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Introdução à Engenharia

de Segurança do
Trabalho

Unidade 4
Princípios da Segurança do Trabalho
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoras
ROSIVANY GOMES
A AUTORA
Rosivany Gomes
Olá. Sou a professora Rosivany Gomes. Sou mestre em Biociência
e Pedagoga, com uma experiência técnico-profissional na área de
Segurança, Saúde e Meio Ambiente. Também atuo como consultora em
SMS para empresas que precisam se adequar às exigências legais na área
de Saúde, Segurança e Meio Ambiente. Ao longo da minha vida acadêmica
pude coordenar curso de MBA em Sistema de Gestão Integrado em
SMS e atuar em diferentes segmentos da Educação, desde educação
básica, cursos técnicos, cursos de graduação e pós-graduação. Durante
essa jornada, desenvolvi habilidades e competências como educadora,
aprimorando meus conhecimentos em Metodologia Ativa, Aprendizagem
Baseada em Projetos e Ensino a Distância e Educação em Ambientes
Virtuais com o projeto “Recomendação de materiais didáticos baseada
em estilos cognitivos de aprendizagem”. Destaco na minha sólida carreira
na área de Gestão Educacional os prêmios de coordenador inspirador e
prêmio educação inovação e desenvolvimento de projetos educacionais
pela implantação e coordenação de projetos educacionais baseados em
metodologias ativas e por desenvolver a cultura digital na minha equipe
e nos alunos de cursos presencial e nas plataformas de EAD. Atualmente
me dedico à formação técnica profissional e elaboração de materiais
educacionais, aplicando a aprendizagem, associando teoria à prática –
aprender fazendo.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Política e programa de engenheira de segurança do trabalho.10
Programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO)..................10

Programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA)......................................... 12

Programa de condições e meio ambiente da construção (PCMAT).......... 13

Programa de conservação auditiva.................................................................................... 15

Programa de gerenciamento de risco.............................................................................. 16

Serviços especializados em engenharia de segurança do


trabalho.................................................................................................................. 18
SESMT...................................................................................................................................................... 18

CIPA............................................................................................................................................................ 22

Composição da CIPA..................................................................................................24

Tipos de CIPA...................................................................................................................24

Mapa de risco......................................................................................................................................27

SIPAT..........................................................................................................................................................29

Engenharia de segurança e as demais áreas da empresa ..........32


Cultura organizacional..................................................................................................................32

Administração da segurança em empresas.................................................................34

Liderança................................................................................................................................................37

O papel do RH na gestão de segurança........................................................................ 40

Normatização...................................................................................................... 41
Níveis de normatização............................................................................................................... 41

Normatização nacional – ABNT.............................................................................................42

Normatização internacional – ISO........................................................................................43

Certificação...........................................................................................................................................44
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 7

04
UNIDADE
8 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

INTRODUÇÃO
Bem vindo! Você está iniciando a unidade 04. Você sabe o que
significa PPRA, PCMAT, PCMSO? E o PGR? Já ouviu falar? Então, neste
capítulo conheceremos as políticas e os programas de engenharia de
segurança do trabalho e suas atualizações, quais seus objetivos e os
responsáveis por sua elaboração.

Tem mais conhecimento te esperando nestes capítulos. Você


sabia que antes da criação do SESMT, as empresas não eram obrigadas
a contratar o engenheiro de segurança? Atualmente, esse serviço é
obrigatório na empresas com mais de 50 trabalhadores atendendo os
dispositivos da NR4. Tem mais serviço de segurança garantido por lei.

A NR5 estabelece que as empresas com mais de 50 funcionários


trabalhando em regime de CLT devem ter uma Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA). Mas, o que faz a CIPA? Vamos conhecer os
profissionais que compõem o SESMT, como as CIPA são formadas e qual
o papel dessas duas equipes nas políticas e programas de segurança.

Neste mundo globalizado é preciso estabelecer padrões que


garantam a uniformização da gestão, por isso é preciso integrar os sistemas
de gestão com os demais setores da empresa, atribuindo normas através
de um processo de normatização como veremos nos capítulos 3 e 4 desta
unidade.

A ABNT e a ISSO são as responsáveis pela certificação das


empresas que têm hoje como destaque a ISO9001 (Sistema de Garantia
da Qualidade de uma empresa), a ISO14001 (Sistema de Gestão ambiental
de uma empresa) e a ISO45001 (Sistema de gestão de saúde e segurança
da empresa), que são as principais ligadas ao sistema de gestão integrada.
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Conhecer a política e programa de engenharia de Segurança do


Trabalho.

2. Apresentar a organização dos serviços especializados em


engenharia de Segurança do Trabalho.

3. Compreender o inter-relacionamento de engenharia de segurança


com as demais áreas da empresa.

4. Identificar os impactos da atividade de normalização.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
10 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

Política e programa de engenheira de


segurança do trabalho
INTRODUÇÃO:

Ao final desse capítulo esperamos que você conheça os


fatores envolvidos em um acidente de trabalho, como
o prevencionismo classifica os tipos de acidentes, suas
causas e seus feitos para os trabalhadores, para a empresa
e para a sociedade.

Programa de controle médico de saúde


ocupacional (PCMSO)
Querido(a) aluno(a), nós já sabemos que a engenharia de segurança
do trabalho tem como objetivo criar ambientes seguros, prevenindo os
acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais por meio da gestão de
saúde e segurança, gerando qualidade de vida. Esse conjunto de ações
deve ser planejado, aplicado e avaliado para garantir que sejam atingidas
as metas estabelecidas para cada ação.

Desta forma, os profissionais da área de segurança existem tanto


para atender a legislação, quanto para controlar os riscos ambientais
decorrentes das atividades, nas quais por sua condição, natureza ou
método de trabalho, podem provocar efeitos adversos à saúde do
trabalhador.

A medicina do trabalho é considerada a pioneira na história da


saúde e segurança do trabalho, com os primeiros relatos ainda na
Idade Moderna com a descrição das doenças em trabalhadores, feitas
por Bernardino Ramazzini em 1700, considerado o “pai da medicina do
trabalho” (BENITE, 2004).

Atualmente, a medicina do trabalho é definida como a especialidade


médica que tem como objetivo a promoção da saúde e da qualidade de
vida, além de prevenir doenças e acidentes do trabalho. O médico do
trabalho é o profissional responsável técnico pela elaboração do Programa
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 11

de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), elaborado com o


apoio do engenheiro de segurança do trabalho, mas também por uma
equipe multidisciplinar, que envolve fisioterapeutas, fonoaudiólogos e
técnicos em segurança do trabalho. Profissionais capacitados a avaliar e
identificar os agentes de riscos ocupacionais.

O PCMSO foi estabelecido em 1978 pela Norma Regulamentadora


NR7 e se aplica às organizações e aos órgãos públicos da administração
direta e indireta, bem como aos órgãos dos poderes legislativo e
judiciário e ao Ministério Público, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A NR 7 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e


implementação por parte dos empregadores do PCMSO, programa que
tem como o objetivo a promoção e preservação da saúde, tornando
obrigatória a realização dos exames admissionais, periódicos, de retorno
ao trabalho, de mudança de função e demissional. Os exames médicos
compreendem exame clínico e exames complementares, realizados de
acordo com as especificações da NR07 (ENIT, 2016).

Outros exames complementares usados normalmente em patologia


clínica para avaliar o funcionamento de órgãos e sistemas orgânicos
podem ser realizados a critério do médico coordenador ou encarregado,
ou por notificação do médico agente da inspeção do trabalho, ou ainda,
em decorrência de negociação coletiva de trabalho.

O exame médico admissional, é uma avaliação clínica realizada de


acordo com a função desenvolvida, para avaliar a saúde do trabalhador,
antes que ele inicie suas atividades laborais e a exposição aos riscos
ambientais inerentes à função.

O exame médico periódico deve ser realizado de acordo com os


intervalos mínimos que variam com os riscos ambientais aos quais estejam
expostos conforme estabelecido no item 7.5.8 da NR7 (ENIT, 2016).

O exame de retorno ao trabalho deve ser realizado antes que o


trabalhador reassuma suas funções quando ausente por período igual
ou maior que 30 dias por motivo de doença ou acidente de trabalho. O
exame o médico deve definir a necessidade de um retorno gradativo ao
12 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

trabalho (NR7.5.9.1). O exame de mudança de risco ocupacional deve ser


realizado antes da mudança de função e o exame demissional deve ser
realizado em até 10 dias antes do final do contrato (ENIT, 2016).

Para cada exame médico realizado, o médico deve emitir o Atestado


de Saúde Ocupacional (ASO) em duas vias. Uma deverá ficar arquivada
pelo empregador, disponível para fiscalizações do trabalho e outra que
será entregue ao trabalhador. Acesse a NR7 e consulte o item 7.5.19 para
saber quais os dados que devem constar no ASO.

A última atualização da NR7, publicada em março de 2020 pouco


muda a respeito dos exames médicos em relação aos tipos e periodicidade,
com exceção do exame de mudança de função, agora denominado exame
de mudança de riscos ocupacionais e a exclusão da diferenciação de
periodicidade por idade (menores de 18 anos e maiores de 45 anos de
idade) e fim da previsão de exame de retorno no caso de parto.

Programa de prevenção de riscos


ambientais (PPRA)
O PPRA foi regulamentado pela NR9 estabelecendo a
obrigatoriedade de sua elaboração e implementação pelas empresas
com o objetivo de preservar a saúde e integridade física do trabalhador.
Para efeito da NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos,
químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em
função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de
exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

Em março de 2021 já não iremos mais apresentar o PPRA durante uma


fiscalização do trabalho, mas sim um programa dinâmico e abrangente,
contemplando todos os riscos ocupacionais identificados na organização.

Após as alterações, seu texto passou a trazer mais sinergia com a NR


01, prevendo as diretrizes para identificar, avaliar e implementar medidas
de prevenção para os agentes físicos, químicos e biológicos identificados
no Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR.
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 13

As mudanças contemplam desde a mudança do nome da NR, que


passa a se chamar avaliação e controle das exposições ocupacionais a
agentes físicos, químicos e biológicos e até passa a contemplar os agentes
de risco ergonômico e de acidente na gestão de risco, aproximando as
empresas ao padrão internacional de segurança estabelecido na ISO
45001. Nesse novo contexto, sendo certificadas ou não, as empresas
deverão ter uma ferramenta para identificar, avaliar, classificar e adotar
medidas de controle dos seus riscos ocupacionais e até mesmo elaborar
planos de ações.

Cabe ressaltar que a NR 9 em vigor estabelece os parâmetros


mínimos e diretrizes gerais a serem observados na execução do PPRA,
podendo ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho.

Para efeito de NR, considera-se agentes de risco:

• Físico - as diversas formas de energia a que os trabalhadores


possam estar expostos. Exemplos: ruído, vibrações, pressões
anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações
não ionizantes, infrassom e ultrassom.

• Químico - Consideram-se agentes químicos as substâncias,


compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela
via respiratória, ou que, pela natureza da atividade de exposição,
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da
pele ou por ingestão. Exemplo: poeiras, fumos, névoas, neblinas,
gases ou vapores.

• Biológico - microrganismos patogênicos capazes de causar


doenças. Exemplos: bactérias, vírus, fungos, parasitas, protozoários
e seus transmissores, como insetos e outros.

Programa de condições e meio ambiente


da construção (PCMAT)
Vamos agora abordar um programa estabelecido pelo o texto da
NR 18, um programa obrigatório para estabelecimentos da construção
civil com mais de 20 trabalhadores, sem desobrigar o cumprimento dos
14 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

dispositivos da NR9, devendo ser mantida a disposição dos Auditores


Fiscais do Trabalho (AFT).

Como todo programa, o PCMAT deve prever o comportamento


de cada etapa da obra, incluindo a antecipação de cada risco e as
medidas necessárias para mitigá-los ou eliminá-los. O planejamento
e a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de
segurança deverão contemplar também todas as exigências destinadas
ao PPRA, devendo ter uma interligação entre o PCMAT e os demais
programas como o PPRA e o PCMSO. Apenas o engenheiro de segurança
do trabalho pode elaborar o PCMAT e assinar.

Seu novo texto publicado em fevereiro de 2020 que terá vigência


em 2021, a NR18, estabelece como obrigatória a elaboração do PGR nos
canteiros de obras, contemplando os riscos ocupacionais substituindo o
PCMAT e o PPRA (Figura 1). O PGR deverá ser elaborado pela empresa
construtora, ficando as contratadas com a responsabilidade de entregar o
inventário de risco ao contratante.
Figura 1 – Infográfico com os programas relacionados à NR18

PCMAT

PCMSO NR18 PPRA

PGR/2021

Fonte: Elaborada pela autora (2020).

No item da NR 18 que trata das disposições transitórias fica


estabelecido que o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho
da indústria da construção (PCMAT) existente antes da entrada em
vigência desta norma terá validade até o término da obra a que se refere
o item NR18.17.1 (ENIT, 2016).

ACESSE:

Cartilha elaborada pela CBIC em parceria com o SESI,


orientando sobre as mudanças na NR18, clique aqui.
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 15

Programa de conservação auditiva


O Programa de conservação auditiva é uma obrigatoriedade
encontrada na NR7, que estabelece a elaboração e implementação do
programa de controle médico de saúde ocupacional no anexo II que
estabelece as diretrizes para a avaliação e controle médico ocupacional
da audição de empregados expostos a níveis de pressão sonora
elevados, também previstas na NBR 10152 (níveis de ruído para conforto
acústico-procedimento), na NHO-01 (norma de higiene ocupacional) da
FUNDACENTRO, no anexo I da Norma Regulamentadora n°15 (limites
de tolerância para ruídos contínuos ou intermitentes) e outras instruções
normativas do INSS.

O programa é voltado para trabalhadores expostos a níveis de ruído


que legalmente precisam de ações preventivas para evitar a perda da
audição, manutenção da audição e garantia da qualidade de vida.

Existem várias formas de medir o ruído, uma delas é mediante


avaliação da pressão sonora do ambiente, medida em DeciBel(dB). Essa
avaliação é usada para definir o limiar de audição e os limites de tolerância
no anexo I da NR 15 (Figura 2).

Quando comprovada a probabilidade de causar danos ao


trabalhador, o programa irá controlar o ruído na fonte ou quando não
for possível controlar na fonte, o controle deverá ser através do meio,
evitando a propagação por meio de isolamento.

O controle na fonte pode ser feito por meio da alteração, substituição,


balanceamento, manutenção, alteração ou redução do uso de máquinas
e equipamentos. O controle no meio pode ser feito evitando a propagação
do som a partir da fonte ou evitando que chegue ao trabalhador (Figura 2).
Figura 2 – Controle de propagação no meio

Meio Homem
Fonte
Meio Homem

Fonte: Elaborada pela autora (2020).


16 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

A implementação do programa traz benefícios para o empregador


que garante a qualidade e produtividade no processo de produção e a
redução dos custos com doenças e acidentes do trabalho, que inclui:
consultas, tratamentos, benefícios, ações trabalhistas e também para
o trabalhador, o programa visa conservar a audição e não tratar as
consequências da perda da mesma.

O PCA faz parte da gestão de risco da empresa e por isso deve ser
conduzido por uma equipe multidisciplinar como uma equipe formada
pelo engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho e
fonoaudiólogo, que juntos consolidam os dados de acompanhamento da
pressão sonora no ambiente através de análise qualitativa, quantitativa e
análise médica prevista no PCMSO. Esse programa envolve, como todo
programa de gestão, a informação e o engajamento da equipe gestora e
dos trabalhadores para gerar resultados positivos para a saúde auditiva.

Programa de gerenciamento de risco


O PGR é um documento que foi criado segundo a Norma
Regulamentadora NR 22, segundo o item 22.3.7 que diz “Cabe à empresa
ou Permissionário de Lavra Garimpeira elaborar e implementar o Programa
de Gerenciamento de Riscos – PGR, sendo obrigatório para empresas que
atuem na mineração e suas subcontratadas”.

Havia uma proposta do governo de criar uma Norma de Programa


de Gerenciamento de Riscos (PGR), que dispõe a respeito dos requisitos
gerais para as ações de prevenção e gerenciamento de riscos no ambiente
de trabalho. Proposta essa que não foi concretizada, mas incorporada à
NR 1 em seu novo conteúdo (ENIT, 2016).

No novo texto aprovado, a NR 1 tem seu objetivo que continua


estabelecendo as disposições gerais, o campo de aplicação, os termos
e as definições comuns às Normas Regulamentadoras (NR), relativas
à segurança e saúde no trabalho e as diretrizes e os requisitos para o
gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de prevenção
em Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Quando entrar em vigor, em
2021, todas as empresas deverão implementar o gerenciamento de
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 17

riscos ocupacionais por estabelecimento e esse gerenciamento deve


constituir um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) para gerir os
riscos ocupacionais de acordo com as diretrizes estabelecidas nessa NR,
independentemente da área ou setor em que a empresa atua.

Aliás, as diretrizes e os requisitos para o gerenciamento de


riscos presentes no novo texto, estão em sintonia com outras normas
internacionais relacionadas, especialmente com a ISO 45001 – Sistema de
Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional.

RESUMINDO:

Se te pedíssemos para apresentar uma proposta de ações


de saúde e segurança do trabalho, a qual documento
você iria se reportar? Se você respondeu PPRA, PCMT ou
até mesmo PCMSO, quer dizer que você acompanhou
direitinho o que vimos até aqui. Se ainda tem dúvidas,
fique atento. Esses programas fazem parte da política
de segurança das empresas e neles, além da análise de
agentes e riscos presentes no ambiente, encontramos as
medidas de controle que garantem a saúde e segurança
do trabalhador.
18 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

Serviços especializados em engenharia


de segurança do trabalho
INTRODUÇÃO:

Ao final deste capítulo esperamos que você reconheça os


profissionais que devem compor o SESMT e a CIPA em uma
empresa, assim como suas atribuições e responsabilidades.

SESMT
A empilhadeira tombou e o operador ficou preso nela! O operador
ficou com o membro inferior parcialmente preso na engrenagem da
máquina! Quem na empresa vai resolver tudo isso? Nesses casos, não
é apenas um profissional responsável e sim um grupo de profissionais
habilitados que compõem um Serviço Especializado em Engenharia e em
Medicina do Trabalho, o SESMT. Por lei fica estabelecido que:

As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da


administração direta e indireta e dos poderes Legislativo
e Judiciário, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), manterão,
obrigatoriamente, serviços especializados em engenharia de
segurança e em medicina do trabalho, com a finalidade de
promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no
local de trabalho (ENIT, 2016).

Em 1967, com o Decreto Lei nº 229 de 28/0267 surge no Brasil o


Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT)
através da CLT, sendo o SESMT facultativo. Não existia obrigatoriedade
e o país não tinha condições nem intenção de fiscalizar. Resultado, nada
de concreto aconteceu. Em 1972 a Portaria nº 3237 de 27/07/72 criou
o SESMT obrigatório. Era o fim do serviço facultativo e o começo da
profissionalização do segmento.
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 19

A Norma Regulamentadora que rege esse serviço é a NR4, aprovada


pela Portaria n0 3.214 de 1978. Por ter sido publicada há mais de 40 anos
essa norma já sofreu alterações no texto original, sendo a última realizada
em 2016 e mais recentemente, com a alteração da CLT, por meio da Lei nº
13.467 de 13 de julho de 2017, a revisão geral da NR-4 entrou na pauta da
CTPP. A modernização da norma encontra-se em processo de discussão
de forma tripartite.

REFLITA:

Você deve estar se perguntando, o SESMT é igual em todas


as empresas? O que determina que em uma empresa o
SESMT seja composto por três engenheiros de segurança
do trabalho, três médicos do trabalho, um enfermeiro do
trabalho, dez técnicos em segurança do trabalho e um
auxiliar de enfermagem e em outra empresa se resuma
ao TST? Como você acha que deveríamos mensurar o
número de profissionais que compõe o SESMT? Será que
as empresas têm poder de escolha? E os trabalhadores?
Eles podem escolher a composição do SESMT?

O dimensionamento do SESMT é estabelecido pela NR 4. Para cada


atividade, é definido um grau de risco, identificado através do CNAE da
empresa. Deve ser levado em conta um número mínimo de especialistas
em SESMT para prover ações a favor da saúde dos trabalhadores. De
acordo com a gradação do risco relacionado à atividade principal e ao
número total de trabalhadores, definido no Anexo I e II da NR supracitada.

O item 4.4 da mesma NR estabelece que:

Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e


em Medicina do Trabalho devem ser compostos por médico
do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, técnico de
segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho e auxiliar ou
técnico em enfermagem do trabalho, obedecido o Quadro II
desta NR (ENIT, 2016).
20 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

O atual dimensionamento do SESMT é feito para garantir que haja


sempre algum especialista da instituição atuando dentro da empresa, de
acordo com o risco que a atividade exercida tem sobre os trabalhadores.

No quadro de composição aparecem cinco profissionais


prevencionistas no quadro do SESMT, engenheiro de segurança do
trabalho, médico do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico em
segurança do trabalho e auxiliar de enfermagem. Cada um deles deve
apresentar comprovação nas seguintes habilitações:
Figura 4 – Habilitações exigidas aos profissionais do SESMT como requisito mínimo

Engenheiro Graduação em engenharia ou arquitetura, portador de certificado de


de segurança conclusão de curso de especialização em engenharia de segurança do
do trabalho trabalho, em nível de pós-graduação.

Médico portador de certificado de conclusão de curso de especialização


em medicina do trabalho, em nível de pós-graduação ou portador
de certificado de residência médica em área de concentração em
Médico do
saúde do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela
trabalho
comissão nacional de residência médica do MEC, ambos ministrados
por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em
Medicina.

Enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso de


Enfermeiro especialização em enfermagem do trabalho, em nível de pós-graduação,
do trabalho ministrado por universidade ou faculdade que tenha cursos de
graduação em enfermagem.

Técnico em
segurança do Técnico portador de comprovação de registro profissional.
trabalho

Auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem portador de


Auxiliar de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de
enfermagem enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada
reconhecida e autorizada pelo MEC.

Fonte: Elaborada pela autora (2020).

Engenheiro de segurança do trabalho – CBO - 0-28.40. Assessora


as empresas, industriais e de outro gênero em assuntos relativos à
segurança e higiene do trabalho, examinando locais e condições de
trabalho, instalações em geral e material, métodos e processos de
fabricação adotados pelo trabalhador, para determinar as necessidades
dessas empresas no campo da prevenção de acidentes.
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 21

Médico do trabalho – 0 CBO - 0-61.22. Participa, juntamente com


outros profissionais, da elaboração e execução de programas de proteção
à saúde dos trabalhadores, analisando em conjunto os riscos, as condições
de trabalho, os fatores de insalubridade, de fadiga e outros, para obter a
redução de absenteísmo e a renovação da mão de obra.

Enfermeiro do trabalho CBO – 0-71.40. Executa e avalia programas


de prevenção de acidentes e de doenças profissionais ou neoprofissionais,
fazendo análise da fadiga, dos fatores de insalubridade, dos riscos e das
condições de trabalho do menor e da mulher, para propiciar a preservação
de integridade física e mental do trabalhador.

Técnico em segurança do trabalho – CBO - 0-39.45. Participa de


reuniões sobre segurança no trabalho, fornecendo dados relativos ao
assunto, apresentando sugestões e analisando a viabilidade das medidas
de segurança propostas para aperfeiçoar o sistema existente.

Auxiliar de enfermagem do trabalho- Desempenha tarefas similares


às que realiza o auxiliar de enfermagem, em geral (5-72.10), porém atua
em dependências de fábricas, indústrias ou outros estabelecimentos que
justifiquem sua presença (BENITE, 2004).

Em consonância com essas atribuições, os profissionais do SESMT


têm por obrigação, entre outros, analisar e registrar todos os acidentes de
trabalho ocorridos na empresa e aplicar seus conhecimentos para reduzir
e até eliminar, os riscos presentes no ambiente de trabalho embora os
relatórios de acidentes relatem o ocorrido como uma consequência humana.

O colaborador, de forma negligente e assumindo uma posição


insegura realizou a operação contra o procedimento, com inobservância
quanto aos procedimentos e as diretrizes e instruções de trabalho
promovidas por parte dos operários envolvidos. O acidente ocorreu devido
ao operador ter tido falta de atenção. A vítima agiu de forma negligente ao
segurar a peça e pedir para um colega acionar a máquina.

Como podemos observar, os relatórios atribuem expressamente


as falhas dos trabalhadores e/ou o descumprimento dos supostos
procedimentos determinados e/ou desatenção e negligência desses na
execução das tarefas.
22 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

REFLITA:

Em uma multinacional brasileira do ramo de calçados


instalada no sudeste baiano, entre 2006 e 2009 ocorreram
dezenas de acidentes causados pelo contato entre as partes
móveis de prensas (que não possuíam qualquer dispositivo
de proteção) e os membros superiores dos empregados.
Mesmo com os equipamentos desprotegidos, as análises
dos SESMT reiteradas vezes concluiu que os infortúnios
eram culpa dos trabalhadores, quase sempre decretando
que “o colaborador de forma negligente e assumindo
uma posição insegura realizou a operação contra o
procedimento”. Por que o SESMT tende a relacionar as
causas aos fatores humanos? Como o SESMT poderia
reverter as causas desses acidentes? (SRTE, 2010).

O SESMT tem um papel fundamental em evitar que os trabalhadores


sofram acidentes ou adoeçam. Caso o seu objetivo não seja atendido,
o Ministério Público pode pedir a condenação penal dos gestores das
empresas responsáveis por acidentes e doenças de seus trabalhadores.
Para evitar abuso por parte das empresas, existem instrumentos jurídicos
com significativa capacidade de impacto na postura adotada pelas
empresas. A fiscalização do trabalho pode efetuar embargos, interdições
e autuações. O Ministério Público do Trabalho pode ajuizar ações cíveis
solicitando a reparação do prejuízo social e a intervenção judicial nas
empresas reincidentes. A procuradoria do INSS pode ingressar com ações
regressivas requerendo que as empresas devolvam os valores pagos pela
previdência aos trabalhadores adoecidos. A Justiça do Trabalho pode
impor sentenças com valores efetivamente pedagógicos às empresas
infratoras, entre outros.

CIPA
Você conheceu o SESMT, Serviço Especializado em Segurança e
Medicina do Trabalho, um serviço criado em 1967, que surge por meio
da CLT, do Decreto Lei nº 229 de 28/0267 e que cria também no Brasil
a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), regulamentada
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 23

pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) nos Artigos 162 a 165 e pela
Norma Regulamentadora 5 (NR-5), contida na Portaria 3214 de 08/06/78
baixada pelo Ministério do Trabalho, que estabelece no item 5.1 que:

As empresas privadas e públicas e os órgãos governamentais


que possuam empregados regidos pela CLT ficam obrigados
a organizar e manter em funcionamento, por estabelecimento,
uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
(ENIT, 2016).

Com o advento da CIPA, a prevenção de acidentes do trabalho foi


institucionalizada, sendo mais forte na iniciativa privada. A implantação da
CIPA contou com o órgão do então MTE, da Associação Brasileira para
Prevenção de Acidentes (ABAPA) e do Serviço Social da Indústria (SESI)
e a recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que
juntamente com pessoas da sociedade, lutaram para que a CIPA fosse
uma realidade.

Atualmente, é uma comissão composta por representantes do


empregador e dos empregados e é um instrumento que os trabalhadores
dispõem para tratar da prevenção de acidentes do trabalho, das condições
do ambiente do trabalho e de todos os aspectos que afetam sua saúde
e segurança.

O papel do Cipeiro dentro de empresas é o de defender os interesses


dos trabalhadores, indicar propostas de melhorias em relação a saúde e
segurança do trabalho e qualidade de vida, acompanhar, fiscalizar e exigir
o cumprimento das exigências legais além de conscientizar trabalhadores
e empregadores quanto às vantagens de investir e cumprir as medidas de
segurança. (PAOLECHI, 2009). O item 5.6 define a composição de CIPA, de
acordo com o dimensionamento previsto no quadro I da NR5.
24 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

Composição da CIPA
A composição da CIPA é dividida entre representantes efetivos
e suplentes. O número de membros titulares e suplentes da CIPA,
considera a ordem decrescente de votos recebidos. Os representantes
dos empregadores são por eles designados não havendo eleição e os
representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em
escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação
sindical, exclusivamente os empregados interessados. Os suplentes são
aqueles eleitos com número de votos imediatamente inferior aos titulares
(ENIT, 2016).

Tipos de CIPA
A constituição da CIPA é definida pela NR5, no entanto, outras NRs
também estabelecem regras para a composição da CIPA em segmentos
que apresentam trabalhadores. São elas:

• NR 18- CIPA centralizada e CIPA por canteiro.

Consideram-se atividades da Indústria da Construção a NR 18 que


estabelece diretrizes de trabalho na Indústria da Construção Civil. É a NR
18 que estabelece “que a empresa que tiver na mesma cidade um ou mais
canteiros de obras e frentes de trabalho com menos de 70 empregados,
deve compor uma CIPA centralizada”

Assim como estabelecido na NR5, a CIPA centralizada será composta


de representantes do empregador e dos empregados, devendo ter pelo
menos um representante titular e um suplente, por grupo de até 50
(cinquenta) empregados em cada canteiro de obra ou frente de trabalho,
respeitando-se a paridade prevista na NR 5.

A CIPA por canteiro deve ser estabelecida quando a empresa possui


um ou mais canteiros ou frentes de obras.

Os profissionais da área de SST, engenheiro de segurança do


trabalho assim como os demais profissionais do SESMT, devem observar
com atenção que, dependendo do número de empregados e do número
de canteiro de obras, a CIPA deve ser constituída observando o disposto
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 25

na NR-05 e na NR-18. Para evitar esse tipo de duplicidade, o novo texto


da NR18 que entrará em vigor em 2021, suprime os itens como o da CIPA
da construção (duplicidade com a NR5), áreas de convivência (NR24) e
espaços confinados (NR33).

ACESSE:

O Ministério da Economia, por meio da sua Secretaria


Especial de Previdência e Trabalho, a Câmara Brasileira
da Indústria da Construção (CBIC), o Serviço Social da
Indústria (Sesi Nacional) e a Fundação Jorge Duprat e
Figueiredo (Fundacentro) produziram uma cartilha com
o título “Nova Norma Regulamentadora NR 18 para a
Indústria da Construção”, que detalha os principais pontos
da nova NR 18. Clique aqui.

• NR 22- CIPAMIN.

A Norma Regulamentadora 22, alterada pela Portaria MTE 732/14


trata de segurança e saúde ocupacional na mineração. Entre as disposições
previstas na norma, uma das principais medidas visando a prevenção
de acidentes e a saúde dos trabalhadores e terceiros, é a Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração (CIPAMIN). Em seu item
22.36.3.1, estabelece que a composição da CIPA deverá observar critérios
que permitam estar representados os setores que forneçam maior risco
ou que apresentem maior número de acidentes.

Como disposto na NR 5, os integrantes da CIPAMIN são eleitos,


no entanto os profissionais interessados devem realizar a inscrição para
representar seu setor da empresa garantindo a eleição dos representantes
por áreas, devendo os demais colaboradores votarem nos representantes
de suas respectivas áreas de atuação. Assim como na NR 05 e diferente
de outras CIPA, a CIPAMIN será formada por um presidente e um vice
presidente e seu mandato terá duração de um ano, podendo o candidato
ser reeleito (ENIT, 2016).

Uma diferença entre a CIPA da NR 5 e a CIPAMIN é que nesta, o


presidente e o vice-presidente são indicados pelos empregadores.
26 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

• NR29- CIPATP.

A NR 29 – Segurança e saúde no trabalho portuário estabelece


as medidas de segurança para garantir a proteção contra acidentes
e doenças profissionais dos trabalhadores envolvidos nesse tipo de
atividade e institui a Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho
Portuário (CPATP).

Assim como na CIPA, a CPATP tem como objetivo relatar e solicitar


medidas para eliminar ou reduzir os riscos existentes nos locais de trabalho.
Promover a segurança e saúde no trabalho. As normas regulamentadoras
são um dos principais pontos da comissão, assim como realizar a Semana
Interna de Prevenção de Acidente no Trabalho Portuário (SIPATP).

A constituição da comissão deve ocorrer de forma igualitária, cujo


número de representantes deve ser igual para cada função exercida na
área portuária. Diferentemente da CIPA, os membros da CPATP devem
permanecer no mandato por dois anos, sendo que no primeiro ano a
presidência deve ser comandada por representante do operador portuário
e outro ano pelo trabalhador.

O subitem 29.2.2.6 da norma regulamentadora nº 29, a composição


da CPATP obedecerá a critérios que garantam a representação das
atividades portuárias com maior potencial de risco e ocorrência de
acidentes, respeitado o dimensionamento mínimo do Quadro II da Norma
regulamentadora nº 29.

• NR31- CIPATR.

Seguindo com os tipos de CIPA prevista como exigência legal agora


iremos falar da CIPA TR, prevista na NR 31 (NR 31 – Segurança e Saúde
no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e
aquicultura). Essa dá a direção para elaboração do processo eleitoral,
eleição e organização da CIPATR.

A CIPA da área rural irá seguir o padrão das demais CIPA, baseando-
se na NR 5, por exemplo, o membro da CIPA TR só pode ser eleito uma
vez consecutivamente conforme determina o item 31.7.6.
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 27

Mas, algumas diferenças podem ser destacadas, como entre a


CIPA das empresas na área urbana para a CIPATR, como a duração do
mandato, que na CIPATR é de dois anos, e o mandato dos membros da
CIPA da NR 5 é de um ano. Assim como na NR 5, o membro da CIPA TR
só pode ser eleito uma vez consecutivamente (NR 31.7.6.) assim como a
garantia de emprego.

Mas essa não é a única diferença, uma outra é que na CIPA da NR 5


o empregador não pode nem mesmo votar durante o processo eleitoral,
porque dela participam apenas os empregados. Na CIPATR o empregador
pode se autodesignar para ser designado, e assim, fazer o trabalho que
a comissão faria. Desde que passe pelo treinamento de 20 horas estará
apto a exercer o seu papel de designado da CIPATR.

Há uma última diferença em relação aos membros que compõe


a CIPATR. Diferente da CIPA, a CIPATR não é composta por presidente e
vice-presidente e sim por um coordenador, sendo no primeiro mandato
indicado pelo empregador e no segundo pelos cipeiros.

Mapa de risco
A Norma Regulamentadora 5 (NR5), determina que a Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) com participação de todos os
trabalhadores expostos aos riscos e com auxílio do Serviço Especializado
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)
elaborem o mapa de risco da empresa.

O mapa de risco é uma exigência legal do Ministério do Trabalho


e Emprego fundamentada na Portaria de 5 de Agosto de 1992 e na
Portaria de nº 25 de 29 de Dezembro de 1994. O mapa de risco deve
apresentar uma leitura fácil e auxiliar na conscientização dos riscos, sendo
considerado eficiente para a prevenção. É um documento obrigatório,
auxilia no diagnóstico e alerta os colaboradores que atuam na empresa
sobre os riscos aos quais estão vulneráveis.
28 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

Figura 5 – Mapa de risco

O que é o MAPA DE RISCO?

Representação gráfica de um conjunro de fatores presentes nos locais de trabalho,


capazes de acarretar prejuízos à saúde e integridade física do trabalhador.

Para que serve o MAPA DE RISCO?

Mostrar os riscos presentes no ambiente Conscientizar os funcionários de


de trabalho. prevenção ou anulaçao dos risco.

Como é elaborado o MAPA DE RISCO?

Uma planta baixa com layout do local Riscos representados por círculos
analisado. divididos por tipo e gravidade.

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

A legenda do mapa de risco deve representar os riscos que estão


presentes nos locais de trabalho e em todas as demais atividades
humanas, que possam afetar o trabalhador a curto, médio e longo prazos,
provocando acidentes com lesões imediatas e/ou doenças chamadas
profissionais ou do trabalho, que se equiparam a acidentes de trabalho.
Para fazer o mapa de riscos, consideram-se os ambientais provenientes
da presença de agentes de riscos.
Figura 6 – Agentes de riscos

Ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes,


Riscos Físicos pressões anormais, temperaturas extremas, iluminação
deficiente, umidade etc.

Poeiras, fumos névoas, vapores, gases, produtos


Riscos Químicos químicos em geral, neblina etc.

Vírus, bactérias, protozoários, fungos, bacilos, parasitas,


Riscos Biológicos insetos, cobras, aranhas etc.

Trabalho físico pesado, posturas incorretas, treinamento


inadequado/inexistente, trabalhos em turnos, trabalho
Riscos Ergonômicos noturno, atenção e responsabilidade, monotonia, ritmo
excessivo etc.

Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos


sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas,
iluminação inadequada, eletricidade, probabilidade de
Riscos de Acidentes incêndio ou explosão, armazenamento inadequado,
animais peçonhentos, outras situações de risco que
poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.

Fonte: Elaborado pela autora (2020).


Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 29

Além das cores usadas para sinalizar a presença do agente no ambiente


no mapa de risco, os riscos serão definidos pelos diâmetros dos círculos,
tendo como base a planta baixa da empresa como mostra a Figura 7.
Figura 7 – Representação do grau de risco usado no mapa de risco

Círculo Pequeno Indica risco de pequena gravidade; (diâmetro = 2,5 cm)

Indica situações de risco que gera potencial de perigo que


Círculo Médio pode ser controlado; (diâmetro = 5 cm)

Alto nível de perigo, apontando risco que pode ter


consequências drásticas (matar, mutilar, gerar doenças) e
Círculo grande que não dispõe de mecanismos para redução, neutralização
ou controle. (diâmetro = 10cm)

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

A falta de elaboração e de afixação, nos locais de trabalho do mapa


de riscos ambientais pode implicar em penalidades previstas na NR-28 da
Portaria 3.214/78 (com a redação dada pelas Portarias nº 3 de 1 de julho
de 1992 e de 5 de outubro de 1992), que também implicam em multas.
É importante esclarecer que embora a responsabilidade da elaboração
do mapa de risco seja da CIPA, depois de consultados os trabalhadores
de todos os setores produtivos da empresa, cabe ao empregador dar
condições para a realização do mapeamento de riscos ambientais
afixando-o em local visível. O mapa de riscos será executado pela CIPA.

SIPAT
Ficou claro no item anterior que o mapa de riscos, elaborado pela
CIPA, é indispensável, portanto, à participação das pessoas expostas ao
risco no dia a dia. Mas o mapa de risco não é a única responsabilidade da
CIPA entre as medidas relacionadas com a conscientização relativa aos
riscos e medidas de controle.
30 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

Além do mapa de risco, também há a Semana Interna de Prevenção


de Acidentes de Trabalho (SIPAT), direcionada à conscientização dos
colaboradores voltados para a prevenção de acidentes e doenças
ocupacionais.

Inicialmente criada como SPAT (sim, nesse tempo era SPAT mesmo),
em 1953 pelo Decreto Lei nº 34715 de 27/11/53, que definia a realização
da semana de prevenção de acidentes do trabalho na quarta semana de
cada ano. Mas, como não tinha um caráter obrigatório, consequentemente,
não havia fiscalização e não foi amplamente implementada. Atualmente
a SIPAT anual é prevista na Portaria 3.214, NR5 item 5.16, que trata das
atribuições da CIPA e em sua alínea o define que é de responsabilidade
da CIPA:

Promover, anualmente, em conjunto com o Serviço


Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT),
a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
(SIPAT) (ENIT, 2016, p. 5.16”O”).

Para que a SIPAT atinja seus objetivos de conscientizar é necessário


que ela seja planejada e que, se possível, o planejamento parta de
uma avaliação da situação atual visando melhorias contínuas e que no
planejamento, assim como na execução, seja respeitado o período
mínimo de 20 horas e não restrita a alguns dias da semana, abordando
temas sugeridos pelos trabalhadores, além de temas da atualidade e
alguns temas previstos na NR 5 como, o uso de álcool, drogas e doenças
ocupacionais.
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 31

RESUMINDO:

Nesse capítulo você conheceu a obrigatoriedade do SESMT


em empresas com determinado número de funcionários
e os profissionais exigidos para a composição sob a
exigência dos profissionais que devem compor o SESMT,
bem como as responsabilidades desses (conscientização,
participação, envolvimento, treinamento etc.) e também
a CIPA. A Nr05 estabelece a obrigatoriedade das
empresas públicas e privadas organizarem e manterem
em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão
constituída exclusivamente por empregados com o objetivo
de prevenir infortúnios laborais, por meio da apresentação
de sugestões e recomendações ao empregador para que
melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis
causas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais.
Por fim, você conheceu os aspectos relacionados à
elaboração do Mapa de Risco e da SIPAT.
32 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

Engenharia de segurança e as demais


áreas da empresa
INTRODUÇÃO:

Ao final deste capítulo esperamos que você consiga


identificar a importância da gestão integrada para o
sucesso dos resultados da empresa, o papel do líder e do
RH no planejamento e na execução das ações de saúde e
segurança.

Cultura organizacional
Pessoas-trabalho-organizações: um desafio para qualquer setor
da empresa. É fato que as pessoas, e aqui estamos nos referindo aos
trabalhadores, são os principais responsáveis pelo sucesso de qualquer
organização. Logo, considerar suas condições de trabalho de uma
forma geral é fundamental para a proteção, desenvolvimento e melhoria
contínua na qualidade de vida dessas pessoas em todos os aspectos.

As empresas são organizações baseadas em normas e as pessoas


envolvidas no desempenho das empresas são clientes, empresários
acionistas, trabalhadores, governo, fornecedores. Considerando esse
ponto fundamental, toda estrutura e processos de uma organização deve
ocorrer de forma integrada levando em conta a cultura organizacional.
Figura 8 – Sistema integrado das organizações

Fonte: pixabay
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 33

Algumas empresas conseguem reorganizar sua cultura


organizacional para atender as mudanças das relações de trabalho, com
os consumidores, o governo e toda a cadeia produtiva. Porém, algumas
permanecem amarradas em padrões organizacionais ultrapassados.

No contexto atual, a gestão e a integração com certeza se faz


necessária nas tomadas de decisões estratégicas tanto para o sucesso
do negócio como para as condições de segurança e a preocupação com
a qualidade de saúde do trabalhador, contribuindo para que esse seja
produtivo e tenha uma qualidade de vida adequada (MORAES, 2009).

Em uma gestão integrada não é possível separar a cultura


organizacional da gestão de saúde e segurança. No cenário atual deve
estar voltada a integrar Qualidade, Sáude, Meio Ambiente, Segurança e
Responsabilidade Socioambiental (QSMSRS). A gestão integrada passa
pelo atendimento dos requisitos legais que implicam no combate às
práticas desumanas no ambiente de trabalho.

O grande problema é que muitos profissionais de segurança não


deixam isso claro para a empresa. O profissional de segurança e os setores
da empresa têm que estar cientes de que a segurança do trabalho é só
mais um setor da empresa.

REFLITA:

Como integrar os setores administrativos, financeiros,


recursos humanos, marketing e qualidade às condições de
segurança atrelados à qualidade de vida? É possível criar
um padrão único nacional? Ou um padrão por processo
de produção? E como padronizar uma gestão em relação
a uma empresa pequena ou microempresa? Ações de
segurança integrada aos demais níveis organizacionais,
para surtir efeitos positivos devem apresentar mudanças
na cultura organizacional. Então, é preciso entender que
embora a gestão de segurança seja uma obrigatoriedade
legal, o desenvolvimento das ações devem passar pelo
apoio de todos os setores organizacionais.
34 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

Como essa ações se integram no dia a dia da empresa?

Você já calculou o quanto uma empresa gasta na compra de EPI para


cada colaborador que desenvolve sua função no setor de uma empresa
que após a análise de risco foi comprovada a presença de um agente
químico insalubre? Mas quanto a empresa gasta na substituição desta
substância por uma com a toxicidade reduzida ou quanto ela gastaria com
a instalação de exaustores e filtros no ambiente? Por precisar responder
tantas perguntas é preciso ter um perfil de gestor e de administrador,
observando todos os aspectos envolvidos.

Administração da segurança em empresas


Administrar é um processo de gestão conjugada que envolve os
recursos humanos, fornecedores, parceiros e trabalhadores, por isso é
preciso conhecer todo o processo de produção, as pessoas, as máquinas,
os equipamentos, os produtos e os resíduos, as atividades, o ambiente
de trabalho e os serviços envolvidos. Na administração da segurança,
esses aspectos continuam sendo parte da administração dos gestores de
segurança, que precisam estar muito bem alinhados com a política da
empresa.

Mas para estar alinhado à política de empresa é preciso definir o


que é uma empresa e qual a sua política. De acordo com Franco (1991),
empresa é toda entidade constituída sob qualquer forma jurídica para
exploração de uma atividade econômica, seja mercantil, industrial,
agrícola ou de prestação de serviços.

As empresas podem ser classificadas segundo a forma, o tamanho,


o tipo de produção e tipo de associação. Segundo Tavares, as empresas
podem ser classificadas:
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 35

Figura 9 – Classificação

Quanto à forma de Quanto ao Quanto ao tipo de


Quanto à produção
propriedade tamanho associação

grande
primária ou por firma de capital
média (de 50 a 250 extrativa e indústria
pública trabalhadores)
secundária ou de por cotas
privada pequena transformação
(menos de 50 sociedade anônima
mista trabalhadores) terciária ou
cooperativa
prestadora de
micro (com limite serviço economia mista
de faturamento)

Fonte: Tavares (2009).

Para a legislação trabalhista, as empresas públicas e privadas são


classificados pelo grau de risco previsto nos anexo da NR4.

A administração de segurança ou gestão de segurança deve garantir


que a análise de risco contemple todos os setores e a implementação
das medidas de segurança que garantam a qualidade de vida dos
trabalhadores.

Por isso que o SESMT, além de ser exigido por lei, tem na figura
de seus profissionais prevencionistas como os responsáveis, junto com
os membros da CIPA de gerir esses aspectos voltados à segurança do
trabalho. Quer dizer que não cabe ao SESMT apenas analisar as causas e
os efeitos do acidente de trabalho ou doença ocupacional, mas garantir
que as causas sejam identificadas e eliminadas ou controladas, evitando
novos acidentes ou incidentes e garantam o aumento da produtividade e
qualidade em todas as etapas do processo de produção.

Administrar com seguraça, é investir em uma administração de


segurança, que vai além de cumprir a exigências legais, é conscientizar
seus trabalhadores de que uma cultura prevencionista se faz necessária
com a participação e aderência a política de Segurança, Meio Ambiente e
Saúde (SMS) proposta pela empresa.

Podemos então trazer alguns aspectos que podem estruturar a


administração de segurança de uma empresa:
36 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

Figura 10 – Aspectos estruturantes

Prever problemas que poderão surgir

Solucionar problemas existentes

Eliminar e minimizar problemas

Melhorar os processos e fluxo de trabalho

Administrar conflitos

Alcaçar objetivos e metas estabelecidos na política da empresa

Fonte: Tavares (2019).

Para desenvolver esses aspectos, seus gestores precisam gerir


seus processos com eficiência e eficácia garantindo que os objetivos
sejam alcançados.
Figura 11 – Eficiência e eficácia

Eficiência Eficácia

Fazer corretamente. Fazer a coisa certa.

Manter as máquinas funcionando. Máquinas em bom funcionamento.

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Segundo as teorias administrativas, podemos alinhar que a principal


tarefa da administração de segurança é interpretar os objetivos da
empresa e estabelecer ações que levem a empresa a alcança-los. Para
que essas ações aconteçam é necessário:
Figura 12 – Principal tarefa da administração de segurança

Controle dos
Planejamento Organização Verificação
resultados

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

O plano de gestão de segurança de uma empresa deve englobar


o controle de programas, procedimentos, métodos e normas. Uma boa
forma de organizar esse plano é definindo funções e responsabilidades,
que em algumas empresas são representados pelo organograma de
funções embora todos desenvolvam as funções ligadas à administração,
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 37

como a de combinação e aplicação de recursos conduzindo os processos


à luz da razão envolvendo pessoas e esses processos (CHIAVENATO, 2005).

Em função das exigências do mundo globalizado, o sistema de


gestão na área de segurança e saúde do trabalho, integrada as demais
áreas, como a qualidade e o meio ambiente, tem se destacado gerando
evidências e valorização no campo de negócio para as empresas na
qualidade de vida dos trabalhadores. É fundamental que as engrenagens
trabalhem juntas e em sincronia buscando soluções eficientes.

Para isso, as empresas se esforçam em construir sua gestão de forma


a alcançar os padrões internacionais estabelecidos pelas certificações
concedidas para as empresas como a ISO 9001, certificação para o sistema
de gestão de qualidade, ISO 14001, para o sistema de gestão ambiental,
a ISO 26000, para a gestão de responsabilidade socioambiental e a ISO
450001, para a gestão de saúde e segurança. Todas envolvendo um
mesmo objetivo: o desenvolvimento sustentável.

A implantação de um sistema de gestão demonstra o


comprometimento das empresas com a legislação, mas também com os
trabalhadores, as pessoas e a sociedade.
Figura 13 – Benefícios do sistema de gestão integrada

Trabalhadores
ISO 9001
Governo
ISO 14001 → SGI
Empresas
ISO 45001
Sociedade

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Liderança
Podemos definir como sinônimo? São cargos diferentes?

Liderança é a influência interpessoal exercida em uma situação e


dirigida por meio da comunicação humana à consecução de um ou de
diversos objetivos (CHIAVENATO, 2005).
38 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

Quando falamos em gestão, integrada ou não, estamos falando em


gerir processos e pessoas e a figura humana pode se apresentar de forma
a controlar os processos sem levar em consideração o fator humano.

Para diferenciar um chefe de um líder é preciso que o gestor que


ocupe a função de líder apresente algumas características como as de:

• Ser um bom comunicador.

• Não fugir das responsabilidades.

• Ter foco em oportunidades, não em problemas.

• Usar o pronome pessoal “nós” e evitar o “eu”.

• Ter um plano de ação claro.

Na área de saúde e segurança essas características são


evidenciadas durante as comunicações geridas pelo SESMT, desde um
simples e rápido DDS, passando pelos treinamentos e pelas capacitações
realizadas com a participação do SESMT ou da CIPA ou ainda, durante
um atendimento ou uma investigação de atendimento com ou sem a
necessidade dos primeiros socorros.

Alguns gestores são o que podemos chamar de líderes natos,


pessoas que atraem e motivam suas equipes a alcançarem resultados.
Outros são o que chamamos de líderes desenvolvidos, pessoas que
aprenderam com o tempo, forma e experiências a motivar e direcionar
suas equipes. Em ambos os casos, o produto de seu trabalho é notado
pelos demais gestores e sua equipe. Ao contrário do líder desenvolvido,
os chefes são pessoas que não nasceram como um líder nato e não
desenvolveram sua habilidade e suas competências para promover
e motivar suas equipes e principalmente apresentam dificuldade em
integrar sua gestão com outras equipes.
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 39

Figura 14 – Comparação entre líder e chefe

LÍDER CHEFE

Ordena.
Solicita.
Controla atividades.
Delega.
Impõe seu ponto de vista.
Recebe sugestões.
Paternalista.
Presta atenção nas habilidades individuais
de sua equipe. Trabalha em clima de ameaça e não
valoriza a equipe.
Comunica-se bem.
Tem dificuldades de se expressar.

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

O líder tem um papel fundamental na gestão e administração de


possíveis conflitos, trazendo os aspectos positivos que esse pode apresentar.

REFLITA:

Durante uma reunião com a equipe de segurança da


empresa, a proposta da revisão das Ordens de Serviço (OS)
criou um conflito entre os membros da equipe, no qual
uma parte via a revisão como uma necessidade de reavaliar
os procedimentos adotados e avaliar a relação com o
número de acidentes registrados com tais procedimentos.
Outro grupo não via a necessidade de revisar as OS e sim
investir o tempo da equipe em treinamentos com o grupo
de trabalhadores que exercem a sua função em altura.
Qual grupo “ganhou”? O líder pode conduzir esse conflito
gerando resultados positivos das duas sugestões? Reflita e
aponte suas ideias de líder.

O conflito é uma fonte de ideias novas, podendo levar a discussões


sobre determinados assuntos, permitindo a expressão e, sobretudo
a exploração de diferentes pontos de vista. Em alguns momentos, os
conflitos podem adotar um caráter necessário, de forma a gerar melhorias
contínuas nos processos. Sendo assim, os conflitos não necessariamente
são aspectos negativos presentes nas equipes e um bom líder, gestor,
consegue lidar com essa troca de ideias motivando e aproveitando os
pontos positivos que levam a empresa em seus diversos setores, não só na
segurança, mas também em outros como na operação (PAOLECHI, 2009).
40 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

O papel do RH na gestão de segurança


O departamento de Recursos Humanos (RH) possui extrema
importância na implementação das técnicas de administração em uma
empresa. A função do RH inicia-se na seleção dos profissionais que atuarão
na empresa. É ele que atua na gestão de políticas, normas e procedimentos
de organização da companhia. O RH junto com uma liderança preparada
para exercer o papel de gestão de risco, atua de maneira conjunta com os
demais funcionários para o reforço da segurança e saúde da instituição.

É no RH que a gestão de segurança encontrará braços para


gerir treinamentos, acompanhamentos de resultados, registro de
procedimentos e medidas de controle, como por exemplo, o Atestado de
Saúde Ocupacional (ASO), o quadro de funcionários ativos, afastados ou
em retorno ao trabalho, as comunicações internas e os registros, como a
entrega de EPI ou devolução. Assim como nas demais áreas da empresa,
os gestores de RH e a segurança do trabalho, juntos têm a função de
garantir a geração de programas como PGR, PCMSO, PCMTA, PCA de
forma a garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos empregados,
evitando a ocorrência de acidentes, sinistros e doenças laborais.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo desse capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. A segurança do trabalho
faz parte da gestão da empresa. Diante da globalização e das
demandas internacionais, as empresas se aproximam cada
vez mais de um modelo de gestão integrada, unindo ações
que envolvam os setores de qualidade, meio ambiente,
responsabilidade socioambiental, saúde e segurança de
forma que os resultados promovam o desenvolvimento
sustentável com benefícios à empresa, ao governo, aos
trabalhadores e à sociedade. A gestão de RH tem um ponto
central, onde as informações são geridas, armazenadas e
repassadas aos colaboradores junto com os gestores de
saúde e segurança, aproximando a empresa dos padrões
internacionais da ISO9001, ISO14001, ISO45001.
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 41

Normatização
INTRODUÇÃO:

Ao final deste capítulo você deverá compreender os


diferentes níveis de normatização, os padrões internacionais
(Isso), as normas técnicas brasileiras e os processos de
certificação.

Níveis de normatização
Ao longo desta unidade você já ouviu várias vezes nos referirmos
às normas técnicas, normas regulamentadoras e normas internacionais.
Então, chegou a hora de entendermos o que é a normatização, que
segundo a ABNT, são documentos que estabelecem a prescrição para
a utilização comum e repetitiva com vista à obtenção do grau ótimo de
ordem, por meio da normatização (ABNT, 2006).

As normas são documentos aprovados baseados nos resultados


do conhecimento técnico desenvolvido por Comitês Técnicos (CTs)
estabelecidos por consenso e aprovados por um órgão reconhecido
como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) no Brasil, e a
Internacional Standardizattion Organization (ISO) em nível mundial que
visam os seguintes objetivos:
Figura 15 – Níveis de normatização

Segurança social para bens e pessoas.

Economia de esforços humanos de materiais e de energia.

Uniformidade dos processos.

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

As normas técnicas são utilizadas como forma de definir requisitos


para seguranças, procedimentos, produtos finais, qualidade dos
processos, produtos e serviços, por isso existem diferentes tipos de
normas cada qual com sua finalidade para análises de dados qualitativos
e quantitativos, através de métodos de análise, métodos de ensaio,
padronização, simbologia e terminologia (ABNT, 2006).
42 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

Ao identificar a presença de agentes químicos, o engenheiro


de segurança do trabalho solicita a análise quantitativa para definir as
medidas de controle necessárias para garantir a saúde e segurança dos
trabalhadores Após a coleta de dados, os resultados identificaram uma
concentração insalubre no ambiente. Se fosse feito por outro laboratório,
os resultados seriam diferentes?

Normatização nacional – ABNT


As normas são divididas em normas regionais, nacionais e
internacionais. A ABNT, entidade privada sem fins lucrativos, é a
organização responsável pela elaboração das normas técnicas, que
primeiramente foram definidas segundo sua finalidade e atualmente são
designadas somente como Normas Brasileiras (NBR).

A ABNT é única e exclusiva representante no Brasil das entidades


de normatização mundial. A ISO é membro fundador, sendo também
fundador da Comissão Panamericana de Normas Técnicas (COPANT).

A normalização constitui-se em uma ferramenta fundamental


para o desenvolvimento industrial e comercial do país, aumentando
a competitividade nos mercados em níveis nacional, regional e
internacional, preservando ou melhorando a qualidade, servindo como
base para melhorar a gestão de empresas, desde as fases de projeto até
a fabricação de produtos, na prestação de serviços e do produto final.

Pela importância da normatização, o Sistema Brasileiro de


Normatização (SBN) é um sistema composto pelo Sistema Nacional de
Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (SINMETRO), sistema
reconhecido pelos estados e setores governamentais brasileiros e
iniciativas privadas como articulador de infraestrutura de serviços
tecnológicos, pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normatização e
Qualidade Industrial (CONMETRO), órgão normativo do SINMETRO, pelo
Comitê Brasileiro de Normatização (CBN), órgão assessor do CONMETRO,
pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial
(INMETRO), órgão executivo central do SINMETRO e pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), reconhecida pelo SINMETRO
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 43

como responsável por coordenar, orientar e supervisionar o processo de


elaboração de normas brasileiras (NBR), bem como editar as referidas
normas (SILVA, 2007).

O processo de desenvolvimento de uma nova norma brasileira


inicia-se quando se identifica sua necessidade. Essa necessidade deve ser
apresentada à ABNT, pelo proponente, por intermédio de uma justificativa
formal descrevendo a importância de sua existência, com a citação dos
interessados e/ou afetados (empresas, entidades e pessoas físicas) e a
indicação de sua representatividade.

Normatização internacional – ISO


Os impactos da atividade de normalização podem ser percebidos
em diferentes aspectos devido à sua importância social, econômica,
ambiental e técnico-científica.

Para a sociedade, a normatização se apresenta como um conjunto


de instruções que têm o objetivo de uniformizar o trabalho, gerando
um aumento na qualidade de vida no ambiente de trabalho e menor
desgaste físico e mental. No processo de globalização no qual se
encontra a sociedade atual, podemos destacar a normatização como
requisito técnico-científico para proteção da vida humana e do meio
ambiente, mediante metas sociais que estimulem melhores práticas de
desenvolvimento sustentável.

ACESSE:

A ONU, junto com as demais organizações mundiais como


a OMS e a OIT, desenvolveram um documento chamado
de agenda 2030, com 17 objetivos a serem alcançados
por meio de metas. Clique aqui e conheça as ações de
implementação da agenda 2030 no Brasil.

Não podemos deixar de abordar os benefícios e impactos


econômicos proporcionados pelo processo de normatização que são
fundamentais para o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva nos
setores primários, secundários e terciários, impactando quer pela via
44 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

da sistematização da produção e da prestação de serviços, quer pela


redução de perdas e desperdícios e melhor controle metrológico dos
processos, padronizando o mercado em níveis internacional, regional
e nacional, constituindo-se numa linguagem única entre fornecedor e
consumidor, aumentando a qualidade de bens e serviços e o comércio
entre as nações.

Existe, na atualidade, significativa quantidade de documentos


normativos internacionais específicos. A ISO é uma organização
internacional de normalização que fornece padrões para negócios,
governo e sociedade. Com sede em Genebra, Suíça, tem seus trabalhos
orientados no sentido de atender às três dimensões do desenvolvimento
sustentável: econômico, ambiental e social.

No Brasil, o órgão membro da ISO é a Associação Brasileira de Normas


Técnicas (ABNT). Desde 1947 a ABNT é um membro efetivo da ISO. Conforme
esclarece o International Organization for Standardization (2015), os membros
efetivos possuem influência no desenvolvimento de normas, participação
estratégica e voto em reuniões técnicas e políticas ISO.

Os órgãos técnicos da ISO diretamente responsáveis pela criação,


publicação e revisão das normas técnicas são os Comitês Técnicos e o
processo de elaboração e publicação de uma norma ISO como norma
internacional requer, uma prévia aprovação de, ao menos, 75% dos
organismos membros que possuem direito ao voto (SILVA, 2016).

Certificação
É um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo
independente da relação comercial com o objetivo de atestar
publicamente, por escrito, que determinado produto, processo ou serviço
está em conformidade com os requisitos especificados. Esses requisitos
podem ser: nacionais, estrangeiros ou internacionais (TAVARES, 2019).

Mas, quais os impactos da certificação de sistemas integrados


sobre os ganhos de competitividade e rentabilidade em uma empresa?
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 45

Figura 16 – Etapas de certificação de uma ISO

Levantamento
Avaliação
de necessidades Projeto do Auditoria de
diagnóstica Implantação
e planejamento sistema Certificação
do sistema
do sistema

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

As empresas têm priorizado o atendimento da satisfação das


necessidades do consumidor e até mesmo procurado suprir suas
expectativas, com a meta de alcançar um nível elevado de qualidade e
produtividade, a custos baixos, por meio da eliminação de desperdícios
em todas as áreas, bem como a não agressão ao meio ambiente.

As normas ISO são adotadas voluntariamente, cabendo aos seus


membros a decisão de empregar ou não uma norma como nacional.
Podemos destacar como certificações das normas mais adotadas no
mundo, a ISO 9001 e ISO 14001, que representam o sistema de gestão
integrada (SGI), mas que apresentam globalmente uma tendência de
estagnação no cenário internacional.

REFLITA:

A globalização da economia além de ter gerado pressões


de aumento da competitividade, impulsionou a gestão em
busca de melhorias contínuas, tanto em processos quanto
em serviços. O paradigma de melhorias também chegará
aos sistemas de gestão integrados? Irão as normas atuais
se adaptar às inovações tecnológicas ou outras normas
irão substituir as já consagradas ISO 9001, ISO 14001 e a
ISO 45001? Nesse cenário, vemos que algumas normas
tiveram maior crescimento em certificações de sistemas de
gestão e são a ISO 50001 (gestão de energia), ISO 20000
(gestão de tecnologia da informação), ISO 22301 (gestão
de continuidade de negócios) e ISO 27001 (gestão de
segurança da informação).
46 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

Figura 17 – Certificados que podem ser obtidos

Certificado de Registro de Empresa ABNT: é o documento que atesta a conformidade do


Sistema de Garantia da Qualidade de uma empresa (fabricante de produtos ou prestadora
de serviços) em relação aos requisitos de uma das Normas da série NBR ISO 9000.

Certificado de Sistemas de Gestão Ambiental ABNT: toda empresa que possua um


Sistema de Gestão Ambiental implantado segundo a norma NBR ISO 14001 pode solicitar
à ABNT o Certificado de Registro de Sistema de Gestão Ambiental de Empresa, que atesta
a conformidade de seu sistema em relação aos requisitos da norma em referência.

Certificado de Marca de Segurança ABNT: é o documento que atesta a que um produto


atende as características de segurança especificadas nas Normas Brasileiras respectivas
ou, na ausência delas, nas Normas Internacionais ou Estrangeiras aceitas. Materializa-se
mediante a impressão da Marca de Segurança.

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

RESUMINDO:

Caso tenha ficado alguma dúvida vamos fazer uma breve


revisão. Os processos de normatização são uma realidade
na sociedade civil, empresarial globalizada em que
vivemos. A normatização pode ser nacional, regional ou
internacional. As normatizações nacionais são gerenciadas
pela a ABNT, que utiliza hoje a nomenclatura NBR seguida
de um número como padrão. As normas internacionais
são gerenciadas pela International Organization for
Standardization (ISO) e são adotadas voluntariamente pelas
empresas, que para aderirem às demandas globalizadas
por um padrão de qualidade, integrado à segurança, saúde
e meio ambiente e estão cada vez mais ajustando sua
gestão ao modelo de gestão integrado. Lembrando que
assim como a gestão apresenta processos de melhorias
contínuas, também os padrões podem ser melhorados e
adequados a novas realidades.
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 47

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