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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE COMPUTAÇÃO

Requisitos para Inclusão Digital da Melhor Idade


Trabalho de Conclusão de Curso

Alef Laniel dos Santos Oliveira Ribeiro

Departamento de Computação/UFS

São Cristóvão – Sergipe


2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE COMPUTAÇÃO

Alef Laniel dos Santos Oliveira Ribeiro

Requisitos para Inclusão Digital da Melhor Idade

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao


Departamento de Computação da Universidade
Federal de Sergipe como requisito parcial para a
obtenção do título de Bacharel em Sistemas de
Informação.

Orientadora: Profª Drª Kenia Kodel Cox

São Cristóvão – Sergipe


2022
Resumo

A tecnologia vem evoluindo e tomando cada vez mais espaço na vida das
pessoas. Hoje em dia a tecnologia está presente praticamente em todas as casas
e famílias, organizações, empresas e instituições do globo terrestre, além disso a
expectativa de vida tem aumentado e o envelhecimento vem crescendo
gradualmente. Dessa forma é possível compreender a necessidade de recursos
tecnológicos que promovam a inclusão digital dos idosos, de maneira a possibilitar
o usufruto das TICs para que os mesmos não sejam excluídos do uso dessas
tecnologias. Logo, o objetivo deste trabalho foi identificar os requisitos necessários
para serem atendidos por aplicações digitais voltadas para atender as
necessidades e expectativas da terceira idade. Por meio da aplicação da Revisão
Sistemática de Literatura envolvendo inicialmente 45 trabalhos e Pesquisa de
Mercado partindo de 55 aplicativos iniciais, foram identificados 26 requisitos para
serem considerados na construção ou atualização das TICs presentes no mundo,
de forma a atender a terceira idade. Na RSL foram considerados relatos de
iniciativas de extensão universitária, trabalhos de formação acadêmica, artigos de
divulgação de pesquisas científicas e revisões sistemáticas. São exemplos de
requisitos: adoção de ícones grandes, para suprir a perda de visão dos idosos;
disponibilização de uma interface simples e intuitiva, de fácil aprendizado, para
mitigar possíveis limitações de memória; disponibilização de bloqueio de
luminosidade, disponibilizando um controle do brilho da tela, para evitar que o
idoso comprometa a visibilidade da tela por acidente. Como passos futuros
sugere-se a aplicação de questionário com pessoas que trabalham com inclusão
digital da terceira idade, bem como com os próprios idosos, para validação dos
requisitos obtidos, e ainda verificar formas de implementar cada requisito obtido no
trabalho.

Palavras-chave: terceira idade, requisitos para desenvolvimento de software para


terceira idade, inclusão digital de idosos.
Lista de Quadro

Quadro 1: Nível de Aceitação dos Aplicativos Selecionados 25


Quadro 2: Requisitos Obtidos na RSL 28
Quadro 3: Requisitos Obtidos na RSL por Artigos Selecionado 29
Quadro 4: Objetivos dos artigos originários de relatos de extensão 30
Quadro 5: Objetivos dos artigos originários de trabalhos de formação acadêmica 31
Quadro 6: Objetivos dos artigos de divulgação de pesquisa científica 31
Quadro 7: Objetivos dos artigos resultantes de revisões sistemáticas 32
Lista de Figuras

Figura 1 - Fluxo de aplicação das metodologias de pesquisa no trabalho 02


Figura 2 - Aplicativos mais Populares para os Idosos 06
Figura 3 - Tipos de Aparelhos Usados pelos Idosos para Acesso à Internet 06
Figura 4 - Categorias de Competências dos Idosos para Inclusão Digital 09
Figura 5 - Alfabetização Digital Móvel 10
Figura 6 - Letramento Digital Móvel 10
Figura 7 - Passos de Pesquisa de Mercado 14
Figura 8 - Etapas de aplicação da RSL 15
Figura 9 - Exemplos de Apresentação de Resultados 16
Figura 10 - Critérios de Seleção da Pesquisa de Mercado 17
Figura 11 - Telas do aplicativo Cross Logic - Jogos de Lógica 19
Figura 12 - Telas do aplicativo Bald Phone 20
Figura 13 - Telas do aplicativo BIG Launcher Português Brasileiro 21
Figura 14 - Telas do aplicativo Senior Safety Phone 21
Figura 15 - Telas do aplicativo Teclado para Idosos 22
Figura 16 - Requisitos Obtidos na Pesquisa 24
Figura 17 - Fluxograma da Seleção dos Artigos da RSL 27
Figura 18 - Número de artigos que citaram requisitos para RSL 33
Figura 19 - Requisitos Obtidos na Pesquisa de Mercado 34
Figura 20 - Requisitos Obtidos na RSL 34
Lista de Abreviaturas e Siglas

CAFE Comunidade Acadêmica Federada


CNDL Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
DM Digital Móvel
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IES Instituições de Ensino Superior
PNAD Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios Contínua
RSL Revisão Sistemática da Literatura
SPC Serviço de Proteção ao Crédito
SO Sistema Operacional
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
Sumário

1 Introdução 01
2 Melhor Idade 04
3 TICs e a Melhor Idade 07
4 Metodologias de Pesquisa 13
4.1 Pesquisa de Mercado 13
4.2 Revisão Sistemática 14
5 Aplicação Pesquisa de Mercado 17
6 Aplicação Revisão Sistemática 25
7 Resultados 33
8 Conclusão 36
Referências 37
1 Introdução

A tecnologia vem evoluindo e tomando cada vez mais espaço na vida das
pessoas. Nos dias de hoje a tecnologia está presente praticamente em todas as
casas e famílias, organizações, empresas e instituições do globo terrestre. Sabendo
que nem todos têm facilidade de se adaptar com a evolução das Tecnologias de
Comunicação e Informação (TIC), torna-se necessária a inclusão digital desses
indivíduos, considerando como foco, neste trabalho, os idosos.
No presente contexto,
"[...] constata-se que os avanços na medicina, na
farmacologia, nas melhorias sanitárias (higiene e saúde) e do
reconhecimento dos direitos do idoso são fatores consideráveis que
têm contribuído para o aumento da expectativa de vida e de
crescimento desta população específica” (TAVARES e SOUZA, 2012
apud ALVIM; ROCHA e CHARIGLIONE, 2017, p. 2).
Ainda, segundo Mendes, Corrêa e Andrigo et al. (2020),
“o envelhecimento da população brasileira corresponde a ‘um
fenômeno global do século XXI’. Já no Brasil, segundo a (PNAD
Contínua) Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios
Contínua (IBGE, 2020), em 2019 o Brasil possuía cerca de 33
milhões de indivíduos com 60 anos ou mais de idade (16% da
população brasileira) [...] e projeta-se, para 2050, a duplicação do
número de idosos no país (IBGE, 2018)” (MENDES; CORRÊA e
ANDRIGO et al. 2020, p. 224).
Dessa forma é possível compreender a necessidade de recursos
tecnológicos que promovam a inclusão digital dos idosos, de maneira a possibilitar o
usufruto das TICs presentes praticamente em todo globo, mesmo com as limitações
resultantes da idade avançada. Vale esclarecer que não se trata de ferramentas
digitais específicas para os idosos, mas também a possibilidade de acesso dos
idosos às TICs vigentes. “As tecnologias devem ser adaptadas às necessidades dos
idosos no futuro, para que estes não se sintam excluídos ou ignorados
relativamente ao rápido desenvolvimento dessas tecnologias e da globalização”
(NÚNCIO; ROMÃO, 2015, p. 29).
Pensando como o mundo se encontra hoje devido a COVID-19, com a
necessidade de distanciamento social, e sendo o grupo dessa faixa etária um dos
principais grupos de risco, podendo o isolamento dessas pessoas causar

1
transtornos emocionais e físicos, então é imprescindível estimular o
desenvolvimento de competências para uso das tecnologias digitais.
“Essa tecnologia pode aumentar a qualidade de vida das
pessoas propiciando um meio de acesso à informação relacionada à
comunidade, à prestação de serviços, à promoção de aprendizagem,
além de atuar como um meio de se conectar com a comunidade,
familiares, amigos e com o mundo” (ROCHA; LONGO; MONTIEL,
2021, p. 12).
Percebe-se então a importância da tecnologia na vida dos idosos para que os
mesmos tenham uma melhor qualidade de vida em todos os seus aspectos. O novo
cenário mundial é a era digital, e nesse todos têm o direito de aprender, investir, se
realizar e dedicar sua vida para o seu próprio bem estar pessoal, profissional e
social.
Então na construção de TICs é preciso considerar as limitações existentes na
melhor idade, no processo de engenharia de software desde os primeiros passos -
de levantamento de requisitos, o qual, corresponde a verificar todos os pontos
funcionais necessários para que determinados sistemas atendam satisfatoriamente
seus usuários, inclusive os utilizadores da Terceira Idade. “Em outras palavras, o
levantamento de requisitos permite perceber as necessidades e as expectativas que
as partes interessadas têm em relação a esse sistema (FERNANDES e MACHADO,
2017, p. 110).”
Logo, o objetivo deste trabalho é identificar os requisitos a serem atendidos
na construção de aplicações digitais usadas pela terceira idade, sejam voltados
especificamente para esta faixa etária, ou não, de forma a atender as necessidades
e expectativas dos idosos.
Para tanto foi necessário investigar através de Pesquisa de Mercado e
Revisão Sistemática da Literatura (RSL) como as TICs tratam os processos de
inclusão digital da Terceira Idade, buscando a identificação dos requisitos, conforme
proposto por Mendonça et al. (2011) como é mostrado na Figura 1.

Figura 1: Fluxo de aplicação das metodologias de pesquisa no trabalho

Fonte: Autoria Própria

2
A RSL é importante para identificar quais os trabalhos e pesquisas científicas
já foram realizados sobre determinado assunto, qual abordagem os pesquisadores
utilizaram para chegar em determinado resultado, facilitando assim a compreensão
da temática em questão, para que o pesquisador possivelmente contribua para a
discussão da temática em questão, seja localizando convergências entre os autores,
complementos e até divergências. Segundo Travassos e Biolchine (2007), a
Revisão Sistemática da Literatura (RSL) pode representar uma ótima ferramenta
para alcançar a qualidade das informações. Ela direciona a identificação, seleção e
produção de evidências relacionadas a um determinado tópico de pesquisa em
específico.
O levantamento de requisitos é algo importante para qualquer
desenvolvimento de software ou sistemas digitais, pois através deste é que se
define o que se espera da solução. Dessa forma, “o levantamento de requisitos
viabiliza a definição das restrições e características que o sistema deverá
apresentar” (ROSA; ROSA; LUCCA et al., 2017, p. 2).
A Pesquisa de Mercado será necessária para identificar o que já tem
produzido de aplicações digitais voltadas para os idosos ou não, quais
características apresentam voltadas para a Melhor Idade e a aceitação destas pelo
público alvo. “Além disso, o emprego correto das técnicas de pesquisa resulta em
estudos que podem fornecer importantes subsídios para o processo de tomada de
decisão” (ZAMBERLAN, 2008, p. 9).
O trabalho está organizado como segue: o Capítulo 2 trata da Melhor Idade;
o Capítulo 3 volta-se para as TICs e a Melhor Idade; no Capítulo 4 são
apresentadas as Metodologias de Pesquisa; a aplicação da Pesquisa de Mercado é
apresentada no Capítulo 5 e a aplicação da RSL, no Capítulo 6. Em seguida são
apresentados os resultados e a conclusão.

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2 Melhor Idade

Melhor idade, um termo utilizado para definir a faixa etária no que se pode
dizer ser a última fase da vida. Mas por ser a última fase, é necessário que seja uma
fase ruim, ou de perdas e descontentamento da vida? Para alguns sim, porém para
outros não, aliás esse estágio da vida pode ser a melhor etapa já vivida, vai
depender do ponto de vista e pensamento que se tenha neste momento.
“Ativos, passam a olhar o processo de envelhecimento não
mais como o momento de parada (ou de queda), representado na
marcante imagem da aposentadoria, mas como mais uma fase da
vida, podendo ser vivida das mais diversas formas” (BARBIERI,
2012, p.116).
Para muitos é um tempo de descanso, descansar de toda correria que teve
ao longo dos anos já vividos, poder aproveitar os netos, bisnetos e até tataranetos,
contando histórias das experiências vividas e aproveitar a tão sonhada
aposentadoria, cedendo às limitações fisiológicas decorrentes do tempo. Porém
outros preferem continuar na ativa, e só descansar após a morte, querem ainda
investir, estudar, trabalhar, socializar com as diversas faixa etárias de idade, querem
aproveitar a aposentadoria de uma forma mais ativa, embora suas limitações
fisiológicas querem intervir nessa empreitada, essas pessoas procuram se adaptar e
continuar vivendo como se o tempo não impedisse suas realizações pessoais da
vida.
Mas antes de entender melhor o conceito de “Melhor Idade”, precisa-se saber
primeiro sobre o conceito de envelhecimento. “O envelhecimento é um processo
irreversível e inexorável, não somente para os seres vivos, mas também para as
coisas materiais, que também são afetadas pelo andar do tempo” (BARBIERI,
2012, p. 116). Logo envelhecer é inevitável, todos que avançarem no tempo
passaram por esse processo, e a preparação para esse momento da vida, pode-se
dizer que é relativo. “A perspectiva desses anos a mais são vividos diferentemente
por cada sujeito e pode oscilar diante de fatores como a existência de um projeto
futuro ou a irrupção de uma doença inesperada” (BARBIERI, 2012, p. 116).
Dentre as citadas possibilidades, este trabalho lança o foco sobre as pessoas
que buscam viver a “Melhor Idade” ativamente, com o aprendizado de novas
tecnologias, para assim então melhorar sua qualidade de vida, com comunicação
com o próximo, efetuando com autonomia as diversas operações que hoje são
efetuadas via tecnologias digitais - pagamento de contas, cursos, operações

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bancárias. Além de identificar como as TICs podem ajudar aqueles idosos, que se
sentem deprimidos e excluídos devido a sua idade avançada e não conseguem
acompanhar a nova forma de socialização tecnológica do mundo atual, para que
assim os mesmos tenham uma melhor qualidade de vida.
Segundo Goyaz (2003), considerar a velhice como decadência física e
mental e o idoso como improdutivo e dependente gera transtornos para todos que o
cercam além de limitar sua possibilidade de ação e busca por uma vida digna;
sendo, portanto, um equívoco.
Os declínios biológicos como rugas, embranquecimento dos cabelos e
diminuição das capacidades de audição e visão, bem como a lentidão no andar,
levam os idosos a procurarem ocupar-se de atividade pouco ativas e reduzir seu
desempenho físico, suas habilidades motoras, suas capacidade de concentração,
de reação, de coordenação.
"É extremamente importante propiciar situações em que o
idosos aprenda a lidar com as transformações que ocorrem no seu
corpo, tirando proveito de sua condição, conquistando sua
autonomia, mas sentindo-se sujeito da própria história. No entanto,
nem sempre a família está preparada ou em condições de
desencadear esse processo tendo em vista que as obrigações
diárias, às vezes, dificultam uma dedicação especial ao idoso”
(GOYAZ, 2003, p. 32).
Ainda conforme Goyaz (2003), é preciso propiciar ao idoso atividades físicas
conforme suas condições, lazer, bem relacionamento social e liberdade de
expressão e criação. Atividades físicas podem gerar autoconfiança, satisfação e
bem estar. Já as atividades que promovem a aproximação social, tem caráter lúdico
com intensidade moderada e de baixo impacto, diversificada e que consideram suas
memórias e conhecimento acumulado aumentam a auto-eficácia, diminuem a
depressão, melhoram os reflexos, a sinergia motora das reações posturais e
melhoram auto-estima.
Segundo Silveira, Parrião e Fragelli (2017, p. 1), “[...] a parcela idosa da
sociedade não está imune da necessidade de aprender a lidar com internet, redes
sociais, smartphones e afins para estar inserida socialmente”. Desta forma
amplia-se suas condições de autonomia e bem-estar.
“Uma pesquisa feita com idosos pelo Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL) traçou uma radiografia dos seus hábitos na internet. Cerca
de 50% dos entrevistados usam a rede, sendo que 39% o fazem
diariamente. Entre as redes sociais e aplicativos mais populares
estão o Facebook (77%), o WhatsApp (73%) e o Youtube (40%). A
pesquisa mostra que o emprego dos Smartphones é maior do que o
de aparelhos tradicionais; 61% navegam via celular, 53% usam os
computadores tradicionais, 37% o notebook e 11% Tablet (LIMA,
2016)” (LIMA, 2016 apud SILVEIRA; PARRIÃO e FRAGELLI, 2017).
Ver Figuras 2 e 3.

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Figura 2: Aplicativos mais Populares para os Idosos

Fonte: Adaptado de Silveira; Parrião e Fragelli (2017)

Figura 3: Tipos de Aparelhos Usados pelos Idosos para Acesso à Internet

Fonte: Adaptado de Silveira; Parrião e Fragelli (2017)

Com vistas a atender a necessidade da terceira idade de aumentar a sua


auto-eficácia, diminuir a depressão, melhorar os reflexos e sua auto-estima, vale
considerar uma terceira idade conectada, o que por sua vez, exige estudos acerca
da melhor forma de preparar os recursos digitais de forma a atender aos requisitos
desta população crescente, de forma satisfatória.

6
3 TICs e a Melhor Idade

Neste capítulo é apresentado o conceito de Inclusão Digital, como é


empregado nos dias atuais, já que devido a situação corrente em que vivemos de
tempos pandêmicos,nunca foi tão necessário incluir digitalmente para garantir o
bom convívio social, no mundo globalizado.
Segundo Buzato (2008), quando se fala de inclusão fala do lugar que inclui,
isto é, fala de pessoas que pertencem a um contexto estável e homogêneo onde o
objeto ou premissas dos termos estipulados tenham sido plenamente alcançado,
algo que foi definido como bom e necessário para todos, e busca trazer para esse
mesmo espaço o excluído, ou seja, aquele que, por algum motivo, seja da natureza,
tradição, hábitos próprios, ignorância ou até mesmo problemas da vida, não
conseguiu adentrar a esse espaço.
Sendo assim, "[...] constata-se que o termo inclusão digital entra em cena na
dinâmica social e política da implantação dos chamados Programas de Sociedade
da Informação, nos diversos países” (BONILLA e PRETTO, 2011, p. 23).
Dessa forma pode-se ver um dualismo de conceitos, pois se fala de inclusão,
é porque também existe exclusão, então para reduzir esse último de um certo grupo
ao acesso às TICs, é necessário tomar medidas políticas e sociais para que a
sociedade como um todo esteja integrada na chamada “Sociedade da Informação”.
Logo, “para minimizar ou combater a exclusão das pessoas de uma dinâmica social
caracterizada pelo uso intensivo das tecnologias de base digital, desenvolve-se
ações de inclusão digital” (BONILLA E PRETTO, 2011, p. 25). Essas ações
precisam levar em consideração os aspectos físicos, psicológicos e sociais do
indivíduo que será incluído no contexto digital, para que o mesmo usufrua de todo o
benefício proporcionado pelas TICs. Isso vale para todos os ramos da sociedade,
indústria, comércio, política, cultura e lazer, nos mais variados contextos.
No cenário que vivemos atualmente, falar sobre inclusão digital é algo
importante, pois com a longevidade humana, os avanços tecnológicos, casas e
cidades inteligentes fará com que as pessoas precisem se adaptar a essas
mudanças, e o ideal é que ninguém fique de fora da Sociedade da Informação,
dessa maneira as TICs precisam se adequar aos diversos tipo de sociedade,
pessoas, cultura e organizações. Sendo assim, Inclusão Digital é mais que um
conceito, uma definição, ou um termo, é uma necessidade para os dias de hoje.
Logo é perceptível que necessidades básicas, como educação e vivência

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social, passaram a necessitar de tecnologias de informação e comunicação para
que haja aprendizado e o contato social ocorra de forma efetiva. “Justo seria que
todos evoluíssem da mesma forma, [...] Todos deveriam ter direito às mesmas
condições para que ocorra o processo de transformação” (OLIVEIRA, SILVA E
PEREIRA, 2021, p. 2). Por isso, mostra-se necessário a inclusão digital nos diversos
aspectos da vida humana, essas pessoas que estão excluídas do âmbito digital,
necessitam de conhecimento que os possibilitem acessar com dignidade seus
direitos mais básicos. Logo é evidente que a população precisa ter acesso à
educação, novas tecnologias, e principalmente as novas formas de aprendizado
adotadas a partir da pandemia (OLIVEIRA, SILVA E PEREIRA, 2021).
Trazendo mais especificamente para os idosos, as TICs podem favorecer
diversos aspectos da vida do indivíduo, melhorando a expectativa de vida do
mesmo. Um estudo realizado por Barros, Barros, Sarmento et al. (2020), mostra
alguns benefícios proporcionados aos idosos por meio da TIC, que foram - menor
sentimento de exclusão social, satisfação com o aprendizado e melhora da
autoestima. Então é possível verificar em algumas iniciativas, como esses idosos
estão se relacionando com TICs, bem como estão utilizando as aplicações digitais,
como está a aceitação desse público em relação às TICs e também quais as
limitações que estão sendo superadas com o uso dessas tecnologias.
Citando alguns exemplos de iniciativas de inclusão digital no uso das TICs
pelos idosos, Machado, Grande, Behar et al. (2016) trazem um panorama sobre
competências digitais na inclusão digital dos idosos nas TICs, afirmam que “Na
velhice as interações sociais são essenciais, e atualmente, uma parte
significativa destas interações, acontecem virtualmente.” Destacando assim a
necessidade desse público ser integrado nas relações sociais digitais atuais. “Assim
sendo, uma educação permanente que propicie aos idosos a inclusão no meio
digital pode possibilitar a sensação de participar da sociedade, criando novas
relações sociais e afetivas.”(MACHADO, GRANDE, BEHAR et al. 2016, p. 908), as
competências que foram principalmente abordadas no artigo são: Alfabetização
digital, Letramento digital e Fluência digital.
Consiste a Alfabetização Digital no “[...] conceito que equivale a necessidade
de dominar funcionalmente as tecnologias, leitura e escrita para possuir
acesso ao conhecimento digital e virtual” (COLL, ILLERA, 2010, p. 908 apud
MACHADO, GRANDE, BEHAR et al., 2016). O Letramento Digital correspondente à
“[...] competência que está relacionada com a pesquisa, avaliação, reflexão e
criticidade das informações disponíveis na internet, bem como o uso das
ferramentas digitais” (MACHADO, GRANDE, BEHAR et al., 2016, p. 909). Por fim a
Fluência digital que consiste em ir além do ato de saber buscar um texto, ler,
escrever, salvar e enviar um documento por meio de tecnologias digitais, é preciso
saber combinar o uso de diferentes ferramentas digitais, para um melhor uso das
tecnologias (MACHADO, GRANDE, BEHAR et al., 2016). Na Figura 4 é possível
ver a diferença entre as citadas categorias de competências.

Figura 4: Categorias de Competências dos Idosos para Inclusão Digital


8
Fonte: Adaptado de Rambo, Garces e Chicon (2020)

Com a construção dessas competências os idosos passam a ter um bom


desempenho no uso das TICs no seu cotidiano. Corroborando esta ideia foram
citadas as mesmas competências em um artigo de jornal focado no uso de
dispositivos móveis pelos idosos. Segundo Rambo, Garces e Chicon (2020), “Para
realização da classificação das competências digitais dos idosos, foram
realizados questionários utilizando o Google Forms, com base nas questões e
habilidades que os idosos possuem de acordo com o nível em que se encontram”,
isso para identificar o comportamento do idosos nos seus mais variados contextos,
seja eles profissionais, acadêmicos e pessoais.
Com base nos dados obtidos pelo pesquisador, considerando uma escala de
0 a 10, onde 0 sinaliza ausência de competência, constam os seguintes resultados
acerca da Alfabetização Digital Móvel: Conhecimento sobre símbolos de
dispositivos e sistemas: 8,9; Funções básicas dos Digital Móvel (DM) e
teclado: 7,5; Tipos de conexões dos DM: 5,3. Também foram realizadas
perguntas sobre aplicativos e algumas funções dos DM, onde 80% dos alunos
responderam de forma correta e conclusiva. Figura 5. Sobre Letramento DM,
considerando a mesma escala, tem-se: Conhecimento sobre tipos de emoji e
símbolos de conversas: 9,3. Regras de Etiqueta - Etiqueta da Internet: 7,7.
Segurança na internet (golpes e fraudes): 7,5” (RAMBO, GARCES E CHICON,
2020, p. 1), Figura 6.

9
Figura 5: Alfabetização Digital Móvel

Fonte: Adaptado de Rambo, Garces e Chicon (2020)

Figura 6: Letramento Digital Móvel

Fonte: Adaptado de Rambo, Garces e Chicon (2020)

10
Para verificar como os idosos estão aceitando as TICs no seu cotidiano, foi
verificado em um artigo publicado por Barros et al. (2020), as principais motivações
para os idosos no uso das TICs, que foi organizada em três categorias: desejo de
incluir-se na sociedade informatizada, busca por novos conhecimentos e procura
por mais interação familiar e social. Então para se ter uma noção de como as TICs
estão sendo aceitas pelos idoso, os citados autores registraram alguns depoimentos
de idosos que participaram do projeto, citando um dos depoimentos: “Participante 5
- Cada hora que a gente tá aprendendo é mais um conhecimento que a gente tá
adquirindo, mais uma cultura que a gente tá recebendo e dialogando também com
as pessoas, isso é muito bom pra nossa idade” (BARROS et al., 2020, p. 187).
Em um estudo feito na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) por
Krug, et al. (2019), foi possível perceber melhorias nas limitações dos idosos
através do uso das tecnologias de informação e comunicação, sendo citado os
seguintes benefícios: aprendizagem do uso de computadores, melhora da memória,
socialização, ter as TICs como uma atividade de lazer. Isso contribui para para o
bem estar da vida do idoso, trazendo assim uma sensação de protecionismo,
melhorias cognitivas em relação à memória, fazendo assim o mesmo se sentir parte
da sociedade ao qual está inserido.
Então para que a inclusão digital dessa faixa etária ocorra de maneira efetiva
é necessário que as TICs possuam os requisitos necessários para que os idosos
utilizem essas tecnologias da melhor forma possível. Uma maneira de adquirir esses
requisitos é através do levantamento de requisitos, sendo um dos conceito de
Engenharia de Software bastante utilizado na criação de sistemas e aplicações.
Sabendo que os requisitos no contexto de desenvolvimento de sistemas são
as propriedades que os sistemas, ainda em projeto, precisam ter quando estiverem
sendo desenvolvidos. Estes expressam as necessidades dos usuários e restrições
a serem consideradas durante o desenvolvimento de um sistema (FERNANDES e
MACHADO, 2017). E para isso existe técnica para se levantar determinados
requisitos de um sistema ou aplicação. Citando algumas técnicas de levantamento
de requisitos segundo Carvalho (2009), as principais seriam: Amostragem,
Investigação, Entrevistas, Questionários, Observação e Prototipação.
Definindo cada uma das técnicas ainda segundo Carvalho (2009),
● Amostragem seria o processo de seleção sistemática de
elementos representativos de uma população.
● Já a Investigação é a análise de documentos. Através desta é
possível obter mais facilmente informações, tais como tipos de
documentos e problemas associados, informação financeira e
contextos da organização.
● Entrevistas consistem em uma conversa direcionada com um
propósito específico, que utiliza um formato “pergunta-resposta”. O uso
de Questionários constitui uma técnica de levantamento de
informações que permite a obtenção de informações de várias
pessoas afetadas pelo sistema - corrente ou proposto.
11
● Já a técnica de Observação, consiste em observar o comportamento
e o ambiente do indivíduo que toma decisões pode ser uma
forma bastante eficaz de levantar informações que, tipicamente,
passam despercebidas usando outras técnicas.
● Por fim, a Prototipação é uma técnica valiosa para se obter
rapidamente informações específicas sobre requisitos de informação
do usuário.
Fazendo uso de uma ou mais dessas técnicas podem ajudar na elaboração
de requisitos que um sistema precise para que assim se tenha uma inclusão digital
mais assertiva em todos os aspectos necessários do indivíduo a utilizar o
determinado sistema.

12
4 Metodologias de Pesquisa

Foram utilizados dois métodos de pesquisa para melhor compreender a


inclusão digital de idosos, identificando os requisitos a serem cumpridos pelas
aplicações destinadas a estes. A primeira foi através de uma pesquisa de mercado,
analisando o que já existe de tecnologia e aplicações cujas funcionalidades e/ou
características facilitam seu uso por parte dos idosos. A segunda foi Revisão
Sistemática da Literatura, para identificar artigos que tratam da inclusão digital de
idosos, seja teoricamente ou relatando construção de tecnologias neste sentido.

4.1 Pesquisa de Mercado


A pesquisa de mercado é uma técnica usada para coletar informações de
forma sistemática que é, então, interpretada e usada para tomar decisões acerca de
tendências da indústria e do consumidor. Com as redes sociais e sites de pesquisa
é bem mais fácil fazer estas investigações (CODEGLIA, 2019).
Segundo Tavares (2012), os pesquisadores podem observar como os
consumidores fazem decisões sobre produtos na loja, o que corresponde a
pesquisa observacional - técnica aplicada na pesquisa de mercado.
“Observar é aplicar atentamente os sentidos a um objeto para dele adquirir
um conhecimento claro e preciso. É um procedimento investigativo de suma
importância na ciência, pois é por meio dele que se inicia todo estudo dos
problemas” (METODOLOGIACIENTÍFICA.ORG, 2020, online).
A técnica observacional tem como objetivo a coleta de dados e requer alguns
cuidados, a exemplo de:
● registro quantitativo,

● objetivos definidos,

● sistemática planejada e

● controle de qualidade.

Os passos da pesquisa de mercado, aplicando técnica observacional,


segundo Codeglia (2019) são conforme Figura 7.

13
Figura 7: Passos de Pesquisa de Mercado

Fonte: Adaptado de Codeglia (2019)

4.2 Revisão Sistemática

A Revisão Sistemática da Literatura (RSL) é uma excelente ferramenta para


se conseguir informações relevantes sobre determinado tema através de uma
análise sistematizada de artigos elaborados pelos mais diversos autores, e através
dessa revisão obter informações cruciais e sólidas para a construção de um trabalho
científico.
Segundo Galvão e Ricarte (2019) a RSL:
“É uma modalidade de pesquisa, que segue protocolos
específicos, e que busca entender e dar alguma logicidade a um
grande corpus documental, especialmente, verificando o que
funciona, e o que não funciona num dado contexto.”
Para esse trabalho são aplicados os passos metodológicos de pesquisa
propostos por Ramos, Faria e Faria (2014), que segue as seguintes etapas para
realização da RSL: “(i) objetivos (ii) equações de pesquisa pela definição dos
operadores booleanos; (iii) âmbito; (iv) critérios de inclusão; (v) critérios exclusão;
(vi) critérios de validade metodológica; e (vii) resultados”. Figura 8.

14
Figura 8: Etapas de aplicação da RSL

Fonte: Adaptado de Ramos, Faria e Faria (2014)

O ponto de partida da revisão sistemática de literatura é a definição da


questão de pesquisa, a qual, por sua vez, deve ser clara e delimitar onde se
pretende chegar com a pesquisa. Exemplo: “O uso de inspeções de software em
processos de software permite a identificação de defeitos em projetos de software?”
(TRAVASSOS; BIOLCHINI, 2007).
A equação de pesquisa, também denominada string de busca, é usada na
consulta às bases de dados eletrônicas. Estas são compostas por: (a)
palavras-chave e sinônimos em inglês - por ser a língua mais usada em artigos
científicos, seja em todo trabalho ou nos resumos - abstracts, e (b) operadores
lógicos: AND ou OR. Exemplo: (“teaching” OR “learning” OR “training” OR
“education”) AND (“software testing” OR “software test” OR “software evaluation”).
Como âmbito de pesquisa deve-se definir as bases científicas a exemplo da
IEEE Xplore, Web of Science, Portal CAPES, ScienceDirect, Scielo e Scopus. O
15
Portal CAPES, por exemplo, é uma biblioteca virtual que reúne e disponibiliza a
instituições de ensino e pesquisa no Brasil o melhor da produção científica
internacional, contando com 49 mil títulos de periódicos on-line em todas as áreas
do conhecimento e mais de 500 bases de dados, e pode ser utilizado por toda
comunidade acadêmica das IES (Instituições de Ensino Superior), de forma
completa e integral, mesmo fora da universidade, sem a necessidade de
cadastramento ou configuração específica no computador ou celular. Para tanto
basta realizar um login via CAFE (Comunidade Acadêmica Federada), por meio de
usuário e senha de acesso aos sistemas da instituição.
São usadas como critérios de inclusão: o ano de publicação dos artigos, as
línguas, se é artigos, se é revisado por pares; e algumas vezes são selecionados
autores específicos com mais credibilidade na área. E como critério de exclusão se
não tratarem do assunto de interesse ou se tratarem numa perspectiva distante do
que é necessário para contribuir em responder à questão de busca e se o texto
completo não estiver disponível.
O critério de validade metodológica refere-se à metodologia aplicada nos
artigos selecionados a partir da aplicação do processo de busca, se confiáveis. Por
exemplo, objetivo delineado indevidamente, motivação incompatível com o que se
busca.
Para obtenção dos resultados segue-se com a leitura dos títulos, dos
resumos e das palavras-chave dos estudos efetuando uma pré-seleção reaplicando
os critérios de inclusão e exclusão; posteriormente é realizada uma leitura detalhada
dos estudos buscando: (a) selecionar aqueles que contribuem com respostas para a
questão de pesquisa e/ou objetivos antes delineados e (b) identificar pontos de
convergência, divergências e complementares entre os trabalhos selecionados.
Os resultados podem ser apresentados por meio de quadros, tabelas,
infográficos, gráficos e ainda complementados por questionários. Figura 9.

Figura 9: Exemplos de Apresentação de Resultados

Gráfico Tabela
Fonte: Adaptado de Nakagawa; Flizardo (2016)

16
5 Aplicação da Pesquisa de Mercado

Considerando a metodologia proposta na seção 4.1, uma vez que os


objetivos de pesquisa - passo 1 - bem como o público alvo - passo 2 - já haviam
sido definidos na Introdução do presente trabalho, foi decidido o método
observacional - passo 3 - sendo escolhidos observar aplicativos já no mercado,
sendo esses últimos especificamente projetados para terceira idade, com vistas a
coletar dados - passo 4 - no caso, requisitos voltados para inclusão de idosos.

Figura 10: Critérios de Seleção da Pesquisa de Mercado

Fonte: Autoria Própria

Assim, a terceira etapa da pesquisa de mercado foi efetuada a partir da

17
aplicação da string de busca - “digital inclusion of the elderly” and “inclusão digital de
idosos” na Play Store do Google, em 06 de março de 2022, sendo inicialmente
selecionados 55 aplicativos, os quais, em seguida, foram analisados por meio da
leitura de seus objetivos contrapondo-os às imagens de suas telas e/ou instalação e
uso desses; obtendo a seleção apresentada na Figura 9.
A escolha da citada store teve como critério o fato desta ser a oficial da
Google, bem como estar associada ao Android SO (Sistema Operacional) o qual é
o mais utilizado em smartphones, de acordo com Constante Tecnologia (2020), que
constata uma taxa de utilização de 50,15% do citado SO no Brasil.
Considerando o exposto na Figura 10, inicialmente, ao se aplicar a string de
busca antes citada, foram obtidos 55 aplicativos, os quais foram analisados por
meio da leitura de suas apresentações, avaliações e comentários, bem como
download seguido de observação da execução desse; sendo excluídos os repetidos
em termos de objetivos, os que não se voltavam para a inclusão digital de idosos, os
que apresentavam erros na execução ou que tinham excesso de anúncios e os que
não atendiam aos objetivos contidos em suas apresentações. Dessa forma foram
selecionados 4 aplicativos:

1. BaldPhone - Elderly Senior Accessible Launcher


2. BIG Launcher Português Brasileiro
3. Senior Safety Phone
4. Teclado para Idosos

Vale esclarecer que o número final de aplicativos selecionados não pode ser
obtido a partir do número da seleção inicial com a subtração dos números de
excluídos por cada critério porque há Apps que foram removidos por mais de um
critério.
Sobre cada critério de remoção adotado é possível esclarecer:
● Repetidos em termos de objetivo - aplicativos cujos objetivos já
foram encontrados em outros aplicativos selecionados, a exemplo do
O “BIG Phone para Idosos” que correspondia a um launcher com
objetivo já contemplado com o aplicativo “BIG Launcher Português
Brasileiro”.

● Não tratavam de inclusão digital de idosos - Aplicativos que não se


voltavam para os idosos como seu público alvo, como por exemplos:
“Orientação para o Cuidador de Idosos”, “Vagas de emprego no
Brasil”.

● Apresentam erros na execução ou excesso de anúncios -


Aplicativo que apresentavam erros de execução e/ou com muitos
anúncios, a exemplo de “GIANT Senior Solitaire Games” o qual sequer
possibilitou seu uso, uma vez que não chegou a executar e o “Cross
Logic - Jogos de Lógica1" que possui muitos anúncios no meio da tela
aparecendo em toda a tela como mostra na Figura 11 abaixo.

1
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.hitapps.logicgram.game

18
Figura 11: Telas do aplicativo Cross Logic - Jogos de Lógica

Fonte: Gismart (2022)

É possível ainda observar um comentário feito pela usuária Fabiana Rodrigues junto
à Google Play Store:
“[...] os anúncios atrapalham a experiência. Sem contar que
tem muitos anúncios, mesmo depois de assistir 30 segundos, só tem
a opção de baixar, não dá pra fechar, então tem que fechar o
aplicativo, e abrir de novo, e assistir novo anúncio [...].”
● Não atendiam ao objetivo proposto pelo próprio aplicativo -
Aplicativos que na descrição apresentam um objetivo, porém na
prática não o atende, como o “Exercícios para Idosos em Casa” - o
qual na descrição do objetivo consta que disponibilizará em vídeo e
sequência de imagens os exercícios a serem executados pelo idoso,
porém não possuía esses recursos.

Quanto aos aplicativos que foram selecionados na pesquisa de mercado:

BaldPhone - Elderly Senior Accessible Launcher2 - o qual, segundo Uriah


Shaul Mandel (2021) tem como propósito “ser uma plataforma que substitui a
interface do telefone por uma maior, mais simples e mais amigável”. O BaldPhone é
feito para usuários idosos, é gratuito, personalizável, sem anúncios e contém
launcher, alarmes, lembrete de comprimidos, discador, contatos, fotos e vídeos e
área de notificações.
Na Figura 12 constam as telas do “BaldPhone”. Na A é possível ver os ícones
mais utilizados pelo usuário; na B a lista de contato disposta em ordem alfabética;
na C o discador de chamadas com botões grandes, facilitando seu uso pelo usuário;
por fim na tela D constam lembretes para medicamento, uma vez que lembretes é
um recurso comum em smartphones, e tendo disponível essa função torna-se mais
um estímulo para que o idoso seja incluído no mundo digital. Além de que o
aplicativo possui botões e fontes de textos grandes, facilitando assim o uso para o

2
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.bald.uriah.baldphone.gp&hl=pt-BR

19
idoso. O aplicativo também possui versão em português.

Figura 12: Telas do aplicativo BaldPhone

Fonte: Uriah Shaul Mandel (2021)

BIG Launcher Português Brasileiro3 - que, conforme Big Launcher (2021),


visa disponibilizar tela inicial simples e que possibilite acesso rápido a aplicativos
requerendo apenas toques únicos; pode substituir a interface de usuário de
celulares ou tablets Android com botões e fontes de textos mais largos; feita para
idosos e pessoas com problemas de visão ou motores; é personalizável
possibilitando colocar diretamente na tela inicial atalhos de aplicativos, sites,
contatos e widgets.
Na Figura 13 são apresentadas as telas do “BIG Launcher Português
Brasileiro”. Na A constam aplicativos de principal uso do idoso; na B há o menu
secundário que lista todos os aplicativos instalados, ordenados de forma que no
topo fiquem os recém utilizados, além de um buscador na parte superior da tela
para procurar os aplicativos pelo nome; a C apresenta as ligações recentes e
preferências, meus contatos, favoritos, discador, adicionar novo contato; na D é
possível personalizar o menu principal conforme o usuário desejar, além de status
da bateria, sinal da operadora, data e horário.

3
https://play.google.com/store/apps/details?id=name.kunes.android.launcher.demo

20
Figura 13: Telas do aplicativo BIG Launcher Português Brasileiro

Fonte: Big Launcher (2021)

Senior Safety Phone4 - O foco dessa aplicação, segundo Deskshare (2021),


é ajudar a melhorar a vida de uma pessoa idosa, fazendo o smartphone ser
amigável e intuitivo; foi projetado para qualquer pessoa que tenha dificuldade em
usar smartphones; possibilita acesso aos contatos chamados com mais frequência
com um único toque; apresenta textos grandes e botões coloridos para ajudar a
distinguir entre os itens e recurso de discagem de preenchimento automático; busca
reduzir a fadiga ocular em ambientes de pouca luz com um modo escuro opcional;
possibilita definir e bloquear facilmente os níveis de volume de toque, notificações,
mídia, alarme e chamada de voz e fechar todos os aplicativos automaticamente em
um horário específico do dia ou da noite que estiverem em segundo plano.
Figura 14: Telas do aplicativo Senior Safety Phone

Fonte: Deskshare, Inc (2021)

4
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.senior_safety_phone
21
Na Figura 14 é possível ver as telas do “Senior Safety Phone”. Na A fica
disponível para o usuário: contatos favoritos com ícones, aplicativos mais utilizados,
discador, mensagens, contatos, data e hora e definições do sistema; na B vemos
um discador de chamadas com botões grandes, e esquema de cores intuitivo; na
tela C é possível ver as definições do que pode ser configurado utilizando o
aplicativo: contatos favoritos, bloqueio de layout de tela inicial, alarmes, bloqueio de
volume, configurações do visor, definições do sistema, restaurar as definições; por
fim na tela D vemos a lista de contatos favoritos, onde o usuário pode adicionar
quantos desejar.
Teclado para Idosos5 - O propósito deste, segundo ctpg567, (2020) é ser um
teclado grande, com chaves organizadas em ordem alfabética. 6 chaves por linha e
fonte extra grande. Muito recomendado para pessoas idosas, sendo confortável a
sua utilização, é possível também personalizar a altura do teclado, tamanho de
fonte, vibração e sons do teclado, bem como o idioma utilizado.
Na Figura 15 é possível ver uma visão geral do teclado com um todo, para o
idoso utilizar, bem como as instruções de como configurar o teclado para fazer parte
da utilização padrão do sistema.
Figura 15: Telas do aplicativo Teclado para Idosos

Fonte: ctpg567 (2020)

Dessa forma, com base na observação e análise efetuadas nos aplicativos


obtidos na Pesquisa de Mercado, foi possível identificar os seguintes requisitos:

1. Adoção de ícones grandes para facilitar a visualização;


2. Adoção de botões grandes para um facilitar o toque;
3. Adoção de textos grandes para facilitar visualização pelo idoso;

5
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.alphabetickeyboard
22
4. Disponibilização de personalização de atalhos em múltiplas telas, para
facilitar o acesso aos recursos mais usados pelo idoso;
5. Adoção de níveis de acessibilidade talkback, o acesso do idoso às
informações que aparecem na tela do smartphone, como opções e
diálogos do sistema, atalhos e notificações de aplicativos;
6. Disponibilização de comando de voz, para promover interação
facilitada com o aparelho;
7. Adoção de notificações grandes para facilitar a visualização;
8. Disponibilização de lembretes de medicamentos, com textos grande e
imagens para torná-los intuitivos,;uma vez que lembretes é um recurso
comum em smartphones, e sendo essa função disponível, torna-se um
estímulo para que os idosos sejam incluídos no mundo digital,
9. Adoção de toques únicos para acesso aos recursos do aplicativo,
requerendo menos coordenação motora que o duplo toque;
10. Adoção de contraste de cores, para facilitar a visualização dos itens
em tela;
11. Exibição destacada dos contatos recentes, para facilitar o retorno a
estes, se necessários;
12. Exibição de contatos favoritos com ícones para facilitar o
reconhecimento destes pelo idosos;
13. Disponibilização de bloqueio dos controle de volume, para evitar a
alteração involuntária desse pelo idoso, impossibilitando que as
chamadas sejam ouvidas;
14. Fechamento automático de aplicativos em segundo plano em um
horário específico, dispensando o idoso desta tarefa;
15. Disponibilização de uma interface simples e intuitiva, para facilitar o
acesso aos recursos;
16. Disponibilização de bloqueio de layout de tela inicial, para evitar o
ajuste involuntários pelo idoso, com remoção de recursos que facilitam
o uso dos smartphones.
A relação entre o quantitativo de aplicativos que apontaram cada requisito
como relevante segue na Figura 16. A adoção de ícones e botões grandes está
presente em todos os aplicativos selecionados. A adoção de texto grande,
personalização de atalhos, toques únicos, exibição de contatos recentes e interface

23
simples e intuitiva consta em 75% dos Apps. Metade das aplicações usaram níveis
de acessibilidade talkback, notificações grandes, contatos favoritos com ícones e
controle de volume do toque.
Vale destacar dois aplicativos que apesar de voltar-se para idosos, não
tratam diretamente da inclusão digital desses, voltando-se mais especificamente de
habilidades cognitivas: Jogos de Habilidade Visual6 e o Jogos de Memória7 o quais
adotam: ícones grandes, botões grandes, textos grandes, contraste de cores,
interface simples e intuitiva; reforçando os requisitos identificados.

Figura 16: Requisitos Obtidos na Pesquisa

Fonte: Autoria Própria

6
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.tellmewow.senior.visuospatial
7
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.tellmewow.senior.memory
24
Para análise do nível de aceitação de cada aplicativo selecionado pelo
mercado, foi construído o Quadro 1. Por meio deste é possível observar que os
citados Apps apresentam boa aceitação pelos usuários da Play Store do Google já
que estas variam entre 3,8 e 4,4; e uma vez que a aceitação máxima é 5,0, os
níveis apresentados residem no último quartil da escala de aceitação proposta, a
qual corresponde à classificação de qualidade dada pelos usuários.
Também vale considerar que o “BaldPhone”, segundo dados do Google Play
Store, acessados em 06 de abril de 2022, foi avaliado por 279 pessoas, o “BIG
Launcher”, por 6.193; o “Senior Safety Phone”, por 324 e o “Teclado para Idosos”,
por 1.098 pessoas, o que corresponde a quantidades expressivas de avaliações.

Quadro 1: Nível de Aceitação dos Aplicativos Selecionados

Fonte: Autoria Própria

Assim, considerando o método sistemático de obtenção dos aplicativos, os


critérios adotados, os requisitos e as avaliações observados, é possível concluir que
com esta pesquisa de mercados foram obtidos requisitos relevantes para o
processo de inclusão digital de idosos, os quais serão confirmados e/ou
complementados pela Revisão Sistemática de Literatura apresentada no capítulo
que segue.

25
6 Aplicação da Revisão Sistemática

Seguindo a descrição da RSL contida na seção 4.2, foi considerado o


objetivo de identificar os requisitos necessários ao desenvolvimento de aplicações
digitais visando atender às necessidades e expectativas da terceira idade, sejam
voltados para este público alvo, de forma específica ou não.

Figura 17: Fluxograma da Seleção dos Artigos da RSL

Fonte: Autoria Própria

26
Para tanto a string de busca utilizada foi - “digital inclusion of the elderly” OR
“inclusão digital de idosos” OR “inclusão digital na terceira idade”, junto ao Google
Acadêmico e ao portal de Periódicos Capes. Os critérios de inclusão utilizados
foram: artigos revisados por pares, escopo temporal de 2012 a 2022, com
sinalização de textos completos disponíveis, alinhamento com o objetivo da
pesquisa, sendo este inicialmente verificado a partir da leitura dos títulos e resumos
em português ou inglês.Os critérios de exclusão utilizados foram: artigos duplicados,
artigos que não trataram do objetivo da pesquisa, observados a partir da leitura do
artigo na íntegra, texto completo inacessível e artigos escritos em idiomas diferentes
de inglês e português.
A partir da busca inicial junto ao portal de periódicos CAPES foi obtido o total
de 26 artigos. Já as buscas feitas por meio do Google Acadêmico resultaram em 19
resultados; resultando num total de 45 artigos.Com a leitura dos títulos e resumos e
aplicando os critérios de exclusão estipulados restaram 11 artigos Posteriormente foi
feita a leitura dos artigos selecionados para criação do quadro de requisitos obtidos
nos artigos para a inclusão de idosos nas TICs. Fazendo a leitura dos artigos foram
incluídos mais 2 artigos que são referências de um do artigo já incluído, totalizando
13 artigos. Ver Figura 17.
A partir da leitura na íntegra dos 13 artigos obtidos por meio da RSL, foram
identificados 20 requisitos. Ver Quadro 2.
Quadro 2: Requisitos Obtidos na RSL

Fonte: Autoria Própria

27
Quanto aos requisitos é possível esclarecer:
1. Disponibilização de interface simples e intuitiva - interfaces fáceis de
compreender e de usar (SALES, SOUZA, SALES (2019); GANDRA
(2012); ), sendo evitados termos técnicos (COSTA, RODRIGUES,
ALVES, et al.(2021));
2. Adoção de botões grandes - devido a diminuição da acuidade
viso-espacial (SANTOS, ALMÊDA, 2017; FARIAS, PERES, PEREIRA,
et al. 2014), melhorar o manuseio do dispositivo (ANDRADE,
RABELO, PORTO et al., 2020);
3. Adoção de ícones grandes - devido a diminuição da acuidade
viso-espacial (COSTA, RODRIGUES, ALVES, et al., 2021; SANTOS,
2012), melhorar o manuseio do dispositivo (MENESES, GARCIA,
ABREU, et al., 2016; FARIAS, PERES, PEREIRA, et al., 2014);
4. Adoção de fontes de textos grandes - devido a diminuição da acuidade
viso-espacial (SALES, SOUZA, SALES, 2019; MACHADO, MENDES,
KRIMBERG, et al., 2019), melhorar o manuseio do dispositivo (SALES,
SALES, AMARAL, 2013); ANDRADE, RABELO, PORTO, et al. 2020);
5. Adoção de lembretes para encontrar objetos - caso o idoso esquece
onde colocou algum objeto na residência (SALES, SOUZA, SALES,
2019);
6. Disponibilização de interface adaptativa ao usuário - configurável de
acordo com o usuário que está utilizando (GANDRA, 2012; MSWELI,
MAWELA, 2020);
7. Disponibilização de comando de voz - para ajudar no aprendizado dos
idosos na utilização das TICs (GANDRA, 2012);
8. Adoção de notificações grandes - para ajudar no aprendizado dos
idosos na utilização das TICs (GANDRA, 2012);
9. Disponibilização de bloqueio dos controles de volume e de toque - para
auxiliar no manuseio do dispositivo (BARBOSA, SILVA, LIMA, et al.,
2019); GANDRA, 2012);
10. Disponibilização de recursos para lembretes de medicamentos - para
auxiliar no cotidiano do idoso, melhorando o seu aprendizado no uso
das TICs (GANDRA, 2012);
11. Mouse e/ou TouchScreen e teclado com sensibilidade e estrutura
adequada para idosos - podendo ser regulável por meio de software
(FARIAS, PERES, PEREIRA, et al. 2014; BARBOSA, SILVA, LIMA, et
al. 2019);
12. Disponibilizar alertas amigáveis para o idoso - mostrando que não há
problema em ele realizar determinadas ações como fechar uma aba de
navegador, minimizar um aplicativo, etc (COSTA, RODRIGUES,
ALVES, et al., 2021; MACHADO, MENDES, KRIMBERG, et al. 2019);
13. Disponibilizar alertas de segurança de informações - caso o idoso
esteja passando algum dado sensível em algum programa (BARBOSA,
SILVA, LIMA, et al., 2019; MSWELI, MAWELA, 2020);
14. Disponibilizar monitoramento da saúde móvel para o idoso - para que o
mesmo acompanhe o estado de sua própria saúde (COSTA,
RODRIGUES, ALVES, et al. 2021);
28
15. Disponibilizar bloqueio de luminosidade - podendo regular o brilho da
tela conforme desejar (SANTOS, ALMÊDA, 2017; BARBOSA, SILVA,
LIMA, et al. 2019);
16. Disponibilizar alertas sonoros de notificações - com o intuito de
contemplar as limitações físicas decorrentes da idade, como a audição
(MACHADO, MENDES, KRIMBERG, et al. 2019);
17. Disponibilizar tutorial de uso da aplicação - para melhorar o
aprendizado dos idosos em relação ao uso das aplicações
(MENESES, GARCIA, ABREU, et al. 2016; BARBOSA, SILVA, LIMA,
et al. 2019);
18. Disponibilizar espaçamento entre linhas - nos textos que são exibidos
na tela, para facilitar a leitura devido a baixa visão (SALES, SALES,
AMARAL, 2013);
19. Adoção de cores e contrastes - para os elementos serem visualizados
com mais facilidade (BARBOSA, SILVA, LIMA, et al. 2019), além de
melhorar o aprendizado (SALES, SALES, AMARAL, 2013);
20. Disponibilizar personalização de atalhos em múltiplas telas - para
aprimorar a inteligência espacial do usuário (SALES, SALES,
AMARAL, 2013);
A relação entre os requisitos identificados e os artigos selecionados pode ser
analisada no Quadro 3.

Quadro 3: Requisitos Obtidos na RSL por Artigos Selecionado

Fonte: Autoria Própria

29
Os 13 artigos selecionados foram categorizados conforme a natureza do
projetos que os originaram sendo: 38.46% referentes a relatos de projeto de
extensão - Quadro 4, 15.38% resultantes de trabalhos de formação acadêmica -
Quadro 5, 30.77% de divulgação de pesquisa científica - Quadro 6 e dois 15.38%
divulgação de pesquisas científicas - Quadro 7, ou seja, de revisões sistemáticas;
assim é possível ter uma dimensão da diversidade de iniciativas voltadas para
inclusão digital de idosos, bem como evidencia as múltiplas fontes e olhares que
deram origem aos requisitos então em análise.
Vale destacar que todos tiveram escopo espacial no Brasil, exceto o de
MSWELI, MAWELA. (2020) que foi realizado na França.

Quadro 4: Objetivos dos artigos originários de relatos de extensão

Fonte: Autoria Própria

30
Quadro 5: Objetivos dos artigos originários de trabalhos de formação acadêmica

Fonte: Autoria Própria

Quadro 6: Objetivos dos artigos de divulgação de pesquisa científica

Fonte: Autoria Própria

Quadro 7: Objetivos dos artigos resultantes de revisões sistemáticas

31
Na Figura 18 são apresentados os números de artigos que sugeriram cada
uma dos requisitos antes citados.
Figura 18: Número de artigos que citaram requisitos para RSL

Fonte: Autoria Própria

A partir da análise do número de artigos que sinalizaram os requisitos obtidos, é


possível verificar que “a adoção de fontes de textos grandes” foi o requisitos de
maior destaque, seguidos por “adoção de ícones grandes”, “adoção de botões
grandes” e “disponibilização de interface simples e intuitiva” entendidos como
necessários em aplicações voltadas para a terceira idade por mais de 75% dos
artigos analisados.A “disponibilização de interfaces adaptativas ao usuário” e
“disponibilizar alertas amigáveis para o idoso” são indicados por mais de 50% dos
trabalhos considerados.

32
7 Resultados

Neste são apresentados os resultados obtidos a partir da aplicação da


Pesquisa de Mercado e da RSL, buscando convergências. Abaixo constam os
requisitos obtidos pela Pesquisa de Mercado em ordem decrescente de número de
citações, Figura 19, seguidos pelos requisitos, ordenados pelo mesmo critério,
obtidos por meio da aplicação da RSL, Figura 20.

Figura 19: Requisitos Obtidos na Pesquisa de Mercado

Fonte: Autoria Própria

33
Figura 20: Requisitos Obtidos na RSL

Fonte: Autoria Própria

Os requisitos: ‘adoção de ícones, botões e fontes de textos grandes’, ‘adoção


de interfaces simples e intuitivas’ são apontados nas duas pesquisas e podem ser
classificados como relevantes pelo número de citações..
São notadas outras convergências entre as duas pesquisas, Figura 21.

Figura 21: Requisitos Obtidos com a Pesquisa de Mercado e RSL


Requisitos Pesquisa/Mercado RSL
Adoção de ícones grandes
Adoção de botões grandes
Adoção de fontes de textos grandes
Disponibilização de personalização de atalhos em
múltiplas telas
Adoção de toques únicos para acesso aos recursos
do aplicativo
Exibição de contatos recentes
Disponibilização de uma interface simples e intuitiva

34
Adoção de níveis de acessibilidade talkback
Adoção de notificações grandes
Exibição de contatos favoritos com ícones
Disponibilização de bloqueio dos controles de volume
de toque
Disponibilização de comando de voz
Disponibilização de recursos para lembretes de
medicamentos
Adoção de contrastes de cores
Possibilidade de fechamento automático de
aplicativos em segundo plano em um horário
específico
Disponibilização de bloqueio de layout de tela inicial
Disponibilizar alertas amigáveis para o idoso
Disponibilização de interface adaptativa ao usuário
(configurável)
Mouse e/ou TouchScreen e teclado com sensibilidade
e estrutura adequada para idosos
Disponibilizar alertas de segurança de informações
Disponibilizar tutorial de uso da aplicação
Disponibilizar bloqueio de luminosidade
Disponibilizar espaçamento entre linhas
Adoção de lembretes para encontrar objetos
Disponibilizar monitoramento da saúde móvel para o
idoso
Disponibilizar alertas sonoros de notificações
Fonte: Autoria Própria

É possível observar que os requisitos: ‘adoção de ícones grandes’, ‘adoção


de botões grandes’, ‘adoção de fontes de textos grandes’, ‘disponibilização de
personalização de atalhos em múltiplas telas’, ‘disponibilização de uma interface
simples e intuitiva’, ‘adoção de notificações grandes’, ‘disponibilização de bloqueio
dos controles de volume de toque’, ‘disponibilização de comando de voz’,
‘disponibilização de recursos para lembretes de medicamentos’, ‘adoção de
contrastes de cores’, são citados em ambas as pesquisas realizadas; logo é
possível concluir que esses requisitos são relevantes devendo ser tratados com
prioridade na criação de aplicações voltadas para a população idosa, para assim
atender às suas necessidades.

35
8 Conclusão

Devido à evolução e onipresença das tecnologias, bem como o aumento do


envelhecimento da população brasileira, é objetivo deste trabalho identificar os
requisitos a serem atendidos na construção de aplicações digitais usadas pela
terceira idade, sejam voltados especificamente para esta faixa etária, ou não, de
forma a atender as necessidades e expectativas dos idosos; visando promover a
inclusão digital dos idosos, e assim possibilitar o usufruto das TICs presentes
praticamente em todo globo, por eles.
Percebe-se que o objetivo proposto pelo trabalho foi alcançado, já que foram
identificados requisitos e ainda houve relevante convergência nos dois métodos
aplicados na pesquisa: a pesquisa de mercado e a revisão sistemática de literatura.
A pesquisa de mercado foi aplicada em uma das principais plataformas de
aplicativos mobile - Play Store. Com a um RSL buscou-se trabalhos voltados para
inclusão digital na terceira idade identificando requisitos na demandas apontadas
por relatos de iniciativas de extensão e conclusões de artigos de divulgação de
pesquisa e trabalhos acadêmicos.
O escopo da pesquisa de mercado poderia ter sido mais amplo, incluindo-se
a Apple Store e a loja do IOS dos Iphones, e ainda envolver programas de
computador.
Como passos futuros pode ser aplicado um questionário para avaliação dos
requisitos pelas pessoas que trabalham com inclusão digital da terceira idade e
pelos próprios idosos. Também é preciso estudar a implementação computacional
dos requisitos identificados e adotá-los no desenvolvimento de TICs que inclua os
idosos em seu público alvo.

36
Referências

ALVIM, K. C.; ROCHA, F. S.; CHARIGLIONE, I. P. O idoso e o uso da tecnologia –


uma revisão sistemática da literatura. Revista Kairós: Gerontologia, São
Paulo, v. 20, n. 4, 2017. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/
index.php/kairos/article/view/39018>. Acessado em: 18 de setembro de
2021.
ANDRADE, A.; RABELO, L.; PORTO, A et al. Inclusão digital na terceira idade:
uma revisão de literatura. Brazilian Journal of health Review, Mossoró, v. 3
n. 2, p. 3231-3243, 2020. Disponível em:
<https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/8891>.
Acessado em: 19 de abril de 2022.
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