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INTRODUÇÃO A PSICOTERPIA BREVE

• A partir da Segunda Guerra Mundial tornou-se necessária a busca por alternativas para
que se encontrassem várias formas de tratamento psicológico.

• O desenvolvimento da PB está ligado ao contexto da Revolução Científica da


Psiquiatria e tem se constituído como uma das principais opções para estender o
atendimento a parcelas mais amplas da população.

• Essa modalidade tem ampliado em função da demanda dos pacientes, procurando


ajuda para problemas específicos já que não tem condição e motivação em um processo
prolongado.

• A PB é uma intervenção terapêutica com tempo e objetivos limitados. Os objetivos são


estabelecidos a partir de uma compreensão diagnóstica do paciente e da delimitação de
um foco.

• A compreensão diagnóstica e a delimitação de um foco podem acontecer dentro de um


espaço de tempo limitado, pré-estabelecido ou não.

As quatro gerações da PB

• Freud e seus colaboradores compõem PRIMEIRA GERAÇÃO DA PB.

• Franz Alexandre: fundador da PB e do conceito de experiência emocional corretiva


(EEM).

• Essa nova perspectiva acreditava que os pacientes precisam passar por EEC para que
acontecesse um progresso no tratamento e também o processo terapêutico se estendesse
para o cotidiano do paciente.

• O tratamento deve levar a alterações dos fatores emocionais da experiência por meio
de processos intelectuais, que representa uma das postulações básicas das atuais
abordagens cognitivas. – EXPERIENCIA EMOCIONAL CORRETIVA

• Propunham também uma data para o término do tratamento, a fim de se criar a


possibilidade de trabalhar as questões ligadas a separação.

• Aspecto importante: grande importância no nível de motivação apresentado pelo


paciente para a mudança.

• SEGUNDA GERAÇÃO DA PB: surgimento de terapias modernas e dinâmicas.


Contribuição de Malan para o surgimento do conceito de foco, já que o conceito de foco
terapêutico passou a ser uma das características distintivas da abordagem terapêutica de
P.B.

• TERCEIRA GERAÇÃO: desenvolvimento de manuais de tratamento, existindo


especificação do modo como o processo terapêutico deve ser conduzido.
• QUARTA GERAÇÃO: modelo de atendimento integrado da psicoterapia e
farmacologia, uma integração entre cérebro e mente, adotando uma postura mais
pragmática, levando a tratamentos mais curtos e eficientes. A farmacoterpia leva a
mudanças nos processos cognitivos e em outros aspectos psicológicos e as mudanças
psicológicas alteram o funcionamento e a bioquímica cerebral.

• Fatores sociais e o próprio comportamento agem diretamente no funcionamento


cerebral, modificando a expressão genética por meio da aprendizagem.

• EEC: importante elemento da facilitação de mudanças no processo psicoterapêutico,


objetivando promover experiência de reaprendizado, que levam a modificações internas,
no modo como o indivíduo vê a si próprio e aos outros.

• Também levam a novas redes de conexões neurais.

PSICOTERPIA BREVE RESOLUTIVA

• Busca de origem intrapsíquica que originou a situação de crise vivida pelo paciente
com o objetivo de resolver o quadro apresentado.

• A atenção dispensada aos determinantes psíquicos vai depender da abordagem


escolhida pelo terapeuta. Em cada abordagem, a psicoterapia respeita seus pressupostos
teóricos.

CONCEITOS BÁSICOS EM PSICOTERPIA BREVE EMERGENCIAL

• A PB auxilia o paciente a sair de uma crise emocional aguda, já que é direcionada para
a ação. A técnica utilizada é a focalização, ou seja, a atenção é voltada para a
problemática atual do paciente, onde paciente e terapeuta irão identificar o problema.

• Não significa que questões passadas não serão trazidas à luz da terapia, as mesmas
poderão ser utilizadas para uma breve anamnese frente à questões apresentadas.

• Características principais da P.B: limite de tempo e situação de atendimento face a


face.

• A variação mais importante é o fato do trabalho ser realizado com o tempo limitado,
fazendo com que o terapeuta tenha ações mais ativas e trabalhe com focalização,
existindo também implicações referentes ao término da terapia/separação da relação
terapêutica.

• O caráter temporal imprime uma ambiguidade do paciente perante a situação. (o


paciente já sabe que em algum momento encerrará a terapia.) E com essa demarcação
de tempo surgem questões como alta e separação; e que desde cedo sejam estimuladas a
autonomia, autoestima, a atividade e a independência do paciente.
• O termo “breve” pode fazer com que a psicoterapia seja entendida como superficial,
mas não é o tempo maior ou menor que a define, existem processos que acontece em
um intervalo de tempo de um ano, o que não é pouco.

• O processo de psicoterapia nem sempre é curto em um sentido absoluto e sim deve ser
completado em um menor tempo possível.

• Em termos clínicos as PBs estão alicerçadas no tripé: foco, estratégias e energias.

Tempo

• Limite de tempo de 16 a 30 sessões, existindo flexibilidade no numero de sessões,


variáveis de acordo com o caso.

• Estipulando pacotes de sessões com intervalos pode ser um método valioso para dar ao
paciente a oportunidade de assimilar suas recém-adquiridas habilidades.

• Em alguns casos é indicado sessões intermitentes.

• É necessária uma avaliação para o entendimento de qual será o modelo.

• Indivíduos menos capacitados funcionalmente falando, pode suportar o trabalho de


mudança numa quantidade menor de sessões intermitentes.

• Indivíduos mais dependentes são encorajados a ter intervalos intermitentes para ajuda-
los a desenvolver uma autonomia e não manter dependência em relação ao terapeuta.

• Autonomia do paciente e flexibilidade por parte do terapeuta: fatores importantes na


manutenção da mudança.

• Terapeutas tem encontrado dificuldade em limitar o número de sessões a um número


fixo, para que não haja alta precoce ou um prolongamento desnecessário.

• Mais do que impor limites, o terapeuta deve manter a ideia constante de limitar o
tratamento ao menor tempo possível. Em outras palavras, lidar com aquilo que vai
render melhores resultados.

• A motivação e as forças pessoais de cada paciente podem fazer a diferença, mesmo


que existam contraindicações, a motivação do paciente pode levar a resultados.

Indicação e Contraindicação

• Esses critérios estão diretamente ligados ao modelo teórico que respalda a prática do
profissional, que por sua vez, condiciona o conceito de mudança psicológica defendido
e a técnica proposta.

• Quando se fala em indicação de uma determinada modalidade levam-se em


consideração as condições mais propícias para a obtenção de resultados positivos pelos
pacientes submetidos a elas. Dessa forma esses critérios podem ser as condições
específicas do paciente, do terapeuta e/ou qualidade da relação que se estabelece entre
eles.

• No caso de PBP, o paciente ideal normalmente tem problemas limitados, ou seja, um


foco e áreas da personalidade funcionantes, é altamente motivado, tem capacidade de
insight e de fazer rapidamente vínculo com o terapeuta.

• A indicação terapêutica breve tem como fator principal a motivação do paciente para o
resultado terapêutico.

• As sessões iniciais tem função de triagem, o entrevistador pode dirigir sua observação
para a pesquisa de critérios de indicação para esse tratamento. O primeiro passo é a
realização de uma anamnese detalhada tanto no tocante à queixa quanto aos
antecedentes pessoais do paciente.

• Principais critérios de indicação em PBP são:

 Presença de sofisticação psicológica e inteligência acima da média (capacidade


de insght)
 Capacidade egóica preservada (neurose)
 Respostas as interpretações de ensaio(interpretação por parte do terapeuta são
melhores entendidas pelo paciente)
 Presença do foco definido (possui um foco na terapia)
 Motivação consciente (paciente precisa estar aberto a mudança)
 Estabelecimento de alguma relação interpessoal significativa ( após avaliação
percebe-se que o paciente consegue fazer vínculo afetivo)
 Capacidade de estabelecer vínculo terapêutico (transferência)

Fatores de exclusão para PBP

 Prejuízo no funcionamento egóico


 Falta de motivação
 Falta de capacidade de visão psicológica
 Falta de controle dos impulsos agressivos

• Há contra indicação da PBP em casos de distúrbios psiquiátricos crônicos ou


fronteiriços, em psicóticos, por exemplo, não é possível se eleger um foco.

Foco

• Paciente deve concordar com a eleição de um foco da psicoterapia, já que é impossível


trabalhar com todos os problemas em um período limitado de tempo.

• A pessoa deve ver a psicoterapia como um percurso que lhe possibilite mudar.

• Se a motivação for pequena, ou seja, apenas para o alívio dos sintomas ou a satisfação
do desejo de outra pessoa, não será possível a resolução de conflitos.
• Dizer que o paciente está motivado implica disponibilidade consciente, voluntária para
suportar e investir terapeuticamente.

• Se o foco for definido e trabalhado ocorrerá uma resolução mais rápida dos problemas.

Aliança terapêutica

• Variável mais crucial para o sucesso de uma psicoterapia, a confiança entre


profissional e paciente.

• Em PB é função do terapeuta adotar atitudes ativas, além de intervenções que visam o


insight, sendo dado enfoque no presente e menos no passado.

Teoria das crises

• Desenvolvida através do trabalho com sobreviventes de um incêndio, definindo


síndrome com sintomatologia psicológica e somática que aparece imediatamente após o
stresse. Lindermann propôs o atendimento de crise através de intervenções imediatas.

• A abordagem preventiva foi proposta para ser aplicada para a área de saúde mental da
seguinte forma:

 Prevenção primária: evitar o aparecimento do distúrbio mental


 Prevenção secundária: evitar que se torne crônico
 Prevenção terciária: evitar comorbidades

• Pode ser distinguidas:

 Crises acidentais ou traumáticas: determinadas por situações inesperadas


 Crises evolutivas ou normativas: parte do ciclo da vida do indivíduo

• As crises previsíveis poderiam ser evitadas por ações de prevenção primária:


campanhas de divulgação, por exemplo.

• Crises previsíveis seria através de prevenção secundária, intervenção em crise.

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