tentativa de Ferenczi e Rank (1924) de encurtar o tempo de duração dos tratamentos psicanalíticos. Atualmente as PB são divididas em:
Abordagem psicodinâmica - com origem nos primeiros
atendimentos psicanalíticos do início do século XX - Psicoterapias Breves Psicodinâmicas.
Abordagem comportamental - originadas das teorias
de aprendizagem de Skinner e Thorndike –
Psicoterapias Breves Cognitivo/Comportamental e
Psicodramática. “Existem muitos meios e modos de praticar a psicoterapia. Todos os que levam à recuperação são válidos. Não desprezo nenhum desses métodos e empregaria todos, em circunstâncias apropriadas.” (Freud, 1904) Algunscontemporâneos de Freud seguiram seus passos na busca da cura dos males emocionais.
Ferenczi e Rank usaram as descobertas da
psicanálise, já naquela época, para encontrar uma forma de abreviar o tratamento, atendendo às demandas específicas dos pacientes • As tentativas feitas, até então, por Ferenczi e Rank, para abreviar e intensificar o método clássico, ganharam uma nova perspectiva e novo alento após as necessidades, geradas pela Segunda Grande Guerra, que exigiram um atendimento mais pronto a um maior número de pessoas. • Os aspectos específicos e definidores da terapia breve:
• Conjunto de fatores técnicos: com a limitação de
objetivos, a manutenção do foco e o uso terapêutico do tempo.
• visando à obtenção de um objetivo específico e que
empregue os recursos técnicos e a duração temporal de forma articulada. A Psicoterapia Breve (PB) utiliza-se da técnica focal, e só desta forma alcança o objetivo planejado, dado que privilegia um campo a ser tratado
Dentre tantos outros existentes no indivíduo.
Assim como também necessita de planejamento, e de atividade por parte do terapeuta. Esta técnica tem claros objetivos limitados, e propõe-se a modificar os sintomas apresentados, aliviá-los ou mesmo suprimi-los, como se pode acompanhar em maioria dos trabalhos levados. A condição essencial de eficácia da PB é a técnica da Focalização.
Um foco que traduza o centro do conflito do sujeito,
e a ele se investe toda atenção, desprezando-se o que dele não faz parte.
Lembrando-se que a PB é uma Psicoterapia Focal,
não se poderia pensar de outra forma. A Focalização traduz-se por dirigir toda a atenção consciente ao foco escolhido e dele extrair-se, cada vez mais, seu significado transferido para o comportamento do sujeito. Espera-se que com interpretações cuidadosas, o cliente dê-se conta da trama comportamental criada para permitir-lhe lidar com o conflito nuclear, para que, assim, possa ter o entendimento da complexa dinâmica de utilização de seu arsenal defensivo, em prol de lidar com a ansiedade que aquele lhe provoca internamente. Objetivos
a) Aceitar a realidade de seu ser-no-mundo, isto é, como a
pessoa é e quais são as suas reais possibilidades de ser e agir;
b) Penetrar no psiquismo da pessoa e ajudá-la na realização de si
mesma, a continuar seguindo o caminho de sua vida que foi interrompido pelo estabelecimento de uma situação especial de "doença" (uma crise, por exemplo) e permitir que ela tenha domínio sobre suas próprias variáveis individuais.
c) O objetivo deve ser reintegrar o "doente" na cultura a que
pertence, ajudando-o a manifestar todo o seu potencial possível, restabelecendo seu potencial criativo e sua espontaneidade. O foco é composto de material tanto consciente quanto inconsciente, e portanto, algo desta instância será abordado durante o processo terapêutico, sem que se fixe o trabalho nesta área, palco da Psicanálise. Para a manutenção do foco, o terapeuta dirige sua atenção e sua ação em uma determinada área do conflito, e leva o cliente a debruçar-se nesta área, através de interpretações seletivas, assim como de “atenção seletiva” Quando deixa de lado material que não tenha ligação com o foco determinado, como sendo o objetivo do trabalho psicoterápico • O que muda, basicamente, em relação ao método psicoterápico mais tradicional é a maior participação do terapeuta, tanto ao investigar o problema, quanto na intervenção e na manutenção do foco da atenção de ambos os participantes sobre o aspecto a ser trabalhado. • Malan (1980) já havia criticado a posição passiva assumida por Freud diante dos obstáculos apresentados pelos pacientes pois, segundo ele, isto levou ao prolongamento da análise, além de diminuir a evidência da efetividade terapêutica. O que permaneceu?
- Expressão verbal do paciente.
- Interpretação do terapeuta • O que mudou? - Objetivo definido: foco
- Tempo limitado: mais breve
- Atividade do terapeuta: mais participativo
- Ênfase na realidade atual
- Resolver o problema e não reestruturar a personalidade.
Técnica : Experiência Emocional Corretiva (EEC) Efeito Carambola Envolvenão apenas a experiência relacional, mas também a revivência psicodramática corretiva
Ressignificar Indicações da Psicoterapia Breve
A acurada indicação confere a esta técnica sua eficácia.
Ela é muito bem empregada no cenário hospitalar em quadros agudos ( situações de emergência, crises), distúrbios reativos (incluindo depressões reativas), reações ansiosas ou fóbicas e perturbações psicossomáticas de início recente.
Para a população economicamente desfavorecida O
ambiente no qual se pode aplicar a técnica pode ser tanto público quanto privado Esta técnica mostra-se muito adequada à aplicação ambulatorial do Hospital Geral.
A aplicabilidade da PB a grupos homogêneos
Deve ser cuidadosa fase de seleção dos integrantes destes grupos lhe confere êxito ou fracasso.
A seleção visa investigar, tanto as indicações diretas, acima descritas,
quanto o nível de possibilidade de aderência ao tratamento, assim como de possibilidade interna de se envolver em um grupo terapêutico. Relato de Caso João O paciente procurou o tratamento psicológico no serviço de psico-oncologia por encaminhamento médico. Tinha história anterior de atendimento pelo mesmo serviço há cerca de cinco anos, com outras queixas. Trata-se de paciente do sexo masculino, com câncer inicial de mama (há cerca de dez anos), atualmente com metástases em várias regiões do corpo. Tinha pouco mais de 50 anos, era casado e tinha filhos, revelou ser pessoa bastante religiosa atuante, e possuía uma micro-empresa. Queixas apresentadas pelo paciente A queixa inicial apresentada pelo paciente foi a de impotência sexual que surgiu após tratamento oncológico, gerando ansiedade, preocupação e angústia. Ele procurou o atendimento, por orientação do médico responsável pelo seu caso, e chegou à consulta dizendo que a sua preocupação era em relação ao ato sexual, que não conseguia mais efetivar. Na entrevista, relatou uma história de vida permeada por vários eventos estressantes, incluindo muitas e significativas perdas por morte e doenças graves familiares.