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Curso de Graduação a Distância

Logística
Internacional (4 créditos – 80 horas)

Autor:
Ivanir Casagranda

Universidade Católica Dom Bosco Virtual


www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335
Missão Salesiana de Mato Grosso
Universidade Católica Dom Bosco
Instituição Salesiana de Educação Superior

Chanceler: Pe. Ricardo Carlos


Reitor: Pe. José Marinoni
Pró-Reitora de Graduação e Extensão: Profa. Rúbia Renata Marques
Diretor da UCDB Virtual: Prof. Jeferson Pistori
Coordenadora Pedagógica: Profa. Blanca Martín Salvago

Direitos desta edição reservados à Editora UCDB


Diretoria de Educação a Distância: (67) 3312-3335
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UCDB -Universidade Católica Dom Bosco
Av. Tamandaré, 6000 Jardim Seminário
Fone: (67) 3312-3800 Fax: (67) 3312-3302
CEP 79117-900 Campo Grande – MS

CASAGRANDA, Ivanir
Logística Internacional / Ivanir Casagranda. Campo Grande:
UCDB, 2013. 64 p.

Palavras-chave: 1 Logística Internacional. 2 Transporte 3


Infraestrutura.

0220

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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO

Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe
multidisciplinar da UCDB Virtual, com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático que
norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina e que compõe o Projeto Pedagógico do seu
curso.

Elementos que integram o material


Critérios de avaliação: são as informações referentes aos critérios adotados para a
avaliação (formativa e somativa) e composição da média da disciplina.
Quadro de Controle de Atividades: trata-se de um quadro para você organizar a
realização e envio das atividades virtuais. Você pode fazer seu ritmo de estudo, sem ultrapassar
o prazo máximo indicado pelo professor.
Conteúdo Desenvolvido: é o conteúdo da disciplina, com a explanação do professor
sobre os diferentes temas objeto de estudo.
Indicações de Leituras de Aprofundamento: são sugestões para que você possa
aprofundar no conteúdo. A maioria das leituras sugeridas são links da Internet para facilitar seu
acesso aos materiais.
Atividades Virtuais: atividades propostas que marcarão um ritmo no seu estudo. As
datas de envio encontram-se no calendário do Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Como tirar o máximo de proveito


Este material didático é mais um subsídio para seus estudos. Consulte outros conteúdos
e interaja com os outros participantes. Portanto, não se esqueça de:
· Interagir com frequência com os colegas e com o professor, usando as ferramentas de
comunicação e informação do Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA;
· Usar, além do material em mãos, os outros recursos disponíveis no AVA: aulas
audiovisuais, vídeo-aulas, fórum de discussão, fórum permanente de cada unidade, etc.;
· Recorrer à equipe de tutoria sempre que precisar orientação sobre dúvidas quanto a
calendário, atividades, ferramentas do AVA, e outros;
· Ter uma rotina que lhe permita estabelecer o ritmo de estudo adequado a suas
necessidades como estudante, organize o seu tempo;
· Ter consciência de que você deve ser sujeito ativo no processo de sua aprendizagem,
contando com a ajuda e colaboração de todos.

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Objetivo Geral
Apresentar os principais conceitos e temas da logística internacional. Analisar a
importância da logística internacional no contexto global das empresas. Descrever os fatores
logísticos que impactam os negócios internacionais.

SUMÁRIO

UNIDADE 1 - O POSICIONAMENTO LOGÍSTICO NO COMÉRCIO EXTERIOR


E A GLOBALIZAÇÃO ............................................................................................ 10
1.1 Início do Comércio Internacional .............................................................................10
1.2 Início do Comércio Internacional para o Brasil ..........................................................11
1.3 Administração Internacional da Empresa ..................................................................12
1.4 O Impacto da Globalização no comércio ...................................................................13
1.5 O Impacto da Globalização nos meios de transporte .................................................14

UNIDADE 2 - A GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS INTERNACIONAL ......... 17


2.1 Em busca da velocidade .........................................................................................17
2.2 Foco na satisfação do cliente...................................................................................18
2.3 Conceito e gestão da cadeia de suprimentos internacional .........................................20
2.4 Elementos da logística internacional.........................................................................21

UNIDADE 3 - MÉTODOS DE ENTRADA EM MERCADOS ESTRANGEIROS.............. 23


3.1 Fatores estratégicos de entrada ..............................................................................23
3.2 Exportação indireta ................................................................................................24
3.3 Exportação ativa ....................................................................................................26
3.4 Produção no exterior ..............................................................................................27

UNIDADE 4 - A INFRAESTRUTURA DA LOGÍSTICA INTERNACIONAL ................. 30


4.1 Infraestrutura de transporte....................................................................................31
4.2 Infraestrutura de comunicação ................................................................................39
4.3 Infraestrutura de serviços públicos ..........................................................................38

UNIDADE 5 - A LOGÍSTICA DE TRANSPORTES INTERNACIONAIS ...................... 40


5.1 Transporte marítimo ...............................................................................................44
5.2 Transporte aéreo ...................................................................................................48
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5.3 Transporte rodoviário .............................................................................................50
5.4 Transporte multimodal ...........................................................................................51

UNIDADE 6 - A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NA LOGÍSTICA


INTERNACIONAL .............................................................................................. 533
6.1 Desafios da comunicação ........................................................................................53
6.2 Inglês internacional ................................................................................................54
6.3 Inglês especial .......................................................................................................55
6.4 Sistema métrico .....................................................................................................56
6.5 Sensibilidade cultural ..............................................................................................56

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 58
EXERCÍCIOS E ATIVIDADES ................................................................................ 59

Avaliação
A UCDB Virtual acredita que avaliar é sinônimo de melhorar, isto é, a finalidade da
avaliação é propiciar oportunidades de ação-reflexão que façam com que você possa
aprofundar, refletir criticamente, relacionar ideias, etc.
A UCDB Virtual adota um sistema de avaliação continuada: além das provas no final de
cada módulo (avaliação somativa), será considerado também o desempenho do aluno ao longo
de cada disciplina (avaliação formativa), mediante a realização das atividades. Todo o processo
será avaliado, pois a aprendizagem é processual.
Para que se possa atingir o objetivo da avaliação formativa, é necessário que as
atividades sejam realizadas criteriosamente, atendendo ao que se pede e tentando sempre
exemplificar e argumentar, procurando relacionar a teoria estudada com a prática.
As atividades devem ser enviadas dentro do prazo estabelecido no calendário de cada
disciplina.

Critérios para composição da Média Semestral:

Para compor a Média Semestral da disciplina, leva-se em conta o desempenho atingido


na avaliação formativa e na avaliação somativa, isto é, as notas alcançadas nas diferentes
atividades virtuais e na(s) prova(s), da seguinte forma: Somatória das notas recebidas nas
atividades virtuais, somada à nota da prova, dividido por 2. Caso a disciplina possua mais de
uma prova, será considerada a média entre as provas.
Média Semestral: Somatória (Atividades Virtuais) + Média (Provas) / 2
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Assim, se um aluno tirar 7 nas atividades e 5 na prova: MS = 7 + 5 / 2 = 6
Antes do lançamento desta nota final, será divulgada a média de cada aluno, dando a
oportunidade de que os alunos que não tenham atingido média igual ou superior a 7,0 possam
fazer a Recuperação das Atividades Virtuais.
Se a Média Semestral for igual ou superior a 4,0 e inferior a 7,0, o aluno ainda poderá
fazer o Exame Final. A média entre a nota do Exame Final e a Média Semestral deverá ser igual
ou superior a 5,0 para considerar o aluno aprovado na disciplina.
Assim, se um aluno tirar 6 na Média Semestral e tiver 5 no Exame Final: MF = 6 + 5 / 2
= 5,5 (Aprovado).

FAÇA O ACOMPANHAMENTO DE SUAS ATIVIDADES

O quadro abaixo visa ajudá-lo a se organizar na realização das atividades. Faça seu
cronograma e tenha um controle de suas atividades:

AVALIAÇÃO PRAZO * DATA DE ENVIO **

Atividade 1.1
Ferramenta: Tarefa

Atividade 3.1
Ferramenta: Tarefa

Atividade 4.1
Ferramenta: Tarefa

Atividade 5.1
Ferramenta: Tarefa

* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade (consulte o
calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem).
** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade.

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BOAS VINDAS

Todos sabem que a cada dia o mercado se torna mais competitivo e a concorrência mais
acirrada. As organizações deixaram de ser locais ou regionais para se tornarem globais. Hoje, é
muito fácil e rápido fazer compras em qualquer parte do nosso planeta. Você compra algum
produto na China e em alguns dias recebe no conforto da sua casa. Isso está se tornando muito
comum.
Aspectos como, crescimento populacional, atendimento às necessidades dos clientes e a
crescente demanda, fazem com que as organizações se preparem, é aí que entra a logística e,
de certa forma global, a logística internacional.
Portanto, este material foi produzido para que sirva como um guia no processo de
aprendizagem sobre os aspectos da Logística Internacional, uma vez que os negócios globais
têm se tornado parte das rotinas diárias das empresas, que devem ser muito bem planejados e
entendidos como uma forma de aprimoramento e desenvolvimento organizacional.
A leitura deste material e de outras pesquisas que você, meu/minha aluno/a, for fazer, é
que será possível entender a importância da logística internacional nos negócios empresariais,
além disso, dará uma visão de como esta surgiu e emergiu, suas principais características e
mudanças que ocorreram ao longo do tempo. Você irá entender as modalidades de transporte
mais utilizadas e como elas funcionam no âmbito internacional.
Além disso, são abordadas no material, expressões como formulários ou guias que são
utilizados na logística internacional. A disciplina é capaz de servir como guia de conhecimento e
aprimoramento sobre como obter sucesso no mundo global, bem como a importância do
entendimento da cultura de outros países no processo de negócios logísticos internacionais.
Agora você está convidado a “viajar” para um planeta sem fronteiras, a logística
internacional. Boa viagem!!!

Bons estudos!!!
Prof. Adm. Me. Ivanir Casagranda

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Pré-teste
A finalidade deste pré-teste é fazer um diagnóstico quanto aos conhecimentos
prévios que você já tem sobre os assuntos que serão desenvolvidos nesta disciplina.
Não fique preocupado com a nota, pois não será avaliado.

1. Na idade antiga os egípcios, os assírios, os babilônios, entre outros povos, se destacavam no


comércio internacional, sendo que os meios de locomoção eram predominados por caravanas
de camelos em um terreno entre áreas desérticas e vales.
a) Verdadeiro
b) Falso

2. Para o Brasil, o início do Comércio Internacional é mais caracterizado no período de 1840 até
1889, período conhecido como Segundo Reinado, de Dom Pedro II.
a) Verdadeiro
b) Falso

3. A velocidade e manuseio das mercadorias no comércio internacional estão bastante


relacionados ao uso de caminhões.
a) Verdadeiro
b) Falso

4. A gestão da logística internacional tem como base a logística doméstica.


a) Verdadeiro
b) Falso

5. A exportação direta acontece quando a empresa não está disposta a se envolver totalmente
e prefere fazer suas transações de outras maneiras.
a) Verdadeiro
b) Falso

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6. A Empresa comercial exportadora (Export trading company – ETC) é considerada a solução
mais simples para aquelas organizações que decidem se envolver minimamente nos negócios
internacionais.
a) Verdadeiro
b) Falso

7. A logística a ser feita internacionalmente ocorre com diferentes elementos que um canal de
distribuição interno necessita.
a) Verdadeiro
b) Falso

8. Os aeroportos e toda a sua estrutura também são considerados fundamentais quando se faz
a escolha de trabalhar em âmbito internacional.
a) Verdadeiro
b) Falso

9. O transporte aéreo internacional tem como principal característica a sua simplicidade de


funcionamento.
a) Verdadeiro
b) Falso

10. O transporte e todas as suas ramificações são hoje o tipo de infraestrutura que mais afeta
o desenvolvimento das empresas.
a) Verdadeiro
b) Falso

Submeta o pré-teste por meio da ferramenta Questionário.

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UNIDADE 1

O POSICIONAMENTO LOGÍSTICO NO COMÉRCIO


EXTERIOR E A GLOBALIZAÇÃO

OBJETIVO DA UNIDADE: Descrever o posicionamento logístico no comércio exterior


face à era da globalização. Apresentar o histórico das origens do comércio internacional.
Caracterizar a Administração internacional da empresa e quais são os impactos da
globalização no comércio e nos meios de transporte.

“A logística é a última fronteira gerencial que resta


para ser explorada”. Peter Drucker

Fonte: http://migreme.net/1opm

1.1 Início do Comércio Internacional

Ao iniciar o estudo vamos conceituar o termo “logística”, que vem do grego “logistiki1”, e
significa “a arte de calcular”. Assim, é importante apresentarmos como ocorreu a evolução da
logística no comércio internacional, observando como esse cenário mudou da Idade Antiga até a
atualidade. Na Idade antiga os egípcios, os assírios, os babilônios, entre outros, é que se
destacavam no comércio internacional, sendo que os meios de locomoção eram predominados
as caravanas de camelos em um terreno entre áreas desérticas e vales.
Após o declínio da Babilônia, os atenienses é que deram início às aventuras pelo
Mediterrâneo, com destaque também para a Fenícia. Neste aspecto consolidaram-se as bases
do comércio internacional, através dos usos, costumes e tradições.

1
O termo logística vem do grego logos (λόγος), significando "discurso, razão, rácio, racionalidade,
linguagem, frase", mais especificamente da palavra grega logistiki (λογιστική), significando contabilidade
e organização financeira. A palavra logística tem a sua origem no verbo francês loger - alojar ou acolher.
Foi inicialmente usado para descrever a ciência da movimentação, suprimento e manutenção de forças
militares no terreno. Posteriormente foi usado para descrever a gestão do fluxo de materiais numa
organização, desde a matéria-prima até aos produtos acabados. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Log%C3%ADstica>. Acesso em: 2 fev. 2019.
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Na Idade média o destaque é dado para a Constantinopla, núcleo do desenvolvimento
do comércio entre o Oriente e o Ocidente. Neste período ocorreu a consolidação das normas ao
comércio marítimo.
A idade moderna ficou caracterizada pelo mercantilismo. As atenções entre 1500 e 1750
eram voltadas para Portugal e Espanha, onde as grandes descobertas alavancaram o comércio
internacional. Os novos mercados da época viveram o auge do comércio de gêneros
alimentícios e de matéria-prima para fabricação de utilidades variadas.
Produtos como cacau, milho, tabaco e madeira foram fortemente levados para a Europa.
Com isso, se dá a ascensão dos portos do oceano Atlântico e Índico, consequentemente ocorreu
o declínio do comércio terrestre do Oriente para o Ocidente.
A Idade Contemporânea é marcada pela
Revolução Industrial que trouxe grande avanço técnico,
provocando grandes transformações nos meios
produtivos e consequentemente sociais. Como as bases
do Comércio Internacional já estavam consolidadas,
agora no início do século XX é que desponta o livre
comércio.
Fonte: http://migre.me/dUHM0

Surgem os tratados internacionais como facilitadores do intercâmbio comercial, como:


GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) – Acordo Geral de Tarifas e Comércio, OMC2 –
Organização Mundial do Comércio e o FMI – Fundo Monetário Internacional.

1.2 Início do Comércio Internacional para o Brasil

Para o Brasil, o início do Comércio Internacional é mais caracterizado no período de 1840


até 1889, período conhecido como Segundo Reinado, de Dom Pedro II. Um período muito
incipiente em que foi marcado pelos seguintes aspectos:

 Exploração madeireira, principalmente do pau-brasil;

 Cultivo da cana-de-açúcar e mais tarde o algodão e fumo para atendimento de


Portugal;

2
A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma organização internacional que trata das regras
do comércio internacional. Em inglês é denominada World Trade Organization” (WTO). Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Mundial_do_Com%C3%A9rcio>. Acesso em:
3 fev. 2019.
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 Exploração de Ouro em Minas Gerais;

 Cultivo do Café com destaque para os estados de São Paulo e Minas Gerais.

Um fato marcante da história brasileira com a vinda da Família Real para o Brasil foi a
abertura dos portos às nações amigas, principalmente a Grã-Bretanha. Antes disso, todos os
produtos que saíam do Brasil ou vinham para a Colônia deveriam passar pela alfândega em
Portugal, fazendo com que houvesse um monopólio. O Decreto de abertura dos portos permitiu
que as nações amigas de Portugal pudessem comprar ou vender produtos no Brasil sem a
necessidade passar diretamente por Portugal.
Na época da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, o Brasil vivia um
comércio exterior fraco, dependente de produtos agrícolas e importava bens manufaturados,
devido a sua baixa capacidade industrial.
Após a II Guerra Mundial (1939 – 1945), a Europa enfrentava uma crise de exportação
devido à devastação provocada pela guerra e o Brasil se viu obrigado a incrementar o parque
industrial, começando então um esforço para criar um impacto inicial na produção industrial,
através das fábricas têxtil, de alimentos e automobilística. Os portos e as ferrovias que antes
somente eram utilizadas para o transporte do café passaram a figurar como importantes meios
para o crescimento industrial brasileiro.

1.3 Administração Internacional da Empresa

O crescimento da economia mundial é que proporciona as oportunidades de se ingressar


no comércio internacional, que normalmente se dá através do uso de empresas comerciais
exportadoras. Diferentemente da condução dos negócios com base na administração do tipo
nacional, onde opera somente no mercado interno, a internacionalização requer uma adaptação
da estrutura administrativa da empresa. A magnitude e complexidade nos negócios crescem e
requerem maiores recursos de investimentos, tornando-se um grande gerenciamento.
Com a projeção da empresa no comércio internacional começam as negociações
bilaterais (entre dois parceiros comerciais) ou mesmo multilateral (mais de dois parceiros
comerciais), que além das distâncias geográficas, as empresas irão conviver, por exemplo, com
diferentes economias, culturas e políticas. Portanto as decisões se tornam mais complexas,
havendo o convívio com outros elementos que não havia no comércio nacional, como as
questões cambiais, fiscais, aduaneiras, seguro, transporte, entre outros.
A administração internacional leva a outra preocupação, a escala de operações. O setor
produtivo precisa acompanhar a modernização do comércio internacional, estar flexível e acima

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de tudo acompanhar o crescimento do atendimento das necessidades qualitativas e
quantitativas.
Em função dessa complexidade, uma alternativa para evitar correr risco e mais rápida
para ingressar no comércio internacional é buscar empresas comerciais exportadoras (Trading
Companies) que proporcionam aos fabricantes e produtores os mesmos incentivos fiscais se
fossem vender diretamente ao exterior.
Esses parceiros comerciais podem proporcionar para as empresas o aumento de
produção, aumento das vendas, aumento de receita, ou de outro ponto de vista, a eliminação
da capacidade ociosa que a empresa possa ter, além dos benefícios fiscais.

1.4 O Impacto da Globalização no comércio

As distâncias não impedem a realização de negócios


fora do contexto nacional. As empresas com receio de realizar
negociação com países mais distantes procuram realizar
negócios com países vizinhos. As preocupações ainda recaem
para as diferenças econômicas, políticas, legais, entre outras,
que possam existir entre os países exportadores e
importadores.
Fonte: http://migre.me/dUHSC

Evidentemente que ocorrem essas preocupações com as empresas também no


mercado nacional, como, por exemplo, as exigências com a qualidade dos produtos, a
precificação correta, as vendas, a distribuição, a entrega dentro do prazo e nível de serviço
adequado.
Ludovico (2007, p. 18), comenta a respeito da necessidade de se obter informações ao
entrar no mercado exterior, afirmando que:

No exterior, os graus de desenvolvimento da mercadologia, os padrões


comerciais, a estrutura dos canais de distribuição e muitos outros fatores variam
muitíssimo e exigem adaptações da política e das práticas; talvez seja difícil
obter informações sobre a natureza dessas diferenças.

Os problemas que normalmente possam existir em função da legislação, cultura e


linguística podem dificultar a comunicação com os consumidores. Para evitar esses tipos de
problemas, as empresas podem utilizar “agentes comerciais”, que trabalhariam como
interlocutores de negócios nos países de exportação.

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Ao tomar a decisão de exportar, as empresas precisam muitas vezes introduzir
modificações nos produtos exportados, principalmente com o objetivo de atender as normas de
segurança exigidas pela legislação do país comprador e as necessidades dos consumidores, uma
vez que haverá diferença de hábitos e gostos.
O fato é que essas decisões exigem grandes esforços em diversas áreas da organização,
tais como, planejamento de produção, engenharia, marketing, tecnologia da informação,
jurídico, logística, entre outras, refletindo inclusive nas melhorias dos produtos vendidos no
mercado interno.
Ludovico (2007, p. 19), comenta que:

A competitividade de um país é o somatório da competitividade de sua


produção (industrial, agrícola, pecuária, etc.), e os países mais competitivos em
suas estratégias de comércio exterior e globalização de produtos são
justamente aqueles que têm um mercado interno altamente exigente e
concorrido.

Logo, a empresa para fazer frente ao mercado global altamente competitivo deve seguir
a missão básica da logística, que é o de entregar o produto certo, com a qualidade esperada,
dentro das especificações acordadas, nos prazos certos, nas quantidades certas e com
excelente nível de serviço.
Caso a empresa global tenha incorporado esses princípios no mercado interno, haverá
maior garantia de obter sucesso e vantagens competitivas no mercado exterior. Diante deste
cenário, é notório que a empresa que não buscar a internacionalização corre riscos de não
crescer e, o século XXI, da alta competitividade, está reservado para aqueles que querem ousar,
avançar fronteiras, onde as parcerias estratégicas são essenciais, as incorporações, fusões e
aquisições tornaram-se parte do nosso cotidiano.

1.5 O Impacto da Globalização nos meios de transporte

Já foi observado que a globalização proporciona grandes oportunidades de negócios,


inclusive para os operadores logísticos. A formação dos blocos econômicos (figura1), como por
exemplo, o MERCOSUL, a NAFTA, a ALCA e a UNIÃO EUROPEIA estimularam ainda mais a
movimentação de mercadorias entre os países pertencentes ao acordo.
O transporte de mercadorias entre países tem exercido um papel importante em função
das dimensões geográficas e na velocidade de entrega desejada.

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Figura 1 - Formação de Blocos Econômicos Mundiais
Fonte: http://migre.me/e41no

Bertaglia (2009), comenta que a globalização acirrou a competição e fez com que os
clientes se tornassem mais exigentes, sendo que o setor de transporte deve seguir certas
exigências, como:
Agilidade: as empresas buscam cada vez mais a redução dos níveis de estoque,
entregas mais eficientes, frequentes e com maior agilidade, além da qualidade do produto
entregue.
Confiabilidade: está relacionado ao que já foi mencionado anteriormente, que é a
prestação dos serviços confiável para atender à demanda e a necessidade de entregar o
produto no momento certo, na quantidade certa e no local certo.
Flexibilidade: o operador logístico precisa adaptar o seu modelo de negócios às
exigências dos clientes. O transporte é muito mais do que movimentar mercadorias e sim deve
agregar valor.
Além dessas exigências, em função do volume a ser transportado, é essencial que se
avalie a multimodalidade exigente no transporte dos produtos, combinando modos diferentes,
de tal maneira que gere maior agilidade e facilidade no deslocamento da carga.
O transporte de mercadorias tem caráter estratégico face ao seu custo e exerce impacto
no preço final dos produtos, tanto na importação como na exportação. Por isso devem ser

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criadas redes eficazes de transporte, combinando os diversos meios, como o rodoviário, aéreo,
hidroviário, ferroviário ou dutoviário, de maneira a baratear os custos com o transporte.
Além disso, o transporte internacional exige maior atenção aos custos em função de que
também deve ser computado o custo da segurança dos produtos, tempo e modo de
armazenagem, pessoal especializado no transporte, como os estivadores, taxas internacionais,
entre outros.
No caso específico dos portos brasileiros, onde passam mais de 85% das exportações,
há necessidade de grandes investimentos para fazer frente à alta competitividade mundial e
tornar nossos produtos (Brasileiros) mais atraentes ao mercado mundial.

Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 1 e a


Atividade 1.1.

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UNIDADE 2

A GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS


INTERNACIONAL

OBJETIVO DA UNIDADE: Descrever como funciona a gestão da cadeira de suprimentos


internacional. Destacar a importância da velocidade na logística e a satisfação dos
clientes. Apresentar os principais conceitos relacionados à gestão da cadeia de
suprimentos internacional. Discriminar os elementos da logística internacional.

As grandes estratégias consistem em uma


configuração singular de muitas atividades de reforço
que dificultam a imitação pura e simples.

Philip Kotler
Fonte: http://migreme.net/1opn

Antes de começarmos a apresentar o que é a Gestão da Cadeia Internacional de


Suprimentos é importante que se diga a importância do profissional de logística internacional,
que evoluiu muito ao longo dos anos, no que se refere aos aspectos da gestão dos negócios, do
transporte, embalagem, gerenciamento de estoque, entre outros.
A preocupação que inicialmente, nos idos de 1970, recaíam nas atividades voltadas
principalmente ao transporte físico das mercadorias, atualmente faz parte da logística o
gerenciamento das relações com os fornecedores e consumidores.
Portanto, esta unidade faz uma análise da importância da perfeita gestão da cadeia de
suprimentos internacional para agregar valor aos clientes.

2.1 Em busca da velocidade

A velocidade e manuseio das mercadorias no comércio internacional estão bastante


ligadas ao uso de contêineres, que antes da sua invenção o processamento logístico dos
produtos exigia muito tempo, se não vejamos as etapas: embalar as mercadorias, colocar no
modal de transporte (caminhão ou vagão ferroviário), transportar até o porto, acomodar as
mercadorias nos navios para o transporte marítimo. Desembarcar as mercadorias nos portos de

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destino, carregar nos caminhões ou vagões, descarregar no destino final. Sem contar que as
embalagens precisavam ser pequenas para facilitar o manuseio das pessoas.
Essa representação das atividades é só para dar uma ideia do tempo que se levava de
carga e descarga para fazer o transporte internacional das mercadorias. Com a introdução dos
contêineres no processo logístico de transporte foi possível agregar maior velocidade no
transporte marítimo. Os produtos passaram a ser carregados
em contêineres, proporcionando a eliminação de tempo no
manuseio dos mesmos.
As gruas ou guindastes (equipamentos utilizados para
elevação e movimentação de materiais pesados) passaram a
ser utilizadas no embarque e desembarque dos contêineres,
que ao descarregar do navio até o caminhão de espera, no
retorno ao navio já levava outros contêineres carregados. A
redução dos custos foi significativa, como o tempo de
operação, mão de obra, custo de transporte marítimo, sendo
que os navios se tornaram mais produtivos.
Fonte: http://migre.me/dUIcw
Apesar de os custos serem bem mais elevados do que o transporte marítimo, o
transporte internacional aéreo teve grande explosão nos Estados Unidos no início de 1980,
representados pelas empresas DHL3 e Federal Express4. Apesar de os custos terem diminuído ao
longo do tempo, o destaque para esse modal de transporte tem sido a velocidade, mesmo que
com de baixa capacidade de transporte, quando comparado com o marítimo.

2.2 Foco na satisfação do cliente

No início de 1990 com o aumento da velocidade das entregas, o foco dos gestores da
logística na cadeia internacional de suprimentos passou a ser na satisfação das exigências dos
clientes. Com isso, as empresas tinham como objetivo buscar a redução dos estoques das
mercadorias paradas a fim de reduzir o capital imobilizado. Desse modo, surgiram algumas
ferramentas consagradas, como:

3
Saiba mais sobre a empresa de logística internacional, visitando o
site:<http://www.dhl.com.br/pt.html>. Acesso em: fev. 2019.
4
Saiba mais sobre a empresa de logística internacional, visitando o site: <http://www.fedex.com/br/>.
Acesso em: fev. 2019.

18
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 Planejamento de Demanda de Materiais (MRP – Material Requirement
Planning): Ferramenta informatizada de gerenciamento que permite ao fabricante
determinar o que produzir e em que quantidade, em função das vendas aos
clientes.
 Planejamento de Recursos de Fabricação (MRP II – Manufacturing
Resources Planning): Ferramenta informatizada de gerenciamento que usa o MRP
como núcleo, mas também inclui outras funções da empresa, como finanças,
suprimentos e compras.
 Planejamento de Recursos de Distribuição (DRP – Distribution Resources
Planning): Ferramenta informatizada de gerenciamento que permite a uma
empresa de varejo determinar o pedido a ser colocado a seus fornecedores em
função das vendas no varejo aos clientes.

Essas ferramentas possibilitaram a implantação da técnica conhecida mundialmente


como Just-in-time5 (bem a tempo) que possibilitou a redução da quantidade de mercadorias em
trânsito e direcionando a atenção dos gestores logísticos para o tempo gasto com o trânsito de
mercadorias e rotinas do trabalho.
David e Stewart (2010, p. 21), contribuem sobre as obrigações de um profissional de
logística internacional.

Além da obrigação de garantir que a remessa seja exata, completa e chegue a


tempo, os profissionais de logística internacional têm que arcar com muitas
outras responsabilidades. Devem garantir que a documentação da remessa
esteja em ordem, para que a mercadoria seja liberada da alfândega sem
demora. Devem garantir que a embalagem seja suficiente resistente para
proteger as mercadorias durante a longa viagem internacional (geralmente
cheia de incidentes). Devem assegurar o cumprimento de numerosas exigências
de seguranças e compreender a complexidade de uma transação que envolve
diferentes sistemas monetários e legais. Devem escolher o meio de transporte
correto e assegurar a adequada cobertura de seguro das mercadorias. Em
resumo, precisam lidar com muitos desafios a cada remessa.

Portanto, antes que ocorra a entrega do produto ou serviços ao cliente é necessário


planejar os recursos materiais que serão necessários para a produção e quando finalizado,
como deverá ocorrer a entrega aos clientes. Todo esse planejamento deverá ser seguido de
estratégias para que haja excelente nível de serviços aos clientes.

5
Filosofia gerencial que consiste no planejamento da fabricação de mercadoria de tal modo que elas
sejam produzidas imediatamente antes do momento em que são necessárias para a próxima etapa do
processo.
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2.3 Conceito e gestão da cadeia de suprimentos internacional

A gestão da logística internacional tem como base a logística doméstica, sendo que o
papel dos profissionais de logística internacional tem suas ações voltadas para aspectos de
movimentação das mercadorias, controle e providências dos documentos de um país para outro
e atividades básicas das operações de exportação e importação.
David e Stewart (2010, p. 25), afirmam que a definição de logística internacional é
modificada pela lógica da própria definição de logística, ou seja, por meio da inclusão de
elementos do ambiente internacional. Diante disso, o Conselho de Profissionais de Gestão da
Cadeia de Suprimentos o define como: “[...] o processo de planejar, implementar, e controlar o
fluxo e a armazenagem de mercadorias, serviços e informações a elas relacionadas, do ponto
de origem ao ponto de consumo, localizado em outro país”.
Como já foi comentado anteriormente, a gestão da cadeia de suprimentos internacional
tem a sua essência global, ou seja, a relação de negócios pode ocorrer entre diversos países,
diretamente pela empresa ou por meio de agentes, fornecedores, prestadores de serviços ou
clientes. Deste modo o David e Stewart (2010, p. 25), ampliam a definição de Cadeia de
Suprimentos Internacional enfatizando a questão global, afirmando:

A gestão da cadeia de abastecimento inclui planejamento e gestão de todas as


atividades relativas à compra e aprovisionamento, conversão e gerenciamento
logístico. Igualmente importante, também incluí a coordenação e colaboração
com parceiros de distribuição, que podem ser fornecedores, intermediários,
prestadores de serviço terceirizado e clientes que estejam nos Estados Unidos
ou em outros países. Em essência, a gestão da cadeia de suprimentos integra o
gerenciamento da oferta e da demanda nas empresas e entre elas.

A figura 2 a seguir é uma representação das relações existentes da empresa com a


logística doméstica e internacional dentro da cadeia de suprimentos.

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CONSUMIDORES
FORNECEDORES
DOMÉSTICOS
DOMÉSTICOS

LOGÍSTICA

EMPRESA

LOGÍSTICA
INTERNACIONAL

FORNECEDORES CONSUMIDORES
ESTRANGEIROS ESTRANGEIROS

Figura 2 - Logística internacional e gestão da cadeia de suprimentos


Fonte: Adaptado de David e Stewart (2010)

As atividades básicas da logística doméstica são as comumente conhecidas, como


armazenagem, controle de estoque, transporte, atendimento aos clientes, entre outras.
Quanto ao aspecto da logística internacional, algumas atividades são, por exemplo:
 Transporte físico das mercadorias do fornecedor para a empresa e da empresa até os
clientes estrangeiros;
 Liberação das mercadorias na alfândega;
 Relações com os fornecedores;
 Controle de documentos e embalagem internacional;
Essas atividades parecem ser simples, mas só pelo fato de realizar as mesmas em outro
país torna-se mais complexo, além do que se deve buscar maior nível de serviço aos clientes
finais.

2.4 Elementos da logística internacional

David e Stewart (2010, p. 27), destacam que as atividades tradicionais são gerenciais,
porém quando se trata do ambiente internacional há alguns cuidados a serem tomados, como
será visto, a seguir.
O ambiente envolvido na logística internacional é muito importante. Além da
questão da língua e da cultura que devem ser analisadas com cuidado, o ambiente físico da
logística internacional é bastante distinto, como por exemplo, a estrutura logística.

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O transporte internacional requer também grande análise uma vez que exigem
decisões estratégicas em razão das distâncias envolvidas, meios de transporte, de
transportadores, documentos de transporte, além de tempo de trânsito ser muito maior.
O número de intermediários envolvidos é maior. Bancos, seguradoras e fretadores,
além dos governos dos países exportador e importador, têm diferentes exigências burocráticas.
Os riscos e danos inerentes ao transporte internacional são muito mais significativos.
Para proteger as mercadorias durante o transporte, os gestores de logística devem ter ótimo
conhecimento das opções de embalagens disponíveis.
O seguro internacional é outro elemento importante e complexo. Às vezes, os
contratos são redigidos em língua e terminologia arcaicas, cujo sentido varia de acordo com o
país onde a seguradora está localizada.
Os meios de pagamento internacionais são muito mais complexos. Os riscos de
inadimplência e flutuações cambiais requerem estratégias específicas que nunca são usadas em
transações domésticas.
As relações de troca (Incoterms da Câmara Internacional de Comércio) são muito mais
complicadas, já que o grande número de pontos de interseção e vínculos aumenta as possíveis
alternativas de transferência de responsabilidade e propriedade.
Cruzar fronteiras traz desafios específicos. Os produtos vendidos ou comprados no
mercado externo passam pela alfândega, um processo complicado e muito burocrático na
maioria dos países. Além disso, ao fazer negócios com empresas estrangeiras, surgem questões
relacionadas aos contratos de venda, acordos de distribuição e outros documentos legais.
Além desses elementos, os estoques são gerenciados de maneiras diferentes, já que os
riscos de atrasos e variações nos tempos de envio vêm aumentando os desafios da produção
Just-in-time, portanto, devem ser criados estoques de segurança.
Como observado, a gestão da cadeia de suprimentos internacional requer planejamento
e adoção de estratégias a fim de que as empresas possam obter vantagens competitivas.

Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 2.

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UNIDADE 3

MÉTODOS DE ENTRADA EM MERCADOS


ESTRANGEIROS

OBJETIVO DA UNIDADE: Entender os métodos de entrada em mercados estrangeiros e


as opções que podem ser utilizadas para operar internacionalmente. Descrever os fatores
estratégicos que geram impacto de entrada em mercados estrangeiros. Apresentar os
conceitos de exportação indireta e ativa. Enfatizar a produção no âmbito exterior.

“A linha entre a desordem e a ordem está na


logística”

Sun Tzu

Fonte: http://migre.me/dTQUM

A tentativa das organizações em ingressar em mercados internacionais deve ser feita


com cautela e após estudos sobre suas características e principais consequências.
Com isso, a empresa deve entender que o mercado internacional tem rotinas muito
diferentes que o mercado nacional. As transações são feitas em outro idioma, há a cultura dos
países envolvidos, os agentes têm modos de agir de acordo com seus países, dentre outros
motivos que inspiram cuidados.
David e Stewart (2010), afirmam que há possibilidades que podem ser exploradas para
que se entre nesse mercado, elas devem ser entendidas pelos gestores de logística
internacional antes que qualquer decisão sobre o início das operações seja tomada.

3.1 Fatores estratégicos de entrada

Os autores afirmam que dentre os fatores que influenciam na entrada ou não de uma
empresa no mercado internacional, há alguns que devem ser analisados em profundidade para
que não se cometa erros de planejamento e nem acabe por ter consequências negativas para
os negócios. São eles:
 Conhecimento do tamanho do mercado;
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 Conhecimento do crescimento do mercado;
 Fatia de mercado que se pode potencialmente atingir;
 Tipo de produto que será produzido;
 Conhecimento da estratégia de mercado que será utilizada;
 O quanto a empresa está disposta a se envolver;
 Quais são as características do país-alvo;
 Qual o tempo necessário para a implantação dos serviços ou produção
desejados.

Portanto, depois de verificados todos os itens relacionados à organização, a empresa


pode se considerar preparada para decidir de que maneira entrará no mercado. Ou seja, chega
o momento de decidir em qual opção de estratégia de entrada a empresa se encaixa. Essa
decisão define todo o restante do planejamento e serão mostradas a seguir, de acordo com
David e Stewart (2010).

3.2 Exportação indireta

A exportação indireta acontece quando a empresa não está disposta a se envolver


totalmente e prefere fazer suas transações de outras maneiras. Por isso, estas optam por serem
empresas comerciais exportadoras, empresas de gestão de exportações ou fazer vendas a
reboque. Assim vamos descrever alguns desses modelos de exportação indireta.

a) Empresa comercial exportadora (Export trading company – ETC)


Esta é considerada a solução mais simples para aquelas organizações que decidem se
envolver minimamente nos negócios internacionais. Consiste em ser intermediária na compra de
mercadorias dentro do seu país de origem e fazer as vendas dentro de países estrangeiros.
Essas transações podem ocorrer também fora de seu país de origem, comprando dentro
de um país estrangeiro e vendendo nos limites de outro país estrangeiro.
Essa modalidade é geralmente utilizada por empresas de grande porte e que possuem
escritórios em muitos países do mundo. Algumas são capazes de se especializar somente em
uma área geográfica, como um continente, por exemplo. Enquanto outras fazem seus negócios
apenas a partir de uma linha específica de produtos, como cosméticos ou produtos eletrônicos.

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Fonte: http://migre.me/dUIwv

b) Empresa de gestão de exportações (Export management corporation –


EMC)
Essa se trata de um tipo de intermediário bem diferente do que foi tratado no item
anterior. Essas empresas se voltam para as exportações e ficam mais localizadas no país que vai
gerar as exportações.
Ao contrário da anterior, são, em sua maioria, empresas pequenas e que raramente têm
como estratégia montar escritórios no exterior. Suas principais aspirações são vender para
clientes específicos produtos de somente uma linha ou um tipo. Quando essas empresas
trabalham com diversos produtos, eles são geralmente produtos complementares uns aos
outros.

c) Vendas a reboque
A venda a reboque pode ocorrer em duas situações. A primeira funciona quando uma
empresa decide operar no exterior e exige que os seus fornecedores sejam de determinadas
empresas ou até mesmo empresas que já operam nessa linha internacionalmente. Isso
acontece quando franquias de empresas se instalam em outros países e exigem que os
fornecedores sejam os mesmos que em outras partes do mundo.
A segunda situação ocorre quando um exportador que já trabalha em mercados
internacionais envolve-se nas negociações com fornecedores conhecidos seus. Esse tipo
também pode ser conhecido como exportação cooperativa e tende a acontecer em casos de
produtos que se complementam e passam a ser vendidos juntos ou muito próximos.

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3.3 Exportação ativa

Já quando a empresa está disposta a se envolver em um nível maior, é possível que ela
seja uma exportadora ativa, ou seja, que faça suas próprias atividades de exportação. Para essa
modalidade existem também diversas maneiras que esta pode ser colocada em prática.
Agente: O agente pode ser uma empresa ou uma pessoa física que reside nos limites
do país importador e tem como principal papel representar as vendas da empresa exportadora.
A função do agente é ser responsável por todas as funções da negociação de
exportação. Ele faz os contatos entre as empresas, analisa clientes em potencial, realiza
orçamentos, faz negociações e realiza todas as atividades para o fechamento da venda.
David e Stewart (2010), colocam que os principais motivos pelos quais uma empresa
decide ter um agente são:
 A empresa analisa e conclui que suas vendas potenciais naquele mercado são baixas
e não têm potencial.
 Quando o produto é projetado e fabricado para um tipo específico de cliente.
 Quando o produto tem preços muito elevados, como máquinas pesadas para
produção.
 O produto tem ciclo de vida curto.
 Os produtos não têm necessidade de atendimentos posteriores à venda concluída.
 As empresas para as quais vendem não teriam como conhecer o produto se não
fossem oferecidos dentro do seu próprio país.
 A empresa é capaz de tratar de exportações.
 A empresa mantém um bom grau de controle de preços dos seus produtos e das
entregas.
Distribuidor: Diferente do agente, o distribuidor é uma empresa localizada no país
importador e que tem como função assumir a posse de todas as mercadorias importadas para
somente depois passar a fazer as vendas, ficando com o lucro que for obtido.

Fonte: http://migre.me/dUICm
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Uma empresa decide por entregar suas mercadorias para uma empresa distribuidora
pelas seguintes razões, de acordo com David e Stewart (2010):
 A empresa conclui que o mercado é substancial e a empresa tem potencial de
crescimento nele.
 O produto é mantido em estoques e não feito para um tipo específico de cliente.
 O produto tem preços moderados.
 A empresa estima que o ciclo de vida do produto é longo.
 O produto exige que haja serviços depois que a venda foi feita.
 A empresa pensa que não será grande concorrente dentro do mercado.
 A empresa tem a preferência por exportações para um único cliente.

Filial comercial: Uma filial comercial é aquela que a empresa decide por abrir sua
própria empresa no exterior ao invés de optar por agentes ou distribuidores. Ela funciona como
o escritório de marketing no exterior e engloba as funções exercidas pelos agentes e pelos
distribuidores.
Como os custos de montar uma filial são maiores que os das outras opções, estas
servem para empresas que têm condições maiores e estão preparadas estrategicamente para
assumir tal função.

3.4 Produção no exterior

Como alternativa para os altos custos que uma exportação pode acarretar, é comum ver
empresas optando por exercer todas as suas funções de produção no exterior. Além disso,
pode-se adotar tal medida para reduzir os custos de produção dentro do seu próprio país. Como
alternativa, David e Stewart (2010), afirmam que a empresa pode utilizar de fabricação por
contrato ou subcontrato, licença, franquia, parcerias ou empresa subsidiária.
Fabricação por contrato/subcontrato: A empresa assina contrato com uma fábrica
no mercado estrangeiro para que também possa produzir os mesmos produtos. Isso acontece
na impressão de livros, quando as gráficas imprimem livros mundialmente comercializados, ou
quando o produto tem uma “receita” pronta que permite sua fabricação por outras empresas
que foram devidamente autorizadas.
Licença: A licença se dá sobre os direitos intelectuais. Ou seja, são as patentes
adquiridas ou tecnologias compradas, assim, o licenciante pode utilizar as mesmas para produzir
seus produtos. Isso acontece em empresa que decide exportar, porém devem atender a certos

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padrões internacionais ou exigências de determinados clientes. Elas, então, compram as
licenças para produzir componentes da sua mercadoria de acordo com as exigências.
Franquia: As franquias são semelhantes às licenças. A diferença é que são vendidos
pacotes comerciais que incluem não somente a propriedade intelectual, mas também o modelo
completo de estilo de produção, fornecedores utilizados, maneiras de embalagem, estratégias
de venda e até mesmo organização da loja física, quando há.
Essa estratégia acaba sendo ligada à venda a reboque, pois os donos na franquia
geralmente exigem que suas mercadorias e produtos sejam produzidos da mesma maneira em
todo o mundo. Isso consequentemente os leva a indicar os nomes de seus fornecedores.
Parceria: As parcerias são nada mais que se instalar no exterior e dividir certos custos
com um, dois ou mais parceiros. Isso é feito quando uma empresa nova é criada para o
mercado internacional.
David e Stewart (2010), afirmam que há quatro principais motivos para as empresas
decidirem por fazer parcerias:
 A empresa pretende minimizar sua exposição no que se refere a investimentos
no exterior e alcança esse objetivo reduzindo a metade ou a um terço os custos
de investimento.
 A empresa encontra um parceiro que tem uma linha de produtos complementar
para oferecer no mesmo mercado. Ambos os parceiros acreditam que o esforço
conjunto, com a linha completa, é a estratégia apropriada, e nenhum deles quer
entrar sozinho no mercado.
 A empresa quer ter um parceiro local minoritário para mostrar os caminhos do
negócio e ajudar a vencer os diversos obstáculos a serem enfrentados por um
empreendimento no exterior.
 A empresa é obrigada, pelas leis do país estrangeiro, a formar parceria com uma
empresa local. Esse tipo de exigência era comum até meados dos anos 1990,
mas, nos últimos tempos, tornou-se menos frequente. Era comum o parceiro
local ser uma empresa com contatos políticos, não um parceiro com recursos
adicionais.

Subsidiária: A empresa subsidiária é aberta no país estrangeiro, porém todo o seu


controle acionário é de posse da sua matriz. Essas empresas são aquelas que estão dispostas a
trabalhar em outros mercados, mas que querem ter o controle de todas as atividades que estão
sendo desenvolvidas.

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Fonte: http://migre.me/dUILm

Esse tipo de empresa ajuda muito o país que irá acolher a parte de produção, pois isso
terá como consequências o aumento no número de empregos, que consequentemente ajuda o
país como um todo.
Já, uma das desvantagens é com relação aos altos custos de implantação, pois estes
ficam todos concentrados nas mãos de uma única empresa. É comum organizações criarem
subsidiárias e posteriormente investirem em parcerias e até mesmo evoluir para franquias.
Após esse entendimento dos métodos de entrada em mercados estrangeiros é possível
concluir que deve haver um sincronismo de ações com todos os participantes do processo da
logística internacional para que ocorra maior eficácia no desenvolvimento organizacional.

Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 3 e a


Atividade 3.1.

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UNIDADE 4

A INFRAESTRUTURA DA LOGÍSTICA
INTERNACIONAL

OBJETIVO DA UNIDADE: Descrever os aspectos mais importantes da infraestrutura


logística internacional. Apresentar conceitos e expressões comuns utilizadas no transporte
internacional. Enfatizar como a infraestrutura de comunicação e de serviços públicos pode
ser utilizada a favor da logística internacional.

“O profissional de logística passou a ter um papel


de destaque no organograma das empresas”

Adalberto Panzan
Fonte: http://migreme.net/1opp

Para qualquer gestor que trabalha no ramo de negócios logísticos internacionais faz-se
importante o conhecimento de como funciona e quais as condições da infraestrutura dentro dos
países com os quais irá trabalhar. Portanto, esta é considerada uma das principais e primeiras
questões a serem resolvidas antes do início da atuação internacional, pois na maioria das vezes
o ambiente em outro país não funciona exatamente da maneira que funciona o seu país de
origem.
Dependendo de como é a infraestrutura do país, muda o desempenho das atividades
desenvolvidas, pois algumas maneiras de trabalhar funcionam melhor e determinadas atividades
devem ser substituídas por outras mais eficientes. Portanto, conhecer todo esse conjunto
funcional determina o quanto adaptada a organização está para novos ambientes e quais tipos
de problemas ela é capaz de prever.
Antes de entendermos como funcionam as duas principais infraestruturas a serem estudadas,
de transporte e de comunicação, é importante saber o significado de “infraestrutura” voltado
para o estudo da logística. David e Stewart (2010), descrevem a estrutura como sendo todas as
instalações, serviços e recursos que são necessários para que uma comunidade ou uma
sociedade funcione.
Neste contexto, eles afirmam que no foco das organizações isso pode ser interpretado
como as partes de estrutura física, instalações de base e tudo que é necessário para que se
possa colocar em funcionamento uma filial da empresa em outro país.

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Essa definição engloba, ainda, todo o contexto de estrutura, além do ambiente privado,
também o ambiente público, tais como os transportes, as comunicações e leis e normas que
regulam comercializações dentro do país, por exemplo.

4.1 Infraestrutura de transporte

O transporte e todas as suas ramificações é hoje o tipo de infraestrutura que mais afeta
o desenvolvimento das empresas. Ele afeta diretamente no modo escolhido para fazer as
embalagens dos produtos, como esse produto deve ser carregado dentro dos meios de
transporte e prazos de entrega e recebimento combinados.

Portanto, dentro de cada estilo de transporte faz-se necessário entender como este
funciona e quais as implicações para a realidade diária do gestor que pretende organizar os
compromissos de produção e entrega em um país diferente do seu.

4.1.1 Infraestrutura portuária


A infraestrutura relacionada com os portos tem grandes elementos a serem estudados.
Qualquer uma das características influencia diretamente no bom andamento do trabalho nos
portos, que se mal interpretada ou mal posicionada pode fazer com que o navio não consiga
atracar, ou até não possa carregar determinado tipo de mercadoria.

Figura 3 - Infraestrutura portuária


Fonte: Agência Nacional de Transportes Aquaviários

Alguns elementos e suas características de infraestrutura portuária serão tratados a


seguir de acordo com David e Stewart (2010).
Profundidade da água: Dentro da teoria sobre a profundidade da água David e
Stewart (2010), explicam que é preciso entender o significado da palavra “calado”. Os autores
discorrem em sua obra que esse termo é utilizado para fazer referência à profundidade mínima
da água do porto para que o navio seja capaz de flutuar.

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Sendo assim, o calado de muitos portos não é suficiente para alguns navios maiores, por
isso a preocupação com o tema. Os novos navios têm sido fabricados cada vez maiores,
impossibilitando portos preparados apenas para os modelos mais antigos de permitir que
atraquem lá.
Alguns portos chegam até a refazer sua estrutura para poder acomodar navios maiores,
porém isso é extremamente caro e muitas vezes inviável. Portanto, se a mercadoria que a
empresa irá transportar será feita em grande quantidade e através de portos é preciso conhecer
bem toda a infraestrutura de profundidade da água para poder escolher também os navios que
irão fazer o transporte.
Passagem das pontes: Pontes são comuns de serem vistas nas grandes cidades ao
redor do mundo. Porém muitas delas não oferecem passagens para navios grandes, sendo
muito baixas. Algumas, ainda, não oferecem passagem sequer para navios de menor porte.
Portanto, os portos e seu fluxo de carga são muito influenciados pela existência ou pela
deficiência de passagens sob as pontes. Como foi citado, é comum o avanço no
desenvolvimento de navios e isso faz com que os portos se adaptem aos novos modelos,
atividade que fica inutilizada se passagens de pontes não possibilitam que os navios cheguem
até os portos.
Gruas: As gruas são imensas estruturas metálicas responsáveis por carregar os
contêineres nos navios. Para que o gestor entenda como deve fazer a embalagem dos produtos
e seu deslocamento até os portos, precisa saber também qual a capacidade das gruas
disponíveis.
Qualquer problema com a capacidade de carga das gruas ou com o seu alcance para
carregar navios grandes pode interromper o processo de transporte. Esse fator determina o
quanto o porto é capaz de dar assistência a navios no porte que a empresa tem necessidade.
Operações portuárias: O tipo de gerenciamento dos postos também influencia no
fluxo de trabalho em outros países. A grande preocupação deve ser com os sindicatos de
trabalhadores portuários, que em vários países são muito bem organizados e capazes de
desenvolver greves quando não estão de acordo com as condições de trabalho oferecidas.
Armazéns: Algumas vezes é necessário que a mercadoria aguarde a chegada do navio
no porto, e para isso alguns tipos de produtos exigem condições especiais, protegidas do sol,
longe de lugares que possam ser molhados pela chuva, dentre outros elementos.
Portanto, o porto deve dispor de armazéns para esses casos especiais. Estes são,
geralmente, para evitar que a mercadoria fique danificada por conta da espera e exige que o
porto se preocupe com a capacidade de alocação de toda a carga durante os procedimentos de
espera até o efetivo embarque.

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Conexões com serviços de transporte terrestre: Já as conexões dos portos com
outros serviços de transporte terrestre influenciam na maneira como a empresa levará suas
mercadorias até os portos para que, assim, possam ser carregadas nos navios e seguir viagem
até o destino final determinado.
Essas conexões influenciam também na chegada da mercadoria aos portos de destino.
Algumas cidades se desenvolvem distantes dos portos, ficando mais custoso e demorado de
entregar quando comparado com cidades que estão bem próximas aos portos principais.
Essa questão deve ser estudada em detalhe para que o bom serviço portuário não seja
prejudicado por deficiências em outros tipos de infraestrutura de transporte, como o transporte
rodoviário, por exemplo.
Capacidade portuária: Além da capacidade das gruas e dos armazéns, a capacidade
geral do porto de alocar navios e quantidade de trabalhadores focados no desenvolvimento das
atividades também deve ser fator determinante para o gestor na escolha dos países com quais
trabalhará.
Hoje muitos portos operam já na sua capacidade máxima ou muito perto dela. Faz-se
essencial, então, pesquisar antes sobre como os portos operam e como está sua capacidade.
Isso porque se a intenção é utilizar a infraestrutura portuária em grande quantidade este deve
estar preparada para tal função.

Infraestrutura aeroportuária: Os aeroportos e toda a sua estrutura também são


considerados fundamentais quando se faz a escolha de trabalhar em âmbito internacional.
Portanto, algumas características como as pistas, horários de operação e armazéns devem ser
analisadas antes da tomada de decisão.

Figura 4 - Maquete eletrônica aeroporto internacional de Manaus


Fonte: Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária.

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Alguns elementos e suas características de infraestrutura aeroportuária serão tratados a
seguir, de acordo com David e Stewart (2010).
Pistas: As pistas dos aeroportos são essenciais na determinação de quais aeronaves
estão aptas a operar dentro dele. O comprimento das pistas pode influenciar no tipo de avião e
o quanto de espaço ele precisa para fazer a decolagem e o pouso com segurança.
Os aviões maiores muitas vezes não são capazes de pousar em aeroportos menores de
cidades que ainda não estão preparadas para recebê-los. Por isso, tais cidades não são boas
opções quando se decide fazer rotas internacionais que passam próximas a elas.
Além disso, a quantidade de pistas e sua capacidade de receber aviões pousando e
decolando ao mesmo tempo também tem grande influência. Aeroportos com uma única pista
podem ser propícios a atrasos, acidentes com as aeronaves e mau funcionamento dos mesmos.
Horários de operação: Esses estão relacionados com a quantidade de pistas e com a
capacidade total do aeroporto. Alguns aeroportos que ficam próximos a grandes centros têm
seus horários de operação reduzidos por normas do país sobre ruídos, por exemplo, tendo que
operar junto com horário comercial diurno.
Tal situação limita bastante as operações de transporte de carga dentro de determinados
países. Portanto, o gestor deve estudar com cautela como funcionam os aeroportos.
Armazéns: Assim como os portos, os aeroportos que trabalham com cargas devem
possuir armazéns para a acomodação da carga caso ela tenha que aguardar o seu horário de
partida. Esses armazéns são usados para proteger os produtos de condições climáticas
adversas, portanto, dependendo do que se pretende transportar, é importante verificar se o
aeroporto está preparado para atender às necessidades.
Infraestrutura ferroviária: As ferrovias foram o meio de transporte mais utilizado
entre o século XVIII e XIX, porém, com o passar dos anos as cidades foram se desenvolvendo e
as malhas ferroviárias não foram trocadas nem melhoradas para que pudessem acompanhar o
mesmo ritmo.
Tal fato pode influenciar muito quando se pretende começar a trabalhar em outros
países. Uma boa estrutura ferroviária pode ajudar no transporte dentro da própria cidade,
melhorando o fluxo de compra de fornecedores e de entrega aos clientes finais.
Alguns elementos e suas características de infraestrutura ferroviária serão tratados a
seguir, pois, de acordo com David e Stewart (2010), são as principais consequências e barreiras
desse tipo de transporte.

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Ênfase multimodal: Como as ferrovias, em
muitos lugares do mundo não estão preparadas para
receber grandes quantidades de transporte de carga,
há a opção de se fazer esse tipo de trabalho em
conjunto com outros tipos de transporte, cobrindo
algumas deficiências que eventualmente surjam.

Fonte: http://migre.me/dUIYB

Isso já vem acontecendo. As mercadorias são levadas até determinado ponto por
ferrovia e então seguem viagem em rodovias e até mesmo em navios.
Portanto, essa atividade deve ser bem planejada e colocada em prática, caso haja a
certeza de que é compensatória com relação a seus custos. Caso não seja, deve se buscar
meios de transporte que sejam mais eficientes. Isso pode mudar de país para país.
Pontes terrestres: Outro fator dos transportes e da infraestrutura ferroviária são as
pontes terrestres. Essas são as ferrovias utilizadas apenas para o transporte de cargas que
atravessam o país, por exemplo.
As mercadorias podem, então, ser colocadas nessas pontes ferroviárias assim que
desembarcam dos navios e assim chegarem diretamente no seu destino. O problema com esse
tipo de transporte acontece quando as viagens são muito longas e os produtos ficam expostos
às condições climáticas adversas.

Infraestrutura rodoviária: As rodovias são muito utilizadas no mundo e podem ser


consideradas o tipo de transporte mais utilizado pela população, em geral. Portanto, para
infraestrutura rodoviária há alguns itens diferentes de análise se comparado com as outras
modalidades de transporte.

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Figura 5 - Mapa rodoviário do Brasil
Fonte: Instituto de logística e supply chain.

David e Stewart (2010), consideram que as características a serem observadas quando


se analisa o transporte ferroviário não devem ser relacionadas com sua extensão ou existência,
mas sim com a sua condição de uso.
Qualidade: Ligado à quantidade de estradas está o percentual delas que se encontra
devidamente pavimentado. Como foi possível ver na Figura 5, no Brasil ainda há estradas que
não estão pavimentadas e algumas estão em construção. O mesmo acontece com outros países
do mundo.
As estradas pavimentadas são as mais utilizadas para realizar o transporte rodoviário de
mercadorias. As estradas não pavimentadas são utilizadas apenas quando se necessita acessar
locais rurais ou considerados remotos em determinadas regiões.
Há ainda que serem visualizadas as condições nas quais as rodovias pavimentadas se
encontram. Países em desenvolvimento, por exemplo, possuem rodovias que se apresentam em
condições ruins ou muito ruins, tendo o gestor que optar por embalagens diferenciadas, se for
utilizá-las.
A situação ruim de rodovias causa também mais acidentes, provoca congestionamentos
e esses fatores fazem com que a mercadoria possa ser danificada, perdida e que ocorram
grandes atrasos em prazos estabelecidos nos contratos.
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Estruturas de engenharia: As rodovias em determinados países podem não ser
suficientes para acomodar a quantidade demandada. Por isso, se sobressaem lugares onde há
rodovias com grande quantidade de pistas, túneis e vias expressas para dispersar o fluxo, bem
como pistas especiais para que veículos de grande porte possam transitar.
Outro diferencial são as pontes estrategicamente construídas para ligar dois pontos que
antes deveriam ser ligados por grandes caminhos de rodovia. Essa estrutura ajuda muito no
transporte e facilita a transição dos elementos de logística internacional.

4.2 Infraestrutura de comunicação

A infraestrutura de comunicação consiste em todos os elementos que são capazes de


fazer a comunicação entre pessoas, cidades ou países. Dentre as preocupações do gestor em
logística internacional devem estar os serviços postais do país no qual pretende trabalhar, bem
como os serviços de telecomunicação, segundo David e Stewart (2010).
Por isso, esses dois elementos são explicitados a seguir, tratando de suas características
e como eles influenciam no funcionamento de uma organização a ser instalada.
Serviços postais: Os autores afirmam que nos países desenvolvidos o serviço de
entrega postal é muito eficiente, na
maioria das vezes. Porém, se fica
decidido em desenvolver suas
atividades em outros locais, como
países em menor desenvolvimento,
esses serviços podem não ter tanta
eficiência e acabar se tornando
obstáculo.

Fonte: http://migre.me/dUJ8b

A segurança da correspondência é um grande influenciador de decisões sobre operar em


determinados locais. É importante que se tenha certeza que documentos, contratos e até contas
serão entregues sem extravio e com segurança no destino final.
Serviços de telecomunicação: Já em relação aos serviços de telecomunicação, a
principal preocupação é que eles estejam sempre em pleno funcionamento. Os serviços de
internet e telefonia, seja móvel ou fixa, devem ser estáveis e funcionar também quando houver
adversidades climáticas no local.

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Há cidades que têm esses sistemas falhos, com redes muito antigas e que ficam sem
manutenção por muito tempo. Porém, na velocidade de informação que vivemos faz-se
necessário que esses serviços funcionem e que se tenha garantia disso antes de operar na
cidade ou país.

4.3 Infraestrutura de serviços públicos

A infraestrutura dos serviços públicos é capaz de determinar, por fim, se a empresa irá
operar ou não no local. David e Stewart (2010), afirmam que a organização deve se atentar às
características dos principais elementos que giram em torno na empresa, como eletricidade,
água e esgoto e linhas de transmissão de energia.
São esses elementos sugeridos pelos autores que serão estudados a seguir e, como nos
outros elementos de infraestrutura, são explicitadas suas consequências caso não funcionem
bem.
Eletricidade: Empresas que decidem se instalar em outros países devem estar atentas
à demanda de energia elétrica do local. É comum alguns países que as empresas escolhem por
menores custos de mão de obra terem problemas com apagões, pois a quantidade de energia
que tem não consegue atender a toda a procura.
Mesmo em países que possuem energia em abundância, como é o caso do Brasil, em
lugares mais distantes e mais remotos do país é comum que ocorram esses apagões. Portanto,
vale a pena acompanhar as notícias diárias do local e como é o comportamento da demanda de
energia.
A falta de energia suficiente para a produção, por exemplo, pode acarretar problemas
como atrasos, perda de produção que não pode ser paralisada sem estar finalizada, perda de
prazos de entrega e diversas outras consequências que prejudicam a organização.
Água e esgoto: A preocupação com o abastecimento de água e as redes de esgoto
também deve ser constante. Visto que são necessárias condições de saneamento para evitar
problemas com a saúde dos trabalhadores e os gestores que tenham que eventualmente visitar
a localidade.
Além de somente a informação de abastecimento ou não, deve-se atentar para a
qualidade desse abastecimento. A água deve ser de qualidade, pois não somente será usada
para a saúde das pessoas envolvidas, como também em processos de produção.

Os autores ressaltam nesse item a mesma importância para os serviços públicos de coleta de
lixo, pois em qualquer que seja a especialização da empresa, greves de trabalhadores da coleta

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de lixo com certeza acarretarão em problemas no desenvolvimento das atividades da
organização.

Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 4 e a


Atividade 4.1.

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UNIDADE 5

A LOGÍSTICA DE TRANSPORTES
INTERNACIONAIS

OBJETIVO DA UNIDADE: Discorrer sobre logística de transporte internacional e


apresentar as principais características e impactos nos negócios frente aos transportes
marítimo, aéreo e rodoviário. Descrever transporte multimodal e sua importância em
relação a custos e velocidade na entrega em função das distâncias.

Logística ainda não é para a grande maioria das


empresas um diferencial competitivo, mas será para
TODAS num futuro próximo! E o caminho mais curto
para isso será a ENGENHARIA LOGÍSTICA!

Marco Antônio Oliveira Neves


Fonte: http://migreme.net/1opq

A logística a ser feita internacionalmente ocorre com os mesmos elementos que um


canal de distribuição interno necessita. Tem-se que levar em consideração características de
cronograma, fluxograma, tempos de operações, manuseio, armazenamento e transporte,
Ludovico (2010).
A empresa precisa se preparar para que o seu negócio internacional possa ser
corretamente planejado. As exportações de produtos e todas as características citadas devem
ser devidamente planejadas com antecedência para que seja possível desenvolver as operações
com sucesso.
Portanto, Ludovico (2010), afirma que as principais atividades, ou atividades-chave da
logística internacional são:
 Embalagem;
 Unitização;
 Manuseio;
 Armazenamento;
 Estudo e previsão da demanda;
 Organização dos transportes;
 Equipamentos.

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Todos esses elementos estão ligados com alguma parte do processo de distribuição
internacional. A embalagem está diretamente ligada com o acondicionamento dos produtos,
pois esses tipos de transporte tendem a ocorrer em grandes períodos de tempo e de viagem,
passam por mais de um tipo de transporte e a embalagem é fator chave para que avarias,
roubos ou perdas aconteçam, ou não, durante o percurso.
Os rótulos e as etiquetas dos produtos, tais como caixas de papelão, madeira e materiais
de vidro são utilizados na logística internacional para que seja mais visível e entendida a
identificação do material contido nas embalagens. A Organização das Nações Unidas (ONU)
definiu traduções através de desenhos que pudessem fazer essa identificação. A seguir é
possível identificar alguns desses rótulos utilizados nas embalagens de transporte internacional.

Figura 6 - Rotulagem e marcação de volumes


Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Portanto, o transporte internacional consiste de uma série de acordos mútuos entre as


partes envolvidas, onde a pessoa que possui a mercadoria entrega a mesma para transporte de
certo ponto a outro, mediante o pagamento de uma quantia determinada e quando se trata do
ambiente internacional é necessário que haja também um acordo quanto à moeda que será
utilizada.

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Dentre as regras do comércio exterior há o contrato estabelecido entre os agentes, e
juntamente com esse contrato é necessário que haja uma indicação de quem irá arcar com as
despesas da operação, desde a saída do estoque até a chegada ao destino final.
Em 1936 a Câmara de Comércio Internacional (CCI) criou termos para serem usados
internacionalmente e que ajudariam quando utilizados nos contratos, definindo o responsável
pela contratação e pelo pagamento das despesas de operação.
O quadro 1 apresenta um resumo dos principais termos utilizados nos processos e
atividades de transporte da logística internacional

Quadro 1 - Incotems 2000


E
Ex-Woks (...local denominado)
XW
F
Free Carrier (...local denominado)
CA
C
Carriage Paid To (...local denominado do destino)
PT
Qualquer C
Carriage and Insurance Paid To (local denominado do destino)
modalidade de IP
transporte incluindo D
Delivered at Frontier (...local denominado)
Multimodal AF
D
Delivered Duty Unpaid (...local denominado do destino)
DU
D
Delivered Duty Pais (...local denominado do destino)
DP
F
Transporte Aéreo Free Carrier (...local denominado)
CA
Transporte F
Free Carrier (...local denominado)
Rodoviário CA
F
Free Along Ship (..local denominado do embarque)
AS
F
Free on Board (...local denominado do embarque)
OB
C
Cost and Freight (...local denominado do destino)
FR
Transporte Marítimo
C
Cost, Insurance e Freight (...local denominado do destino)
IF
D
Delivered Ex-Ship (...local denominado do destino)
ES
D
Delivered Ex-Quay (...local denominado do destino)
EQ

Fonte: Adaptado de Ludovico (2010).

A seguir é esclarecido cada um desses termos.


Ex-Works (EWX): O primeiro dos incoterms é colocado nos contratos quando durante
a operação a mercadoria é colocada dentro da fábrica ou dos seus estoques para que o próprio
comprador se responsabilize com as despesas de levá-la até a destinação final. É uma opção
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que vem sempre seguida do nome de onde a mercadoria será deixada, tal como armazém ou
fábrica. A única responsabilidade do vendedor, nesse caso, é de deixar a mercadoria pronta
para o transporte e de preparar a sua documentação.
Free Carrier (FCA): Nessa modalidade o comprador não busca a mercadoria
diretamente no vendedor e nem o vendedor entrega a mercadoria diretamente ao comprador. É
feito um contrato de entrega da mercadoria em um determinado ponto do trajeto ainda dentro
do país de origem, sendo este ponto ou local adequado tanto para o comprador como para o
vendedor da mercadoria.
Carriage Paid To (CPT): Geralmente utilizada durante o transporte aéreo ou
rodoviário, determina que o vendedor é responsável pelos encargos somente de frete até um
local combinado dentro do país de destino.
Carriage and Insurance Paid To (CIP): Trata-se apenas de uma complementação da
cláusula anterior, apenas acrescido do seguro, sendo a mercadoria entregue em um local
combinado no país de destino.
Delivered at Frontier (DAF): Nessa modalidade o vendedor é responsável por
entregar a mercadoria do seu país, com todas as despesas pagas. A única obrigação é de deixar
a mercadoria liberada para sair do país.
Delivered Duty Unpaid (DDU): A cláusula DDU é utilizada independentemente da
modalidade do transporte e é feita quando o vendedor entrega a mercadoria em um ponto
determinado e combinado dentro do país de destino, ficando a cargo do comprador, assumir as
despesas de impostos do seu país.
Delivered Duty Paid (DDP): No DDP o vendedor da mercadoria assume todas as
despesas do transporte de frete, seguro, impostos, taxas e serviços até um local determinado
anteriormente pelas partes e que se localize dentro do país de destino.
Free Alongside Ship (FAS): Esse incoterm significa que o vendedor tem a
responsabilidade de entregar a mercadoria para que o comprador a pegue no cais junto a um
navio e já no guindaste, pois o comprador irá assumir a partir desse ponto os riscos e despesas
a partir da colocação da mercadoria no navio. A sigla é seguida do nome do porto onde será
feita a entrega.

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Fonte: http://migre.me/dUJrl

Free on Board (FOB): Nessa modalidade a mercadoria é entregue às mãos do


comprador já dentro do navio, mencionado também no final do incoterm, porém ainda livre dos
encargos da operação, sendo o comprador o responsável pelos encargos a partir desse ponto
do transporte.
Cost and Freigh (CFR): Já na modalidade CFR o vendedor é responsável por
transportar a mercadoria desde a origem até o porto de desembarque, lá o comprador assume
a transação e encaminha a mercadoria até o final do processo. Porém, mesmo sendo procedida
dessa maneira, os riscos e seguro assumidos pelo comprador com a mercadoria se iniciam
dentre o embarque da mesma no navio no porto de embarque.
Cost, Insurance and Freight (CIF): Nessa modalidade o vendedor é responsável por
colocar a mercadoria até o porto de destino com frete e seguros previamente pagos. É usada
para transportes marítimos e a sua sigla vem acompanhada do nome do porto de destino.
Delivered Ex-Ship (DES): No DES o vendedor é responsável pelo pagamento do
seguro e do frete até a chegada da mercadoria no porto de destino, sendo responsabilidade do
comprador apenas a descarga no porto e as despesas do restante do transporte no seu país.

Delivered Ex-Quay (DEQ): No DEQ há uma diferença sucinta do que ocorre no DES,
isto é, o vendedor é responsável pelo frete e seguro até o porto de destino, porém são
acrescentadas das despesas com impostos e taxas do país de destino.

5.1 Transporte marítimo

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O transporte marítimo foi um dos primeiros a serem utilizados pelas antigas civilizações.
Antes havia poucos tipos de navios e embarcações, meios que hoje se diversificaram muito e
aumentaram em grande número para suprir as crescentes quantidades de necessidade de
transporte.
Ludovico (2010), afirma que no Brasil as atividades relacionadas ao transporte
internacional marítimo estão divididas em administração de reaparelhamento dos portos;
serviços auxiliares; construção de navios e estaleiros privados; estiva, desestiva, mão de obra
especializada e coordenação geral da política Marinha Mercante.
O autor cita, ainda, que os navios são geralmente propriedade particular e os portos e
cais são pertencentes a entidades públicas de cada país. De todos os transportes internacionais,
este é o que mais movimenta as mercadorias ao redor do mundo, e Ludovico (2010), expõe
cinco principais motivos para isso.

 Caráter internacional: deriva da própria natureza desse transporte, já que


praticamente é o único meio econômico de transportar mercadorias entre pontos
distantes geograficamente.
 Capacidade: as toneladas dos navios chegaram, nos últimos anos, a superar a
casa de meio milhão de toneladas de peso morto nos navios petroleiros, porém a
tendência é a utilização de navios de menor calado.
 Flexibilidade: essa característica é consequência da possibilidade de empregar
navios de médio e grande porte.
 Versatilidade: têm-se construído navios adaptados a todo tipo de cargas.
 Concorrência: apesar das tendências protecionistas de alguns países, que
reservam a seus navios o tráfego de cargas, a maior parte do tráfego
internacional se realiza em regime de livre concorrência de fretes e outros custos
operacionais em cada país.

Esse tipo de transporte internacional se baseia, ainda, em algumas características dos


navios que são utilizados para a operação. O navio pode ser considerado de carga geral,
quando é capaz de transportar diversos tipos de cargas em paletes, caixas, engradados,
tambores, fardos, dentre outros.

Um navio considerado porta-contêiners é


aquele que tem compartimentos separados para
que caiba um contêiner que é geralmente fixado
no piso do navio ou uns nos outros, para evitar
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avarias e perdas. Já o navio considerado roll-on-roll-off é aquele que tem uma configuração
especial nos seus compartimentos de carga, pois permite o transporte de veículos de todos os
tamanhos e que são embarcados e desembarcados através de rampas.

Fonte: http://migre.me/dUx9L

Os navios chamados reefer são feitos com porões equipados para o transporte de
produtos perecíveis, que precisam de temperatura média e até mesmo de congelamento. Os
navios chamados granel líquido são diferentes dos outros por terem tanques nas suas laterais e
no seu centro, que são utilizados especialmente para o transporte de produtos químicos.
Por fim, há os navios chamados de graneleiros, que são os que têm a configuração mais
simples que os outros e são os responsáveis por transportar cargas a granel, como grãos.
Além dos tipos de navio que podem ser considerados, há os atores que fazem parte do
transporte marítimo. O armador, por exemplo, é aquela pessoa que fica responsável por armar
o navio, ou seja, é ele que providencia o abastecimento do navio e também quem o explora no
comércio internacional.
O capitão é a pessoa que é contratada pelo armador e fica responsável pela técnica de
conduzir a embarcação, assumindo a responsabilidade de tudo e todos que estiverem a bordo.
O embarcador é aquele que é responsável pelo embarque de toda a mercadoria, ele
cuida do processo independentemente de quem é o responsável pelo pagamento do frete.
O consignatário também faz parte do processo e é o ator que entrega a mercadoria no
porto de destino. Já o agente marítimo é a pessoa jurídica que representa o armador dentro
dos portos por onde o navio passa, além de ser responsável pela função comercial. Por fim, o
agente de cargas é a pessoa que presta serviço de negociação entre os importadores,
exportadores e agente marítimo.
Além disso, os operadores portuários, segundo Ludovico (2010), tendem a constituir, em
cada porto que trabalham, um Órgão Gestor da Mão de Obra (OGMO), que regula o trabalho
portuário e tem como principais finalidades:

 Administrar o fornecimento da mão de obra do trabalhador portuário e do


trabalhador portuário avulso.
 Manter, com exclusividade, o cadastro do trabalhador portuário e o registro do
trabalhador portuário avulso.
 Promover o treinamento e a habitação profissional do trabalhador portuário,
inscrevendo-o no cadastro.
 Selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso.

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 Estabelecer o número de vagas, a forma e a periodicidade para acesso ao
registro do trabalhador portuário avulso.
 Expedir os documentos de identificação do trabalhador portuário.
 Arrecadar e repassar aos respectivos beneficiários os valores devidos pelos
operadores portuários, relativos à remuneração do trabalhador portuário avulso e
aos correspondentes encargos fiscais, sociais e previdenciários.

Os portos são, ainda, acompanhados e fiscalizados de perto pelo Ministério da Fazenda


do país, que tem as seguintes competências através das repartições aduaneiras, Ludovico
(2010):

 Cumprir e fazer cumprir a legislação que regula a entrada, a permanência e a


saída de quaisquer bens ou mercadorias do país.
 Fiscalizar a entrada, a permanência, a movimentação e a saída de pessoas,
veículos, unidades de carga e mercadorias, sem prejuízo das outras atribuições
no porto.
 Exercer a vigilância aduaneira e promover a repressão ao contrabando, ao
descaminho e ao tráfico de drogas, sem prejuízo das atribuições de outros
órgãos.
 Arrecadar os tributos incidentes sobre o comércio exterior.
 Proceder ao despacho aduaneiro na importação e na exportação.
 Apurar a responsabilidade tributária decorrente de avaria, quebra ou falta de
mercadorias em volumes sujeitos a controle aduaneiro.
 Proceder à apreensão de mercadoria em situação irregular, nos termos da
legislação fiscal aplicável.
 Autorizar a remoção de mercadorias da área do porto para outros locais,
alfandegados ou não, nos casos e na forma previstos na legislação aduaneira.
 Administrar a aplicação, as mercadorias importadas ou a exportar, de regimes
suspensivos, exonerativos ou devolutivos de tributos.
 Assegurar, no plano aduaneiro, o cumprimento de tratados, acordos ou
convenções internacionais.
 Zelar pela observância da legislação aduaneira e pela defesa dos interesses
fazendários nacionais.

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5.2 Transporte aéreo

Foi durante a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) que o avião começou a ser visto
como uma grande oportunidade de negócio para o transporte e logística internacional. Um dos
primeiros meios aéreos a serem testados foram os
helicópteros, porém, a fixação do transporte
internacional aéreo se deu por meio dos aviões.
Essa modalidade é afetada pela quantidade de
energia que é despendida apenas para que a
aeronave esteja em voo, mais ainda quando está
carregada com produtos mais pesados.
Fonte: http://migre.me/dUxQL

Esse fator afeta a quantidade de aviões que são utilizados somente com essa finalidade,
bem como no preço, influenciando para que esse tipo de modal logístico possa ser colocado em
prática.
Ludovico (2010), cita as seis principais características relacionadas à logística de
transportes aéreos:
 Rapidez: pela capacidade do sistema de transporte para mercadorias que
necessitam de entregas urgentes.
 Segurança: já que a taxa de perda e avaria de mercadorias é considerada muito
baixa.
 Flexibilidade: possibilita a troca de aeronaves em determinados pontos da
viagem, para adicionar mais carga, ou redefinir a melhor rota.
 Limitação: as dimensões da carga devem ser compatíveis com as portas da
aeronave, que são geralmente pequenas.
 Custo elevado: tem um maior custo associado quando comparada com as
outras modalidades de transporte internacional.
 Manuseio: permite o uso limitado de contêiners de acordo com os diferentes
tipos e tamanhos de aeronaves.

Os contratos de trabalho da tripulação das aeronaves utilizadas para o transporte


internacional aéreo são feitos de acordo com as normas da Consolidação das Leis de Trabalho
(CLT), apenas com algumas características próprias da modalidade.

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A jornada corresponde à duração de trabalho que o membro da tripulação exerce suas
atividades e passa a ser contada desde a hora que ele chega ao local de trabalho até o
encerramento do voo. Esta jornada é contada em número de horas de serviço prestado.
O tempo de voo é contado a partir do momento em que a aeronave se movimenta até o
momento em que ela é estacionada no destino, no ponto de desembarque.
Os trabalhadores têm direito a um tempo de repouso, que consiste num intervalo entre
duas jornadas, em um local reservado para eles, desenvolvendo um revezamento entre a
tripulação. Já a folga é o espaço em que o trabalhador das aeronaves é dispensado das suas
obrigações, com remuneração.
O termo viagem é utilizado para representar o trabalho que é realizado pelo trabalhador
compreendido entre o tempo de saída da base de embarque até a base de desembarque e pode
conter uma ou mais jornadas.
Quando o trabalhador está em reserva, significa que ele fica dentro do seu local de
trabalho à disposição do empregador, ou seja, fica em instalações pagas pela empresa que o
contratou a espera de uma viagem ou jornada a ser cumprida.
Já quando o trabalhador está em sobreaviso, é entendido que ele também está à
disposição do seu contratante, porém não fica instalado em nenhum local específico.
A remuneração é feita através de horas de voo e horas de voo noturno, de acordo com a
legislação específica do setor e de cada país onde está instalada a infraestrutura aeroportuária.
O mesmo ocorre com a alimentação do trabalhador, que é feita em terra ou em voo, e também
obedece a legislação específica.
Os uniformes são fornecidos pelas empresas, de acordo com o padrão da companhia
aérea. As férias são direito do trabalhador, devendo ser tiradas anualmente e pelo período de
trinta dias.
O comandante é considerado a autoridade máxima dentro da aeronave, desde o
embarque até o desembarque. Esse exerce autoridade sobre as pessoas embarcadas e também
é o responsável por impor disciplina a bordo.
Ludovico (2010), apresenta algumas situações que o comandante poderá exercer sua
autoridade:
 Desembarcar qualquer pessoa embarcada, desde que esteja comprometendo a
boa ordem ou a disciplina, ou pondo em risco a segurança da aeronave ou as
demais pessoas a bordo.
 Tomar as medidas necessárias à proteção da aeronave, das pessoas ou bens
transportados.
 Descarregar a carga ou parte dela, quando indispensável à segurança do voo.

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5.3 Transporte rodoviário

Essa modalidade de transporte tem como principal característica a sua simplicidade de


funcionamento (LUDOVICO, 2010). As operações são geralmente simplificadas entre embarque
no ponto de partida e desembarque no ponto destinado à descarga.

Dentre as modalidades citadas anteriormente, é nesta que ocorre a menor quantidade


de manuseio da carga, além de contar com a redução dos custos com embalagens que durem
mais ou que sejam mais resistentes a longas jornadas de transporte.

Como é um tipo de transporte que não permite transpor oceanos, é utilizada na sua
maioria por países vizinhos, que tendem a fazer acordos bilaterais em suas fronteiras para
fiscalizar e padronizar regras de funcionamento.

A modalidade conta com um documento denominado conhecimento de transporte, e


nele, são especificadas todas as informações necessárias sobre a carga, bem como frete,
remetente, destinatário, dentre outras informações importantes para que se siga com o
processo.

A seguir é apresentado um modelo de conhecimento padrão utilizado no Brasil, de


acordo com as normas da Secretaria da Fazenda Nacional.

Figura 7 - Conhecimento de Transporte


Fonte: Secretaria da Fazenda.
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Os custos do transporte são calculados de três maneiras diferentes. O frete básico
consiste em valor da tarifa multiplicado pelo peso da mercadoria, sendo o modelo mais
utilizado.
Já o frete chamado ad-valorem é aquele que emprega ao valor do frete uma
porcentagem do valor da mercadoria a fim de seguro obrigatório para determinado tipo de
carga.

Por fim, o frete com taxa de despacho na fronteira é calculado de acordo com cada país
que está operando a logística de transporte internacional, e deve ser consultado para que se
entenda a sua maneira de fazer o cálculo.

5.4 Transporte multimodal

O transporte multimodal é responsável por agregar à modalidade as melhores


características de cada uma das citadas anteriormente para se chegar a um modelo logístico
eficiente e que atenda a todas as necessidades. (LUDOVICO, 2010).

Fonte: http://migre.me/dUzdc

Além disso, o autor cita várias vantagens associadas ao transporte multimodal, conforme
abaixo:
 Contratos de compra e venda mais adequados;
 Melhor utilização da capacidade disponível de transporte;

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 Emprego de combinações de modais nacionais e internacionais mais eficientes;
 Melhor utilização das tecnologias de informação;
 Ganhos de escala;
 Melhor utilização da infraestrutura das empresas de logística;
 Experiência internacional das empresas de logística;
 Redução dos custos diretos e indiretos;
 Possibilidade de incrementar o comércio exterior às empresas de pequeno e
médio porte.

Sendo assim, a combinação de vários tipos de transporte em uma só operação


internacional pode trazer muitos benefícios para a comodidade do vendedor e do comprador.

As regras são respeitadas de acordo com o trecho no qual cada modalidade é executada,
evitando choques de regulamento e fazendo com que o transporte multimodal possa ser melhor
utilizado para o objetivo final de entregar a carga da melhor maneira possível.

Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 5 e a


Atividade 5.1.

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UNIDADE 6

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NA
LOGÍSTICA INTERNACIONAL

OBJETIVO DA UNIDADE: Enfatizar o uso da comunicação como forma de eliminar as


diversidades culturais ou costumes existentes entre os países. Analisar as comunicações e
linguagem mais adequadas entre os países de negociação.

Em logística, o bom senso faz muita


diferença! A inteligência logística é uma função
vital para a sua empresa e sem ela, sua empresa
perderá competitividade em preços e nível de
serviço.

Marco Antônio Oliveira Neves


Fonte: http://migreme.net/1ops

Todos os temas que foram tratados neste material correspondem à ideia de como
funcionam o transporte e a logística internacional. Foram citados os vários tipos de transportes
comumente utilizados, suas características, infraestrutura e forma de trabalho, sendo assim, um
gestor que trabalha com a logística tem vários desafios a serem enfrentados nas suas
atividades.
David e Stewart (2010), afirmam que uma boa gestão logística internacional é a grande
responsável pela vantagem competitiva das empresas quando comparadas com as outras. Essa
vantagem se dá na competição de mercado, e os autores ressaltam fatores que influenciam a
melhor representação da empresa diante do mercado, tais como, bons desempenhos na
comunicação, entendimento do sistema métrico e sensibilidade cultural.

6.1 Desafios da comunicação

É primordial que qualquer empresa e seu gestor tenham em mente a importância da


comunicação no ambiente internacional. Esse aspecto se mostra, ainda, um desafio para os
negócios e se comunicar pode ser muitas vezes custoso para que não tem conhecimento da
língua do país de origem com o qual se quer fazer negociações.

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Na adversidade de idiomas no mundo, o profissional
de logística internacional deve ter esse cuidado quando for
se comunicar. A transmissão do que se quer deve ser feita
com cautela, pois qualquer tradução ou pronúncia errada
pode acarretar em mensagens diferentes do que se
pretende, trazendo problemas ou consequências diferentes
da esperada.
Fonte: http://migre.me/dUJCA

6.2 Inglês internacional

Tendo em vista a importância da comunicação, países com línguas muito diferentes


podem adotar uma língua padrão para realizar essas comunicações. Hoje a língua mais utilizada
com esse intuito é o inglês, visto que a maioria dos acordos internacionais, eventos e
transações são feitas nesse idioma.
David e Stewart (2010), propõem regras importantes para os gestores que farão
qualquer tipo de comunicação em inglês. Essas são descritas a seguir e podem servir como guia
para as organizações se comunicarem com outras ao redor do mundo.
 Ter sempre consciência de que a pessoa com a qual você irá se comunicar não
tem o inglês como primeira língua. Ela utilizará também um dicionário e por isso
deve-se ter cautela com as palavras usadas, pois muitas delas podem apresentar
significados ambíguos.
 A revisão do texto também deve ser feita com muito cuidado, pois erros de
gramática e de ortografia podem passar despercebidos pelos corretores
automáticos, desenvolvendo mais problemas de entendimento e compreensão
correta do que se pretende dizer.
 As informações de quantidade devem ser revisadas com cautela. Os países têm
maneiras diferentes de interpretar os dados quando apresentados de forma
abreviada, por exemplo, bem como os números em potência e referências
métricas. É melhor sempre optar pela escrita por extenso para evitar problemas.
 Uma grande dica de professores de línguas é sobre o tamanho das frases.
Enquanto no português se utiliza muito das vírgulas, no inglês elas não são tão
utilizadas, podendo fazer o texto perder o sentido. Por isso, o ideal é sempre
utilizar sentenças curtas e objetivas, separadas por pontos.
 Outro cuidado é com as expressões. No inglês existem muitas delas ligadas com
jogos de futebol ou com basquete, porém, somente os nativos sabem ao certo
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como utilizá-las sem erro. Portanto, evitá-las poderá também evitar erros de
entendimento ou de informações incorretas no texto.

6.3 Inglês especial

Quando se fala de línguas e comunicação, muitas vezes esta precisa ser feita de forma
oral. Portanto, tem-se menos tempo para pensar nas traduções e nenhuma opção de procurar
no dicionário no momento da negociação.
Por isso, os autores discorrem sobre uma técnica de inglês especial, que consiste em
comunicação oral na língua inglesa que tem vocabulário limitado e frases bem simples. Assim, a
comunicação pode ser entendida por um número maior de pessoas com conhecimentos básicos
ou intermediários do idioma.
David e Stewart (2010), mostram as principais características do inglês especial.
 Assim como na linguagem escrita, é interessante utilizar frases curtas e mais de
uma sentença para reforçar uma só ideia. Para entender como falar dessa
maneira leva um tempo, mas com a prática é possível se comunicar com muito
mais facilidade.
 Os termos utilizados precisam ser precisos e de forma correta. É importante
evitar qualquer tipo de gíria que se conheça e, como na linguagem escrita,
termos relacionados com esportes. Essas atitudes podem fazer com que a
negociação seja feita em linguagem muito coloquial, podendo não ser bem vista
para gestores estrangeiros.
 Além disso, facilita quando se fala de maneira pausada. Além de se ter alguns
segundos a mais para pensar nas sentenças, facilita também o entendimento de
quem está ouvindo. Isso melhora o fluxo da conversação e ajuda na rapidez do
fechamento do negócio.

Outro ponto essencial na comunicação com estrangeiros se dá quando negociante lhe


pede que repita a frase que foi dita. Os autores colocam que se deve lembrar de não repetir a
frase em tom mais alto de voz, pois isso pode soar como desrespeito. Quando tal situação
acontece, pode-se apenas repetir o que foi dito, caso a pessoa não tenha entendido apenas
alguma palavra, ou pode-se mudar as palavras e tentar explicar de maneira diferente.

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6.4 Sistema métrico

O sistema métrico internacional deve ser entendido e estudado antes de serem iniciadas
as comunicações e negociações. Os autores afirmam que países como os Estados Unidos usam
medidas métricas mais antigas, algumas dessas que já deixaram de ser usadas em países como
o Brasil.
Além disso, ainda há as medidas que são iguais em todos os países, mas têm
abreviaturas ou nomenclaturas diferentes. Esses tipos, em comunicação escrita, podem
dificultar no fechamento de contratos até fazer com que sejam fechados contratos de forma
errada.

Fonte: http://migre.me/dUJKA

Por isso, para qualquer gestor é importante conhecer quais as medidas que o produto
que se pretende comercializar utiliza e como os outros países fazem essas medidas, quanto a
tamanhos, nomenclaturas e abreviaturas.

6.5 Sensibilidade cultural

É de grande valia conhecer a cultura dos países com os quais serão firmados negócios.
Entender como funcionam as negociações nos seus países, qual maneira eles utilizam para
escrever contratos, etc. Alguns países têm religiões rígidas que não aceitam negócios com
mulheres, outros não aceitam nenhum tipo de conversa informal durante a negociação, há uma
infinidade de exigências que valem ser estudadas e atendidas pelo bem da empresa.
Essa cultura influencia também na maneira como as pessoas trabalham, como se vestem
para ir para a empresa, como se comunicam, como escrevem. Portanto, é papel da empresa

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que irá chegar ao país parceiro, entender também da sua cultura e respeitar sua maneira de
agir.
David e Stewart (2010), são explícitos em dizer que essa é uma parte primordial dentro
da logística internacional, pois as pessoas de dois países estarão sempre em contato para
qualquer tipo de comunicação em relação ao trabalho, portanto, deve-se entender dos aspectos
culturais do país.

Para finalizar seu estudo, realize o Exercício 6.

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REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORES AQUAVIÁRIOS. Navegação marítima. Disponível em:


<http://www.antaq.gov.br/portal/BancoImagens.asp>. Acesso em: 04 mar. 2019.
BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 2.
ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009.
DAVID, Pierre A; STEWART, Richard D. Logística Internacional. São Paulo: Cengage
Learning, 2010.
EMPRESA BRASILEIRA DE INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA. Relatório anual 2010:
aeroporto internacional de Manaus: Eduardo Gomes. Disponível em:
<http://www.infraero.gov.br/images/stories/Infraero/Contas/Relatorios/relatorio_anual_2010.pd
f>. Acesso em: 05 mar. 2019.
INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPLLY CHAIN. Mapa rodoviário brasileiro. Disponível em:
<http://www.ilos.com.br/web/index.php?option=com_content&task=view&id=1807&Itemid=74
>. Acesso em: 05 mar. 2019.
LUDOVICO, Nelson. Logística de transportes internacionais. São Paulo: Saraiva, 2010.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Formas de
embalar uma mercadoria. Disponível em:
<http://www.aprendendoaexportar.gov.br/sitio/paginas/comExportar/forMemMercadoria.html>.
Acesso em: 23 out. 2019.
SECRETARIA DA FAZENDA. Modelos de documentos fiscais. Disponível em:
<http://www.sefaz.se.gov.br/internet/index.jsp?arquivo=portal/grafica/modelos_doc.htm>.
Acesso em: 28 out. 2019.

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EXERCÍCIOS E ATIVIDADES

EXERCÍCIO 1

Assinale a alternativa INCORRETA.


a) O transporte de mercadorias tem caráter estratégico face a embalagem.
b) A empresa para fazer frente ao mercado global altamente competitivo deve seguir a
missão básica da logística.
c) O transporte de mercadorias entre países tem exercido um papel importante em função
das dimensões geográficas e na velocidade de entrega desejada.
d) Ao tomar a decisão de exportar, as empresas precisam muitas vezes introduzir
modificações nos produtos exportados.

Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de


Aprendizagem.

ATIVIDADE 1.1

Pesquise sobre os blocos econômicos MERCOSUL, a NAFTA, a ALCA e a UNIÃO EUROPEIA e


responda as questões abaixo.
Quais são os países integrantes desses blocos?
Qual a relação de comércio existente entre eles?

Submeta a atividade por meio da ferramenta Tarefa.

EXERCÍCIO 2

1. A velocidade e manuseio das mercadorias no comércio internacional estão


bastante ligados ao uso de contêineres.
a) Verdadeiro
b) Falso

2. A gestão da cadeia de abastecimento inclui planejamento e gestão de todas as


atividades relativas à compra e aprovisionamento, conversão e gerenciamento
logístico.
a) Verdadeiro
b) Falso

3. A gestão da cadeia de suprimentos internacional tem a sua essência global.


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a) Verdadeiro
b) Falso

Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de


Aprendizagem.

EXERCÍCIO 3

1. Qual das alternativas NÃO é um fator estratégico de entrada em mercados


internacionais?
a) Quantidade de empresas.
b) Tamanho do mercado.
c) Crescimento do mercado.
d) Fatia de mercado potencial do exportador.

2. Qual opção não é um motivo pelo qual a empresa decide por ter um
distribuidor?
a) O produto é mantido em estoques e não feito para um tipo específico de cliente.
b) O produto não tem preços moderados.
c) A empresa estima que o ciclo de vida do produto é longo.
d) O produto exige que haja serviços depois que a venda foi feita.

3. Quais são as opções de Exportação Ativa?


a) Agente, Entregador e Filial Comercial.
b) Agente, Distribuidor e Filial Ativa.
c) Agente, Distribuidor e Filial Comercial.
d) Licença, Distribuidor e Filial Comercial.

4. Quais são as opções de produção no exterior?


a) Fabricação somente por subcontrato, Licença, Franquia, Parcerias ou Empresa
subsidiária.
b) Fabricação somente por contrato, Licença, Franquia, Parcerias ou Empresa subsidiária.
c) Fabricação por contrato ou subcontrato, Licença, Franquia, Parcerias ou Empresa
subsidiária.
d) Fabricação por contrato ou subcontrato, Agente, Franquia, Parcerias ou Empresa
subsidiária.

Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de


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ATIVIDADE 3.1

Nesta unidade você estudou sobre Métodos de entradas em mercados


estrangeiros’, agora pesquisa alguma empresa de capital nacional (Brasileira)
que esteja atuando em mercado internacional, responda:
a) Qual o nome da empresa?
b) Qual é o segmento de atuação?
c) Em qual país ou países a empresa está atuando?
d) Que serviços e/ou produtos a empresa atende?

Atenção: É fundamental incluir as fontes de sua pesquisa.

Submeta a atividade pela ferramenta Tarefa.

EXERCÍCIO 4

1. Quais as principais infraestruturas de logística internacional?


a) Infraestrutura de transportes, de comunicação e de serviços públicos.
b) Infraestrutura de transportes, de comunicação e de serviços privados.
c) Infraestrutura de construção, de comunicação e de serviços públicos.
d) Infraestrutura de transportes, de coleta seletiva e de serviços públicos.

2. Faça a correlação correta:


I. Gruas.
II. Profundidade da Água.
III. Armazéns.
IV. Infraestrutura portuária.

Resposta Descrição
Ter relação com o termo “calado” e capacidade de flutuação do navio.
São imensas estruturas metálicas responsáveis por carregar os contêineres nos
navios.
Suas características influenciam diretamente no bom andamento dos trabalhos nos
portos, que se mal interpretada ou mal posicionada pode fazer com que o navio
não consiga atracar.

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São usados para proteger os produtos de condições climáticas adversas e
dependendo do que se pretende transportar, é importante verificar se o aeroporto
está preparado para atender às necessidades.

a) I / II / III / IV
b) IV / III / II / I
c) III / IV / I / II
d) II / I / IV / III

Verifique seu aprendizado realizando o exercício no Ambiente Virtual de


Aprendizagem.

ATIVIDADE 4.1

Pesquise mais sobre a infraestrutura de transportes no Brasil e em outros países. Prepare-


se para responder as questões:
1. No âmbito do Brasil, que aspectos você julga que é importante realizar melhorias na
infraestrutura de transportes para ser mais competitivo em relação a outros países?
2. Quais seriam os ganhos que o Brasil passaria a ter caso essas melhorias de
infraestrutura fossem implantadas? Pense pelo lado do Governo, das empresas e
consumidores.
Para elaborar suas respostas, é importante fazer pesquisas, mas não se esqueça de citar as
fontes de pesquisa.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Tarefa.

EXERCÍCIO 5

1. Escolha a alternativa que contém as principais características do transporte


marítimo internacional.
a) Caráter internacional, Capacidade, Flexibilidade, Versatilidade, Concorrência.
b) Caráter internacional, Capacidade, Agilidade, Versatilidade, Concorrência.
c) Caráter nacional, Capacidade, Flexibilidade, Versatilidade, Concorrência.
d) Caráter internacional, Capacidade, Inflexibilidade, Versatilidade, Concorrência.

2. Escolha a alternativa que contém as principais características do transporte


aéreo internacional.
a) Demora, Segurança, Flexibilidade, Limitação, Custo Elevado, Manuseio.
b) Rapidez, Segurança, Flexibilidade, Limitação, Custo Elevado, Manuseio.
c) Rapidez, Segurança, Flexibilidade, Limitação, Baixo Custo, Manuseio.
d) Rapidez, Falta de Segurança, Flexibilidade, Limitação, Custo Elevado, Manuseio.

3. Qual das alternativas abaixo NÃO é uma competência do Ministério da

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Fazenda?
a) Cumprir e fazer cumprir a legislação que regula a entrada, a permanência e a saída de
quaisquer bens ou mercadorias do país.
b) Fiscalizar a entrada, a permanência, a movimentação e a saída de pessoas, veículos,
unidades de carga e mercadorias, sem prejuízo das atribuições das outras no porto.
c) Exercer a vigilância aduaneira e promover a divisão do frete entre as empresas de
transporte.
d) Arrecadar os tributos incidentes sobre o comércio exterior.

Verifique seu aprendizado realizando o exercício no Ambiente Virtual de


Aprendizagem.

ATIVIDADE 5.1

Nesta unidade você estudou a logística de transportes internacionais. Agora


escolha um país para responder as questões a seguir a respeito dos seguintes
modais de transporte:
a) Qual a empresa escolhida?
b) Qual o segmento / tipos de produtos com que a empresa trabalha?
c) Qual é o país(es) de atuação da empresa?
d) A empresa utiliza o modal de transporte marítimo? Como?
e) A empresa utiliza o modal de transporte aéreo? Como?
f) A empresa utiliza o transporte rodoviário? Como?

Atenção! É fundamental incluir as fontes de sua pesquisa.

Submeta a atividade pela ferramenta Tarefa.

EXERCÍCIO 6

1. Quais os aspectos que influenciam na Logística Internacional como vantagem


competitiva?
a) Comunicação, Inglês Internacional, Inglês Especial e Sensibilidade Cultural.
b) Combinação de valores, Inglês Internacional, Inglês Especial e Sensibilidade Cultural.
c) Comunicação, Inglês Básico, Inglês Especial e Sensibilidade Cultural.
d) Comunicação, Inglês Internacional, Inglês Especial e Sensibilidade Emocional.

2. Qual NÃO é uma das principais dicas para utilizar o Inglês em negociações
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internacionais?
a) Utilizar frases curtas e objetivas, pois ajuda na compreensão de pessoas que não têm o
inglês como primeira língua.
b) Quando for escrever, utilizar o dicionário para ter certeza dos significados das palavras.
c) Falar coloquialmente, pois assim os negociadores poderão entender que a conversa não é
somente profissional.
d) Evitar usar termos relacionados com esportes como futebol e jogos de basquete.

3. Das considerações abaixo sobre o sistema métrico internacional e a cultura,


qual é INCORRETA?
a) É preciso estar atento às maneiras de cada país de conduzir as negociações, podem
haver diferentes pensamentos sobre a participação de mulheres, por exemplo.
b) Os autores David e Stewart (2010), consideram que os Estados Unidos utilizam algumas
medidas métricas antigas e que não são mais usadas em outras partes do mundo.
c) É primordial entender a cultura dos países com os quais se manterá contatos de
negócios.
d) As métricas de medição são iguais em todos os países do mundo, sem distinção.

Verifique seu aprendizado realizando o exercício no Ambiente Virtual de


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