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Diretor Executivo

DAVID LIRA STEPHEN BARROS


Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autora
DANIELE MELO DE OLIVEIRA
A AUTORA
Daniele Melo de Oliveira
Olá! Meu nome é Daniele Melo de Oliveira. Sou formada em
Administração de Empresas, possuo especializações nas áreas de Gestão
de Negócios Empresariais, Gestão Educacional, Logística Empresarial
e da Qualidade. Sou Mestre em Ciência, tecnologia e Sociedade, pelo
Instituto Federal do Paraná. Atualmente atuo como docente na Federação
das Indústrias do Estado do Paraná. Sou apaixonada pelo que faço e adoro
transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas
profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Processo de Avaliação de Riscos.......................................................... 10
Processo de Planejamento dos Riscos .............................................. 21
Identificação dos Riscos ..........................................................................30
Formas de Controle e Mitigação dos Riscos....................................40
Gestão de Riscos 7

03
UNIDADE

LIVRO DIDÁTICO DIGITAL


8 Gestão de Riscos

INTRODUÇÃO
Muitas empresas no Brasil não possuem nenhuma metodologia
para análise e tratamento de riscos. Quando um risco não é mensurado
e minimizado, na maioria das vezes, converte-se em grandes perdas de
diversas formas e muitos contextos, tais como: acidentes pessoais (de
clientes e colaboradores), materiais (advindos de incêndios, explosões,
inundações, falta de manutenção), financeiros (ganhos, mas principalmente
perdas de dinheiro e ativo imobilizado). Então se você é um gestor ou
técnico que trata com seriedade e clareza os riscos da sua organização,
já existe uma vantagem competitiva em relação a concorrência. Os
riscos podem advir de falhas nos processos, falhas operacionais, falhas
mecânicas, naturais, físicas, químicas, biológicas, por desconhecimento
técnico, erro de projeto e até mesmo sabotagem. Todavia havendo gestão
eficaz, grande parte das perdas podem ser evitadas.

É necessário ter ética e profissionalismo na gestão de riscos.


Muitos profissionais negligenciam problemas que poderiam ser evitados
se tratados em tempo hábil, muitas vezes só identificam riscos óbvios,
superficiais e de fácil tratativa. Outro grande problema nas organizações
é quando o gestor repassa o problema para outro profissional e por fim, a
pressa em tratar os riscos identificados, que é tão ruim quanto não tratá-
lo. O gestor de riscos precisa de conhecimento técnico e habilidade para
mapear, tratar os problemas com eficácia e descobrir com naturalidade
as causas e efeitos da raiz do problema. Quanto maior o ponto de visão
multidisciplinar do gestor de riscos, maior será a capacidade de resolução
dos riscos. Dessa forma o cenário de riscos nos diversos segmentos
ocorrerá, beneficiando as pessoas e as organizações.

Achou interessante? Vamos começar nossos estudos? Siga em


frente! Continue conosco! Vamos lá!
Gestão de Riscos 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso propósito é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o
término desta etapa de estudos:

1. Analisar o processo de avaliação no gerenciamento de riscos.

2. Compreender o processo de planejamento na gestão de riscos.

3. Identificar e avaliar os tipos e graus de riscos diferenciando


impacto e probabilidade de ocorrência dos riscos.

4. Implementar formas de controle de mitigação de riscos.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
10 Gestão de Riscos

Processo de Avaliação de Riscos

INTRODUÇÃO:

Caro aluno, você sabia que mesmo quando o gestor


mensura e avalia os riscos há a possibilidade de tudo dar
errado? Isso mesmo! Toda a vez que um risco se consolida,
há grandes danos às organizações e chances dos planos
de ação não se consolidarem!

Ao término deste capítulo você será capaz de compreender a


importância do processo de avaliação dos riscos nos diversos segmentos
empresariais e sociais, pois o risco pode estar presente em todas as
situações que circundam o homem. No planejamento de projetos a fase
de avaliação de riscos é considerada a mais importante, pois a partir dele
será dado mais ou menos ênfase ao tratamento dos riscos de acordo
com a sua urgência e gravidade. Devido a amplitude dos problemas
que circundam o mundo dos negócios, muitos gestores literalmente se
“perdem” e não sabem por onde começar a mensurar as ameaças para
avaliá-las.

Todavia o profissional gestor responsável pelo segmento de


avaliação, deve estar atualizado com os acontecimentos locais e mundiais
para mensurar os problemas que podem ocorrer, preparando melhor o
ambiente de trabalho para as possibilidades de riscos. Frente a esse cenário
desafiador podemos afirmar que a avaliação de riscos é fundamental para
a sobrevivência de uma organização, dos seus bens financeiros, materiais
e acima de tudo da preservação da saúde do homem. Neste capítulo,
essa ferramenta de gestão e controle empresarial, avaliação de riscos, se
tornará ainda mais clara para você, e poderá ser aplicada ao seu contexto.
E então vamos começar? Fique conosco e bons estudos!

A avaliação de riscos é um processo de suma importância para o


sucesso de qualquer negócio, pois dessa forma o gestor terá de forma
clara as informações dos problemas internos e externos que circundam
o seu ambiente. As empresas que possuem certificação do Sistema de
Gestão de Riscos 11

Gestão da Qualidade (SGQ) como os da família da norma ISO (Organização


Internacional de Normalização) a avaliação de riscos deve ser considerada
e implementada obrigatoriamente para a manutenção dos selos de
qualidade. Importante: [[os SGQ’s visam à máxima qualidade de produtos
e serviços prestados aos clientes]].

Para as empresas que possuem o SGQ implantado a avaliação de


riscos significa o levantamento de todas as não conformidades, devendo
ser registrados em relatório de auditoria para o seu devido tratamento.
Com isso, a empresa por meio dos seus gestores de riscos deverá
implementar metodologia específica para mensurar, avaliar e tratar os
riscos inerentes a atividade da empresa.
Figura 1 – Riscos diversos

Fonte: @pixabay

A avaliação de riscos é um processo que pode ser utilizado também


nos ambientes de rotina social, como por exemplo: a avaliação de
possíveis problemas de uma viagem de férias, de uma cirurgia, da troca
de veículo, da troca de piso, dentre outros. Conforme o PMBOK (2007), são
inúmeras as vantagens da aplicação de ferramentas para a avaliação de
riscos, dentre elas:
12 Gestão de Riscos

•• Economia de recursos financeiros, pois os gastos de dinheiro para


resolver situações inoportunas reduzem.

•• Maior eficácia do negócio, pois haverá maior preparação dos


ambientes interno e externo.

•• Maior preparação física, no caso de riscos à saúde.

•• Melhor mensuração de reposição de bens materiais novos aos antigos


que representam riscos.

IMPORTANTE:

Com a avaliação de riscos o gestor estará mais preparado


para as situações que possam ocorrer

Para análise de riscos o gestor deve abranger os aspectos


econômicos, sociais e territoriais que circundam o ambiente e trazem
os maiores números de dados possível, indagando-os para que todas
as possibilidades de problemas sejam levantadas e os riscos sejam os
menores possíveis. Dessa forma, o gestor terá maior conhecimento do
ambiente para enfrentar possíveis crises que ocorram no seu negócio ou
ambiente social.

•• Como o negócio irá se sustentar financeiramente?

•• Que tipo de venda apresenta o menor risco de rejeição?

•• Como funciona a economia local do meu ambiente de negócio?

•• Quais são as chances de acidentes pessoais?

Os riscos abordam as políticas públicas que circundam o projeto,


as características das pessoas, a cultura e as diferenças sociais. Os
riscos também estão presentes nos ambientes territoriais que envolvem
a implantação física do negócio, o clima da região, as variações de
Gestão de Riscos 13

temperatura, as diferenças de altitude e as catástrofes, ou seja, todas as


situações de incerteza de quaisquer aspectos.

IMPORTANTE:

Muitos gestores erram na avaliação de riscos

A negligência quanto aos riscos existentes e a sua má avaliação


podem acarretar danos irreparáveis de caráter material/territorial,
pessoal, financeiro, podendo ocasionar até mesmo no fechamento de
uma organização. Quanto mais completa for a análise menores são as
chances de materialização dos riscos. Veja a figura 2.
Figura 2 - Análise de riscos

Fonte: PMBOK, 2007 (Adaptado).

Os impactos da avaliação de riscos envolvem também o tempo de


execução, ou seja, quanto maior a antecedência de avaliação maiores
serão os benefícios, pois o gestor poderá eleger prioridade para o
14 Gestão de Riscos

tratamento dos riscos existentes, deslocando recursos financeiros,


materiais e pessoais para os problemas mais danosos ao ambiente.
Figura 3 - Avaliação de riscos versus tempo

Fonte: PMBOK, 2007 (Adaptado).

Os riscos pessoais ou empresariais podem sofrer interferência de


ocorrências externas, fora do alcance do gestor e do seu entendimento,
pode ser de nível global, sob o qual o gestor não possui controle.
Normalmente esse tipo de risco afeta drasticamente o ambiente, devido
a sua complexidade e periculosidade. Os riscos globais caracterizam-se
por: epidemias, desentendimento entre países, mudanças econômicas,
climáticas, de legislação, dentre outras. Nesse segmento, cabe ao gestor
de riscos adaptação, empatia e estudos para resolver os impactos desses
riscos.

Exemplo: estados que fazem fronteira com outros países sempre


correm algum tipo de risco imediato, decorrentes de problemas
internacionais, tais como greves, epidemias, conflitos armados, mudanças
climáticas e outros.

Quando um gestor erra na avaliação de riscos, novos elementos


inoportunos ao processo são gerados, ou seja, surgem novos problemas
com facilidade. Os riscos envolvem situações de incertezas e até mesmo
desconhecimento técnico necessário para a sua resolução. Muitas vezes,
o gestor é colocado frente a uma situação da qual nunca participou, mas
precisa tomar decisões imediatas, as quais nem sempre são assertivas.
Gestão de Riscos 15

Os principais erros cometidos pelo gestor na avaliação e riscos são:


identificação e tratamento incorretos (aqui envolve a tomada de decisões),
pressa em resolver o problema de imediato ou no menor tempo possível
e repasse da avaliação de riscos para outro por negligência, falta de
experiência ou desconhecimento técnico.
Figura 4 – Erros na avaliação de riscos

Fonte: PMBOK, 2007 (Adaptado).

1. Identificação dos fatores e tratamento de forma incorreta.

2. Pressa para a resolução dos problemas.

3. Repasse de informações e de fatores incorretos.

A avaliação de riscos é uma atividade vital para a sobrevivência de


qualquer ambiente seja ele de negócio ou de convívio e entretenimento
social. Enquanto gestor ou detentor da situação questionamentos devem
ser recorrentes tais como: você sabe como identificar os riscos inerentes
do seu ambiente social, de trabalho e do mercado que o circunda? Você
16 Gestão de Riscos

tem conhecimento das variáveis que circundam o ambiente e que estão


fora do seu controle?
Para a avaliação de riscos recomenda-se:
•• Identificar os perigos.
•• Determinar os níveis de proteção necessários aos riscos.
•• Mensurar graus e fatores de risco.
•• Determinar requisitos metodológicos para a avaliação dos riscos.
•• Determinar padrões para a seleção de fornecedores.
•• Determinar avaliações personalizadas, como testes para mensurar os
fatores de risco, se necessário.

IMPORTANTE:

Existem empresas especializadas em realizar a avaliação


de riscos de crédito, por exemplo, que atribuem a uma
empresa, banco ou país a capacidade de pagar suas
dívidas. No mercado de gestão essa especialidade é
conhecida como Rating

Figura 5 – Avaliação de riscos

Fonte: @pixabay
Gestão de Riscos 17

Outro desafio do gestor de riscos é ajudar a empresa em que


atua a recuperar as fragilidades do negócio, no desenvolvimento de
metodologias para a estruturação de plano de ação, dando respostas aos
riscos.

Um gestor não pode analisar somente as probabilidades de os


riscos acontecerem, mesmo que as chances de a ocorrência serem
baixas, mas também as improbabilidades, dessa forma ele estará mais
preparado a resolver situações inoportunas.

Sobretudo, o gestor deve estar atento aos impactos do risco, ou seja,


todos os danos negativos sejam eles nos aspectos pessoais, materiais ou
financeiros. Muitas vezes o risco é baixo e acaba sendo descartado no
processo de avaliação do gestor. Tal decisão é um erro, pois normalmente
os impactos da ocorrência na materialização dos riscos são extremamente
danosos.
Figura 6 - Impacto versus ricos

Fonte: PMBOK, 2007 (Adaptado).

Quanto mais frágil estiver a estrutura física e de gestão de uma


organização maiores serão os impactos na efetivação do risco, o qual
sempre necessita de recursos materiais e pessoais para a sua resolução.
Empresas com maiores aportes de seus ativos imobilizados, solvência
de caixa e mão de obra capacitada recuperam-se com mais agilidade e
confiança da não reincidência da materialização dos riscos.
18 Gestão de Riscos

Exemplos: riscos de explosões, raios, incêndios, inundações,


tornados, vendavais, nevasca, dentre outras possibilidades de catástrofes
são exemplos de riscos baixos, mas com alto impacto.

A matriz de avaliação de riscos é uma ferramenta de gestão que


pode ser construída por exemplo em Excel ou Word. Nela devem constar
todos os riscos de uma organização, segmento ou setor, categorizando-
os, identificando a probabilidade de ocorrência, grau de impacto, bem
como elegendo responsáveis e respostas para cada situação mensurada
na matriz.

IMPORTANTE:

a matriz de riscos é uma ferramenta de fácil construção


para a avaliação e tomada de decisões

Essa ferramenta permite ao gestor visualizar onde e em que


momento estão os maiores e os menores riscos para a tomada de decisões
com maior assertividade, menor tempo sem descartar a qualidade da
tratativa definida.
Quadro 1 – Matriz de análise de riscos

Item Categoria Risco Probabilidade Impacto Resposta Responsável Ação

Fonte: PMBOK, 2007 (Adaptado).

IMPORTANTE:

Uma matriz é o cruzamento de eixos


Gestão de Riscos 19

Para a construção de uma matriz de riscos o gestor deve definir os


eixos de avaliação, atentando, principalmente para as probabilidades e
consequências de materialização dos riscos.

Os impactos devem ser classificados como: desprezível, médio e


extremo.
Quadro 2 – Impacto versus Preocupação do gestor

Impacto Preocupação do gestor


Desprezível Baixa
Médio Média
Extremo Altíssima
Fonte: PMBOK, 2007 (Adaptado).

Em relação as probabilidades elas classificam-se em: quase certa,


possível e rara.
Quadro 3 - Probabilidade versus Preocupação do gestor

Probabilidade Preocupação do gestor


Quase certa Grande
Possível Média
Rara Baixa
Fonte: PMBOK, 2007 (Adaptado).

Com base no PMBOK (2007), a análise das probabilidades e


impactos da avaliação de riscos será mais precisa, sendo possível a sua
classificação em:

•• Riscos triviais – a preocupação do gestor de riscos deve ser baixa,


mas não excludente.

•• Riscos moderados – requerem maior preocupação do gestor na


avaliação e monitoramento das respostas.

•• Riscos intoleráveis – são aqueles que a organização deve evitar e


buscar respostas para contornar as situações de risco.
20 Gestão de Riscos

RESUMINDO:

Vamos recapitular tudo o que estudamos neste capítulo?


Então, a avaliação de riscos é uma atividade de extrema
importância para a eficácia das decisões de gestão nos
diversos ambientes onde há interferência humana, sejam
eles de convívio profissional ou social. A partir da correta
avaliação, o gestor poderá classificar os riscos e proceder
com a tratativa prioritária aos de maior grau de impacto,
se materializados. Para todo o risco há impacto, sendo
assim nenhuma possibilidade de ocorrência pode ser
descartada. Os gestores podem contar com ferramentas
de classificação de riscos para posterior avaliação, como
a matriz de risco. Ela é considerada um instrumento de
fácil construção, alimentação e análise, sem descartar a
qualidade de processamento de informações para a tomada
de decisões. Sobretudo os gestores devem considerar que
todos os riscos são relevantes!
Gestão de Riscos 21

Processo de Planejamento dos Riscos

INTRODUÇÃO:

Caro aluno, o planejamento de riscos é uma atividade de


suma importância nas organizações, envolve a aplicação de
técnicas pelo gestor, sendo considerado um recurso chave
para o sucesso das organizações. Muitos especialistas
acreditam que o planejamento é a etapa fundamental para
aumentar as chances de sobrevivência de uma empresa. O
gerenciamento de riscos envolve estudos de como todos
os imputs (entradas) e outputs (saídas) são controlados
para aumentar as possibilidades de ganhos e diminuir as
de perdas das empresas, sendo este um grande desafio
para os gestores devido a sua complexidade. Então
podemos entender que o planejamento envolve atos de
administração e gestão para o atingimento dos objetivos
pré-determinados. É um processo permanente e contínuo
para a tomada de decisões, dessa forma minimizando
ou até mesmo eliminando os riscos presentes nas mais
diversas situações e ambientes sejam elas sociais ou
empresariais. O processo decisório quanto ao planejamento
de riscos deve ser único, exclusivo, pois o que é coerente
para minimizar, resolver e até mesmo evitar os riscos de
uma organização provavelmente não se aplique a outra,
devido as diferenças materiais, regionais, de pessoas,
dentre outras. Todavia devido ao seu caráter antecipador,
de previsões administrativas o planejamento de riscos
pode ser considerado a chave para o sucesso.

Então, preparado para embarcar em mais uma jornada de estudos


rumo ao conhecimento? Vamos lá!

Diariamente planejamos atividades básicas da nossa rotina pessoal


e de trabalho sem percebermos. Ao acordar buscamos satisfazer nossas
necessidades por meio da alimentação, vestimenta e exercícios físicos.
No decorrer do dia traçamos planos logísticos para os locais de trabalho
e estudo. Planejamos reuniões, aniversários, viagens, confraternizações,
22 Gestão de Riscos

ou seja, a maior parte do dia do homem é envolvido por ações de


planejamento.

Para que o gestor de riscos realize o planejamento em prol de


minimizar ou até mesmo evitar impactos negativos são necessários
a preparação e organização na estruturação dos objetivos a serem
cumpridos. O planejamento de riscos ocorrerá com sucesso ser houver
ações flexíveis pelos gestores de forma que todas as possibilidades
de riscos sejam levantadas, pois um grande perigo encontra-se em se
desconsiderar a possibilidade de materialização de um risco. Nesse caso,
pessoas físicas e jurídicas estão passíveis a serem pegas de surpresa,
nesse caso os impactos dos riscos, pelos danos causado, podem ser
ainda maiores. O gestor de riscos deve ser um profissional com olhar para
o futuro, independente do ramo de atuação e porte da empresa, mesmo
que nem todos os riscos possam ser controlados.

As organizações não são capazes de compreender todas as


condições variáveis do ambiente de uma só vez, pelo fato
de que algumas das variáveis estão sujeitas a influências
que as empresas não podem sequer prever ou controlar.
(CHIAVENATO, 2002, p. 370)

Além das dificuldades que os gestores encontram da previsão


de riscos há também o desafio do controle das situações que geram
problemas nos ambientes de interação do homem. Em muitos setores
dos ambientes organizacionais o grau de risco é tão intenso que se perde
o controle da situação.

IMPORTANTE:

O planejamento é a base das organizações


Gestão de Riscos 23

Figura 7 – Visão de futuro

Fonte: @pixabay

Sem o planejamento de riscos o gestor estará à mercê da própria


sorte, pois nesse caso ele não para pensar com antecedência em
problemas que podem ocorrer com a materialização dos riscos. Então
podemos compreender que o planejamento não pode ser somente
sonhado, idealizado, ele precisa ser consolidado, colocado no papel e
compartilhado com o apoio dos demais membros da organização para a
prática das ações.

“O administrador consegue fazer tudo através das pessoas, razão


pela qual elas ocupam posição primordial nos negócios de todas as
organizações” (CHIAVENATO, 1999, p. 283).

O planejamento de riscos deve ser estruturado pelo gestor através


da mensuração e execução dos objetivos traçados, os quais deverão
ser avaliados e reavaliados a curto, médio e longos prazos, consoante
necessidades do cenário e realidade, de acordo com a missão, visão e
valores organizacionais. Para Leusin et al (2006, p. 115): “Os métodos de
gestão representam um conjunto de práticas disponíveis para o uso no
sistema de gestão das empresas”.
24 Gestão de Riscos

IMPORTANTE:

Missão é o propósito da organização, visão é onde a


empresa quer chegar e valores são atitudes esperadas pela
organização

“A missão da empresa deve ser definida em termos de satisfazer a


alguma necessidade do ambiente externo, e não em termos de oferecer
algum produto ou serviço ao mercado” (KOTLER, 1980, p. 83).
Figura 8 - objetivos de planejamento

Fonte: @pixabay

Quadro 4 - Planejamento

Planejamento Tempo Exemplo


De uma semana a um Reformas estruturais
Curto prazo
ano. simples.
Médio prazo De um a cinco anos Troca de pavimentação
Longo prazo Mais de cinco anos Construção de filiais
Fonte: PMBOK, 2007 (Adaptado)
Gestão de Riscos 25

IMPORTANTE:

As metas organizacionais podem ser controladas pelas


ferramentas definidas para o planejamento de riscos

Todavia o planejamento só será eficaz se houver pelo menos a


diminuição dos impactos dos riscos e sobretudo aumento nos esforços
quanto as tentativas de impedimento de materialização deles. Isso será
possível se houver visão de futuro pelo gestor.

Conforme o PMBOK (2007), para o planejamento de riscos o gestor


deve:

•• Conhecer a missão, visão e valores da empresa, para que os objetivos


organizacionais sejam cumpridos.

•• Realizar minucioso diagnóstico da situação da organização, na análise


dos ambientes internos e externos, mensurando todas as situações
que podem e devem ser melhoradas.

•• Conhecer objetivos e metas. A meta deve ser clara, mensurável,


atingível, relevante e tangível para o cumprimento do objetivo de
riscos.

•• Executar o plano de ação, após terem sido traçados com clareza,


objetivos e metas.

•• Realizar o controle, na definição prazos de resposta quanto a


efetividade do planejamento, ou seja, averiguar se tudo está dando
certo ou não.

O planejamento deve mudar conforme as alterações dos cenários


internos e externos que circundam as pessoas e as organizações. As metas
devem ser constantemente revisadas e reestruturadas. É relativamente
fácil que se cometam erros no planejamento, a maior ocorrência é quando
26 Gestão de Riscos

os objetivos são colocados fora da realidade com metas intangíveis,


dados pouco específicos e mensuráveis.

A vida de qualquer administrador é uma sucessão de


incontáveis decisões. Algumas, talvez a maioria, são tão
rotineiras que exigem pouco esforço do pensamento. São
decorrentes de respostas a problemas lógicos. Outras,
entretanto, exige um certo tipo de sensibilidade especial, uma
forma diferente de desenvolver o pensamento. Estas são as
decisões estratégicas – são as que lidam com novas direções,
mudança, visão de mundo, vencer a competição, e até, em
muitos casos, lucrar. (COSTA NETO, 2007, p. 40)

As metas traçadas pelas organizações devem ser relevantes,


tangíveis, mensuráveis, específicas e atingíveis pois diversos recursos nos
aspectos materiais, pessoais e financeiros são dispendidos para o seu
alcance e cumprimento dos objetivos traçados.
Figura 9 - Metas

Fonte: PMBOK, 2007 (Adaptado).


Gestão de Riscos 27

IMPORTANTE:

O objetivo é maior, as metas são as ações necessárias para


que o objetivo seja cumprido

Para o atingimento dos objetivos, no cumprimento de metas


sempre haverá tarefas a serem realizadas, as quais precisam de pessoas
capacitadas a execução do plano de ação estruturado.

A Administração de Recursos Humanos pode, pois, ser


entendida como a Administração de Pessoal baseada em uma
abordagem sistêmica. Qualquer conjunto de partes unidas
entre si pode, portanto, ser considerado um sistema, desde
que as relações entre elas e o comportamento do todo sejam
o foco da atenção. (GIL, 2014, p. 21)
Figura 10 - Execução de tarefas

Fonte: @pixabay

O diagnóstico dos riscos permitirá ao gestor ter uma visão mais


ampla e precisa dos riscos que envolvem a empresa. O gestor pode
utilizar ferramentas de gestão voltadas à qualidade como a análise de
SWOT, bastante utilizada no mapeamento e padronização de processos.
28 Gestão de Riscos

Na análise de SWOT são analisados os ambientes internos e


externos das organizações, no levantamento dos pontos fortes, fracos
(ambiente interno), oportunidades e ameaças (ambiente externo). Essa
ferramenta pode ser construída a partir de um quadro onde os gestores
listam as situações de riscos relevantes. Com essa análise, a precisão do
diagnóstico de riscos será mais clara e objetiva para o gestor.
Quadro 5 – Análise SWOT

Ambiente interno
Pontos fortes Pontos fracos
Oportunidades Ameaças
Ambiente externo

Fonte: Dornelas, 2015 (Adaptado).

Para a fase de execução do planejamento de riscos recomenda-


se o uso da ferramenta 5W2H na distribuição e relevância das tarefas
que devem ser executadas através da elaboração de perguntas. O
planejamento é realizado pelo questionamento dos riscos levantados,
pois as soluções podem estar nas respostas das questões levantadas.

“O 5W2H representa as iniciais das palavras em inglês, Why? (Por


quê?), What? (O quê?), Where? (Onde?), When? (Quando?), Who? (Quem?),
How? (Como?) e How much? (Quanto custa?)” (LEUSIN, 2006, et al., p. 109).
Quadro 6 – 5W2H

Perguntas Respostas
O que faremos?
Quando o plano será realizado?
Onde será realizada a ação?
Quanto custará?
Quais os equipamentos necessários?
Onde será realizada a manutenção?
Quem participará das etapas do serviço?

Fonte: Meira, 2003 (Adaptado).


Gestão de Riscos 29

RESUMINDO:

Estudamos que o planejamento é a base para o sucesso


das organizações, cabendo ao gestor de riscos elaborar
metodologias adequadas através de ferramentas de gestão
e qualidade para a sua realização. O planejamento de riscos
deve ser claro e preciso. Ele precisa ser colocado no papel
para que as ações práticas ocorram, sendo fundamental a
participação de pessoas capacitadas para a execução das
tarefas mensuradas no plano.
30 Gestão de Riscos

Identificação dos Riscos


INTRODUÇÃO:

Caro aluno, você sabia que na grande maioria das situações


os gestores encontram dificuldades na identificação de
riscos? Isso mesmo! Isso ocorre devido às incertezas que
circundam os riscos, que na maioria das vezes contam com
a probabilidade da sua ocorrência ou não. Inicialmente,
o gestor deve ter conhecimento básico dos riscos que o
circunda para a sua correta identificação e tratamento.
Afinal, será muito difícil identificar algo que nunca se viu
não é mesmo?! Uma organização precisa que os riscos
sejam constantemente identificados, pois sempre haverá
a possibilidade de mudanças contextuais, de ambiente,
clima, materiais, pessoas, etc. Essas mudanças podem
acarretar novos riscos os quais precisam ser conhecidos
e mensurados com a máxima precisão possível para
a sua prevenção. Portanto, a identificação dos riscos é
uma função empresarial, devendo ser estudada para a
estabilidade e segurança dos ambientes e o consequente
bom funcionamento das atividades que o circundam..

E então vamos embarcar em mais essa jornada rumo ao


conhecimento? Continue conosco! Vamos em frente!

Os riscos referem-se a uma condição incerta que se materializados


poderão causar efeitos negativos, refletindo em danos materiais e
pessoais. É necessário considerar que dentro das situações sociais ou
organizacionais, de operações manuais ou mecanizadas o infortúnio de
riscos é constante. Os riscos podem ser positivos às organizações quando
geram novas oportunidades de implementação voltadas a melhorias,
saúde, qualidade, produtividade ou até mesmo de inovação e geração de
novos negócios.

Na área de saúde e segurança do trabalho é de suma importância


que os riscos inerentes ao ambiente, sejam nas instalações elétricas,
hidráulicas, estruturais e demais instrumentos que se refiram às atividades
Gestão de Riscos 31

de trabalho e convívio pessoal e que possam causar acidentes, sejam


corretamente identificados.

IMPORTANTE:

A identificação de riscos é uma atividade empresarial de


segurança

Figura 11 - Riscos

Fonte: @pixabay

Os riscos positivos e negativos podem estar presentes em


todos os ambientes e situações do cotidiano, desde a falta de mão de
obra qualificada a qual pode paralisar a execução de um projeto até a
presença de um vírus virtual capaz de danificar computadores e sistemas
de tecnologia da informação de toda uma empresa. Os riscos positivos
podem estar presentes nos testes de uma nova vacina ou medicação, por
exemplo, na formação de novos negócios que envolvam a resolução dos
impactos dos riscos negativos e demais situações em que um ponto fraco
se transforme em forte e uma ameaça passe a ser oportunidade.

Muitos gestores consideram os riscos conhecidos como restrições,


as quais devem ser tratadas com limitações. A fim de minimizar os efeitos
32 Gestão de Riscos

dos riscos negativos e estimular a segurança, as normas regulamentadoras


(NRs) apresentam orientações e procedimentos obrigatórios para a
maior eficácia na identificação de riscos nos ambientes. As normas
regulamentadoras de saúde e segurança no trabalho conhecidas como
NR´s são fundamentadas pela Consolidação da Leis do Trabalho (CLT)
e pela Constituição Federal (CF). A norma regulamentadora NR 24, por
exemplo, estabelece as condições sanitárias e de conforto nos locais de
trabalho. A NR 18 estabelece as condições e meio ambiente de trabalho
na indústria da construção. A NBR 5410 é a norma brasileira que trata de
instalações elétricas de baixa tensão.

IMPORTANTE:

A associação brasileira de norma técnica ABNT é o órgão


responsável pela normalização técnica do país, base para o
desenvolvimento tecnológico

Quadro 7 - Riscos positivos e negativos

Riscos Positivos Negativos


Atraso na entrega da matéria-prima. X
A execução do projeto ultrapassar o valor
X
previsto.
Não obtenção de licenciamento ambiental. X
Método construtivo mais eficiente. X
Antecipação da entrega de projeto. X

Fonte: PMBOK, 2007 (Adaptado).


Gestão de Riscos 33

IMPORTANTE:

Muitos gestores consideram os riscos conhecidos como


restrições as quais também devem ser tratadas

Uma das técnicas para se identificar os riscos existentes é o uso


da ferramenta de gestão e qualidade conhecida como brainstorming,
também conhecida na literatura como tempestade de ideias ou toró de
palpites. Essa ferramenta estimula a criatividade e a geração de ideias,
pois com ela todos os integrantes têm a mesma oportunidade de falar e
opinar sobre as situações. Com isso, as chances de identificação dos riscos
são ainda maiores para a elaboração de um plano de ação e tomadas de
decisões pelos gestores.

IMPORTANTE:

O coordenador ou facilitador da reunião de brainstorming


não pode inibir as ideias dos participantes. Ele pode
inclusive iniciar a reunião dando uma ideia “fora da caixa”
desinibindo assim a proposição de novas ideias

Figura 12 – Anotações para o brainstorming

Fonte: @pixabay
34 Gestão de Riscos

O brainstorming é uma ferramenta de rápida duração, normalmente


conta com a participação de equipes multidisciplinares, onde as ideias
devem ser registradas por escrito e visualizadas por todos. Recomenda-
se que um coordenador seja eleito para organizar e direcionar a reunião
para a aplicação dessa técnica e cumprimento dos seguintes passos:

•• Reunião da equipe de trabalho para a identificação de riscos.

•• Convocação de uma pessoa para realizar as anotações.

•• Alocação física dos participantes em formato de “U”, dessa forma


todos estarão no mesmo grau hierárquico para a proposição de ideias.

•• Realização da exposição detalhada sobre o risco a ser analisado


com o maior número de dados possíveis. Podem ser utilizados fotos,
gráficos, dados, amostras, depoimentos, ou seja, todas as informações
que demonstrem os impactos na materialização dos riscos.

•• Fomento de discussão para o levantamento das causas dos riscos.

•• Leitura e releitura das informações que foram apresentadas por


escrito, questionando se mais alguém da equipe localizou a mesma
informação.

•• Determinação das causas mais relevantes dos riscos discutidos,


atribuindo valores de zero a dez para eles. A somatória dada pelos
participantes para cada causa, determinará ao final da reunião as
escolhas mais relevantes que devem ser tratadas para aquele
momento.

NOTA:

Cada participante tem a liberdade de escrever suas ideias


nos blocos de anotação, expondo-os

Todavia é proibido que no brainstorming as ideias expostas e


comentários realizados pelos participantes sejam criticados, pois isso
inibirá contribuições que possam levar a identificação dos riscos. Os
Gestão de Riscos 35

participantes devem ter a liberdade de pensar “fora da caixa” e propor


ideias para a identificação dos riscos, independente da assertividade.

Após a aplicação da ferramenta o coordenador deve juntar todas


as ideias colocadas na reunião de identificação de riscos, juntando
as similares para a proposição de resoluções por categorias. Nesse
momento, o gestor deve aplicar um filtro para as proposições relevantes,
descartando as irrelevantes.

IMPORTANTE:

Para os participantes das reuniões de brainstorming as


fantasias de ideias são ilimitadas

Outra técnica para a identificação de riscos é o Método Delphi,


elaborado por psicólogos americanos durante o período da Guerra
Fria. Essa ferramenta é oposta ao brainstorming. O brainstorming é um
método aberto para a análise de riscos e o Delphi um método fechado,
pois nele o coordenador prepara um questionário a ser respondido pelos
participantes da análise de riscos.

No Método Delphi o questionário é realizado por diferentes


especialistas na busca de evidências de novos riscos. O questionário
deve ser respondido de forma anônima e após apuração dos dados
obtidos o facilitador reencaminha aos participantes do grupo para novas
contribuições.

NOTA:

qA palavra Delphi remete à Grécia antiga no uso de


métodos místicos
36 Gestão de Riscos

Figura 13 - Técnica de identificação de riscos

Fonte: @pixabay

Uma das grandes vantagens desse método é a colaboração de


equipes técnicas resultando num consenso entre especialistas. Outra
grande vantagem é que o método não precisa da presença física dos
participantes, ele pode ser aplicado à distância, até mesmo em diferentes
locais do mundo, uma vez que o questionário pode ser encaminhado e
devolvido pela internet. A independência de respostas no método Delphi
é outra vantagem em relação ao brainstorming onde os participantes têm
a tendência de seguir opiniões de uma liderança do grupo.
Gestão de Riscos 37

IMPORTANTE:

Devido as redes internacionais de comunicação o método


Delphi possui abrangência internacional

Figura 14 - abrangência do método Delphi

Fonte: @pixabay

As desvantagens do Delphi são inerentes ao tempo, pois a aplicação


do método é mais demorada do que no brainstorming, que pode ser
realizado em reuniões de quarenta minutos. No Delphi há a necessidade
de conhecimento técnico do coordenador facilitador para a elaboração do
questionário de pesquisa, reorganizando as respostas para a contribuição
dos especialistas caso necessário.
38 Gestão de Riscos

IMPORTANTE:

Com o método Delphi mesmo com as diferenças de


opiniões entre especialistas a tendência é do consenso

Os resultados da aplicação de métodos de identificação de riscos


é a possibilidade de construção de lista para os riscos identificados,
contendo categorias, tipo, descrição e localização dos riscos.
Quadro 7- Lista de riscos

Categoria Tipo Descrição Localização


Cadeiras mal Administração e
Risco 1 Ergonômico
reguladas almoxarifado
Falta de
manutenção
Risco 2 Acidentes Produção
em máquinas e
equipamentos
Estoque de
Risco 3 Químicos Incêndio
matéria-prima

Fonte: Barbosa, 2011 (Adaptado).

A identificação é uma atividade empresarial extremamente


relevante nos ambientes, devendo ser tratada com a máxima prioridade,
pois a partir dela serão tomadas decisões. Cabe aos gestores definirem a
ferramenta mais adequada para essa atividade.
Quadro 8 - Brainstorming e Delphi

Técnica Brainstorming Delphi


Tempo De 20 a 40 min Horas, dias, semanas

Participação Ilimitada Restrita

Conhecimento Multidisciplinar Especialistas técnicos

Método Oral e escrito, quantitativo Escrito qualitativo

Fonte: Behr, Moro e Estabel, 2008 (Adaptado).


Gestão de Riscos 39

RESUMINDO:

A identificação de riscos é uma atividade empresarial


de suma importância, pois a partir dela serão tomadas
decisões resolutivas frente às situações inoportunas que
ocorre nos ambientes. O impacto potencial dos riscos
favorece a adaptação para o uso de ferramentas de gestão
e qualidade como o brainstorming e o Delphi, cabendo
ao gestor pesquisa e estudo para a melhor tomada de
decisões.
40 Gestão de Riscos

Formas de Controle e Mitigação dos


Riscos

INTRODUÇÃO:

Caro aluno, você sabia que o controle e a mitigação


de riscos são responsabilidades dos gestores de uma
organização? Isso mesmo! O gestor deve proceder com
o uso de técnicas e ferramentas para a tratativa de riscos,
na redução e controle dos riscos de forma criteriosa. A
mitigação envolve ações de redução dos impactos dos
riscos e até mesmo das suas consequências de difícil
reparação como por exemplo os desastres. Na mitigação
são aplicadas medidas por busca de padrões aceitáveis
para a ocorrência dos riscos, pois nem sempre será
possível evitá-los. Para tanto o gestor deve conhecer todos
os setores da empresa ou ambiente social e estudar todos
os riscos potenciais, utilizando de ferramentas de gestão e
qualidade para a tomada de decisões. Dessa forma, haverá
maior controle e possibilidades de redução de riscos
propiciando ambientes mais seguros para os seus usuários.
E então curioso? Continue conosco nesta jornada rumo ao
conhecimento!.

O controle e mitigação de riscos envolvem medidas de gestão de


caráter técnico, as quais devem ser planejadas e colocadas em prática. A
expectativa é que sejam alcançados os objetivos de gestão de riscos, com
resultados eficazes quanto ao aumento da segurança e a consequente
diminuição de perdas materiais e financeiras. Nesse processo de alcance
de resultados, os gestores também podem traçar metas de redução de
riscos a serem atingidas pelas pessoas e setores organizacionais, sendo
atingidos ao longo dos dias, semanas, meses ou anos. De forma geral,
os riscos são passíveis de controle, diminuição e até mesmo eliminação.
O maior desafio é o controle de riscos ocultos e a realização de tarefas
pelo homem, ou seja, aqueles riscos que não podem ser vistos, mas
estão presentes no cotidiano das tarefas e atividades. O controle nessas
Gestão de Riscos 41

situações ocorrerá com correta identificação dos riscos que pode ser
realizado por observação, pesquisa, testes e estudos.
Figura 15 - Ações de controle e mitigação de riscos

Fonte: @pixabay

Um grande desafio do controle e mitigação de riscos é a


transformação das situações inseguras e seguras, pois na maioria das vezes
o plano de ação mexe com a rotina social e de trabalho das pessoas, sendo
necessária a quebra de paradigmas, ou seja, da mudança de padrões de
conduta e execução pré-determinados. Apesar do desconforto que altera
a rotina do cidadão, essa transformação será obtida pela conscientização
dos riscos na importância da aplicação de medidas de proteção, mas,
principalmente de prevenção da materialização dos riscos de qualquer
tipo de aspecto ou ambiente.

“Na ausência de um paradigma ou de algum candidato a paradigma,


todos os fatos que possivelmente são pertinentes ao desenvolvimento
de determinada ciência têm a probabilidade de parecerem igualmente
relevantes” (KHUN 2013, p. 35).

A mitigação envolve ações de redução de riscos a padrões


aceitáveis pela sociedade, ou seja, aos quais ela possa suportar. O tema é
tão importante que na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB, através
42 Gestão de Riscos

da lei nº 12.608/2012 há uma cláusula que prevê a inserção transversal de


conhecimentos de defesa civil aos alunos do ensino fundamental. Essa
lei objetiva disseminar o conhecimento em segurança em prol dos riscos,
visando a redução dos impactos advindos de desastres naturais tais como
vendavais, enchentes, granizos, deslizamento de terra, dentre outros.

IMPORTANTE:

Mitigar é minimizar os efeitos

Exemplos: No ano de 1755 um Tsunami atingiu a cidade de Lisboa


em Portugal, causando cerca de cem mil mortes; em janeiro de 2010 um
Terremoto atingiu o Haiti deixando cerca de duzentos e cinquenta mil
mortos. Em julho de 2020 um ciclone atingiu várias cidades do Estado de
Santa Catarina causando em torno de dez mortes]].

Os gestores devem possuir mecanismos de controle e gestão


específicos, de forma que os riscos, nas suas respectivas fontes e situações
inseguras, estejam os mais claros possíveis para a tomada de decisões.
Quadro 9 - Descrição de riscos

Fonte Risco Situação Insegura


Técnico Falta de Capacitação
Pessoas
Emocional Desmotivada
Piso escorregadio
Infraestrutura física De acidentes
Falta de corrimão
Ultrapassada
Tecnologia Financeiro
Vírus
Extintores fora do prazo de
Incêndio
Químicos validade
Acidentes Pessoas mau treinadas
Deslocamento de materiais
Materiais Ergonômicos com excesso de peso por
pessoas.

Fonte: Barbosa, 2011 (Adaptado).


Gestão de Riscos 43

As responsabilidades de controle e mitigação de riscos são inerentes


às atividades organizacionais e distribuição de cargos nas empresas,
ou seja, há responsabilidades gerenciais e técnicas caso os riscos se
materializem. Inicialmente o gestor deve procurar eliminar os riscos,
substituindo máquinas, equipamentos, componentes, procedimentos
de trabalho e demais objetos que causem riscos de danos e acidentes,
seguindo parâmetros técnicos. Se não for possível que o risco se
materialize, o gestor deve proceder com mecanismos de atenção e alerta
aos usuários da melhor forma possível. Veja o quadro:
Quadro 10 – Metas para a redução de riscos

Risco Situação Insegura Meta


Falta de Capacitação Aumentar a capacitação em
Técnico
dos colaboradores. 3 meses.
Realizar atividades
Desmotivação dos
Emocional motivacionais quinzenais
colaboradores.
em equipe.
Piso escorregadio no
pátio de entrada de Correção em um dia.
De acidentes pessoas.
Falta de corrimão nas
Conserto em três dias.
escadas.
Ferramentas
Reformulação das
de Tecnologia
ferramentas de TI em um
de Informação
Financeiro trimestre.
ultrapassados.
Computadores com Compra e aplicação de
vírus. antivírus em dois dias.
Extintores fora do prazo
Incêndio De resolução imediata.
de validade.
Agendamento de
Acidentes Pessoas mal treinadas.
capacitação em um mês.
Deslocamento de
Redistribuição de tarefas
Ergonômicos materiais com excesso
em uma semana.
de peso por pessoas.

Fonte: Barbosa, 2011 (Adaptado).


44 Gestão de Riscos

IMPORTANTE:

A eliminação de riscos descarta a possibilidade de


reincidência de novos erros, acidentes, doenças, lesões ou
perdas materiais

Exemplo: O tratamento ambiental de um rio evitará que ele


transborde e atinja comunidades.

Nas organizações as formas de controles técnicos de riscos,


advindos de conhecimentos de engenharia, por exemplo, envolvem
ações corretivas de intenção preventiva, na adequação de ambientes,
máquinas e equipamentos de forma eficiente com a máxima segurança
aos usuários.

O controle de riscos envolve a aplicação de técnicas, mas sobretudo


um acompanhamento e manutenção que garanta a eficácia das medidas
tomadas. Os riscos serão controlados e reduzidos toda a vez que houver
a participação constante e responsável de pessoas que contribuam com
a conscientização de outros colegas para com a segurança. Conforme
Barbosa (2011), para que os planos de gerenciamento de controle de
riscos evoluam de forma que as metas traçadas sejam atingidas são
necessários:

•• A participação efetiva de pessoas tecnicamente capazes e


comprometidas.

•• Adoção de métodos de controle de riscos eficientes.

•• Organização das ações de planejamento.

•• Supervisão consciente e constante dos riscos.

Nas áreas administrativas o controle de riscos envolve


preponderantemente a gestão de pessoas voltadas a educação, para a
disseminação de programas, processos e procedimentos adotados pela
gestão quanto os riscos.

Nos ambientes sociais e empresariais que envolvem o trânsito de


pessoas os mecanismos de sinalização são de suma importância para o
Gestão de Riscos 45

controle e mitigação de riscos. Podem ser usados sinais, bonecos, placas,


cores, lâmpadas e demais artifícios que chamem a atenção.

Na elaboração de um projeto os riscos podem ser previstos ou


não. Se não a sua identificação ocorrerá com a constatação dos fatos.
Para cada uma dessas situações são necessárias ações apropriadas de
controle as quais devem ser descritas num plano de ação e colocadas em
prática se necessário. Havendo a incidência de novos riscos eles devem
ser incluídos no plano de ação.
Figura 15- Previsão e identificação de riscos

Fonte: Barbosa, 2011 (Adaptado).


46 Gestão de Riscos

De uma forma geral, os riscos devem ser registrados com o máximo


de informações confiáveis de caráter qualitativo e quantitativos. Dessa
forma, será mais fácil e assertiva a tomada ações de controle e mitigação.

IMPORTANTE:

a realização de cursos, treinamentos e reciclagens são


muito importantes para o controle de riscos

Todavia o controle e mitigação de riscos não ocorrerá quando


as condições pessoais, técnicas e materiais forem incompatíveis com
o plano de ação traçado, ou seja, se houver uma superestimação e
supervalorização dos recursos disponíveis. Essas condições podem ser
conscientes ou inconscientes. Conforme Barbosa (2011) as condições
inseguras são normalmente causadas por pessoas na ocorrência de:

•• Falta de conhecimento técnico.

•• Desgaste físico ou mental.

•• Indisciplina, irresponsabilidade ou insegurança.

Tais intercorrências devem-se também ao fato de que muitas


pessoas não trabalham em equipe para o sucesso das tarefas, ou seja,
realizam tarefas individuais e inconsequentes para com os riscos.

IMPORTANTE:

Nem todo grupo trabalha em equipe

O uso de técnicas matemáticas nos estudos de probabilidade são


recursos bastante eficazes para o controle de riscos e seus efeitos, pois
dessa forma poderão ser eleitas prioridades de atenção e tratamento.
Gestão de Riscos 47

O gestor pode construir uma tabela catalogando os riscos e agregando


valores para eles.

Conforme o PMBOK 2007, a probabilidade do risco pode ser


determinada como:

•• Muito baixa, menor que 10%.

•• Baixa, entre 10 a 25%.

•• Moderada, entre 25 a 50%.

•• Alta, entre 50 a 75%.

•• Muito alta, maior que 75%.

Os efeitos do risco podem ser classificados em: catastróficos, sérios,


toleráveis ou insignificantes.

Quadro 11 – Probabilidades de riscos e efeitos

Risco Probabilidade Efeitos


1 Moderada (40%) sério
2 Moderada (30%) sério
3 Muito alta (75%) tolerável
4 Muito alta (80%) sério
5 Muito baixa (06%) sério
6 Muito baixa (08%) catastrófica
7 Muito alta (80%) tolerável
8 Moderada (40%) sério
9 Muito baixa (9%) sério

Fonte: PMBOK, 2007 (Adaptado).

O monitoramento de riscos é a atividade de controle dos riscos


que pode ser realizado através de planilhas de controle, elegendo
responsáveis que assegurem a execução dos planos de ação e avaliem a
sua efetividade para a mitigação dos riscos.
48 Gestão de Riscos

Quadro 11 - Monitoramento dos riscos

Número do Ações de
Periodicidade Responsável
Risco monitoramento
Manutenção técnica Gerência
1 de máquinas e quinzenal técnica de
equipamentos. produção.
Treinamento para o
Recursos
2 uso de equipamentos Mensal
Humanos.
de proteção
Fonte: Barbosa, 2011 (Adaptado).

RESUMINDO:

Convido você a recapitular o último tema de estudos desse


módulo?! Vamos lá?! O controle e mitigação de riscos são
atividades muito importantes na gestão de riscos pois
com eles será possível que as situações de riscos sejam
estudadas a ponto de serem reduzidas e até mesmo
evitadas. Ainda que os riscos saiam do controle, como
na possibilidade de catástrofes naturais, quanto maior for
a preparação do homem, menor é a chance de trabalhar
com situações inoportunas e menores serão os impactos
negativos. Os riscos podem estar presentes em todos os
ambientes e situações, cabem aos gestores utilizarem
ferramentas promissoras ao melhor controle das situações
que possam causar danos pessoais, físicos ou materiais.
Gestão de Riscos 49

REFERÊNCIAS
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de-risco-e-protecao-para-a-covid-19. Acesso em: 08 de jul. 2020.
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GIL, A. C. Gestão de pessoas. 1. ed. São Paulo. Atlas, 2014.
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KHUN, S. T. A Estrutura das revoluções Científicas. 12. ed. São Paulo, Ed
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LEUSIN, S.; MOTA, B. E.; ROCHA, V. A.; CIERCO A. A.; MARSHALL, I. Jr.
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MEIRA, R. C. As ferramentas para a melhoria da qualidade. 2. ed. Porto
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protocolos submetidos a um comitê de ética em pesquisa: análise
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v22n3/v22n3a13.pdf. Acesso em: 08 de jul. 2020.
Livro Didático Digital

Daniele Melo de Oliveira

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