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APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 3
1. Estrutura das questões ............................................................................................. 5
2. Formulação das questões ........................................................................................ 6
3. Formulação dos Enunciados .................................................................................... 7
4. Etapas da Elaboração das Questões ....................................................................... 8
APRESENTAÇÃO
Por isso, a forma como produzimos as questões irá impactar diretamente na maneira
como os alunos resolvem as questões e, com isso, aprendem a encontrar as alternativas
corretas para solucionar os problemas que lhes são apresentados.
Acreditamos que quanto mais oportunidades nossos estudantes tiverem de refletir sobre
questões que mobilizem diversos recursos cognitivos para resolver situações complexas, mais
preparados estarão para enfrentar os desafios avaliativos que a vida nos impõe.
Vale ressaltar que o conceito de competência que pretendemos alcançar é o de Philippe
Perrenoud (1999), cuja teoria defende que competência é a capacidade de mobilizar recursos
(cognitivos) visando abordar uma situação complexa. Esse conceito relaciona três aspectos
importantes. O primeiro é entender a competência como uma capacidade do indivíduo. O
segundo está ligado a mobilizar (com força interior movimentar). O terceiro está ligado a
“recurso” (é preciso mais do que os recursos da cognição). Portanto, competência está ligada
a sua finalidade: abordar (e resolver) situações complexas.
Por isso, no momento de elaborar questões para avaliar, é necessário estar atento a
alguns aspectos, visto que as questões têm como objetivo avaliar o que os alunos sabem e,
ao mesmo tempo, desenvolver habilidades necessárias a resolução de situações complexas.
Assim, deve-se atentar a:
• Comunicação eficiente: a linguagem deve ser clara e objetiva, através de vocabulário
apropriado aos conteúdos, habilidades e competências alvo da avaliação; apresentação de
elementos suficientes para que o avaliando entenda precisamente o que e como deve
responder. Deve-se evitar, ao máximo, a utilização de vocabulário jamais visto em sala de
aula e que fuja muito do repertório dos estudantes, assim como palavras que não estejam de
acordo com a norma culta;
• Articulação entre as práticas pedagógicas e as questões elaboradas para a avaliação
– Convém ressaltar que a construção de questões para prova deverá ser coerente com as
discussões, reflexões, análises e sistematizações de atividades vivenciadas em sala de aula,
de modo a garantir que a avaliação cumpra a sua função de verificação de resultados de um
processo de ensino qualitativo.
• Metodologia de ensino: A avaliação faz parte do processo de ensino-aprendizagem,
e, por isso, deve-se exigir no mesmo nível ensinado. Além disso, não se deve avaliar apenas
a partir da memorização, sendo importante priorizar uma aprendizagem compreensiva ou uma
aprendizagem crítica, levando o aluno à necessidade de interpretar, inferir, associar
informações, relacionar elementos, completar afirmações ou negativas, ordenar, seriar, etc;
Quando impresso este documento passa a ser cópia não controlada. 4
Antes de imprimir, pense na Natureza.
CÓDIGO:
MANUAL DA PROVA COLEGIADA CCG-MAN-01
ELABORADO POR: APROVADO POR: DATA: PÁGINA: VERSÃO:
Alice Ximenes – Simone Bérgamo – 15/02/2019 5/9 01
Coordenadora de DDTA Diretora Acadêmica
• Função dos resultados – Os resultados deverão ser analisados a partir dos relatórios
de desempenho extraídos das Provas Colegiadas. É importante que após a aplicação sejamos
capazes de identificar, através dos resultados, os conteúdos que os discentes mais possuem
dificuldades, a fim de criar estratégias eficientes e eficazes para trabalhar os mesmos nos
semestres subseqüentes.
Além disso, é preciso reconhecer que as questões elaboradas devem sempre buscar
identificar o que os alunos aprenderam, não sendo interessante investir esforços em criar
“cascas de banana” ou situações que induzam o aluno ao erro.
Assim, levando em consideração as demandas da Prova Colegiada, apresentar-se-á
neste manual sugestões e reflexões que busquem garantir a produção de boas questões, não
tendo a intenção de engessar a produção docente.
Por isso, é válido destacar que a habilidade necessária para formular as questões se
adquire com experiência e olhar crítico sobre as produções, sendo necessária a prática diária
de escrever, reescrever, analisar e fazer deste movimento uma ação cotidiana das nossas
práxis.
Por fim, é importante lembrar o que afirmou Paulo Freire a respeito do desenvolvimento
pessoal: “É na inconclusão do ser, que se sabe como tal, que se funda a educação como
processo permanente. Mulheres e homens se tornaram educáveis na medida em que se
reconhecem inacabados.”
Todas as questões devem ser objetivas, de múltipla escolha, com cinco alternativas: A,
B, C, D, E, não sendo permitido um número menos de assertivas para as respostas.
Para evitar que os alunos colem e facilitar a aplicação das provas, todos os alunos da
sala de aula fazem as mesmas questões, entretanto, em cinco tipos de provas distintas. A
questão 1 da prova tipo 1 não será a mesma da prova tipo 2, nem da tipo 3, nem da tipo 4,
nem da tipo 5, assim como as alternativas variam de prova a prova. Por isso, levando em
consideração que cada questão poderá se apresentar através de cinco estruturas diferentes
em função do tipo de prova a qual será submetido o aluno, de modo que a alternativa correta
pode estar na letra A de um tipo de prova e na letra B de outro tipo, jamais deve-se usar como
opção de alternativa: “Apenas a Letra A”, visto que isso pode não ser verdadeiro para todos
os tipos de prova.
Joana é mãe de um garotinho que adora batatas fritas. Leia a seguir o diálogo entre ela e
seu filho sobre este assunto:
- Mãe, quero mais batatas! Suporte
- Maurício, ainda tem duas no seu prato e não tem mais nenhuma na panela.
- Mas eu ainda quero mais!
Para acabar com o choro, a mãe de Maurício picou as duas batatas que ainda estavam no
seu prato de seu filho em pedaços menores. Maurício sorriu e disse: Situação Problema -
Comando da resposta
- Oba, agora tem muitas batatas.
A partir da situação apresentada anteriormente, em qual estágio cognitivo Maurício se
encontra para apresentar tal reação:
a) Sensório-motor Distrator
b) Pré-operatório Resposta Correta
Alternativas de
c) Operatório concreto Distrator
Respostas
d) Operatório Formal Distrator
e) Nenhum das alternativas Distrator
Os enunciados devem ser escritos de forma a apresentar uma situação problema clara
e objetiva que deve ser respondida através da escolha de uma das alternativas corretas,
composta por um gabarito e quatro distratores.
No enunciado deve conter o estímulo necessário a resolução da questão, assim como
todas as informações necessárias.
Além disso, no enunciado também deve estar claro o problema e os critérios que serão
analisados para avaliar a resposta do aluno, lembrando que perguntas que contemplem: o que
você acha? Dão margem para que qualquer resposta precise ser considerada correta.
Outro aspecto muito relevante é a escolha dos textos que são utilizados como suporte.
Em primeiro lugar os mesmos devem ser bem escolhidos em função da qualidade de
conteúdo, mas também em função da adequação lingüística. Músicas que contenham
palavras não adequadas à norma culta devem ser evitadas, assim como, textos que tenham
conteúdo preconceituoso, discriminatório ou que incite condutas inadequadas aos padrões
morais desejáveis numa instituição de ensino.
Quanto às alternativas de respostas, estas dividem-se entre gabarito e distratores. É
importante destacar que devem levar os alunos a resolverem o problema pela escolha da
resposta correta, não sendo possível dar margem a dúvidas. Portanto, o gabarito indica,
inquestionavelmente, a única alternativa correta que responde à situação-problema proposta.
Já os distratores, como o próprio nome indica, são respostas plausíveis que tem como função
atrair quem não sabe ou escolhe sem muita certeza a opção correta. Por isso, deve-se evitar
na escrita dos distratores respostas absurdas, visto que o objetivo dos mesmos é ser uma
resposta aceitável ao problema, mas que não corresponde satisfatoriamente ou em sentido
completo ao que é solicitado.
Uma prática muito utilizada na construção de distratores consiste em utilizar premissas
do senso comum, vieses conceituais, raciocínios aligeirados e erros que habitualmente os
alunos apresentam em suas perguntas. Estas questões podem ser boas possibilidades de
distratores, visto que são respostas consideradas plausíveis pelos estudantes, embora sejam
incorretas.
Redigir alternativas eficientes para os distratores é algo de sumo importância e que, de
modo geral, não é valorizado. Normalmente os docentes se dedicam muito ao enunciado e
investem menos esforços na criação dos distratores, tornando a questão com menor
qualidade.
1ª Etapa
Em posse do plano de ensino, deve ser feito um planejamento, a fim de garantir que
serão produzidas questões para avaliar todos os conteúdos que precisam ser trabalhados.
Os planos de ensino se constituem em instrumentos norteadores para a construção das
questões, tendo em vista que no mesmo estão definidos conteúdos, competências e
habilidades que se espera que os estudantes tenham desenvolvido durante o processo de
aprendizagem
2ª Etapa
Definir o problema que norteará cada questão apresentada na prova, utilizando, para
isso, uma pergunta problematizadora que seja interessante.
3ª Etapa
Selecionar o contexto no qual cada questão será redigida, garantindo que os textos
utilizados não servirão apenas de pretexto para a produção.
4ª Etapa
Revisar os conteúdos e texto das questões, garantindo que as mesmas estejam
corretas tanto do ponto de vista conceitual como gramatical, além de verificar que a
alternativa correta e os distratores estão bem formulados.
Os erros mais comuns encontrados em Provas Colegiadas são:
- Enunciados incompletos;
- Contextualização inadequada;
- Uso de expressões ou termos inadequados;
- Redação de enunciados e alternativas com explicações confusas ou faltando
elementos;
- Comando que não expressa claramente o que se deseja do aluno;
- Presença de textos que são usados como suporte que não se adéquam às premissas
defendidas por uma IES.
- Distratores obviamente errados;
- Presença de mais de uma alternativa correta;
- Ausência de alternativa correta;
Por serem erros muito recorrentes, é importante estar atento no momento da escrita,
sobretudo, a estas falhas.