Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Coordenação:
Marcelo Cortes Neri
mcneri@fgv.br
1
Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles
emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Fundação Getulio Vargas.
[200] p.
2
INTRODUÇÃO
“Os principais usos da internet são comunicação (37%), lazer (30%), leitura (29%) e
educação (28%).”
Tal como a célebre música de Raul Seixas que virou título de filme biográfico, a ênfase
da inclusão digital não está no início, ou mesmo no fim, mas está no meio. O inicio é o
conteúdo a ser acessado nas tecnologias de informação e comunicação (TICs). O fim se refere
objetivos diversos associados ao uso das TICs como educação, trabalho, lazer entre outros. Se
conteúdo está associado ao “o que?” e o objetivo está associado ao “para que?”, o meio se
refere ao “como?”.
Os conceitos de conectividade e convergência associados ao “como” nos ajudam a
entender algumas propriedades desejadas do processo de inclusão digital. Conectividade
significa acessar as TICs a partir de diferentes lugares. A mobilidade espacial proporcionada
por acessos remotos sem fio (celular, 3G, 4G e WI FI) está na base da revolução recente nesta
área. Convergência permite que acessemos diferentes serviços no limite de um mesmo
dispositivo (device), tais como computador, celular, tablets, palm tops, console de vídeo-game,
etc. Se convergência significa unificar dispositivos de acesso, conectividade significa
multiplicar lugares de acesso. A união harmoniosa dos vetores conectividade e convergência
guarda a promessa de reduzir custos e ampliar possibilidades espaciais de realização de nossas
atividades cotidianas.
O “como” envolve várias questões práticas começando pelo tipo de dispositivo
utilizado, por exemplo, computador, ou telefone. Ou ainda, telefonia fixa ou móvel e assim por
diante. Trata-se de uma espécie de corrida sobre qual é a tecnologia que goza de maior
cobertura e capilaridade como ponto de partida para ser o condutor de conteúdos e ações
voltadas para a inclusão social.
Este estudo aborda o período desde que a inclusão digital começou a ser acompanhada
no país em bases nacionais que começa com o Censo 2000, tentando acompanhar a evolução
da difusão de diferentes tecnologias tal como enxergadas pelas bases de dados disponíveis.
Outro objetivo é mapear tanto o nível quanto as transformações do uso destas tecnologias em
bases geograficamente desagregadas, tais como estados, municípios e bairros entre outras
dimensões inframunicipais, tirando partido dos microdados do Censo 2010, recém-
3
disponibilizados. Ainda no campo espacial inovamos ao difundir em primeira mão informações
de 2011 em escala global de mais de 150 países sobre meios de inclusão digital. Esta safra
combinada de dados nos permite fazer um zoom do globo terrestre ao bairro de moradia sobre
o uso destas tecnologias que revolucionaram nos últimos anos o nosso dia a dia.
Propomos e calculamos indicador sintético integrado de Telefonia, Internet e Celular, o
ITIC, aplicado a 150 países, 5550 municípios brasileiros, estados, suas capitais e seus distritos
e bairros. Abordamos suas limitações e possibilidades de melhoras dentro das restrições de
informações existentes. Discutimos a utilização de indices de inclusão digital no âmbito das
metas de conectividade dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU.
Além do binômio cobertura e conectividade, discutimos os fins que as pessoas buscam na
inclusão digital. Nesta parte tratamos desde preferências subjetivas declaradas sobre os
objetivos de uso da internet independentemente do meio através de perguntas diretas aos
usuários assim como de preferências reveladas através de pesquisas de orçamentos familiares
sobre os gastos em serviços e infraestrutura de informática versus a de telefonia. Ainda
relacionada aos fins avaliamos as correlações entre acesso digital e felicidade. A nossa
estratégia é buscar informações sobre os meios gastos para atingir as finalidades específicas e
as de caráter mais amplo desejadas.
Tratamos aqui menos da discussão de como prover o acesso digital e mais da questão
mais terrena de como desenhar de indicadores para medição do seu progresso e percalços. Isto
é, quais são meios de acompanhar as assimetrias da difusão do progresso tecnológico entre e
dentro das sociedades.
O último dos objetivos de desenvolvimento do milênio (MDGs) da ONU incorpora
indicadores de conectividade. Entretanto, temos dado pouca importância aos mesmos. À
medida que se aproxima 2015, data final do compromisso do milênio fixado pela ONU, volta à
discussão sobre as novas metas a serem perseguidas. Participo de comissão internacional e de
seminários em Paris, Seoul, Beijing, Pretoria, Mumbai e finalizando com um organizado e
hospedado por nós no Rio de Janeiro em torno da fixação de novos objetivos do milênio (Post-
2015 Targets). A proposta hoje em discussão prevê a ampliação desses objetivos de 8 para 12
com um objetivo específico voltado a conectividade. A incorporação efetiva de indicadores no
âmbito dos compromissos do milênio talvez seja a maneira mais efetiva de transmitir
indicadores, é transformá-los numa meta de governos não só nacionais, como locais, setor
privado e sociedade.
4
Sitio da Pesquisa
O sítio www.fgv.br/cps/vivo disponibiliza a pesquisa na íntegra, incluindo bancos de
dados interativos com simuladores. Apresenta um conjunto amplo de informações sobre acesso
à telefonia móvel, fixa e a internet dos brasileiros, assim como de outros lugares no mundo.
Analisa a finalidade de utilização efetiva à internet, gastos digitais e felicidade associada.
Buscando subsidiar este debate, lançamos uma série de estudos sobre conectividade numa
parceria entre o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas e a Fundação
Telefônica/Vivo cujos alguns novos pontos estão aqui sintetizados. Vide o estudo anterior em
www.fgv.br/cps/telefonica
PRINCIPAIS RESULTADOS
ITIC Global
Propomos e calculamos indicador sintético integrado de Telefonia, Internet e Celular,
o ITIC, aplicado a 150 países, 5550 municípios brasileiros, estados, suas capitais e seus
distritos e bairros.
O Brasil se situa na 72º posição com 51,25% de ITICC próximo da média global de
49,1%.
5
O líder mundial de acesso à tecnologia pelo ITIC é a Suécia (95,8%) seguida da
Islandia (95,5%) e Singapura (95,5%) empatadas. Lanterninhas do ranking são República
Centro Africana (5,5%), Burundi (5,75%) e Etiópia (5.5%).
Sem Celular - Ao excluir o celular do ITIC não afetamos a ordem do topo do ranking mas
afetamos a base do mesmo passando a ser comportas por Madagascar (0,3%), Guinea (0,3%) e
Togo (0,7%). Note que as taxas de inclusão são de 15 a 30 vezes menores.
Felicidade Digital - Há uma correlação forte entre inclusão digital e felicidade entre paises: a
cada 10% de ganho no ITIC a felicidade presente sobe 2,2%. Entretanto, não se pode dizer que
inclusão digital traz a felicidade, ou vice-versa.
Em nível microeconométrico, tanto na felicidade presente, como na passada e na futura os
coeficientes de telefonia fixa e de internet são positivos e maiores para os últimos.
Gênero - Apesar de uma correlação próxima de 1 em 28% dos países, o ITIC delas supera o
deles. O ganho de felicidade das mulheres em relação aos homens é positivo no caso do acesso
a telefonia (0.042), mas não é estatisticamente diferente de zero no caso da internet.
6
Celular X Internet
Os extremos dos municípios em termos do ranking com internet são São Caetano do Sul
(74%) e Aroeiras (PI), com zero virtual. No celular os extermos são Chapadão do Céu em
Goiás (97,9%) e Alvorada do Fernando Falcão/MA (9,42%)
Tal como entre países, nas cidades brasileiras os líderes do ranking de celular inclui
localidades excluidas do ranking das demais TICs pesquisadas.
Damos ênfase exagerada ao computador com internet e pouco aos celulares, que é uma
tecnologia mais intuitiva e difundida no Brasil e no Mundo. Diversos estudos têm captado
efeito positivo da telefonia e serviços associados em forte difusão através do celular sobre
crescimento econômico.
Aqui a taxa de cobertura de domicílios com celular é 87% contra 38% da telefonia fixa e
40% de computador com internet. Na média mundial, estes números são 79,96% contra
43,34% e 36,29%, respectivamente.
Medidas e Metas
Na hora de se traçar metas de telefonia, a forma fixa ou móvel não deveria importar. O
acesso à telefonia fixa caiu, em 8 anos, 14,2%, enquanto a telefonia móvel aumentou 165%.
Em números absolutos, a telefonia fixa e móvel atinge a cobertura de 38,7% enquanto a
cobertura de tecnologia fixa ou móvel chega a 85,7%.
Domicílios X Indivíduos - Apesar de usarmos o termo computador pessoal (PC de Personal
Computer), o que é realmente pessoal é o uso do celular.
Cobertura X Uso - Nas estatísticas domiciliares se socializa um suposto uso pleno do ativo
entre os vários membros de cada domicílio. Este ponto importa para questões ligadas à
desigualdade digital como gênero: O acesso domiciliar é 2,9% favorável a elas, mas o uso
individual efetivo é 4,1% favorável a eles.
Fins Digitais - O uso individual de internet tem crescido a taxa de 8,8% ao ano. O objetivo da
conexão a internet, independente do dispositivo de acesso são diversos indo desde atividades
mais frequentes associadas à comunicação (37,3%), lazer (29,6%), leitura de jornais e revistas
e busca de informações (28,7%), educação e aprendizado (28,1%). Além disso, há alguns usos
mais específicos como comércio eletrônico (8,1%), governo eletrônico (8%) e transações
financeiras (7%).
7
Simulador de Finalidades de Uso
Construímos com base no suplemento de inclusão digital da PNAD ferramenta capaz de simular as
probabilidades de utilização da internet para diferentes fins. Com uma serie de características pessoais,
apresentamos as probabilidades de utilizar a internet para as algumas finalidades, tais como: se
comunicar com outras pessoas; Comprar ou encomendar bens ou serviços; Transações bancárias ou
financeiras; Interagir com autoridades públicas ou órgãos do governo; Educação e aprendizado;
Atividades de lazer; Ler jornais ou revistas; ou para buscar informações ou outros serviços.
Para isso, basta definir suas características no formulário abaixo e dar inicio a simulação.
Uma das barras representa o cenário atual, com resultados seguindo as características selecionadas e a
outra o cenário anterior, apresenta a simulação anterior.
http://www.cps.fgv.br/cps/bd/mid2012/MID2_ID/simula_finalidade/index.htm
Despesas Digitais
No total das despesas, houve um aumento de 22,98% no período 2003 a 2009. As
despesas relacionadas aos serviços de internet e equipamentos de informática foram as que
mais cresceram, 319,69% e 73,23% respectivamente.
8
Pobreza Digital - A classe E, apesar de possuir os menores níveis de despesas digitais, foi a
que teve maior aumento de 47,51%. De 2003 para 2009, há um crescimento de 28,31% nas
despesas totais de quem normalmente não consumiam quantidade suficiente de alimentos.
Desigualdade Digital - Dos serviços de telefonia, o cartão telefônico para celular é aquele com
menor nível de desigualdade dos gastos (Gini de 0,7593) - o mais difundido entre as famílias.
Em termos de acesso, 44,08% das pessoas tiveram essa despesa familiar, cerca de R$ 9,74 por
pessoa.
Contas domiciliares de internet (provedor, a cabo, via satélite, etc.) somam em média:
R$ 22,64 per capita, ao mês, com Gini de 0, 9682 mostra que o acesso ainda é bastante
desigual para a população como um todo.
Estados - O líder das despesas digitais é o Distrito Federal (média de R$51,82), seguido pelo
Rio de Janeiro (R$51,12) e São Paulo (R$42,74). Os últimos são Alagoas (R$10,78),
Maranhão (R$11,08) e Piauí (R$12,38).
Capitais - As líderes são Vitória (R$79,23), Rio de Janeiro (R$77,63) e Belo Horizonte
(R$62,06). Brasília, líder do ranking por UF, encontra-se em 6° lugar no ranking. As menores
despesas, por sua vez, encontra-se em Palmas (R$17,76), Maceió (R$22,67) e Boa Vista
(R$22,73).
Fundação Telefônica |Vivo
9
Simulador de Despesas Digitais
Para isso, basta definir suas características no formulário abaixo e dar inicio a simulação.
Uma das barras representa o cenário atual, com resultados seguindo as características selecionadas e a
outra o cenário anterior, apresenta a simulação anterior.
http://www.cps.fgv.br/cps/bd/mid2012/MID2_ID/POF_sim_novo2_fam/index.htm
10
Plano do Projeto
Este trabalho é o segundo de uma série de estudos sobre inclusão digital fruto da
parceria entre o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas e a Fundação
Telefônica no sentido de mapear as diversas formas de acesso à tecnologia digital, sua
qualidade, seu uso e seus retornos. Proporcionamos uma perspectiva de atuação integrada com
outras ações que visam elevar o nível de bem-estar social de maneira sustentável. Buscamos
motivar o debate em torno de ações contra o chamado “apartheid digital”. O seu conteúdo
considera o lado dos consumidores de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).
Na primeira etapa lançada em maio deste ano , focamos nos usuários de computadores
e de serviços de internet nos domicílios, Estes indicadores também permitiram avaliar o uso de
computadores com internet em diversos outros locais alternativos como escola, trabalho,
centros públicos gratuitos e lan houses. Na medida em que o computador com internet é ainda
um binômio bem/serviço de luxo não usufruído pela maioria, dedicamos especial atenção às
razões alegadas para a falta do acesso como custo do equipamento, custo do serviço, falta de
conhecimento e de interesse.
Na presente pesquisa estendemos o espectro de tecnologias consideradas do
computador com, ou sem, internet em casa ao uso de telefonia fixa e móvel. Dedicamos tempo
sobre o uso de serviços de outras tecnologias de comunicação como telefonia fixa e móvel que
é um novo elemento deste estudo. O principal produto desta iniciativa é a criação de um
indicador sintético de Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) denominado ITIC
em alusão a Telefonia, Internet e Celular monitorados (TIC TIC?). Esta opção é
particularmente interessante por permitir o seu mapeamento desde o nível local até o global
passando por bairros, municípios, metrópoles, estados e países para o mesmo instante do
tempo, através da junção dos dados do Censo e do Gallup. Avaliaremos finalidades alegadas
nos diversos locais como educação, lazer, trabalho, compras e acesso a serviços públicos.
Avaliamos a qualidade do uso digital através de Pesquisas de Orçamentos Familiares para
projetar as despesas correntes de serviços e de equipamentos de informática, internet e de
telefonia fixa e móvel.
Neste aspecto um objetivo central deste projeto é reeditar a confecção do relógio da
inclusão digital presente em nosso “Mapa da Exclusão Digital” de 2003, mas lançando mão de
tecnologia empírica bem mais avançada. Este exercício busca mais do que um forma de
mobilizar atores em torno da causa da inclusão digital, mas uma forma de fornecer informações
presentes sobre esta área que se caracteriza por fortes mudanças em curtos intervalos de tempo.
11
O conjunto amplo de dispositivos apresentado no site desta pesquisa permite ter uma visão
desagregada das TICs hoje.
A Conectividade, as Futuras e as Atuais Metas do Milênio da ONU
12
neutro, facilitando o diálogo de diferentes partidos políticos seja entre mandatos como níveis
de governo.
13
Contrastamos o desempenho de áreas espaciais específicas, tratando níveis e unidades
geográficas distintos com metodologias idênticas. O uso mesma métrica suaviza o fluxo do
pensar global ao agir local.
14
A Tecnologia Digital no Mundo - Visão Global
Defendemos no presente estudo que o celular é a plataforma da inclusão digital no Brasil
e no mundo, principalmente pela cobertura do serviço e rápida difusão desse dispositivo na
população, bem como pela convergência de serviços e funcionalidades disponíveis.
Os mapas globais de acesso a dispositivos de TICs divulgados aqui em primeira mão e na
mesma escala, demonstram para a população acima de 14 anos em 160 países cobertos pelo
Gallup World Poll. O segundo mapa, mais claro, mostra a maior penetração do telefone celular
que a da internet. O terceiro mapa apresenta telefonia fixa cuja coloração se assemelha mais a
do computador com internet do que de celular por ser considerado um serviço de luxo.
15
Fonte: CPS/FGV a partir do Gallup World Poll 2011
Conforme os mapas abaixo ilustram, a telefonia celular é mais popular que a telefonia
fixa e menos popular que a televisão que é um dispositivo de comunicação de natureza passiva.
Rankings Globais
Segundo o Gallup World Poll 2011, o Brasil, com 40% na rede de computadores, é o
62º entre os 154 países mapeados pela FGV. O Brasil está um pouco acima da média mundial
de acesso a internet, que era de 36,3% em 20111. No caso do celular, o Brasil tem uma
cobertura de 87% e se situa acima da média global de países, que é de 79,96%.
Comparado aos demais Brics, superamos na cobertura doméstica de internet em 2011 a
China (34% em 72º lugar), África do Sul (16% em 101º lugar) e Índia (2% em 139º lugar), mas
ficamos atrás da Rússia (51% em 49º lugar). No ranking de acesso a telefonia móvel, também
1
O Brasil que estava exatamente em cima da média mundial de acesso a internet no ano anterior com 33% de
cobertura e posição 63º no ranking global.
17
somos superados pela Rússia (89% em 67º posição), China (92% em 47º posição) e África do
Sul (95% em 23º posição), superando apenas a Índia (76% em 109º posição).
Os líderes do ranking mundial de celular por esta métrica são uma mistura de países
nórdicos com alta educação como Islândia (99%), Finlândia (99%), Dinamarca (97%), Suécia
(97%) e países árabes ricos em petróleo como Emirados Árabes (99%), Bahrain (99%), Kuwait
(99%), Qatar (99%), Arábia Saudita (99%) e Jordânia (99%). O topo do ranking ilustra a
difusão do celular em populações que não são necessariamente as mais educadas.
No lado oposto do ranking observamos a presença de países africanos como Etiópia
(9%), Burundi (20%) e República Centro Africana (20%). Nestes países, aí sim o acesso à
internet é próximo de zero. Apresentamos abaixo os rankings de telefonia celular e internet que
reforçam a análise de desigualdade de acesso. Destacamos os extremos do ranking, países de
interesse como os BRICS, os latino-americanos e os europeus em dificuldades. Focamos uma
visão mais ampla do ranking apresentando o ranking de cinco em cinco.
2010
2005
2006
2007
2008
2009
2011
19
Uma vez que o celular é mais difundido no mundo – e no Brasil, como mostraremos a
seguir – a escolha ótima das políticas de universalização das TICs para a população de baixa
renda é explorar a prestação e a convergência de serviços no celular e de serviços disponíveis
para esse dispositivo.
ITIC Global
Desenvolvemos uma medida sintética de acesso à tecnologia na população através da
média dos quatro componentes pesquisados, a saber: O Índice de Telefonia Fixa, Computador
com Internet, Computador e Telefonia Celular, que em função de suas iniciais é apelidado
de ITIC. A média simples permite algum grau de substituição desejável entre o uso de
diferentes tecnologias ao contrário do produto entre eles que implicaria em substituição
imperfeita desses elementos.
No caso global, não dispomos de medição de computador para 2011 e usamos o
computador com internet com peso dois. A fim de compor o índice de maneira mais
comparável. Apresentamos a seguir o ITCC para todos os países da amostra O líder mundial de
acesso à tecnologia nos dois rankings é a Suécia (95,8%) seguida da Islândia (95,5%) e
Singapura (95,5%) empatadas. As lanterninhas do ranking são República Centro Africana
(5,5%), Burundi (5,75%) e Etiópia (5.5%). O Brasil se situa na 72º posição com 51,25% de
ITICC próximo da média global de 49,1%.
Ranking Ranking
160 160
Países % Países %
1 Sweden 95,3 1 Sweden 95,75
2 Iceland 94,3 2 Iceland 95,5
3 Singapore 94,3 3 Singapore 95,5
4 Netherlands 94,0 4 New Zealand 93,5
5 New Zealand 92,7 5 Netherlands 92,5
6 Ireland 91,3 6 Ireland 92,25
7 Australia 91,0 7 Luxembourg 92
8 Luxembourg 90,7 8 Taiwan 91,75
9 Switzerland 90,7 9 Switzerland 91,25
10 Taiwan 90,7 10 Australia 91
11 France 90,0 11 Norway 90,75
12 Korea (Republic of) 89,7 12 Korea (Republic of) 90,5
20
13 Norway 88,7 13 Slovenia 90,5
14 Slovenia 88,7 14 France 89,75
15 Hong Kong 88,0 15 Denmark 89,5
16 Canada 87,3 16 Hong Kong, 89,5
17 United Kingdom 87,3 17 Israel 89,25
18 Denmark 87,0 18 Malta 87,5
19 Israel 87,0 19 Belgium 87,25
20 Belgium 85,3 20 United Kingdom 86,75
21 Malta 85,3 21 Kuwait 86,5
22 Cyprus 83,7 22 Cyprus 86
23 Germany 83,7 23 United Arab 85,75
Emirates
24 Kuwait 82,3 24 Japan 85
25 Japan 82,0 25 Canada 84,5
26 United Arab Emirates 81,3 26 Bahrain 84
27 Austria 80,3 27 Qatar 83,75
28 Bahrain 79,0 28 Saudi Arabia 83,5
29 Qatar 78,7 29 Austria 83,25
30 Saudi Arabia 78,3 30 Germany 83
31 United States 77,0 31 United States 79,25
32 Spain 73,7 32 Spain 78,5
33 Croatia 71,7 33 Croatia 76,5
34 Portugal 71,3 34 Portugal 76
35 Italy 69,0 35 Italy 75
36 Estonia 67,3 36 Estonia 74
37 Poland 63,3 37 Finland 71,5
38 Belarus 62,7 38 Poland 70,25
39 Finland 62,3 39 Serbia 69
40 Serbia 62,3 40 Belarus 67,75
41 Macedonia (TFYR) 60,3 41 Montenegro 67,5
42 Hungary 59,7 42 Hungary 66,75
43 Iran (Islamic Republic of) 58,7 43 Macedonia (TFYR) 66,75
44 Moldova (Rep. of) 58,7 44 Iran (Islamic 65,75
Republic of)
45 Montenegro 57,7 45 Greece 65,5
46 Greece 57,0 46 Czech Republic 65,25
47 Czech Republic 56,0 47 Latvia 64,75
48 Slovakia 55,7 48 Slovakia 64,25
49 Latvia 55,3 49 Russian Federation 63,5
50 Russian Federation 55,0 50 Venezuela 63,25
(Bolivarian Republic
of)
51 Venezuela (Bolivarian 54,7 51 Moldova (Rep. of) 62,5
Republic of)
52 Bosnia and Herzegovina 53,0 52 Kosovo 62,25
53 Lithuania 52,3 53 Lithuania 61,75
54 Kosovo 50,7 54 Bosnia and 60,75
Herzegovina
21
55 Lebanon 50,3 55 Lebanon 60,75
56 Bulgaria 50,0 56 Bulgaria 58,5
57 Romania 48,7 57 Turkey 58,5
58 Ukraine 47,7 58 Romania 58,25
59 Kazakhstan 47,0 59 Trinidad and Tobago 57,5
60 Costa Rica 46,7 60 Ukraine 57,5
61 Turkey 46,7 61 Chile 56,5
62 Argentina 45,0 62 Kazakhstan 56,25
63 Chile 45,0 63 Armenia 55,75
64 Mauritius 44,3 64 Algeria 55,5
65 Trinidad and Tobago 44,3 65 Costa Rica 55,5
66 Uruguay 44,3 66 Argentina 55,25
67 Armenia 44,0 67 Uruguay 55,25
68 Algeria 43,7 68 China 53
69 China 40,0 69 Mauritius 52,5
70 Brazil 39,3 70 Colombia 52
71 Viet Nam 38,7 71 Albania 51,25
72 Colombia 38,3 72 Brazil 51,25
73 Albania 37,7 73 Panama 49,75
74 Guyana 37,0 74 Viet Nam 49,25
75 Syrian Arab Republic 36,0 75 Jamaica 48,75
76 Panama 35,7 76 Morocco 48,75
77 Belize 35,3 77 Occupied Palestinian 48,5
Territories
78 Georgia 34,7 78 Tunisia 48,25
79 Occupied Palestinian 34,3 79 Malaysia 48
Territories
80 Morocco 34,0 80 Jordan 46,5
81 Jamaica 33,3 81 Guyana 46,25
82 Tunisia 33,3 82 Georgia 45,75
83 Malaysia 32,7 83 Azerbaijan 45,25
84 Ecuador 31,0 84 Syrian Arab 44,75
Republic
85 Azerbaijan 30,3 85 Ecuador 43,5
86 Mexico 30,0 86 Belize 43
87 Jordan 29,0 87 Dominican Republic 42
88 Dominican Republic 28,3 88 Libyan Arab 41,75
Jamahiriya
89 Peru 26,0 89 Mongolia 40,25
90 Libyan Arab Jamahiriya 24,7 90 Thailand 39,5
91 Sri Lanka 24,7 91 El Salvador 38,5
92 El Salvador 24,0 92 Peru 38,25
93 Paraguay 24,0 93 Egypt 38
94 Swaziland 24,0 94 Iraq 38
95 Mongolia 22,7 95 Paraguay 38
96 Zimbabwe 22,3 96 Swaziland 37,25
97 Thailand 20,7 97 Kyrgyzstan 37
98 Egypt 19,7 98 Sri Lanka 37
22
99 Iraq 19,0 99 Zimbabwe 37
100 Kyrgyzstan 18,7 100 Mexico 36,75
101 Philippines 18,7 101 Uzbekistan 35,25
102 Guatemala 17,3 102 Guatemala 34,25
103 Bolivia 17,0 103 South Africa 34,25
104 Honduras 16,3 104 Philippines 34
105 Uzbekistan 16,3 105 Bolivia 33,5
106 Indonesia 16,0 106 Honduras 32,75
107 Nicaragua 16,0 107 Indonesia 30,5
108 South Africa 14,0 108 Nicaragua 30,25
109 Turkmenistan 14,0 109 Sudan 28
110 Somaliland 11,0 110 Lao People's 27,75
Democratic Republic
111 Angola 10,7 111 Tajikistan 27
112 Mauritania 10,0 112 Pakistan 26,5
113 Namibia 9,3 113 Kenya 26,25
114 Sudan 9,3 114 Bangladesh 26
115 Kenya 8,7 115 Mauritania 26
116 Lao People's Democratic 8,7 116 Gabon 25,25
Republic
117 Djibouti 8,0 117 Angola 24,5
118 Ethiopia 8,0 118 Nigeria 24,5
119 Pakistan 7,7 119 Turkmenistan 22,5
120 Yemen 7,7 120 Haiti 22,25
121 Nepal 7,3 121 Senegal 22,25
122 Nigeria 7,3 122 Zambia 22,25
123 Bangladesh 7,0 123 India 22
124 Comoros 7,0 124 Nepal 22
125 Tajikistan 7,0 125 Botswana 21,75
126 Haiti 6,7 126 Cambodia 21,75
127 Botswana 6,3 127 Yemen 21,75
128 Zambia 5,3 128 Uganda 21,25
129 Cambodia 5,0 129 Mozambique 21
130 Liberia 5,0 130 Afghanistan 20,75
131 Senegal 4,7 131 Ghana 20,5
132 Gabon 4,3 132 Comoros 20,25
133 Ghana 4,3 133 Congo(Republic of 20,25
the)
134 India 4,0 134 Somaliland 20,25
135 Mozambique 4,0 135 Djibouti 19,5
136 Lesotho 3,7 136 Cameroon 18,75
137 Uganda 3,7 137 Namibia 18,5
138 Chad 3,3 138 Lesotho 18,25
139 Sierra Leone 3,3 139 Malawi 18,25
140 Afghanistan 3,0 140 Tanzania (United 16,5
Republic of)
141 Tanzania (United 3,0 141 Chad 15,25
Republic of)
23
142 Malawi 2,3 142 Sierra Leone 15
143 Cameroon 1,7 143 Benin 13,5
144 Congo(Republic of the) 1,7 144 Côte d'Ivoire 12,5
145 Côte d'Ivoire 1,7 145 Rwanda 12,5
146 Burkina Faso 1,3 146 Congo (Democratic 11,75
Republic of the)
147 Benin 1,0 147 Liberia 11,5
148 Burundi 1,0 148 Guinea 11,25
149 Congo (Democratic 1,0 149 Togo 11,25
Republic of the)
150 Rwanda 1,0 150 Niger 11
151 Central African Republic 0,7 151 Madagascar 10,5
152 Mali 0,7 152 Mali 10,5
153 Niger 0,7 153 Burkina Faso 9,5
154 Togo 0,7 154 Ethiopia 8,25
155 Guinea 0,3 155 Burundi 5,75
156 Madagascar
Brasil
Posição 70 Posição 72
24
Simulador Global de Acesso Domiciliar a Telefone e Internet
Uma das barras representa o cenário atual, com resultados seguindo as características
selecionadas e a outra o cenário anterior, apresenta a simulação anterior.
http://www.cps.fgv.br/cps/bd/mid2012/MID2_ID/simula_gallup/index.htm
25
Inclusão Digital e Gênero
A variável de acesso domiciliar a tecnologia tende por construção a suavizar
diferenças por características individuais como idade e gênero. Abordamos este problema mais
a frente. O gráfico abaixo mostra que apesar de uma correlação próxima de 1 em 28% dos
países o ITIC delas supera o deles. Apresentamos no anexo a listagem de ITICs abertos por
gênero e país no anexo.
26
Inclusão Digital e Felicidade
Os líderes do ranking mundial de inclusão digital por esta métrica são os países
nórdicos como Suécia (95,8%), Islândia (95,5%) e Holanda (92,5%). Estes países figuram
também nas primeiras posições do ranking de felicidade usando a mesma base de dados, sendo
a Dinamarca o líder e apenas 15º de inclusão digital. Singapura tem um desempenho mais
modesto mais é o líder das percepções de políticas tal como no IDH percebido criado pelo
CPS/FGV usando a mesma base de dados. Há uma correlação forte entre felicidade e o ITIC.
Rodamos uma regressão logarítmica que demonstra que para cada 10% de ganho na inclusão
digital medida pelo ITIC a felicidade presente sobe 2,2%. Entretanto, ambas são relacionadas
com a renda, de forma que estes dados não permitem dizer que inclusão digital traz a
felicidade, ou vice-versa. Cabe notar nos dois gráficos seguintes que o ITIC que reflete a
combinação de tecnologias apresenta um ajuste melhor do que aquele observado pela posse de
celular ou acesso a internet, ambos domiciliares. Note no último gráfico que a felicidade do
brasileiro para o seu nível de inclusão digital está acima daquela observada na norma
internacional2.
Relação entre Felicidade Presente e ITIC (%)
Indivíduos com 15 ou mais anos de idade
2
O Brasil é tetracampeão mundial de felicidade futura. Numa escala de 0 a 10, o brasileiro dá uma nota média de
8,6 à sua expectativa de satisfação com a vida em 2015, superando todos demais 158 países pesquisados. A média
mundial é 6,7. Simulador http://www.fgv.br/cps/bd/ncm2014/IndiceFelicidade/index.htm
27
Relação entre Felicidade e Acesso à Celular (%)
Indivíduos com 15 ou mais anos de idade
28
Tecnologia, Geografia e Satisfação com a Vida
Descemos aos microdados do Gallup 2006 para testar as relações entre tecnologia e
indicadores de felicidade com mais graus de liberdade e melhores controles estatísticos. O
primeiro teste usa como controles gênero, variáveis demográficas como idade, idade ao
quadrado, presença de crianças e de idosos no domicílio3 e controles geográficos como país e
tamanho de cidade (cidades grandes, médias e pequenas e áreas rurais).
As variáveis explicativas de interesse são ligadas ao acesso a tecnologia tal como a
posse de computador com internet em casa e de telefone fixo4. Tanto na felicidade presente,
como na passada e na futura os coeficientes de telefonia fixa (coeficiente 0.51) e de internet
(coeficiente 0.61) são positivos e maiores para os últimos. Esta breve descrição é
complementada na nota técnica, útil, pois este modelo foi traduzido sob a forma de um
simulador que permite a cada um interagir com os resultados de forma amigável e avaliar a
magnitude dos coeficientes obtidos.
A fim de verificar como a diferença de correlações tecnológicas muda entre homens e
mulheres e de país para país, usamos uma variante com as variáveis interativas entre tecnologia
e gênero e outra de tecnologia e país. Estes modelos de diferença em diferença permitem medir
diferenças entre correlações tecnológicas e felicidade.
3
Felicidade se refere a uma nota subjetiva de 0 a 10 dada pela pessoa acerca de sua satisfação com a vida. Como
Neri (2011 e 2012) demonstra sexo e idade e, portanto, a composição demográfica, afeta os níveis de satisfação
com a vida, em particular a felicidade futura Como Neri (2011 e 2012) demonstra sexo e idade e, portanto, a
composição demográfica, afeta os níveis de satisfação com a vida, em particular a felicidade futura
4
Nesta época a base não incluía acesso a telefonia celular.
29
estatisticamente nula. Isto pode sinalizar um baixo impacto de ativos de TICs o,
ou de sinais de riqueza em geral sobre a felicidade do brasileiro5.
bosnia
palestine 0.8586 <.0001 0.4283 0.0095
herzegovina
55
Nenhum país apresenta níveis de felicidade futura, com ou sem controles, superiores aos do Brasil mas estamos
usando felicidade presente onde o Brtasil está mais próximo da norma
30
Simulador Global de Inclusão Digital e Felicidade
Uma das barras representa o cenário atual, com resultados seguindo as características
selecionadas e a outra o cenário anterior, apresenta a simulação anterior.
http://www.cps.fgv.br/cps/bd/mid2012/MID2_ID/simula_gallup2/index.htm
31
Zoom Geográfico do ITIC: Do Global ao Local
Apresentamos zoom de mapas de ITCC para a população com 15 anos ou mais, indo
do globo as regiões administrativas da cidade do Rio de Janeiro usando períodos e métricas
próximas. Iremos detalhar os rankings nacionais do ITCC e seus componentes mais a seguir.
5 .
5
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
N
o
D
a
t
a
( )
1.
2-3
527
5-
5.5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
67
25
.
5-
-8
77
5.5
8
7
.
5
-
1
0
0
36
Mapa de Acesso a Computador em 2000 (Sem filtro de idade)
T
e
m
C
o
m
p
u
t
a
d
o
r
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
( )
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
37
Mapa de Acesso a Telefone em 2000 (Sem filtro de idade)
T
e
m
T
e
l
e
f
o
n
e
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
( )
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
38
Apresentamos a seguir listagem com os 20 municípios de maior acesso a telefonia e
computador (os demais municípios podem ser acessados em nosso site). Na tabela, observa-se
que todas as posições de liderança foram ocupadas por Estados do Sul e do Sudeste, com
destaques para: Nova Pádua/RS, com 91,74% da população possuindo telefone fixo já inicio da
década passada, seguidos por São Caetano do Sul/SP (90,81%) e Santos/SP (86,04%). No
quesito computador em casa, o grande destaque foi São Caetano do Sul/SP (41,14%). Em
segundo, com diferença de 7 pontos percentuais, temos Niterói/RJ (34,16% de acesso) seguido
de perto por Florianópolis/SC (33,29%), Santos (33,04%) e Vitória (29,54%). Estes 5
municípios irão dominar em 2010 o ranking de computador com internet, de adultos com
diploma universitário e de participação da população na Classe AB.
39
O ATUAL LOCAL – CENSO 2010
Voltamos agora a nos debruçar sobre tema usando os microdados do novo Censo em
primeira mão, que nos dão as informações mais recentes sobre o mundo digital com maior
abertura geográfica e inovações como o acesso a computador com internet e celular. Passamos
agora a análise mais relevante para objetivos de políticas públicas contemporânea incluindo
estes dois ativos digitais celular e computador com internet.
Mapa de Acesso a Computador com Internet em 2010 (Sem filtro de idade)
A
c
e
s
s
o
C
o
m
p
u
t
a
d
o
r
c
o
m
I
n
t
e
r
n
e
t
2
0
1
0
( )
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
( )
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
56
02
-.
6-
27
.
55
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
41
ITIC - RANKING DIGITAL MUNICIPAL (DOMICILIAR) - 2010
População com 15 anos ou mais
Os 50 Primeiros de 5565 Municípios
43
ITIC - RANKING DIGITAL DAS UNIDADES DA FEDERAÇÃO (ACESSO
DOMICILIAR) - 2010
POPULAÇÃO COM 15 ANOS OU MAIS
Os extremos dos estados em termos ITIC são Distrito Federal (71,21%) e Maranhão
(26,87%). Os extermos do ranking do ITIC sem celular são os mesmos, mas com
amplitude de variação maior Distrito Federal (63,14%) e Maranhão (14,81%).
A Capital da inclusão digital é Florianópolis (77,1%).
44
Os extremos dos municípios em termos do ITIC são São Caetano em São Paulo (82,6%) e
Fernando Falcão (MA) com 3,7%.
Uso Individual Efetivo
Consideramos agora a pergunta “Utilizou a Internet nos últimos 3 meses?”, feita à
pessoa que respondeu ao questionário da pesquisa. O uso individual da internet ou do celular
vai além da questão simples de oferta instalada, pressupondo efetiva utilização da rede ou da
telefonia móvel. Eles se adaptam ao indicador da Meta do Milênio da ONU que é o número de
usuários de internet ou de celular por 100 habitantes, correspondendo a simples proporção
utilizada mais abaixo. Outra vantagem é consolidar numa única variável as várias
modalidades/locais de utilização e não apenas restringir ao simples acesso domiciliar.
Obviamente, estas variáveis devem ser cotejadas com as razões para não utilização alegadas
pelos não usuários como falta de interesse, falta de renda ou falta de acesso. As implicações
são diretas e a ênfase de oferta não deve ser naqueles que não têm internet por opção, mas nos
que gostariam de ter acesso à rede mundial de computadores.
Finalmente, por captar o acesso a nível individual, a variável permite analisar a
diversidade do uso dentro de uma mesma família. O acesso a computador no domicílio, além
de contradizer o próprio nome atribuído ao equipamento de computador pessoal, que deu
origem a sigla PC, não permite captar desigualdades de acesso dentro do domicílio. Como as
Metas do Milênio, inclusive as novas metas propostas (Post-2015 MDGs), e as atuais se
referem à desigualdade de gênero, esta identificação individualizada das pessoas no domicílio
se torna fundamental.
Investigando o uso para as pessoas com mais de 10 anos, cerca de 65% dos brasileiros
ainda estão alheios ao uso da internet. Cabe enfatizar a importância de identificar quem
forneceu as respostas da pesquisa domiciliar. Se a própria pessoa respondeu sobre o seu
respectivo uso, 30,8% usaram a internet nos últimos 3 meses. Agora, se a resposta foi dada por
outro morador do domicílio, a proporção aumenta para 41,6%, o que corresponde a um
incremento de 35% na taxa de uso da internet medida. O outro sempre parece acessar mais a
internet, talvez pelo fato de o respondente não conseguir precisar a época do uso dele.
Apresentamos abaixo os mapas de acesso a ambos que denota a maior penetração do
celular:
45
46
Mapa do Uso de Internet em algum lugar nos últimos 3 meses
%
l %
a s
o
s
e
s
s 0 e
e 5 5
. 0 5
. 5 5
. 0 M
P 5
. 2 7 5 2 7 7 1 3
2 - 3 - 6 - 8 - s 0
o
s 1 5 - 5 - 5 - 5 o 5 5
. 0 5
. 5 5
. 0
- . . . . 5
. 2
- 7 5
- 2 7
- 7 1
-
U 2 5 7 0 2 5 7 m
i
t 2 3 6 8
r 0 1 2 3 5 6 7 8 l 1 5
. - 5
. - 5
. - 5
.
a
l Ú - 2 5 7 0 2 5 7
u t 0 1 2 3 5 6 7 8
l e
e n
r
C e
t
n
I
De qualquer forma o gráfico demonstra um melhor ajuste das taxas de acesso
individuais entre si do que as coletivas. Onde o acessso ao celular é ainda maior
47
Internet X Celular – Uso Individual Efetivo
50
45
y = 0.7013x - 34.453
Internet - Acesso Domiciliar)
40 R² = 0.5346
35
30
25
20
15
10
5
0
0 20 40 60 80 100
Celular - Acesso Domiciliar )
Este resultado nos mostra o grande desafio que o Brasil ainda tem a fim de que se
obtenha uma verdadeira inclusão digital, pois 65% dos brasileiros ainda estão alheios a
elementos básicos da era da informação.
48
Simulador de Utilização Individual de Celular e Internet
Construímos com base no suplemento de inclusão digital da PNAD ferramenta capaz de simular as
probabilidades de utilização pessoal de telefone celular e da internet. Apresentamos informações
atualizadas, através da projeção de indicadores para 2011.
Para isso, basta definir suas características no formulário abaixo e dar início a simulação.
Uma das barras representa o cenário atual, com resultados seguindo as características selecionadas e a
outra o cenário anterior, apresenta a simulação anterior.
http://www.cps.fgv.br/cps/bd/mid2012/MID2_ID/simula_novo/index.htm
49
50
DETALHANDO O MAPA REGIONAL DE ACESSO DOMICILIAR
Os extremos dos estados em termos de internet em casa são Distrito Federal (58,69%) e
Maranhão (10,98%). Os extremos do ranking com celular são os mesmos, mas com
amplitude de variação menor Distrito Federal 95,42% e Maranhão (63%).
Os extremos dos municípios em termos do ranking com internet são São Caetano (74%) e
Aroeiras (PI), com zero virtual. No celular os extremos são Chapadão do Céu em Goiás
(97,9%) e Alvorada do Fernando Falcão/MA (9,42%)
Tal como entre países, entre cidades brasileiras os líderes do ranking de celular inclui
localidades excluídas do ranking das demais TICs pesquisadas.
51
Ranking do Acesso a Celular e Fixo por Capitais
Indivíduos com 15 ou mais anos de idade
52
Ranking do Acesso por Municípios – 20 MAIS
Indivíduos com 15 ou mais anos de idade
53
Ranking do Acesso por Municípios – Os 20 MAIS
Indivíduos com 15 ou mais anos de idade
Computador e Internet no Domicílio (%)
UF Posição Comp UF Posição Comput
utado ador
r
Com
Internet
54
Ranking do Acesso por Municípios – 20 MENOS
Indivíduos com 15 ou mais anos de idade
55
Ranking do Acesso por Municípios – Os 20 MENOS
Indivíduos com 15 ou mais anos de idade
Computador e Internet no Domicílio (%)
UF Posição Computador UF Posição Computador
Com Internet
PI 5565 São Lourenço do Piauí 0.43 PI 5565 São Lourenço do Piauí 0.00
PA 5564 São João da Ponta 0.68 PA 5564 São João da Ponta 0.00
PI 5558 São Miguel do Fidalgo 1.07 PI 5558 Coronel José Dias 0.00
PI 5548 Nossa Senhora dos Remédios 1.58 PI 5548 Antônio Almeida 0.00
56
Os extremos dos estados em termos de internet em casa são Distrito Federal (58,69%) e
Maranhão (10,98%). Os extremos do ranking com celular são os mesmos, mas com amplitude
de variação menor Distrito Federal 95,42% e Maranhão (63%). Os extremos dos municípios
em termos do ranking com internet são São Caetano (74%) e Aroeiras (PI), com zero virtual.
No celular os extremos são Chapadão do Céu em Goiás (97,9%) e Alvorada do Fernando
Falcão/MA (9,42%). Tal como entre países, entre cidades brasileiras os líderes do ranking de
celular inclui localidades excluídas do ranking das demais TICs pesquisadas.
57
Ranking do Acesso por Unidades da Federação - 2010
Indivíduos com 15 ou mais anos de idade
Telefone Celular e Fixo no Domicílio (%)
Posição Celular Posição Fixo
1 Distrito Federal 95,42 1 São Paulo 65,14
2 Rio Grande do Sul 91,89 2 Rio de Janeiro 64,91
3 Goiás 91,55 3 Distrito Federal 64,24
4 Mato Grosso do Sul 90,55 4 Santa Catarina 49,87
5 São Paulo 88,9 5 Paraná 47,91
6 Santa Catarina 88,71 6 Minas Gerais 42,84
7 Rio de Janeiro 88,26 7 Rio Grande do Sul 41,21
8 Mato Grosso 88,18 8 Espírito Santo 39,57
9 Espírito Santo 87,74 9 Goiás 36,87
10 Paraná 87,56 10 Mato Grosso do Sul 32,18
11 Rio Grande do Norte 86,2 11 Amazonas 27,43
12 Sergipe 85,93 12 Bahia 27,39
13 Amapá 84,94 13 Mato Grosso 27,11
14 Minas Gerais 84,7 14 Roraima 26,4
15 Rondônia 83,16 15 Amapá 25,71
16 Tocantins 82,91 16 Pernambuco 25,21
17 Pernambuco 82,51 17 Sergipe 23,4
18 Paraíba 81,88 18 Rondônia 22,81
19 Alagoas 79,84 19 Rio Grande do Norte 22,79
20 Ceará 78,93 20 Acre 21,52
21 Acre 78,42 21 Ceará 20,88
22 Roraima 75,7 22 Pará 19,94
23 Amazonas 75,21 23 Tocantins 19,86
24 Bahia 75,01 24 Paraíba 19,29
25 Pará 74,41 25 Piauí 19,14
26 Piauí 70,5 26 Maranhão 18,29
27 Maranhão 63,06 27 Alagoas 17,25
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados do Censo 2010/IBGE
58
Ranking do Acesso por Unidades da Federação - 2010
Indivíduos com 15 ou mais anos de idade
59
O MEIO – PNAD 2001-2009
O Censo 2000 foi a primeira pesquisa domiciliar ibgeana a captar o acesso à tecnologia
digital. A PNAD 2001, por sua vez, introduziu o acesso domiciliar ao celular e a questão da
conexão de internet do computador. A cobertura nacional aliada à frequência anual da PNAD a
fazem no principal monitor de tendências domiciliares e familiares nacionais aí incluindo a
cobertura de ativos digitais. Complementarmente, a existência de suplementos especiais sobre
TICs.
Apesar de o acesso a computador com internet pela sua menor base inicial ter sofrido
uma taxa de variação maior que em relação ao acesso ao celular no período de 2001 a 2009
(246,23% contra 164,86%), ambas as variações foram grandes, indicando fortes movimentos
no sentido da inclusão digital. Além disso, se invertemos a questão a redução do déficit de
acesso no período foi quase três vezes maior para o acesso ao celular (redução de 73,34%
contra 22,05%). Por último, os níveis de acesso ao celular são muito superiores aos relativos ao
acesso a computador com internet, pela maior facilidade de uso e capacidade de expansão do
primeiro. No geral, temos indicadores mais favoráveis ao celular na disputa com o computador
com internet. O aparelho de telefonia móvel é, portanto, a plataforma da inclusão digital mais
abrangente no Brasil e no mundo, como vimos pelos dados do Gallup.
Celular
População Total
Aumento
Redução
do
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Acesso
do Déficit
01-09
01-09
Total 30,79 34,46 38,57 48,88 61,4 65,81 70,04 78,58 81,55 164,86% -73,34%
Fonte: CPS/FGV a partir dos dados da PNAD/IBGE
60
23,17% da população tinha acesso ao telefone fixo e celular, número que vai para 38,68% em
2009, representando um aumento de 66,94%. O déficit de acesso, por sua vez (isto é, um
menos o percentual de acesso observado), teve uma redução de 20,19% entre 2001 e 2009. No
entanto, apesar do aumento do acesso de telefone fixo e celular conjuntamente, temos que o
acesso ao telefone fixo sofreu uma redução no período (queda de 14,26% no acesso e aumento
do déficit na mesma proporção). Portanto, o aumento do acesso ao telefone fixo e celular foi
puxado pelo aumento do acesso ao celular que é de uma geração de tecnologia mais recente
que realizou rapidamente o seu alto potencial de cobertura, apresentando uma taxa de
crescimento. Enquanto em 2001 apenas 30,79% das pessoas tinham acesso ao celular, em 2009
esse número chega a 81,55% das pessoas, representando um aumento de incríveis 164,86%.
Complementarmente, o déficit do acesso ao celular sofreu redução de 73,34% no mesmo
período.
Celular: Produtor
População Total
Aumento Redução
do do
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Acesso Déficit
01-09 01-09
-
Total 30,79 34,46 38,57 48,88 61,4 65,81 70,04 78,58 81,55 164,86%
73,34%
Fonte: CPS/FGV a partir dos dados da PNAD/IBGE
61
Fonte: CPS/FGV a partir dos dados da PNAD/IBGE
Olhando para as tabelas acima percebemos que, dentre as pessoas que possuíam
telefone fixo, aumentou em 94,76% o percentual que possuía também o aparelho celular no
período de 2001 a 2009. Por outro lado, dentre aquelas pessoas que possuíam o telefone
celular, o percentual delas que também possuía o aparelho fixo sofreu uma redução de 36,97%
no período. Esses dados corroboram a idéia de que há um declínio no acesso ao telefone fixo e
um grande aumento no acesso do aparelho celular.
62
Simulador de Inclusão Digital e Felicidade
Construímos com base no Gallup World ferramenta capaz de simular os índices de felicidade (passada,
presente e futura) com base em uma série de informações pessoais, que incluem acesso ou não aos itens
de inclusão digital. Estas informações podem ser consultadas para cerca de 150 países. Basta definir
suas características no formulário abaixo e dar início a simulação.
Uma das barras representa o cenário atual, com resultados seguindo as características selecionadas e a
outra o cenário anterior, apresenta a simulação anterior.
http://www.cps.fgv.br/cps/bd/mid2012/MID2_ID/simula_gallup2/index.htm
63
TELEFONE CELULAR VS COMPUTADOR
Um estudo recente do antropólogo Massimiliano Mollona, de Londres, divide os usuários
de celular mundo afora em ciborgues, centauros e caubóis. Ciborgue seria uma espécie de 2 em
1, onde o celular se acoplaria de forma integral e indistinta na vida pública e privada da pessoa.
O celular seria uma espécie de distintivo de estilo e performance ao público externo. Centauro
seria o usuário mais cioso na separação entre o uso doméstico e o público, este mais reservado.
A dualidade da figura mítica do centauro se refletiria nesta espécie de um ser que aparenta ser
dois. Os emergentes latino-americanos seriam ciborgues, enquanto que os tradicionais
europeus seriam centauros. Finalmente, caubóis seriam meio refratários à tecnologia, tipo mais
comum nos Estados Unidos e no Canadá.
Chacrinha ícone da antiga classe C já dizia: “quem não se comunica se trumbica”. Há
hoje mais celulares que habitantes no Brasil. A posse de celular perdeu capacidade de
distinguir entre emergentes. Virou desgastado símbolo de uma “velha” nova classe média. Daí
a importância de entender as novas motivações dos usos do celular citadas. O fato do celular já
estar nas mãos dos pobres brasileiros é um ponto que não deve ser esquecido no desenho de
novas políticas de inclusão social.
De volta para quem é quem na sociedade brasileira. Na prática usam-se os marcadores de
classe disponíveis. Há alguns anos usamos coisas para “cualificar” a classe C brasileira: carro,
computador, TV a cabo, casa própria financiada e crédito ao consumidor. Agora, mais do que
assíduos freqüentadores de templos de consumo, o que caracteriza a nova classe média
brasileira é o lado do produtor. Ao contrário da fábula de cigarras consumistas, a nova classe C
busca construir seu futuro em bases sólidas que sustentem o novo padrão adquirido. As
Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs) mais do que instrumentos de lazer, são
instrumentos de trabalho.
Crédito e benefícios oficiais fazem parte da cena da classe C, mas como coadjuvantes. O
protagonista é o lado do produtor, do pequeno grande empresário e do empregado formal em
particular. A carteira de trabalho é o maior símbolo da Classe C como ato consumado, e o
concurso público o seu platônico objeto de desejo. Os conta-própria são os outros protagonistas
fundamentais do mercado de trabalho brasileiro da classe C, mas da Classe E também.
Verdadeiros capitalistas sem capital. E sem políticas públicas de apoio. As TICs guardam
promessa de turbinar o acesso a meios de pagamento, microcrédito, educação a distancia,
acesso a mercados consumidores e etc.
Tratamos nesta parte dos diversos Cs da nova classe média brasileira, não tratamos do
lado consumidor, mas lado do produtor. O lado do produtor foi o que denominamos de lado
64
brilhante dos pobres (the bright side of the poor). Incluímos aqui como principal personagem
o trabalhador, aquele com carteira de trabalho e o conta-própria focando nos principais
instrumentos digitais disponíveis no mercado para impulsioná-los como educação, crédito entre
outras.
65
ALVOS SÓCIO-ECONOMICOS
Na seção a seguir detalhamos as combinações entre elementos de TICSs pesquisados,
além disso, aplicamos a análise da cobertura independente e conjunta destes ativos a categorias
sócias demográficas relevantes como gênero, idade e escolaridade e a categorias econômicas
chaves como posição na ocupação e desocupação (Empregados com carteira, Conta-próprias
desempregados etc) e classes econômicas (AB, C, D e E)
Gênero
Celular
Sexo
Aumento Redução
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
do Acesso do Déficit
66
01-09 01-09
Homem 30,52 34,11 38,08 48,26 60,69 65,14 69,33 78,18 81,04 165,53% -72,71%
Mulher 31,03 34,79 39,03 49,48 62,07 66,44 70,71 78,96 82,02 164,32% -73,93%
Celular ou Fixo
Sexo
Aumento Redução
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 do Acesso do Déficit
01-09 01-09
Homem 56,44 58,98 59,49 63,73 70,53 73,67 76,5 82,62 84,88 50,39% -65,29%
Mulher 58,73 61,32 61,81 66,13 72,93 75,95 78,7 84,21 86,53 47,34% -67,36%
Idade
Celular
Faixa Etária
Aumento Redução
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 do Acesso do Déficit
01-09 01-09
0a4 24,87 27,64 31,82 41,46 54,35 60,13 66,04 75,41 79,51 219,70% -72,73%
5a9 24,79 28,43 31,98 42,18 55,41 61,08 65,94 76,27 79,68 221,42% -72,98%
10 a 14 26,34 29,79 33,48 45,38 58,65 63,9 67,82 77,91 81,17 208,16% -74,44%
15 a 19 30,87 34,59 38,95 51,16 64,71 67,88 72,2 81,26 83,76 171,33% -76,51%
20 a 24 35,28 39,02 44,08 54,4 66,96 71,12 75,19 83,18 85,47 142,26% -77,55%
25 a 29 35,02 38,28 42,64 53,4 66,6 71,32 75,11 83,97 86,28 146,37% -78,89%
30 a 35 33,45 37,93 41,65 52,37 65,19 70,45 74,72 82,66 85,79 156,47% -78,65%
36 a 39 35,23 38,62 42,36 53,78 66,36 70,27 74,95 83,01 86,04 144,22% -78,45%
40 a 44 36,41 40,24 44,44 54,75 66,63 71,28 75,4 82,78 85,24 134,11% -76,79%
45 a 49 37,18 40,94 46,29 56,08 68,15 70,55 74,19 82,64 84,51 127,30% -75,34%
50 a 54 35,7 40,16 44,87 53,85 66,23 69,36 72,18 80,47 83,38 133,56% -74,15%
55 a 59 32,12 35,88 40,17 48,9 61,2 65,03 68,26 75,93 79,77 148,35% -70,20%
60 ou
23,19 26,52 29,08 36,71 46,11 50,21 54,82 62,57 66,38 186,24% -56,23%
Mais
Em relação à análise por faixa etária, temos que a maior variação de acesso nos últimos
anos foi maior entre os grupos com idade de 0 a 4 e de 5 a 9 anos. Os níveis de acesso nessa
faixa etária, no entanto, são os menores. Portanto, é necessário focalizar políticas de inclusão
digital nesses grupos de indivíduos, que são os mais excluídos apesar de os jovens terem maior
potencial de adaptação a novas tecnologias. Cabe ressaltar que a pobreza é maior entre esses
grupos, reforçando a necessidade de focalização de políticas públicas inclusivas nesses
indivíduos.
Celular ou Fixo
Faixa Etária
Aumento Redução
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 do Acesso do Déficit
01-09 01-09
0a4 46,28 48,01 48,61 53,8 62,11 66,16 70,98 78,19 81,81 76,77% -66,14%
68
5a9 48,9 51,4 51,55 56,22 64,49 68,21 71,99 79,75 82,27 68,24% -65,30%
10 a 14 52,58 54,96 55,31 59,95 67,4 71,21 73,82 81,38 83,96 59,68% -66,17%
15 a 19 56,7 58,91 59,66 64,81 72,14 74,65 77,68 84,11 86,13 51,90% -67,97%
20 a 24 59,09 61,05 62,07 66,49 73,55 76,71 79,89 85,43 87,52 48,11% -69,49%
25 a 29 58,85 60,56 60,64 66,19 73,68 77,05 79,82 86,13 88,34 50,11% -71,66%
30 a 35 60,93 63,67 63,21 67,71 74,41 77,61 80,48 85,69 88,07 44,54% -69,47%
36 a 39 63,96 66,36 66,19 69,64 75,94 78,57 81,42 86,37 88,65 38,60% -68,51%
40 a 44 65,82 68,33 68,48 71,64 76,92 79,8 82,14 86,55 88,4 34,31% -66,06%
45 a 49 66,62 69,92 70,53 73,18 78,79 80,12 82,15 87,04 88,24 32,45% -64,77%
50 a 54 65,86 68,63 69,62 72,6 78,32 80,06 81,5 86,34 88,14 33,83% -65,26%
55 a 59 62,86 65,95 67,03 69,94 75,66 78,41 79,32 83,98 86,2 37,13% -62,84%
60 ou
57,48 60,87 61,35 64,63 69,19 72,04 73,66 78,06 80,6 40,22% -54,37%
Mais
Escolaridade
Celular
Anos de estudo do chefe
Aumento Redução
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 do Acesso do Déficit
01-09 01-09
0 9,18 10,67 13,21 20,05 30,93 34,68 41,84 52,45 56,89 519,72% -52,53%
69
1a3 16,75 19,29 22,63 32,34 45,58 50,53 55,14 65,6 69,88 317,19% -63,82%
4a7 28,04 31,4 35,19 47,49 61,54 65,99 69,18 78,68 81,52 190,73% -74,32%
8 a 11 46,63 49,89 54,63 65,49 77,25 80,19 82,67 89,43 91,19 95,56% -83,49%
12 ou
76,45 80,77 83,44 87,38 92,8 93,57 94,24 95,65 96,42 26,12% -84,80%
Mais
Ignorado 29,69 38,08 39,73 51,6 70,27 75,43 76,69 88,28 80,69 171,78% -72,54%
Celular ou Fixo
Anos de estudo do chefe
Aumento Redução
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 do Acesso do Déficit
01-09 01-09
0 25,5 26,77 27,9 32,58 39,88 42,79 48,61 57,87 61,42 140,86% -48,21%
1a3 40,44 43,98 44,56 48,72 56,93 60,85 63,69 71,99 75,56 86,84% -58,97%
4a7 59,85 61,86 61,5 66,07 73,72 76,93 78,48 84,68 86,85 45,11% -67,25%
8 a 11 80,2 80,67 79,88 83 87,68 88,67 89,89 93,36 94,57 17,92% -72,58%
70
12 ou
96,5 97,32 97 97,12 98,19 98,23 98,26 98,09 98,4 1,97% -54,29%
Mais
Ignorado 62,31 69,24 69 73,12 81,42 85,37 83,09 91,32 83,1 33,37% -55,16%
As mesmas conclusões podem ser tiradas a partir da análise por posição na ocupação.
As ocupações tradicionalmente excluídas e mais vulneráveis possuem os maiores aumentos no
acesso, por um lado, e as menores reduções no déficit, por outro.
Celular
Posição na ocupação
Aumento Redução
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 do Acesso do Déficit
01-09 01-09
Sem
31,52 35,74 40,02 52,76 68,18 71,87 77,07 85,62 87,38 177,22% -81,57%
Emprego
Inativo 29,48 32,94 36,44 46,39 58,63 62,66 66,08 74,83 77,51 162,92% -68,11%
Empregado
7,46 9,37 12,64 18,84 28,86 35,21 41,49 54,8 59,45 696,92% -56,18%
Agrícola
Empregado
20,88 23,51 28,58 43,02 59,1 63,76 69,36 79,75 83,16 298,28% -78,72%
Doméstico
Empregado
44,36 48,68 54,34 67,09 80,21 82,98 85,56 91,88 93,11 109,90% -87,62%
com carteira
Empregado
34,02 39,49 43,73 54,2 68,8 72,28 76,31 84,71 87,01 155,76% -80,31%
sem carteira
Conta-
31,59 34,44 38,7 47,79 59,34 63,71 69,2 76,82 80,01 153,28% -70,78%
própria
Empregador 66,18 70,16 73,53 79,84 86,71 88,2 90,29 93,08 94,53 42,84% -83,83%
Funcionário
46,73 51,61 56,62 66,41 77,08 79,95 83,24 88,7 91,42 95,63% -83,89%
público
72
Não-
15,16 18,19 21,19 26,65 34,93 40,23 44,95 52,82 59,64 293,40% -52,43%
remunerado
Celular ou Fixo
Posição na ocupação
Aumento Redução
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 do Acesso do Déficit
01-09 01-09
Sem Emprego 62,12 65,83 65,16 70,63 78,77 80,42 83,86 89,43 90,6 45,85% -75,18%
Inativo 59,74 62 62,18 65,99 72,33 75 76,62 82,4 84,3 41,11% -61,00%
Empregado
14,72 16,65 18,95 24,17 32,7 38,39 44,39 56,49 60,87 313,52% -54,12%
Agrícola
Empregado
49,78 51,64 53,92 60,64 70,59 73,58 77,45 84,45 86,93 74,63% -73,97%
Doméstico
Empregado
78,87 80,96 80,64 84,79 89,97 91,21 92,22 95,03 95,95 21,66% -80,83%
com carteira
Empregado
61,03 64,35 65,59 69,14 77,25 79,53 82,18 88,11 89,72 47,01% -73,62%
sem carteira
Conta-própria 55,12 57,91 58,6 62,33 68,82 72,03 76,43 81,4 83,88 52,18% -64,08%
Empregador 86,12 89,64 88,97 90,39 92,88 93,78 94,89 95,72 96,78 12,38% -76,80%
Funcionário
77,99 80,74 80,76 82,84 86,45 88,38 89,91 92,79 94,4 21,04% -74,56%
público
Não-
28,08 31,52 33,05 35,41 41,84 46,82 49,96 56,91 63,03 124,47% -48,60%
remunerado
Ignorado 47,63 49,79 50,18 55,1 63,39 67,27 71,53 79,03 82,06 72,29% -65,74%
Classes Econômicas
Classe E 4,54 4,98 6,37 7,95 8,68 9,13 10,7 11,37 12,71 179,96% -8,56%
Classe D 11,22 12,52 14,84 18,85 22,84 20,59 19,98 20,91 20,99 87,08% -11,00%
Classe C 33,37 37,65 41,51 46,95 51,84 48,89 47,47 48,31 46,18 38,39% -19,23%
Classe
AB 75,62 79,65 81 82,57 86,24 83,86 81,31 81,89 79,87 5,62% -17,43%
73
Aumento Redução
do do
Acesso Déficit
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 01-09 01-09
Classe E 18,12 18,25 18,74 17,27 14,9 13,97 14,95 14,17 14,97 -17,38% 3,85%
Classe D 40,72 41,87 40,84 36,94 34,2 29,47 27,34 25,43 24,72 -39,29% 26,99%
Classe C 70 71,91 70,16 67,24 64,7 60,5 56,97 54,3 51,37 -26,61% 62,10%
Classe
AB 93,11 94,08 93,04 92,12 92,14 89,62 86,49 85,36 83,12 -10,73% 144,99%
Celular
Classe econômica
Aumento Redução
do do
Acesso Déficit
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 01-09 01-09
Classe E 9,58 11,6 15,27 22,79 33,33 39,15 45,77 56,75 62,81 555,64% -58,87%
Classe D 20,28 23,18 29,11 40,72 55,68 58,83 63,56 73,74 77,22 280,77% -71,42%
Classe C 42,62 47,33 53,16 63,43 74,14 75,68 78,21 84,52 86,24 102,35% -76,02%
Classe
AB 79,8 83,75 85,93 88,62 92,91 92,95 92,88 95,41 95,9 20,18% -79,70%
Ao analisarmos o acesso ao telefone fixo e celular por classe econômica, temos que a
classe E foi a que teve maior aumento do acesso, tanto de telefone fixo e celular, tomados
conjuntamente (aumento de 179,96%) como em relação ao acesso somente ao celular (aumento
de incríveis 555,64%). Percebemos ainda que o aumento do acesso vai caindo conforme
chegamos às classes mais altas. Em relação à redução do déficit, as maiores reduções
aconteceram nas classes mais altas, com destaque para a Nova Classe Média (Classe C) no
acesso ao telefone fixo e celular e para as classes AB no acesso ao celular tomado
isoladamente. O que explica esse fato é que, mesmo com os maiores aumentos no acesso, a
Classe E parte de níveis de acesso muito baixos e, portanto, maiores déficits, que são mais
difíceis de serem reduzidos.
Celular ou Fixo
Classe econômica
Aumento Redução
do Acesso do Déficit
Categoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 01-09 01-09
74
Classe E 23,16 24,87 27,64 32,11 39,55 43,99 50,02 59,55 65,07 180,96% -54,54%
Classe D 49,78 52,53 55,11 58,81 67,04 67,71 70,92 78,26 80,95 62,62% -62,07%
Classe C 79,25 81,59 81,81 83,72 87 87,29 87,71 90,51 91,43 15,37% -58,70%
Classe AB 97,29 98,18 97,97 98,17 98,81 98,71 98,06 98,88 99,15 1,91% -68,63%
Através de sua periodicidade anual e abrangência nacional, a PNAD nos permite monitorar a evolução
do acesso a itens de TICs. Damos destaque aqui às mudanças recentes em termos de acesso a telefonia
(fixa e móvel), computador e internet. Todos os indicadores podem ser analisados para o conjunto geral
da população brasileira ou por subgrupos abertos: i) características sócio-demográficas, como: sexo,
idade, anos de estudo, raça e posição na família; ii) características do produtor, como: posição na
ocupação, contribuição previdenciária, educação e acesso a ativos digitais; iii) características do
consumidor, como: acesso a bens de consumo e serviços; e iv) atributos espaciais como: local de
moradia, área (metropolitana, urbana não metropolitana e rural), estados, e de forma inovadora, capitais
e periferias.
http://www.cps.fgv.br/ibrecps/RET4/ncm_temporal/index3.htm
SUPLEMENTO PNAD
A vida de Steve Jobs, criador da Apple, nos deixou claro as oportunidades oferecidas
pelo mundo digital para as pessoas subirem cedo na vida. A comoção gerada pela sua morte
prematura nos evidencia como ele impactou o nosso dia a dia.
75
FINALIDADES DE USO
O suplemento da PNAD e as informações da TIC Domiciliar do Comitê Gestor da
Internet (CGI) também nos dão informações sobre a finalidade do acesso à internet nos 3
meses anteriores à pesquisa. As diferentes finalidades são relativas ao uso para comunicação
com outras pessoas, compra de bens ou serviços, realização de transações financeiras,
engajamento público (interação com autoridades públicas ou órgãos do governo), educação,
lazer e busca por informações (leitura de jornais ou revistas). Projetamos esses dados para o
ano de 2012, buscando nos aproximar da atual realidade. Pelos dados, a maioria dos brasileiros
acima de 10 anos usa a internet com as finalidades de comunicação (33,33% das pessoas
acessaram a internet o com essa finalidade), seguido de lazer (27,5%), educação (26,39%) e
busca de informações através da leitura de jornais ou revistas (23,3%). É especialmente baixo
o percentual de pessoas que utilizaram a internet para realização de transações financeiras
(5,27%), engajamento público (6,08%) e realização de compras de bens ou serviços (6,16%).
Nas classes econômicas, temos que o acesso à internet com a finalidade de
comunicação com outras pessoas, principal finalidade apontada pelos indivíduos, cai na
medida em que caminhamos para as classes mais baixas, de 75,4% da classe AB até 13,01%
dos mais pobres. Percebemos que os percentuais relativos às classes D e E estão bem abaixo da
média nacional, o que nos atenta para o fato de que o uso da internet ainda é um serviço de
luxo, mais restrito à elite econômica.
O uso com finalidade de compra de bens ou serviços é bem acima da média ao
analisarmos os dados relativos às classes AB (29,41% contra 6,16% da média nacional). No
entanto, ele cai bastante nas outras classes, ficando abaixo da média em todos os casos (5,59%
na classe C e apenas 0,81% na classe D e 0,96% na classe E). Assim como a compra de bens
ou serviços, o uso da internet para realização de transações financeiras está bastante restrito à
elite: enquanto 26,88% das pessoas das classes AB acessaram a rede com esta finalidade, o
percentual para as outras classes é 4,45% para a classe C, 0,6% para a classe D e 0,85% para a
classe E. Repare que tanto a compra de bens ou serviços como transações financeiras estão
mais presentes na classe E do que na classe D, resultado contra-intuitivos. A literatura nos
mostra que a inclusão digital é bastante relacionada com a inclusão financeira, e não por acaso
as duas aparecem juntas na meta 8 das novas metas do milênio da ONU (Post 2015 MDGs).
No entanto, vimos que no Brasil ainda é muito fraca a conexão entre essas duas formas de
inclusão, o que mostra um potencial para explorar mais essa combinação.
O uso da internet voltado para fins educacionais é particularmente alto em todos os
critérios de classes econômicas no Brasil. Como esperado, a classe AB possui as maiores
76
porcentagens de uso para educação (61,63% das pessoas acessaram com esse fim). Em relação
às outras classes, os percentuais são 29,5% na classe C, 15,52% na classe D e 10,63% na classe
E.
O lazer também é particularmente alto na classe AB (57,71%) e na nova classe média
(31,8%), encontrando-se acima da média nacional. No entanto, nas classes D e E os
percentuais de acesso com essa finalidade estão bem abaixo da média brasileira (16,8% na
classe D e 10,46% na classe E).
O uso com finalidade de busca por maiores informações a partir da leitura de revistas e
jornais é, definitivamente, um “bem de luxo”, com grandes diferenças percentuais entre as
classes econômicas. Enquanto na classe AB mais da metade das pessoas acessaram a internet
para aumentar seu conhecimento geral (62,99%), os números para as classes mais baixas são
muito baixos (26,83% na classe C, 10,24% na classe D e 6,57% na classe E). A classe C,
portanto, está próxima da média nacional (23,3%), enquanto as classes AB estão bem acima e
as classes D e E bem abaixo.
Por fim, vamos analisar o uso com finalidade de interação com autoridades públicas ou
órgãos governamentais. Temos que o percentual de acesso com esse fim é muito baixo no país,
especialmente entre as classes mais baixas, logo as que mais necessitam do apoio e interação
pública (6,02% na classe C, 1,2% na classe D e 1,09% na classe E). Mesmo nas classes AB o
número é bastante baixo (25,49%). Isso nos indica a falta de comunicação e interação entre o
setor público e a sociedade civil, problema crônico no Brasil.
77
Taxa - Total - Finalidades de uso
População Total
Ler jornais
Interagir
Se Comprar ou revistas
Transações com
População comunicar ou ou para
Percentual Faixa bancárias autoridades Educação e Atividades
com encomendar buscar
(%) Etária
outras bens ou
ou públicas ou aprendizado de lazer
informações
financeiras órgãos do
pessoas serviços ou outros
governo
serviços
(contagem)
Total Total 186440290 33,33 6,16 5,27 6,08 26,39 27,5 23,3
Classe AB Total 19385588 75,4 29,41 26,88 25,49 61,36 57,71 62,99
Classe C Total 91774828 37,87 5,59 4,45 6,02 29,5 31,8 26,83
Classe D Total 45411996 19,55 0,81 0,6 1,2 15,52 16,8 10,24
Classe E Total 29867878 13,01 0,96 0,85 1,09 10,63 10,96 6,57
Panorama de Finalidades
Através de Suplemento especial, a PNAD nos permite medir as finalidades de uso da internet. Através
de uma atualização das taxas por meio de projeções, disponibilizamos as informações para diferentes
finalidades como: Se comunicar com outras pessoas Comprar ou encomendar bens ou serviços
Transações bancárias ou financeiras Interagir com autoridades públicas ou órgãos do governo Educação
e aprendizado Atividades de lazer Ler jornais ou revistas ou para buscar informações ou outros
serviços.
As estatísticas estão apresentadas por grupos etários e classes econômicas, que podem ser cruzadas com
uma série de características populacionais: i) características sócio-demográficas, como: sexo, idade,
anos de estudo, raça e posição na família; ii) características do produtor, como: posição na ocupação,
contribuição previdenciária, educação e acesso a ativos digitais; iii) características do consumidor,
como: acesso a bens de consumo e serviços; e iv) atributos espaciais como: local de moradia, área
(metropolitana, urbana não metropolitana e rural), estados, e de forma inovadora, capitais e periferias.
http://www.cps.fgv.br/cps/bd/mid2012/MID2_ID/MID_finalidade/index_2012.htm
78
Análise Multivariada
Estimamos um modelo logit multivariado que regride a probabilidade de o indivíduo
ter acessado a internet para determinada finalidade contra certas características sócio
demográficas do mesmo. Controlamos certas características de forma a ver o impacto de uma
variável específica sobre a probabilidade de acesso para determinado fim. Por exemplo,
procuramos saber se homens possuem maiores chances de acesso à internet com determinada
finalidade, controlando pelas outras características dos indivíduos. Alguns resultados nos
chamam a atenção.
Gênero
Homens apresentam mais chances de ter acesso à internet com as finalidades de
compra de bens ou serviços (60,85% a mais), realização de transações financeiras (54,46% de
chances a mais), lazer (46,96% a mais), interações com o governo (29,47% a mais), busca de
informações (2,58% a mais) e leitura de jornais e revistas (7,87% a mais). Por outro lado, no
que diz respeito à comunicação com outras pessoas e educação, as mulheres apresentam
maiores chances controladas de acesso para esses fins (8,53% a mais para comunicação e
27,43% a mais para educação).
Geografia
As maiores chances de acesso controlado com finalidade de se comunicar com outras
pessoas estão no estado da Paraíba, seguido de Rondônia e Bahia. As menores chances se dão
em Roraima, seguido de Tocantins e Piauí. Em relação ao lazer, as maiores chances se dão
Rondônia, Mato Grosso e Santa Catarina e as menores em Tocantins, Alagoas e Roraima. Na
finalidade educacional, as maiores chances de acesso estão em Tocantins, Distrito Federal e
Bahia e as menores em Amapá, Goiás e Rio de Janeiro. Os estados do Mato Grosso, Amapá e
Roraima são os que possuem as maiores chances controladas de acesso para ler jornais e
revistas, e os estados que possuem as menores chances são Pernambuco, Amazonas e Goiás.
Por último, analisaremos as finalidades de transações financeiras e compra de bens ou
serviços, que são menos presentes do que as finalidades analisadas anteriormente. Em relação
ao acesso com finalidade de realizar transações financeiras, as maiores chances se dão no
estado do Mato Grosso, seguido de Alagoas e São Paulo. As menores chances, por sua vez, se
dão no estado do Maranhão, seguido do Piauí e Roraima. Já no que diz respeito ao acesso
voltado para compras de bens ou serviços, os estados do Amapá, Mato Grosso e Rondônia
possuem as maiores chances de acesso para esse fim e os estados do Rio Grande do Norte,
Goiás e Ceará apresentam as menores chances controladas.
79
Em relação à divisão entre áreas rurais, urbanas e metropolitanas, em todos os casos
com exceção da finalidade educacional e de compras de bens ou serviços as maiores chances
estão nas áreas metropolitanas, seguidas pelas áreas urbanas e por último pelas rurais. No caso
da finalidade educacional, as áreas rurais apresentam as maiores chances de acesso para esse
fim, seguidas pelas áreas metropolitanas. No acesso com finalidade de compra de bens ou
serviços, as maiores chances estão nas áreas urbanas, seguidas pelas áreas rurais e, por último,
pelas metropolitanas.
Classes Econômicas
Como era de se esperar, com exceção do acesso com finalidade de buscar informações
ou outros serviços, as classes AB são as que possuem as maiores chances de acesso para todas
as finalidades, seguidas da classe C. Ao contrário da norma encontrada, na finalidade de busca
de informações ou outros serviços as maiores chances encontram-se na classe E, seguida da C,
D e por último as classes AB. Enquanto a classe E possui as menores chances de acesso para as
finalidades de lazer, educação, leitura de jornais e revistas e comunicação com outras pessoas,
a classe D possui as menores chances para as finalidades de interação com o governo, compra
de bens ou serviços e transações financeiras, o que é contra intuitivo, dado que o esperado seria
que a classe E possuiria as menores chances para todas as finalidades.
Escolaridade
Vamos começar analisando o acesso a internet com a principal finalidade apontada
pelos brasileiros, isto é, para a comunicação com outras pessoas. Temos que as menores
chances do acesso com esse fim estão entre aqueles com 1 a 3 anos de escolaridade, seguido
daqueles sem instrução educacional. Com exceção desse grupo com escolaridade de 1 a 3 anos,
que possui chances menores do que daqueles sem instrução, a probabilidade de acesso para a
comunicação com outras pessoas é crescente de acordo com a escolaridade dos indivíduos,
sendo as maiores chances presentes entre aqueles com 12 ou mais anos de estudo.
A segunda finalidade mais apontada pelos brasileiros é o uso voltado para o lazer.
Nesse caso, temos que tanto aqueles com escolaridade de 1 a 3 anos como aqueles com
escolaridade de 4 a 7 anos apresentam menores chances em relação àqueles que não possuem
instrução (as menores chances são daqueles com 1 a 3 anos, seguidos pelos que têm 4 a 7
anos), resultado contra intuitivo. As maiores chances, por sua vez, continuam sendo daqueles
com 12 ou mais anos de escolaridade, seguidos pelos indivíduos que possuem escolaridade de
8 a 11 anos.
Em relação ao acesso com finalidade educacional, novamente o grupo com
escolaridade de 1 a 3 anos apresenta menores chances do que aqueles sem instrução. Com
80
exceção desse grupo, as chances são crescentes com a escolaridade, sendo as maiores
encontradas no grupo de 12 ou mais anos de escolaridade.
Analisando as demais finalidades, em todas as menores chances são do grupo com
escolaridade de 1 a 3 anos, seguido pelo grupo de 4 a 7 anos (com exceção da finalidade leitura
de jornais ou revistas, onde o grupo sem instrução possui as menores chances após o grupo de
1 a 3 anos). Em todos os casos as maiores chances são do grupo com 12 anos ou mais, seguido
pelo grupo de 8 a 11 anos.
As tabelas com os modelos completos estão no anexo da presente pesquisa e
incoporporados no simulador abaixo com projeções para 2012:
USO INDIVIDUAL
As principais bases de dados utilizadas neste estudo, quais sejam a amostra do Censo
Demográfico, o questionário padrão da PNAD e o Gallup World Poll, identificam apenas o
acesso das pessoas a computador em geral, conectado ou não a internet, em suas casas, e não o
efetivo uso da rede mundial de computadores. O mesmo se aplica a telefonia fixa e móvel. A
fim de se implantar políticas públicas é preciso monitorar o efetivo uso da internet e da telefonia
móvel. Discutimos nesta parte estas questões a partir dos Suplementos Especiais da PNAD
sobre TICs, pesquisas regulares do Conselho Gestor da Internet do Brasil e projeções nossas.
Daremos especial ênfase à primeira fonte como base, pela possibilidade de uso de microdados
públicos que permitem incorporar modelos de projeção.
Nesta parte do trabalho desenvolvemos vários modelos econométricos sobre os diversos
aspectos relacionados ao uso individual da internet e do celular, o que constitui uma
contribuição metodológica para o estudo do tema no Brasil. Estes modelos serão convertidos em
simuladores interativos e de forma que o internauta possa dialogar com os modelos estimados de
maneira amigável, segundo seus próprios interesses. No aspecto geográfico daremos destaque à
abertura da informação pelas 27 capitais e também pelas 27 unidades da federação brasileiras.
Os mapas simples e as estimativas de demanda reprimidas por unidade geográfica e a sua
evolução e projeção temporal, que advém dos modelos estimados, também representam uma
contribuição original da pesquisa. Esta abertura espacial se alinha ao espírito deste trabalho,
voltado a cobertura efetiva traduzida em conectividade e a capacidades individuais.
81
O sistema de pesquisas domiciliares, implantado progressivamente no Brasil a partir de
1967 com a criação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD tem como
finalidade a produção de informações básicas para o estudo do desenvolvimento
socioeconômico no país.
A PNAD é realizada anualmente, investigando de forma permanente os temas de
habitação, rendimento e trabalho associados a aspectos demográficos e educacionais e, com
periodicidade variável, por meio de pesquisas suplementares, outros assuntos de caráter
demográfico, social e econômico.
Como o seu próprio nome indica, a PNAD é realizada por meio de uma amostra de
domicílios e a sua abrangência geográfica, prevista desde o seu início para ser nacional, foi
alcançada gradativamente. Em 2004, a PNAD foi implantada na área rural de Rondônia, Acre,
Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, e alcançou a cobertura completa do território nacional.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2008 investigou 391.868 pessoas
em 150.591 domicílios por todo o país a respeito de sete temas (dados gerais da população,
migração, educação, trabalho, família, domicílios e rendimento), tendo setembro como mês de
referência. A partir desta divulgação, as estimativas da Pnad passam a ser calculadas com base
nas novas projeções de população do IBGE, que incorporam resultados dos parâmetros
demográficos calculados com base na contagem da população de 2007.
A “Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) no
Brasil” de 2005, 2008 e 2010, organizadas pelo Comitê Gestor da Internet (CGI), investigam a
penetração e o uso da Internet em domicílios e empresas.
82
características de quem responde a pergunta, por exemplo, se a pessoa é dona de casa. De
qualquer forma, temos de nos preocupar com esta variável na análise proposta.
83
Desenvolvemos um modelo econométrico para avaliar o impacto controlado de
algumas variáveis sócio-econômicas e espaciais sobre o uso de internet. Analisamos em
particular as variáveis espaciais e sua relação com o variável tempo para testar se há ou não
convergência entre áreas. Este modelo pode ser acionado de forma interativa e amigável no link
a seguir: http://www.fgv.br/cps/bd/mid2012/MID2_ID/simula/index.htm
O uso individual é uma variável fundamental, pois capta diferenças entre pessoas do
mesmo domicílio. Homens têm 18% a mais de chances de acessar a internet do que mulheres
com as mesmas características observáveis. Idade possui um coeficiente negativo, mas
decrescente à medida que se avança no ciclo de vida. Educação é a grande variável que
determina a diferença de acesso, mais do que as faixas de renda. A chance de uma pessoa com
pelo menos superior incompleto acessar a rede é 100,8 vezes maior do que a de um analfabeto e
mesmo 6 vezes maior do que aqueles com pelo menos ensino médio incompleto. A chance de
acesso de alguém da classe AB é 11,8 vezes superior a alguém da classe E e 4,5 vezes aquelas
de alguém da classe C.
Entrando nas variáveis espaciais, a área metropolitana apresenta 50% a mais de
chances do que as demais áreas urbanas, mas elas são 4,5 vezes o valor das áreas rurais pela
dificuldade de ofertar infraestrutura em áreas de população dispersa. A análise do acesso de
pessoas com as mesmas características supracitadas em unidades da federação diferentes gera o
seguinte ranking de acesso: Mato-Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Espírito Santo como os
únicos que apresentam diferenças estatisticamente maiores que São Paulo. As três últimas do
ranking controlado são Amapá, Alagoas e Pará. De maneira geral, mesmo levando em conta a
maior renda, educação e outras características da região Centro-Sul do país, o maior uso
condicional se dá nesta região, com as exceções de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato
Grosso, onde a faixa de acesso se aproxima das regiões Norte e Nordeste.
Desenvolvemos modelo que empilha as PNADs 2005 e 2008 para verificar a evolução
temporal do acesso e sua interação com as diferentes Unidades da Federação, de forma a
observar se as diferenças em relação a São Paulo têm caído ou aumentado ao longo do tempo.
As chances de uma pessoa de acessar a rede de computadores em iguais condições é 152,4%
superior àquela observada três anos antes.
84
Mapas de Locais de Acesso à Internet (Razão de Chances) - Acesso nos últimos 3 meses
I
n
t
e
r
n
e
t
n
o
s
ú
l
t
i
m
o
s
3
m
e
s
e
s
0
-
0
.
4
5
0
.
4
5
-
0
.
9
0
.
9
-
1
.
3
5
1
.
3
5
-
1
.
8
1
.
8
-
2
.
2
5
2
.
2
5
-
2
.
7
2
.
7
-
3
.
1
5
3
.
1
5
-
3
.
6
Apresentamos abaixo exercício empírico semelhante para o uso individual de celular (escalas
diferentes)
87
Despesas Totais
De um modo geral, percebemos que as maiores despesas são relacionadas aos serviços
de telefonia. Apesar disso, há uma queda de 14% nessas despesas de 2003 para 2009. No total
das despesas, houve um aumento de 22,98% no período. As despesas relacionadas aos serviços
de internet e equipamentos de informática foram as que mais cresceram, 319,69% e 73,23%
respectivamente.
Despesa per capita
População Total
Grupos de Renda
Apresentamos a seguir uma análise da despesa com itens digitais sob diferentes grupos
de renda. No primeiro momento, avaliamos a fotografia recente da despesa acumulada por
centésimo de renda per capita. Isto é, ordenamos as rendas dos mais pobres aos mais ricos,
88
dividimos em cem pedaços iguais e tiramos a média acumulada do valor da despesa até cada
um desses cem intervalos. Este exercício serve para discutir como varia a demanda total frente
a diferentes valores definições do público alvo de inclusão.
Valor Acumulado Médio de Despesas Digitais por Centésimo de Renda Per Capita R$
27
22
CLASSE AB
17
CLASSE C
CLASSE D
12
CLASSE E
7
100
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
56
60
64
68
72
76
80
84
88
92
96
-3
O mesmo tipo de análise foi aplicado às despesas específicas com serviços de telefonia
e internet.
Valor Acumulado Médio de Despesas com Serviços de Telefonia por Centésimo de Renda Per
Capita R$
22
17
CLASSE AB
CLASSE C
12
CLASSE D
CLASSE E
7
2
100
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
56
60
64
68
72
76
80
84
88
92
96
-3
89
Valor Acumulado Médio de Despesas com Serviços de Internet por Centésimo de Renda Per
Capita R$
10
9
8
CLASSE AB
7
6 CLASSE C
5 CLASSE D
4
CLASSE E
3
2
1
0
100
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
56
60
64
68
72
76
80
84
88
92
96
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE
250
200 CLASSE AB
150
CLASSE C
100
CLASSE D
CLASSE E
50
0
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
56
60
64
68
72
76
80
84
88
92
96
0
4
8
90
Valor Marginal de Despesas com Serviços de Telefonia por Centésimo de Renda Per Capita - %
110
90 CLASSE AB
70
50 CLASSE C
30 CLASSE D
CLASSE E
10
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
56
60
64
68
72
76
80
84
88
92
96
0
4
8
-10
Valor Marginal de Despesas com Serviços de Internet por Centésimo de Renda Per Capita -
%
100
90
80 CLASSE AB
70
60
50
CLASSE C
40
30 CLASSE D
CLASSE E
20
10
0
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
56
60
64
68
72
76
80
84
88
92
96
0
4
8
Classes Econômicas
O objetivo dos gráficos anteriores foi fornecer uma idéia de como muda a demanda de
para diferentes faixas de renda. Detalharemos agora o gasto médio para diferentes classes
econômicas. Como era de se esperar percebemos que as menores despesas são as da classe E,
91
aumentando progressivamente até chegar às classes AB, que possuem as maiores despesas
(2,67 da classe E, 6,68 da classe D, 24,41 da classe C e 93,49 das classes AB).
A classe E, no entanto, foi a que teve maior aumento das despesas totais no período de
2003 a 2009 (47,51%). A variação nas despesas vai diminuindo conforme aumentamos o nível
de renda e, por conseguinte, o critério de classe econômica, sendo as menores variações as das
classes AB (cresceram apenas 0,38%). Apesar disso, os níveis relacionados às classes mais
baixas ainda são muito baixos em comparação com as classes C e, principalmente, AB.
À luz dos resultados discutidos até aqui, estimamos a desigualdade das despesas per
capita. Ressaltando que utilizamos nesta parte especifica dois universos distintos de análise: a
população total, principal grupo analisado até então, e o subgrupo específico daqueles que
apresentaram a despesa no período. Observamos que a desigualdade de acesso caminha mais
ou menos junto com a da intensidade do acesso entre quem tem. Em geral, itens menos
difundidos são também os que apresentam maior desigualdade no universo de usuários.
Dos serviços de telefonia, o cartão telefônico para celular é aquele com menor nível de
desigualdade dos gastos (gini de 0,7593 para a população total), sendo ele o mais difundido
entre as famílias. Em termos de acesso, 44,08% das pessoas tiveram essa despesa familiar,
cerca de R$ 9,74 por pessoa. Por outro lado, o nível de desigualdade das despesas com conta
de celular é bem superior (gini de 0,95 na população como um todo). Apresentado por menos
93
de 10% da população, o gasto per capita médio com estas contas é de R$ 37 mensais por
pessoa.
Por fim, analisamos as contas de telefone fixo, com nível de desigualdade de 0,83 fica
numa posição intermediária aos dois anteriores. Ressaltamos que 29,19% da população
possuem esse gasto, que gira em torno de R$ 28 per capita.
Serviços de Telefonia
CARTAO DE TELEFONE CELULAR **' 44.08% 9.74 0.3810 0.4543 4.30 1.1997 0.7593
CONTA DE TELEFONE CELULAR **' 9.88% 36.92 0.5008 0.5234 3.65 2.8148 0.9529
TELEFONE RESIDENCIAL**' 29.19% 28.24 0.2924 0.4050 8.25 1.5233 0.8262
TAXA DE INSTALACAO DE INTERFONE,TELEFONE**' 0.59% 1.60 0.3421 0.4296 0.01 5.4661 0.9966
TELEFONE RESIDENCIAL DE OUTROS IMOVEIS **' 0.10% 21.74 0.3676 0.4662 0.02 7.2825 0.9995
TAXA DE TRANSFERENCIA DE TELEFONE CELULAR **' 0.01% 1.57 0.0542 0.1512 0.00 9.4216 0.9999
Contas domiciliares de internet (provedor, a cabo, via satélite, etc) são apresentadas por
5,51% da população que gastam R$ 22,64 per capita ao mês. Para este tipo de despesa, o gini
de 0,9682 mostra que o acesso ainda é bastante desigual para a população como um todo.
Serviços de Internet
ACESSO A INTERNET (PROVEDOR, A CABO, COMUNICACAO VIA
5.51%
SATELITE, ETC.)**'
22.64 0.3500 0.4228 1.25 3.2482 0.9682
PACOTES (TV, TELEFONE E/OU INTERNET)**' 12.93% 48.81 0.2862 0.4049 6.31 2.3316 0.9230
ACESSO A INTERNET EM LOJA **' 6.07% 8.37 0.7481 0.6012 0.51 3.5491 0.9758
TAXA DE INSTALACAO DE INTERNET**' 0.96% 2.74 0.4771 0.5029 0.03 5.1231 0.9952
ACESSO A INTERNET DE OUTROS IMOVEIS **' 0.02% 8.93 0.2841 0.4074 0.00 8.6215 0.9999
94
Despesas Positivas Despesas Totais
% População
com despesas MÉDIA THEIL GINI MÉDIA THEIL GINI
Equipamentos de Telefonia
TELEFONE CELULAR (APARELHO) **' 30.64% 7.58 0.4147 0.4864 2.32 1.5972 0.8426
ACESSORIOS DE TELEFONE CELULAR **' 3.03% 1.15 1.1295 0.7214 0.03 4.6269 0.9916
ACESSÓRIOS TELEFONE**' 2.30% 2.82 0.5220 0.5201 0.06 4.2944 0.9890
CONSERTO TELEFONE**' 0.08% 6.65 0.3699 0.4721 0.01 7.5355 0.9996
TELEFONE VIRTUAL (APARELHO)**' 0.01% 3.61 0.1001 0.2431 0.00 9.3970 0.9999
Equipamentos de Informática
MICROCOMPUTADOR / NOTEBOOK**' 9.75% 32.90 0.2959 0.4070 3.21 2.6234 0.9422
ACESSORIOS DE MICROCOMPUTADOR**' 1.61% 7.77 0.3199 0.4275 0.13 4.4475 0.9908
CONSERTO MICROCOMPUTADOR**' 0.85% 11.21 0.4082 0.4660 0.09 5.1799 0.9955
ALUGUEL (TELEFONE OU MOCROCOMPUTADOR)**' 0.08% 3.76 0.6576 0.5498 0.00 7.7875 0.9996
ACESSÓRIOS INTERNET**' 0.02% 4.65 0.3008 0.4039 0.00 8.9743 0.9999 Fonte:
CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE
95
Região Geográfica
Abrindo a análise por região geográfica, fizemos um ranking das despesas totais em
2009 para cada unidade da federação brasileira. O estado líder no ranking de despesas é o
Distrito Federal (média de R$51,82), seguido pelo Rio de Janeiro (R$51,12) e São Paulo
(R$42,74). Os últimos colocados no ranking, por sua vez, são os estados nordestinos
tradicionalmente excluídos de Alagoas (R$10,78), Maranhão (R$11,08) e Piauí (R$12,38).
Olhando agora para as capitais, temos que os líderes no ranking são Vitória (R$79,23), Rio de
Janeiro (R$77,63) e Belo Horizonte (R$62,06). Brasília, a capital do Distrito Federal, líder do
ranking por UF, encontra-se em 6° lugar no ranking. As menores despesas, por sua vez,
encontra-se em Palmas (R$17,76), Maceió (R$22,67) e Boa Vista (R$22,73). Apesar de o
Maranhão ocupar o último lugar no ranking de despesas por UF, a sua capital São Luis aparece
em 14° lugar no ranking de capitais, o que mostra a intensa desigualdade entre a capital e o
interior desse estado, assim como em muitos outros.
96
Fonte: CPS/FGV a partir dos dados da POF/IBGE 2003/2009
Renda Familiar
Dentre as variáveis subjetivas da POF, existe uma pergunta que é se “a renda familiar
permite que você leve a vida até o final do mês com dificuldade ou facilidade”. Pelas respostas
dadas pelos indivíduos, percebemos há aumento da despesa digital per capita total entre os que
sofrem dificuldades de renda: aumento de 13,64% de 2003 a 2009, ante a estagnação dos que
reportam facilidade. Na comparação entre os tipos de despesas, gastos com serviços de internet
são superiores aos com telefonia, apesar do nível menor. Os dados indicam, portanto, que a
variação nas despesas foi muito maior para as pessoas que reportam dificuldades.
Despesa per capita
Renda Familiar permite que você leve a vida até o fim do mês com:
Despesa Serviços de Serviços de Equipamentos de Equipamentos de
Categoria Ano Classe
total telefonia Internet telefonia informática
2009 22,5 12,71 5,31 2,07 2,41
97
Quantidade de Alimentos
Despesa Serviços de Serviços de Equipamentos de Equipamentos de
Categoria Ano Classe
total telefonia Internet telefonia informática
2009 11,83 6,96 2,51 1,25 1,11
Normalmente não é 2003 9,22 7,81 0,38 0,69 0,34
Total
Suficiente
Var 03-
28,31% -10,88% 560,53% 81,16% 226,47%
09
2009 14,73 8,8 2,68 1,7 1,56
Às Vezes não é 2003 13,19 10,78 0,55 1,17 0,69
Total
Suficiente
Var 03-
11,68% -18,37% 387,27% 45,30% 126,09%
09
2009 40,74 21,3 11,72 2,96 4,76
A análise das variáveis subjetivas referentes às condições de moradia sugere que quem
tem boas moradias gasta mais com equipamentos e serviços digitais, principalmente serviços
de telefonia. De modo geral, o total de despesas seguiu o padrão de moradia, com maiores
gastos conforme a melhora de moradia.
98
Despesa per capita
Condição de Moradia
Despesa Serviços de Serviços de Equipamentos de Equipamentos de
Categoria Ano Classe
total telefonia Internet telefonia informática
2009 39,95 20,92 11,7 2,75 4,58
Inadimplência
Entre os tipos de atrasos de pagamentos que a POF permite analisar – atraso de aluguel
ou prestações da casa; atraso de luz, gás, água, e atraso no pagamento de bens e serviços – o
último é uma boa aproximação para a capacidade da demanda por serviços de telefonia e
internet. O ponto principal é que a oferta de bens e serviços digitais é fortemente ligada à
capacidade de pagamento das contas, pois eles podem ser considerados supérfluos diante de
uma crise financeira familiar. Assim, seriam os primeiros serviços descartados.
Vamos olhar primeiramente para o atraso nas prestações de bens e serviços. Em 2003,
os gastos entre inadimplentes e não inadimplentes eram próximos, mas em 2009, os primeiros
passaram a ter gasto com telefonia menor e com internet, maior. No total, porém, não
inadimplentes tiveram aumento três vezes maior que sua contraparte.
99
Despesa per capita
Atraso na Prestação de Bens / Serviços
Despesa Serviços de Serviços de Equipamentos de Equipamentos de
Categoria Ano Classe
total telefonia Internet telefonia informática
2009 22,87 12,25 5,46 2,44 2,72
100
Sitio da Pesquisa
101
Mapas Digitais e Outras Ações da FGV
Há dez anos o Centro de Políticas Sociais (CPS) lançou o Mapa da
Exclusão Digital. O estudo foi o primeiro estudo baseado nos
microdados do Censo Demográfico 2000 sobre qualquer campo gerado
fora do IBGE. O Censo 2000, por sua vez, foi a primeira pesquisa
domiciliar ibgeana a captar o acesso à tecnologia digital sendo seguido
pela PNAD 2001. Como resultado o Mapa da Exclusão Digital foi o
primeiro estudo brasileiro em escala nacional a tratar sobre o acesso, uso
e impactos das TICs do ponto de vista das pessoas.
A FGV dispõe de times qualificados em diferentes usos das TICs desde
o CIA (Centro de Informática Aplicada) da EAESP coordenado por
Fernando Meirelles e suas pesquisas sobre utilização de hardware e software no âmbito das empresas, O
CTS (Centro de Tecnologia Social) da Direito Rio onde Ronaldo Lemos lidera discussões
internacionais sobre propriedade intelectual na rede até as pesquisas sobre regulação do IBRE sob a
batuta de Luiz Schymura, ex-Presidente da Anatel.
Telefônica | Vivo
O Brasil, onde atua desde 1998, é a maior operação mundial da Telefônica em número
de clientes e empregados diretos (cerca de 100 mil). As principais empresas são Telefônica
Brasil (Telefônica | Vivo), Atento (call center) e Terra (provedor e portal de internet). O Grupo
Telefonica é um dos maiores conglomerados de comunicação do mundo, com presença em 25
países, 309 milhões de acessos, 289 mil empregados e receitas de 62,8 bilhões de euros (2011).
Os investimentos previstos para o Brasil no período 2011-2014 totalizam R$ 24,3 bilhões.
102
Conclusão (Principais Resultados)
Tal como a célebre música de Raul Seixas que virou título de filme biográfico, a ênfase da
inclusão digital não está no início, ou mesmo no fim, mas está no meio. O inicio é o conteúdo a
ser acessado nas tecnologias de informação e comunicação (TICs). O fim se refere as
capacidades obtidas a partir do uso das TICs como educação, trabalho, lazer entre outros. Se
cobertura está associada ao “o que?” e capacidades ao “para que?”, o meio se refere ao
“como?”.
Os conceitos de conectividade e convergência são características do meio. Se convergência
significa unificar dispositivos de acesso, conectividade multiplica lugares de acesso. A união
harmoniosa dos vetores conectividade e convergência guarda a promessa de reduzir custos e
ampliar possibilidades de realização de nossas atividades cotidianas. O meio envolve ainda
questões práticas começando pelo tipo de dispositivo utilizado, como computador, ou telefone.
Ou ainda, telefonia fixa ou móvel e assim por diante. Trata-se de uma espécie de corrida entre
tecnologias na busca de cobertura e capilaridade como ponto de partida para condução de
conteúdos rumo à conquista de capacidades. O estudo enfatiza a telefonia móvel pela sua
cobertura na população carente.
Contrastamos o desempenho de áreas espaciais específicas, tratando níveis e unidades
geográficas distintos com metodologias idênticas. O uso mesma métrica suaviza o fluxo do
pensar global ao agir local. Dada à velocidade e assimetria da difusão tecnológica em curso,
projetamos o uso das TICs em diferentes segmentos das sociedades como mulheres, jovens e
etc. Usamos modelos multivariados traduzidos sob a forma de simuladores amigáveis para
monitorar progressos e percalços de pessoas iguais em lugares diferentes. Ao fim e ao cabo
criamos uma espécie de competição entre atributos pessoais e localidades das TICs pela
inclusão social.
103
Além disso, medimos os fins que as pessoas buscam na inclusão digital tais como educação,
lazer, governo e comércio eletrônicos entre outros. Auferimos preferências subjetivas
declaradas sobre os objetivos de uso da internet através de perguntas diretas aos usuários.
Captamos também preferências reveladas da população através de pesquisas de orçamentos
familiares sobre os gastos em serviços e infraestrutura de informática e de telefonia. A nossa
estratégia é estudar os meios privados gastos para atingir finalidades desejadas.
Temos conferido ênfase exagerada no âmbito da inclusão digital seja nas medições, seja nas
discussões de política ao acesso a computador com internet e pouco aos celulares, que é uma
tecnologia mais intuitiva e difundida no Brasil e no Mundo. Aqui a taxa de cobertura de
domicílios com celular é 87% contra 38% da telefonia fixa e 40% de computador com internet.
Na média mundial, estes números são 79,96% contra 43,34% e 36,29%, respectivamente.
Diversos estudos têm captado efeito positivo da telefonia e serviços associados em forte
difusão através do celular sobre crescimento econômico.
Na hora de se traçar metas de telefonia, a forma fixa ou móvel não deveria importar. O
acesso a telefonia fixa caiu, em 8 anos, 14,2%, enquanto a telefonia móvel aumentou 165%. O
uso domiciliar dos dois tipos de telefonia subiu 66,9%. Agora, o uso de uma das duas
tecnologias sobe 48,8%. Em números absolutos, a telefonia fixa e móvel atinge a cobertura de
38,7% enquanto a cobertura de tecnologia fixa ou móvel chega a 85,7%.
Outra questão relevante se refere à unidade de medição, domicílios ou indivíduos. Apesar
de usarmos o termo computador pessoal (PC de Personal Computer), o que é realmente
pessoal é o uso do celular. O telefone fixo e o computador em particular os desktops estão mais
associados a ativos familiares. Outra clivagem relevante é aquela existente entre cobertura e
uso efetivo das tecnologias. Nas estatísticas domiciliares se socializa um suposto uso pleno do
ativo entre os vários membros de cada domicílio.
De maneira geral as bases de dados internacionais e domésticas têm enfatizado o acesso
domiciliar e não o uso individual efetivo que seria mais relevante. Este ponto importa para
questões ligadas a desigualdade digital como gênero e idade, por exemplo. No gênero o acesso
domiciliar é 2,9% favorável a elas, mas no conceito de uso individual efetivo são 4,1%
favorável a eles.
O uso individual de internet tem crescido a taxa de 8,8% ao ano. O objetivo da conexão a
internet, independente do dispositivo de acesso são diversos indo desde atividades mais
frequentes associadas à comunicação (37,3%), lazer (29,6%), leitura de jornais e revistas e
busca de informações (28,7%), educação e aprendizado (28,1%). Além disso, há alguns usos
104
mais específicos como comércio eletrônico (8,1%), governo eletrônico (8%) e transações
financeiras (7%).
O último dos objetivos de desenvolvimento do milênio (MDGs) da ONU incorpora
indicadores de conectividade. Entretanto, temos dado pouca importância aos mesmos. À
medida que se aproxima 2015, data final do compromisso do milênio fixado pela ONU, volta à
discussão sobre as novas metas a serem perseguidas. Participo de comissão internacional e de
seminários em Paris, Seoul, Beijing, Pretoria, Mumbai e finalizando com um organizado e
hospedado por nós no Rio de Janeiro em torno da fixação de novos objetivos do milênio (Post-
2015 Targets). A proposta hoje em discussão prevê a ampliação desses objetivos de 8 para 12
com um objetivo específico voltado a conectividade. A incorporação efetiva de indicadores no
âmbito dos compromissos do milênio talvez seja a maneira mais efetiva de transmitir
indicadores, é transformá-los numa meta de governos não só nacionais como locais, setor
privado e sociedade. Buscando subsidiar este debate apresentamos alguns resultados a seguir:
ITIC Global –
Propomos e calculamos indicador sintético integrado de Telefonia, Internet e Celular, o ITIC,
aplicado a 150 países, 5550 municípios brasileiros, estados, suas capitais e seus distritos e
bairros.
O Brasil se situa na 72º posição com 51,25% de ITICC próximo da média global de 49,1%.
O líder mundial de acesso a tecnologia pelo ITIC é a Suécia (95,8%) seguida da Islandia
(95,5%) e Singapura (95,5%) empatadas. Lanterninhas do ranking são: República Centro
Africana (5,5%), Burundi (5,75%) e Etiópia (5.5%).
Sem Celular - Ao excluir o celular do ITIC não afetamos a ordem do topo do ranking, mas
afetamos a base do mesmo passando a ser comportas por Madagascar (0,3%), Guinea (0,3%) e
Togo (0,7%). Note que as taxas de inclusão são de 15 a 30 vezes menores.
Felicidade Digital - Há uma correlação forte entre na inclusão digital e felicidade entre países:
a cada 10% de ganho no ITIC a felicidade presente sobe 2,2%. Entretanto, não se pode dizer
que inclusão digital traz a felicidade, ou vice-versa.
Em nível microeconométrico, tanto na felicidade presente, como na passada e na futura os
coeficientes de telefonia fixa e de internet são positivos e maiores para os últimos.
Gênero - Apesar de uma correlação próxima de 1 em 28% dos países o ITIC delas supera o
deles. O ganho de felicidade das mulheres em relação aos homens é positivo no caso do acesso
a telefonia (0.042) mas não é estatisticamente diferente de zero no caso da internet.
105
Nenhum país do mundo apresenta diferenças de correlação entre felicidade presente e acesso a
telefonia menores que o Brasil (em 47 dos países a correlação é estatisticamente positiva; nos
demais, é estatisticamente nula). Para mais detalhes, vide a tabela abaixo. Isto pode sinalizar
uma baixo impacto de ativos de TICs, ou de sinais de riqueza em geral na felicidade do
brasileiro
ITIC Local - Os extremos dos municípios em termos do ITIC são São Caetano em São Paulo
com 82,6% e Fernando Falcão no Maranhão com 3,7%.
A Capital da inclusão digital pelo ITIC é Florianópolis (77,1%).
Os distritos das capitais pesquisadas com maior ITIC são Moema (83%) e Jardim Paulista
(92,3%) e mais 6 até Consolação (89%) em São Paulo, Bueno em Goiânia (91,7%), Lagoa
(88,9%) no Rio, Vitória (78,4%) e Amaralina em Salvador
Os menores sub-distritos de ITIC no Rio são as favelas do Complexo do Alemão (50,8%),
Jacarezinho (54,5%), Maré (55,9%) e Rocinha (57,5%)
Estados Digitais - Os extremos dos estados em termos ITIC são Distrito Federal (71,21%) e
Maranhão (26,87%). Os extremos do ranking do ITIC sem celular são os mesmos, mas com
amplitude de variação maior Distrito Federal (63,14%) e Maranhão (14,81%).
Censos 2000 X 2010 - Ressaltamos o forte aumento da posse de computador e uma certa
estagnação na cobertura da telefonia fixa
Celular X Internet –
Os extremos dos municípios em termos do ranking com internet são São Caetano (74%) e
Aroeiras (PI), com zero virtual. No celular os extremos são Chapadão do Céu em Goiás
(97,9%) e Alvorada do Fernando Falcão/MA (9,42%)
Tal como entre países, entre cidades brasileiras os líderes do ranking de celular inclui
localidades excluídas do ranking das demais TICs pesquisadas.
Damos ênfase exagerada ao computador com internet e pouco aos celulares, que é uma
tecnologia mais intuitiva e difundida no Brasil e no Mundo. Diversos estudos têm captado
efeito positivo da telefonia e serviços associados em forte difusão através do celular sobre
crescimento econômico.
Aqui a taxa de cobertura de domicílios com celular é 87% contra 38% da telefonia fixa e 40%
de computador com internet. Na média mundial, estes números são 79,96% contra 43,34% e
36,29%, respectivamente.
Despesas Digitais –
106
No total das despesas, houve um aumento de 22,98% no período 2003 a 2009. As despesas
relacionadas aos serviços de internet e equipamentos de informática foram as que mais
cresceram, 319,69% e 73,23% respectivamente.
Pobreza Digital - A classe E, apesar de possuir os menores níveis de despesas digitais, foi a
que teve maior aumento de 47,51%. De 2003 para 2009, há um crescimento de 28,31% nas
despesas totais de quem normalmente não consumiam quantidade suficiente de alimentos.
Desigualdade Digital - Dos serviços de telefonia, o cartão telefônico para celular é aquele com
menor nível de desigualdade dos gastos (Gini de 0,7593) - o mais difundido entre as famílias.
Em termos de acesso, 44,08% das pessoas tiveram essa despesa familiar, cerca de R$ 9,74 por
pessoa.
Contas domiciliares de internet (provedor, a cabo, via satélite, etc) gastos em média R$ 22,64
per capita ao mês com Gini de 0,9682 mostra que o acesso ainda é bastante desigual para a
população como um todo.
Estados - O líder das despesas digitais é o Distrito Federal (média de R$51,82), seguido pelo
Rio de Janeiro (R$51,12) e São Paulo (R$42,74). Os últimos são Alagoas (R$10,78),
Maranhão (R$11,08) e Piauí (R$12,38).
Capitais - As líderes são Vitória (R$79,23), Rio de Janeiro (R$77,63) e Belo Horizonte
(R$62,06). Brasília, líder do ranking por UF, encontra-se em 6° lugar no ranking. As menores
despesas, por sua vez, encontra-se em Palmas (R$17,76), Maceió (R$22,67) e Boa Vista
(R$22,73).
Medidas e Metas –
Na hora de se traçar metas de telefonia, a forma fixa ou móvel não deveria importar. O acesso
à telefonia fixa caiu, em 8 anos, 14,2%, enquanto a telefonia móvel aumentou 165%. Em
números absolutos, a telefonia fixa e móvel atinge a cobertura de 38,7% enquanto a cobertura
de tecnologia fixa ou móvel chega a 85,7%.
Domicílios X Indivíduos - Apesar de usarmos o termo computador pessoal (PC de Personal
Computer), o que é realmente pessoal é o uso do celular.
Cobertura X Uso - Nas estatísticas domiciliares se socializa um suposto uso pleno do ativo
entre os vários membros de cada domicílio. Este ponto importa para questões ligadas à
107
desigualdade digital como gênero: O acesso domiciliar é 2,9% favorável a elas, mas o uso
individual efetivo é 4,1% favorável a eles.
Fins Digitais - O uso individual de internet tem crescido a taxa de 8,8% ao ano. O objetivo da
conexão a internet, independente do dispositivo de acesso são diversos indo desde atividades
mais frequentes associadas à comunicação (37,3%), lazer (29,6%), leitura de jornais e revistas
e busca de informações (28,7%), educação e aprendizado (28,1%). Além disso, há alguns usos
mais específicos como comércio eletrônico (8,1%), governo eletrônico (8%) e transações
financeiras (7%).
108
BIBLIOGRAFIA
AFONSO, C. A. Internet no Brasil: o acesso para todos é possível?. Policy Paper nº 26,
Friedrich Ebert Stiftung, 2000. 37 p.
ANATEL. Participação do Mercado por UF. 2011. Disponível em:
http://sistemas.anatel.gov.br/SMP/
ANDERSON, C. The long tail. Londres, Random House Business Books. 2006
ARMSTRONG, M., COWAN, S. & VICKERS, J. Regulatory Reform: Economic Analysis
and British Experience. Cambridge (MA), MIT Press, 1994. 381p.
ASHTA, A. and ASSADI, D. Do Social Cause and Social Technology Meet? Impact of
Web 2.0 Technologies on Peer-to-Peer Lending Transactions. Cahiers du CEREN, v. 29,
pp. 177-192, 2009.
CASTEL, R., La inseguridad social ¿Qué ES estar protegido?. Buenos Aires, Manantial.
2002.
CGI.br. Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação no Brasil: TIC
Domicílios e TIC.
CHONG, A., MICCO, A. The Internet and the Ability to Innovate in Latin America.
Working Paper 464, Inter-American Development Bank, 2002.
DIGNAN, Larry. Google Makes Waves and May Have Solved the Data Center Conundrum.
2010. Disponível em: http://www.zdnet.com/blog/btl/google-makes-waves-and-may-have-
solved-the-data-center-conundrum/9937
DUARTE, A. Entrevista com Manuel Castells: “Se um país não quer mudar, não é a
Internet que irá mudá-lo”, diz sociólogo espanhol. Folha de S. Paulo, 21 de setembro de
2010. Disponível em:
http://bit.ly/9KL95Q.ec.europa.eu/environment/waste/weee/index_en.html
EINHORN, Michael A. "Biases in Optimal Pricing with Network Externalities.” In: Review
of Industrial Organization 8: 741-746, 1993.
EPA. It’s Easy Being Green: A Guide to Planning and Conducting Environmentally
Aware Meetings and Events. Washington: Environmental Protection Agency, 1996.
EUROSTAT. Eurostat Model Questionnaire for the Community Survey on ICT Usage
and e-Commerce in Enterprises. 2010.
FERREIRA, F.; LANJOUW, P.; NERI, M. C. A Robust poverty profile for Brazil using
multiple data sources. Revista Brasileira de Economia 57 (1), p. 59-92, 2003.
110
FRIEDMAN, T. L. O Mundo é plano. Uma Breve História do Século XXI. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2005. 640p.
GIDDENS, A., “La estructura de las clases en las sociedades avanzadas”, Madrid, Alianza
Editorial, 6ª ed. 1996.
GUZZI, Drica. Web e participação: a democracia no século XXI. 1ª Ed. São Paulo: Editora
Senac São Paulo, 2010. 160p.
HOBSBAWM, E. “A Era dos Extremos: O Breve Século XX, 1914-1991”. Companhia das
Letras, São Paulo, 1994. 598p.
KAKWANI, N.; NERI, M. C.; SON, H. Linkages between pro-poor growth, social
programmes labour market: the recent brazilian experience. World Development, vol. 38,
nº 6, 2010.
111
KIEWIET, D. R.; MCCUBBINS, M. D. Delegation and Agency Problems. In: The Logic of
Delegation: Congressional Parties and the Appropriations Process. Chicago: University of
Chicago Press, 1991.
LAFFONT, Jean-Jacques & TIROLE, J. “Access Pricing and Competition.” In: European
Economic Review 38: 1673-1710, 1994.
LANJOUW, P. and RAVALLION, M. "Poverty and Household Size". In: Economic Journal,
105 e 433, 1995.
MILANOVIC, B. The Haves and the Have-Nots: a short and idiosyncratic history of
global Inequality, Basic Books, 2011.
MILLER, Rich. IDS Readies Data Centers on Ships. 2010. Disponível em:
http://www.datacenterknowledge.com/archives/2010/08/09/ids-readies-data-centers-on-ships/.
MOLINA, A. “The Digital Divide: The Need for a Social Movement". The University of
Edinburgh.
______. O Mapa da Exclusão Digital. Revista Conjuntura Econômica. Rio de Janeiro, p.70 -
73, 2003.
______. Retratos da Deficiência no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 2003,
v.1. p. 2004.
NERI, M. C.; MELO, L. C. C. de; NERI, A.L ; CORSI, A. P.. Lei de Moore e Políticas de
Inclusão Digital. Inteligência Empresarial, Rio de Janeiro, v. 14, p. 4-9
NERI, M. C., MELO, L. C. C. de, CORSI, A. P., MONTE, S. dos R. M. Inclusão Digital no
Rio de Janeiro. Inteligência Empresarial (UFRJ). , v.14, p.10 - 16, 2003.
NERI, M. C., XEREZ, M. C. Think Global, Act Local: Social Credit based on MDGs In:
The Many Dimensions of Poverty. Ed. Hamphire: Palgrave-Macmillan, 2008, p. 231-2350.
OCDE Report. Latin American Economic Outlook 2011: How Middle-Class is Latin
America? OCDE Development Centre, 2010.
OECD. A New Economy? The Changing Role of Innovation and Information Technology
in Growth, Paris. 2000.
OECD. The Economic and Social Impact of Electronic Commerce. Preliminary Findings
and Research Agenda, OECD, Paris, 1999.
SILVEIRA, S. A. da. Exclusão Digital - A miséria na era da informação. São Paulo, Editora
Fundação Perseu Abramo, 2001.
_____. Transparency in Government. In: World Bank: The Right to Tell: The Role of Mass
Media in Economic
114
STIGLITZ, J.; SEN, A. e FITOUSI, J. Report by the Commission on the Measurement of
Economic Performance and Social Progress. September, 2009.
UIT. Child Online Protection: Statistical framework and Indicators. Genebra: International
Telecommunication Union, 2010. Disponível em http://www.itu.int/pub/D-IND-COP.01-11-
2010/en
UNCTAD. Manual for the Production of Statistics on the Information Economy 2009.
Nova York: Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, 2009.
Disponível em http://www.unctad.org/en/docs/sdteecb20072rev1_en.pdf.
UNITED NATIONS. Division for Public Economics and Public Administration / ASPA
(American Society for Public Administration). Benchmarking E-Government: A Global
Perspective Assessing the Progress of the UN Members States, 2002.
WAGNER, F. R. Habilidades e inclusão digital: o papel das escolas. In: CGI.br. Pesquisa
sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação no Brasil 2009. São Paulo:
Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2010.
ZWEIG, Stefan. Brasil, um País do Futuro. 1ª Edição. Editora L&PM Pocket, 2006. 264 p.
115
116
ANEXO
ITIC - RANKING DIGITAL GLOBAL POR GÊNERO - 2011
População com 15 anos ou mais
120
Modelos Multivariados de Finalidades de Acesso
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
Intercept -6.8436 0.2029 1137.63 ** .
SEXO Homens 0.5446 0.0200 741.90 ** 1.72384
SEXO Mulheres 0.0000 0.0000 . 1.00000
IDADE 0.2035 0.0046 1930.88 ** 1.22574
IDADE2 -0.0024 0.0001 1550.71 ** 0.99764
edu a1 a 3 -0.7854 0.2463 10.17 ** 0.45595
edu b4 a 7 -0.7418 0.1869 15.75 ** 0.47627
edu c8 a 11 0.4720 0.1763 7.17 ** 1.60321
edu d12 ou mais 1.2392 0.1763 49.41 ** 3.45301
edu ignorado -0.2679 0.2961 0.82 0.76499
edu zSem instrução o 0.0000 0.0000 . 1.00000
CLASSE Classe AB 1.0267 0.0602 290.79 ** 2.79177
CLASSE Classe C 0.1815 0.0594 9.32 ** 1.19896
CLASSE Classe D -0.6158 0.0764 65.00 ** 0.54019
CLASSE Classe E 0.0000 0.0000 . 1.00000
NEW Metropolitana 0.3145 0.0258 148.40 ** 1.36956
NEW Rural -0.5323 0.0973 29.90 ** 0.58727
NEW Urbana 0.0000 0.0000 . 1.00000
chavuf AC -0.8790 0.1503 34.21 ** 0.41518
chavuf AL 0.1731 0.1187 2.13 1.18902
chavuf AM -0.4193 0.0880 22.69 ** 0.65748
chavuf AP -0.6084 0.1958 9.65 ** 0.54424
chavuf BA -0.4159 0.0442 88.46 ** 0.65972
chavuf CE -0.8434 0.0581 210.44 ** 0.43025
chavuf DF -0.3213 0.0474 46.01 ** 0.72523
chavuf ES -0.1242 0.0775 2.57 0.88325
chavuf GO -0.3046 0.0578 27.82 ** 0.73743
chavuf MA -1.1492 0.1627 49.92 ** 0.31690
chavuf MG -0.3134 0.0396 62.78 ** 0.73096
chavuf MS -0.3100 0.0758 16.74 ** 0.73342
chavuf MT 0.2587 0.0693 13.94 ** 1.29525
chavuf PA -0.8130 0.0642 160.51 ** 0.44355
121
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
chavuf PB -0.4015 0.0993 16.34 ** 0.66932
chavuf PE -0.5753 0.0526 119.50 ** 0.56254
chavuf PI -0.9731 0.1489 42.68 ** 0.37791
chavuf PR -0.1823 0.0439 17.29 ** 0.83333
chavuf RJ -0.2747 0.0397 47.77 ** 0.75978
chavuf RN -0.4686 0.1012 21.45 ** 0.62588
chavuf RO -0.8672 0.1212 51.23 ** 0.42014
chavuf RR -0.8787 0.1777 24.44 ** 0.41534
chavuf RS -0.3569 0.0394 82.05 ** 0.69983
chavuf SC -0.0403 0.0596 0.46 0.96054
chavuf SE -0.2070 0.0974 4.51 ** 0.81305
chavuf TO -0.7484 0.1110 45.49 ** 0.47313
chavuf zSP 0.0000 0.0000 . 1.00000
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
Intercept -3.1380 0.1323 562.47 ** .
SEXO Homens 0.0258 0.0142 3.29 1.02614
SEXO Mulheres 0.0000 0.0000 . 1.00000
IDADE 0.0918 0.0034 744.49 ** 1.09613
IDADE2 -0.0015 0.0000 957.72 ** 0.99851
edu a1 a 3 -0.7787 0.1359 32.85 ** 0.45900
edu b4 a 7 -0.3072 0.1209 6.45 ** 0.73554
edu c8 a 11 0.9240 0.1186 60.70 ** 2.51924
edu d12 ou mais 1.2770 0.1192 114.71 ** 3.58595
edu ignorado 0.8288 0.1577 27.63 ** 2.29049
edu zSem instrução o 0.0000 0.0000 . 1.00000
CLASSE Classe AB -0.0840 0.0350 5.76 ** 0.91942
CLASSE Classe C -0.0293 0.0318 0.85 0.97112
CLASSE Classe D -0.0304 0.0355 0.73 0.97006
CLASSE Classe E 0.0000 0.0000 . 1.00000
NEW Metropolitana 0.4161 0.0184 509.00 ** 1.51609
122
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
NEW Rural -0.4156 0.0531 61.25 ** 0.65997
NEW Urbana 0.0000 0.0000 . 1.00000
chavuf AC -0.3880 0.0971 15.97 ** 0.67844
chavuf AL -0.7147 0.1102 42.05 ** 0.48936
chavuf AM -0.1610 0.0583 7.62 ** 0.85129
chavuf AP -0.1804 0.1205 2.24 0.83490
chavuf BA 0.1298 0.0301 18.64 ** 1.13856
chavuf CE -0.5444 0.0379 206.57 ** 0.58019
chavuf DF 0.0292 0.0364 0.64 1.02967
chavuf ES -0.3358 0.0609 30.36 ** 0.71476
chavuf GO -0.1970 0.0421 21.88 ** 0.82122
chavuf MA -0.6052 0.0894 45.81 ** 0.54597
chavuf MG -0.1637 0.0297 30.42 ** 0.84902
chavuf MS -0.4336 0.0597 52.80 ** 0.64819
chavuf MT -0.2998 0.0594 25.50 ** 0.74095
chavuf PA -0.2834 0.0401 50.03 ** 0.75325
chavuf PB 0.0248 0.0642 0.15 1.02515
chavuf PE 0.0561 0.0345 2.64 1.05768
chavuf PI -0.1456 0.0840 3.01 0.86452
chavuf PR 0.0291 0.0335 0.75 1.02950
chavuf RJ 0.0882 0.0299 8.73 ** 1.09219
chavuf RN 0.1412 0.0629 5.05 ** 1.15171
chavuf RO -0.5420 0.0789 47.22 ** 0.58161
chavuf RR -0.6116 0.1146 28.50 ** 0.54250
chavuf RS -0.2415 0.0306 62.27 ** 0.78545
chavuf SC 0.2055 0.0457 20.20 ** 1.22815
chavuf SE -0.0704 0.0678 1.08 0.93206
chavuf TO 0.1437 0.0652 4.85 ** 1.15454
chavuf zSP 0.0000 0.0000 . 1.00000
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE
123
C) Compra ou encomenda de bens ou serviços
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
Intercept -5.5011 0.1733 1007.46 ** .
SEXO Homens 0.6085 0.0186 1075.86 ** 1.83776
SEXO Mulheres 0.0000 0.0000 . 1.00000
IDADE 0.1536 0.0041 1374.50 ** 1.16606
IDADE2 -0.0019 0.0001 1202.81 ** 0.99809
edu a1 a 3 -1.3139 0.2127 38.16 ** 0.26876
edu b4 a 7 -0.7694 0.1564 24.21 ** 0.46327
edu c8 a 11 0.2900 0.1494 3.77 1.33647
edu d12 ou mais 1.0295 0.1495 47.41 ** 2.79969
edu ignorado -0.4582 0.2562 3.20 0.63243
edu zSem instrução o 0.0000 0.0000 . 1.00000
CLASSE Classe AB 1.2390 0.0562 486.57 ** 3.45199
CLASSE Classe C 0.3749 0.0550 46.42 ** 1.45487
CLASSE Classe D -0.4993 0.0683 53.43 ** 0.60696
CLASSE Classe E 0.0000 0.0000 . 1.00000
NEW Metropolitana -0.0692 0.0236 8.63 ** 0.93310
NEW Rural -0.5014 0.0805 38.80 ** 0.60569
NEW Urbana 0.0000 0.0000 . 1.00000
chavuf AC -0.1620 0.1115 2.11 0.85042
chavuf AL 0.0527 0.1120 0.22 1.05410
chavuf AM -0.2172 0.0755 8.27 ** 0.80475
chavuf AP 0.5455 0.1303 17.54 ** 1.72549
chavuf BA -0.2091 0.0415 25.34 ** 0.81130
chavuf CE -0.3937 0.0514 58.66 ** 0.67457
chavuf DF -0.3401 0.0476 50.95 ** 0.71172
chavuf ES -0.1723 0.0719 5.74 ** 0.84175
chavuf GO -0.5253 0.0555 89.68 ** 0.59138
chavuf MA -0.2083 0.1066 3.82 0.81197
chavuf MG 0.0180 0.0361 0.25 1.01819
chavuf MS -0.2629 0.0688 14.62 ** 0.76880
chavuf MT 0.2907 0.0635 20.94 ** 1.33730
chavuf PA -0.1550 0.0536 8.36 ** 0.85643
124
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
chavuf PB -0.2672 0.0876 9.30 ** 0.76553
chavuf PE -0.2916 0.0492 35.17 ** 0.74707
chavuf PI -0.1937 0.1071 3.27 0.82392
chavuf PR -0.2581 0.0430 36.05 ** 0.77252
chavuf RJ -0.0141 0.0376 0.14 0.98602
chavuf RN -0.6057 0.0956 40.11 ** 0.54567
chavuf RO 0.1095 0.0833 1.73 1.11572
chavuf RR -0.0890 0.1258 0.50 0.91485
chavuf RS -0.3173 0.0384 68.27 ** 0.72812
chavuf SC -0.0188 0.0550 0.12 0.98140
chavuf SE -0.1838 0.0884 4.32 ** 0.83211
chavuf TO -0.1143 0.0850 1.81 0.89196
chavuf zSP 0.0000 0.0000 . 1.00000
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
Intercept 2.0639 0.1038 395.31 ** .
SEXO Homens -0.0853 0.0164 27.10 ** 0.91822
SEXO Mulheres 0.0000 0.0000 . 1.00000
IDADE -0.0793 0.0030 690.45 ** 0.92379
IDADE2 0.0005 0.0000 144.97 ** 1.00049
edu a1 a 3 -0.4118 0.0935 19.40 ** 0.66248
edu b4 a 7 0.5517 0.0884 38.95 ** 1.73618
edu c8 a 11 1.0537 0.0869 146.90 ** 2.86817
edu d12 ou mais 1.4272 0.0884 260.49 ** 4.16704
edu ignorado 0.7503 0.1423 27.82 ** 2.11771
edu zSem instrução o 0.0000 0.0000 . 1.00000
CLASSE Classe AB 0.8468 0.0377 503.74 ** 2.33229
CLASSE Classe C 0.3310 0.0314 111.44 ** 1.39235
CLASSE Classe D 0.0247 0.0341 0.53 1.02504
CLASSE Classe E 0.0000 0.0000 . 1.00000
NEW Metropolitana 0.3122 0.0213 215.00 ** 1.36643
NEW Rural -0.8280 0.0411 406.40 ** 0.43694
125
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
NEW Urbana 0.0000 0.0000 . 1.00000
chavuf AC -0.6077 0.0892 46.40 ** 0.54463
chavuf AL -0.1758 0.0933 3.55 0.83876
chavuf AM -0.2277 0.0596 14.58 ** 0.79640
chavuf AP 0.0482 0.1355 0.13 1.04940
chavuf BA 0.1825 0.0379 23.14 ** 1.20023
chavuf CE -0.2516 0.0413 37.13 ** 0.77755
chavuf DF -0.2546 0.0461 30.48 ** 0.77520
chavuf ES -0.0544 0.0614 0.79 0.94704
chavuf GO -0.0818 0.0450 3.30 0.92148
chavuf MA -0.1463 0.0790 3.42 0.86394
chavuf MG -0.1232 0.0343 12.92 ** 0.88409
chavuf MS -0.0997 0.0578 2.98 0.90510
chavuf MT 0.1163 0.0650 3.20 1.12331
chavuf PA -0.3728 0.0442 71.05 ** 0.68878
chavuf PB 0.2390 0.0738 10.48 ** 1.27000
chavuf PE -0.0907 0.0421 4.64 ** 0.91333
chavuf PI -0.5674 0.0794 51.02 ** 0.56698
chavuf PR -0.1133 0.0402 7.94 ** 0.89290
chavuf RJ 0.0498 0.0372 1.79 1.05106
chavuf RN 0.0191 0.0690 0.08 1.01928
chavuf RO 0.2229 0.0816 7.46 ** 1.24975
chavuf RR -0.7620 0.0941 65.60 ** 0.46672
chavuf RS 0.0724 0.0372 3.78 1.07512
chavuf SC 0.1705 0.0564 9.13 ** 1.18584
chavuf SE 0.0988 0.0753 1.72 1.10383
chavuf TO -0.5873 0.0663 78.59 ** 0.55581
chavuf zSP 0.0000 0.0000 . 1.00000
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE
E) Educação e aprendizado
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
Intercept 2.1200 0.0966 481.87 ** .
SEXO Homens -0.2743 0.0133 424.05 ** 0.76012
126
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
SEXO Mulheres 0.0000 0.0000 . 1.00000
IDADE -0.1354 0.0027 2606.88 ** 0.87338
IDADE2 0.0013 0.0000 1240.36 ** 1.00128
edu a1 a 3 -0.0825 0.0904 0.83 0.92078
edu b4 a 7 0.3541 0.0853 17.23 ** 1.42495
edu c8 a 11 0.5723 0.0842 46.21 ** 1.77226
edu d12 ou mais 1.7117 0.0854 401.69 ** 5.53843
edu ignorado 1.1013 0.1335 68.07 ** 3.00806
edu zSem instrução o 0.0000 0.0000 . 1.00000
CLASSE Classe AB 0.5676 0.0310 335.08 ** 1.76394
CLASSE Classe C 0.3148 0.0267 138.86 ** 1.36999
CLASSE Classe D 0.0372 0.0292 1.62 1.03792
CLASSE Classe E 0.0000 0.0000 . 1.00000
NEW Metropolitana 0.0140 0.0172 0.66 1.01407
NEW Rural 0.1395 0.0416 11.27 ** 1.14969
NEW Urbana 0.0000 0.0000 . 1.00000
chavuf AC 0.2613 0.0851 9.43 ** 1.29866
chavuf AL 0.2292 0.0821 7.80 ** 1.25764
chavuf AM 0.1060 0.0508 4.35 ** 1.11187
chavuf AP -0.3266 0.1027 10.11 ** 0.72135
chavuf BA 0.4828 0.0295 267.13 ** 1.62054
chavuf CE 0.1183 0.0332 12.72 ** 1.12560
chavuf DF 0.5573 0.0384 210.61 ** 1.74587
chavuf ES 0.1052 0.0510 4.25 ** 1.11093
chavuf GO -0.0503 0.0364 1.91 0.95091
chavuf MA 0.2657 0.0684 15.07 ** 1.30432
chavuf MG 0.2355 0.0277 72.33 ** 1.26553
chavuf MS 0.0062 0.0479 0.02 1.00617
chavuf MT 0.2256 0.0519 18.92 ** 1.25312
chavuf PA 0.5534 0.0387 204.86 ** 1.73920
chavuf PB 0.3702 0.0591 39.28 ** 1.44809
chavuf PE 0.2570 0.0334 59.13 ** 1.29300
chavuf PI 0.3369 0.0769 19.18 ** 1.40056
chavuf PR 0.1892 0.0323 34.23 ** 1.20827
chavuf RJ -0.0149 0.0284 0.28 0.98521
127
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
chavuf RN 0.1865 0.0577 10.45 ** 1.20500
chavuf RO 0.0844 0.0618 1.86 1.08809
chavuf RR 0.2220 0.0921 5.81 ** 1.24863
chavuf RS 0.3034 0.0289 109.97 ** 1.35444
chavuf SC 0.1270 0.0440 8.32 ** 1.13544
chavuf SE 0.3085 0.0619 24.88 ** 1.36144
chavuf TO 0.8946 0.0725 152.39 ** 2.44641
chavuf zSP 0.0000 0.0000 . 1.00000
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
Intercept -5.9456 0.1811 1078.28 ** .
SEXO Homens 0.2947 0.0180 267.73 ** 1.34268
SEXO Mulheres 0.0000 0.0000 . 1.00000
IDADE 0.1578 0.0039 1627.27 ** 1.17097
IDADE2 -0.0017 0.0001 1127.82 ** 0.99830
edu a1 a 3 -1.0398 0.2239 21.57 ** 0.35353
edu b4 a 7 -0.4939 0.1667 8.78 ** 0.61026
edu c8 a 11 0.5738 0.1601 12.85 ** 1.77505
edu d12 ou mais 1.3631 0.1602 72.36 ** 3.90817
edu ignorado -0.0032 0.2447 0.00 0.99679
edu zSem instrução o 0.0000 0.0000 . 1.00000
CLASSE Classe AB 0.6464 0.0528 150.06 ** 1.90862
CLASSE Classe C 0.2551 0.0514 24.65 ** 1.29055
CLASSE Classe D -0.1602 0.0607 6.96 ** 0.85200
CLASSE Classe E 0.0000 0.0000 . 1.00000
NEW Metropolitana 0.0919 0.0233 15.51 ** 1.09623
NEW Rural -0.2540 0.0745 11.61 ** 0.77569
NEW Urbana 0.0000 0.0000 . 1.00000
chavuf AC 0.1006 0.1084 0.86 1.10586
chavuf AL 0.1673 0.1115 2.25 1.18214
chavuf AM -0.3253 0.0804 16.37 ** 0.72232
chavuf AP -0.0255 0.1524 0.03 0.97479
128
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
chavuf BA -0.2095 0.0414 25.62 ** 0.81101
chavuf CE -0.3614 0.0508 50.55 ** 0.69671
chavuf DF 0.3040 0.0435 48.84 ** 1.35533
chavuf ES -0.4236 0.0792 28.62 ** 0.65470
chavuf GO -0.1860 0.0534 12.15 ** 0.83028
chavuf MA -0.6952 0.1288 29.11 ** 0.49898
chavuf MG 0.1073 0.0360 8.88 ** 1.11326
chavuf MS 0.0434 0.0665 0.43 1.04438
chavuf MT -0.1003 0.0711 1.99 0.90458
chavuf PA 0.1456 0.0502 8.42 ** 1.15675
chavuf PB 0.2690 0.0787 11.69 ** 1.30865
chavuf PE -0.2560 0.0483 28.08 ** 0.77412
chavuf PI -0.7003 0.1285 29.70 ** 0.49646
chavuf PR 0.0179 0.0415 0.19 1.01808
chavuf RJ -0.0558 0.0377 2.18 0.94576
chavuf RN -0.0559 0.0846 0.44 0.94562
chavuf RO -0.0988 0.0908 1.18 0.90592
chavuf RR 0.1934 0.1211 2.55 1.21338
chavuf RS -0.0059 0.0368 0.03 0.99410
chavuf SC 0.0772 0.0559 1.91 1.08025
chavuf SE 0.4359 0.0785 30.84 ** 1.54629
chavuf TO -0.1996 0.0898 4.94 ** 0.81902
chavuf zSP 0.0000 0.0000 . 1.00000
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
Intercept -2.3283 0.1001 541.19 ** .
SEXO Homens 0.0787 0.0127 38.21 ** 1.08185
SEXO Mulheres 0.0000 0.0000 . 1.00000
IDADE 0.0706 0.0025 793.52 ** 1.07313
IDADE2 -0.0009 0.0000 632.08 ** 0.99913
edu a1 a 3 -0.3596 0.0969 13.76 ** 0.69797
edu b4 a 7 0.1153 0.0894 1.66 1.12221
129
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
edu c8 a 11 0.7088 0.0881 64.69 ** 2.03153
edu d12 ou mais 1.2995 0.0889 213.70 ** 3.66763
edu ignorado 0.3689 0.1300 8.06 ** 1.44613
edu zSem instrução o 0.0000 0.0000 . 1.00000
CLASSE Classe AB 0.7541 0.0308 599.74 ** 2.12565
CLASSE Classe C 0.4679 0.0275 288.73 ** 1.59663
CLASSE Classe D 0.0864 0.0306 7.95 ** 1.09025
CLASSE Classe E 0.0000 0.0000 . 1.00000
NEW Metropolitana 0.0200 0.0164 1.49 1.02020
NEW Rural -0.2763 0.0403 46.94 ** 0.75860
NEW Urbana 0.0000 0.0000 . 1.00000
chavuf AC 0.3358 0.0806 17.37 ** 1.39913
chavuf AL -0.1693 0.0790 4.59 ** 0.84427
chavuf AM -0.3695 0.0502 54.16 ** 0.69107
chavuf AP 0.4142 0.1043 15.77 ** 1.51313
chavuf BA 0.0272 0.0279 0.95 1.02755
chavuf CE -0.1701 0.0324 27.65 ** 0.84356
chavuf DF 0.2000 0.0351 32.39 ** 1.22135
chavuf ES -0.1123 0.0494 5.17 ** 0.89378
chavuf GO -0.3692 0.0359 105.57 ** 0.69131
chavuf MA -0.0481 0.0657 0.54 0.95300
chavuf MG -0.1433 0.0265 29.29 ** 0.86651
chavuf MS -0.0686 0.0469 2.14 0.93370
chavuf MT 0.4977 0.0500 99.21 ** 1.64497
chavuf PA -0.3475 0.0359 93.65 ** 0.70648
chavuf PB -0.2720 0.0567 23.02 ** 0.76186
chavuf PE -0.4081 0.0326 156.49 ** 0.66488
chavuf PI 0.0809 0.0717 1.27 1.08424
chavuf PR -0.1871 0.0307 37.13 ** 0.82935
chavuf RJ 0.0852 0.0278 9.38 ** 1.08894
chavuf RN -0.0500 0.0559 0.80 0.95123
chavuf RO 0.2194 0.0600 13.36 ** 1.24534
chavuf RR 0.3416 0.0878 15.13 ** 1.40718
chavuf RS -0.2265 0.0273 68.73 ** 0.79730
chavuf SC 0.0541 0.0418 1.67 1.05555
130
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
chavuf SE -0.0520 0.0588 0.78 0.94935
chavuf TO -0.0300 0.0593 0.26 0.97044
chavuf zSP 0.0000 0.0000 . 1.00000
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE
H) Atividades de lazer
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
Intercept 2.6014 0.1031 636.58 ** .
SEXO Homens 0.4696 0.0138 1164.08 ** 1.59930
SEXO Mulheres 0.0000 0.0000 . 1.00000
IDADE -0.1196 0.0027 2007.54 ** 0.88729
IDADE2 0.0008 0.0000 489.16 ** 1.00080
edu a1 a 3 -0.4294 0.0974 19.42 ** 0.65089
edu b4 a 7 -0.0294 0.0915 0.10 0.97102
edu c8 a 11 0.2837 0.0901 9.91 ** 1.32802
edu d12 ou mais 0.4293 0.0909 22.32 ** 1.53623
edu ignorado 0.0771 0.1355 0.32 1.08014
edu zSem instrução o 0.0000 0.0000 . 1.00000
CLASSE Classe AB 0.7177 0.0318 508.16 ** 2.04974
CLASSE Classe C 0.4357 0.0277 246.70 ** 1.54602
CLASSE Classe D 0.0619 0.0303 4.18 ** 1.06385
CLASSE Classe E 0.0000 0.0000 . 1.00000
NEW Metropolitana 0.1964 0.0177 122.61 ** 1.21705
NEW Rural -0.8379 0.0387 467.81 ** 0.43260
NEW Urbana 0.0000 0.0000 . 1.00000
chavuf AC -0.2956 0.0837 12.47 ** 0.74411
chavuf AL -0.5413 0.0793 46.65 ** 0.58197
chavuf AM -0.3432 0.0517 44.11 ** 0.70948
chavuf AP 0.0295 0.1145 0.07 1.02993
chavuf BA -0.0279 0.0305 0.84 0.97244
chavuf CE -0.1786 0.0351 25.86 ** 0.83645
chavuf DF -0.2542 0.0375 45.96 ** 0.77556
chavuf ES -0.1005 0.0528 3.62 0.90440
chavuf GO -0.2550 0.0380 45.06 ** 0.77491
131
Erro Razão
Parâmetro Categoria Estimativa Padrão Qui-Quadrado sig condicional
chavuf MA -0.0480 0.0708 0.46 0.95318
chavuf MG -0.1442 0.0288 25.05 ** 0.86572
chavuf MS -0.1448 0.0498 8.44 ** 0.86521
chavuf MT 0.1473 0.0550 7.18 ** 1.15868
chavuf PA -0.2869 0.0382 56.43 ** 0.75062
chavuf PB -0.2715 0.0578 22.04 ** 0.76223
chavuf PE -0.2022 0.0346 34.17 ** 0.81697
chavuf PI -0.3302 0.0743 19.73 ** 0.71876
chavuf PR -0.0558 0.0338 2.72 0.94577
chavuf RJ -0.0428 0.0303 1.99 0.95814
chavuf RN -0.4152 0.0571 52.95 ** 0.66022
chavuf RO 0.1826 0.0678 7.25 ** 1.20030
chavuf RR -0.4522 0.0900 25.27 ** 0.63623
chavuf RS -0.1031 0.0299 11.89 ** 0.90207
chavuf SC 0.1424 0.0466 9.34 ** 1.15303
chavuf SE -0.0084 0.0631 0.02 0.99168
chavuf TO -0.5501 0.0606 82.52 ** 0.57692
chavuf zSP 0.0000 0.0000 . 1.00000
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE
132
Modelos Multivariados de Despesas
A) Despesas Digitais
Data Summary
Fit Statistics
R-square 0.4294
Denominator DF 95820
Fanoest Anos de estudo 5 2_4 a 7 3_8 a 11 4_12 ou mais 5_ignorado 9_Sem instrução ou até 3 anos
posocup Posição na 10 99 Aprendiz ou Estagiário Conta-Própria Empregado Doméstico Empregado Privado Empregado
ocupação Público Empregado Temporário na Área Rural Empregador Não-Remunerado em Ajuda a Membro do
Domicílio Trabalhador na Produção para o Próprio Consumo
REG_DOM Área - com área 4 1_Capital 2_Área metropolinata (não capital) 3_Área urbana não metropolinata 4_Área rural
urbana
fragmentada
UF 27 AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE TO
ZSP
133
Tests of Model Effects
UF 26 46.71 <.0001
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
134
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
135
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
136
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
137
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
B) Serviços de Telefonia
Data Summary
Fit Statistics
R-square 0.4363
Denominator DF 85189
Fanoest Anos de estudo 5 2_4 a 7 3_8 a 11 4_12 ou mais 5_ignorado 9_Sem instrução ou até 3 anos
posocup Posição na 10 99 Aprendiz ou Estagiário Conta-Própria Empregado Doméstico Empregado Privado Empregado
ocupação Público Empregado Temporário na Área Rural Empregador Não-Remunerado em Ajuda a Membro do
Domicílio Trabalhador na Produção para o Próprio Consumo
REG_DOM Área - com área 4 1_Capital 2_Área metropolinata (não capital) 3_Área urbana não metropolinata 4_Área rural
urbana
fragmentada
UF 27 AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE TO
ZSP
138
Tests of Model Effects
UF 26 49.48 <.0001
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
139
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
140
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
141
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
142
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
C) Serviços de Internet
Data Summary
Fit Statistics
R-square 0.4271
Denominator DF 19613
Fanoest Anos de estudo 5 2_4 a 7 3_8 a 11 4_12 ou mais 5_ignorado 9_Sem instrução ou até 3 anos
posocup Posição na 10 99 Aprendiz ou Estagiário Conta-Própria Empregado Doméstico Empregado Privado Empregado
ocupação Público Empregado Temporário na Área Rural Empregador Não-Remunerado em Ajuda a Membro do
Domicílio Trabalhador na Produção para o Próprio Consumo
REG_DOM Área - com área 4 1_Capital 2_Área metropolinata (não capital) 3_Área urbana não metropolinata 4_Área rural
urbana
fragmentada
UF 27 AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE TO
ZSP
UF 26 16.86 <.0001
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
144
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
145
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
146
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
147
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
D) Equipamentos de Telefonia
Data Summary
Fit Statistics
R-square 0.1663
Denominator DF 45046
148
Class Level Information
Fanoest Anos de estudo 5 2_4 a 7 3_8 a 11 4_12 ou mais 5_ignorado 9_Sem instrução ou até 3 anos
posocup Posição na 10 99 Aprendiz ou Estagiário Conta-Própria Empregado Doméstico Empregado Privado Empregado
ocupação Público Empregado Temporário na Área Rural Empregador Não-Remunerado em Ajuda a Membro do
Domicílio Trabalhador na Produção para o Próprio Consumo
REG_DOM Área - com área 4 1_Capital 2_Área metropolinata (não capital) 3_Área urbana não metropolinata 4_Área rural
urbana
fragmentada
UF 27 AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE TO
ZSP
UF 26 10.43 <.0001
149
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
150
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
151
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
152
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
E) Equipamentos de Informática
Data Summary
Fit Statistics
R-square 0.2260
Denominator DF 10419
153
Class Level Information
Fanoest Anos de estudo 5 2_4 a 7 3_8 a 11 4_12 ou mais 5_ignorado 9_Sem instrução ou até 3 anos
posocup Posição na 10 99 Aprendiz ou Estagiário Conta-Própria Empregado Doméstico Empregado Privado Empregado
ocupação Público Empregado Temporário na Área Rural Empregador Não-Remunerado em Ajuda a Membro do
Domicílio Trabalhador na Produção para o Próprio Consumo
REG_DOM Área - com área 4 1_Capital 2_Área metropolinata (não capital) 3_Área urbana não metropolinata 4_Área rural
urbana
fragmentada
UF 27 AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE TO
ZSP
UF 26 5.93 <.0001
154
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
155
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
156
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
157
Estimated Regression Coefficients
Standard
Parameter Estimate Error t Value Pr > |t|
158
ZOOM MAPA DO ACESSO DOMICILIAR A COMPUTADOR COM INTERNET
2010
A
c
e
s
s
o
I
n
t
e
r
n
e
t
2
0
1
0
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
78
57
-.
8-
71
.
50
5
0
N
o
D
a
t
a
Mapa de Acesso a Computador com Internet em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais)
A
c
e
s
s
o
C
o
m
p
u
t
a
d
o
r
c
o
m
I
n
t
e
r
n
e
t
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
159
Mapa de Acesso a Computador com Internet em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais)
A
c
e
s
s
o
C
o
m
p
u
t
a
d
o
r
c
o
m
I
n
t
e
r
n
e
t
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
Mapa de Acesso a Computador com Internet em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais) – Estado
RJ
A
c
e
s
s
o
C
o
m
p
u
t
a
d
o
r
c
o
m
i
n
t
e
r
n
e
t
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
35
70
.
5-
-6
52
0.5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
161
Mapa de Acesso a Computador em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais)
A
c
e
s
s
o
C
o
m
p
u
t
a
d
o
r
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
162
Mapa de Acesso a Telefone Celular em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais)
A
c
e
s
s
o
C
e
l
u
l
a
r
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
163
Mapa de Acesso a Computador em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais)
A
c
e
s
s
o
C
o
m
p
u
t
a
d
o
r
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
56
02
-.
6-
27
.
55
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
164
Mapa de Acesso a Telefone Celular em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais)
A
c
e
s
s
o
C
e
l
u
l
a
r
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
56
02
-.
6-
27
.
55
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
165
Mapa de Acesso a Computador em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais) – Estado RJ
A
c
e
s
s
o
C
o
m
p
u
t
a
d
o
r
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
Mapa de Acesso a Telefone Fixo em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais) – Estado RJ
T
e
m
T
e
l
e
f
o
n
e
F
i
x
o
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
166
Mapa de Acesso a Telefone Celular em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais) – Estado RJ
T
e
m
C
e
l
u
l
a
r
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
167
Mapa de Acesso a Computador em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais) – Município RJ
A
c
e
s
s
o
C
o
m
p
u
t
a
d
o
r
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
Mapa de Acesso a Telefone Fixo em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais) – Município RJ
A
c
e
s
s
o
T
e
l
e
f
o
n
e
F
i
x
o
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
168
Mapa de Acesso a Telefone Celular em 2010 (Pessoas com 15 anos ou mais) – Município
RJ
A
c
e
s
s
o
C
e
l
u
l
a
r
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
169
ZOOM GEOGRÁFICO MEDIDAS SEM CELULAR
170
Mapa Brasileiro de Inclusão Digital por Municípios – ITIC (sem celular)
I
T
I
C
s
e
m
C
e
l
u
l
a
r
0
-
1
2
.
5
1
2
.
5
-
2
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
56
02
-.
6-
27
.
55
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0
Mapa Brasileiro de Inclusão Digital por Municípios – ITIC 2000 (PC peso 2 mimetizando
o de cima)
I
T
I
C
2
001
0-2
0
P.
C
p
e
s
o
2
( )
1.
2-
52
5
5
2
5
-
3
7
.
5
3
7
.
5
-
5
0
5
0
-
6
2
.
5
6
2
.
5
-
7
5
7
5
-
8
7
.
5
8
7
.
5
-
1
0
0