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TERAPIA COMPORTAMENTAL - QUESTÃO TEÓRICA E

PRÁTICAS

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Sumário

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3
1. HISTÓRICO E FUNDAMENTOS DA TERAPIA COGNITIVO COMPORT AMENTAL .................. 4
2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS DAS TERAPIAS
COMPORTAMENTAIS ............................................................................................................................ 11
2.1 Principais conceitos que fundamentam a prática psicoterápica nas abordagens
comportamentais: ............................................................................................................................. 14
CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 34
REFERÊNCIA .............................................................................................................................. 35

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a instituição, como entidade oferecendo serviços
educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO
A terapia comportamental (TC) é uma forma de tratamento realizada a partir
da intervenção em um problema psicológico específico.

Por ter uma técnica muito clara e simples e também por apresentar sinais de
melhora que podem ser facilmente aferidos e notados, a TC tem conquistado cada
vez mais adeptos no mundo todo.

Seu principal segredo para o sucesso está na humanização do paciente.

O que acontece é que o terapeuta trata o indivíduo como único e, por isso, é
alguém que tem suas adversidades e problemas, frutos de própria trajetória.

Sabe aquele entendimento de que cada caso é um caso? Vale bastante aqui.

Na terapia comportamental, é imprescindível entender as particularidades


antes de propor qualquer tratamento prévio.

Uma das principais técnicas usadas por esse método é a análise funcional.
Nada mais é do que uma investigação da vida do paciente. É um levantamento que
avalia quais situações podem estar ou não ligadas aos comportamentos do
indivíduo, sejam virtudes ou vulnerabilidades dele.

Em outras palavras, a terapia comportamental procura combater os


chamados “comportamentos problema” e, assim, ajudar a desenvolver atitudes mais
condizentes com o que o momento pede. Ou seja, condutas que sirvam de
geradoras de alegria e satisfação.

Um profissional que trabalha como essa terapia acredita que emoções e


pensamentos são formas de comportamento. O que os difere é somente a
subjetividade – uma vez que os primeiros só são revelados a partir do relato verbal
de quem sente e pensa.

Logo, a terapia comportamental não desconsidera os sentimentos em suas


avaliações. Muito pelo contrário, eles são analisados, problematizados e se tornam
passíveis de intervenção durante as sessões.

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1. HISTÓRICO E FUNDAMENTOS DA TERAPIA COGNITIVO
COMPORT AMENTAL

Na década de 50, nos Estados Unidos, devido à emergência das ciências


cognitivas, o contexto já sinalizava uma transição generalizada para a perspectiva
cognitiva de processamento de informação, com clínicos defendendo uma
abordagem mais cognitiva aos transtornos emocionais. Nessa época, observou
-se uma convergência entre psicanalistas e behavioristas com respeito à sua
insatisfação com o s próprios modelos de depressão, respectivamente, o
modelo psicanalítico da raiva retroflexa e o modelo behaviorista do
condicionamento operante. Clínicos apontavam para a validade questionável desses
modelos com os modelos de depressão clínica.

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Nas décadas de 60 e 70, observou-se o afastamento da psicanálise e
do behaviorismo radical por vários de seus adeptos. Em 1962, Ellis, propôs a
Rational Emotive Therapy, a primeira psicoterapia contemporânea com clara
ênfase cognitiva. Behavioristas como Bandura (Princípios de Modificação d o
Comportamento, 1969; Teoria da Aprendizagem Social , 1971), Mahoney (
Cognitionand-Behavior Modification, 1974) e Meichenbaum (Cognitive Behavior
Modification, 1977) publicaram importantes obras, em que apontaram os
processos cognitivos como cruciais na aquisição e regulação do comportamento,
bem como estratégias cognitivas e comportamentais para intervenção sobre
variáveis cognitivas. Martin Seligman, na mesma época, propôs a Teoria do
Desamparo Aprendido, uma teoria essencialmente cognitiva, e sua s revisões, que
resultaram na Teoria dos E stilos de Atribuição, como relevantes para processos
psicológicos na depressão.

Fundamentalmente, a influência mais importante, e a que deu origem à


Terapia Cognitiva, foram os experimentos e observações clínicas do próprio Beck.

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Na área de seus experimentos, Beck inicialmente explorou o modelo
psicanalítico da depressão como agressão retroflexa, através de estudos de
exploração do conteúdo dos sonhos s e de manipulação de humor e desempenho
com depressivos. Contrariando o modelo psicanalítico, Beck reuniu dados que
apontaram para a depressão como refletindo simplesmente padrões negativos de
processamento de informação.

Na área de suas observações clínicas, Beck observou que, durante a livre


associação, pacientes não relatavam um fluxo de pensamentos automáticos, pré-
conscientes, rápidos e específicos. Investigando, notou que tais fluxos de
pensamentos funcionavam com o uma variável medicinal entre ação do paciente e
sua resposta emocional e comportamental. Em contraposição ao modelo
psicanalítico motivacional da depressão, esses pensamentos expressavam uma
negatividade, ou pessimismo, geral do indivíduo contra si, o ambiente e o futuro.

Com base em suas observações clínicas e experimentais, Beck propôs


a teoria cognitiva da depressão. A negatividade geral expressa pelos pacientes,
segundo ele, não era um sintoma, mas desempenhava uma função central na
instalação e manutenção da depressão. Depressivos sistematicamente
distorciam a realidade, aplicando um viés negativo em seu processamento de
informação. Beck aponta a cognição, e não a emoção, como o fator
essencial na depressão, conceituando-a, portanto, como um transtorno de
pensamento e não um transtorno emocional. E propõe a hipótese de
vulnerabilidade cognitiva, como a pedra fundamental do novo modelo de depressão,
e a noção de esquemas cognitivos.

Na primeira metade do século XX, a psicanálise, em suas várias


orientações, dominava o campo da psicoterapia. No entanto, ao redor do s ano s
50, cientistas começaram a questionar os fundamentos teóricos e a eficácia
da psicanálise, enquanto que, ao mesmo tempo, a teoria d a aprendizagem e dos
processos de condicionamento, e a abordagem comportamental derivada delas,
começaram a influenciar a pesquisa e a clínica psicológicas. Pavlov, o cientista
que primeiro descreveu e analisou os processos de condicionamento,
expressou seu interesse em suas possíveis aplicações clínicas. Nos anos pós-
guerra, a teoria da aprendizagem, proposta por Clark Hull, mostrou -se a
orientação dominante na maioria dos departamentos de Psicologia,

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especialmente nos Estado s Unidos. Em seguida, porém, encontrando obstáculos
teóricos que resultaram em seu enfraquecimento e descrédito , ced eu lugar às
propostas de B.F.Skinner.

Os primeiros teóricos -clínicos, nesse estágio precoce, acreditavam


firmemente que a terapia comportamental deveria continuar intimamente
associada ao behaviorismo dos anos 50 e 60. Os princípios fundamentais do
behaviorismo, que desafiaram a psicanálise ortodoxa, podiam ser assim resumidos:
a mente não representava um objeto legítimo de estudo científico; o problema
do paciente se limitava ao se u comportamento observável, contra a
necessidade d e se invocar processos não-observáveis, e não-testáveis, com o os
processos inconscientes; o foco da avaliação e tratamento deveria ser dirigido ao
que pode ria ser observado, operacionalizado e medido; na modificação do
comportamento, os fatores importantes eram os que concorriam para a
manutenção do problema do paciente, ao invés de sua suposta origem; e,
finalmente, o método científico provia um enquadre legítimo para o
desenvolvimento de uma teoria e uma prática clínica, em que a compreensão e a
aplicação de princípios teóricos e terapêuticos avançaria melhor através da
observação empírica sistemática . Entretanto, o desenvolvimento da terapia
comportamental na Inglaterra e nos Estados Unidos seguiu trajetos paralelos e
distintos, até que, com o tempo, essas distinções se atenuaram.

Terapia Cognitivo- Comportamental (TCC) é um termo genérico que


abrange diversas abordagens, dentro do modelo cognitivo e cognitivo -
comportamental, que tem comprovado sua eficácia no tratamento de diversos
transtornos neuropsiquiátricos em diversas etapas do desenvolvimento humano.

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A terapia comportamental mostrou-se promissora, especialmente no
tratamento de fobias e transtornos obsessivo-compulsivos. Entretanto, muito
cedo suas limitações teóricas e aplicadas se tornaram claras, especialmente com
relação à limitada gama de transtornos para os quais se mostrava eficaz.

Nos anos 6 0, as teorias dominantes em Psicologia mudaram seu foco


do poder do ambiente sobre o indivíduo para os processos racionais, como fonte
de direção das ações humanas, refletidos nas expectativas, decisões, escolhas
e controle do indivíduo, prenunciando os efeitos da revolução cognitiva sobre a
clínica, através da emergência das orientações cognitivas.

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Em vista do reduzido sucesso no tratamento da depressão por terapeutas
comportamentais, e a despeito da resistência da terapia comportamental a
conceitos e técnicas cognitivos, quando Beck (1970) declarou que: "embora
auto relatos de experiências privadas não sejam verificáveis por outros
observadores, esses dados introspectivo s provêm uma riqueza d e hipóteses
testáveis", ele encontrou uma audiência interessada. Além disso, havia ainda o
fato de que ele estava articulando preocupações de um número crescente de
clínicos, que advogavam a atenção dos behavioristas para uma fonte valiosa
de dados e compreensão clínica: a cognição. Reassegurado s por características
do modelo cognitivo proposto por Beck, que incluía tarefas comportamentais,
sessões estruturadas, prazo limitado de tratamento, comprovação científica, e
registro diário de experiências mal adaptativas, etc., os escritos de Beck
encontraram surpreendente interesse por parte dos comportamentais. Superando
suas resistências, os comportamentais passaram a incluir técnicas cognitivas em
seus programas de tratamento, ao mesmo tempo em que reconhecidos
behavioristas passaram a tomar a cognição como um construto medicinal entre o
ambiente e o comportamento.

No entanto, outra fonte de desconfiança para o s behavioristas , incluindo


o próprio Eysenck, referia-se especialmente ao fato de que a terapia cognitiva
desenvolveu-se independente da, ou em paralelo à Psicologia Cognitiva como
ciência básica, violando a máxima behaviorista de que a ciência psicológica
deveria fundamentar a Psicologia Clínica. Mas o sucesso da Terapia Cognitiva
no trata -mento da depressão concorreu para neutralizar essas resistências.

Curiosamente, à medida que conceito s cognitivos eram incorporados à


prática comportamental, dando dessa forma origem às terapias cognitivo

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comportamentais, notou-se que além da superioridade em eficácia no
tratamento da depressão, as técnicas cognitivas demonstraram eventualmente
também sua superioridade no tratamento dos transtornos de ansiedade, o
campo onde a terapia comportamental havia alcançado sucesso incontestável.

A introdução de conceitos e técnicas cognitivos na terapia comportamental


coincidiu com a queda da teoria da aprendizagem de Hull, que provia a fundação
teórica da terapia comportamental. Por outro lado, a absorção d e conceitos
cognitivos possibilitava, entre outras vantagens, maior valor explanatório, maior
abrangência na aplicação d a terapia comportamental, especificidade mais
acurada, e a possibilidade de ênfase ao conteúdo psicológico, por exemplo, ao
especificar o conteúdo cognitivo dos transtornos de pânico.

Essas vantagens acabaram por garantir a incorporação de técnicas e


conceitos cognitivos à terapia comportamental, resultando na consagração da
nova orientação, a terapia cognitivo-comportamental, entre os comportamentalistas

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2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E CONCEITOS
FUNDAMENTAIS DAS TERAPIAS COMPORTAMENTAIS

Os terapeutas comportamentais empregam técnicas baseadas na moderna


teoria da aprendizagem; Os terapeutas comportamentais empregam técnicas
derivadas de pesquisa científica e prática clínica; O terapeuta comportamental
enfatiza:

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Pontos ressaltados na avaliação comportamental:

 A identificação de comportamentos específicos, frequentemente


chamados de comportamentos- alvo ou respostas-alvo;
 A identificação de fatores ambientais específicos que possam ser
manipulados para alterar o comportamento.
 A Terapia Cognitiva utiliza o conceito da estrutura “biopsicossocial”
na de -terminação e compreensão do s fenômenos relativos a
psicologia humana, no entanto constitui-se como uma abordagem que
focaliza o trabalho sobre os fatores cognitivos da psicopatologia. Vem
demonstrando eficácia em pesquisas científicas rigorosas além de
ser uma das primeiras a reconhecer a influência do pensamento
sobre o afeto, o comportamento, a biologia e o ambiente (Shino-
hara,1997; Shaw & Segal, 1999).

De acordo com a Terapia Cognitiva os indivíduos atribuem significado


a acontecimentos, pessoas, sentimentos e demais aspectos de sua vida, com base
nisso comportam-se de determinada maneira e constroem diferentes hipóteses
sobre o futuro e sobre sua própria identidade. As pessoas reagem de formas
variadas a uma situação específica podendo chegar a conclusões também variadas.
Em alguns momentos a resposta habitual pode ser uma característica geral dos
indivíduos dentro d e determinada cultura, em outro s momentos estas
respostas podem ser idiossincráticas derivadas de experiências particulares e
peculiares a um indivíduo. Em qualquer situação estas respostas seriam
manifestações de organizações cognitivas ou estruturas.

Uma estrutura cognitiva é um componente da organização cognitiva em


contraste com os processos cognitivos que são passageiros (Beck, 1963; 1964).
Assim, a teoria cognitiva tem como objeto de estudo principal a natureza e a
função dos aspectos cognitivos, ou seja, o processamento de informação que
é o ato de atribuir significado a algo.

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O objetivo da Teoria é descrever a natureza de conceitos (resultados
de processos cognitivos) envolvidos em determinada psicopatologia de maneira
que quando ativados dentro de contextos específicos podem caracterizar-se
como mal adaptativos ou disfuncionais.

O objetivo da terapia seria, ainda, o de fornecer estratégias capazes de


corrigir este s conceitos idiossincrásicos (Bahls, 1999; Biggs & Rush, 1999;
Beck & Alford,2000). No processo d e psicoterapia cognitiva ocorre algo muito
semelhante a testagem empírica das teorias científicas: os sistemas de
crenças pessoais são testados com relação à suas consequências e
funcionalidade para a vida do paciente dentro de contextos específicos (Lima &W
ielenska, 1993).

Este processo de testagem empírica ocorre a partir da aplicação de técnicas e


conceitos desenvolvidos na teoria cognitiva e por esta razão é imprescindível, para
a realização de uma terapia com b ases verdadeiramente científicas, que o
terapeuta tenha um embasamento teórico sólido bem como um domínio da s
técnicas e uma boa interação com a pessoa que buscou o tratamento, já que deve
haver uma parceria terapeuta -paciente nesta investigação cognitiva (Rangé,
1998a; Beck &Alford, 2000).

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2.1 Principais conceitos que fundamentam a prática psicoterápica nas
abordagens comportamentais:

Condicionamento Respondente

O condicionamento respondente é aquele que ocorre ao ser deliciado


diretamente por um estimulo, sendo uma reação fisiológica do organismo como
fechar o olho diante de algo que se aproxima dele, retirar o braço diante de uma
agulhada, etc.

O comportamento respondente se relaciona ao sistema nervoso


autônomo e se caracteriza por resposta s desencadeadas por um estimulo eliciador
eventos que precedem imediatamente. Qualquer reflexo pode ser condicionado a
responder a um estimulo que era anteriormente neutro. Todos os comportamentos
respondentes apresentam as seguintes características:

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Os reflexos podem ser não condicionados ou condicionados (Skinner,2003).

Resposta não condicionada- é aquela que ocorre de forma automática e


imediatamente após o estimulo não condicionado. Estas respostas não
requerem aprendizagem, pois são aparentemente comuns em todas as espécies. A
relação entre estímulo e resposta não condicionados é conhecida como reflexo não
condicionado.

Estimulo condicionado- é inicialmente um estímulo neutro que não


desencadeia resposta. Contudo, quando um estimulo neutro é pareado com
um estimulo não condicionado ocorre a aprendizagem. O estimulo neutro, agora
chamado de estimulo condicionado, realiza a mesma ação da resposta não
condicionada, nesse contexto nome ado de resposta condicionada sem ser
pareada com o estimulo não condicionado. A relação entre resposta e estímulo
condicionados é conhecida como reflexo condicionado (ou condicionamento reflexo).

Condicionamento Operante

O condicionamento operante é compreendido como o procedimento no


qual uma resposta é modelada no organismo através de reforço diferencial e
aproximações sucessivas. Neste tipo de condicionamento, a resposta gera uma
consequência que afeta a probabilidade de que ocorra novam ente. Quando a

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consequência é reforçada, a probabilidade de que o comportamento ocorra
aumenta, se for punitiva, além de diminuir a probabilidade de sua ocorrência futura,
gera outros efeitos colaterais.

Aprendizagem Social

Capacidade de reproduzir um comportamento observado. Este tipo de


aprendizagem distingue-se de outros tipos de aprendizagem por estar pautada
na imitação e, portanto, no fato de quem sem ela tais comportamentos
dificilmente seriam apreendidos. Neste paradigma, considera-se que a
aprendizagem seria muito mais demorada e deficiente se dependesse
exclusivamente dos resultados do comportamento.

Em situações sociais, a aprendizagem ocorre principalmente através da


observação de modelos sociais, por meio da imitação e reprodução do
comportamento dos outros. O paradigma da aprendizagem social comporta três
pressupostos:

1) A aprendizagem ocorre por observação de um modelo, o que implica


as ocorrência de quatro fases:

I) Modelagem (observação em si);

III) Reprodução ou prática do comportamento observado;

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IV) Monitorização (feedback que se recebe a pós a execução do
comportamento);

V) Fase do aperfeiçoamento e reforço.

2) As pessoas, comportamentos e ambientes interagem reciprocamente.

3) A auto eficácia estabelece que, tanto as aprendizagens que se


verifiquem diretamente através da pratica, quanto as que se verifiquem
indiretamente através da observação ou persuasão, são sempre orientadas
cognitivamente através da construção de teorias de auto eficácia que regulam
o comportamento dos indivíduos, estabelecendo as tarefas que escolhem, bem
como o esforço e a persistência na realização das mesmas.

Análise Funcional do Comportamento

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O objetivo da análise funcional é identificar o comportamento alvo da
intervenção aquele que está inadequado e os elementos do ambiente que estão
ocasionando e mantendo esse comportamento.

Devem ser analisados:

1-O produto do comportamento

2-Seu contexto de ocorrência

3-As operações motivadoras subjacentes a esse comportamento;

4- A história de vida do sujeito.

Etapas da análise funcional:

1) Observação do comportamento

2) Identificação do comportamento- problema

3) Identificação do produto do comportamento

4) Identificação do contexto de ocorrência do comportamento

5)Identificação das operações que motivam esse comportamento

6) Ampliação da análise funcional do comportamento

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Avaliação A-B-C (antecedente- comportamento-consequente)

Conhecida também como tríplice contingência - é a relação de


interdependência entre estímulos e respostas.

A análise do comportamento utiliza a representação gráfica sobre como


determinados comportamentos estão relacionados, para estudar e entender
como este s comportamentos se relacionam com o s estímulos que a eles se
seguem.

Nesta relação, o estímulo consequente a uma classe de respostas altera a


probabilidade de emissão d esta mesma classe de respostas no futuro, em uma
situação semelhante.

As contingências de reforçamento d escrevem a probabilidade de ocorrência


do estabelecimento do controle de estímulos anteriores à resposta, em função da
resposta e dos eventos produzidos por ela. Todos o s elementos da contingencia
influenciam-se mutuamente, por isso a necessidade de descrever todas as
possíveis relações entre eles.

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Reforçamento

Por reforçamento pode-se entender qualquer operação que altere a chance


de uma resposta ocorrer no futuro. As operações como reforçamento positivo,
reforçamento negativo, extinção, punição positiva e punição negativa fazem parte
de um único e amplo conceito chamado reforçamento. A palavra reforço pode ter
três significados distintos:

1) Um reforçador, ou seja, um estímulo que quando produzido por uma


resposta, aumenta sua probabilidade de ocorrência;

2) Um reforçamento, ou seja, uma operação em que reforça dores são


apresentados;

3) Um reforçamento enquanto procedimento, ou seja, uma situação em que


alguém intencionalmente fornece consequências, especialmente para insta lar,
manter ou manejar o responder de um organismo.

O termo reforçamento refere-se ao processo d e aprendizagem que guia os


comportamentos que serão selecionados ao longo da vida de um indivíduo.

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Constata-se que um comportamento foi reforçado a partir do momento em
que se podem observar suas consequências no ambiente, com base na frequência
com que o mesmo ato será emitido novamente.

Grande parte da manutenção dos comportamentos decorre da história de


vida, ou seja, daquilo que, ao longo da história individual, foi sendo aprendido e foi
adquirido valor reforçador.

Assim, o comportamento é conservado por suas consequências, e se estas


aumentarem a probabilidade do comportamento ocorrer novamente, sendo possível
afirmar que o comportamento foi selecionado, aprendido e, então, reforçado.

Punição

Punição se refere à operação de se apresentar um estímulo aversivo - aquele


que aumenta a probabilidade d e uma resposta que o remova - ou de se retirar
um estímulo reforçador positivo, de modo contingente a uma dada resposta,
ocasionando a diminuição temporária da frequência dessa mesma resposta.

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Punição Positiva (+): promove a diminuição da frequência do
comportamento, através da apresentação de uma consequência desagradável,
após a realização de um comportamento não desejado.

Punição Negativa(-): promove a diminuição da frequência do


comportamento, a través da remoção de um evento agradável, após a
realização de um comportamento não desejado.

A punição diminui a probabilidade de um comportamento voltar a ocorrer,


porém não faz o organismo desaprender aquela relação com o seu ambiente

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(comportamento), pois apenas diminui temporariamente as chances do
comportamento ocorrer, apenas enquanto esse comportamento puder ser p unido.

A punição não altera a motivação, apenas suprime temporariamente a


resposta. As punições fazem com que os indivíduos apenas tornem -se especialistas
em fuga e esquiva.

O comportamento continua como potência, estando apenas impedido de ser


realizado. O que skinner propõe é que apenas os estímulos positivos são capazes
de eliciar uma mudança mais efetiva no comportamento.

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Extinção

A extinção é o processo que consiste em diminuir a frequência de ocorrência


de uma resposta, por supressão do reforço que a mantinha. A extinção é
considerada um m odo efetivo p ara se e liminar uma resposta do repertório
comportamental de um indivíduo.

Na extinção, o comportamento tende a diminuir de frequência, em função da


retirada d e reforços contingentes à resposta (aqueles que são responsáveis pela
sua manutenção), o que pode diminuir ou eliminar sua emissão.

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Esquiva

A esquiva é um processo no qual os estímulos aversivos


condicionados e incondicionados estão separados por um intervalo de tempo,
permitindo que o indivíduo execute um comportamento que previna a
ocorrência ou reduza a intensidade do segundo.

As ocorrências passadas de reforçadores negativos condicionados são


responsáveis pela esquiva. Quando os estímulos ocorrem nessa ordem, o primeiro
torna-se um reforçador negativo condicionado (aprendido) e a ação que o reduz é
reforçada pelo condicionamento operante.

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Generalização de Estímulos

Consiste na execução de respostas que são condicionadas perante estímulos


semelhantes, porém não iguais. Assim a generalização é a capacidade de
responder de forma similar a estímulos que têm uma propriedade comum entre si, ou
seja, responder da mesma maneira a todos os estímulos de uma mesma classe.

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Discriminação de Estímulos

Consiste na capacidade de discernir estímulos semelhantes, produzindo a


resposta apenas no estímulo correto. A discriminação é uma resposta às diferenças
entre os estímulos. O procedimento de discriminação ocorre condicionando-se uma
resposta na presença de um estímulo e extinguindo-a na presença de outro.

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Modelagem

O instrumento fundamental de modelagem é o reforço. Através de


reforçamento diferencial de respostas sucessivas, instalam-se novas respostas,
ainda não existentes no repertório comportamental de um organismo, facilitando a
aprendizagem destas respostas. Este processo é conhecido também como método
das aproximações sucessivas.

Através d o reforçamento positivo, são instaladas novas resposta s por meio


de um processo gradativo de aprendizagem, em face de um dado comportamento.

Portanto, a modelagem consiste no processo de reforçar gradualmente as


respostas mais adequadas, com o intuito de obter o comportamento desejado.

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Indicações e Contraindicações das Terapias Comportamentais (TC)

Indicações:

 Fobias;
 Transtornos de Ansiedade;
 Transtorno obsessivo-compulsivo;
 Disfunções Sexuais;
 Dificuldades de relacionamentos interpessoais;
 Reabilitação de doentes crônicos;
 Depressão;
 Transtornos alimentares;
 Problemas de comportamento na infância e adolescência;
 Abuso e dependência de álcool e drogas;
 Autoconhecimento.

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Contraindicações:

 Níveis de ansiedade muito elevados ou incapacidade de tolerar aumento


dos níveis de ansiedade (transtorno de ansiedade borderline, histriônica)
 Depressão grave;
 Transtornos de personalidade grave, incapacidade de estabelecer um
vínculo com o terapeuta (personalidade esquizoide ou esquizotípica);
 Incapacidade de estabelecer um relacionamento honesto com o
terapeuta (personalidade antissocial);

A terapia comportamental (TC) baseia -se nas teorias e nos princípios da


aprendizagem para explicar o surgimento, a manutenção e a eliminação d os
sintomas.

A preocupação inicial da TC está em realizar uma avaliação detalhada dos


problemas do paciente: quais os sintomas, as condições que determinam o seu
aparecimento, seus antecedentes e suas consequências, bem como eventuais
desencadeantes e as situações nas quais se manifestam os fatores que auxiliam a
mantê-los, os pensamentos relacionados e os mecanismos utilizados pelo paciente
para reduzir a ansiedade.

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Técnicas de Terapia Comportamental

A terapia comportamental é uma corrente ampla, que se utiliza de diferentes


técnicas para tratar o paciente. Abaixo alguns métodos de aplicação.

Reforço

A técnica consiste em dar uma recompensa a cada vez que a pessoa realizar
um comportamento positivo.

Por exemplo, uma criança estudou bastante para uma prova e conseguiu tirar
uma ótima nota? Como prêmio ao bom desempenho, dá um brinquedo a ele.

Essa atitude fará que o pequeno entenda que realizar a ação de se dedicar
aos estudos traz vantagens a ele.

Com o tempo, ele vai entender que o ganho vai ser o conhecimento adquirido
com as horas em cima dos livros e não o brinde que recebeu por isso.

Exposição

Técnica que faz com que o paciente tenha de enfrentar o agente do seu
medo.

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Uma pessoa que sofre de transtorno obsessivo compulsivo (TOC), que tem
como compulsão higienizar as mãos, por exemplo, pode conter esse desejo ao
mergulhar seus membros superiores em um balde de água suja.

Ou, ainda, um aracnofóbico tendo de enfrentar seu medo por aranhas.

Em casos como esse e também de pacientes que sofrem de transtorno de


estresse pós-traumático (TEPT) são apresentadas imagens que transmitam
sensação de relaxamento, que aliviam os sintomas causadas pelos distúrbios.

Aliado a isso, a técnica vai expondo, aos poucos, os pacientes aos seus
medos. O objetivo é que eles possam lidar com calma com esses anseios e vencer
seus fantasmas.

A exposição também pode ser feita por meio de outra técnica, chamada de
inundação.

Nesse método, também conhecido como flooding (termo em inglês de mesmo


significado), o indivíduo é submetido ao seu trauma por um período longo e sem a
chance de fugir desse encontro.

Modelagem

O terapeuta, como o próprio nome da técnica sugere, consegue selecionar


somente os impulsos que ele quer para atingir o resultado desejado.

O tipo de modelagem mais conhecido é o da imitação, na qual o paciente


assimila comportamentos positivos a partir da observação em outros.

É um dos métodos mais eficazes, pois a mente humana costuma responder


muito bem ao reproduzir padrões

Hierarquia de estímulos

Nessa técnica de terapia comportamental, é feita uma lista das situações,


elencando das mais para as menos temidas.

Então, o profissional começa a confrontá-las uma a uma.

Por exemplo, uma pessoa agorafóbica – que tem medo de ficar sozinha em
ambientes abertos -, pode hierarquizar que estar só no jardim da sua casa é menos

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assustador que a solidão na Praça Merdeka, uma das maiores praças do mundo,
que fica na Indonésia.

Autor recompensa

Também conhecido como autoelogio, trata-se de uma técnica que prevê


recompensas a esforços verdadeiros, como forma de desenvolver comportamentos
desejáveis.

A bonificação vem através de uma viagem sonhada, de um show de um


artista que seja fã, de uma première de um filme do seu diretor favorito, enfim.

Até elogiar a si mesmo pode funcionar.

A ideia é tentar algo como: “estou muito satisfeito comigo mesmo por ter
conseguido alterar esse comportamento” ou “estou tentando ao máximo desenvolver
comportamentos positivos, logo vou alcançar esse objetivo”.

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CONCLUSÃO
A terapia comportamental trata tanto o conteúdo comportamental como os
pensamentos e sentimentos. A posição do terapeuta comportamental pode ser de
prestar atenção tanto nos eventos ambientais antecedentes para explicar o que esta
pessoa faz e o que sente quando faz alguma coisa. Para cada sentimento existe
alguma situação que ocorreu anteriormente que provocou este estado. A terapia
comportamental se interessa por essa situação anterior, e assim promover as
mudanças para ajudar esta pessoa a superar suas dificuldades.

A terapia comportamental é acima de tudo, um processo de aprendizagem


sobre você mesmo e como desenvolver novos comportamentos. É a forma de
aumentar sua capacidade de agir da forma que você quer agir.

A terapia comportamental debruça-se sobre distorções cognitivas atuais, sem


descartar situações do passado, ajudando a pessoa a modificar o comportamento,
crenças e distorções relativamente à situação que está criando sofrimento e a
reação emocional que tem naquela circunstância, mediante a aprendizagem de uma
nova maneira de reagir.

O objetivo da Terapia Comportamental, para os chamados transtornos


mentais, é o reforço dos comportamentos desejáveis e a extinção ou modificação de
comportamentos indesejáveis ou desadaptativos, fazendo uso de técnicas de
exposição, imersão, dessensibilização sistemática, contratos comportamentais ou
sistemas de economia de fichas.

Terapia Comportamental pode ser aplicada com adultos ou crianças,


caracterizando-se por ser uma terapia bastante diretiva e forte na parte de
psicoeducação. É caracterizada por ser uma intervenção estruturada, breve e
semanal. A grande limitação da Terapia Comportamental clássica é não dar a
relevância que as cognições e emoções têm na mudança e manutenção de novos
hábitos.

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REFERÊNCIAS
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