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Descrição
Propósito
Objetivos
Módulo 1
Módulo 3
Contextos de atuação
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Introdução
A psicoterapia breve surge, originalmente, com o objetivo de
encurtar a duração dos processos terapêuticos psicanalíticos.
Um dos seus focos é na emoção e na avaliação da emoção
ajustada à experiência real ou evento traumático. Para tal, pode-
se fazer uso da técnica conhecida como experiência emocional
corretiva. Imagine uma pessoa jogando com bolas de gude:
claramente, o objetivo de cada ação é provocar a mudança de
uma bola de gude ou várias, a partir do contato de uma bola
lançada em direção ao ponto de encontro com as outras. Quando
uma bola de gude bate em outra e numa terceira, estamos diante
do efeito carambola. Assim era pensada a técnica da experiência
emocional corretiva, na qual a experiência com as repetidas
exposições do paciente ao trauma por que passou permite
observar alterações da experiência original pelos sucessivos
reaprendizados e ressignificações.
A terapia focal (e breve) pode se beneficiar nos conceitos da
experiência emocional corretiva e no “efeito carambola” para
reorganizar a representação da situação traumática de modo que
se alcance bem-estar e bom entendimento da situação passada,
não no passado, mas no presente, fortalecendo, doravante, a
capacidade de enfrentamento das situações análogas ao trauma
que eventualmente vier a experimentar. No material a seguir,
pretendemos detalhar como o surgimento dessa forma de terapia
se fundamenta, destacando as suas principais aplicações e
intervenções.
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Psicanálise versus psicoterapia breve
de base psicanalítica
Neste vídeo, propomos uma reflexão sobre a psicoterapia breve de base
psicanalítica em contraponto ao processo psicanalítico, que é
conhecido por respeitar o tempo do paciente com duração
relativamente dilatada.
Psicoterapia breve de base cognitiva
A terapia cognitivo comportamental, criada na década de 1960 por
Aaron Beck e seus pares, já nasceu com um caráter breve e focal, com
evoluções mensuráveis por processos de avaliação longitudinal dos
avanços terapêuticos. Para Beck (2013), o inconsciente cognitivo tem
lócus na memória implícita, a memória de longo prazo que armazena as
representações das experiências acumuladas pela pessoa nas vivências
em sua cultura, representando uma diferença sistêmica em relação ao
conceito de inconsciente freudiano.
Psicometrização
Busca de instrumentos de mensuração dos fenômenos estudados.
psychology As crenças
psychology Os pressupostos
psychology As atitudes
psychology Os conceitos
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Caráter breve e focal
Neste vídeo, falaremos sobre o caráter breve e focal presente na origem
da TCC.
Bases psicodinâmicas
No que tange à psicanálise, Garcia-Rosa (2001) afirma que a terapia
opera sobre um modelo de energia psíquica onde a libido desempenha o
papel psicodinâmico das atividades pulsionais da estrutura da segunda
tópica onde o ego regula as forças do id e do superego e, na primeira
tópica, a libido ampliada em intensidade em algum momento atravessa
a barreira entre o inconsciente e o pré-consciente e, ainda em
intensidade, embora menor, tem força para ultrapassar a barreira do pré-
consciente e alcançar a consciência. Nesse sentido, a psicoterapia
psicanalítica breve não difere da psicanálise clássica. A diferença é
promovida pela delimitação da abrangência da temática, do domínio
onde a associação livre opera. Essa delimitação pode ser entendida
como o foco do terapeuta.
Imagine que por um momento você esteja passando por uma situação
traumática do tipo que tenha lhe causado uma frustração. Esta situação
invoca experiências anteriores similares e te prepara para lidar com
essa nova frustração.
Não se trata do real em si, posto que, segundo Lacan (1985), o real é
inalcançável e o inconsciente é estruturado como uma linguagem. Por
esses aspectos, pode-se compreender a importância da fala no setting
terapêutico. Assim, só conseguimos dar conta do real no campo do
simbólico. O real, o simbólico e o imaginário são atados por um anel
borromeano, uma estrutura que consiste em três anéis interligados de
modo que, se abrirmos um anel, os dois outros se soltam, não
importando qual anel seja aberto. Logo, numa terapia breve de base
psicanalítica, é importante considerar a oportunidade de remover um
sintoma.
É o próprio Freud (apud Carmo e Chaves, 2019, p.101) quem afirma que
"a noção de que o sintoma possui um sentido inconsciente que deve ser
escutado demonstra o caráter singular do tratamento analítico". Assim,
se removemos o sintoma do paciente, sabendo que ele é um apoio, o
que o paciente colocaria no lugar dele? Se não houver algo para
substituir o sintoma, estaríamos piorando o quadro do paciente.
Exemplo
Uma pessoa se encontra numa situação em que sua atitude é de
cautela, mas, ao observar os fatos e eventos do mundo real, numa
situação-problema, o pensamento que vem à consciência é: “Acredito
que estou em perigo”. Logo em seguida, a pessoa experimenta as
emoções de medo e ansiedade. Entende que se encontra vulnerável e
que deve decidir entre evitar, fugindo, ou enfrentar, lutando. Observando
que está ativa a atitude de cautela, o comportamento que corrobora a
cautela é o de fuga. O sistema límbico já foi ativado, a adrenalina
enviada à musculatura estriada e a fisiologia da pessoa está pronta para
executar a fuga.
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Psiquismo em seus processos
dinâmicos
Neste vídeo, tratamos sobre as forças psicológicas que atuam sobre o
comportamento humano, enfatizando a interação entre as motivações
consciente e inconsciente.
Com algum talento, o terapeuta lhe pede que compare como seria o fato
se ele ocorresse agora. Isto é, o cão perdido não retornará, mas, se
perder outra vez um cão, como fará para tê-lo de volta? Veja, o foco é na
perda e na incapacidade não agora, mas na infância, de compreender a
perda. Mesmo que o pensamento atual não traga de volta o cão, alivia
perceber que não poderia ter feito melhor do que fez à época da perda.
O arrasto da perda é aliviado pelo descarte da culpa, que já não faz mais
o mesmo sentido para o paciente.
Para a psicoterapia breve de base psicanalítica, a
técnica ativa, a experiência emocional corretiva e o
efeito carambola, juntos, promovem uma base para a
mudança do paciente.
Comentário
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Sessões terapêuticas e processo de
mudança
Neste vídeo, apresentamos um estudo de caso com função dos
componentes importantes: escuta ativa, experiência emocional corretiva
e efeito carambola.
Questão 1
Questão 2
Saiba mais
No período de 1924 a 1939, houve ciclos de violência e grandes
catástrofes econômicas, cujo ápice foi a quebra da bolsa de Nova York
em 1929, que trouxeram alto grau de angústia. Foram tempos difíceis,
de grandes perdas, e contínuo sofrimento psíquico. A Segunda Grande
Guerra arrastou para mais fundo o “fosso“ depressivo das sociedades
da época. Os países da Europa sofreram grande revés, e isto acarretou
um movimento em direção à psicoterapia como recurso terapêutico
para aliviar a pressão da angústia existencial, dos traumas das perdas e
da falta de expectativas positivas quanto ao porvir. Nesse contexto,
Ferenczi (1993) propõe, com apoio de Freud, a técnica ativa, que visava
a redução do tempo de análise, considerado custoso naquele período,
tanto do ponto de vista do sofrimento psíquico quanto do ponto de vista
financeiro.
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A importância dos fatos da vida atual,
contrastando com os fatos da infância do
sujeito.
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A importância de marcar data para o término
do processo terapêutico.
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A importância do nível de motivação do
paciente para alcançar mudança.
Portanto, podemos definir que:
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Psicoterapia: recurso para aliviar a
angústia existencial
Neste vídeo, refletiremos sobre psicoterapia breve e seus recursos
terapêuticos.
Psicoterapia cognitivo
comportamental de Aaron Beck
Esta sessão é dedicada aos conceitos básicos da terapia cognitivo
comportamental (TCC). Admitamos, primeiramente, o conceito de
crença como pedra fundamental do processo da TCC. Como afirmado
por Rokeach (apud KRUGER, 2017), crença é tudo aquilo em que
acreditamos, seja vindo da experiência ou do pensamento. Isto se torna
mais compreensível observando que, durante nossa vivência, desde a
infância, vamos acumulando experiências e aprendendo a lidar com o
mundo real conforme nossas figuras de referência: pais, professores,
amigos etc. Algumas de nossas respostas automáticas são baseadas
em componentes herdados. Por exemplo, nascemos com a capacidade
de experimentar emoções, mas aprendemos as emoções com as
pessoas com as quais vivemos.
Essas crenças permitem estabelecer uma interpretação de mundo que
se modifica a cada vez que experiências semelhantes causam sua
recuperação do inconsciente cognitivo por um processo automático.
Ainda segundo Kruger (2017), as crenças se conformam em esquemas,
às vezes mal adaptativos, para operar sobre os pensamentos
inconscientes e automáticos que foram registrados na memória
implícita. A dinâmica dos pensamentos é peculiar. Para Beck, os
esquemas de crenças formam um modelo de filtragem, ou ainda, de
construção de pistas do inconsciente para o consciente, que se tornam
caminhos preferenciais para os pensamentos. Em situações de mesma
atitude ou em evento similar, o processamento cognitivo favorece os
pensamentos automáticos.
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Inconsciente cognitivo
Neste vídeo, abordaremos o inconsciente cognitivo, destacando a trilha
percorrida das crenças funcionais e disfuncionais até chegarem à
consciência.
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Dinâmica do processamento
cognitivo
Neste vídeo, apresentaremos e refletiremos sobre a dinâmica do
processo cognitivo e o uso de técnicas na busca da flexibilidade
cognitiva.
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Distúrbios reativos,
(incluindo depressões reativas)
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Reações ansiosas ou fóbicas
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Perturbações psicossomáticas de início
recente
Quando se trata da população mais carente de recursos financeiros,
resta que a abordagem breve, normalmente utilizada nos Centros de
Atenção Psicossocial, é a única possibilidade. Mesmo em se tratando
de sistemas de baixo custo, como a gratuidade nos Serviços de
Psicologia Aplicada, ligados a universidades e faculdades, a pessoa
carece do dinheiro para se deslocar até o local da terapia.
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Psicoterapia breve aplicada
Neste vídeo, trataremos sobre a aplicação da psicoterapia breve em
diferentes contextos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Questão 2
Abordagem fenomenológico-
existencial da psicoterapia breve
Caminhemos um pouco no domínio da terceira força da psicologia: o
contexto das terapias humanística e fenomenológica-existencial. A
Gestalt terapia é uma das abordagens dentro desse contexto. Cardinalli
(2020) afirma que a psicoterapia fenomenológico-existencial baseia-se
no método preconizado por Heidegger em sua obra Ser e Tempo: “deixar
e fazer ver por si mesmo aquilo que se mostra tal como se mostra a
partir de si mesmo” (HEIDEGGER, 1927/2007, apud CARDINALI, 2020, p.
74).
O conceito fundamental desta abordagem terapêutica é o Dasein,cujo
significado é “ser no mundo”. Decorre dessa definição que o ser humano
é uma maneira de dizer que somos mutáveis com o tempo e com as
experiências. Nossa existência é uma manifestação da nossa essência,
invocada pelos desafios do mundo, isto é, pelos fenômenos aqui
entendidos como eventos que ocorrem ao longo de um intervalo de
tempo.
Sua autoconsciência
Sua reputação
Sua essência
O que deu errado ontem é base para refletir para não se repetir o
comportamento, única parte em que nós nos damos a conhecer aos
outros. Nosso comportamento reflete nossa essência ou a protege. O
tempo requerido seguirá orientado pelo objetivo de revelar e desvelar-se
modificando conceitos e valores que levaram a uma manifestação não
compatível com a experiencia do fenômeno que deu origem ao trauma.
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Terapias humanística e
fenomenológica-existencial
Neste vídeo, abordaremos as terapias humanística e fenomenológica-
existencial, o caráter breve e a promoção do encontro.
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As intervenções breves no contexto
existencialista
Neste vídeo, refletiremos sobre as intervenções breves no contexto
fenomenológico-existencial.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Questão 2
Considerações finais
As duas linhas escolhidas de psicoterapia breve e focal apresentam
convergências e divergências quanto à metodologia e à conceituação
estrutural. Pode-se afirmar que Beck, psicanalista de formação, associa
desde conteúdo da psicanálise a conteúdos mensuráveis da psicologia
comportamental. Daí, seu método ser denominado terapia cognitivo-
comportamental.
headset
Podcast
Ouça agora uma série de reflexões sobre os fundamentos da
psicoterapia breve, com destaque para os precursores e os conceitos
fundamentais da psicoterapia breve.
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