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Empreendedorismo
(04 créditos – 80 horas)
Autor:
Leandro Tortosa Sequeira
0220
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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe
multidisciplinar da UCDB Virtual, com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático que
norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina e que compõe o Projeto Pedagógico do
seu curso.
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Objetivo Geral
Analisar o conceito de empreendedorismo e suas perspectivas para o cenário
brasileiro, bem como estimular a aprendizagem dos alunos e a apreensão do conteúdo.
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 83
ANEXOS .............................................................................................................. 87
EXERCÍCIOS E ATIVIDADES ............................................................................... 91
Avaliação
A UCDB Virtual acredita que avaliar é sinônimo de melhorar, isto é, a finalidade da
avaliação é propiciar oportunidades de ação-reflexão que façam com que você possa
aprofundar, refletir criticamente, relacionar ideias, etc.
A UCDB Virtual adota um sistema de avaliação continuada: além das provas no final de
cada módulo (avaliação somativa), será considerado também o desempenho do aluno ao longo
de cada disciplina (avaliação formativa), mediante a realização das atividades. Todo o processo
será avaliado, pois a aprendizagem é processual.
Para que se possa atingir o objetivo da avaliação formativa, é necessário que as
atividades sejam realizadas criteriosamente, atendendo ao que se pede e tentando sempre
exemplificar e argumentar, procurando relacionar a teoria estudada com a prática.
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As atividades devem ser enviadas dentro do prazo estabelecido no calendário de
cada disciplina.
O quadro abaixo visa ajudá-lo a se organizar na realização das atividades. Faça seu
cronograma e tenha um controle de suas atividades:
Atividade 1.1
Ferramenta: Tarefa
Atividade 2.1
Ferramenta: Tarefa
Atividade 3.1
Ferramenta: Tarefa
* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade (consulte o
calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem).
** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade.
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BOAS VINDAS
Sucesso...
Leandro Tortosa Sequeira
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Pré-teste
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4. Assinale a alternativa INCORRETA considerando as diferenças importantes
que existem entre um empresário informal e um empreendedor formal.
a) O empresário informal também pode ser um empreendedor. Mesmo que não recolha os
impostos e os tributos como um empreendedor formal faz.
b) O empreendedor formal sempre tem mais condições de se sair bem-sucedido em um
novo negócio pois a sociedade condena a informalidade em qualquer negócio.
c) O empreendedor formal, normalmente, tem mais exigências a cumprir do que o
empresário informal, justamente porque este último não existe oficialmente, aos olhos do
Estado.
d) O empresário informal, quase sempre, fica à margem das linhas oficiais de financiamento
e crédito, o que pode ser considerado uma das principais desvantagens frente ao
empreendedor formal.
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INTRODUÇÃO
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Parafraseando Karl Marx (Marx, 1867), quando explica o significado do termo Mercadoria, sua
origem e sua utilidade dentro de uma sociedade construída sob o modo capitalista de produção.
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A vontade é o que move o empreendedor. No entanto, não é a única razão para o
seu sucesso – ou o seu fracasso. Existem variáveis incontroláveis e que precisam ser
compreendidas para que um negócio possa prosperar. Por mais que o produto seja bom e
útil, nem sempre o cliente está disposto a comprá-lo. Mesmo que a ideia seja inovadora, há
concorrentes que oferecem soluções similares ou até melhores. Ainda que se tenha uma
boa estratégia de vendas, os fornecedores podem pressionar os fluxos de caixa exigindo
pagamentos em prazos muito curtos. Não obstante o empreendedor seja determinado ainda
tem que enfrentar os desafios diários de se manter uma equipe motivada e produtiva. É... a
vida do empreendedor não é nada fácil.
Mas existe uma forma poderosa de se minimizar o sofrimento ou atenuar as
dificuldades que o empreendedor deve enfrentar: o planejamento.
Planejar é o ensinamento mais elementar que a Ciência da Administração nos
oferece. Na realidade, o planejamento é o passo inicial que um ciclo estratégico2 deve
adotar para que se atinja um propósito maior, enfrentando com mais capacidade os
desafios que se colocam. Quando se planeja, o que se busca é aumentar as certezas por
meio do mapeamento dos fatores que podem ameaçar o empreendimento. Isso é
fundamental para que se esteja preparado para enfrentar qualquer adversidade quando
esta surgir. Este é o tema da seção de nosso estudo que se inicia agora.
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Refere-se ao que W. Edwards Deming propôs em 1950 como metodologia em que os processos de
negócio devem ser analisados e medidos para identificar as fontes de variações que fazem com que
os produtos venham a se desviar dos requisitos do cliente. Ele recomendou que os processos de
negócios fossem colocados em um ciclo de feedback contínuo para que os administradores pudessem
identificar e mudar as peças do processo que necessitassem de melhorias. O professor Deming criou
um diagrama para ilustrar esse processo contínuo, vulgarmente conhecido como o ciclo PDCA para o
Plan, Do, Check, Act.
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UNIDADE 1
O QUE É EMPREENDEDORISMO
OBJETIVO DA UNIDADE: Entender o significado do termo empreendedorismo.
Identificar as razões que levam ao empreendedorismo. Definir o perfil do empreendedor.
Entender a importância da preparação técnica para o sucesso de uma iniciativa
empreendedora.
Um dos maiores desejos de qualquer pessoa é a de ser dona do seu próprio negócio.
É realmente tentador estabelecer os próprios horários, não ter patrão, trabalhar com aquilo
que gosta. E ainda receber por isso tudo. No entanto, iniciar um empreendimento não é
tarefa das mais simples: saber exatamente o que o consumidor precisa, criar produtos e
serviços que atendam às suas necessidades e lidar com a dura realidade do dia a dia de um
mercado voraz são apenas os ingredientes mais básicos de um negócio. Mas será que
empreender é para todos? Vale mesmo a pena trocar a relativa segurança de um emprego
formal pelos riscos de um novo negócio? E se o novo empreendimento não der certo, o que
fazer?
Saber se o seu perfil é adequado ao empreendedorismo é tão importante para quem
se lança a esta tarefa quanto conseguir conquistar mercados para novos produtos. A
decisão de iniciar um novo negócio passa, obrigatoriamente, pela certeza de que se quer e
que se pode empreender. Neste caso, vontade somente não basta. É preciso que se esteja
preparado para lidar com um ambiente de incertezas, instabilidades e riscos. Só assim as
adversidades poderão se tornar o combustível para o sucesso – e não a centelha para a
bomba destrutiva do fracasso.
Esta Unidade descreverá como é o perfil do empreendedor, como ele nasce e quais
as atitudes que devem ser tomadas para aumentar as chances do êxito em um novo
negócio.
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para o desenvolvimento da sociedade, ele acaba não produzindo nada de essencialmente
novo; ele apenas executa aquilo que lhe cabe dentro do planejamento da organização. O
trabalhador é, portanto, o motor da produção.
Por outro lado, o empreendedor, tem características que o tornam peculiar. Ele3 não
somente trabalha – no sentido de que executa tarefas, empregando o seu tempo na
construção de algo – como também cria. Se o trabalhador é o motor da produção, o
empreendedor é o cérebro que comanda a máquina produtiva. Cabe ao empreendedor a
energia de um empreendimento. Ele – empreendedor – é quem cria e promove soluções,
motiva equipes, lidera pessoas. Cabe a ele conquistar não somente compradores de
produtos (clientes), mas compradores das ideias da organização (investidores). É também
dele a árdua missão de descobrir as necessidades da sociedade e se prontificar a atendê-
las, criando soluções que representem vantagens competitivas frente aos concorrentes.
Empreendedor: é a pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma
ideia ou um projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e inovando
continuamente. Essa definição envolve não apenas os fundadores de empresas, mas os
membros da segunda ou terceira geração de empresas familiares e os gerentes-
proprietários, que compram empresas já existentes de seus fundadores. Mas o espírito
empreendedor está também presente em todas as pessoas que – mesmo sem fundarem
uma empresa ou iniciarem seus próprios negócios – estão preocupadas e focalizadas em
assumir riscos e inovar continuamente (CHIAVENATO, 2012, p. 3)
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O termo Ele é usado apenas de maneira genérica, e para concordar com empreendedor. De
maneira alguma o uso do pronome masculino restringe as descrições a um determinado gênero.
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Deixe-me explicar melhor. Há muitas pessoas que têm excelentes ideias - ou, pelo
menos, lhes parece assim. São produtos que "nunca ninguém pensou antes". Serviços que
"estão sendo feitos do jeito errado, e que poderiam ser realizados de outra forma". Ideias
incríveis que têm tudo para dar certo. Pelo menos em tese. Mas não é bem assim que
funciona na prática.
Os dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM)4 mostram que o brasileiro
gosta muito de empreender - se bem que, em uma boa parte dos casos, ele precisa fazer
isso. Mas discutiremos isso com mais detalhes um pouco mais à frente, quando estivermos
estudando o Empreendedorismo no Brasil. De qualquer forma, o maior 'pecado' do
empreendedor tupiniquim é não entender do que o mercado precisa, oferecendo muitas
vezes o que o empreendedor deseja. Veja a diferença: o mercado quer uma coisa e o
empreendedor quer oferecer outra! Não é incoerente? Pois é exatamente isso que ocorre, e
justamente por isso mesmo que o empreendimento costuma ter vida curta por aqui.
Eu gostaria de mostrar dois exemplos disso, que ficaram bastante marcados em
minha vida como professor. Vale a pena você conhecer estas histórias para perceber que a
diferença de percepções é fundamental para o sucesso ou o fracasso de um
empreendimento.
A primeira história é a seguinte: há alguns anos, na graduação, eu conheci um aluno
que estava muito interessado em abrir um novo negócio. Na época ele já tinha mais de 40
anos de idade, nunca tinha cursado ensino superior, mas sempre havia trabalhado no ramo
da construção civil de modo autônomo. Ele conhecia tudo sobre o canteiro de obras. E,
motivado pela crescente e rápida valorização nos preços dos imóveis que estava ocorrendo
naquela época, nosso colega elaborou todo um modelo de negócios baseado no
cooperativismo. Para você ter uma ideia do grau de envolvimento e motivação com este
plano, nosso personagem afirmava ter se matriculado no curso de Administração para
aprender as bases de como gerir com mais competência o negócio que ele estava para
montar. Veja bem: ele estava cursando a graduação para aprender a gerir o negócio, ou
seja, ele já estava determinado a abrir o empreendimento.
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O projeto The Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é uma avaliação anual da atividade de
empreendedorismo, aspirações e atitudes de empreendedores individuais em diversos países do
mundo. Foi iniciado em 1999 a partir da parceria entre as renomadas instituições de Administração e
Negócios London Business School e o Babson College. O primeiro estudo cobriu 10 países. Hoje são
mais de 100 “National Teams” de diversas partes do mundo. O Brasil participa do consórcio desde
2000. Atualmente, o representante brasileiro no GEM é o Instituto Brasileiro da Qualidade e da
Produtividade (IBQP), uma organização sem fins lucrativos sediada na cidade de Curitiba, Paraná. O
principal patrocinador no país é o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE). Saiba mais sobre o GEM em http://www.gemconsortium.org.
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Ocorre que não somente eu, mas boa parte do corpo docente aconselhou o colega a
fazer um estudo de viabilidade antes de qualquer coisa. Não somente para mensurar os
recursos necessários para começar o negócio, mas também - e principalmente, para avaliar
a oportunidade do negócio. Que a ideia era boa, disso ninguém tinha dúvidas. Mas será
que era mesmo o momento para aquilo?
Mas não adiantava. O colega sempre tinha uma resposta pronta para contra-
argumentar, sempre apontando os aspectos 'infalíveis' da ideia, derrubando aos poucos
qualquer intenção sincera de ajuda por parte dos docentes do curso. O brilho nos olhos e a
obstinação eram tamanha, que era realmente difícil tentar mostrar para o aluno qualquer
outro ponto de vista.
Bom, o resultado disso é bastante óbvio: o aluno se formou, tentou diversas vezes
implementar a ideia 'batendo à porta' de investidores potenciais, invariavelmente ouvindo
respostas como a ideia é boa, mas não tenho interesse, não é o momento, isso não
vai dar muito certo. E, de fato, o mercado imobiliário daquele momento sofreu uma forte
correção, derrubando preços, gerando desemprego no setor, e inviabilizando qualquer novo
empreendimento por um bom tempo.
Conclusão: o empreendedor é alguém motivado por natureza, e isso é muito bom.
Mas não pode ser ingênuo e muito menos fechar os olhos para os fatos. Humildade é
fundamental no processo de concepção das ideias que serão oferecidas ao mercado. Ouvir o
que o mercado precisa, quer e, igualmente importante, pode pagar é fundamental para
ter uma ideia sobre a tendência de sucesso ou fracasso de um novo empreendimento.
Agora, vamos à segunda história.
Um aluno, também da graduação, tinha acabado de voltar de um intercâmbio feito
no Chile. Aqui no Brasil, ele estava muito interessado em abrir um novo negócio, para
colocar em prática todos os conhecimentos que ele construiu nos meses fora do país, e
envolver a rede de contatos que pôde estabelecer por lá.
Como já tinha alguma afinidade na área de tecnologia, buscava problemas e
limitações que pudesse corrigir, oferecendo algum tipo de solução barata e de fácil
implantação e manutenção. A resposta veio de modo mais rápido do que imaginava.
Durante uma aula, o aluno percebeu que o professor sempre pedia para os acadêmicos
entrarem em um site para baixar os slides, acessarem um determinado link com textos de
artigos selecionados, buscar em outro endereço os exercícios e em um quarto local alguns
vídeos de entrevistas feitas com especialistas sobre o tema em discussão. Ao final do
encontro, o professor precisava acessar um quinto sistema para realizar a chamada dos
alunos e lançar as atividades do dia em um diário eletrônico.
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'Por que não integrar todas estas tarefas em um lugar só?', pensou o aluno. A
solução foi a criação de um aplicativo para smartphones e tablets, de qualquer sistema
operacional, com todas as funcionalidades necessárias. Agora, o professor poderia
concentrar de modo fácil e integrado, todas as tarefas e recursos necessários ao
funcionamento de suas aulas, disponibilizando imediatamente todo o conteúdo para os
alunos.
A ideia se transformou em aplicativo que foi vendido para diversas universidades e
escolas. E o aluno, ainda na graduação, conseguiu formar o seu primeiro empreendimento.
Conclusão: o empreendedor que atende às necessidades do mercado também terá
dificuldades na implementação do empreendimento e precisará ter perseverança,
determinação e uma incansável motivação. Mas as chances de que o negócio dê certo
são muito maiores.
As duas situações, como falei, são verídicas. E são apenas duas, dentre as milhares
que observamos no dia a dia dos novos negócios em nosso país. Mas, infelizmente, temos
que ser bem categóricos em dizer o seguinte: a maior parte das histórias se parece muito
com a primeira, onde o empreendedor faz o que quer, e não o que o mercado precisa. Ou
seja, a oportunidade não é identificada de modo correto.
Mas, afinal, o que é esta tal de oportunidade?
Oportunidade nada mais é do que a soma de três fatores: necessidade, poder e
demanda. Veja como cada um desses fatores interage, levando à formação de uma
oportunidade, na figura a seguir.
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reestabelecer o equilíbrio do corpo social. É aquilo que comentamos anteriormente, sobre o
que vem "do estômago ou da fantasia", inclusive seguindo certo grau de prioridades.
Quando o mercado tem uma necessidade há um problema que precisa ser resolvido.
Para superar seus problemas, os indivíduos recorrem ao mercado para tentar
encontrar alguma solução. Esta terá um preço, uma forma, um esquema de produção e
distribuição e será elaborada pelas empresas que atuam nesse mesmo mercado. Quando se
percebe que há algo com as características desejadas e necessárias para resolver a situação
de desconforto, e eliminar com isso o estado de carência, se estabelece a demanda. Este
termo define o desejo direcionado que um indivíduo tem para alguma mercadoria que
fará o que ele precisa.
Mas não adianta haver uma necessidade e, associado a ela, uma demanda se o
indivíduo não tiver poder de compra. Como o ambiente de negócios capitalista é
estruturado sobre a troca de mercadorias, é fundamental que aquele que precisa de alguma
coisa tenha algo para oferecer em troca. Se não tiver, não haverá a venda. O poder é,
assim, o elo que fecha esta cadeia e determina a existência ou não de uma oportunidade
de negócio.
A oportunidade é a junção das três características detalhadas anteriormente -
necessidade, demanda e poder. Só é possível a troca de mercadorias entre clientes e
fornecedores se há os três elementos presentes. E não adianta insistir.
Por exemplo, para melhor elucidar o conceito, vejamos o seguinte caso hipotético.
Uma comunidade carente do interior do estado do Mato Grosso do Sul enfrenta um
problema de forte estiagem. A maior parte da população foi afetada e não tem condições
de mudar-se da cidade, e nem a própria prefeitura municipal está conseguindo enviar
caminhões-pipa suficientes para fornecer água para as necessidades básicas. Pergunta-se:
faria sentido uma empresa que vende piscinas instalar uma loja na cidade?
A resposta é não. Os motivos são os seguintes: o calor que faz naquele local
provavelmente faz as pessoas desejarem - e até precisarem - de uma piscina para amenizar
os efeitos do calor insuportável. Portanto, há a necessidade. Independentemente da
existência de poder aquisitivo - pode até haver um determinado público com maior poder
de compra - as necessidades mais essenciais não estão sendo atendidas: água para beber,
para tomar banho, lavar roupas, etc. Assim, toda necessidade está direcionada para o
fornecimento de água para este tipo de necessidades. Portanto, não há demanda para a
mercadoria piscina. Concluindo, não há a oportunidade de negócio. Se um
empreendedor resolver que deve vender piscinas, provavelmente entrará para as
estatísticas de fechamento de empresas em fase prematura de negócios.
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Cabe ao empreendedor, portanto, entender tudo sobre a necessidade dos potenciais
clientes para criar algo que satisfaça suas necessidades - e que isso ocorra em momento
oportuno. Se qualquer desses pontos não estiver presente, não existirá nenhum movimento
do cliente no sentido de 'ir atrás' de um produto vendido por quem quer que seja. O
empreendedor tem a obrigação de investigar o mercado à exaustão antes de lançar alguma
iniciativa de negócio. E precisa entender que a investigação não deve se restringir a grandes
informações - população, gênero, faixa etária, faixa de renda, etc. Também é fundamental
atentar-se para qualquer tipo de indício que sugira uma determinada tendência de
consumo, como a influência de artistas na moda, a possibilidade de viagens internacionais
ou contato com outras culturas, a existência de produtos similares, mas com preços
reduzidos, e até mesmo o peso da influência de filhos nas decisões de compras dos pais.
Mas não é somente o entendimento de distinções pouco perceptíveis5 que faz do
empreendedor este sujeito diferenciado; há, na literatura, algumas características comuns a
todos os que aceitam o desafio de atuar na ordem produtiva social de uma maneira
diferenciada:
a) Necessidade de realização: a ambição6 faz parte do perfil empreendedor. E
não é apenas a realização material que move o empreendedor, mas a realização
pessoal. Chiavenato (2012, p. 6), já apontava que “os empreendedores apresentam
elevada necessidade de realização em relação às pessoas da população em geral”,
sendo esta característica – o impulso pela realização – presente mesmo desde a
mais tenra idade.
b) Disposição para assumir riscos: esta característica apontada por Chiavenato
(2012), mostra que, ao contrário do que se pode imaginar, o empreendedor não é
um aventureiro. Ou seja, não assume riscos por assumir, nem trata as decisões
sobre um novo negócio de maneira imprudente: ele sabe que há responsabilidades
com fornecedores, com trabalhadores e suas famílias, com o governo, enfim, com a
sociedade. Assim, a exposição ao risco somente ocorre – para o verdadeiro
5
O trecho em destaque (itálico) reproduz o entendimento do autor deste material no que tange às
principais características que um empreendedor apresenta e que o tornam único. Dentre estas,
destaca-se a percepção de diferenças sutis nas manifestações da realidade, que se traduz na
identificação de oportunidades onde ninguém mais vê. A lente que permite enxergar nada mais é do
que o preparo intelectual associado à vivência. Se, por um lado, o estudo por si só não permite
entender as consequências dos atos que praticamos individualmente, ou em sociedade, por outro
lado, a experiência, pura e simples, não dá condições suficientes à compreensão fina dos eventos.
Mas a harmonização dos dois – estudo e experiência – forma uma mistura poderosa: a sabedoria.
Esta permite que as leituras feitas sobre o real se traduzam em oportunidades de ação, por saber
onde atuar, como fazer e o que esperar.
6
Aqui não se adotará o sentido pejorativo. Pelo contrário: ambição significa desejo intenso de
realização, ou algo que “satisfaça o amor próprio” (FERREIRA, 2011)
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empreendedor – até o ponto em que nenhuma dessas células sociais seja
comprometida. Empreendimento não é, portanto, um jogo: é um negócio.
c) Autoconfiança: os empreendedores também se destacam por sua maneira de
encarar o mundo e suas manifestações. Quem empreende acredita que o sucesso
seja mais influenciado pelas suas decisões do que por características externas –
clientes, fornecedores, política, etc. A autoconfiança se faz presente, pois, ao
identificar os diversos problemas e entraves ao novo negócio, o empreendedor busca
em si mesmo as habilidades necessárias para superá-los. Se não encontra tal
habilidade, ele a desenvolve7.
d) Resiliência: é um termo oriundo da engenharia e que significa a capacidade de
se retornar ao estado inicial após sofrer grandes pressões ou tensões. No mundo
corporativo, significa a capacidade que uma pessoa tem de lidar com as pressões e
exigências cotidianas, sem introjetar aspectos negativos de cada situação
enfrentada, mas aprendendo e se desenvolvendo a cada novo desafio. Como
defende o professor Paulo Sabag8, “resiliência é a capacidade de usar o estresse em
nosso favor”.
De maneira geral, estudos9 apontam que as características de um empreendedor
fazem parte de uma “estrutura motivacional diferenciada” (SEBRAE/ES, 2005, p. 9) pela
presença da necessidade de realização. Esta acaba por integrar e sustentar todas as outras.
Ao planejar e executar as atividades empreendedoras, o indivíduo atende não somente às
necessidades sociais (oportunidade), mas às suas próprias. O Quadro a seguir relaciona
necessidades e meios de satisfação típicos de um empreendedor:
7
Repare que estamos usando um viés de ideológico muito próprio do liberalismo, que representa a
meritocracia, ou seja, o mérito oriundo do esforço individual. Portanto, suas leituras acerca da
produção humana devem se concentrar nesta linha de autores, já que outras linhas podem divergir
deste modo de pensar. Os socialistas, por exemplo, "criticam a propriedade privada por várias
razões. Em primeiro lugar, a propriedade é injusta: a riqueza é produzida pelo esforço coletivo do
trabalho humano e por isso deve pertencer à comunidade, e não a indivíduos específicos. Em
segundo lugar, os socialistas acreditam que a propriedade cria ganância e, portanto, é moralmente
corrupta. (...) Por fim, a propriedade é divisora: fomenta o conflito na sociedade, por exemplo, entre
proprietários e trabalhadores, empregadores e empregados ou, simplesmente, entre ricos e pobres".
(HEYWOOD, 2010, p. 117)
8
Aprofunde o seu conhecimento acerca do termo resiliência acessando a entrevista do professor da
Fundação Getúlio Vargas e consultor de empresas, Paulo Sabag, para a CBN, disponível no site:
http://cbn.globoradio.globo.com/colunas/mundo-corporativo/2012/03/17/RESILIENCIA-E-A-
CAPACIDADE-DE-USAR-O-ESTRESSE-EM-NOSSO-FAVOR.htm.
9
Sobretudo os estudos de McClelland. (SEBRAE/ES, 2005, p. 9)
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Quadro 1 - Necessidades próprias e meios de satisfação dos empreendedores
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SEBRAE/ES, 2005, pp. 09 – 11
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Cada um desses conjuntos reúne características próprias, como são descritas a
seguir.
I. Conjunto de Realização: neste grupo as ações do empreendedor caracterizam-
se por responder às motivações que o levam a empreender. Aqui, cada ação e todas
elas pretendem satisfazer as necessidades e os anseios do indivíduo.
a. Busca de Oportunidades e Iniciativa - Atenção constante: ficar atento
a tudo o que ocorre a sua volta, procurando oportunidades e oferecendo as
soluções, muitas vezes de maneira pioneira ou diferenciada. Faz toda a
diferença ouvir o cliente, a rede de relacionamentos, os fornecedores e o
governo; isso ajuda a identificar tendências ou oportunidades.
b. Exigência de Qualidade e Eficiência - Qualidade Total: trata-se da
perseguição pela qualidade em todas as fases do processo do que será
oferecido para a sociedade. Só é possível atingir tal grau de eficiência se
todas as etapas do trabalho ou do processo forem exaustivamente
planejadas e executadas. Por ser dono do negócio, o empreendedor leva
vantagem em relação aos demais trabalhadores de empresas, pois trata do
negócio com interesse pessoal.
c. Aceitação de Riscos Calculados - Ousadia, coragem, determinação e
razão: o empreendedor sabe que o negócio não é um jogo. Por isso mesmo
tem a exata noção das consequências de seus atos e decisões. Aceita os
riscos por saber que aumenta o potencial de ganhos. Mas não ignora suas
responsabilidades.
d. Persistência - Rota constante: um comportamento típico do indivíduo que
se encaixa neste grupo é o de agir sempre, independentemente das
condições que se apresentem. O empreendedor tem clareza de seus
propósitos e sabe das ações que precisa desempenhar para atingi-los.
Portanto, trabalha sempre.
e. Comprometimento - Pode confiar: o maior compromisso do
empreendedor é com ele mesmo. Isso significa que ele sempre vai cumprir
com tudo o que foi planejado e idealizado, afinal ele mesmo é o principal
interessado no sucesso de suas ações.
II.Conjunto de Planejamento: neste grupo, o comportamento molda-se às
necessidades de organização do trabalho para que o empreendimento seja realizado
a contento. Tudo é estruturado para garantir que o negócio funcione e satisfaça as
necessidades da sociedade.
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a. Estabelecimento de Meta - Passo a passo: o maior projeto do
empreendedor já está pronto em sua própria mente antes mesmo de se
começar a execução. Mas, diferentemente de um simples sonhador, quem
empreende estabelece prazos, metas e mede o desempenho de suas ações a
todo momento, para certificar-se que o sonho será realizado.
b. Busca de Informações - Aprender sempre: o empreendedor é um
curioso e um interessado em tudo o que pode potencializar o seu
empreendimento. Por isso ele é um incansável, sempre estudando e
aprendendo. As informações tornam-se vantagem para o seu negócio e, a
cada nova descoberta, novos horizontes se abrem para a mente
empreendedora.
c. Planejamento e Monitoramento Sistemático - Navegar é preciso11: o
planejamento bem realizado permite que se destine adequadamente os
recursos disponíveis e que se acompanhe a realização das atividades,
identificando se existe ou não harmonia entre o que foi planejado e o que se
está conseguindo. Quando há alguma discrepância entre planejamento e
execução, o empreendedor implementa ações corretivas no sentido de criar
alternativas para que o resultado esperado seja obtido. Adaptar o plano de
ações às novas configurações ambientais e às contingências deve ser rotina
para o empreendedor que se pretende bem-sucedido. O bom empreendedor
faz juz ao dito corporativo: planejamento se faz a lápis, não a caneta.
III. Conjunto de Poder: neste grupo de atitudes o empreendedor mostra à
sociedade as vantagens de sua ideia para o melhor aproveitamento de uma
oportunidade e alavanca suas ações com o apoio que consegue a partir da
influência, dos contatos e do convencimento.
a. Persuasão e Rede de Contatos - Autoridade do exemplo: motivar
pessoas e mantê-las com tal estado de espírito sempre foi um dos principais
desafios da Ciência da Administração. O empreendedor sabe da importância
que há no trabalho espontâneo e, a partir de seu próprio exemplo e da
crença nos ideais construídos em torno de um empreendimento, conquista
pessoas que podem contribuir para o processo. A rede de contatos que o
empreendedor constrói ao longo de sua vida é de capital importância pois se
trata da garantia da existência de pessoas que poderão facilitar o trabalho
em diversos pontos. Os contatos que se formam ao longo da vida de uma
11
Parafraseando Fernando António Nogueira Pessoa no poema “Navegar é preciso”.
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pessoa são sempre importantes para 'abrir o leque' de opções quando da
elaboração e implementação de uma ideia. Aqui cabe um importante ditado
corporativo: sozinhos conseguimos ir até determinado ponto; depois dali, só
com ajuda.
b. Independência e Autoconfiança - Foco na mudança: a maior parte da
sociedade se comporta de um modo mais ou menos constante - a sociedade
tende a ser mais conservadora, portanto. Após qualquer mudança, a
consequência natural é a reacomodação. O empreendedor deve evitar a
acomodação e sempre buscar a inquietação como forma de criar novas
oportunidades para atuar no mundo.
12
Repetindo o conceito explorado anteriormente, nesta mesma obra.
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Ou seja: o líder é aquele que conseguirá coordenar os trabalhos de sua equipe
organizando-a em torno de uma missão. Sua atuação será sutil e ocorrerá de modo a
conseguir a adesão das pessoas. Isto significa que o empreendedor com perfil de líder
conseguirá compartilhar seu sonho com diversas pessoas, que também se sentirão parte do
mesmo. O empreendimento que atenderia apenas a um interesse, agora, passará a ser
compartilhado por todos. A sinergia estabelecida nesta relação tornará o caminho mais fácil
e, os resultados, mais rapidamente alcançados.
O empreendedor que configura seus estados mentais - ou seja, sua forma de
pensar, crenças e valores verdadeiramente direcionados, o que poderíamos chamar de
visão de mundo13 - e, por consequência, sua forma e disposição de agir - em outras
palavras, a maneira com que atua no mundo - voltada para a liderança, terá uma
preocupação verdadeira com as questões de interesse de seus representados, ao mesmo
tempo em que saberá alinhá-las às suas próprias prioridades.
De um modo geral, o líder precisa conhecer pessoas. Aliás, quem exerce a liderança
precisa conhecer as pessoas que lidera. E não há outra forma se não conviver com elas,
conversar, trocar informações, envolver-se e comprometer-se14 de fato. Mas, para
quem está começando na arte de liderar, e mesmo para quem já lidera, mas de modo
empírico - baseado na experiência e nas impressões sobre cada um - o caminho inicial
recomendado é o do estudo do comportamento humano nas organizações.
A principal pesquisa que iniciou este rico ramo do conhecimento na Administração -
e que é usado ainda hoje - foi realizado por Abraham Maslow em 1954, com revisão e
consolidação dos dados em 1970. Trata-se de um clássico do behaviorismo15 intitulado
Hierarquia das Necessidades de Maslow. Este amplo estudo lançou as bases para um
melhor entendimento acerca do fator humano nas organizações e permitiu entender mais
sobre os fatores que conduzem a atividade produtiva das pessoas. Depois de inúmeros
experimentos, chegou-se a várias e importantes conclusões. Dentre elas destaca-se a Escala
de necessidades humanas.
As pessoas são seres vivos e pensantes. É óbvio, então, que suas necessidades mais
elementares - como comer, beber, proteger-se do frio... - influenciarão diretamente em sua
produtividade. Bem, ficou bastante óbvio depois dos experimentos citados. Antes disso, por
13
Alguns chamariam de paradigmas ou ainda, de filosofia de vida. No entanto, para os efeitos
deste estudo, denominaremos de estados mentais por entender que os outros dois termos
pertençam a categorias de análises não pertinentes às desta obra.
14
A diferença entre envolvimento e comprometimento pode ser facilmente entendida diante deste
simples exemplo de nossos cotidianos: imagine uma refeição com ovos e bacon. A galinha - que
forneceu os ovos - envolveu-se com a refeição. Já o porco - de onde retiraram o bacon -
comprometeu-se.
15
Trata-se da Escola da Teoria do Comportamento Humano, ou Escola Comportamental.
24
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mais que a gerência soubesse o que acontecia com o seu trabalhador, as cobranças eram
feitas com rigor e independentemente de condições de trabalho ou mesmo das
possibilidades físicas e psicológicas do operário. Hoje o foco na qualidade de vida, na do
trabalho e na valorização dos aspectos psicossociais daquele que trabalha são fundamentais
para a garantia de níveis elevados de produção.
Um empreendedor que lidera sua equipe deve enfocar seus esforços nas
necessidades pessoais e sociais de sua equipe. A figura a seguir traz uma importante
contribuição de Maslow16 e de Herzberg17 com a comparação de sua modificação mais
relevante feita por Herzberg, para hierarquizar as necessidades humanas. O empreendedor
precisa entender as nuances desse pensamento para melhor atingir as necessidades de
seus liderados.
16
Esta teoria foi desenvolvida pelo psicólogo e estudioso do comportamento, Abraham Maslow, em
1943. De acordo com esta teoria, as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis,
numa hierarquia de importância. Para Maslow, existe uma hierarquia natural entre as necessidades,
nenhuma delas é absoluta, pois quando uma é preenchida, a preocupação com a sua satisfação
desaparece. O indivíduo somente passará a buscar a satisfação de uma necessidade de nível superior
quando a imediatamente inferior já estiver plenamente satisfeita. De acordo com esta teoria, os
indivíduos possuem necessidades distintas que variam de acordo com variáveis intrínsecas e/ou
extrínsecas, ou seja, a escalada da pirâmide não depende apenas de condições oferecidas, mas
também das circunstâncias de vida de cada pessoa, tipo de trabalho, etc.
17
Frederick Herzberg, conhecido pelos estudos sobre motivação humana e pela Teoria dos Dois
Fatores, nasceu em 1923, é psicólogo clínico e professor de Gestão na University of Utah. Para ele,
há dois fatores necessários à satisfação: os fatores de higiene (como as condições de trabalho,
salário, status e segurança), cuja ausência cria insatisfação; e os fatores de motivação (realização,
reconhecimento, satisfação no trabalho, responsabilidade e desenvolvimento pessoal), que são
necessários à satisfação.
25
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De um modo geral, o empreendedor precisa entender a seguinte essência de ambos
os pensamentos:
I. Hierarquia das necessidades de Maslow
Dentre os principais autores destaca-se Abraham H. Maslow (1908 - 1970) como um
dos maiores especialistas em motivação humana. Para Maslow, as necessidades humanas
poderiam ser dispostas em níveis, formando uma hierarquia, segundo a urgência ou a
importância que cada necessidade poderia ocupar na vida de uma pessoa. Assim, na base
da pirâmide estariam as necessidades essenciais (fisiológicas) e no topo as necessidades
elevadas (de autorrealização).
Chiavenato (2011, pp. 307 - 308), sintetiza a hierarquização das necessidades de
Maslow da seguinte forma:
a) Necessidades fisiológicas: são as necessidades essenciais para o
desenvolvimento e manutenção da vida humana. Essas necessidades, se não atendidas,
transformam o comportamento humano de tal forma que as ações voltadas para qualquer
outro grupo de necessidades sejam anuladas. Somente quando todas as necessidades
humanas básicas estão satisfeitas é que há espaço para a motivação relacionada a outras
sociais ou de realização. Exemplo de necessidades fisiológicas: sono, fome, sede, frio, etc.
b) Necessidades de segurança: somente surgem da relativa ou total satisfação
das necessidades fisiológicas. A incerteza é o principal agente de motivação desse tipo de
necessidade, uma vez que a falta de previsibilidade gera o medo do não atendimento das
necessidades mais essenciais. Exemplo de necessidades de segurança: estabilidade,
previsibilidade, coerência, etc.
c) Necessidades sociais: as condições para que essas necessidades apareçam no
indivíduo é a satisfação das anteriores - fisiológicas e de segurança. Essa categoria diz
respeito ao sentimento de pertença a um grupo maior. Exemplo de necessidades sociais:
afeto, amizade, companheirismo, etc.
d) Necessidades de estima: derivam imediatamente das necessidades sociais e
somente existem após a satisfação das necessidades anteriores a esta. Esse grupo de
necessidade representa um reforço positivo que o indivíduo tem a partir dos símbolos, ritos
e rituais desenvolvidos na sociedade e introjetados no seu próprio ser. Exemplo de
necessidades de estima: status, prestígio, reconhecimento, etc.
e) Necessidades de autorrealização: é o grupo mais elevado de todas as
necessidades. Sua existência pressupõe a satisfação de todas as demais necessidades. O
indivíduo que consegue suplantar o medo desenvolve motivação própria para a realização
de projetos e tem mais condições de ser feliz. Exemplo de necessidades de autorrealização:
participação em decisões, trabalho criativo, erudição, etc.
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II. Teoria dos dois fatores de Herzberg
Frederick Herzberg (1923-2000), psicólogo e professor de Administração da
Universidade de Utah, propôs uma abordagem na qual as necessidades humanas podem ser
agrupadas em torno de dois fatores que orientam o comportamento das pessoas. Os fatores
higiênicos e os fatores motivacionais. Chiavenato (2011, pp. 309- 313), agrega-os assim:
a) Fatores higiênicos: também conhecidos como fatores extrínsecos. As variáveis
que compõem tais fatores são incontroláveis para o trabalhador e determinadas pelo meio -
a empresa, por exemplo. Tradicionalmente, no ambiente produtivo, os operários sempre
configuraram o trabalho em torno desses fatores. As pesquisas de Herzberg mostraram que,
na verdade, estando todos os fatores adequadamente configurados, apenas não é gerada a
insatisfação. Herzberg também classifica tais fatores como insatisfacientes, por estarem
mais relacionados com a insatisfação. Exemplo: a insatisfação no cargo relaciona-se aos
fatores insatisfacientes (higiênicos). Salários inadequados, abaixo do praticado no mercado,
por exemplo.
b) Fatores motivacionais: também conhecidos como fatores intrínsecos. As
variáveis desses fatores já são de total controle das pessoas, pois estão relacionadas com o
que elas fazem no seu dia a dia. Dizem respeito aos valores, aos propósitos, às aspirações
de cada indivíduo. Herzberg também classifica tais fatores como satisfacientes, por estarem
mais relacionados com a satisfação. Exemplo: a satisfação no cargo relaciona-se aos fatores
satisfacientes (motivacionais). Não se sentir desafiado é um exemplo importante.
O atendimento das necessidades humanas guia o comportamento dos trabalhadores
na produção. Assim, quanto mais satisfeitos, melhor desempenhados são os processos de
trabalho. No entanto, toda vez que uma necessidade não é atendida, há a geração de uma
decepção. Esta, se se persistirem as condições de não saciedade, desenvolvem-se como
frustração. A frustração resulta em contrariedade. A contrariedade pode levar a pessoa a
desenvolver comportamentos diversos, como aponta Maximiano (2011, pp. 266 - 267): a
"compensação", traduzida como a busca por alternativas de satisfação de necessidades, a
"resignação", entregar-se ao estado de desânimo ou letargia, a agressão, que é a
hostilidade, e a "substituição" ou "deslocamento", representando a transferência da causa
do fator ofensivo para outra pessoa.
Um último, mas não menos importante detalhe: o líder precisa saber que as
percepções dos seus liderados se referem ao como - como uma necessidade é atendida.
Não basta, portanto, simplesmente atender a uma necessidade. É importante a análise de
como essa necessidade foi atendida. Ter uma forma direta de contato entre o liderado e o
líder é de capital importância para coletar informações a respeito de como o colaborador de
um empreendimento se sentiu com o atendimento a ele dispensado quando houve algum
27
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tipo de necessidade e procura com o seu líder para atendê-lo. Isso constrói uma relação de
confiança, que permite o pleno desenvolvimento do trabalho.
28
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Dicas de aprofundamento
29
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UNIDADE 2
O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
OBJETIVO DA UNIDADE: Analisar a atividade empreendedora no Brasil, por meio de
dados que permitam entender as peculiaridades do mercado local. Compreender as
nuanças da atividade empreendedora, preparando-se para o início das atividades de um
novo negócio.
O Brasil tem a fama internacional de ser um país alegre, acolhedor, cuja população é
cordial e bastante amistosa. Por outro lado, também somos conhecidos como uma terra de
contrastes, com diferenças marcantes e bastante acentuadas entre os mais ricos e os mais
pobres. A corrupção está presente em boa parte de nossas instituições e é notável o
descontentamento da população com os seus governantes. Enfim, historicamente, somos a
terra das promessas e da realização para poucos. Bom, pelo menos esse panorama tem
mudado aos poucos e, temos sempre esperanças, em algum momento a democracia, a
liberdade e a prosperidade chegarão de modo mais constante e igual a toda a nação.
O empreendedorismo é uma das forças que têm atuado para transformar a
sociedade. Se, por um lado, a necessidade tem impelido um contingente sempre
representativo de brasileiros a empreender como alternativa ao desemprego, à restrição de
oportunidades ou à falta de perspectivas duradouras no mercado formal, por outro lado, o
empreendedorismo que mira na oportunidade tem aumentado a sua participação no todo.
Quer dizer, aos poucos a mesma nação que começa a exigir mais de seus governantes e
representantes políticos, também observa orgulhosa o avanço do empreendedorismo
profissional e bem preparado sobre o fértil terreno de oportunidades de nosso país.
Nesta unidade estudaremos mais a fundo as características do empreendedorismo
tupiniquim e entenderemos suas diversas formas e configurações. Será interessante e
essencial notar a importância do planejamento para o empreendedor, e os resultados
trágicos decorrentes da imprudência de se lançar a um novo negócio sem o devido preparo.
O Brasil é um dos países que mais empreendem no mundo. Essa conclusão faz parte
de um relatório internacional elaborado pela entidade Global Entrepreneurship Monitor
(GEM). Esta constatação é muito animadora, pois mostra que o povo brasileiro é
trabalhador e se dedica a produzir uma nação forte, com mais emprego e renda para todos.
30
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Mas há um detalhe que salta aos olhos quando os dados de fontes oficiais18 são lidos
com atenção: uma parcela significativa dos empreendimentos realizados apresenta altas
taxas de mortalidade logo nos anos iniciais. É lógico concluir que as altas taxas de insucesso
se devem a fatores como concorrência, falta de incentivos governamentais ou mesmo crises
econômicas. Mas há diversos estudos19 que apontam para um ponto em comum: o
despreparo do empreendedor.
O Relatório Executivo 2014 (GEM, 2014, p. 15), descreve um cenário ainda muito
incipiente para o empreendedorismo no Brasil. Um dado que chama a atenção é que 86,6%
dos empreendedores entrevistados em 2014 não procuraram o auxílio de nenhum órgão de
apoio. No ano de 2012, 79,6% não havia procurado e, em 2013, 84,6%. Um número
crescente, portanto. Quando perguntados por que não buscaram apoio, os empreendedores
responderam o seguinte, no mesmo relatório:
44% dos empreendedores afirmaram que não sentiram necessidade de
buscar auxílio.
28,9% dos empreendedores em estágio inicial indicaram que não conheciam
ou não sabiam como procurar órgãos de apoio.
15,4% atribuíram à falta de tempo o motivo de não buscarem qualquer
auxílio para o desenvolvimento de empreendimentos em estágio inicial.
18
Demografia das Empresas 2010 (IBGE, 2012).
19
Dentre os diversos estudos acerca dos fatores de sucesso e de insucesso das empresas nos
primeiros anos de funcionamento, destaca-se o Artigo de Pelissari, et al. (2011) que evidenciam
como principais fatores relacionados ao sucesso de um empreendimento a “qualificação, organização,
dedicação e a capacidade de assumir riscos e de inovar no negócio”, por parte do empreendedor.
31
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Os dados acima mostram que o empreendedor brasileiro é bastante confiante no
seu potencial. Estas impressões se confirmam quando são compilados os números
referentes à "Mentalidade empreendedora no Brasil" (GEM, 2014, p. 14). Analise a tabela a
seguir.
Uma leitura sobre a tabela acima evidencia que 37,7% dos indivíduos entrevistados
em 2013 e em 2014 conhecem alguém que empreendeu nos dois últimos anos. Número
maior do que os 33,7% de 2012, comprovando um maior 'aquecimento' na atividade
empreendedora.
Mais da metade dos indivíduos (50,2%), em 2012, acreditou que para os seis meses
seguintes as oportunidades de se começar um novo negócio aumentaram. Esse número
sofreu uma pequena queda em 2013 (foi para 50%), mas apresentou uma expressiva alta
no ano de 2014, com 55,5% dos entrevistados confiando no surgimento de boas
oportunidades para a realização da atividade empreendedora nos seis meses subsequentes.
Sempre acima de 50% dos entrevistados, entre os anos de 2012 e 2014, afirmaram
ter o conhecimento e a experiência necessários para se iniciar um novo negócio. E, quase
61% disseram que o medo de fracassar não seriam um fator importante para o início de um
novo empreendimento.
É interessante notar o caráter otimista do empreendedor brasileiro que, em linhas
gerais - e de acordo com o estudo relatado acima - considera-se tão bem preparado para
iniciar um novo negócio, tão destemido em relação ao futuro, que não recorre a um apoio
32
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formal para lançar-se à atividade empreendedora. Portanto, é correto avaliar que a
sensibilidade ao risco é relativamente baixa. Veremos, mais adiante neste material, que isso
torna o empreendedor brasileiro, na maior parte das vezes, imprudente, comprometendo
fatalmente o próprio negócio, engordando as estatísticas de insucesso nos
empreendimentos em estágio inicial.
A tabela a seguir traz um panorama mais detalhado sobre as características
sociodemográficas do empreendedor no Brasil.
33
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A tabela anterior permite traçar um perfil geral do empreendedor brasileiro: é, em
sua maioria, homem, com faixa etária bem distribuída entre os 25 e os 54 anos - o que
sugere que há tanto egressos da iniciativa privada como jovens que acabaram de sair do
primeiro emprego -, geralmente com baixo nível de escolaridade em sua imensa maioria,
com baixa renda, predominante, e casado. Sugerindo, portanto, pais e mães de família que
têm responsabilidades importantes, mas não conseguiram oportunidades consistentes no
mercado de trabalho por conta de sua baixa qualificação profissional.
Cruzando-se os achados acima, é óbvio concluir que o potencial de sucesso dos
empreendimentos no país é extremamente baixo. O empreendedor provavelmente aposta -
é esse mesmo o termo, com o cunho depreciativo do risco desmedido e sem garantias
mínimas de retorno - que o mercado trará benefícios e oportunidades que não obteve no
mercado formal de trabalho. A formação em geral precária do empreendedor, seu excesso
de otimismo e de confiança em suas próprias habilidades e potencial colaboram para as
preocupantes estatísticas acerca das taxas de (in)sucesso dos novos negócios no Brasil,
como veremos com mais detalhes na sequência.
20
Demografia das Empresas 2010 (IBGE, 2012). Este é o estudo mais recente publicado pelo IBGE,
mesmo no ano de 2015. De qualquer forma, dados preliminares de 2015 apontam a mesma
tendência.
35
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publicidade, etc. – não foram aspectos de grande importância para aproximadamente 26%
dos novos empresários.
A análise destes dados deixa claro que os empreendedores que mais fracassaram
não tomaram os devidos cuidados para a escolha do mercado de atuação ou mesmo para
garantir uma mínima estrutura de funcionamento operacional e financeiro para a empresa.
Mas não é somente a falta de conhecimento sobre o mercado que impacta
negativamente sobre as novas empresas; a deficiência no planejamento mostrou-se, ainda,
a principal falha determinante para o fracasso das novas empresas. Observe o gráfico
abaixo.
Note que, entre as economias mais competitivas do mundo, o Brasil não aparece. E
fica atrás de países como a Grécia - historicamente com sérios problemas de estruturação
da dívida pública, até mesmo marcado por um calote nos credores internacionais em 2015 -
Países da antiga União Soviética e mesmo países como pouca tradição no comércio global
intensivo, como a Islândia.
Quando se analisa o ranking de competitividade para América Latina e Caribe, nosso
país perde, como dissemos, para economias relativamente pequenas, como Colômbia e
Uruguai, mantendo uma grande distância para os líderes Chile, Costa Rica, Panamá ou o
México.
38
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Gráfico 5 - Ranking de competitividade para América Latina e Caribe
Fonte: WEF (2015)
Entre os principais problemas apontados pelo Fórum (WEF, 2015), estão questões
estruturais e conjunturais importantes, tradicionalmente relacionadas à nação. Destacam-
se:
Redução da confiança internacional nas instituições democráticas
brasileiras. A partir de uma maior imobilidade estatal para a resolução de
questões macroeconômicas relevantes e alinhamento à corrupção - na
ocasião, o país acompanhava os desdobramentos da operação Lava-Jato da
Polícia Federal, que apurava a participação de empresas e políticos em
desvios de dinheiro da Petrobrás.
Redução da confiança no Ambiente econômico nacional. Falta de
condições macroeconômicas favoráveis à realização de negócios no país.
Avaliação ruim da saúde pública. Muito dinheiro empregado para o
desenvolvimento precário das condições sanitárias, atividades de prevenção
e tratamento.
Avaliação ruim da educação básica. Há recursos disponíveis em grande
vulto, no entanto com emprego questionável, uma vez que há evasão
escolar elevada e o país não apresenta bom desempenho em rankings
internacionais de aproveitamento escolar.
Queda nos indicadores de sofisticação e inovação do ambiente
empresarial. O ambiente empresarial brasileiro é competente e inovador
no agronegócio, mas pouco relevante nos demais setores.
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Deterioração de indicadores de confiança pública. Políticos,
pagamentos irregulares, suborno, comportamento ético das empresas e
pouca eficácia dos conselhos corporativos, com escândalos de corrupção
envolvendo partidos políticos, poder público e iniciativa privada.
Fatores mais problemáticos para a implementação de negócios: nível
de tributação elevado, leis trabalhistas restritivas, corrupção, inadequação
da infraestrutura e burocracia, na ordem do mais crítico para o menos
crítico, foram apontados como problemas mais graves do país.
Outro grande problema tradicionalmente relacionado ao Brasil é a falta da qualidade
da mão de obra. A formação do trabalhador brasileiro é precária e os resultados são
facilmente visíveis nos níveis alcançados pela sua produtividade. Dados do Conference
Board (Folha de São Paulo, 2015), organização estadunidense, formada por cerca de 1.200
empresas públicas e privadas, além de pesquisadores de mais de 60 países, destacam uma
conclusão alarmante: em termos de produtividade, relacionando o Produto Interno Bruto
(PIB) de um país ao total de empregados21, são necessários quatro brasileiros para produzir
o mesmo que um estadunidense. Na verdade, produzimos menos que os sul-coreanos, que
os chilenos, os russos e os argentinos. Somente produzimos mais do que os indianos e os
chineses. Observe na figura a seguir.
21
Este dado precisa ser analisado com reservas, já que países de capital intensivo levariam mais
vantagem do que aqueles com maiores investimentos em mão de obra. Ainda assim, é uma medida
de produtividade importante para a comparação entre os diversos países.
40
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Figura 3 - Produtividade do trabalhador brasileiro em comparação com o de
outros países, de diferentes regiões
Fonte: Folha de São Paulo (2015)
Repare que, de um modo geral, quem resolve empreender no Brasil já começa com
algumas desvantagens consideráveis, principalmente se compararmos com outros países
que concorrem diretamente conosco. Somos ineficientes, somos otimistas demais, não
procuramos ajuda, nosso ambiente de negócios é inóspito e o mundo todo sabe disso.
Ainda assim, empreendemos. Vejamos, com mais detalhes, como estão os
empreendimentos que movimentam a nossa economia, principalmente por fazer parte dos
Micro e Pequenos Negócios, que representam a porta de entrada para o mundo dos
negócios.
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Gráfico 6 - Número de habitantes por MPE. Comparações Internacionais
Fonte: Adaptado de SEBRAE-SP (2015, p.10)
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55% não planejaram como a empresa funcionaria na sua ausência.
Os dados levantados pelo estudo acima tornam evidente que a falta de preparo é o
principal fator de mortalidade prematura das micro e pequenas empresas no estado de São
Paulo – onde se concentra a maior parte da riqueza do país22. E isso pode ser estendido às
outras regiões brasileiras.
De acordo com o estudo (SEBRAE/SP, 2015), o investimento das empresas em um
"maior tempo de planejamento tende a aumentar as chances de sucesso: 31% das
empresas em atividade gastaram mais de 6 meses no planejamento prévio. Já das que
fecharam, essa porcentagem cai para 18%. “Isso reforça a necessidade da realização de
uma completa etapa prévia de concepção e estruturação do empreendimento como fator
crítico de sucesso". (SEBRAE/SP, 2015, p. 28)
2) Deficiências na gestão empresarial: após iniciar um negócio, também há
fatores que podem comprometer o desempenho das operações a ponto de prejudicar a
perenidade da ação empreendedora. Os problemas de gestão do negócio também são
apontados pelo estudo como determinantes para o resultado corporativo. O estudo aponta
três importantes conclusões (SEBRAE/SP, 2015, p. 28):
As empresas que costumam, com frequência, aperfeiçoar produtos e
serviços, estar atualizadas com respeito às tecnologias do setor, inovar em
processos e procedimentos e investir em capacitação, tendem a sobreviver
mais no mercado.
A experiência prévia no ramo de negócio também aumenta as chances de
sobrevivência. Das empresas que permanecem no mercado, 72% possuíam
experiência prévia antes de abrir o negócio. Entre as que fecharam, esse
percentual cai para 58%.
A estratégia da diferenciação mostrou-se mais vantajosa para a permanência
das empresas no mercado do que a estratégia de custos.
Portanto, o empreendedor deve planejar bem o negócio que irá desenvolver. Ao
iniciar as atividades, precisa deixar a gestão do empreendimento o mais profissional que
puder, sempre adotando as melhores práticas e os mais elevados conceitos sobre a ciência
da Administração.
3) Ausência de comportamento empreendedor: o estudo do SEBRAE
repercute, ainda, que algumas atitudes e comportamentos do empreendedor são decisivos
para a permanência de um negócio no mercado, sendo que sua não adoção, ou aderência
22
Em 2009, cerca de 25% da riqueza do Brasil estavam concentrados somente na cidade de São
Paulo. A maior concentração de riqueza do país encontra-se no estado de mesmo nome. Os dados
são do relatório Produto Interno Bruto dos Municípios 2005-2009. (IBGE, 2011).
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parcial, certamente contribuirão negativamente no levantamento das empresas que
fecham as portas ao longo dos primeiros anos de funcionamento. Como aponta o relatório
(SEBRAE, 2015, p. 28), os estados mentais desejáveis para o empreendedor bem-sucedido
são:
Antecipar-se aos fatos, buscar intensamente informações e persistir nos
objetivos.
Definir um plano de ações para atingir as metas e os objetivos e saber aonde
quer chegar.
Intensificar o contato com outras empresas, bancos, entidades e o governo
aumenta as chances de sobrevivência das empresas.
Dados do Governo Federal brasileiro23 corroboram com as análises anteriores
mostrando que, no Brasil, a taxa de sobrevivência das Micro e Pequenas empresas, gira em
torno de 73,1% nos dois primeiros anos de funcionamento, sendo que 58% das empresas
encerram suas atividades antes de completar os cinco primeiros anos de existência. A taxa
de sobrevivência das empresas brasileiras apresenta-se de maneiras diferentes conforme a
região do país. O gráfico a seguir mostra como é a distribuição desse indicador pelo Brasil,
em empresas de até dois anos de funcionamento.
Gráfico 7 - Taxa de sobrevivência das empresas de dois anos, por regiões do país
Fonte: SEBRAE/DF (2013, p. 31)
23
Dados extraídos do Portal do Empreendedor, iniciativa do Governo Federal (BRASIL, 2011).
45
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seria, portanto, condição definitiva para o aumento nas taxas de sobrevivência dos
empreendimentos.
Ao analisar com mais detalhes as atividades do empreendedorismo do micro e
pequeno negócio no estado mais rico do País (São Paulo), constata-se que há um grande
alinhamento com as taxas nacionais, com um ligeiro melhor desempenho. Os dados do
gráfico a seguir, que constam de um estudo do ano de 2015 (SEBRAE/SP, 2015, p. 12)
mostram que, aproximadamente, duas em cada 10 empresas registradas encerram as suas
atividades antes de completar os dois anos de funcionamento. A indústria é a que apresenta
maior taxa de sobrevivência, com 83,4%, acompanhada pelo comércio, com sucesso de
78,3%, depois vindo a construção civil, apresentando sobrevivência de 78,6% e, por fim, o
setor de serviços, com taxas de sucesso de 76,2% em igual período.
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Dicas de aprofundamento
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UNIDADE 3
A ESCOLHA DE UM NEGÓCIO
OBJETIVO DA UNIDADE: Descrever os passos iniciais que devem ser seguidos para
escolher uma nova oportunidade de empreendimento.
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dos impostos e tributos estabelecidos pelos primeiros e questionados pelas últimas.
Realmente um ambiente controverso e contraditório, mas que precisa ser encarado.
50
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Passo 1: Diferenciação entre a ideia e o negócio
A grande parte dos empreendedores acaba por considerar que uma ideia seja a
mesma coisa que o negócio. Mas isso não é correto. O SEBRAE24 ensina que:
Diferentemente do que muita gente pensa, uma ideia de negócio não significa
uma oportunidade de negócio. Uma ideia somente se transforma em oportunidade
quando seu propósito vai ao encontro de uma necessidade de mercado. Ou seja,
quando existem potenciais clientes. (SEBRAE, s.d., p. 4)
Isso significa que existe um grande gap25entre a concepção de uma ideia e a sua
real implementação, e que deve ser respeitado. Por mais que a oportunidade tenha sido
identificada, o momento pode não ser propício para o lançamento do negócio.
Primeiramente a ideia deve ser amadurecida na mente do empreendedor. Ele deve ter a
plena consciência do que quer oferecer e se isso, de fato, encontrará algum eco no
mercado, ou seja, se haverá interesse por parte do público consumidor. Para saber isso, só
tem um jeito: o empreendedor deve estudar o mercado.
Estudar o mercado compreende uma série de atitudes e comportamentos. Deve-se
procurar a imersão total onde se deseja atuar, para entender as reais necessidades e
características do ambiente que se quer atingir. O próprio manual do SEBRAE (s.d., p. 10),
mostra que o futuro empreendedor pode começar a entrar neste mercado com medidas
simples, mas poderosas:
1) Participar de atividades como feiras, exposições e eventos relacionados
ao setor no qual se pretende atuar. Tais oportunidades permitem que o
empreendedor esteja sempre alinhado com o que há de mais moderno e o que tem
sido feito pelo mercado para atender as necessidades que interessam para a atuação
do empreendimento.
2) Entender a linguagem do segmento, buscando publicações
especializadas, construindo uma rede de relacionamentos com
participantes do setor, incluindo clientes, fornecedores e até concorrentes.
Aprender a linguagem do mercado em que se pretende atuar ajuda o empreendedor
a melhor se comunicar com o público de interesse. E, estabelecer um vínculo com
quem pode alavancar o negócio é primordial. No mercado uma boa comunicação e
24
Guia do Empreendedor – Identificando Oportunidades, página 4. (SEBRAE, s.d., p. 4)
25
Hiato, espaço, abismo
51
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uma boa rede de relacionamentos podem ser a diferença entre o sucesso e o
fracasso de um empreendimento.
3) Buscar contato com as entidades que participam do setor, estudando
sua forma de atuação, os dados que fornecem e as parcerias e apoios que
estabelecem. Exemplos de entidades: Câmara de Dirigentes Lojistas, Associações
Comerciais, Associações de Trabalhadores. Ali estão as informações mais
importantes a respeito do comportamento do mercado – fornecedores, clientes e
concorrentes – e como fazer para acessar as valiosas linhas de crédito e o apoio
jurídico.
4) Participar de fóruns em internet de grupos de clientes dos produtos
similares ou mesmo buscar informações no PROCON do seu estado a
respeito das principais reclamações dos produtos e serviços oferecidos. Ali
sempre estão os erros que não podem ser repetidos quando o empreendedor decidir
se lançar oficialmente no mercado. Aprender com os erros dos outros economiza
tempo, dinheiro e uma enorme curva de aprendizagem26.
Não tem jeito: ele precisa estudar. O grande problema dos empresários já
estabelecidos é que podem ficar acomodados com o mercado que já conquistaram.
Assim, podem não prestar muita atenção no que os concorrentes antigos e os novos
estão fazendo para conquistar a clientela e, pior ainda, podem começar a ignorar as
reclamações e os pedidos específicos dos próprios clientes. O empresário deve,
então, sempre estar atendo aos tremores para identificar os terremotos!
26
Trata-se da representação gráfica da taxa de aprendizagem relacionada a uma determinada
atividade ou ferramenta. Tipicamente, o aumento na apreensão da informação é menor nos períodos
iniciais e gradualmente aumenta quanto mais informações e experiências são processadas e retidas.
(RITTER & SCHOOLER, 2002)
52
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indivíduo comece a identificar necessidades das pessoas que integram aquele nicho27 que
nem sequer imaginava. Os dados mostrados ainda nas primeiras unidades deste material
chamam a atenção para o fato de que uma parte importante dos empreendedores, de fato,
lança-se a novos negócios sem ao menos tentar conhecer os hábitos, prioridades,
necessidades e desejos dos clientes.
O SEBRAE (s.d., p. 9), elenca os principais pontos que o empreendedor deve
observar e pesquisar com o máximo de profundidade possível para que eleve as chances de
sucesso de suas iniciativas de novos empreendimentos. Esses pontos podem ser
identificados e melhor estudados a partir das seguintes perguntas indicadas pelo SEBRAE
em seus manuais direcionados ao empreendedor:
Existe uma necessidade de mercado que não é suprida ou é suprida com
deficiências?
Qual é a quantidade de potenciais clientes para este negócio? Qual é o seu
perfil? Onde se localizam?
Quais são os principais concorrentes? Quais são os seus pontos fortes e
fracos?
Existem ameaças, como, por exemplo, uma nova tecnologia que está prestes
a entrar no mercado?
Existem aspectos legais específicos que devem ser considerados?
Quais são os valores que o novo produto/serviço agrega para os clientes?
Quais são as vantagens que a empresa terá ao entrar no negócio?
Será que o momento correto é realmente este?
A oportunidade de negócio condiz com as expectativas de lucro da empresa?
Qual é o investimento necessário? A empresa tem capacidade para isso?
Tenho vontade pessoal de atuar neste negócio?
27
Adaptando para o estudo mercadológico o conceito da ecologia que diz que “o nicho é um
conjunto de condições em que o indivíduo (ou uma população) vive e se reproduz. Pode se dizer
ainda que o nicho é o modo de vida de um organismo na natureza” (Só Biologia, 2012)
53
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O SEBRAE da Bahia (SEBRAE/BA, 2009, p. 17), relaciona as principais fontes de
informação para o planejamento de um novo empreendimento:
54
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interesse do mercado por uma mercadoria e criar as condições para que as vendas e os
negócios ocorram.
28
Kaoru Ishikawa, um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento industrial do Japão no
século XX expandiu os quatro processos de Deming para seis, que seriam 1) Determinar objetivos e
metas. 2) Determinar os métodos de atingir metas. 3) Envolver-se em educação e formação. 4)
Implementar o trabalho. 5) Conferir os efeitos da execução. 6) Tomar as medidas adequadas.
(ISHIKAWA, 1985)
55
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Figura 4 - Ciclo de identificação e aproveitamento de oportunidades
Fonte: Elaboração própria
Até agora vimos uma série de medidas que devem ser adotadas antes de se iniciar
um negócio. Elas nos deixam claro que o empreendedorismo é coisa séria, e não uma
aventura. Então, diferentemente do que muitas pessoas possam imaginar, para se tirar um
sonho de nossa mente e colocá-lo em prática, não basta apenas alugar um imóvel, comprar
alguns produtos, montar um catálogo e iniciar as vendas. Aliás, essa prática tem mais
chances de levar ao fracasso do que ao sucesso.
Identificar as oportunidades de ação em um mercado forma o passo inicial – e
imprescindível – para se empreender. Mas, depois de estudar o mercado, conhecer os
clientes, suas necessidades e desejos, ter consciência do que se quer oferecer e ter
absoluta certeza de que a solução imaginada é a correta, chegou o momento de colocar
tudo isso em prática. E o caminho não é dos mais simples.
A seguir apresentamos um roteiro do que o empreendedor deve fazer para coletar
informações técnicas cruciais e iniciar, oficialmente, um novo negócio.
56
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empresa para se levantar o conjunto de informações necessárias para a abertura do novo
negócio. O interessante é que, ao consultar a lista, já é possível ter uma clara noção de
quais são os negócios mais procurados e cujo mercado, consequentemente, tende a estar
mais saturado – com menos oportunidades devido à grande concorrência.
29
O presente material não tem como propósito descrever cada uma destas ferramentas. Para isso,
recomendamos que o empreendedor solicite apoio especializado de entidades como o SEBRAE ou de
consultorias com expertise no ramo, de modo a realizar pesquisas mercadológicas e a construir um
Plano de Negócios específico para o empreendimento que se pretende iniciar.
57
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Etapa 4: Legalização da empresa
Constituir uma nova empresa usando os meios oficiais é importante para que o
futuro empresário tenha acesso a crédito e apoio de órgãos especializados. Uma empresa
pode ser constituída das seguintes formas (SEBRAE/BA, 2009, pp. 21-23):
I. Empresário, quando o interessado não tiver sócio.
II. Sociedade Empresária, quando a empresa for constituída por, pelo menos,
dois sócios. Neste caso, a empresa deverá adotar um dos seguintes tipos de
sociedades:
a) Sociedade Limitada: é o tipo de sociedade mais comum, adotada pelas
pequenas empresas. Conta com responsabilidade dos sócios
(responsabilidade restrita ao valor de suas quotas) e é de constituição mais
simples.
b) Sociedade em Nome Coletivo: deve ser constituída somente por pessoas
físicas, sendo que todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas
obrigações sociais.
c) Sociedade Simples (antiga Sociedade Civil): é a sociedade constituída
por pessoas que, reciprocamente, se obrigam a contribuir com bens ou
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos
resultados, não tendo por objeto o exercício de atividade própria de
empresário. São sociedades formadas por pessoas que exercem profissão
intelectual (gênero, características comuns), de natureza científica, literária
ou artística (espécies, condição), mesmo se contar com auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de
empresa30.
d) Sociedade Anônima: tem o capital dividido em ações, e a responsabilidade
dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações
subscritas ou adquiridas.
e) Sociedade em Comandita Simples: possui dois tipos de sócios
comanditados: pessoas físicas responsáveis solidária e ilimitadamente pelas
obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua
quota.
f) Sociedade em Comandita por Ações: tem o capital dividido em ações,
regendo-se pelas normas relativas às sociedades anônimas.
30
Fundamentação legal: Lei no 10.406/2002, Art. 981, 982 e § único do Art. 966 (BRASIL, 2002).
58
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O SEBRAE (2009, p. 23), ainda destaca que o empreendedor, ao constituir a sua
empresa pode atuar sem sócio, “devendo-se registrar como empresário”. No entanto, ao se
escolher montar um negócio com outra pessoa – onde se compartilha, portanto, qualquer
risco associado ao empreendimento – deve-se constituir uma “sociedade empresária”. Neste
caso, o tipo societário mais comum às pequenas empresas é a “sociedade limitada”, em
decorrência da responsabilidade limitada dos sócios (restrita ao valor de suas quotas),
sendo de constituição mais simples. Se a opção for a de empresário, o patrimônio particular
se confunde com o da empresa.
Em seguida, o empresário deve dirigir-se à prefeitura da cidade onde pretende
instalar um novo empreendimento e consultar a documentação exigida para a emissão de
alvarás de localização e funcionamento. Também deve registrar-se na Receita Federal para
a obtenção do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e a Inscrição Estadual. O passo
seguinte é procurar a Junta Comercial do estado onde se encontrará o empreendimento
para registrá-lo. Depois, ao Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, para obter o
Registro do Ato de Constituição. Também é recomendado o contato com um contador para
que se tenha conhecimento de todas as obrigações e tributos, iniciando a empresa de
maneira correta.
60
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Figura 5 - Como o mercado reage ao risco
61
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2008, onde quem fatura até R$ 60 mil por ano pode se legalizar gratuitamente (SEBRAE/RJ,
2012, p. 5). O objetivo da iniciativa é tirar da informalidade um grande contingencial de
brasileiros que atuam essencialmente no comércio, no setor de serviços e em pequenas
confecções e estabelecimentos produtivos.
A Cartilha do Empreendedor Individual (SEBRAE, 2012), elaborada pelo SEBRAE
Nacional traz importantes destaques acerca das características principais desta modalidade
de empresa. Entre as quais, apontamos as seguintes:
I. Características Gerais:
Faturamento de até R$ 60 mil por ano
O empreendedor não deve participar de outra empresa como sócio ou titular
O empreendedor deve trabalhar sozinho ou ter, no máximo, um empregado
(no caso de agastamento legal deste empregado, o EI pode contratar outro
funcionário temporariamente)
O empreendimento não poderá possuir filial
II. Benefícios ao Empreendedor Individual:
Legalização gratuita, rápida e objetiva
Pagamento de apenas uma guia mensal, que reúne tributos federais, estaduais
e municipais. O valor fixo mensal31 é reajustado anualmente de acordo com a
correção do salário mínimo
Fazer parte do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Isso permite ao EI
a emissão de nota, participação de licitações, compras diretas com
fornecedores, negociação de prazos de pagamentos, recebimento das
mercadorias na porta do estabelecimento, direito a benefícios previdenciários –
aposentadoria, licença-maternidade, auxílio-doença, etc.), acesso ao crédito
empresarial (com juros mais baixos), participação em licitações, entre outros
Redução nos custos para a contratação de um funcionário
Segurança jurídica para o funcionamento da empresa
III. Outros detalhes importantes:
Conhecer as normas municipais para saber se a atividade pode ser exercida no
local escolhido
O CNPJ e o número de inscrição na Junta Comercial são obtidos
imediatamente. Mas as prefeituras têm, normalmente, prazo de até 180 dias
31
Comércio ou indústria: R$ 40,40 mensais. Prestação de serviços: R$ 44,40. Comércio e serviços:
R$ 45,40. Valores vigentes para o ano de 2015. As taxas sofrerão reajustes anuais conforme a
correção do salário mínimo. Consulte a lista atualizada em
http://www.portaldoempreendedor.adm.br.
62
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para confirmar a adequação do local escolhido pelo EI para o exercício de suas
atividades
O EI não pagará nenhuma taxa pelo alvará de funcionamento
A arrecadação de impostos é realizada por meio do Documento de Arrecadação
do Simples Nacional (DASN) que pode ser emitido no Portal do Empreendedor
(endereço abaixo)
Impostos pagos como EI: 5% do salário mínimo para a previdência social
(INSS), R$ 5,00 para o município (ISS) quando a atividade for de serviço ou R$
1,00 para o estado (ICMS) se tiver produtos comercializados32
O EI está dispensado de emitir nota fiscal quando o seu cliente for uma pessoa
física. Se for uma pessoa jurídica (empresa), o empreendedor deverá emitir
nota fiscal para comprovar as vendas ou serviços realizados. Importante: se o
cliente jurídico optar por emitir sua própria nota fiscal de entrada, o EI ficará
dispensado de emitir a nota de venda
A contabilidade está dispensada para o EI. Este deve, apenas, guardar os
comprovantes de suas compras e os comprovantes das notas fiscais – caso
emita estas últimas. Essencial: o EI deve possuir um controle – mesmo que
simples e de próprio punho – do faturamento, para prestar informações na
Declaração Anual do Simples Nacional (DASN)
Se o EI possuir empregado legalizado, deverá entregar a Relação Anual de
Informações Sociais (RAIS) – que é uma pesquisa anual do mercado formal de
trabalho brasileiro que reúne dados dos funcionários como remuneração, grau
de instrução e tipo de vínculo com a empresa
O EI deve, obrigatoriamente, entregar a Guia do Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS) e informações para a Previdência (GFIP)
Se o faturamento da empresa superar os R$ 60 mil anuais, o EI passará para a
condição de Microempresa, com novas obrigações do Simples Nacional
A Declaração do Imposto de Renda de Pessoas Físicas está dispensada para os
sócios e titulares de empresas. Mas é sempre importante verificar se o EI se
enquadra em outras situações que obrigam a entrega dessa declaração. Para
isso, deve-se consultar o site da Secretaria da Receita Federal do Brasil
(http://www.receita.fazenda.gov.br)
32
Valores corrigidos anualmente. Deve-se, sempre, conferir a tabela atualizada no Portal do
Empreendedor; http://www.portaldoempreendedor.adm.br.
63
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IV. Custos para a contratação do empregado:
Salário Mínimo + Previdência Social (3% do Salário) + FGTS (8% do Salário)
O EI deverá cumprir todas as exigências previstas nas leis trabalhistas,
pagando ao empregado o salário, as férias, o 13º salário, as horas extras, etc.
Dicas de aprofundamento
Sugestões de leitura:
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Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 6 e a
Atividade 3.1.
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UNIDADE 4
Empreender é o desejo de uma boa parte dos trabalhadores. Ao longo de uma vida
dedicada ao trabalho, muitos chegam à conclusão de que os salários que receberam
durante toda a carreira nem sempre foram o suficiente para ir além do básico para a
sobrevivência da família. Outros podem refletir que o tempo que passou em um escritório
ou repartição o tirou do convívio familiar mais intenso. Há ainda aqueles que entendem que
ter que se subordinar a um patrão, cumprir horário ou encarar rotinas por oito horas fixas
diárias pode ser algo indesejável. Enfim, para uma boa parte da população, o trabalho
tradicional é pouco atrativo.
O empreendedorismo é, para esse grupo de pessoas, uma espécie de 'válvula de
escape' de um ambiente formal de trabalho, cujas perspectivas são sempre limitadas, em
direção a um ambiente instigador e mais voltado para a satisfação pessoal. Ao empreender,
o indivíduo passa a chamar para si toda a responsabilidade do sucesso e empenha todos os
seus esforços no sentido de atingi-los. Portanto, compromete-se com o resultado.
Mas será que os resultados de uma atividade empreendedora importam somente aos
envolvidos diretamente com um novo negócio? Será que a sociedade, o meio ambiente, os
indivíduos, a nação como um todo, não seriam afetados de alguma forma e, portanto,
também interessados nos resultados alcançados?
Nesta última unidade estudaremos alguns dos tópicos de vanguarda sobre o
empreendedorismo e refletiremos um pouco sobre como o futuro empresário precisa se
posicionar para responder aos principais anseios da sociedade, sem se distanciar do que
realmente motiva qualquer um a empreender: o sonho de realização pessoal e profissional.
33
A organização Endeavor apoia o que classifica de empreendimentos de alto impacto ao redor
do mundo, estando presente em mais de 20 países e com 8 escritórios em diversas regiões do Brasil.
Saiba mais em: https://endeavor.org.
67
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A arte de empreender inspira e motiva pessoas pelo mundo todo. Grandes
negócios são criados e ótimas ideias são colocadas em prática. Vidas são transformadas,
empregos são gerados e desafios são superados. E bota desafios nisso. De alguns anos
para cá um novo tipo de empreendedorismo vem ganhando a cena, o
empreendedorismo social.
Fonte: https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/.
34
Seguindo as categorias de análise que estabelecemos logo na unidade 1, em que relacionamos
necessidade, demanda e poder como fatores fundamentais do estabelecimento da
oportunidade.
35
O core business reflete a preocupação fundamental do negócio, ou seja, qual é a oportunidade
específica que visa a atender com sua configuração empreendedora. É composto do público de
interesse, do nicho e de todo o esforço mercadológico de segmentação e de posicionamento para
melhor atingir os propósitos corporativos.
68
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O bengali Muhammad Yunus, 74 anos, ganhador do Prêmio Nobel da Paz
em 2006, veio ao Brasil
em 2015 para uma
série de palestras com
universitários,
investidores e
empreendedores.
Conhecido por ter
criado um sistema de
empréstimos para
pobres e fomentar
negócios sociais, ele
chega com a missão de
passar algumas
mensagens para seu público.
Uma delas é que os estudantes devem usar o seu incorformismo para
empreender e criar empresas para resolver problemas sociais do mundo. E que as
universidades apoiem os alunos nessa jornada, seja com aulas sobre negócios
sociais ou promovendo uma rede que discuta oportunidades. Ele quer também
disseminar a ideia de que o empreendedor não precisa apenas pensar em lucro
grande e vendas altas.
O outro recado é mais objetivo. Segundo Yunus, os empreendedores sociais
devem procurar ajuda no setor privado para aumentar o alcance de seus projetos.
E que usem a tecnologia para resolver dilemas nas áreas de educação, saúde,
nutrição, moradia. “O avanço tecnológico permite a criação de soluções mais
acessíveis, distribuídas a custos e preços finais mais baixos”, diz.
Yunus é hoje um dos principais nomes do empreendedorismo social. Parte
de sua reputação vem da criação do Grameen Bank. O negócio empresta quase R$
5 bilhões anualmente para pessoas pobres. Atualmente, cerca de oito milhões de
pessoas são clientes dos bancos. Desse montante, 97% são mulheres.
O texto acima resume bem o conceito de empreendedorismo social, que pode ser
entendido como um conjunto de iniciativas originadas na sociedade, para a sociedade, e
pela sociedade. Vamos explicar melhor. Nesta forma de empreendimento, o lucro financeiro
não é visto como o propósito maior. Na verdade, ele é apenas mais um componente de um
negócio que tem que funcionar bem, pagando suas contas e distribuindo seus resultados. O
ganho maior que se tem é o de contribuir para o desenvolvimento social em algum de seus
aspectos falhos. Isso significa que o empreendedor social estará de olho em seus resultados
69
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financeiros como estaria em qualquer outra empresa. Mas isso não ocorrerá a qualquer
custo - principalmente custo social.
Seguindo esta lógica, esta forma de empreendedorismo condenará qualquer tipo de
trabalho degradante ou de exploração desmedida. Também será contra a apropriação e uso
de bens naturais sem a preocupação com a sua reposição. Opor-se-á, ainda, à geração de
resíduos, dejetos ou outros subprodutos de manufatura que não possam ser devidamente
descartados ou reciclados - já que a sociedade seria a maior prejudicada por qualquer
resquício de uma atividade imprudente. Em outras palavras, é o desenvolvimento
responsável de um negócio.
Uma obra portuguesa do início do ano 2012 reforça a prioridade de se compatibilizar
o propósito empresarial ao da própria sociedade, com vistas à promoção da coesão social, o
fomento ao desenvolvimento local e a imperiosa necessidade de atenuar ou eliminar as
desigualdades sociais. Assim trata o texto:
Já não restam dúvidas: os novos modelos de negócio precisam de
reestabelecer e de compatibilizar o sucesso da empresa com a inclusão e o
progresso social.
[...] o empreendedorismo social encontra as suas raízes e a sua base de
afirmação, desempenhando um papel cada vez mais importante na
promoção da coesão social, o desenvolvimento local, na luta contra as
desigualdades. Reconhece-se, sem dificuldades, que a criação de valor
social é a sua razão de ser e a sua inspiração sendo certo que, na sua
essência, o empreendedorismo e a inovação social assumem como objetivo
central a melhoria da qualidade de vida e o bem-estar individual e coletivo.
Desta forma, o empreendedorismo social representa realmente uma forma
diferente de aproveitar as oportunidades e de desenvolver projetos
colocando, no centro da atividade econômica, a supremacia da ética, da
justiça social, do indivíduo e das suas reais necessidades. (FELIX, ALVES;
SERGHI, 2012, p. 12).
70
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Quadro 4 - Comparações entre as formas de empreendedorismo privado e social
Assim, o empreendedorismo social pode ser entendido como uma nova categoria de
abordagem de novos negócios em que a oportunidade de atuação não seja vista como
oportunismo. O viés se transforma. Se na forma tradicional aproveita-se uma
oportunidade para poder agir saciando uma necessidade social, mas ganhando dinheiro com
isso, nesta nova formatação busca-se resolver uma carência social, podendo até se ganhar
dinheiro com isso, mas com prioridade para o desenvolvimento da sociedade para que
aquela necessidade não mais limite o progresso da comunidade. E mais: gerando soluções
para que a própria sociedade supere suas adversidades e não dependa mais de uma
empresa que venda este tipo de serviço.
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que o empreendimento social oferece a cada crise ou necessidade específicas. Como mostra
o gráfico a seguir.
72
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4.1.3 O perfil do empreendedor social
Já deu para notar que um empreendedor social é um tipo de personagem que
precisa lidar com uma empresa de comportamento diferente. E o sucesso de seu
empreendimento não será medido pelo dinheiro que receberá, ou pelo desenvolvimento da
própria organização. O empresário social ficará tão mais satisfeito quanto menos a
sociedade depender de seu negócio. Pode parecer paradoxal, mas é assim que um negócio
social prospera: quando a sociedade usa de seus serviços para aprender a superar as
próprias limitações.
Um empreendedor social tem características próprias importantes que o diferenciam
dos empresários à frente das modalidades de negócios mais tradicionais. Veja um resumo
destas características, conforme descritas por Félix, Alves e Sirghi (2012, p. 17-19),
agrupadas nos "10 Ds do empreendedor social":
I. Dream (Sonho): consegue visualizar o que o futuro pode trazer, não apenas
ao próprio, mas às organizações e à própria sociedade onde está envolvido.
II. Decisiveness (Decisão): é por natureza um indivíduo que rapidamente toma
decisões.
III. Doers (Ação): qualquer plano de ação que vise alcançar o objetivo a que o
empreendedor se propõe é decidido e implementado de forma rápida,
mesmo que requeira ajustes de modo a adaptar-se às necessidades
específicas da comunidade ou sociedade onde se insere.
IV. Determination (Determinação): é muito responsável e bastante persistente,
não desistindo perante obstáculos que, à primeira vista, parecem
incontornáveis.
V. Dedication (Dedicação): trabalha incessantemente quando se propõe a
avançar com um novo projeto ou negócio, mesmo que essa dedicação
coloque em risco alguns relacionamentos pessoais, como os familiares.
VI. Devotion (Devoção): os projetos ou negócios em que se envolve são
executados com verdadeiro empenho, facilitando a sua venda, seja ela
efetiva ou figurada.
VII. Details (Minúcia): o controle dos detalhes é um fator relevante para o
sucesso dos negócios.
VIII. Destiny (Dependência): como qualquer outro empreendedor, o social
prefere ser dono do próprio destino a depender de outrem.
IX. Dollars (Dinheiro): o enriquecimento não é prioridade para o empreendedor
social, no entanto, projeto que não se sustenta não perdura.
73
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X. Distribute (Partilha): partilha o controle do projeto ou do negócio com os
demais colaboradores ou parceiros, os quais representam peças
fundamentais para o seu sucesso.
Repare que as características apontadas anteriormente fazem do empreendedor
social um personagem bastante típico. Isso se reflete nas escolhas dos tipos de negócios
que escolhe para assumir. A seguir há alguns exemplos sobre empreendedorismo social no
Brasil. Eles ajudam a inspirar os futuros empreendedores sociais na escolha de um negócio
de cunho social.
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entidade faz isso oferecendo, principalmente, apoio à formação continuada de
professores e gestores de escolas. Além disso, auxilia a criação de redes colaborativas
voltadas a fortalecer o ensino formal e políticas púbicas de educação. Disponível em
<www.institutochapada.org.br>. Acesso em: out. 2019.
Fonte: Administradores.com.br.
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Observe que a própria Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece a
importância das micro e pequenas empresas para o desenvolvimento de uma economia
que, em suas vias formais, está se estrangulando e oferecendo cada vez menos
oportunidades de trabalho e emprego. O empreendedorismo é, então, mais do que uma
alternativa para que se encontrem maneiras de atender às diversas necessidades de uma
população crescente e ávida pelo consumo e o suprimento de suas carências mais
elementares.
De acordo com dados do SEBRAE/DIEESE (2011), as micro e pequenas empresas
geraram, na última década, 48% dos postos de trabalho criados em 10 anos no Brasil,
equivalente a 6,1 milhões de novos empregos formais. Em 2015, o número representou um
salto bastante importante: segundo o presidente do SEBRAE Nacional na ocasião, Luiz
Eduardo Barretto Filho, o Brasil já tinha 10 milhões de micro e pequenos negócios,
responsáveis pela geração de mais de 17 milhões de empregos36. Os pequenos negócios
representam 99% das empresas brasileiras37, respondendo por mais de 20% do Produto
Interno Bruto. O empreendedorismo é uma força a mais para a continuação da existência
do capitalismo.
Vimos nas primeiras unidades que os pequenos negócios enfrentam diversas
dificuldades relativas ao mercado e às necessidades dos clientes. As exigências
governamentais para a constituição das empresas também representam obstáculos que
devem ser vencidos. Mas, dentre os maiores desafios existentes no ciclo de vida dos
empreendimentos um deles mostra-se como crucial: a sustentabilidade.
A sustentabilidade é o tema de destaque dentro do novo ambiente de debates sobre
o empreendedorismo – independentemente do tamanho da organização. De acordo com o
presidente do SEBRAE Nacional, Luiz Barretto (SEBRAE, 2012 b, p. 11), existem “três eixos
da sustentabilidade – ambiental, social e econômico”, sendo o que tem mais “aderência
para iniciar uma estratégia de convencimento do pequeno empresariado, logicamente, é o
eixo econômico”. Isso significa que, ao tomar consciência dos benefícios de se utilizar
processos produtivos sustentáveis, que mantenham a integridade do meio ambiente e da
sociedade em que estão inseridas, e melhor, que apresentem algum tipo de retorno
financeiro ou economia da mesma qualidade de recursos, o empreendedor de pequena
empresa não apenas garante as melhores condições para a sobrevivência do negócio, como
também contribui para o desenvolvimento do mercado como um todo.
36
Entrevista concedida ao portal G1 no ano de 2015, por ocasião da comemoração do Dia Nacional
da Micro e Pequena Empresa, comemorado em 5 de outubro. Disponível em <g1.globo.com/jornal-
hoje/noticia/2015/10/brasil-ja-tem-10-milhoes-de-micro-e-pequenos-negocios.html>. Acesso em: 22
out. 2019.
37
Luiz Barretto, presidente do SEBRAE Nacional (SEBRAE, 2012, b p. 11).
76
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E não é somente o empresário que tende a buscar a sustentabilidade como forma de
diferenciar o negócio para tirar melhor proveito. A sustentabilidade é um tema de destaque
no debate político e no cotidiano de governos e pessoas. O SEBRAE (2012 b, p. 15), aponta
que “o interesse crescente por produtos e serviços sustentáveis e a expansão da oferta para
atender a essa demanda emergente são um indício de que as boas práticas empresariais
tendem a se intensificar”. Consumidores, sociedade organizada, o empresariado e os
governos convergem para esta tendência.
Sustentabilidade não é mais conversa de ambientalista. Carlos Alberto dos Santos,
diretor técnico do SEBRAE38, defende que haverá uma mudança de tendência no
pensamento do empreendedor no que diz respeito ao desenvolvimento empresarial aliado
às decisões de sustentabilidade.
38
Economista, doutor pela Freie Universita et Berlin, diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) (SEBRAE, 2012, pp. 16-17).
39
Sondagem realizada pelo SEBRAE entre fevereiro e março de 2012 com 3,8 mil empresários do
segmento empresarial de pequeno porte em todo o Brasil (SEBRAE, 2012, p. 22).
40
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foi realizada de
13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 foi assim conhecida porque marcou
os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as
próximas décadas.
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maioria dos empresários (90%) indicou que as empresas deveriam atribuir alta (75%) ou
média importância (15%) às questões ambientais, sendo que 46% percebem a questão
ambiental como uma oportunidade de ganhos para as empresas. Interessante é que 79%
acham que as empresas com programas de preservação do meio ambiente atraem mais
clientes. Veja a seguir.
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1) Internamente: processos mais limpos, que reduzem custos a partir da
diminuição no consumo de insumos, trazendo como consequência o aumento nas
margens de ganhos e aumentando o faturamento.
2) Externamente: influência sofrida das novas gerações de consumidores que
interferem na forma como as mercadorias são produzidas, fidelizando-se à marca e
contribuindo efetivamente para a melhoria dos processos.
O SEBRAE mantém, atualmente, uma página da internet com diversas dicas e
orientações sobre negócios sustentáveis. Há vídeos, notícias, exemplos de práticas
sustentáveis, dicas e cartilhas informativas sobre o tema. Vale a pena conferir como o
SEBRAE apoia a formação de negócios sustentáveis e as oportunidades de negócios que se
originam desta forma particular de negócio.
41
Centro SEBRAE de Sustentabilidade. Práticas Sustentáveis. Disponível em
<http://sustentabilidade.sebrae.com.br/portal/site/Sustentabilidade/menuitem.8de369bcd03ba7ba92
755420a27fe1ca/?vgnextoid=5b08adc80afa5310VgnVCM1000002af71eacRCRD&vgnextfmt=default>.
Acesso em: 22 out. 2019.
79
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Como o SEBRAE ajudou essa empresa:
Capacitação pelo projeto ECOPÃO, do
SEBRAE-PE, trouxe inovações no
empreendimento e boas práticas na
panificação.
III. Principais Números:
Aumento de 20% nas vendas
Redução de 15% no uso da farinha de
trigo para a produção de pães
I. Resumo: Estilista Melk Zda se junta com artesãs do grupo Mulheres de Argila para criar
e produzir acessórios e peças de decoração com resíduos de jeans do polo têxtil
pernambucano.
II. Sobre a empresa:
Localização: Caruaru – Pernambuco
Como o Sebrae apoia: Projeto de Artesanato do Agreste do Sebrae em Pernambuco.
III. Principais Números:
16 Artesãs integram o Grupo Mulheres
de Argila
Reaproveitamento potencial de doze
milhões de metros de ourelas de jeans
descartados por mês pelo polo têxtil da
região agreste.
I. Resumo: Barriga Verde é o nome da churrascaria de São Luis (MA), que separa e vende
seus resíduos para recicladores, economiza energia e água, e transforma óleo usado de
cozinha em sabão e cinzas das churrasqueiras em adubo para a horta.
II. Sobre a empresa:
Ramo de atividade: bares e
restaurantes
Tempo de mercado (em 2015): 5
anos
Localização: São Luis (MA)
Nº de funcionários: 35
Apoio do Sebrae: Empretec,
consultorias e programação de
formação de fornecedores da cadeia
de petróleo e gás do MA.
Fonte: Centro SEBRAE de Sustentabilidade
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III. Principais Números:
Economia, em média, de 5% dos custos de água e luz por mês com as práticas
sustentáveis.
Churrascaria Barriga Verde é um dos exemplos de práticas sustentáveis e m São
Luís (MA).
Dicas de aprofundamento
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sucesso.
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REFERÊNCIAS
______. Produto Interno Bruto dos Municípios 2005 – 2009 – Edição 2011.
Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=2049
>. Acesso em: 22 out. 2019.
______. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Produto Interno Bruto dos
Municípios 2005 – 2009 – Edição 2011. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=2049
>. Acesso em: 22 out. 2019.
MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Livro I. 1867. Disponível em:
<http://www.marxists.org/portugues/marx/1867/ocapital-v1/vol1cap01.htm>. Acesso em:
22 out. 2019.
______. Pessoas resilientes, planeta resiliente: um futuro que vale a pena escolher.
Relatório do Painel de Alto Nível sobre sustentabilidade global do Secretário-geral das
Nações Unidas (2012). Nova Iorque, 2012. Disponível em: <www.un.org/publications>.
Acesso em: 22 out. 2019.
84
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PEQUENAS EMPRESAS, GRANDES NEGÓCIOS. Como começar - Empreendedorismo
Social. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Como-comecar/noticia/2015/04/o-
empreendedor-nao-deve-ser-uma-maquina-de-fazer-dinheiro.html>. Acesso em: 22 out.
2019.
______. Panorama das MPEs paulistas - Edição 2015. São Paulo: SEBRAE/SP, 2015.
85
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______. Teoria da Administração I. Campo Grande: UCDB, 2012.
VASCONCELOS, Alexandre Meira de; LEZANA, Álvaro Guillermo Rojas. Modelo de ciclo de
vida de empreendimentos sociais. Revista de Administração Pública (RAP). V 46, n. 4,
2012. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/7123/pdf_3>. Acesso em: 22
out. 2019.
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ANEXOS
Material complementar
Açougue
Bar e lanchonete
Bomboniere
Cafeteria
Cybercafé
Comércio atacadista de lingerie
Comércio de água mineral
Comércio de alimentos congelados
Comércio de embalagens
Comércio de produtos de informática
Comércio de produtos de limpeza
Comércio de tintas
Drogaria
Floricultura
Livraria
Loja de acessórios de motos
Loja de armarinhos
Loja de artigos esotéricos
Comércio Loja de artigos para festas infantis
Loja de autopeças
Loja de bijuterias
Loja de brinquedos
Loja de CDs
Loja de confecção
Loja de cosméticos
Loja de embalagens para presentes
Loja de ferragens
Loja de hidráulica
Loja de produtos eletrônicos
Loja de R$1,99
Padaria
Papelaria
Pet Shop
Pizzaria
Restaurante self service e por kilo
Revistaria
Sorveteria
Videolocadora
Academia de ginástica
Agência de empregos
Serviços Agência de serviços de telemarketing
Agência de viagens e turismo
Autoescola
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Buffet
Casa lotérica
Clínica de fisioterapia
Clínica veterinária
Copiadora
Consultoria
Cursos livres pela internet
Editora
Empresa de cobrança
Empresa de comunicação visual
Empresa de desenvolvimento de home page
Empresa de trabalho temporário
Escola de futebol
Escola de idiomas
Escola infantil
Escola de informática
Funilaria e pintura
Imobiliária
Instalação de cortinas e carpetes
Lan house
Marcenaria
Oficina de costura
Oficina mecânica
Pousada
Prestação de serviços motoboy
Promoção e organização de eventos
Salão de beleza
Serralheria
Serviços de limpeza e conservação
Transporte rodoviário de cargas
Transporte turístico e fretamento
Fábrica de brindes
Fábrica de calçados
Fábrica de doces
Fábrica de pão de queijo
Indústria Fábrica de vassouras
Fábrica de velas Indústria de bijuterias
Indústria de confecção
Indústria de etiquetas
Usina de reciclagem
Fonte: Adaptado de SEBRAE (2009, p. 12)
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Anexo II. Negócios com potencial de sucesso, onde o SEBRAE possui grande
quantidade de informações disponíveis
EXERCÍCIO 1
1. As inovações tecnológicas têm sido o diferencial do desenvolvimento
econômico mundial. Ainda assim, o principal motor do desenvolvimento, que
emprega a tecnologia como diferencial competitivo para um novo negócio, é o
empreendedor. Assinale a alternativa que explica melhor esta supremacia do
empreendedor sobre a inovação tecnológica.
a) O talento empreendedor resulta da percepção, direção, dedicação e, claro, muito trabalho
dessas pessoas especiais, que fazem acontecer, e quando o talento é somado à tecnologia,
o processo empreendedor está para acontecer.
b) O talento empreendedor é superior à incorporação de tecnologia. Isso ocorre, pois a
presença humana é imprescindível para que nasça a tecnologia. E a tecnologia deve,
sempre, ser subjugada à vontade humana.
c) A força produtiva – manifestada pela tecnologia – tem mais condições de alcançar índices
superiores de produtividade. Mas é somente o empreendedor quem tem condições de
adequar a produção das máquinas aos objetivos da organização.
d) O talento empreendedor resulta da interação com a tecnologia. Mas isso só ocorre após a
profunda formação técnica do empreendedor.
EXERCÍCIO 2
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e instabilidades.
d) Os empreendedores são exímios identificadores de oportunidades, por serem muito
curiosos, atentos, inovadores ou destemidos.
4. O “acaso” é a resposta dada por uma boa parte dos grandes empreendedores
quando se pergunta o que os levou a criar esta ou aquela empresa. Mas, de
acordo com os estudos mais elaborados acerca do tema “empreendedorismo”,
essa assertiva é:
a) Verdadeira, pois acaso e empreendedorismo são duas "faces da mesma moeda", ou seja,
duas características presentes em todos os empreendimentos.
b) Verdadeira, pois uma grande característica dos empreendedores é a modéstia. E isso os
diferencia dos demais investidores.
c) Falsa, pois diversos estudos demonstram que pode até haver o acaso, mas os melhores
resultados são obtidos a partir de planejamento e dedicação.
d) Falsa, pois empreendimentos que têm sucesso a partir do acaso são classificados como
jogos de azar.
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d) Ampliação da base tecnológica: criatividade e inovação são características dos
empreendedores que, sem o uso de recursos avançados, não têm condições suficientes para
o desenvolvimento de um negócio de sucesso.
ATIVIDADE 1.1
1. Dê um exemplo de pessoa empreendedora e explique quais características dele que você
considera que fazem dele uma pessoa empreendedora. Fundamente sua resposta junto ao
conteúdo apresentado na unidade 1 deste material didático.
EXERCÍCIO 4
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adversidade.
b) Não deve se preocupar em determinar metas realizáveis, uma vez que aquilo que se
planeja é sempre facilmente exeqüível.
c) Não deve projetar sonhos absurdos sob pena de não conseguir realizá-los.
d) Não deve projetar lucros absurdos, pois qualquer empreendimento rende pouco no início,
mas valoriza-se mais tarde.
EXERCÍCIO 5
1. O Brasil é um dos maiores países empreendedores do mundo. No entanto,
dados do SEBRAE mostram que o índice de mortalidade dos novos
empreendimentos é muito alto já nos primeiros anos de vida. Qual é o maior
responsável por esses dados alarmantes?
a) O governo, que cobra impostos muito altos.
b) A concorrência, que sufoca o nascimento de novas empresas.
c) Os próprios empreendedores, que muitas vezes não se preparam adequadamente para
empreender um novo negócio.
d) Os clientes, que nem sempre são fiéis em seus hábitos de consumo.
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2. O início de um novo negócio envolve diversos riscos em qualquer lugar do
mundo. No Brasil não é diferente: há riscos importantes, inerentes à
existência ou não das necessidades dos clientes e o seu atendimento pelos
atuais participantes do mercado. Além do mais, há riscos relacionados aos
fornecedores, aos governos e diversos outros. Entre eles, podemos destacar
como um dos principais fatores que devem ser considerados na formação de
um negócio o Macroambiente. Das alternativas abaixo, qual contém apenas
fatores relacionados a este ambiente?
a) Variáveis econômicas, fornecedores e clientes.
b) Variáveis econômicas, sociais e tecnológicas.
c) Variáveis econômicas, demográficas e concorrentes.
d) Variáveis econômicas, ecológicas e concorrentes.
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b) 1) Compreensão sobre a necessidade do Mercado. 2) Implementação do novo negócio.
3) Aproveitamento das oportunidades. 4) Diferenciação entre ideia e Negócio.
c) 1) Diferenciação entre ideia e Negócio. 2) Compreensão sobre a necessidade do Mercado.
3) Aproveitamento das oportunidades. 4) Implementação do novo negócio.
d) 1) Implementação do novo negócio. 2) Compreensão sobre a necessidade do Mercado.
3) Aproveitamento das oportunidades. 4) Diferenciação entre ideia e Negócio.
9. Entre as alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO pode ser considerada
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como uma vantagem competitiva aos novos negócios no Brasil.
a) Valor da mão de obra disponível.
b) Tamanho do mercado consumidor.
c) A presença de instituições como o SEBRAE.
d) Estabilização monetária a partir do Plano Real.
10. Como o governo brasileiro poderia agir para fomentar com mais eficiência
o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil, com foco nos micro e
pequenos negócios? Assinale a alternativa que teria impacto mais direto.
a) Aumentando a carga tributária.
b) Reduzindo a concessão de crédito.
c) Combatendo a corrupção no Congresso Nacional.
d) Incentivando a criação de incubadoras de empreendimentos.
ATIVIDADE 2.1
1. Observando o contexto do mercado brasileiro sobre empreendedorismo exposto na
unidade 2 do material didático, responda: se um amigo o abordasse com uma ideia
espetacular para montar um novo negócio e ganhar muito dinheiro, supondo que você
estivesse atrás de alguma ideia para um novo negócio, quais passos você adotaria para
chegar a uma decisão final?
2. Comente a seguinte afirmativa: “um dos maiores mitos a respeito de novas ideias de
negócios é que elas devem ser únicas”. Trata-se de um mito? Por quê?
EXERCÍCIO 6
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c) Compostos de órgãos do Governo que adquirem bens e/ou serviços, cuja finalidade é
permitir o desenvolvimento industrial ou econômico de uma região. Exemplo: Produção de
leite de cooperativas.
d) Compostos de órgãos do Governo que adquirem bens e/ou serviços, cuja finalidade é
atender às necessidades das indústrias nascentes. Exemplo: Excedente de café não
comercializado.
Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de
Aprendizagem.
ATIVIDADE 3.1
Leia o texto abaixo e em seguida responda o que se pede.
Em 1989, Drucker falou das grandes transformações ou linhas divisórias que sinalizam
mudanças fundamentais na estrutura básica da sociedade. O mesmo tema foi desenvolvido
por Piore e Sabel no livro The Second Industrial Divide. Os autores rastreiam a evolução dos
processos e das principais mudanças nas empresas que exerceram profundo impacto sobre
a sociedade. A análise se inicia com o surgimento das guildas, prossegue com a descrição
da Revolução Industrial e termina com o delineamento da atividade industrial durante a
primeira metade do século XX. Os autores prestam uma homenagem ao livro A Riqueza das
Nações, de Adam Smith, ao abordarem as várias transformações que culminaram com a era
industrial pós-moderna. (...)
Encontram-se em curso muitas mudanças profundas, que exercem forte impacto sobre a
empresa e sobre o contexto social mais amplo. Essas transformações se refletem nos temas
seguintes. Um deles é a nova competição, dando origem a um novo paradigma de
negócios, que afeta a própria essência da empresa. O outro tema trata do movimento em
direção à sociedade baseada no conhecimento e da ascensão da empresa inteligente. O
terceiro e último tema se refere ao advento da cooperação entre as organizações, que
agora competem entre si como constelações de empresas. Esses ecossistemas empresariais
são tão fortes quanto a sua parte mais fraca. Pelejam por recursos e clientes contra
constelações concorrentes e redefinem a forma como os gerentes devem encarar a
concorrência e as forças competitivas (...).
Fonte: Bruner, R. F. MBA: curso prático. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
EXERCÍCIO 7
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EXERCÍCIO 8
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EXERCÍCIO 9
1. O século XIX observou atônito o nascimento de um capitalismo voraz e
ávido pelo crescimento, impulsionado pelas descobertas e avanços da
Revolução Industrial. Ali mesmo, no chão de fábrica, nasceu a Ciência da
Administração. Seu propósito foi organizar o crescente poderio produtivo do
Capitalismo, consolidando tal sistema produtivo. Mas o século XXI promete ser
o século do empreendedorismo, pois:
a) Nesse momento histórico o cliente passa a exercer o seu poder de influência sobre os
grandes capitais, obrigando estes últimos a empreender com pequenos negócios.
b) Nesse momento histórico os grandes capitalistas concentram ainda mais o seu poderio
econômico, mesmo permitindo o surgimento do empreendedor que, de fato, não afeta o seu
desempenho.
c) Nesse momento histórico os governos surgem como principais parceiros dos tradicionais
capitalistas, fomentando o desenvolvimento de novos negócios e a maior exploração do
trabalho.
d) Nesse momento histórico o empreendedor surge um novo tipo de personagem que atua
diretamente nas necessidades e desejos de consumo das pessoas, diminuindo a
concentração do poderio econômico do Capital.
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