O formato de questionamento foi derivado


originalmente da “anamnese associativa” de Felix
Deustsch, da terapia não-diretiva de Carl Rogers, e do
questionamento socrático de Albert Ellis.
 As estratégias de encenação emotivas
foram influenciadas pelo Psicodrama
(Moreno) e pela terapia de Gestalt.

 Os procedimentos da terapia racional-


emotiva auxiliaram na testagem ou
avaliação de crenças disfuncionais.
FIQUEM ATENTOS!!!

-A ausência de um conceituação cognitiva


torna o tratamento vago e irrelevante,
mesmo que sejam usadas técnicas
cognitivas. (Rangé, 2001) e Caminha, Wainer, Oliveira &
Picoloto (2007)

-A Conceituação Cognitiva é a habilidade


clínica mais importante para o terapeuta
cognitivo comportamental.
CONCEITUAÇÃO COGNITIVA DO
CASO –PASSO 1

É a construção de hipóteses sobre


pensamentos, suposições, emoções e
crenças, que acontece ao longo do
processo terapêutico e que vão sendo
reconstruídas ao longo dos
atendimentos para melhor
compreensão da estrutura cognitiva
do cliente.
E COMO FAZER?

Beck (1997) sugere um diagrama de


conceituação cognitiva, onde o
terapeuta pode reunir os dados sobre as
situações problema, seus pensamentos
automáticos, emoções, comportamentos,
crenças e dados relevantes da infância
que juntos integram um “mapa cognitivo
da psicopatologia do cliente”.
Dados para construção da
Conceituação:
 Identificação do cliente/pc- (nome, idade, data de nascimento, sexo,
estado civil, naturalidade, escolaridade, profissão, religião, endereço,
telefone)
 História de vida (desenvolvimento, experiências relevantes na infância,
juventude, questões atuais, relacionamentos, relação familiar )
 Lista de problemas (psicológicos, médicos, interpessoais, trabalhistas,
financeiros etc.)
 Fatores precipitantes e situações ativadoras (situações que ativam o
comportamento, emoção ou pensamento disfuncional)
 Crenças centrais e intermediárias -Origem e desenvolvimento das crenças
(crenças centrais são moldadas por experiências marcantes da infância) -
-Medidas Padronizadas e Complementares
-Auto monitoria, testes, escalas, inventários de
ansiedade, depressão)
-Hipóteses Diagnósticas e de Trabalho
-Metas e Intervenções
-Entrevistas com pessoas-chave (também podem ser
importante)
-Observação do comportamento em ambiente clínico
PASSO 2
A hipótese de trabalho é o centro da
formulação. Ela orienta intervenções e
explica tanto o progresso quanto os
problemas da terapia. Esta hipótese é
mantida, alterada ou descartada,
dependendo dos resultados do
tratamento.
REFLETINDO
Se não trabalharmos pensamentos,
sentimentos e comportamentos, o
tratamento pode se tornar apenas uma
troca intelectual, o que não teria sentido
terapêutico. (Knapp, 2004)
Padrões de comportamento
retroalimentam a disfunção emocional e
cognitiva, e também precisam ser
trabalhados.
“Não despreze a pessoa deprimida.
A depressão é o último estágio da dor
humana.” Augusto Cury
A TCC AUXILIANDO NO TRATAMENTO
DOS DEPRIMIDOS E ANSIOSOS
O que perturba o ser humano
não são os fatos, mas a
interpretação que ele faz dos
mesmos.
Epitectus – Século I
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 Rangé, Bernard. Psicoterapias cognitivo-
comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. Porto
Alegre: Artmed, 2001
 • Knapp, Paulo. Terapia cognitivo-comportamental na
prática psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed, 2004
 Federação Brasileira de terapias cognitivas
www.fbtc.org.br

Você também pode gostar