Você está na página 1de 103

HISTÓRIA DA TERAPIA

COGNITIVO
COMPORTAMENTAL
Conhecer a história do desenvolvimento da terapia cognitivo comportamental
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   
  

ATENÇÃO.....
Acesse o link e leia a introdução e a origem, desenvolvimento e princípios das
terapias cognitivas.
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbtc/v3n2/v3n2a06.pdf

Ao final da década de 60, após um movimento crítico aos modelos estritamente


comportamentais, começam a surgir as terapias cognitivas, diferenciando o estímulo
resposta, as abordagens cognitivas entendem que existe um processo de cognição que
media o pensamento.
Uma mesma situação pode acontecer com pessoas diferentes, provocando respostas
diferentes e essa diferenciação se dá pela mediação cognitiva que pode fazer com que
um evento produza ansiedade em uma ou ameaça em outra.  
Um dos principais autores, Aaron T. Beck, psicanalista e professor na Universidade da
Pensilvânia desenvolveu uma nova forma de terapia a qual nomeou "terapia
cognitiva", acreditava que para a aceitação da psicanálise pela comunidade médica,
era preciso ter validação empírica. Dedicou-se a uma série de experimentos buscando
essa validação e os resultados de seus experimentos o levaram a criação de um
tratamento curto para a depressão, no entanto, acabou observando novos fenômenos e
criou a sua própria abordagem (BECK, 2011).
Porém, existem diferenças entre as abordagens cognitivas e Caro Gabalda (1997)
propôs uma classificação em três modelos: de reestruturação cognitiva, cognitivo-
comportamentais e construtivistas. Os modelos de reestruturação cognitiva se atentam
ao que a pessoa acredita, que pode se diferenciar ao que ela pensa ou diz, neste
modelo a principal preocupação é buscar as crenças existentes e estas serem
modificadas. Já os modelos cognitivos comportamentais preconizam o pensamento
como resultado de condicionamentos e também como ferramenta de transformação
para novas habilidades cognitivas. Os modelos construtivistas partem do princípio que
os seres humanos não são seres passivos aos eventos do ambiente ou seja, somente se
comportam e estão suscetíveis ao que os acontece, mas são proativos e isso produz
desenvolvimento pessoal.
Como foi observado ao longo da leitura e dos comentários do tópico, a TCC surgiu da
insatisfação com as explicações e tratamentos existentes na época, e com o
crescimento das ciências cognitivas floresceram novas formas explicativas de
entender o ser humano.
Conhecer o momento histórico e influencias das abordagens teóricas é importante para
entendermos as diversas influencias sobre a abordagem que escolhemos e vislumbrar
os diversos fatores que envolvem seus pressupostos teóricos básicos.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO   
1
Questão   / 4

A partir da leitura do texto e comentários do tópico,  podemos considerar que:


Existe uma única abordagem que pode ser denominada de Terapia Cognitivo
Comportamental.
Somente Beck e Ellis possuem importância na TCC.
Existem várias terapias denominadas cognitivo comportamentais.
CORRETO

A TCC surgiu como subproduto de pesquisas vinculadas a satisfação com as abordagens


psicodinâmicas e comportamentais em 1960.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO   
2
Questão   / 4

Defensor da mediação cognitiva que foi um dos maiores críticos ao modelo operante:
Freud
Bandura
CORRETO

Ellis
Beck

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO   
3
Questão   / 4

Leia as afirmativas sobre as abordagens cognitivas:


I -  A abordagens denominadas cognitivas pressupõem que a cognição tem um papel
mediador sobre o comportamento.
II -  A interpretação de um indivíduo frente a um evento produz uma avaliação cognitiva
(interpretação), a qual irá influenciar as emoções e ações.
III - A teoria do processamento da informação não influenciou as terapias cognitivas.
  É correto o que se afirma em:
I apenas
I e III
I e II
CORRETO

III apenas

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO   
4
Questão   / 4

Abordagem da TC que  que defende que o papel das emoções são preponderantes na
influência do comportamento:
Terapia Racional Emotiva
Teoria da aprendizagem social
Terapia Cognitivo comportamental
Cognitivo construtivista
CORRETO
A PRÁTICA DA TCC NO BRASIL
Conhecer sobre os primórdios da TCC no Brasil
PROF. ERICA PINTO

Acesse o livro abaixo indicado na Biblioteca virtual e leia o capítulo 1 (páginas 15- à
35).

OLIVEIRA, Margareth da Silva; ANDRETTA, Ilana (org.). Manual prático de


terapia cognitivo-comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. E-book.
Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/2560/pdf

Como visto a história da TCC no Brasil se inicia na década de 80 e a partir da prática


e aprimoramento dos profissionais se construiu como importante abordagem para
tratamento direto à doenças específicas. Muitos profissionais partem de abordagens
comportamentais tradicionais e adotam o modelo cognitivo como complementar e
conforme apresentado em sua prática utilizam muitas vezes, dentre os modelos de
Caro Gabalda, a combinação de alguns para a atuação.
Importante mencionar que na década de 80 deu-se o início de um período que hoje já
nos é impensável, o acesso a meios digitais, a internet e com isso a possibilidade do
estreitamento com produções científicas que aconteciam em outras partes do mundo.
É possível perceber uma crescente popularização da aplicação da terapia cognitiva no
Brasil e cada vez mais profissionais que possuem essa especialidade são solicitados
em outras áreas do conhecimento para prática interdisciplinar.
A inclusão da disciplina em grades curriculares dos cursos de graduação, a
implantação de cursos de especialização e a construção de conhecimento acadêmico
por profissionais em mestrados e doutorados também proporciona a ampliação do
campo. Como consequência a publicação de estudos e material acadêmico concretiza a
eficácia e a divulgação dos resultados da TCC.
E para a consolidação é importante a criação de instituições, congressos e simpósios
voltados para essa troca de experiências e a constituição de novos saberes e práticas.
Os núcleos de estudos e associações promovem a continuação e o aprimoramento de
estudos e consequentemente da prática, oferecendo aporte para a formação.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO  
1
Questão   / 3

A história da TCC no Brasil tem suas origens a partir de qual abordagem:


Psicanálise
Análise do Comportamento
CORRETO

Gestalt
Psicologia Positiva

2
Questão   / 3

Podemos afirmar que a prática na TCC no Brasil:


Se iniciou na década de 1960 de maneira concomitante com outros países.
Teve início apenas após a organização da Sociedade Brasileira de Terapia Cognitivo
Comportamental em 1992.
Surgiu a partir da organização da primeira Associação das Terapias Cognitivas,
organizada por psiquiatras do Rio de Janeiro.
Surgiu no final da década de 1980, a partir da popularidade  da TC em função de sua
eficácia.
CORRETO

3
Questão   / 3

Os transtornos de ansiedade foram o foco de Lotufo Neto e colaboradores com a criação


do:
AMBAN ? No instituto de psiquiatria da Unifesp
AMBAN ? No instituto de psiquiatria da FM ? USP
CORRETO

AMBULIM - No instituto de psiquiatria da FM ? USP


AMBAN ? No instituto de psiquiatria da Unesp

BASES CONCEITUAIS DA
TERAPIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL
(PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS,C CRENÇAS
INTERMEDIÁRIAS E CRENÇAS
CENTRAIS)
Conhecer conceitos da estrutura cognitiva

NESTE TÓPICO
 Referências
NESTE TÓPICO
 Referências
Marcar
tópico
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   
  

ATENÇÃO !!!
Acesse o link abaixo e leia a partir da página S 56 a S 63.
https://www.scielo.br/pdf/rbp/v30s2/a02v30s2.pdf
 

Como já explicitado na história da TCC, esta abordagem preconiza que as cognições


influenciam as emoções e o comportamento e este também age sobre a maneira como
pensamos e sentimos.
Aaron T. Beck partindo de conceitos psicanalíticos percebeu a importância da relação
entre o aspecto cognitivo e comportamental e a possibilidade de propor essa interação
e não mais campos separados. Desde a década de 60 ocorreu a unificação das questões
cognitivas e comportamentais na prática da psicoterapia. O modelo cognitivo
comportamental básico explicita esta interação.

   

Podemos observar que não são atividades isoladas o comportamento, a emoção, a


avaliação cognitiva e o evento, eles são interligados e não acorrem em separado um do
outro. A partir disto existem três níveis de processamento cognitivo, a consciência que
é o mais alto nível de atenção e permite a tomada de decisões contemplando o
ambiente presente, experiências passadas e planejamento futuro.  A seguir o
detalhamento de cada um:
Pensamentos automáticos: nível mais superficial da cognição,  emergem de forma
rápida na mente a partir da nossa interação com o ambiente externo ou interno, essas
cognições não costumam ser analisadas criticamente, comumente ligados à fortes
reações emocionais. Os pensamentos automáticos são privativos ou não declarados e
vem a tona a partir da nossa avaliação das situações que vivenciamos, seu conteúdo
pode ser verdadeiro ou distorcido.   Podemos ter acesso a seu conteúdo a medida que
voltamos a atenção a eles.
Crenças intermediárias: também chamados de pressupostos subjacentes ou
pressupostos condicionais,  estão subjacente aos pensamentos automáticos, constituem
o segundo nível da cognição, são descritos em forma de regras ou normas que regem
nosso comportamento, expressos a partir de afirmações como: tenho que, devo, se ....
então..... Exemplos ? se eu fizer o que me pedem então não se afastarão de mim?, ?
Devo ser perfeito em tudo que faço? ?Tenho que tirar nota dez sempre?.
Crenças centrais: também conhecidas como crenças nucleares, são o terceiro nível da
consciência, é mais profundo e arraigado, se constituem a partir da interação de
aspectos genéticos com o ambiente no qual o indivíduo está inserido. Se originam
desde as primeiras experiências infantis e se fortalecem a medida que crescemos e
estruturam a forma como avaliamos a nós mesmos, as outras pessoas e o mundo.
Podem irracionais/disfuncionais e estas podem ser agrupadas em três grupos, a saber
crença de desamparo, desamor e desvalor, cada qual com favorece uma forma
específica do indivíduo perceber o mundo.
Alguns autores utilizam os termos crenças centrais e esquemas como sinônimos, no
entanto, existem diferenças. Os esquemas são estruturas cognitivas que armazenam os
conteúdos de representações internas (crenças), provenientes do processamento de
informações.
A partir de novas  pesquisas sobre o processamento de informações, sabemos
esquemas podem ser formados ao longo da vida e que sua constituição não se dá na
consciência imediata. Após formados passam a operar automaticamente, em terapia o
acesso é possível a partir da utilização de várias técnicas.
Para o terapeuta cognitivo comportamental é importante conhecer a história do
paciente e o estabelecimento do problema, mas é essencial conhecer a estrutura
cognitiva do paciente, pois permitirá o entendimento de como o paciente percebe os
eventos, o que é feito a partir da conceitualização cognitiva, contida na formulação de
caso será estudada em tópico específico.
As estruturas cognitivas estão relacionadas entre si, e  o nível de cognição mais
acessível são os pensamentos automáticos. Estes podem ser identificados e
flexibilizados a partir de técnicas de reestuturação cognitiva, questionamentos
socráticos, experimentos nos quais se teste sua validade. Ao término do processo
terapêutica espera-se que o paciente seja capaz identificar e flexibilizar seus
pensamentos e pensar em estratégias de resolução de problemas sozinho.
A TCC é uma abordagem focada e diretiva que atuará de forma abrangente no
problema do paciente de forma colaborativa. Embora tenhamos falado mais sobre a
estrutura cognitiva e citamos estratégias para modifica-las, não podemos esquecer que
as cognições, emoções e comportamentos se retroalimentam, desta forma quando um
destes aspectos sobre alteração o outro também sofrerá e também podemos trabalhar
de forma a atingi-los concomitantemente.
A TCC foca na resolução de problemas específicos e auxilia o paciente a desenvolver
estratégias de enfrentamento mais adaptativas, para tanto, se utilizará de diversos
recursos terapêuticos que serão descritos ao longo dos outros tópicos da disciplina.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO  
1
Questão   / 3

Qual a diferença entre esquema e crenças?


Não há diferença são sinônimos
Esquema se refere a conteúdo e crença se refere a estrutura
O esquema se refere a estrutura e crença ao conteúdo
CORRETO

O esquema é superficial e acessível e a crença é arraigada e formada na infância.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO  
2
Questão   / 3

Leia a frase a seguir:


?Fiz besteira de novo! Não tem jeito, nunca vou conseguir agradá-la. Não consigo fazer
nada direito. O que adianta??
A frase se refere a:
Pensamento automático
CORRETO

Crença central
Crença subjacente
Esquema

3
Questão   / 3

Aaron Beck, em 1960, fundou a Terapia Cognitivo Comportamental, leia abaixo as


afirmativas sobre os princípios desta abordagem:
 
I- Em sua prática clínica a TCC valoriza intervenções dirigidas à mudança de
pensamentos, no entanto, essa não é a única forma de intervenção.
II- É imprescindível, a atenção para o afeto, pois sem isso a reestruturação cognitiva não
aconteceria.
III- A atenção ao comportamento manifesto, não é valorizada, pois padrões
comportamentais não possuem função nas disfunções e não precisam ser foco de
intervenção.
IV - Para se atingir o objetivo da mudança comportamental, os processos e mecanismos
cognitivos devem ser alvo de intervenções exclusivamente.
 
É verdadeiro o que se afirma em:
I e IV
II e III
I e II
CORRETO

III e IV

AVALIAÇÃO COGNITIVO
COMPORTAMENTAL
Entender o processo de avaliação na terapia cognitivo comportamental

Acesse o livro abaixo indicado na Biblioteca virtual e leia o capítulo 7 (páginas 135 - à 146).
OLIVEIRA, Margareth da Silva; ANDRETTA, Ilana (org.). Manual prático de terapia cognitivo-
comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. E-book. Disponível na biblioteca virtual.

A partir da leitura prévia pode-se perceber que a avaliação comportamental objetiva não só
perceber comportamento e as emoções apresentadas, mas o critério fundamental é a percepção
de como o indivíduo os percebe. Para que haja a modificação de pensamentos e crenças
disfuncionais o paciente precisa saber identificá-los, compreender o motivo pelos quais ele se
comporta da maneira em que está.

A avaliação deve ser feita no início do contato,,    possibilitando a criação de um plano de


intervenção a partir da queixa apresentada, porém esse plano e a avaliação devem ser repensados
a qualquer momento do tratamento. O psicólogo é um investigador que precisa criar hipóteses
para a resolução dos problemas junto ao paciente, desta maneira a avaliação é a criação desta
hipótese e as perguntas realizadas, as tarefas concluídas devem corroborar com a confirmação da
hipótese. Ao longo do caminho caso as respostas sejam diferentes das esperadas levando à criação
de outras hipóteses o psicólogo deve reavaliar e modificar seu plano de intervenção caso
necessário.

Os problemas identificados e essas hipóteses criadas são categorizadas para que seja facilitado o
processo junto ao indivíduo e lembrando que mais do que ouvir, é fundamental entender como
esses problemas são percebidos, tornando possível compreender o que pode estar mantendo os
problemas apresentados.

As autoras apresentam o questionário multimodal para que um olhar mais amplo sobre o
indivíduo seja possível e o próprio ao respondê-lo já é capaz de perceber melhor a si.
Complementando com o automonitoramento, o paciente torna-se com o passar do tempo capaz
de se comportar e se atentar ao seu próprio comportamento e pensamentos, atualmente existem
aplicativos para celular que podem ser incorporados à rotina, como um diário de emoções e
produzem relatórios dessa percepção que podem ser trabalhos material para o trabalho nas
sessões e na reavaliação das hipóteses.

Ao aplicar as escalas e inventários o terapeuta deve garantir que o paciente tenha a compreensão
do conteúdo e esteja confortável, uma postura acolhedora e não intimidadora pode produzir
efeitos nas respostas. As escalas e inventários proporcionam a elaboração de um plano de
intervenção e também as prioridades para a resolução dos problemas apresentados. É importante
o terapeuta saber que a construção dessa intervenção é sempre em conjunto com o paciente,
percebendo através das respostas obtidas e de todos os aspectos observados como por exemplo
comportamentais, fisiológicos, cognitivos e emocionais quais são possíveis de resolução
inicialmente. A régua de prontidão para mudança é um exemplo claro daquilo que o indivíduo está
emocionalmente pronto para resolver e o que ainda não é possível propor mudança.

Todos os instrumentos e técnicas apresentadas são importantes para a identificação do paciente


em diferentes aspectos, porém ao colocá-las em prática para a avaliação é importante o psicólogo
nunca perder a essência do contato. As ferramentas devem ser utilizadas como meio para a
construção da relação terapêutica e da consecução dos objetivos traçados.

Outro aspecto importante do processo de avaliação é que a intervenção nunca deve ser pautada
apenas nos dados produzidos por ela. Comumente a avaliação ocorre na sessão inicial e nas
sessões subsequentes    dados mais pormenorizados da queixa e história de vida do paciente são
investigadas, assim o terapeuta terá elementos para realizar a formulação do caso e pensar nas
estrátégias que serão utilizadas.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO   

Questão 1 / 3

Identifique a técnica recomendada para mensurar a motivação do paciente para a mudança do


paciente:

Questionário multimodal

Régua de prontidão para mudança

Automonitoramento

Escala de Herth

uestão 2 / 3
Avaliação para as diversas funções executivas

Medidas Fisiológicas

Escalas Beck

Avaliação neuropsicológica

Young Schema Questionnaire (YSQ)

Questão 3 / 3

A avaliação é importante para:

I - Identificar como a pessoa se comporta de determinada maneira diante uma situação específica,
bem como identificar pensamentos disfuncionais.

II- Somente os instrumentos que podem mensurar os comportamentos e cognições são


importantes na avaliação.

III- A avaliação auxilia na formulação de caso, compreender os aspectos cognitivos e no


estabelecimento do plano de tratamento.

É correto o que se afirma em:


I e II

II e III

III apenas

I e III

CORRETO

FORMULAÇÃO E
CONCEITUAÇÃO DE CASOS
Compreender a importância da realização da formulação de caso para a prática da
TCC
NESTE TÓPICO

Marcar
tópico
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   
  
ACESSE O CAPÍTULO INDICADO ABAIXO ANTES DE
CONTINUAR A LEITURA DO TÓPICO
Acesse o livro abaixo indicado na Biblioteca virtual e leia os capítulos   9 e 10
(páginas 163 - à 177).

OLIVEIRA, Margareth da Silva; ANDRETTA, Ilana (org.). Manual prático de


terapia cognitivo-comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. E-book.
Disponível na biblioteca virtual.
É importante salientar que alguns autores consideram formulação de caso e
conceituação/conceitualização de caso como sinônimos, no entanto, outros consideram
que a formulação contêm a conceitualização.  A conceitualização se refere a
investigação e posterior retrato do funcionamento cognitivo do paciente, a maneira
como estas cognições comportamentos, emoções e respostas fisiológicas interagem
entre si.
Já a formulação é pode ser entendida como uma ferramenta resultante de um processo
de escuta e avaliação do problema apresentado pelo paciente, que fornecerá elementos
para a compreensão desse funcionamento maladaptado e perpectivas de intervenção,
bem como possibilita uma revisão contínua ao longo de todo o processo terapêutico. 
Ao iniciar o processo terapêutico, além da avaliação é importante realizar nos
primeiros atendimentos uma investigação ampla de diversos fatores relacionados ao
problema trazido, tais como processos predisponentes, precipitantes, história de vida,
entre outros, assim pode-se identificar fatores de manutenção e gatilhos.
Mais que uma coleta de informações as dispor em um formulário, a formulação exige
do terapeuta uma escuta ativa e raciocínio clínico. Embora a formulação forneça um
panorama da geral, deve-se focar na compreensão dos processos recentes que mantem
os problemas, nos padrões maladaptados de funcionamento, pontos fortes e frágeis,
auxilia no estabelecimento do diagnóstico clínico do paciente.
A formulação permite o pensar em uma hipótese sobre como tais padrões se
desenvolveram e o que os mantem.  Também fornece os possíveis obstáculos que
podem impedir o processo de mudança do paciente. Desta forma, pode-se afirmar que
a formulação fornece diretrizes pelas quais se estabelece o plano de tratamento, foco e
auxilia na definição intervenções.
A formulação não é um processo estático, mas sim um processo contínuo, visto que
com o passar do tempo e o fortalecimento do vínculo, novas informações podem ser
trazidas pelo paciente. Quando isso ocorre é necessário que o profissional faça uma
revisão da formulação, se esta sofreu alteração e se novas técnicas interventivas
devem ser implementadas.
É importante lembrar, que na TCC, o terapeuta envolve o paciente no processo de
forma a estimular a colaboração deste, tanto na compreensão quanto na definição dos
problemas, por onde e como começar a intervenção, ou seja, a aplicação do empirismo
colaborativo deve acontecer desde os prímeiros momentos da interação da díade
terapêutica.
Outro aspecto importante, é que quando se fala em intervenção, na TCC temos muitos
protocolos definidos para algumas patologias, mas não podemos simplesmente aplicar
o protocolo a partir do diagnóstico. A formulação nos mostra as particularidades de
cada caso, e torna a intervenção individualizada, visto que cada história e problema se
constituiu a partir de vivências específicas de cada paciente.  Tendo o cuidado com a
formulação, o terapeuta não incorrerá no erro de generalizar protocolos de
intervenção, tendo assim mais chances de identificar e manejar os possíveis problemas
decorrentes de fatores, ambientais, culturais e cognitivos do paciente.
A formulação individualizada ainda é de significativa importância frente aos casos
dem que existem comorbidades  e/ou a presença de transtornos  mentais graves, visto
que não se encontram protocolos de tratamento disponíveis, assim formulação irá
fornecer elementos para melhor decisão quanto ao tratamento.
Como sinalizado, existem vários protocolos de atendimento validados para tratar
transtornos específicos, no entanto,  formulação de caso, permite a compreensão
individualizada do sofrimento do paciente, e o terapeuta deve ter isso claro, para não
distorcer os conteúdos trazidos pelo paciente com o intuito de adequar sua história  a
uma formulação ideal.
Em síntese, uma formulação pode normalizar e validar o problema descrito pelo
paciente, promover seu engajamento, visualizar a problemática de forma que
problemas complexos possam ser mais manejáveis, delimita pontos fortes, foco e por
onde iniciar as intervenções, auxilia na escolha das intervenções nas quais há uma
melhor relação custo benefício e auxilia a desenvolver a resiliência.
Embora pareça uma tarefa simples, a formulação exige do terapeuta ampla articulação,
e compreensão do problema,  visto que ela indica caminhos para o plano de tratamento
do paciente, e o terapeuta iniciante terá mais dificuldades em sua realização, desta
maneira é de grande importância a supervisão por profissionais com mais experiência.
Referências
KUYKEN Willem;. PADESKU, Christine A; DUDLEY Robert. Conceitualização de
casos colaborativa: o trabalho em equipe com pacientes em terapia cognitivo-
comportamental. Porto Alegre: Artmed, 2010.
NICOLETTI, Êdela Aparecida; DONADON, Mariana Fortunata (orgs.). Ciclos de
Manutenção em Terapia Cogntivo Comportamental. Novo Hamburgo: Synopsys,
2019.
OLIVEIRA, Margareth da Silva; ANDRETTA, Ilana (orgs.). Manual prático de
terapia cognitivo-comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. E-book.
Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/2560/pdf. Acesso
em: 30 jul. 2020

RELAÇÃO TERAPEUTICA
Conhecer a importância da relação terapêutica no processo de terapia.

NESTE TÓPICO
 Referências
Marcar
tópico
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   
  

ACESSE O CAPÍTULO INDICADO ABAIXO ANTES DE


CONTINUAR A LEITURA DO TÓPICO
Capítulo 11: Relação terapêutica, páginas 193 à 202
OLIVEIRA, Margareth da Silva; ANDRETTA, Ilana (org.). Manual prático de
terapia cognitivo-comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. Disponível
na biblioteca virtual.

Na atualidade é um consenso que a qualidade da relação terapêutica é um fator


preditivo de resultados positivos no tratamento psicológico, independente da
abordagem teórica seguida pelo profissional. Ou seja, existe uma forte associação
entre sucesso no tratamento com o vínculo estabelecido entre o terapeuta e o paciente.
Na abordagem da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), a relação terapêutica não
é o principal processo utilizado para a mudança, no entanto, é importante propiciar um
ambiente afetivo, empático, positivo e autêntico o estabelecimento de uma aliança
terapêutica forte. 
Em TCC é comum encontrar  o termo empirismo colaborativo para descrever a
relação terapêutica, o termo descreve as características até agora elencadas no tópico,
e também se refere a um estilo terapêutico no qual o psicólogo envolve o paciente em
um processo colaborativo desde as primeiras sessões. Assim, o paciente é solicitado a
assumir a responsabilidade pelo seu processo de mudança juntamente com o
psicólogo, se formando uma díade terapêutica, a qual irá trabalhar de forma
compartilhada no estabelecimento de metas, agenda, troca de feedbacks, identificação
de pensamentos e comportamentos disfuncionais, estabelecimento de novas estratégias
e experimentos comportamentais. 
Notamos um grau de atividade acentuado do terapêuta, principalmente nas
fases iniciais, nas quais o paciente se encontra mais sintomático, a intenção é fornecer
estrutura e ritmo ao processo, otimizar o tempo de sessão, colher dados para realizar a
formulação do caso e implementar as estratégias da TCC.
Wright (2019) compara o terapeuta a um professor que transmite o saber de forma
colaborativa e utiliza para tanto o método socrático, visando motivar o paciente a se
envolver no processo. Ele ainda aponta atributos da relação terapêutica que podem
promover a efetividade ao processo de "treinamento":
 Amigável: As pessoas são mais receptivas quando se
transmite a informação de forma positiva e construtiva.
 Engajado: Aqui o terapêuta precisa envolver o paciente
em questionamentos socráticos e pensar em ações nas
quais o mobilizem.
 Criativo: Utilização dos pontos fortes do paciente para
estabelecer formas diferentes na resolução dos problemas
apresentados.
 Capacitante: Aqui podemos pensar no caráter educativo
da TCC e oferecer possibilidades para mudança.
 Orientado para ação: existe um processo ativo no qual
paciente e terapêuta trabalham para a aprendizagem de
novas formas de enfrentamento dos problemas no
cotidiano.
Segundo Wright (2019), é importante ressaltar que as pessoas buscam terapia por uma
grande variedade de fatores, não sendo sensato estabelecer uma forma de relação
terapêutica monolítica (que serve para todas as situações), e sim adotar uma postura
flexível e personalizada para cada paciente, entretanto, o terapeuta deve ficar atento
para não ferir princípios éticos e características do quadro do paciente, visto que
poderá ter impacto negativo na relação terapeutica e no tratamento do paciente.
Outro ponto que o autor nos chama a atenção é a necessidade de atentar para a
existência da transferência e contratransferência, visto que estas podem interferir no
estabelecimento de uma relação terapêutica colaborativa.
Em outras abordagens o conceito de transferência é entendido como um fenômeno que
reedita as formas de relacionamentos com pessoas significativas da vida do paciente
(pai, mãe, chefe, etc). Na TCC o foco se dá mas formas de pensar e agir que se
repetem no ambiente terapêutico, e as estratégias específicas da abordagem são
utilizadas como recurso terapeutico, técnicas que serão discutidas em tópicos
posteriores. 
Já o conceito de constratransferência está relacionado à ativação de crenças e
pensamentos do terapeuta que podem afetar o processo. O terapeuta deve estar atento
à suas emoções, cognições e comportamentos que podem ter em relação ao paciente,
caso perceba a existência da contratransferência pode lançar mão da aplicação das
estratégias cognitivas para alteração destas. A procura por supervisão de um
profissional mais experiente ou a terapia são recursos importantes que também podem
ser considerados pelo terapeuta.
Ficou evidenciado ao longo do tópico as características e a importância
do estabelecimento saudável da relação terapêutica essenciais para a construção
do vínculo  da diáde terapêutica (paciente e terapeuta), visto que somente assim se
construirá a colaboração conjunta na definição dos problemas e adoção de
intervenções efetivas.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO   
1
Questão   / 4

Wright (2019) aponta atributos da relação terapêutica que podem promover a efetividade
ao processo de "treinamento":
Amigável no qual o terapeuta precisa envolver o paciente em questionamentos socráticos
e pensar em ações nas quais o mobilizem.
Engajado, no qual se utiliza os pontos fortes do paciente para estabelecer formas
diferentes na resolução dos problemas apresentados
Criativo, quando se transmite a informação de forma positiva e construtiva.
Capacitante, que tem um caráter educativo da TCC e oferece possibilidades para
mudança.
CORRETO

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO   
2
Questão   / 4

Sobre as barreiras que dificultam e impedem a qualidade de estabelecimento de um bom


relacionamento terapêutico:
I - Dificuldade em introduzir as técnicas e fraca socialização do paciente.
II- Ideias e crenças sobre o fracasso na terapia.
III - Falta de motivação para o tratamento
É correto o que se afirma em:
I e II apenas
II e III apenas
I, II e III
CORRETO

I e III apenas
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO   
3
Questão   / 4

Sobre as barreiras que dificultam e impedem a qualidade de estabelecimento de um bom


relacionamento terapêutico:
I - Dificuldade em introduzir as técnicas e fraca socialização do paciente.
II- Ideias e crenças sobre o fracasso na terapia.
III - Falta de motivação para o tratamento
É correto o que se afirma em:
I e II apenas
II e III apenas
I, II e III
CORRETO

I e III apenas

4
Questão   / 4

?Um estilo terapêutico no qual o psicólogo envolve o paciente em um processo


colaborativo desde as primeiras sessões?. Esse trecho se refere ao conceito de:
Empatia
Empirismo colaborativo
CORRETO

Transferência
Contratransferência

TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS
Neste tópico, vamos apresentar e exemplificar algumas técnicas comportamentais na
prática diária do psicoterapeuta.
NESTE TÓPICO

Marcar
tópico
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   
  

Ativação comportamental
Procedimento que envolve o paciente em um processo de mudança e estimula o
movimento positivo e a esperança. O psicoterapeuta auxilia o cliente a escolher uma
ou duas atitudes que podem fazer diferença na maneira como ele se sente e, a seguir, o
auxilia a trabalhar em um plano para colocar em prática a atividade. A ativação
comportamental usualmente é utilizada nas primeiras sessões, visando o envolviemnto
do paciente com uma tarefa que lhe é prazerosa, antes da investigação mais
promenorizada (WRIGHT, BASCO, THASE, 2008).
Planejamento de Tarefas Graduais (PTG)
O  PTG  é um método que visa fragmentar uma tarefa complexa e grande em
seguimentos realizáveis, para tanto, se divide em pequenas partes que podem ser
concretizadas. Assim em as atividades tornam-se executáveis aos olhos do paciente o
que facilita sua execução.
A psicoeducação é importante antes da realização do planejamento de tarefas graduais,
e podemos estimular o paciente a observar seus pensamentos e avaliar a sua validade
antes de se envolver com a tarefa. No geral, pensamentos dictomicos (tudo ou nada),
tais como perfeito ou imperfeito), costumam atrapalhar a execução da tarefa.
A realização do PTG consiste em fazer uma lista das partes de uma determinada
situação e a seguir colocá-las em uma sequência lógica. Como existem muitas formas
de enfrentar uma situação não-resolvida, é necessário discutir várias abordagens
possíveis antes de desenvolver um plano de ação específico. Alguns exemplos de
PTG: preencher a declaração do imposto de renda, procurar um emprego, apresentar
um seminário em aula (WRIGHT, BASCO, THASE, 2008).
Ensaio comportamental
Qualquer atividade comportamental que o terapeuta deseje que o cliente realize fora
da terapia pode ser em primeiro lugar ensaiado na sessão para:

1. verificar a capacidade do cliente de realizar a tarefa;

2. praticar as habilidades cognitivo-comportamentais;

3. dar uma devolutiva ao cliente;

4. identificar possíveis dificuldades;

5. treinar o cliente para garantir que a atividade será bem sucedida.

Um ensaio comportamental para ser assertivo ao comunicar-se com outras pessoas


deve:

1. Começar com uma ideia geral.

2. Ajudar o cliente a moldar sua ideia em uma linguagem clara.

3. Usar o método intercalado de frases, na sequência, positivo, negativo,


positivo, no processo de comunicação.

4. Fazer um role-play da interação com o cliente.

5. Evocar as previsões do cliente para a situação.

O ensaio comportamental é extremamente útil na Terapia cognitivo-comportamental,


apresentarei a seguir alguns exemplos: praticar o treinamento de respiração para
reduzir a ansiedade, estratégias para cessar rituais compulsivos, comunicação eficiente
com o médico que prescreve um determinado medicamento ( WRIGHT, BASCO,
THASE, 2008).
Modelagem
A modelagem é um procedimento que é considerado uma técnica decorrente do
método de aproximações sucessivas, ou mudanças graduais, e é empregada sempre
que se pretende instalar/ensinar um desempenho complexo no repertório
comportamental (MATOS; TOMANARI, 2002).
Para tanto, estabelece-se o(s) objetivo(s) e, a partir do repertório inicial (linha de
base) do indivíduo, são definidos os passos que comporão o processo para que o
repertório final desejado seja atingido.
Assim, parte-se de respostas mais simples e que, de alguma forma, fazem parte do
repertório comportamental do indivíduo ou que, pelo menos, tenha alguma conexão
com a classe final de respostas esperadas. Daí, a cada passo "alcançado" pelo
indivíduo - instalado por meio de reforçamento diferencial; isto é, apenas respostas
compatíveis produzem consequências reforçadoras - segue-se um passo seguinte até o
passo final.
Pode ser empregada quando:
1. O indivíduo apresenta dificuldades especiais, como transtornos de desenvolvimento
(por exemplo o Transtorno do Espectro Autista - TEA) ou déficits de repertório
(pessoa com repertório escasso de assertividade ou de habilidades sociais).
2. Os pré-requisitos necessários para aquilo que se pretende ensinar/instalar estão
ausentes do repertório do indivíduo (respostas fundamentais para a leitura e escrita,
por exemplo, em pessoas que não contam com repertório mínimo neste sentido)
No CONTEXTO CLÍNICO, há constantemente a modelagem do comportamento
verbal do cliente, na medida em que seu relato vai se tornando mais preciso e mais
descritivo de suas relações. O psicoterapeuta, neste caso, vai - via reforçamento
diferencial - selecionando o relato verbal de seu cliente acerca de qualquer conteúdo.
Segundo Regra (2004), enquanto o cliente relata assuntos que, em sua história de vida,
foram seguidos de críticas ou reprovação, e, no setting psicoterapêutico, não há
quaisquer restrições ou impedimentos para tais relatos, o psicoterapeuta favorece ao
cliente o relato de assuntos relevantes a este. Assim, tais relatos aumentam em
frequência, tornando acessíveis ao psicoterapeuta que, por sua vez, contará com mais
recursos/conteúdos para analisar funcionalmente. Acredita-se que, a partir desse
refinamento, torna-se possível o processo de  AUTOCONHECIMENTO, uma vez
que o cliente vai identificando, nomeando e descrevendo as variáveis das quais seus
comportamentos (públicos e, especialmente, privados - sentimentos e pensamentos)
são função.
Dessensibilização sistemática
A dessensibilização sistemática (DS) foi, inicialmente, descrita por Wolpe, no final da
década de 40, a partir do procedimento de relaxamento progressivo que Jacobson
desenvolveu em 1938 (WOLPE, 1973).
A racional para essa concepção da técnica baseia-se na ideia de Wolpe de que os
efeitos obtidos por meio do relaxamento são opostos aos efeitos da ansiedade. Desta
maneira, então, quando o relaxamento é apresentado como o contraponto aos eventos
eliciadores de ansiedade, é possível que os efeitos do relaxamento tenham a função de
inibir a resposta de ansiedade que esses estímulos eliciam.
Foi uma técnica amplamente difundida e bastante empregada, a partir da década de 80,
para o tratamento da ansiedade e comportamentos evitativos (esquiva).   Zamignani
(2004) descreve que a literatura destaca a aplicação da DS para o tratamento da
ansiedade e medo diante de diversas situações, tais como eventos sociais, doenças
diversas, medo de sangue e ferimentos, morte; animais; encontros sexuais, anorexia,
dentre outros.
Basicamente, a técnica se constitui nos seguintes elementos:

 Treino em técnicas de relaxamento.

 Desenvolvimento de uma escala de ansiedade subjetiva

 Planejamento de exposição gradual a evento(s) que elicia(m) respostas


de ansiedade e/ou esquiva.

 Pareamento de eventos eliciadores de ansiedade com o relaxamento


(principalmente por meio de imaginação).

A DS pode ser desenvolvida por imaginação ou pela exposição "ao vivo" ao evento
eliciador de ansiedade, enquanto são aplicadas as técnicas de relaxamento.
OBSERVAÇÃO:
Wolpe (1973) enfatizava que a aplicação da DS deveria ser empregada, após uma
consideração adequada do psicoterapeuta sobre o seu uso. Indica, então, que antes da
aplicação propriamente dita, o psicoterapeuta:
(a) "Corrija concepções errôneas", fornecendo, para tanto, informações adequadas - ao
cliente - acerca do evento temido pelo mesmo;
(b) "Realize um treino afirmativo" que é uma forma de treino de assertividade.
Treinamento de relaxamento
O objetivo desta técnica é ajudar os pacientes a aprenderem a atingir uma resposta de
relaxamento,  um estado de calma física e  mental. O relaxamento muscular é um dos
principais recursos para conseguir a resposta de relaxamento. Ensina-se aos pacientes
a soltar gradualmente a tensão em grupos musculares por todo o corpo.
Ao passo que a tensão muscular diminui, o sentimento subjetivo de ansiedade
normalmente diminui.
A seguir descreveremos um método para treinamento de relaxamento elaborado por
Basco (Wright, Basco, Thase, 2008, p. 127):
1."Explique a linha de raciocínio do treinamento de relaxamento. Antes de começar a
indução do relaxamento, dê ao paciente uma visão geral das razões para usar o
treinamento de relaxamento. Também explique rapidamente o método geral.
2. Ensine os pacientes a classificarem a tensão muscular e a ansiedade. Use uma
escala de 0 a 100, na qual 0 equivale a nenhuma tensão ou ansiedade e 100 representa
tensão ou ansiedade máxima.
3. Explore a amplitude da tensão muscular. Como o foco do treinamento de
relaxamento está primordialmente na redução da tensão muscular, em geral é útil pedir
ao paciente que tente apertar o punho ao nível máximo (100) e depois soltá-lo
completamente relaxado até uma classificação de 0 ou ao nível mais baixo de tensão
que conseguir. Em seguida, pode-se pedir ao paciente para tentar apertar uma mão ao
nível máximo, ao mesmo tempo relaxando a outra mão o máximo possível. Esse
exercício normalmente mostra ao paciente que ele pode ganhar controle voluntário
sobre seu estado de tensão muscular.
4. Ensine ao paciente métodos para reduzir a tensão muscular. Começando pelas mãos,
procure ajudar o paciente a alcançar um estado de relaxamento total (classificado
como 0 ou perto de 0). Os principais métodos utilizados na terapia cognitivo-
comportamental são: a) exercer controle consciente sobre os grupos musculares por
meio do monitoramento da tensão e dizendo a si mesmo para relaxar os músculos; b)
alongar os grupos musculares visados até sua amplitude total de movimento; c) fazer
uma automassagem delicadamente para abrandar e relaxar os músculos rígidos; d)
usar imagens mentais tranquilizadoras.
5. Ajude o paciente a relaxar sistematicamente cada um dos grupos musculares do
corpo. Depois que o paciente atingir um estado de relaxamento profundo das mãos,
peça-lhe que permita que o relaxamento se espalhe por todo o corpo, um grupo
muscular de cada vez. Uma sequência comumente usada é mãos, antebraços, braços,
ombros, pescoço, cabeça, olhos, rosto, peito, costas, abdome, quadris, coxas, pernas,
pés e dedos dos pés. No entanto, pode-se escolher qualquer sequência que você e o
paciente acreditem funcionar melhor para ele. Durante essa fase da indução, todos os
métodos do passo 4 que provaram ser úteis podem ser repetidos. Em geral,
descobrimos que alongar permite que o paciente encontre grupos musculares
especialmente tensos que podem exigir maior atenção.
6. Sugira imagens mentais que possam ajudar no relaxamento. As imagens mentais
que você sugerir (ou que forem evocadas pelo paciente) podem desviar a atenção de
pensamentos de preocupação e ajudá-lo a se concentrar em alcançar uma resposta de
relaxamento. Por exemplo, a indução recomendada por Basco (2007) contém
instruções como: a) "imagine os músculos de seus ombros sendo torcidos como um
pano de prato molhado. Solte seus ombros como se estivesse destorcendo e sacudindo
o pano de prato";  e b) "deixe suas tensões derreterem e escorrerem por seus dedos,
caindo no chão como gelo derretendo lentamente". Use um tom de voz calmo, suave e
genuíno ao sugerir essas imagens.
7. Peça ao paciente para praticar o método de indução de relaxamento regularmente.
Em geral, leva um bom tempo de prática até que os pacientes possam dominar a
técnica de relaxamento profundo. Portanto, é útil sugerir que os pacientes realizem os
exercícios de relaxamento como tarefa de casa.  Quando o relaxamento faz parte do
plano de tratamento para transtornos de ansiedade, é importante conferir o progresso
do paciente na aplicação dessa técnica em sessões posteriores.
Imagem mental que auxilia o relaxamento

Vale ressaltar que as técnicas comportamentais são inseridas na abordagem da TCC de


forma distinta. Se um paciente deprimido está com reduzido nível de atividade ou
inseguro quanto a estabelecer metas devido sua baixa expectativa sobre ele mesmo e
seu futuro, o terapeuta deve utilizar a ativação comprtamental, e de forma colaborativa
com o paciente, auxiliá-lo a investigar se a sua forma de perceber a si mesmo, o
mundo e seu futuro estão distorcidas. 
Por exemplo, uma mulher deprimida pode acreditar que é incapaz de fazer
a sobremesa favorita de seus netos para o fim de semana. Também acredita que não
tem forças para sair da cama por muito tempo, inclusive para preparar a sobremesa.
Visando reunir evidências sobre suas habilidades culinárias e expectativas quanto a
preparação da sobremesa, o terapeuta a estimula a classificar (de 0 a 10) suas
habilidades e o prazer que sentiria em preparar essa sobremesa para os netos e
compará-las com o que poderia sentir e pensar após ter concluído a tarefa.
Provavelmente, ela receberá elogios que a ajudarão a perceber que suas impressões
estavam equivocadas. Os pacientes deprimidos tendem a apresentar pouco valor sobre
suas capacidades, e costumam se surpreender quando executam de forma adequada a
tarefa proposta, o que os ajuda a perceber novas perspectivas.
Esses pacientes são incapazes de avaliar seus pensamentos objetivamente, assim
precisam ser submetido a um teste de realidade, e muitas vezes, devemos os estimular
a fazer isso de forma gradual, começando com aqueles mais fáceis e depois avançando
para os mais complexos, desta maneira irá adquirir um repertório adequado de
enfrentando às situações.
Uma boa parte das estratégias da TCC é focada na solução de problemas, assim é
necessário auxiliar o paciente a definir o problema, pensar em alternativas e
experimentar em seu ambiente natural. No entanto, vários cuidados devem ser
tomados, e o ensaio no consultório, objetivando agregar ou fortalecer estratégias
comportamentais e cognitivas, antecipando possíveis problemas na execução bem
como formas de lidar com eles, aumentam a probalidade de sucesso durante a
execução. Para tanto, o terapeuta lança mão de várias estratégias já descritas nos
tópicos anteriores, tais como role-play, treinamento de habilidades, questionamentos
socráticos, dentre outros.
Na atualidade a TC possui diversar modalidades de atendimento, a saber, individual,
grupal, famílias, adultos, adolescentes, crianças e idosos, em diferentes contextos
clínicos.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1
Questão   / 1

O ensaio comportamental é uma importante técnica comportamental, o mesmo para ser


assertivo e eficaz ao comunicar-se com outras pessoas deve:
 
I-   Começar com uma idéia em particular.
II- Ajudar o cliente a moldar sua idéia em uma linguagem clara.
III- Realizar previsões do cliente para a situação, isto é essencial.
É correto apenas o que se afirma em:
I, II.
I, III.
II e III.
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! As alternativas II, e III estão corretas)

I, II e III.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
1
Questão   / 2

Em sua primeira sessão de terapia, uma mulher deprimida pensa que não consegue  a
sobremesa  que  seus netos gostam; na verdade, ela ainda se acha  incapaz de sair da cama
e executar qualquer tarefa,mesmo uma simples sobremesa. O terapeuta utilizou uma
técnica comportamental para auxiliar esta paciente a reduzir os sintomas depressivos,
pediu para que ela preparasse a sobremesa para os netos no próximo domingo, pensasse
em sentir prazer em cozinhar e na alegria de seus netos no momento em que estivessem
comendo a sobremesa. A paciente concordou em realizar a tarefa no próximo domingo.
Identifique que técnica foi utilizada pelo terapeuta nesta sessão:
Ensaio comportamental
Planejamento de Tarefas Graduais
Modelagem
Ativação comportamental
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! Esta técnica é a ativação comportamental).

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
2
Questão   / 2

A Dessensibilização Sistemática (DS) é uma importante técnica comportamental, avalie


as afirmações a seguir sobre esta técnica:
I- A técnica utiliza o treino em técnicas de relaxamento.
II- Realiza o desenvolvimento de uma escala de ansiedade real.
III- Realiza um planejamento de exposição gradual a eventos que eliciam respostas de
ansiedade e/ou esquiva.
IV- Realiza o pareamento de eventos eliciadores de ansiedade com o relaxamento,
principalmente por meio imaginário.
É correto apenas o que se afirma em:
I, II, IV
II, III, IV.
I, II e III.
I, III e IV.
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! As alternativas I, III e IV estão corretas)

TÉCNICAS COGNITIVAS
Apresentar as principais técnicas cognitivas na abordagem Cognitivo-
Comportamental.
NESTE TÓPICO
 Levantamento de Dificuldades e Metas (LDM)
 Ensaio Cognitivo
 Cartões de Enfrentamento
 Identificação dos Pensamentos Disfuncionais
 Registro de pensamentos disfuncionais
 Referências
Marcar
tópico
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   
  

Os métodos cognitivo-comportamentais para o tratamento da depressão, transtornos de


ansiedade, transtornos alimentares, transtornos de personalidade e outros transtornos
psiquiátricos incluem intervenções específicas criadas para reverter a capacidade
diminuída de concluir tarefas e solucionar problemas.  Neste sub-tópico, vamos
apresentar e exemplificar algumas técnicas cognitivas úteis para auxiliar os clientes
com estes transtornos.
Embora tenhamos separado os tópicos em técnicas cognitivas e técnicas
comportamentais, é importante ressaltar que esta separação tem uma função didática,
visto que existem técnicas que afetam ambos, ou seja, processos de pensamento e
padrões comportamentais. Vale ainda recordarmos que existe um processo de
retroalimentação, no qual uma alteração cognitiva implica em mudança
comportamental e vice versa (KNAPP, BECK, 2008).
Outro aspecto a ser evidenciado, é que na prática, muitas vezes, nos utilizamos de
técnicas comportamentais e cognitivas concomitantemente, visando alcançar os
objetivos propostos a partir da formulação de caso (WRIGHT, 2019).
Levantamento de Dificuldades e Metas (LDM)
Após a realização da avaliação inicial, o terapeuta deve estabelecer, junto ao paciente
a LDM, como ponto de partida levará em consideração as diversas áreas da vida
(saúde, autoconceito, trabalho, família, social, entre outros), verificar as dificuldades
encontradas por ele, e estabelecer as metas e submetas que serão alvos de intervenções
na resolução das dificuldades relatadas. As metas devem ser realistas, simples e
mensuráveis.
Exemplo:

Dificuldade Meta Submeta

Dificuldade escolar Melhorar rendimento Organizar rotina de


  estudo

 
Ensaio Cognitivo
Esta estratégia deve ser utilizada após o paciente já ter conhecimento de como
funciona o acompanhamento terapêutico  na abordagem da TCC, assim como ter
utilizado alguma estratégia para identificar e alterar pensamentos. 
O paciente é orientado, durante a sessão, a imaginar a situação temida/ansiogênica,
como se estivesse a experienciando naquele momento, o terapeuta o estimula a
elaborar estratégias de enfrentamento para a superar a situação de forma adequada. O
ensaio cognitivo também pode ser utilizado como uma tarefa de casa entre as sessões,
nesse caso, o ideal é que haja o ensaio durante uma sessão (KNAPP, BECK, 2008;
WRIGHT, 2019).
Passos sugeridos por Wright e cols (2019):

1. Definir e pensar com antecedência sobre a situação que será alvo do


ensaio.

2. É necessário identificar pensamentos e comportamentos que poderão


ocorrer.

3. Importante realizar a modificação do(s) pensamento (s) automático (o)


identificado (s)

4. De forma imaginativa, se deve pensar e se comportar na situação e a


ensaiar.
5. Na sequência, a estratégia deve ser implementada ao vivo.

O ideal é realizar um ensaio durante sessão antes de implementar a estratégia no


ambiente natural do paciente.
Cartões de Enfrentamento
Utilizado pelos pacientes nas situações nas quais tem dificuldade em avaliar o evento
de forma realista e/ou ponderada, evitando a exacerbação de sintomas,   em casos nos
quais psicopatologias estão instituídas.
É construído de forma colaborativa com o terapeuta, que deve avaliar se o paciente
está preparado para o enfrentamento da situação especificada. O cartão deve ser
realizado inicialmente com situações simples e administráveis, ser objetivo e
específico ao problema e passos a serem seguidos. As instruções devem refletir a
essência do pensamento do paciente e simples para que sejam facilmente
memorizadas, aumentando assim a possibilidade de aplicação na situação cotidiana. O
terapeuta deve estimular o paciente a ler diversas vezes antes da exposição a situação
(WRIGHT, 2019).
Situação
Passar na serra e ter sintomas de ansiedade

- Fazer treino respiratório e outras estratégias irão me ajudar caso tenha os


sintomas.
Estratégias de - Já passei diversas vezes, ainda quando os sintomas de ansiedade estavam
Enfrentamento
fortes, agora já diminuíram.
- Não tenho nenhum problema de saúde que possa indicar que terei uma para
cardíaca.

 
 
Identificação dos Pensamentos Disfuncionais
Os pensamentos se constituem no primeiro nível da cognição que o terapeuta deve
intervir, assim, logo nas sessões iniciais precisa educar o paciente ao modelo
cognitivo, esta ação implica em  auxiliar o paciente a entender e identificar seus
pensamentos, que podem se apresentar como palavras ou imagens mentais,
normalmente vinculados a alteração ou intensificação do humor (KNAPP, 2010;
WRIGHT, 2019). A seguir algumas técnicas utilizadas para identificar os pensamentos
automáticos.
Registro de pensamentos disfuncionais
Se constituiu em uma estratégia para identificar e monitorar os pensamentos
automáticos em andamento. O objetivo é reconhecer e analisar tal pensamento de
forma mais realista a partir de exames de evidências.
Inicialmente, o terapeuta recomenda o preenchimento do RPD como tarefa de casa, do
intervalo entre uma sessão e outra. Orienta o paciente que proceda a anotação do RPD
das situações que causaram estresse ou quando perceberem alteração no humor.
Em sua totalidade o registro é descrito em 5 colunas, mas em momentos iniciais do
acompanhamento, o terapeuta trabalha com apenas 3 (Situação,  Pensamentos
Automáticos e Emoção), as colunas finais (Resposta racional e Resultado) são
adicionadas a medida que o terapeuta e paciente trabalham para a reestruturação
cognitiva e o último já está preparado para identificar seus erros cognitivos mais
comuns e responder de maneira adaptativa/realista aos pensamentos automáticos que
emergem em situações de seu cotidiano.
A primeira coluna é preenchida com o registro da situação vivenciada, a segunda com
o pensamento,  terceira com as emoções, a quarta coluna é registrada uma "resposta
racional" e a última coluna se registra o resultado obtido pelo paciente com a alteração
do pensamento.
Exemplo:
Resposta
Situação Pensamento  Emoção Resultado
Racional/realista

Dirigir na serra do - Dirijo há vários


mar anos e nunca me
"- Vou causar um acidente." Medo Fica mais tranquilo
envolvi em um
acidente.

"- Vou morrer, pois estou Ansiedade - Não tenho


com falta de ar." nenhum
problema de
saúde, fiz vários
exames e estou bem.
Ao pensar na resposta adaptativa, o paciente pode também identificar o tipo de erro
cognitivo que está em andamento.
Em tópicos posteriores apresentaremos outras técnicas  cognitivas que podem ser
utilizadas para alteração dos três níveis de cognição (KNAPP, 2008).
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1
Questão   / 1

1) Paciente, 40 anos, solteiro, estudante de engenharia, apresenta transtorno de ansiedade


social, ao preparar-se para ir a uma festa começa a começa ter alguns comportamentos
disfuncionais característicos de sua dificuldade de interação social. Sente-se
desconfortável e inquieto enquanto se arruma. Utilizando os conhecimentos que você já
adquiriu sobre a TÉCNICA REGISTRO DE PENSAMENTOS DISFUNCIONAIS
identifique corretamente os pensamentos que podem passar pela cabeça do paciente
enquanto se prepara para ir à festa de acordo com Registro de Pensamentos Disfuncionais
(RPD):
Estou triste pela minha dificuldade.
Estou ansioso pela expectativa de chegar à festa.
Não vou saber o que dizer as pessoas.
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! Não vou saber o que dizer as pessoas é um pensamento
automático).

Fui à festa

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
1
Questão   / 2

2) Paciente, 30 anos, solteiro, advogado, apresenta transtorno bipolar, durante uma briga
com sua namorada, pois esta se atrasou para um compromisso marcado para ir jantar fora;
a namorada ficou presa no trabalho por 2 horas além do seu horário normal de expediente,
avisou a ele, mas  o paciente. teve uma explosão de pensamentos e sentimentos
disfuncionais. Gritou com ela, foi grosseiro, agressivo e saiu batendo a porta de casa.
Identifique corretamente as emoções do paciente durante esta discussão de acordo com
Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD):
Minha namorada só pensa nela mesma.
Vou terminar este namoro
Eu realmente exagerei.
Estou com raiva por ela ter me deixado esperando.
CORRETO

(feedback:Parabéns, você acertou! A raiva é uma emoção).

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
2
Questão   / 2

3) De acordo com o texto reflita sobre Levantamento de Dificuldades e Metas (LDM):


I- O terapeuta deve estabelecer junto com o paciente, as metas e submetas que serão alvos
de seu tratamento.
II- Estas metas devem ser elaboradas e complexas para garantir o resultado do tratamento.
III- As metas devem levar em consideração as várias áreas da vida do paciente, tais como:
saúde, trabalho, família, amigos, autoestima, etc. 
É correto apenas o que se afirma em:
I, II.
I, III.
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! As alternativas I, e III estão corretas)

II e III.
I, II e III.
Marcar
tópico
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   

EVOCAÇÃO, AVALIAÇÃO E
CONTESTAÇÃO DE PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
Para Beck (1979), a cognição tem um importante papel em sua proposta de modelo de
psicopatologia,  assim o pensamento é um fator essencial quando falamos de
ansiedade, depressão e raiva, principalmente no que se refere ao seu desencadeamento
e manutenção.
No nível consciente temos os pensamentos automáticos, que emergem de forma rápida
e automática, e estão relacionados intimamente com as emoções e comportamentos
desadaptativos. Esses pensamentos emergem a partir da interação do indivíduo com o
ambiente e seguem padrões especificos, e podemos categorizá-los em: Pensamento
absolutista (tudo ou  nada), catastrofização, leitura da mente, personalização,
adivinhaçãpo do futuro (LEAHY, HOLLAND 2000).
Na atualidade, é destacada a existência de um pensamento científico, o qual exige a
"desconfirmação" ouy a "falsificação" da crença, isto é, é necessário investigar como
podemos demonstrar que a crença é inapropriada, ao invés de buscar evidências
positivas (ver Popper, 1959). A pessoa deprimida pode enfatizar seletivamente
informações aplicadas ao estado afetivo negativo e assim permancer deprimida,
suprimindo a importância de evidências não confirmatórias.
TÉCNICA: EXPLICAÇÃO DE COMO OS PENSAMENTOS CRIAM
SENTIMENTOS
Descrição: O pressuposto essencial que direciona a terapia cognitiva é que a
compreensão que o indivíduo faz de uma situação define como ele se sente e se
comporta. Vale destacar que pensamentos e sentimentos são processos diferentes. Os
primeiros são decorrentes de experiências emocionais, e não devem ser contestados,
pois são inerentes à condição humana. Contestamos e rebatemos os pensamentos que
dão início a esses sentimentos. Os terapeutas podem esclarecer aos seus pacientes
como seus pensamentos  dão origem aos sentimentos ou podem fortalece-los ou
reduzi-los (LEAHY, 2006).
TÉCNICA: DISTINÇÃO ENTRE PENSAMENTOS E FATOS
Descrição: Inúmeras vezes, quando estamos zangados ou deprimidos, agimos com
nossos pensamentos como se fossem fatos. Pensamentos são hipóteses, descrições,
perspectivas e até mesmo adivinhações. Eles podem apresentar-se como verdadeiros
ou falsos. Os pacientes necessitam aprender a distinguir seus pensamentos e depois
explorar os fatos. A fim de diferenciar pensamentos, sentimentos e fatos, os terapeutas
podem empregar a técnica A-B-C, em que os pacientes têm a oportunidade de
identificar como a mesma situação ativadora pode induzir a diferentes crenças
(pensamentos) e consequências (sentimentos e comportamentos) (LEAHY, 2006).
TÉCNICA: AVALIAÇÃO DO GRAU DE EMOÇÃO E DO GRAU DE CRENÇA
NO PENSAMENTO
Descrição: Podemos ter muitas emoções e crenças diversas em relação a mesma
situação. 0 que realmente interessa é quão vigorosamente sentimos algo e quão
firmemente acreditamos nisso. Será útil ensinar-lhes a diferenciar os vários níveis de
emoções. Além disso, levando em consideração que a mudança na terapia é
progressiva, é essencial que os pacientes sejam capazes de identificar diferentes níveis
de mudança em seus sentimentos ou emoções (LEAHY, 2006).
TÉCNICA: BUSCA DE VARIAÇÕES EM UMA CRENÇA ESPECÍFICA
Descrição: Para propiciar o distanciamento de uma crença, é imporatnte
identificar que, mesmo nos atuais contextos, as crenças podem sofrer alterações no
que se refere a sua força/intensidade e credibilidade. O terapeuta pretende promover a
flexibilidade e alteração destas crenças, o paciente deprimido ou ansioso, tende a
pensar de modo definitivo, e que nunca irá melhorar. Desta forma, o terapeuta analisa
diretamente a versatilidade da crença, enfatizando-a de maneira específica e buscando
sua alteração em diferentes momentos do processo (LEAHY, 2006).
TÉCNICA: CATEGORIZAÇÃO DAS DISTORÇÕES DO PENSAMENTO
Descrição: Distorcer frequentemente os pensamentos da mesma forma - por exemplo,
pular para conclusões, personalizar situações ruins ou classificar a si mesmo como
fracasso - é um modelo rotineiro nas pessoas que estão deprimidas ou ansiosas. Os
pensamentos automáticos podem ser verdadeiros, falsos ou ter níveis diferentes de
validade. O mesmo pensamento pode englobar mais de uma distorção - por exemplo:
"Se eu for à festa, ela vai me considerar um chato". Este pensamento retrata
adivinhação do futuro e leitura da mente. (BECK, 1976; BECK, 1979).
Depois que o paciente e o terapeuta distinguiram e categorizaram os diferentes
pensamentos negativos, e exploraram como eles estão interligados à depressão, à
ansiedade e à raiva, está pronto o local para analisar e contestar esses pensamentos.
TÉCNICA: DEFINIÇÃO DOS TERMOS
Descrição: O terapeuta pode esclarecer a próxima etapa ao paciente da seguinte forma:
"Para que nós possamos analisar e contestar os pensamentos, precisamos saber o que
você está querendo dizer.  Se você se classifica como um fracasso, precisamos
entender o que fracasso-significa para você. Como você
identifica fracasso", " Você está usando termos e conceitos que jamais identificou para
si mesmo ou para os outros?" (LEAHY, 2006).
Podemos identifica-lo como:

 Não ter sucesso.

 Não ser capaz de conseguir presentes, prémios.

 Ser pior que os outros em quase tudo.

Pergunta a Formular/Intervenção
Como você identificaria os problemas que o estão perturbando? Por exemplo, como
perceberíamos que uma pessoa não tem valor, é um sucesso, é um fracasso?
TÉCNICA: ANÁLISE DE CUSTO-BENEFÍCIO
Descrição: Depois que o paciente percebeu o pensamento que motiva sentimentos
perturbadores, a pergunta é: "Você está motivado para alterar seu pensamento?" Nossa
meta é levá-lo a analisar as consequências - tanto positivas quanto negativas - de
conservar determinada crença. Quando as consequências ficarem nítidas, o paciente
poderá escolher entre conservá-la ou trocá-la por outra diferente. (LEAHY, 2006).
Pergunta a Formular/Intervenção
Quais são os custos e os benefícios de sua crença? Quais são as vantagens e
desvantagens de seu pensamento? Faça uma listagem. O que alteraria se você
aceitasse mesmo isso? Se você aceitasse mais? Se tivesse de dividir
proporcionalmente 100% entre os custos e benefícios, teria uma divisão igual de
50/50? Qual a diferença entre esta investigação de custo benefício e a investigação do
seu pensamento inicial?
TÉCNICA: EXAME DAS EVIDÊNCIAS
Descrição: Ao relatar esta técnica de exame das evidências, o terapeuta pode dizer:
"Agora que você estabeleceu os objetivos e apontou o que poderia ser um teste do
pensamento, englobando previsões que você poderia fazer a partir dele, deve analisar
as evidências contra e a favor da utilidade de suas crenças negativas" (LEAHY, 2006).
Pergunta a Formular/Intervenção
Verifique as evidências contra e a favor do pensamento. São de 50/50? 60/40? 40/60?
Se você tirar os custos dos benefícios, qual seria o resultado? Faça uma investigação
semelhante, de custo-benefício, e verifique os resultados.
TÉCNICA: DRAMATIZAÇÃO DE AMBOS OS LADOS DO PENSAMENTO
Descrição: A fim de alterar o pensamento negativo, o paciente e o terapeuta podem
revezar-se entre ambos os lados do pensamento. Por exemplo, o terapeuta pode
encarregar-se no início da postura positiva ou racional, enquanto o paciente encarrega-
se da postura negativa. Depois que ambos dramatizaram essas opiniões, eles podem
trocar de papel, com o terapeuta corroborando com o pensamento negativo e o
paciente, o positivo. Uma vantagem dessa troca de papéis é que o paciente pode
contemplar algumas contestações extremamente importantes, conforme apontadas pelo
terapeuta, e este pode estipular quais respostas racionais são úteis para o paciente,
bem como quais pensamentos automáticos são difíceis para ele. (LEAHY, 2006).
Pergunta a Formular/Intervenção
Vamos utilizar este pensamento negativo e fazer uma dramatização. Representarei
você no papel do pensamento positivo, isto é, responderei de forma positiva e
racional. Você fará o papel do pensamento negativo, se dedicará a me persuadir de que
seus pensamentos negativos são realmente verdadeiros.
TÉCNICA: USO DO COMPORTAMENTO PARA RESOLVER O
PENSAMENTO NEGATIVO.
Descrição: Muitas vezes, o pensamento automático é verdadeiro e o paciente não está
deturpando a realidade. Assim, contestar o pensamento pode ser insuficiente para
auxiliar o paciente a sentir-se com mais esperança. Contudo, um pensamento
automático não-distorcido pode, de fato, ampliar a esperança e fazer que o paciente se
sinta menos incapaz, porque o foco vai se alterar para a solução ou aceitação do
problema. Isso autoriza que o paciente use a ação para começar a mudança,
conquistando as habilidades essenciais sejam elas sociais, de comunicação, associadas
ao trabalho, ou alguma outra (LEAHY, 2006).
Pergunta a Formular/Intervenção
Pergunte a si mesmo: "Se o pensamento negativo for verdadeiro, o que posso fazer
para aprimorar a situação" De que forma posso aprimorar minhas habilidades,
solucionar o problema ou alterar a situação.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1
Questão   / 1

O modelo cognitivo de psicopatologia proposto por Beck (BECK et al., 1979) destaca o
papel fundamental do pensamento na evocação e manutenção da depressão, ansiedade e
raiva. Algumas técnicas foram desenvolvidas para trabalhar esta questão.
A seguir vou apresentar uma destas técnicas: Após o paciente perceber o pensamento que
motiva sentimentos perturbadores, o terapeuta pergunta: ?Você está motivado para alterar
seu pensamento?" Sua meta é levar o paciente a analisar as consequências - tanto
positivas quanto negativas - de conservar determinada crença. Quando as consequências
ficarem evidentes, o paciente poderá escolher entre conservá-la ou trocá-la por outra
diferente. (LEAHY, 2006).
Identifique qual é a técnica utilizada pelo terapeuta nesta situação:
Busca de variações em uma crença específica
Distinção entre pensamentos e fatos
Categorização das distorções do pensamento
Análise de custo-benefício
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! Esta técnica é a análise de custo-benefício).

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
1
Questão   / 2

O modelo cognitivo de psicopatologia proposto por Beck (BECK et al., 1979) destaca o
papel fundamental do pensamento na evocação e manutenção da depressão, ansiedade e
raiva. Algumas técnicas foram desenvolvidas para trabalhar esta questão. A seguir vou
apresentar uma destas técnicas: Podemos ter muitas emoções e crenças diversas em
relação a mesma situação. O terapeuta irá ensinar ao paciente diferenciar os vários níveis
de emoções. Levando em consideração que a mudança na terapia é progressiva, é
fundamental que os pacientes sejam capazes de identificar diferentes níveis de mudança
em seus sentimentos ou emoções (LEAHY, 2006).
Identifique qual é a técnica utilizada pelo terapeuta nesta situação:
Busca de variações em uma crença específica
Distinção entre pensamentos e fatos
Avaliação do grau de emoção e do grau de crença no pensamento
CORRETO
(feedback: Parabéns, você acertou! Esta técnica é Avaliação do grau de emoção e do grau de crença no
pensamento).

Exame das evidências

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
2
Questão   / 2

O modelo cognitivo de psicopatologia proposto por Beck (BECK et al., 1979) destaca o
papel fundamental do pensamento na evocação e manutenção da depressão, ansiedade e
raiva. Algumas técnicas foram desenvolvidas para trabalhar esta questão. A seguir vou
apresentar uma destas técnicas: O terapeuta pode esclarecer ao paciente com a seguinte
pergunta: Para que nós possamos analisar e contestar os pensamentos, precisamos saber o
que você está querendo dizer.  Se você se classifica como "fracasso", precisamos entender
o que fracasso-significa para você. Como você identifica fracasso? Você está usando
conceitos que jamais identificou para si mesmo ou para os outros? (LEAHY, 2006).
Identifique qual é a técnica utilizada pelo terapeuta nesta situação:
 Uso do comportamento para resolver o pensamento negativo
Definição dos termos
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! Esta técnica é Definição dos termos).

Avaliação do grau de emoção e do grau de crença no pensamento


Categorização das distorções do pensamento

QUANDO O BÁSICO NÃO


FUNCIONA
Apresentar as principais técnicas em Terapia Cognitivo-Comportamental, quando as
técnicas básicas não funcionam, este tópico vai apresentar alternativas para solucionar
o problema.
NESTE TÓPICO
 Identificação de problemas no tratamento
 Especificação de problemas
 Avaliação da extensão de um problema
 Avaliação de fatores externos à sessão terapêutica
 Dose, nível de cuidado, formato de tratamento e tratamento
complementar
 Intervenções biológicas
 Mudanças ambientais
 Erro do terapeuta versus crenças disfuncionais dos paciente
 O problema está relacionado a um erro do terapeuta?
 O problema está relacionado às crenças disfuncionais do
paciente?
 Distinção entre problemas relacionados a erros do terapeuta e
percepções disfuncionais do paciente
 Evitar problemas na terapia
 Diagnóstico e formulação
 Conceituação cognitiva
 Planejar o tratamento entre e durante as sessões
 Construir a aliança terapêutica
 Estabelecer metas comportamentais específicas
 Empregar estratégias básicas
 Usar técnicas avançadas
 Avaliar a eficácia das intervenções e da terapia
 Referências
Marcar
tópico
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   
  

Identificação de problemas no tratamento


Alguns pacientes não evoluem quando o terapeuta emprega o tratamento-padrão.
Alguns parecem não compreender ou são incapazes de empregar técnicas terapêuticas
básicas. Como o terapeuta percebe quando e como modificar o tratamento?
O que pode aparentar um processo instintivo de tomada de decisão está, realmente,
embasado na conceituação continuada dos pacientes, de seus diagnósticos e de sua
vivência da sessão terapêutica.
Muitos motivos incompreensíveis são responsáveis pelas dificuldades que os pacientes
manifestam no tratamento. Alguns problemas estão fora do alcance do terapeuta,  por
exemplo, um determinado paciente pode não conseguir realizar o tratamento na
frequência aconselhada por problemas financeiros.
Mas muitos problemas estão ao alcance do terapeuta. As dificuldades podem acontecer
devido as crenças adulteradas do paciente (por exemplo, "se eu me sentir melhor,
minha vida ficará pior"), motivo de um erro do terapeuta (utilizar um tratamento-
padrão para depressão em um paciente que manifesta um outro transtorno) (BECK,
2007).
Especificação de problemas
Descrições gerais são muito extensas para serem importantes. É mais vantajoso
especificar os comportamentos que influenciam na evolução terapêutica e utilizar uma
conduta de solução de problemas.
Comportamentos problemáticos típicos que alguns pacientes apresentam nas sessões
abrangem:
 Persistir que não conseguem mudar ou que a terapia não pode
auxilia-los.
 Falhar em definir objetivos ou em colaborar para a agenda.
 Queixar-se, negar ou culpar os outros pelos seus problemas.
 Exibir vários problemas ou pular de uma crise para outra.
 Negar-se a responder perguntas ou desconversar.
 Chegar atrasado ou faltar às sessões.
 Reivindicar tratamento especial.
 Permanecer bravo, contrariado, crítico ou desinteressado.
 Ser incapaz ou não se esforçar para alterar suas cognições.
 Estar distraído ou interromper frequentemente o terapeuta.
 Mentir ou evitar oferecer informação essencial
Muitos pacientes manifestam comportamento disfuncional entre as sessões, como:
 Não realizar a tarefa.
 Não ingerir a medicação prescrita.
 Utilizar abusivamente drogas ou álcool.
 Telefonar constantemente para o terapeuta durante o tempo
em que está em crise.
 Manifestar comportamento autodestrutivo.
 Insultar os outros (BECK, 2007).
Avaliação da extensão de um problema
Os terapeutas necessitam explorar os problemas que aparecem no tratamento,
refletindo sobre a gravidade e frequência antes de resolver que atitude tomar. Eles
devem perguntar a si mesmos:

  "Este é um problema que aparece de forma rápida em uma sessão?"

  "Este é um problema que se mantém em uma sessão?"

  "Ou o problema acontece em muitas sessões?"

Pequenos problemas talvez não necessitem ser abordados diretamente, no início do


tratamento.
Outros problemas são muito importantes em uma sessão e podem exigir soluções
distintas. Quando o terapeuta de Toni tentou auxilia-lo a analisar uma crença rígida, o
paciente não foi capaz de ver o evento sob um olhar diferente. O terapeuta disse: "Não
parece que isto (a crença) seja útil neste momento. O que acha se alterássemos [para o
próximo problema na agenda]?" A alteração de planos do terapeuta resolveu o
problema.
Em outras vezes, o problema é com a sessão inteira. Lucy sentiu-se pior no fim da
sessão do que no seu início. O terapeuta identificou, acertadamente, o seu
descontentamento à ativação constante de sua crença de depreciação. Eles acordaram
em utilizar os últimos minutos de cada sessão dialogando sobre um dos interesses de
Lucy (filmes), de maneira que Lucy conseguisse sair da sessão sentindo-se menos
perturbada.
Uma grande parte dos problemas terapêuticos podem ser resolvidos através da solução
de problemas, alteração das cognições dos pacientes ou alteração de comportamento
do terapeuta. Quando os problemas continuam, é essencial analisar vários fatores que
podem estar influenciando no tratamento, conforme descrito a seguir (BECK, 2007).
Avaliação de fatores externos à sessão
terapêutica
 O paciente está recebendo uma dose apropriada de terapia?

 A medicação está adequada?

 Pode estar ocorrendo um problema orgânico não-diagnosticado?

 O formato da terapia está apropriado?

 O paciente necessita de tratamento complementar?

 A vida atual ou o ambiente de trabalho do paciente é muito prejudicial


para que ele progrida?

Dose, nível de cuidado, formato de tratamento


e tratamento complementar
Alguns pacientes não conseguem evoluir o suficiente porque a "intensidade" de
terapia não está apropriada. Cláudia, uma paciente com muitos sintomas, melhorou
com maior rapidez quando a terapeuta a motivou a realizar terapia semanalmente, ao
invés de quinzenalmente.
Os pacientes podem estar recebendo um nível de dedicação inapropriado. Carol
necessitou de sistema hospitalar de reabilitação para tratar sua dependência de
substâncias psicoativas antes que pudesse ser auxiliada, de forma adequada pelo
tratamento ambulatorial.
Algumas vezes, os terapeutas não possuem o nível de especialização que os pacientes
necessitam, desta forma, um tratamento complementar precisará ser indicado, por
exemplo: grupos como os Alcoólicos Anônimos, ou grupos de autoajuda (BECK,
2007).
Intervenções biológicas
Muitos pacientes, principalmente os que tomam medicamentos regularmente, são
auxiliados por uma consulta com um psiquiatra, que pode resultar em uma diminuição,
aumento ou troca de medicação. Joe, um paciente muito depressivo, tinha muita
dificuldade para conciliar o sono. A medicação amenizou seu problema de insônia,
possibilitando maior evolução na terapia.
Os pacientes também podem ter problemas médicos não-diagnosticados, que
necessitam ser analisados (BECK, 2007).
Mudanças ambientais
Algumas vezes, o local em que vive o paciente é tão nocivo que a intervenção
terapêutica deve ser combinada com uma mudança de local (ambiente). Ken, um
paciente com transtorno bipolar de ciclagem rápida, relativamente controlado, lutava
diariamente com um emprego que solicitava demais de suas habilidades quando ele
estava apresentando sintomas. Sentia-se cada vez mais ansioso, depressivo e suicida.
Somente depois que conseguiu ser menos solicitado profissionalmente, ele conseguiu
evoluir na terapia (BECK, 2007).
Erro do terapeuta versus crenças
disfuncionais dos paciente
Sessão de psicoterapia Cognitivo-Comportamental

O problema está relacionado a um erro do


terapeuta?
 Diagnóstico incorreto

 Formulação ou conceituação errada do caso

 Não empregar a formulação e a conceituação do caso do paciente para


direcionar a terapia

 Erro na preparação do tratamento

 Rompimento na aliança terapêutica

 Lista inapropriada de metas comportamentais

 Estrutura ou velocidade inapropriada

 Focos inapropriados na resolução de problemas atuais

 Aplicação errada de técnicas

 Tarefa de casa inapropriada

 Erro na maximização da memória do paciente sobre a sessão

Usualmente, é difícil para os terapeutas distinguirem seus próprios erros. Ouvir a


gravação de uma sessão de terapia, evidencia esses deslizes do terapeuta. O terapeuta
necessita reexaminar o caso, frequentemente, com um colega ou um supervisor
(BECK, 2007).
O problema está relacionado às crenças
disfuncionais do paciente?
É adequado considerar as regras do paciente e a seguir, investigar essas hipóteses com
ele. Para isso, o terapeuta pode se colocar no lugar do paciente e realizar duas
perguntas:
 "Que coisas boas ocorrem se eu [tenho este comportamento disfuncional]?"
"Que coisas ruins podem ocorrer se eu [não tenho este comportamento disfuncional]?"
Usualmente, a compreensão das regras do paciente clarifica as razões para os seus
comportamentos disfuncionais. É preciso testar e alterar essas regras constantemente,
antes que os pacientes aceitem mudar (BECK, 2007).
Distinção entre problemas relacionados a erros
do terapeuta e percepções disfuncionais do
paciente
 O paciente não colabora com a agenda.

 Erro do terapeuta: O terapeuta não pediu ao paciente (como parte de


uma tarefa de casa) que refletisse sobre quais problemas ele necessitava
de auxílio para solucionar.

 Cognição do paciente: "É inútil argumentar sobre isso, visto que meus
problemas são sem solução" (BECK, 2007).

Evitar problemas na terapia


Os terapeutas podem diminuir a incidência de problemas certificando-se de que estão,
constantemente, seguindo alguns fundamentos essenciais da terapia cognitiva (BECK,
1995):

1. Diagnosticar e formular rigorosamente o caso.

2. Conceituar o paciente em termos cognitivos.

3. Utilizar a formulação cognitiva e a conceituação individual para


planejar o tratamento dentro e entre as sessões.
4. Desenvolver uma ótima aliança terapêutica.

5. Estabelecer metas comportamentais específicos.

6. Empregar estratégias básicas.

7. Usar estratégias e técnicas modernas.

8. Avaliar a eficácia das intervenções e da terapia.

Diagnóstico e formulação
É fundamental realizar uma avaliação clínica completa dos pacientes, possibilitando
desta maneira um diagnóstico correto. É essencial também formular o caso
acertadamente. Se um terapeuta utiliza um método geral para os pacientes, sem
modifica-lo de acordo com o transtorno em particular, provavelmente, o paciente não
irá evoluir.
Os terapeutas necessitam dominar as questões-chave que influenciam os pacientes e
seus tratamentos, por exemplo: sua idade, nível de desenvolvimento, nível intelectual,
ambiente cultural, crenças espirituais, gênero, orientação sexual, saúde física e estágio
de vida.
Os diagnósticos e a formulação de caso necessitam ser constantes. Um diagnóstico de
comorbidade pode não ser evidente na fase inicial do tratamento (BECK, 2007).
Conceituação cognitiva
A conceituação traz compreensão aos terapeutas (e pacientes) das reações do paciente,
aos eventos e problemas, de uma determinada forma e o reconhecimento de cognições
centrais e comportamentos que são essenciais para serem trabalhados na terapia. Os
pacientes podem vivenciar muitos problemas e comportamentos problemáticos, uma
diversidade de pensamentos automáticos e crenças disfuncionais. Os terapeutas devem
distinguir rapidamente as cognições específicas e comportamentos com maior
necessidade - e aceitação - para serem alterados (BECK, 2007).
Planejar o tratamento entre e durante as
sessões
O diagnóstico e formulação necessita de um caso que leve o terapeuta a desenvolver
uma metodologia geral de tratamento para o paciente entre as sessões. Uma
conceituação cognitiva exata e constantemente desenvolvida qualifica o terapeuta a
enfatizar os problemas essenciais do paciente, suas cognições e comportamentos
disfuncionais, em cada sessão (BECK, 2007).
Construir a aliança terapêutica
Para participar inteiramente no tratamento, muitos pacientes necessitam perceber que
o terapeuta é compreensivo, cuidadoso e competente.  A habilidade para identificar,
conceituar e vencer as dificuldades na relação terapêutica é fundamental para a
evolução dos pacientes - e pode auxilia-los a aperfeiçoar outros relacionamentos
também (BECK, 2007).
Estabelecer metas comportamentais
específicas
 É essencial que os terapeutas conduzam os pacientes a distinguir as metas específicas
que eles desejariam alcançar na terapia. No início, muitos pacientes declaram que
desejariam ser mais felizes ou menos agitados. Essas metas de longo prazo são muito
amplas para serem trabalhadas e alcançadas com facilidade. Os terapeutas precisam
perguntar aos pacientes o que eles poderiam fazer de forma alterada se fossem mais
felizes; os comportamentos manifestados se transformam em metas de curto prazo,
que serão trabalhadas em cada sessão (BECK, 2007).
Empregar estratégias básicas
É importante que os pacientes participem das tarefas básicas da terapia: distinguir e
responder aos seus pensamentos automáticos, fazer as tarefas de casa, planejar
atividades (esta tarefa é particularmente essencial para pacientes depressivos) e
enfrentar situações que trazem ansiedade (esta tarefa é particularmente essencial para
pacientes com transtorno de ansiedade) (BECK, 2007).
Usar técnicas avançadas
Os terapeutas necessitam utilizar várias técnicas com os pacientes. Essas técnicas são
especificamente cognitivas, comportamentais, de solução de problemas, de apoio ou
interpessoais. Algumas técnicas são de natureza emocional, biológicas, ambientais,
experienciais ou psicodinâmicas (BECK, 2007).
Avaliar a eficácia das intervenções e da
terapia
Para avaliar a evolução e programar o tratamento entre e nas sessões, é fundamental
realizar uma avaliação do humor do paciente no início de cada sessão (BECK, 1995).
Ainda, é essencial avaliar a evolução durante a própria sessão. Pode-se usar técnicas-
padrão como pedir ao paciente um resumo durante a sessão ou analisar o nível de
emoções negativas sentidas por ele antes e depois de debater um problema na terapia
(assim como o quanto ele acredita que suas cognições são disfuncionais).
Um ponto essencial para avaliar se a terapia está funcionando é definir o que constitui
uma evolução satisfatória para o paciente. Para muitos pacientes descritos neste
tópico, a evolução foi bastante vagarosa, mas satisfatoriamente sólida, com obstáculos
por todo o procedimento.
Referências
BECK, JUDITH S. Cognitive therapy: basics and beyond. New York: Guilford, 1995.
BECK, JUDITH S. Terapia cognitiva para desafios clínicos: o que fazer quando o
básico não funciona. Porto Alegre: Artmed, 2007.

APLICAÇÃO DA TCC NOS


TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
Apresentar as aplicações práticas da TCC para o tratamento
NESTE TÓPICO
 APLICAÇÃO DA TCC NO TRANSTORNO DE ANSIEDADE
GENERALIZADA - TAG
 ANSIEDADE E EPIDEMIOLOGIA DO TRANSTORNO
 PROCESSO TERAPÊUTICO
 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
 Referências
NESTE TÓPICO
 APLICAÇÃO DA TCC NO TRANSTORNO DE ANSIEDADE
GENERALIZADA - TAG
 ANSIEDADE E EPIDEMIOLOGIA DO TRANSTORNO
 PROCESSO TERAPÊUTICO
 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
 Referências
Marcar
tópico
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   
  

ANTES DE INICIAR A LEITURA DO TÓPICO:


Acesse o capítulo 17 (pág. 289 à 302) do livro indicado abaixo:
OLIVEIRA, Margareth da Silva; ANDRETTA, Ilana (org.). Manual prático de
terapia cognitivo-comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. Disponível
na biblioteca virtual.
APLICAÇÃO DA TCC NO TRANSTORNO
DE ANSIEDADE GENERALIZADA - TAG
Ansiedade gerneralizada é caracterizada por preocupação excessiva  que envolve
várias situações vivenciadas no cotidiano ou atividades, tais como trabalho,
desempenho acadêmico, dentre outros. O diagnóstico exitge a ocorrência dos sintomas
durante a maioria dos dias dos últimos seis meses. Os sintomas mais comuns são
preocupação constante, irritabilidade, inquietação, tensão muscular, alterações no
sono, cansaço, dificuldades na concentração e memória. Tais sintomas proporcionam
sofrimento e incapacitação para a realização de tarefas sociais, laborais entre outras, e
no geral, as proeocupações estão relacionadas a desempenho e competência, mesmo
que estas não estejam sendo observadas ou avaliadas (DSM-V, 2013).
ANSIEDADE E EPIDEMIOLOGIA DO
TRANSTORNO
Ao estudarmos o transtorno da ansiedade generalizada, observa-se a existência real ou
imaginária de um evento, que é percebido como ameaçador, o que por sua vez, traz
consequências físicas ou psicológicas, que produz uma reação orgânica no indivíduo,
e consequentes respostas comportamentais e de luta e fuga, dito de outra maneira a
partir da percepção de risco o organismo desenvolve repostas fisiológicas que levam o
indivíduo a uma resposta de entrentamento ou fuga.
A percepção real ou abstrata projeta resultados de tensão, nervosismo ou medo, bem
como, uma resposta fisiológica de alteração cardiovascular (taquicardia), os sistemas
digestório, sensorial, endócrino e musculoesqelético, também sofrem alterações, o que
traduz à ansiedade sua marca registrada (HARRIGAN, WILSON & ROSENTHAL,
2004).
O diagnóstico do TAG se mostra complexo, uma vez que distinguir a ansiedade
normal e o TAG, nem sempre é tarefa fácil, visto que, este transtorno se apresenta na
maioria das vezes em comorbidade com outros, a exemplo da depressão, distimia,
transtorno do pânico e abuso de substâncias (GLIATO, 2000).
Brown (1997) em seus estudos baseados em amostras clínicas, constatou que mais de
75% dos pacientes com diagnóstico principal de TAG apresentam outras
comorbidades, sendo transtorno de ansiedade ou de humor. Evidência que o transtorno
do pânico, transtornos de humor, a depressão maior e a distimia, bem como a fobia
social e a fobia específica se apresentam os transtornos mais comuns associados ao
TAG.
PROCESSO TERAPÊUTICO
O tratamento do TAG abrange, da mesma forma que outros transtornos, a avaliação do
caso, a identificação e a correção de distorções cognitivas e a reestruturação cognitiva,
assim como o aumento da saúde física e mental do paciente.
Orienta-se ao profissional que ao iniciar o tratamento, faça-se uma anamnese
completa, incluindo entrevistas estruturadas para diagnóstico, medidas dos sintomas
do TAG, medidas das variáveis-chave associadas ao TAG (intolerância à incerteza,
orientação para problemas, preocupações) e medidas gerais de ansiedade e depressão
(DUGAS & LADOUCEUR, 2007).
Na primeira sessão cognitivo-comportamental é importante identificar os
comportamentos considerados relevantes, identificar as variáveis relacionadas à causa
dos acontecimentos e averiguar as características do paciente para que se possa
entender como as primeiras experiências e o seu problema atual se relacionam
(MARGIS & KAPCZINSKI, 2007).
A psicoeducação tem papel fundamental no tratamento do TAG e, segundo Cordioli
(2008), o vínculo terapêutico tem um aspecto educativo, pois o paciente, além de ser
orientado a identificar, manejar e modificar seus pensamentos e comportamentos,
recebe instruções sobre seu problema específico.
Nos primeiros ensinamentos é vital que o paciente observe e identifique suas respostas
de ansiedade e seus gatilhos por meio de automonitoramento. Terapeuta e paciente
trabalham em conjunto para definir os componentes cognitivos, somáticos, afetivos e
comportamentais envolvidos na sua resposta e como estes se influenciam
(BORKOVEC et al. 2002).
O paciente é orientado a identificar pensamentos, imagens, interpretações ou crenças
que geram ansiedade para, em seguida, considerá-los como hipóteses a serem
valoradas (MARGIS & KAPCZINSKI, 2007).
Pela reestruturação cognitiva, subsidia-se o paciente a identificar as distorções e a
considerar pensamentos alternativos e mais concretos (KAPCZINSKI & MARGIS,
2007).
Os pacientes com TAG creem que a preocupação auxilia a prevenir a ocorrência de
resultados negativos ou atenuá-los. Desta forma, o terapeuta deve ajudar o paciente a
identificar suas crenças sobre a preocupação e, após, enumerar vantagens e
desvantagens na manutenção dessas crenças. Na sequência, trabalha-se com o paciente
algumas técnicas cognitivas e comportamentais possibilitando ao mesmo, reavaliar a
utilidade dessa preocupação. (LADOUCEUR et al., 2000).
Por consequência da intolerância e da incerteza, é essencial trabalharmos a aceitação
diária dos eventos desagradáveis que podem acontecer. Recomendamos às pessoas
com TAG que compreendam alguns problemas, ao invés de prever os acontecimentos,
limitando-se a absorvê-los.
As estratégias cognitivas e as comportamentais são imprescindíveis para o tratamento
do TAG. Utiliza-se do relaxamento para aliviar os sintomas ligados ao componente
fisiológico da ansiedade (MARGIS & KAPCZINSKI, 2007). Conforme Caballo
(2008), o relaxamento se caracteriza por seu caráter interativo, observa-se psicológico
e fisiológico interagindo, ou seja, envolve componentes fisiológicos, subjetivos e
comportamentais. Considera-se diversos métodos para a técnica, entre eles a
respiração diafragmática, o relaxamento muscular progressivo, o relaxamento por
meio de imagens positivas e o relaxamento passivo.
O Treinamento no Manejo da Ansiedade (TMA) objetiva auxiliar os indivíduos a
identificar as sensações e sinais de ansiedade em termos cognitivos, emocionais e
fisiológicos e na sequência, utilizar as habilidades de enfrentamento por meio do
relaxamento. O uso dessas habilidades potencializa a percepção de tranquilidade e
clareza mental, liberando, desta forma, outras habilidades com as quais o paciente
poderá trabalhar a situação (DEFFENBACHER, 2007).
O manejo do tempo, conforme Clark et al. (1997), dirige-se a pessoas nas quais o
tempo exerce intensa pressão e, desta forma, têm grandes desafios para administrá-lo
e demarcar prioridades. Nestas hipóteses se mostra útil ensinar o paciente a realizar
um cronograma de atividades. Este por sua vez, auxilia o indivíduo a planejar suas
atividades, realizar uma de cada vez, sem sobrecarga e sem desistir de outras
atividades agradáveis.
O treino em habilidades sociais pode instruir os pacientes a enfrentarem situações de
ansiedade em suas vidas. Segundo Pereira (2005), técnicas de assertividade e empatia
são úteis aos pacientes com TAG, uma vez que eles traduzem as situações
interpessoais como dicotômicas. Com fundamento no treino em assertividade, os
pacientes aprendem a reconhecer as suas necessidades e as dos outros, bem como,
expressá-las de forma adequada e direta, observando desta forma, uma ampliação pelo
paciente de sua capacidade de suportar situações adversas e assim, sua ansiedade
diminuirá.
O treino de solução de problemas se dirige a dilemas concretos, e se justifica devido à
dificuldade do paciente com TAG visualizar soluções para seus problemas. É
fundamental que o terapeuta transmita ao paciente técnicas de como reconhecer as
reações adversas da preocupação, que são oriundas de sua intolerância à incerteza,
além de auxiliá-lo a corrigir essas reações, utilizando técnicas cognitivas e
comportamentais para lição de casa (DUGAS & LADOUCEUR, 2007). Ao paciente
são instruídas quatro etapas para solucionar problemas: 1. definir o problema; 2. gerar
soluções alternativas; 3. tomar uma decisão; e 4. levá-la à prática e avaliar a solução
(DUGAS & LADOUCEUR, 2007).
Imagem mental que pode ser utilizada na técnica do relaxamento.

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Os Benzodiazepínicos - (BZD) mostram-se eficientes no alívio dos sintomas físicos de
ansiedade do TAG, e são comumente utilizados no alívio da agitação associada ao
início do tratamento antidepressivo. Porém, considerando seu potencial de gerar
dependência, sua indicação tem sido restringida. Destacamos como possibilidades de
tratamento outras farmacoterapias eficazes que ministradas a longo prazo, não se
mostrariam tão prejudiciais, como exemplo os antidepressivos, prescritos em um
tratamento de seis meses a um ano (LHONCH, 2009).
A preferência do fármaco deve estar alicerçada em alguns princípios, como: a eficácia,
os efeitos colaterais e o ônus financeiro para o paciente. Em que pese os efeitos
indesejáveis, os Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS) são,
atualmente, considerados a melhor opção quanto à tolerância.
Outro vetor a ser ponderado na escolha do medicamento é a presença de comorbidade.
Nos casos do TAG associado com depressão e ataques de pânico, a escolha viável
deve ser um medicamento antidepressivo, considerando à maior probabilidade de
resposta terapêutica. Além do mais, é importante salientar a características da
ansiedade, visto que alguns estudos sugerem que os BZD são mais eficazes nos
sintomas físicos da ansiedade, ao passo que os antidepressivos seriam mais eficazes
nos sintomas psíquicos do TAG (ANDREATINI et al, 2001).
VALE A PENA CONFERIR
Recomendamos a leitura de outros capítulos do mesmo Manual prático de terapia
Cognitivo-comportamental, entre eles: Modelo cognitivo-comportamental do
transtorno do pânico; Modelo cognitivo-comportamental da fobia social; Modelo
cognitivo-comportamental das fobias específicas; Modelo cognitivo-comportamental
do Transtorno Obsessivo-Compulsivo.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO  
1
Questão   / 3

P.V., 35 anos, sexo feminino, foi diagnosticada com Transtorno de Ansiedade


Generalizada (TAG). As crises de TAG consistem em períodos de intensa ansiedade e
preocupação, geralmente com início súbito e acompanhados por uma sensação de
catástrofe iminente. A frequência das crises varia de pessoa para pessoa e sua duração é
variável, geralmente durando alguns minutos.
De acordo com o caso descrito, escolha uma das técnicas da TCC mais indicadas para seu
tratamento?
Técnica Ensaio comportamental
Técnica Ativação comportamental.
Técnica Planejamento de tarefas graduais.
Técnica Treino em habilidades sociais
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! O Treino em habilidades sociais é a técnica a ser utilizada no
tratamento desta paciente).

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO  
2
Questão   / 3

V.V., 45 anos, sexo feminino, relata que "de repente o chão some.... os olhos embaçam, eu
fiquei tonta, me sentia fora da realidade, comecei a ficar com medo daquele estado, eu
não sabia aonde ia parar, nem o que estava acontecendo...". V.V. foi diagnosticada com
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). As crises de TAG consistem em períodos
de intensa ansiedade e preocupação, geralmente com início súbito e acompanhados por
uma sensação de catástrofe iminente.
De acordo com o caso descrito acima, responda qual a medicação mais indicada para
tratar os sintomas psíquicos do TAG?
Antidepressivo Inibidor Seletivo da Recaptação de Serotonina
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! O medicamento indicado para tratar os sintomas psíquicos
do TAG é Inibidor Seletivo da Recaptação de Serotonina)

Antipsicóticos típicos
Benzodiazepínicos
Anticonvulsivantes

3
Questão   / 3

V.V., 45 anos, sexo feminino, relata que "de repente o chão some.... os olhos embaçam, eu
fiquei tonta, me sentia fora da realidade, comecei a ficar com medo daquele estado, eu
não sabia aonde ia parar, nem o que estava acontecendo...". V.V. foi diagnosticada com
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). As crises de TAG consistem em períodos
de intensa ansiedade e preocupação, geralmente com início súbito e acompanhados por
uma sensação de catástrofe iminente.
De acordo com o caso descrito, escolha uma das técnicas da TCC mais indicadas para seu
tratamento?
Técnica Ensaio comportamental.
Técnica Ativação comportamental.
Técnica Treino de solução de problemas
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! O Treino de Solução de problemas é a técnica a ser utilizada
no tratamento desta paciente).

Análise de custo-benefício

APLICAÇÃO DA TCC NA
DEPRESSÃO
Apresentar as aplicações práticas da TCC para o tratamento da Depressão.
NESTE TÓPICO
 APLICAÇÃO DA TCC NA DEPRESSÃO
 NEUROBIOLOGIA DA DEPRESSÃO
 CONCEITUAÇÃO TEÓRICA DA TCC NO TRATAMENTO
DA DEPRESSÃO
 TRATAMENTO
 TÉCNICAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO
 PREVENÇÃO À RECAÍDA
 Referências
NESTE TÓPICO
 APLICAÇÃO DA TCC NA DEPRESSÃO
 NEUROBIOLOGIA DA DEPRESSÃO
 CONCEITUAÇÃO TEÓRICA DA TCC NO TRATAMENTO
DA DEPRESSÃO
 TRATAMENTO
 TÉCNICAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO
 PREVENÇÃO À RECAÍDA
 Referências
Marcar
tópico
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   
  

APLICAÇÃO DA TCC NA DEPRESSÃO


A depressão é um importante problema de saúde e tem atingido o mundo em grande
escala. Sabemos que existem vários transtornos depressivos, aqui, falaremos
especificamente do transtorno depressivo maior.
A depressão maior é caracterizada por alterações no funcionamento geral da pessoa
acometida. Existe a presença de tristeza, vazio, irritabilidade, com coisas que antes
não a irritavam. Há perda do prazer e interesse em se envolver em atividades sociais,
escolares ou trabalho. Também obsera-se alterações no sono, alimentação, bem como
alterações em funções cognitivas, como atenção, concentração, pensamento, tomadas
de decisão, entre outras. Podem acontecer ideias de suicídio (DSM-V, 2014).
SAIBA MAIS
Para conhecer o modelo  cognitivo comportamental da depressão e as intervenções
propostas, leia o capítulo 14 (página 237 à 248) do livro Manual prático de terapia
cognitivo-comportamental, de Ilana Andreatta e Margareth da Silva Oliveira,
disponível na biblioteca virtual da
Uninove: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/2560/pdf .
NEUROBIOLOGIA DA DEPRESSÃO
Depressão é um episódio complexo. De acordo com a ótica neurobiológica
conseguiria ser resumida na seguinte afirmação: são as vias serotonérgicas,
principalmente as localizadas nas áreas frontal e pré-frontal do córtex, que estão
relacionadas aos quadros depressivos, e sua estimulação farmacológica reestabelece
uma condição de homeostase para o indivíduo. Essa afirmativa estaria alicerçada por
pacientes com síndromes depressivas variadas reagirem muito bem à prescrição de
medicamentos Inibidores da Recaptação de Serotonina.
CONCEITUAÇÃO TEÓRICA DA TCC NO
TRATAMENTO DA DEPRESSÃO
O foco principal da abordagem cognitivo-comportamental para tratar quadros
depressivos baseia-se em alterar crenças disfuncionais que levem a pensamentos
deturpados, gerando comportamentos desadaptativos e sentimentos negativos. O
tratamento visa identificar  cognições distorcidas e  implementar a reestruturação
destas, para tanto, se utiliza de técnicas cognitivas e comportamentais. Algumas das
técnicas cognitivas comumente utilizadas são o automonitoramente de atividades,
registro diário de pensamentos (RPD), questionamentos socráticos, dentre outros.
As Técnicas comportamentais são utilizadas com o objetivo de diminuir os sintomas
de maneira mais rápida.
Existem casos nos quais existe risco de suicídio, nestes a adoção de ações de proteção
e segurança  são essenciais, ou seja, quando há ideias ou risco de suicídio  é
importante trabalhar e instituir ações que visam a integridade física do paciente. No
entanto, não discutiremos aqui detalhadamente esse quadro.
TRATAMENTO
Desde o modelo cognitivo da depressão, identificamos que humor deprimido, crenças
deturpadas e comportamentos disfuncionais se mantem e constituem um ciclo,
impedindo a remissão dos sintomas depressivos.
A terapia cognitivo-comportamental apresenta como objetivo quebrar estes ciclos e
interceder para abrandar os sintomas que geram tanto sofrimento para o indivíduo.
Alguns pacientes precisam de um espaço de tempo maior de tratamento, mas na
maioria das situações a TCC consegue bons resultados em curtos espaços de tempo,
podendo variar de seis a vinte sessões (Blenkiron, 1999). O tratamento é estruturado.
Basea-se em avaliação, sessões iniciais, intermediárias e finais. Todas as fases do
tratamento objetivam amenizar os sintomas e auxiliar o paciente a se transformar em
seu próprio terapeuta.
Kuyken, Watkins e Beck (2007) acreditam que o tratamento para depressão se baseia
em quatro fases:

 Relação terapêutica;

 Estabelecimento da lista de problemas;

 Estabelecimento da lista de metas e objetivos;

 Psicoeducação de acordo com o modelo cognitivo comportamental.

A lista de problemas e metas está contida na primeira fase da técnica de resolução de


problemas e se baseia em definir estratégias através de etapas necessárias para atingir
as metas propostas pelo paciente.
De acordo com Beck (1997), nas primeiras sessões o terapeuta questiona o paciente,
retratando cada problema em metas assertivas.
TÉCNICAS UTILIZADAS NO
TRATAMENTO
Na depressão, o role-play é uma técnica  muito utilizada e eficaz, pois auxilia o
paciente a emitir uma resposta racional e para alterar suas crenças desadaptativas.
Segundo Falcone (2001), o role-play é uma técnica que favorece o paciente a
identificar os componentes emocionais de seus pensamentos, bem
como os argumentos que asseguram a crença desadaptativa. Já o terapeuta atua de
forma a fornecer elementos racionais do pensamento trazido pelo paciente,
apontando razões  para a situação.
Outra estratégia para auxiliar o paciente com a estabelecer novas respostas cognitivas
e comportamentais é a confecção de cartões para adoção de estratégias ao longo da
semana. Wright, Basco e Thase (2008) criaram uma lista com sugestões para o
terapeuta auxiliar o paciente a confeccionar cartões. Esta lista baseia-se em selecionar
uma situação difícil que seja fundamental para o paciente, para tanto, é necessário
considerar se o paciente está apto para realizar as estratégias elencadas para
determinada situação. 
Os indivíduos deprimidos exibem maior número de erros cognitivos do que os não
deprimidos (LEFEBVRE, 1981). Os erros cognitivos são enganos presentes na
coerência dos pensamentos. Beck et al. (1979) retrataram seis essenciais categorias
destes erros: abstração seletiva, inferência arbitrária, maximização, minimização,
personalização e pensamento dicotômico. O Registro de Pensamentos Disfuncionais
(RPD) é uma das técnicas cognitivas essenciais no reconhecimento e alteração dos
Pensamentos Automáticos.
Outra técnica que pode ser utilizada é o questionamento socrático. Esta técnica
objetiva alterar os pensamentos disfuncionais a partir da investigação sobre os
motivos reais que o indivíduo apresenta através de sua narrativa.
A técnica de descatastrofização constitui-se em induzir os medos e preocupações até o
mais alto nível de ansiedade e conduzir o paciente a imaginar os possíveis resultados
futuros.
É importante ressaltar que as intervenções propostas, devem ser individualizadas e
realizadas a partir da avaliação, formulação/conceitualização do caso.
PREVENÇÃO À RECAÍDA
As últimas sessões são reservadas à avaliação da eficácia do tratamento e à prevenção
de recaída. Neste momento a lista de metas e objetivos é revista e analisa-se se eles
foram atingidos. Cada barreira enfrentada pelo paciente pode ser adaptada para que
ele se sinta competente para enfrentar novos desafios quando estiver sozinho.
Sessões de acompanhamento podem ser agendadas por um período após a alta, assim,
caso o paciente encontre dificuldades em algum aspecto em sua vida, a díade
terapêutica poderá pensar em soluções.
Terapia Cognitiva e Farmacoterapia

SAIBA MAIS
Leia o capítulo 1 Sobre depressão e
cognição: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/174480
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO  
1
Questão   / 3

No tratamento do Transtorno Depressivo Maior as últimas sessões são reservadas à


avaliação da eficácia do tratamento e à prevenção de recaída.
 
Leia as seguintes afirmações sobre a Prevenção de recaída:
 
I-   Na prevenção de recaída a lista de metas e objetivos do tratamento é analisada e
verifica-se se eles foram atingidos.
 
II- As dificuldades enfrentadas pelo paciente podem ser adaptadas para que ele se sinta
capaz e competente para enfrentar novos desafios quando terminar o tratamento.
 
III- Após a alta não é recomendado que novas sessões sejam agendadas, pois o paciente
precisa aprender a enfrentar suas dificuldades sozinho.
É correto apenas o que se afirma em:
I e III.
II e III
I e II.
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! As alternativas I e II estão corretas).

I, II e III.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO  
2
Questão   / 3

Paciente, solteira, 35 anos, advogada, relatou apresentar sintomas de tristeza profunda,


com ideação suicida, porém sem planos de concretizar o ato, diminuição significativa de
produtividade no trabalho, isolamento social, choro frequente e perda de prazer em tarefas
antes prazerosas, cansaço físico intenso. Paciente relatou que esses sintomas haviam se
iniciado há um ano, após rompimento de um relacionamento afetivo. Após muita
resistência, aceitou procurar um psiquiatra.
A partir do caso descrito, escolha qual é o diagnóstico mais provável para esta paciente de
acordo com o DSM V.
Transtorno de ansiedade generalizada
Transtorno depressivo maior
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! O transtorno é Transtorno depressivo maior).

Transtorno do pânico
Transtorno Obsessivo Compulsivo

3
Questão   / 3

J.R., 22 anos, cursa a faculdade de direito, mas está muito desanimado. Não consegue se
concentrar nas aulas, apresenta dificuldades em estudar e realizar provas, falta com
frequência e está a ponto de abandonar o curso. Foi encaminhado para o psiquiatra pois os
sintomas persistiam por mais de um mês. Foi diagnosticado com Transtorno Depressivo
Maior, três semanas após iniciar o tratamento com a medicação indicada J.R. começou a
apresentar uma significativa melhora em seu estado de saúde.
De acordo com o caso descrito, escolha uma das técnicas da TCC mais indicadas para seu
tratamento?
Técnica programação de tarefas graduais
Técnica manejo do tempo
Técnica modelagem.
Técnica descatastrofização
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! A técnica é descatastrofização).

TCC NA DEPENDÊNCIA DE
SUBSTÂNCIAS
Apresentar as aplicações práticas da TCC para o tratamento da Dependência de
Substâncias psicoativas.
NESTE TÓPICO
 APLICAÇÃO DA TCC NA DEPENDÊNCIA DE
SUBSTÂNCIAS
 FASE INICIAL
 DESINTOXICAÇÃO
 INTERVENÇÕES COMPORTAMENTAIS
 MOTIVAÇÃO
 FASE INTERMEDIÁRIA
 PSICOEDUCAÇÃO
 AUTOMONITORAMENTO
 REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA
 ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
 FASE FINAL
 TREINAMENTO DE HABILIDADES
 ESTABELECIMENTO DE METAS
 PREVENÇÃO À RECAÍDA
 FATORES DETERMINANTES
 Referências
NESTE TÓPICO
 APLICAÇÃO DA TCC NA DEPENDÊNCIA DE
SUBSTÂNCIAS
 FASE INICIAL
 DESINTOXICAÇÃO
 INTERVENÇÕES COMPORTAMENTAIS
 MOTIVAÇÃO
 FASE INTERMEDIÁRIA
 PSICOEDUCAÇÃO
 AUTOMONITORAMENTO
 REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA
 ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
 FASE FINAL
 TREINAMENTO DE HABILIDADES
 ESTABELECIMENTO DE METAS
 PREVENÇÃO À RECAÍDA
 FATORES DETERMINANTES
 Referências
Marcar
tópico
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   
  

APLICAÇÃO DA TCC NA DEPENDÊNCIA


DE SUBSTÂNCIAS
Os transtornos relacionados à dependência de substâncias psicoativas (SPA)
estão associados ao um padrão de uso desadaptativo de uma substância  que gera
alterações físicas, comportamentais, psicológicas e sociais, que promovem uma série
de prejuízos ao longo da vida do usuário. Cada substância possui característica própria
e estabelece alterações diferenciadas no estabelecimento da dependência.
Para conhecer a caracterização da dependência, acesse o capítulo 1 (pág. 3 à 17) do
livro indicado abaixo, que pode ser encontrado na biblioteca virtual.
ANDRADE, André Luis; DE MICHELI, Denise. Inovações no tratamento
da dependência de drogas, Rio de Janeito: Atheneu, 2017. Disponível na biblioteca
virtual. https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Loader/168993/pdf
Emboram existam politícas e estratégias em redução de danos e uso controlado, neste
tópicos descreveremos estratégias focadas na abstinência de todas as drogas
psicoativas de abuso, uma vez que, a alteração do estilo de vida se mantém com
hábitos salutares. Desta maneira, um paciente dependente de múltiplas drogas precisa
ser aconselhado a deixar o seu uso.
A seguir falaremos sobre as intervenções nas diversas fases: 
FASE INICIAL
A anuência da sociedade para o uso de drogas lícitas e o caráter esporádico da
experimentação na adolescência levam a dificuldades na discriminação entre uso,
abuso e dependência. O reconhecimento da necessidade de tratamento precisa de uma
cautelosa avaliação que leve em consideração fatores tais como: tolerância e
abstinência, frequência e quantidade de uso, desempenho acadêmico, compromisso
profissional, diminuição do repertório ocupacional e prejuízo nas relações familiares e
sociais.
DESINTOXICAÇÃO
Assim que é observado a necessidade de tratamento, o processo de desintoxicação se
faz indispensável. As mudanças fisiológicas e cognitivas geradas pela intoxicação
aguda prejudicam o manuseio das intervenções e a aquisição das técnicas.
A fase de desintoxicação pode reivindicar psicoterapia, tratamento medicamentoso e
internação hospitalar. Mesmo que existam casos de recuperação sem tratamento
especializado, a síndrome de abstinência de drogas como crack, cocaína, álcool e
benzodiazepínicos necessitam de cuidados especializados. Diferentes drogas
necessitam de períodos diferentes para diminuição dos sintomas agudos de
intoxicação. A avaliação psiquiátrica é fundamental para a maioria dos casos, em
razão de alto predomínio de comorbidades e uso simultaneamente de mais de uma
substância psicoativa (SPA).
INTERVENÇÕES COMPORTAMENTAIS
O controle de estímulos do ambiente no decorrer da fase de desintoxicação apresenta
papel fundamental no início do processo. Hospitais podem oferecer infraestrutura com
cuidados de enfermagem, manuseio farmacológico e redução do contato com pessoas
não vinculadas ao tratamento.
A aproximação utilizando-se reforços positivos pode ser aplicada desde o início do
tratamento, para se atingir as primeiras semanas de abstinência. O manuseio de
contingências de reforçamento baseia-se em um programa de troca de  vouchers, que
representam um prêmio pelo período sem uso de drogas. Os acordos devem ser claros
e os valores definidos antes do início do programa e combinados entre terapeuta,
pacientes e familiares de acordo com as situações e pontos mais importantes para o
paciente. O screening de urina verifica presença ou ausência de substâncias no período
combinado. A cada exame toxicológico que verifique abstinência de SPA, o paciente
recebe o voucher que pode ser convertido por objetos associados a um estilo de vida
sem drogas (STANGER, BUDNEY, KAMON; THOSTENSEN, 2009).
MOTIVAÇÃO
Uma intervenção motivacional essencial para solucionar a ambivalência no uso de
drogas é a matriz de decisão (MILLER; ROLLNICK, 2001).  A observação clara e
estruturada das vantagens e desvantagens de usar e de não usar drogas contrapõe os
argumentos relacionados aos fatores de risco e de proteção do uso de drogas. A figura
nos mostra a separação destes fatores pelo preenchimento da balança dos prós e
contras do uso de substâncias a serem descritos pelo próprio paciente.

Balança decisacional

FASE INTERMEDIÁRIA
PSICOEDUCAÇÃO
O modelo de intervenção psicoeducativa é utilizado com a finalidade de adaptar o
paciente ao modelo cognitivo e ao funcionamento do transtorno. Baseada no modelo
médico biopsicossocial, a psicoeducação oferece conhecimentos teóricos e práticos
que possibilitam ao paciente assimilar as características do seu problema e as
sugestões psicoterapêuticas. A compreensão do processo de recaída, dos estágios de
motivação, dos efeitos da substância no organismo etc., propiciam ao paciente a
chance de realizar escolhas com maiores oportunidades.
AUTOMONITORAMENTO
O reconhecimento dos sinais faz parte das intervenções psicoeducativas, desta feita
ensina o paciente a perceber os estímulos que desencadeiam fissura e a compreender
os fatores que induzem e reforçam o comportamento aditivo. Terapeuta e paciente
realizam um mapeamento de eventos, amigos, costumes e ambientes que estão
relacionados ao uso de SPA, ou seja, que desencadeiam a fissura pelo uso de drogas.
O levantamento de eventos, reações e pensamentos ligados à fissura fundamentam o
reconhecimento de crenças que favorecem o uso da droga.
Para anotar estes sinalizadores, são utilizados o Registro de Pensamentos
Disfuncionais (RPD).

Registro de Pensamentos Disfuncionais.


Fonte: Fonte: Adaptado de FREIRE, Suzana Dias. Implicações Práticas no tratamento psicoterápico da
Dependência Química. In: OLIVEIRA, Margareth da Silva; ANDRETTA, Ilana (org.). Manual prático
de terapia cognitivo-comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.

O  Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD), reúne mais de uma técnica e


investiga o domínio das disfunções cognitivas que compõem crenças permissivas. Ao
discernir as disfunções e identificar as diferenças entre os pensamentos funcionais e
disfuncionais, o terapeuta trabalha a reestruturação cognitiva, realizando o confronto
com os padrões de pensamento que favorecem o uso da droga.
REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA
O processo terapêutico se transforma em um aprendizado para o paciente, que é
estimulado a reconhecer as conexões entre evento, emoção, pensamentos e ação ou
comportamento. A reestruturação das cognições disfuncionais identifica as distorções
e analisa a realidade através do levantamento de situações favoráveis e contrárias ao
pensamento, fomentando versatilidade cognitiva. O terapeuta apresenta hipóteses que
correlacionam os pensamentos disfuncionais às crenças e verificam com o paciente a
veracidade dessas hipóteses de forma objetiva e ordenada. Devem ser trabalhadas
crenças permissivas que predispõem o indivíduo a realizar avaliações equivocadas de
suas vivências. Esse conjunto de crenças pode possibilitar a busca e o consumo de
drogas como mecanismos de compensação para amenizar ou eliminar emoções
negativas geradas pelo confronto com os sinais desagradáveis.
ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
O reconhecimento dos princípios do automonitoramento fundamenta o
desenvolvimento de estratégias para trabalhar com as situações de alto risco. O
paciente amplia maneiras de entender e contestar à realidade de forma assertiva e
adaptada. Desta feita, precisa de possibilidades de ação diante das circunstâncias que
estimulam fissura pelo uso da droga.
Uma lista é realizada pelo paciente, contendo tópicos que mencionam as situações de
risco fundamentais para o uso de SPA. Para cada etapa, são relembradas as atitudes e
os comportamentos já vividos pelo indivíduo em circunstâncias similares. Buscando
experiências vitoriosas, a percepção da habilidade em enfrentar o evento sem consumo
de drogas é trabalhada e são aprovadas as possibilidades do próprio paciente como
recursos essenciais para a reabilitação.
FASE FINAL
TREINAMENTO DE HABILIDADES
O consiste no desenvilvimento  e/ou aperfeiçoamento das capacidades de
enfrentamento compreende o treino de respostas funcionais/adaptativas. Para este fim,
são desenvolvidas a criatividade e versatilidade em técnicas de role play. Esta técnica
estende seus recursos quando é trabalhada em grupo, com representação de situações
de risco, intervenções dos pacientes na interpretação da cena e essencialmente na
experimentação de várias situações para uma imensa variedade de circunstâncias que
podem ser representadas.
ESTABELECIMENTO DE METAS
Todo o processo psicoterápico na TCC é baseado no estabelecimento de metas. Na
dependência, dentre os objetivos alcançados ao longo tratamento, são enfatizados
planejamentos práticos que apoiem a abstinência. As metas precisam ser claras,
racionais, objetivas e detalhadas. Separadas em curto, médio e longo prazo, favorecem
a identificação de possíveis incongruências e a ordenação de acordo com prioridades.
São realizadas avaliações periódicas e estabelecidos indicadores do progresso do
tratamento. Terapeuta e paciente determinam os critérios de acordo com o contexto
observado.
PREVENÇÃO À RECAÍDA
O modelo da Prevenção à Recaída (PR) adapta treinamento de habilidades
comportamentais com intervenções cognitivas, objetivando prevenir ou restringir a
ocorrência de situações de uso (MARLATT; DONOVAN, 2009). Considera
fundamental a identificação dos estágios de motivação descritos por Prochaska &
DiClemente (1983) e o trabalho da solução da ambivalência. Nesta fase se propõe a
necessidade do reconhecimento e avaliação das situações com potenciais de risco,
classificando determinantes intrapessoais e interpessoais do processo de recaída e as
intervenções são focadas em cada um dos determinantes (MARLATT; GORDON,
2009).
FATORES DETERMINANTES
Determinantes intrapessoais (estão localizados no ambiente interno do indivíduo,
sejam fatores físicos ou psicológicos):
 Situações emocionais negativas

 Sensações físicas negativas

 Intensificação de situações emocionais positivas

 Teste do autocontrole

 Submissão aos desejos ou compulsões

Determinantes interpessoais (situados no ambiente externo no qual o paciente está


inserido):

 Enfrentamento de conflito interpessoal

 Pressão da sociedade, amigos e ou parentes

 Intensificação de situações emocionais positivas

O paciente é estimulado a realizar um mapeamento das situações que reconhece como


desencadeadoras para a fissura. As situações de risco devem ser divididas em
situações que podem (e devem) ser evitadas e situações que não podem ser evitadas.
As primeiras compreendem contato com amigos usuários de drogas, evitação dos
ambientes associados ao consumo de drogas e costumes relativos ao uso, como
mentiras, atrasos, faltas etc. As outras situações retratam as ocorrências inevitáveis
que geram fissura, como os feriados de ano-novo e carnaval, datas de aniversários,
filmes que apresentam os rituais de uso etc.
SAIBA MAIS SOBRE AS DEPENDÊNCIAS
SEIBEL, Sérgio Dario. Dependência de Drogas. Editora Atheneu, 2010. Disponível
na biblioteca virtual.
JULIÃO, A.; NIEL, M.; SILVEIRA, D. Dependências não Químicas e Compulsões
Modernas. Editora Atheneu, 2016.  Disponível na biblioteca virtual.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO  
1
Questão   / 3
G., 43 anos, está iniciando sua recuperação para o uso de crack depois de 20 anos de
consumo. O paciente optou por selecionar alguns amigos verdadeiros para manter a
convivência social segundo alguns critérios: que apoiassem sua recuperação, soubessem
da sua abstinência e se propusessem a programações saudáveis. Os encontros eram
planejados com antecedência para evitar os riscos da exposição oferecida pelos amigos
que usavam drogas. Os cuidados incluíam dia e hora, previsão do local e definição da
proposta do encontro. Por segurança, G. estaria acompanhado pelo irmão, os primeiros
encontros foram organizados com a finalidade de jogar futebol, assistir filmes ou fazer
churrasco. (FREIRE, Suzana Dias. Implicações Práticas no tratamento psicoterápico da
Dependência Química. In: OLIVEIRA, Margareth da Silva; ANDRETTA, Ilana
(org.). Manual prático de terapia cognitivo-comportamental. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2011, adaptado).
De acordo com o caso de G., identifique uma técnica essencial para ser utilizada na fase
intermediária de seu tratamento.
 
Desintoxicação
Psicoeducação
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! A Psicoeducação é a técnica para ser utilizada na fase
intermediária do tratamento).

Intervenções comportamentais
Treinamento de Habilidades

2
Questão   / 3

Paciente R., 50 anos, é trazido por agentes da Ação ao pronto atendimento. Por estar
agitado na recepção, é atendido por psiquiatra prioritariamente. Relata estar em situação
de rua há 5 anos, quando mudou-se para São Paulo saindo de Minas Gerais à procura de
emprego, sem sucesso. Relata ter piorado o padrão de uso de cocaína após vir para São
Paulo, com progressiva dificuldade para manter algum repertório além do uso de drogas,
trocando a cocaína pelo crack há dois anos pelo fato da "pedra" ser mais barata. Relata
atualmente uso de crack diariamente, 20 pedras por dia. Não consegue caminhar além dos
limites da Cracolândia, local onde mora há 3 anos. Chora em diversos momentos da
entrevista, dizendo querer parar de usar por perceber perdas, mas não consegue sozinho.
Paciente nega ter realizado tratamento para dependência em outros momentos.
De acordo com o caso deste paciente, identifique o processo essencial para ser utilizado
na fase inicial de seu tratamento.
Estratégias de enfrentamento
Psicoeducação
Reestruturação cognitiva
Desintoxicação
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! A desintoxicação é o processo para ser utilizado na fase
inicial do tratamento).

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO  
3
Questão   / 3

O modelo da Prevenção à Recaída adapta treinamento de habilidades comportamentais


com intervenções cognitivas, objetivando prevenir ou restringir a ocorrência de situações
de uso. Propõe a necessidade do reconhecimento das situações de risco, classificando
determinantes intrapessoais e interpessoais do processo de recaída.
Leia as seguintes afirmativas sobre os determinantes intrapessoais neste processo:
I- Enfrentamento de situações emocionais negativas
II- Submissão as compulsões
III- Pressão da sociedade
IV- Teste do autocontrole
É correto apenas o que se afirma em:
I, II, IV.
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! As alternativas I, II e IV estão corretas)

II, III, IV.


II e III.
I, II e III.

  
TCC NOS TRANSTORNOS DE
PERSONALIDADE
Apresentar as aplicações práticas da TCC para o tratamento dos transtornos de
personalidade.
NESTE TÓPICO
 APLICAÇÃO DA TCC NOS TRANSTORNOS DE
PERSONALIDADE
 Referências
NESTE TÓPICO
 APLICAÇÃO DA TCC NOS TRANSTORNOS DE
PERSONALIDADE
 Referências
Marcar
tópico
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   
  

ATENÇÃO
Antes de começar a leitura do tópico, acesse a biblioteca virtual e leia o capítulo 8
(páginas 163 à 178), e entenda as particularidades dos transtornos de personalidade.

SALKOVSKIS, Paul. Fronteiras da terapia Cognitiva. 2ª ed. São Paulo: Casa do


Psicólogo, 2012.
APLICAÇÃO DA TCC NOS
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
A personalidade é constituída de padrões cognitivos, emocionais e comportamentais,
estes padrões são persistentes e arraigados e possibilitam a adaptação do indivíduo ao
contexto no qual está inserido. O que determina o transtorno, é a inflexibilidade e
desadaptação destes processos (cognição, contrel do impulso, afeto e  relacionamento
interpessoal), que favorece o sofrimento individual e/ou desajuste  funcional ao
indivíduo. Também é importante levar em consideração a divergência acentuda das
cultura no qual ele está inserido (CABALLO, 2014).
Aproximadamente de 30 a 60% dos pacientes com transtornos de humor e de
ansiedade preencham também os critérios para um ou mais transtornos da
personalidade especificados no DSM-IV-TR (Associação Americana de Psiquiatria,
2000; Grant et al., 2005). Segundo o DSM-V (Associação Americana de Psiquiatria,
2014) os principais tipos de transtornos de personalidade são: Esquiva, Dependente,
Obsessivo-compulsiva, Paranoide, Anti-social, Narcisista, Histriônica, Esquizóide,
Esquizotípica e Borderline.
A presença de um transtorno da personalidade usualmente se manifesta no início da
vida adulta. Entretanto, o distúrbio da personalidade não é um processo imóvel, em
algumas situações pode ser aumentado pela ansiedade (maior evitação), depressão
(maior dependência ou intensificação de traços borderline) ou hipomania (maiores
traços narcisistas ou histriônicos). Se seu paciente  manifestar para tratamento um
transtorno de Eixo I, usualmente é útil postergar a avaliação definitiva de transtornos
de Eixo II até solucionar pelo menos em parte o transtorno de humor ou de ansiedade.
O modelo da TCC para o tratamento de transtornos da personalidade centraliza sua
atenção na sintonia entre as crenças ou esquemas do indivíduo que direcionam o
comportamento, as estratégias interpessoais desadaptativas (e normalmente
exageradas) e as influências ambientais (BECK; FREEMAN, 1990; BECK, 1997).
O tratamento para transtornos da personalidade normalmente emprega vários métodos
utilizados para o tratamento de transtornos de humor e de ansiedade, mas com um
destaque maior no trabalho com esquemas e desenvolvimento de estratégias de
enfrentamento mais efetivas (BECK, 1997). Apresentaremos a seguir diferenças entre
a TCC para o tratamento de transtornos da personalidade e a TCC para o tratamento
de depressão e ansiedade:

1. O período do tratamento normalmente é mais longo (um ano ou mais);

2. O relacionamento terapêutico e às reações de transferência são mais


valorizadas;
3. É preciso praticar repetidas vezes os métodos da TCC para alterar
problemas crônicos relacionados ao conceito de si mesmo,
relacionamentos com outras pessoas, ajustamento emocional e
habilidades sociais.

Assim que são reconhecidos um esquema ou uma crença nuclear problemática,


métodos da TCC, como exame de evidências e considerar explicações alternativas,
podem e devem ser utilizados.
A terapia comportamental dialética (DBT) de Linehan (1993) é uma das mais
importantes adaptações da TCC para transtornos da personalidade. Esta terapia foi
desenvolvida especialmente para o tratamento de indivíduos com transtorno da
personalidade borderline, a DBT diferencia-se por quatro características-
fundamentais:

1. Aceitação e validação do comportamento da pessoa naquele instante;

2. Destaque no reconhecimento e no tratamento de comportamentos que


podem alterar a terapia;

3. Uso do relacionamento terapêutico como ferramenta fundamental para a


alteração de comportamento;

4. Destaque para os processos dialéticos.

Ao invés de considerar o comportamento disfuncional como um sintoma de uma


doença, a DBT acredita que mesmo o comportamento excessivamente problemático
apresenta uma razão de ser. Por exemplo, a artimanha do paciente em dividir os vários
profissionais ou cuidadores pode reduzir as chances de receber críticas e comentários
indesejáveis e aumentar as chances de conseguir o resultado almejado.
O progresso na terapia consiste em auxiliar o paciente a identificar seus objetivos
finais e ser capaz de concretizar métodos alternativos socialmente mais aceitos para
conquistar essas metas ou objetivos.
A DBT também treina o paciente para adquirir melhor percepção de equilíbrio entre
objetivos rivais; por exemplo, entre aceitação e mudança, versatilidade e estabilidade
ou ser o centro das atenções e obter autonomia. São destacadas estratégias
relacionadas à atenção plena (mindfulness) para auxiliar a atingir esses objetivos
(LINEHAN,1993).
Os terapeutas também empregam métodos comportamentais tais como: o treinamento
de relaxamento, parada de pensamentos e retreinamento da respiração para ajudar os
pacientes no manuseio de sentimentos que causam sofrimento e regulação de suas
respostas emocionais. Outras estratégias utilizadas são: treinamento de habilidades
sociais, incluindo ensaio cognitivo e comportamental, para auxiliar os pacientes a
assimilarem métodos mais eficientes para trabalharem com os conflitos interpessoais.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO  
1
Questão   / 3

Segundo o DSM-IV-TR (2000) aproximadamente de 30 a 60% dos pacientes com


transtornos de humor e de ansiedade preenchem também os critérios para um ou mais
transtornos da personalidade.
Identifique os principais tipos de transtornos de personalidade:
Esquizóide, Borderline, Depressivo, Narcisista, Paranoide.
Esquizóide, Obsessivo-compulsiva, Paranoide, Bipolar.
Narcisista, Paranoide, Borderline, Obsessivo-compulsiva.
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! Os principais tipos de transtornos de personalidade são:


Narcisista, Paranoide, Borderline, Obsessivo-compulsiva).

Dependente de drogas, Borderline, Narcisista, Anti-social.

2
Questão   / 3

A terapia comportamental dialética de Linehan (1993) é uma das mais importantes


adaptações da TCC para o tratamento de transtornos da personalidade.
Leia as seguintes afirmações sobre a terapia comportamental dialética:
I- Realiza a aceitação e validação do comportamento do paciente naquele momento
específico.
II- Utiliza o relacionamento terapêutico como ferramenta essencial para a alteração do
comportamento.
III- Apresenta especial destaque para os processos dialéticos.
IV- Considera o comportamento disfuncional como um sintoma de uma doença.
É correto apenas o que se afirma em:
I, II, IV.
II, III, IV.
II e III.
I, II e III.
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! As alternativas I, II e III estão corretas)


3
Questão   / 3

Leia o capítulo 8- Terapia Cognitiva dos transtornos de personalidade (pag. 163-178) do


livro Fronteiras da terapia cognitiva, link está disponível no início deste tópico.
O paciente com transtornos de personalidade tende a utilizar em excesso estratégias de
forma inflexível e compulsiva, falta a este paciente a habilidade para avaliar situações de
forma realista e selecionar uma a partir de um leque de estratégias.
Leia os comportamentos a cerca de pacientes com transtorno de personalidade:
I- Paciente paranoico pode reagir de forma muito desconfiada em interações sociais,
mesmo quando sua própria experiência indica que essas pessoas provavelmente são
cofiáveis.
II- Paciente narcisista pode agir de uma maneira persuasiva e flexível em uma equipe
igualitária no trabalho.
III- Paciente histriônico pode agir de forma inadequada e dramática em uma situação
formal, como uma entrevista de emprego.
É correto apenas o que se afirma em:
I e III.
CORRETO

(feedback: Parabéns, você acertou! As alternativas I e III estão corretas).

II e III.
I e II.
I, II e III.

TCC NA MODALIDADE A
DISTÂNCIA
Apresentar a prática da terapia cognitivo-comportamental na modalidade à distância.
NESTE TÓPICO
 História e Regulamentações sobre a prática
 TCC na Modalidade A Distância
 Aspectos da psicoterapia à distância
 Pesquisas
 Terapia cognitivo-comportamental na modalidade à distância
 Análise do vínculo terapêutico
 Instituindo vínculo paciente-terapeuta no ambiente virtual
 Observações gerais
 Referências
NESTE TÓPICO
 História e Regulamentações sobre a prática
 TCC na Modalidade A Distância
 Aspectos da psicoterapia à distância
 Pesquisas
 Terapia cognitivo-comportamental na modalidade à distância
 Análise do vínculo terapêutico
 Instituindo vínculo paciente-terapeuta no ambiente virtual
 Observações gerais
 Referências
Marcar
tópico
AUTOR(A)
PROF. ERICA PINTO CAMPOS
   
  

Atualmente observamos novas formas de interagir em todas as áreas devido o avanço


tecnológico e da internet, tal avanço, tem gerado novas possibilidades de interação. A
psicologia, principalmente nas áreas de neurociências desenvolveu sólido
conhecimento, mas as tecnologias da informação promovem novas formas do ser
humano se relacionar em tempo real, o que somado a dificuldade de locomoção
vivenciada em grandes metrópoles proporciona um campo fértil para atuação do
psicólogo.
Enquanto no cenário internacional, a prática do atendimento terapêutico mediado por
Tecnologia da Informação já é uma prática consistente, no Brasil observa-se os
primeiros passos, ainda de maneira incipiente.
História e Regulamentações sobre a prática
Podemos notar os primeiros passos rumo a regularização do atendimento psicológico
mediado por tecnologia a partir das Resoluções CFP 003/2000 e CFP 012/2005, as
quais regulamentam o trabalho do psicólogo mediado por tecnologia, nelas há a
autorização para a realização de orientações psicológicas e afetivo sexual, orientação
educacional entre outras, mas com caráter pontual e informativo, desde que respeitem
o código de ética profissional e que esteja devidamente registrado e autorizado pelo
Conselho Federal de Psicologia e Conselho Regional, com certificado eletrônico
desenvolvido e cedido pelo CFP.
O acompanhamento psicoterapêutico é vedado, e institui a sua prática somente
mediante projeto de pesquisa devidamente registrada nos comitês de ética das
instituições e adesão a todos os protocolos legais necessários que envolvem pesquisas
com seres humanos, não cobrança de honorários, vinculação de pesquisadores através
de registro e autorização do CFP E CRP, com certificado eletrônico próprio da
pesquisa.
A Resolução deixa claro que não está autorizado o atendimento psicoterapêutico
mediado por computador, e institui a sua prática somente mediante projeto de pesquisa
que devidamente registradas nos comitês de ética das instituições e adesão a todos os
protocolos legais necessários que envolvem pesquisas com seres humanos. Temos
outras resoluções posteriores a estas, mas todas mantêm em seu bojo as mesmas
características, tendo pouca mudança nas normativas.
É apenas em 2018, com a homologação da Resolução 11/2018 que temos mudanças
mais significativas, comentaremos aqui alguns pontos, no entanto, a leitura da lei na
integra é de extrema importância. Acesse o quadro disponível a seguir e acesse as
resoluções.
ACESSE E LEIA AS RESOLUÇÕES
Resolução CFP 003/2000
Resolução CFP 006/2000
Resolução CFP 012/2005
Resolução CFP 011/2012
Resolução CFP 11/2018
A partir da leitura da Resolução de 2018, pode-se notar que a resolução não especifica
qual o meio tecnológico a ser utilizado, deixa a cargo do psicólogo decidir sobre a
melhor opção. Assim, não é mais necessário a vinculação à sites específicos, como
anteriormente. No entanto, salienta que o psicólogo deve estar cadastrado e autorizado
pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP) e atualizar anualmente.
Estabelece que o psicólogo é responsável pela forma e ferramenta pela qual a
prestação de serviços será estabelecida, ou seja, síncrona ou assíncrona. Entende-se
por síncrona o recurso no qual há interação de duas pessoas em tempo real, tais como
vídeochamada, videoconferência, chat, etc. Já os recursos assíncronos  são
ferramentas desconectadas do tempo real, tais como, e-mail, blogs, fóruns, etc.
É importante que o psicólogo atente às questões relacionadas ao código de ética,
alguns aspectos estão relacionados a sigilo e confidencialidade dos dados, arquivo
documental (prontuário), honorários, faltas, entre outros. Ainda sugere que estabeleça
contrato formal com relação aos pontos elencados e acordados com o paciente.
O atendimento não é autorizado a todas as situações, casos graves devem ser
atendidos presencialmente, e ao ser identificado deve ser encaminhar e, se possível
acompanhar, para modalidade presencial e/ou serviços específicos especializados,
alguns exemplos desses casos são vítimas de violência, pessoas com seus direitos
violados, desastre, suicídio etc.
Já com relação ao atendimento à crianças e adolescentes, está autorizado, desde que
haja a autorização por escrito de um dos pais. Testes psicológicos podem ser
aplicados, desde que validados e padronizados para este fim.
TCC na Modalidade A Distância
A terapia cognitivo-comportamental na modalidade à distância, pode se utilizar de
diversas técnicas empregadas por meio da rede de computadores (BINIK, CANTOR,
OCHS, MEANA, 1997).
Observa-se que no contato estabelecido entre terapeuta e paciente a modalidade à
distância pode utilizar de meios alternativos (ferramentas) tais como: ligações
telefônicas, mensagens (ex: WhatsApp), e-mails, etc., o que se considera um processo
terapêutico alternativo ao método tradicional.
Aspectos da psicoterapia à distância
A terapia à distância para obter efeitos concretos, precisa superar a desconfiança do
paciente no método utilizado, bem como, trazer-lhe acolhimento no sentido de
permitir ao terapeuta conduzir a técnica mais adequada para esta modalidade de
tratamento, mesmo não compartilhando o ambiente físico (BARAK, 1999).
Nota-se em uma terapia bem-sucedida que estabelecer o vínculo entre terapeuta e
paciente, constitui-se um aspecto fundamental no qual se observa uma verdadeira
aliança terapêutica (BORDIN, 1979).
Os estudos indicam que esta nova abordagem de tratamento tem evoluído nos últimos
anos com várias pesquisas na área de transtornos de ansiedade e transtornos de humor,
dentre outros (MCCRONE, KNAPP, PROUDFOOT, 2004).
ATENÇÃO!
Antes de continuar a leitura, é fundamental que você leia o capítulo "As aplicações da
terapia cognitivo-comportamental nas modalidades de psicoterapia à distância", que se
encontra na biblioteca virtual Person, no livro Desafios Clínicos em Terapia
Cognitivo-comportamental, p. 77-90. Disponível na biblioteca virtual.

Pesquisas
O tratamento psicoterapêutico convencional pode ser ampliado com outra perspectiva
de interação na assistência ao paciente. Observa-se como alternativa viável e de bons
resultados a utilização de videoconferência, mostrando-se superior ao tratamento via
telefone, uma vez que permite ao terapeuta interagir na análise do comportamento
(verbal e não verbal) do paciente, observar suas reações e instruir técnicas que
amenizam o sofrimento.
Nessa linha de raciocínio foi realizado um estudo com a participação de 21
integrantes, diagnosticados com transtorno do pânico com agorafobia, tratados com
psicoterapia cognitivo-comportamental (videoconferência) e outro grupo realizando o
tratamento convencional (físico).  Colaboraram neste estudo 4 terapeutas com mais de
um ano de experiência no tratamento desse transtorno. Observou-se resultados
eficientes em ambos os tratamentos (BOUCHARD et al., 2004).
Ainda nestes termos, observa-se uma pesquisa realizada com um grupo de 150
voluntários, via internet, o qual se avaliou a evolução do tratamento do transtorno de
ansiedade generalizada. Os resultados observados no grupo controle seguiram
indicando a não melhora dos sintomas, da mesma forma que os pacientes deprimidos
(HEDMAN et al., 2011).
Terapia cognitivo-comportamental na
modalidade à distância
Considerando as possibilidades terapêuticas, a terapia cognitivo-comportamental
apresenta como metas solucionar problemas atuais e alterar os pensamentos
disfuncionais. Visa realinhar as cognições disfuncionais e apontar versatilidade
cognitiva com o intuito de permitir ao paciente enxergar novas perspectivas em
situações específicas.
Ainda neste cenário, a técnica busca solucionar problemas pontuais, buscando em
última análise, munir o paciente de recursos cognitivos para notar e reagir a realidade
de maneira funcional.  Observa-se que as crenças alimentadas sobre si mesmo, sobre o
mundo e o futuro, orientam os sentimentos individuais do paciente. Desta forma,
como as pessoas pensam pode alterar seu bem-estar emocional (BECK et al., 1979).
Finalizando, observa-se na terapia em análise, que tanto na modalidade convencional
como à distância, utiliza-se as mesmas técnicas cognitivas, as quais aponto: checagem
de evidencias, questionamento socrático, descoberta guiada e prescrição de
experimentos comportamentais. O uso de escalas de mensuração pode ser utilizado
para considerar a evolução do paciente no curso do tratamento (BECK et al.,1997) .
Análise do vínculo terapêutico
No cenário estabelecido entre terapeuta e paciente um aspecto importante que
demonstra a aliança na terapia, associa-se ao baixo índice de abandono no tratamento,
por sua vez, observando um alto índice de desistência e/ou resultados insignificantes,
podem ser atribuídos as expectativas irreais do paciente. Nota-se que alianças bem
estruturadas e expectativas mais realistas parecem diminuir o índice de abandono dos
tratamentos e consequentemente obtendo resultados melhores (HERSOUG,
HOGLEND, HAVIK, MONSEN, 2010).
Uma pesquisa brasileira com amostra inicial de 373 inscritos, analisou o vínculo entre
terapeuta e paciente, durante o período de 15 semanas, em um ambiente virtual não
sincronizado. Observou-se a possibilidade de desenvolver e manter um vínculo
terapêutico em níveis adequados, tais como o descrito na literatura tradicional, o que
demonstra a possibilidade de utilização da técnica de terapia à distância estabelecer
um ambiente adequado entre terapeuta e paciente (PRADO, MEYER, 2006).
Instituindo vínculo paciente-terapeuta no
ambiente virtual
O nível de confiança entre o terapeuta e o paciente será fundamental para estabelecer
a aliança terapêutica. Observa-se as boas características do terapeuta sendo
desenvolvidas tanto no atendimento físico, como no virtual, a depender da postura
adotada pelo profissional e do nível de contato com o paciente.
Nesta linha de raciocínio podemos observar algumas condutas que mereçam destaque
e segundo Lettner são: postura empática, compreensão, aceitação desprovida de
julgamentos, autenticidade na relação, autoconfiança por parte do terapeuta,
flexibilidade na aplicação das técnicas e aplicação com tom amigável, comprometido
e interessado.
Por último merece ênfase que a frequência das técnicas narradas no primeiro
parágrafo, impactarão na qualidade do tratamento, o que por sua vez, demonstra ser a
videoconferência uma técnica interativa mais eficiente do que uma mensagem virtual
(LETTNER, 1998).  
Observações gerais
Diante do estudo ora apresentado, observa-se que a terapia cognitivo-comportamental
mostra-se como uma técnica inovadora capaz de trazer resultados efetivos e
satisfatórios no tratamento de transtornos mentais, tais como: depressão, transtornos
de ansiedade, entre outros.
Os experimentos enumerados neste tópico se referem aos estudos desenvolvidos no
capítulo "As aplicações da terapia cognitivo-comportamental nas modalidades de
psicoterapia à distância".  Nota-se que os autores (MARTINS, PERGHER, ARAÚJO),
enumeraram as diversas abordagens possíveis de terapia utilizando-se de ferramentas
modernas que podem propiciar conforto para o paciente em situações que o tratamento
convencional não consegue alcançar.
Conclui-se dos estudos e da literatura abordada que a terapia cognitivo-
comportamental se apresenta compatível com o tratamento à distância, bem como
capaz de trazer bons resultados aos pacientes que demonstram uma significativa
melhora em seus sintomas, o que em última análise, se busca em uma terapia.
Referências
BARAK, A. Psychological Aplications on the Internet: a discipline on the threshold of
a new millenium. Applied e Preventive Psychology, v. 8, p. 231-245, 1999.
BECK, A. T.; RUSH, A. J.; SHAW, B. E, & EMERGY G. Cognitive therapy of
depression. New York: Guilford Press, 1979
BECK, A. T.; RUSH, A. J.; SHAW, B. E, & EMERGY G. Terapia cognitiva da
depressão. Porto Alegre: Artmed, 1997.
BINIK, Y. M.; CANTOR, J.; OCHS, E.; MEANA, M. From the couch to the keyboard:
psychotherapy in cyberspace. In: KIESLER, S. (Ed). Culture of the Internet.
Mahwah: Erlbaum, 1997.
BORDIN, E. S. The generalizability of the psychoanalytic concept of the working
aliance. Psychotherapy, Theory, Research and Practice, v. 16, p. 252-260, 1979.
BOUCHARD, S. et al. Delivering cognitive-behavior therapy for panic disorder with
agoraphobia in videoconference. Telemedicine Journal and E-Health, v. 10, n. 1,
2004.
HERSOUG, A. G. et al. Development of working aliance over the course of
psychotherapy. Psychology and Psychotherapy: Theory, Research and Practice, v.
83, n. 2, p. 145-159, 2010.
HEDMAN, R. et al. Interned-based cognitive behavior therapy vs. Cognitive
behavioral group. Therapy for social anxiety disorder: A randomized controlled non-
inferiority trial. PLOSONE, v. 6, n. 3, 2011.
LETTNER, H. W. Avaliação comportamental. In: RANGÉ, B. (Org). Psicoterapia
comportamental e cognitiva de transtornos psiquiátricos. Campinas: Psy, 1998.
MARTINS, Cesar A. S.; PERGHER, Giovanni K.; ARAÚJO, Renata B. As aplicações
da terapia cognitivo-comportamental nas modalidades de psicoterapia a
distância. In: ARAÚJO, Renata Brasil; PICCOLOTO, Neri Maurício; WAINER,
Ricardo (orgs.). Desafios clínicos em terapia cognitivo-comportamental. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2013. Cap. 5, p. 77-90. E-book. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/38527/pdf. Acesso em: 30 jul.
2020
MCCRONE, P.; KNAPP, M.; PROUDFOOT, J.; et al. Cost-effectiveness of
computerized cognitive-behavioral therapy for anxiety and depression in Primare
Care: randomized controlled trial. British Journal of Psychiatry, v. 185, p. 55-62,
2004.
PRADO, O. Z.; MEYER, S. B. Avaliação da relação terapêutica na terapia assíncrona
via internet. Psicologia em Estudo, v. 11, n. 2, p. 247-257, 2006.

Para a construção do vínculo entre paciente e terapeuta dentro da terapia cognitivo


comportamental é muito utilizado o empirismo colaborativo, escolha nas afirmações
abaixo a que mais descreva o que é este estilo terapêutico:
1. Ao estabelecer o contrato para atendimento o psicólogo deve permitir que o
paciente decida totalmente o plano de intervenção.
2. O psicólogo ao realizar a avaliação cognitivo comportamental estabelece
um plano de intervenção e comunica ao paciente que deve aceitar
plenamente.
3. O psicólogo é responsável pela criação do plano de intervenção e o
paciente precisa perceber sozinho todos os seus comportamentos
disfuncionais.
4. O psicólogo realiza a avaliação, estabelece um plano de intervenção e pode
revê-lo a qualquer momento do tratamento discutindo junto ao paciente
sempre, pois este, também é responsável por seu tratamento.

Pensando que não existe um modelo de tratamento único a todas as pessoas e o


psicólogo pode se assemelhar a um professor para compartilhar durante o processo,
algumas características podem ser construídas nesta relação. A partir das afirmações
abaixo, escolha a alternativa que descreva exemplos corretos dessas características.
I - Amigável : Quando informações são passadas de forma afetuosa, a receptividade
das pessoas é mais favorável.
II - Engajado: O terapeuta proporciona que o paciente se torne uma pessoa engajada
em questões sociais.
III - Capacitante: O psicólogo possibilita a transformação por meios educativos,
ensinando novas formas de ação cotidiana.
1. I e II estão corretas.
2. I e III estão corretas.
Correto
3. II e III estão corretas.
4. Apenas I está correta.
A partir da conceituação que investiga história de vida, cognições, comportamentos,
emoções e respostas fisiológicas tornando possível a formulação como ferramenta
deste processo, permitindo a construção de um plano de intervenção a partir do
conhecimento amplo do funcionamento do indivíduo, escolha a alternativa que
descreva conceituação e formulação:
1. A partir da formulação é possível acontecer a conceitualização permitindo
que as descobertas sobre o indivíduo virem conceitos rígidos durante o
tratamento.
2. A formulação contém a conceitualização, já que a segunda possibilita o
levantamento de informações tornando possível a formulação da ação a
partir dos dados obtidos.
3. A conceitualização acontece primeiro durante a avaliação e investigação do
paciente e a formulação é a última etapa do tratamento após todas as
mudanças concluídas.
4. A conceitualização contém a formulação, já que é preciso primeiro
formular as etapas e depois conceituar os dados.

Ainda sobre o conceito de formulação, leia as afirmações abaixo e escolha a


alternativa correta:
1. É um processo fixo, como ocorre no início do contato com o paciente e
estabelece as mudanças que serão ocorridas, não pode ser transformada no
meio do tratamento.
2. É um processo contínuo, pois com o passar do tratamento o aumento do
vínculo e as próprias mudanças do paciente, novas informações são
incluídas.
3. É um processo estático, são informações trazidas pelo paciente que fazem
parte do seu eu e não sofrem mudanças.
4. É um processo contínuo que não precisa ser revisto pois não sofre alteração
durante o tratamento.

1.
Contemplação, o paciente indica na régua os números 1, 2 ou 3, que
indicam que ele está contemplando a mudança e não está de modo
algum pronto ainda.
2. Ação e manutenção, o paciente indica na régua os números 7, 8 ou 9 que
indicam que ele está se preparando para mudar.
3. Pré-contemplação, o paciente identifica na régua os números 1, 2 ou 3
que indicam que ele não está de modo algum pronto para mudar.
4. Preparação, o paciente indica na régua os números 4, 5 ou 6 que indicam
que ele já está pensando em mudar.

Os seis estágios de mudança de


comportamento
1) Pré-contemplação (“que problema?”)

Aqui, as pessoas nem sempre têm consciência de que seu


comportamento pode ser problemático ou trazer prejuízos para sua
saúde. Quem nunca se pegou pensando: “Ah, mas é só mais uma
tacinha de vinho” sem se dar conta de que, na realidade, a dose já havia
sido bem maior?

O principal objetivo dessa etapa é definir o problema e torná-lo conhecido


por meio de informações de qualidade e que geram insights para a
mudança. 
2) Contemplação (“ok, talvez exista um problema.”)

No segundo estágio, as pessoas estão começando a reconhecer que seu


comportamento é problemático e começam a olhar para os prós e
contras de suas ações. De que forma esse comportamento gera prejuízo
para a minha saúde? Para as minhas relações? Para o meu
desenvolvimento?
Aqui, o objetivo é também analisar os benefícios de uma potencial
mudança. Ou seja, por meio de estímulos, até os mais céticos precisam
ser convencidos de que está na hora de iniciar uma mudança. É a
famosa “virada de chave” para um novo hábito.
3) Preparação (“me sinto pronto”)

Toda ação exige um bom planejamento. Então, não espere que uma
grande mudança ocorra da noite para o dia, ou que ela venha sem
desafios caso você queira torná-la constante e sustentável.

Nessa etapa, o objetivo é compreender quais são os pequenos passos


possíveis em direção a uma grande mudança de comportamento, bem
como tornar palpáveis algumas das dificuldades que possam vir a ser
enfrentadas.  
4) Ação (“vou agir”)

Na quarta etapa, as pessoas que decidem pela mudança de


comportamento também precisam ser educadas para uma potencial
recaída. Aqui, o mais importante é trazer feedbacks positivos para as
conquistas, mas sem abrir mão de olhar com gentileza para as
imperfeições.
Sabe a máxima “feito é melhor que perfeito”? Pois é, ela faz sentido
quando nos desafiamos a deixar a nossa zona de conforto e encaramos
uma mudança.

Por isso, é importante traçar objetivos palpáveis e com prazos bem


definidos para ir acompanhando a evolução rumo à construção de um
novo hábito.
5) Manutenção (“continue a agir!”)

Talvez, o maior desafio na mudança de comportamento seja a


consistência. Passado o ânimo inicial de finalmente ter conseguido agir,
quanta motivação é necessária para fazer com que um comportamento
realmente se torne parte da nossa vida?

Nessa etapa, o mais importante é criar mecanismos de reforço positivo


do novo hábito, bem como relembrar os ganhos e benefícios do novo
comportamento.
6) Recaída (“interrompi minha ação”)

A mudança de comportamento dificilmente será linear, mas cíclica. Por


isso, a recaída, ou a regressão para etapas anteriores, é algo
completamente esperado dentro do processo.

O mais importante de se observar aqui são os gatilhos indutores dessa


regressão. O que aconteceu na sua vida que te fez retomar o hábito
antigo? Não há culpa nem vergonha alguma nessas idas e vindas.

Pelo contrário, elas podem ser importantes para o processo de


aprendizagem até que, de fato, um novo comportamento se torne
duradouro. 
Mudança de comportamento: para se ter
em mente
1. A mudança de comportamento é um ciclo e não algo linear;
2. É importante definir o que é motivação para cada um;
3. Tenha grandes objetivos, mas seja capaz de destrinchá-los em
pequena metas factíveis e palpáveis;
4. Saiba colocar essas metas em prazos realistas e saudáveis;
5. Não há vergonha em recaídas – o mais importante é reconhecer os
gatilhos que te fazem retornar para determinado hábito.
Saiba como a Alice pode te ajudar a mudar
seus hábitos
A missão da Alice é tornar o mundo mais saudável, e ser saudável não é
apenas não ter doenças e ficar longe do pronto-socorro. É adotar bons
hábitos nos quesitos alimentação, atividade física, sono e, claro, saúde
física e mental.
Como a Alice é uma gestora de saúde com foco na atenção primária e na
promoção e prevenção de saúde, sabemos muito bem como ajudar
nossos membros a adotarem novos comportamentos em prol de uma
vida mais saudável.
E o primeiro passo dessa caminhada é o nosso Scan, um mapeamento
completo da sua saúde que conta com uma ferramenta exclusiva,
o Score Magenta.
No Scan, nós vamos nos conhecer melhor. Você vai nos contar sobre
suas condições de saúde, seus objetivos e suas necessidades para se
tornar mais saudável. A partir desse resultado, vamos desenhar a
sua Jornada de Saúde Personalizada. 

Nosso objetivo é ajudar cada pessoa membra a ter autonomia sobre sua
saúde e se tornar empoderada para tomar decisões e praticar o
autocuidado!

O estágio de contemplação descreve o período em que as pessoas percebem que a


mudança é necessária. Muitas vezes envolve a ponderação de prós e contras. Por um
lado, você sabe que a mudança de comportamento terá vantagens, mas, por outro, a
mudança de comportamento requer tempo e energia
PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS: O
QUE SÃO, COMO IDENTIFICAR E
SEUS TIPOS
Início » Pensamentos Automáticos: O Que São, Como Identificar e Seus Tipos

Pensamentos Automáticos: O Que São, Como


Identificar e Seus Tipos
Os pensamentos automáticos fazem parte da nossa vida, ainda que não percebamos quais
sejam tão nitidamente, em alguns casos. Boa parte dos pensamentos automáticos que temos
não causam problema algum, pois precisamos de rapidez de raciocínio, os quais podem ser
obtidos através dos pensamentos automáticos. 
O problema aparece quando esses pensamentos automáticos não correspondem à realidade,
pois tendem a paralisar o sujeito diante uma situação, provocando sofrimento mental. É
importante, então, saber identificá-los para, assim, conseguir desmistificá-los e vinculá-los
a comportamentos saudáveis.
Quer saber como fazer essa identificação? Então basta continuar a leitura!
O que são os pensamentos automáticos?
O conceito de pensamento automático está diretamente ligado ao conceito de crenças
centrais e crenças intermediárias, segundo o conceito de modelo cognitivo de Aaron
Beck (1967).
Para Beck, o sistema cognitivo compõe-se por três níveis. O primeiro deles é composto
pelas crenças nucleares, ou seja, é o nível mais fundamental, uma vez que conta com
crenças globais e mais rígidas. Quando uma experiência ativa uma dessas crenças, elas
conseguem ter uma força extrema sob o sujeito, que se fecha às informações que poderiam
ser contrárias a essa suposta certeza.
Já o segundo nível é composto por crenças intermediárias. Isto é, atitudes, suposições e
regras que definem a maneira como devemos agir, bem como proteger o sujeito de reações
negativas ligadas a possíveis crenças centrais disfuncionais. 
Por fim, os pensamentos automáticos aparecem no terceiro nível. Também conhecido como
PAs, eles podem ser entendidos como uma forma rápida e espontânea de representar as
cognições breves, de forma a proporcionar que o indivíduo perceba mais facilmente a
emoção vinculada ao pensamento, invés do conteúdo do pensamento em si. Eles podem ser
tanto positivos quanto negativos e, segundo Beck & Dozois (2011), se relacionam
funcionalmente à ativação de crenças e esquemas mais profundos do indivíduo.
Quais são os tipos de pensamentos automáticos?
Por meio dos vários estudos conduzidos pelos profissionais da Terapia Cognitivo-
Comportamental e baseado nos conceitos teorizados por Beck (1967), os pensamentos
automáticos podem aparecer de três formas:
1. Pensamento automático distorcido
O pensamento distorcido é um dos mais comuns na clínica. Como o próprio nome já diz,
ele se caracteriza pela distorção da realidade daquela experiência e impressão vivida pelo
sujeito. Dessa forma, o sujeito, ainda que tenha todas as informações que comprovem algo,
ele pensa justamente no oposto.
Um exemplo clássico de pensamento distorcido é quando a pessoa acredita estar com uma
doença, vai ao médico e faz todos os exames possíveis, vê os resultados negativos para
comorbidades e/ou transtornos, mas ainda pensa que tem algo de errado com ela, alegando
que os exames não foram capazes de identificar. 
2. Pensamento preciso e com conclusão distorcida
Nesse caso já existe uma pequena diferença, pois parte do raciocínio está tecnicamente
correto e alinhado com a realidade. O ponto chave desse pensamento é que, ainda que o
paciente entenda que algo está acontecendo ou aconteceu com ele, a conclusão que ele tem
diante daquilo é normalmente dramática demais, além de provocar generalizações sem
fundamentos.
Os relacionamentos abusivos são palco para esse tipo de pensamento, por exemplo. Uma
pessoa que é traída e entende isso, sofre pelo fato que aconteceu com ela. Contudo, a partir
dessa experiência, é comum ela generalizar, acreditando que todos os futuros
relacionamentos que ela tiver ao longo da vida também provocará sofrimento em virtude de
uma traição. 
3. Pensamento preciso e disfuncional
O pensamento preciso e disfuncional causa sofrimento mental por seguir um raciocínio
semelhante, porém tratando-se do outro extremo. É importante entender que ele segue uma
linha de raciocínio particular, que não foge exatamente da realidade, porém a encara de
uma forma intensa demais.
Uma pessoa que está diante da demanda de elaboração de um trabalho de conclusão de
curso, por exemplo, pode apresentar um pensamento preciso e disfuncional. Para escrever a
sua dissertação de cerca de 20 páginas, ela precisará ler dezenas de artigos.
Diante desse desafio, a pessoa irá refletir sobre o quão complexo é escrever uma
monografia, na quantidade de páginas que tem como objetivo, na quantidade de artigos que
terá que ler, na necessidade de elaboração de resumos e esquemas para lembrar dos tópicos
lidos e dezenas de outros pontos que podem fazê-lo postergar para iniciar e até mesmo
paralisar diante essa atividade. 
Como identificá-los?
A terapia é fundamental para ajudar o paciente a começar a identificar os pensamentos
automáticos que estão presentes na vida, sejam positivos ou disfuncionais. Um caminho
comum para essa identificação é a análise das crenças centrais e crenças intermediárias, que
normalmente estão conectadas a dezenas de pensamentos automáticos de todos os tipos.
O terapeuta irá conduzir o paciente a refletir sobre as crenças centrais, desmembrando-as a
fim de elucidar as intermediárias e, por fim, perceber quais são os pensamentos mais
comuns que estão ajudando a nutrí-las.
Esses pensamentos podem ser ilustrados por comportamentos, apresentados em discursos
emitidos pelo sujeito durante experiências e/ou nas sessões. Cabe, então, ao terapeuta, estar
ali para o paciente, atento para ouvir a captar as nuances desses pensamentos através das
falas emitidas. 
O próprio paciente consegue, com o tempo, identificar sozinho quais são os pensamentos
automáticos presentes no seu sistema cognitivo e repertório comportamental. O
autoconhecimento é fundamental nesse contexto, para que ele consiga observar os impactos
positivos e negativos que são a carcaça desses pensamentos. 
Os comportamentos também são fundamentais para a percepção dos pensamentos
automáticos, pois são a resposta mais imediata a eles. Dessa forma, a identificação e
posterior análise dos padrões comportamentais do paciente são forma comprovadamente
assertiva para identificação e reestruturação dos pensamentos automáticos.
O que percebemos então?
Logo, é possível perceber que os pensamentos automáticos fazem parte da nossa vida e isso
não quer dizer algo necessariamente ruim. Precisamos dos pensamentos automáticos para
vários aspectos da vida, pois eles nos ajudam a nos posicionarmos diante situações. 
Entretanto, existem diversos pensamentos automáticos disfuncionais e o primeiro passo
para não deixar que eles sejam determinantes, é reconhecê-los. Os comportamentos,
sentimentos e emoções são algumas das carcaças que eles assumem, sendo os pontos que
cabem maior observação, bem como devem ser o foco de intervenção psicoterapêutica
QUESTAO 1 DE 5  ATIVIDADE DE MULTIPLA ESCOLHA

As teorias cognitivas se diferenciam da psicanálise e dos modelos comportamentais


entendendo que existe um processo de cognição que media além do pensamento e da
ação a maneira com que os eventos ambientais são percebidos e produzem uma
resposta no indivíduo. Escolha dentre os exemplos abaixo a situação que melhor
exemplifique todas as etapas dessa definição:
1. Sandra tem se sentido triste e percebeu que não responde mais nem mesmo
a situações em que alguém a agride. Conversando com uma amiga,
concluiu que faz parte das características de seu signo.
2. Uma mãe gritou com o filho após ele ter derrubado a comida, ela relatou ter
ficado muito nervosa pois tinha acabado de limpar a casa. Percebendo que
sua reação foi exagerada conversou com a criança, explicou que estava
nervosa e propondo que os dois limpassem juntos a bagunça aproveitou
para ensinar e se aproximar do filho.
3. Em uma reunião de trabalho o supervisor expôs a todos um erro do
funcionário, este respondeu de forma agressiva imediatamente e foi embora
em seguida.
4. Durante uma visita à casa de amigos, o cachorro se soltou e Carlos que tem
medo, se sentindo incomodado foi embora dizendo que foi mordido na
infância e com o trauma não consegue conviver com animais.
Incorreto

Caro Gabalda propôs uma classificação em três modelos para as abordagens


cognitivas, quais foram elas?
1. reestruturação cognitiva, analíticas-comportamentais e construtivistas.
2. reestruturação cognitiva, cognitivo-comportamentais e construtivistas.
Correto
3. reestruturação cognitiva, psicanalíticas-comportamentais e construtivistas.
4. reconstrução, cognitivo-comportamentais e construtivistas

QUESTAO 3 DE 5  ATIVIDADE DE MULTIPLA ESCOLHA

A partir da situação abaixo descrita, escolha a alternativa que melhor descreva os


conceitos apresentados pela definição da teoria cognitivo comportamental.

"Uma mãe gritou com o filho após ele ter derrubado a comida, ela relatou ter ficado
muito nervosa pois tinha acabado de limpar a casa. Percebendo que sua reação foi
exagerada conversou com a criança, explicou que estava nervosa e propondo que os
dois limpassem juntos a bagunça aproveitou para ensinar e se aproximar do filho."
1. Ela só gritou com o filho por já ter limpado a casa.
2. O estímulo da situação provocou a resposta de gritar com o filho.
3. A culpa de gritar com o filho fez com que ela percebesse sua reação.
4. A mãe gritou como uma resposta imediata à situação ocorrida e perceber
sua reação mostra que o processo cognitivo ocorreu promovendo uma nova
ação.
Correto
Os pensamentos automáticos acontecem de maneira involuntária em todas as situações
cotidianas e provocam reações emocionais e essas reações chamam mais atenção do
que os pensamentos que podem ter as causado. Escolha dentre as afirmações abaixo as
situações exemplifiquem pensamento automático:

I - Em uma viagem de avião, Lúcia sentiu um medo repentino mesmo com o voo
tranquilo e achou estranha essa sensação pensando se o avião iria cair.

II - Em uma briga com a namorada, Ricardo pensou que poderia perdê-la e começou a
chorar e pedir desculpas mesmo achando que não estava errado.

III - Thiago preparou uma apresentação para um trabalho de faculdade e com medo de
acordar atrasado, não conseguiu dormir no dia anterior se sentindo ansioso a noite
toda.
1. Todas estão corretas.
Correto
2. I e III estão corretas.
3. I e II estão corretas.
4. II e III estão corretas.

A partir das afirmações da questão anterior, escolha a alternativa que contenha os


pensamentos automáticos das situações:

I - Em uma viagem de avião, Lúcia sentiu um medo repentino mesmo com o voo
tranquilo e achou estranha essa sensação pensando se o avião iria cair.

II - Em uma briga com a namorada, Ricardo pensou que poderia perdê-la e começou a
chorar e pedir desculpas mesmo achando que não estava errado.

III - Thiago preparou uma apresentação para um trabalho de faculdade e com medo de
acordar atrasado, não conseguiu dormir no dia anterior se sentindo ansioso a noite
toda.
1. O pensamento de ter medo de altura, de terminar o namoro e de não acordar
em tempo.
2. O pensamento do avião cair, de estar errado e o medo de não ser boa a
apresentação.
3. O pensamento do avião cair, de terminar o namoro e de não acordar em
tempo.
Correto
4. O pensamento do avião cair, de terminar o namoro e o medo de não ser boa
a apresentação.

Você também pode gostar