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Curso de Graduação a Distância

Mercado de
Capitais (4 créditos – 80 horas)

Autor:
Ricardo Alexandre Martins Garcia

Universidade Católica Dom Bosco Virtual


www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335
Missão Salesiana de Mato Grosso
Universidade Católica Dom Bosco
Instituição Salesiana de Educação Superior

Chanceler: Pe. Gildásio Mendes dos Santos


Reitor: Pe. Ricardo Carlos
Pró-Reitora de Ensino e Desenvolvimento: Profª. Rúbia Renata Marques
Diretor da UCDB Virtual: Prof. Jeferson Pistori
Coordenadora Pedagógica: Profª. Blanca Martín Salvago

Direitos desta edição reservados à Editora UCDB


Diretoria de Educação a Distância: (67) 3312-3335
www.virtual.ucdb.br
UCDB -Universidade Católica Dom Bosco
Av. Tamandaré, 6000 Jardim Seminário
Fone: (67) 3312-3800 Fax: (67) 3312-3302
CEP 79117-900 Campo Grande – MS

Garcia, Ricardo Alexandre Martins


Disciplina: Mercado de Capitais.

Ricardo Alexandre Martins Garcia. Campo Grande: UCDB


Virtual, 2010. 65 p.

1 Intermediação financeira. 2 Sistema financeiro nacional.


3 Mercado de capitais. 4 Bolsa de valores.

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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO
Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe
multidisciplinar da UCDB Virtual, com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático que
norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina e que compõe o Projeto Pedagógico do seu
curso.

Elementos que integram o material


Critérios de avaliação: são as informações referentes aos critérios adotados para a
avaliação (formativa e somativa) e composição da média da disciplina.
Quadro de Controle de Atividades: trata-se de um quadro para você organizar a
realização e envio das atividades virtuais. Você pode fazer seu ritmo de estudo, sem ul-
trapassar o prazo máximo indicado pelo professor.
Conteúdo Desenvolvido: é o conteúdo da disciplina, com a explanação do professor
sobre os diferentes temas objeto de estudo.
Indicações de Leituras de Aprofundamento: são sugestões para que você possa
aprofundar no conteúdo. A maioria das leituras sugeridas são links da Internet para facilitar
seu acesso aos materiais.
Atividades Virtuais: atividades propostas que marcarão um ritmo no seu estudo. As
datas de envio encontram-se no calendário do Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Como tirar o máximo de proveito


Este material didático é mais um subsídio para seus estudos. Consulte outros
conteúdos e interaja com os outros participantes. Portanto, não se esqueça de:
· Interagir com frequência com os colegas e com o professor, usando as ferramentas de
comunicação e informação do Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA;
· Usar, além do material em mãos, os outros recursos disponíveis no AVA: aulas audiovisuais,
vídeo-aulas, fórum de discussão, fórum permanente de cada unidade, etc.;
· Recorrer à equipe de tutoria sempre que precisar orientação sobre dúvidas quanto a
calendário, atividades, ferramentas do AVA, e outros;
· Ter uma rotina que lhe permita estabelecer o ritmo de estudo adequado a suas necessidades
como estudante, organize o seu tempo;
· Ter consciência de que você deve ser sujeito ativo no processo de sua aprendizagem,
contando com a ajuda e colaboração de todos.

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Objetivo Geral
Proporcionar, ao acadêmico, conhecimentos essenciais para a compreensão do
mercado de capitais e suas especificidades.

Conteúdo Programático – Sumário

UNIDADE 1 - INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA ...................................................... 09


1.1 Breves conceitos econômicos ..................................................................................09
1.2 Origem e evolução da moeda ..................................................................................15
1.3 Mercado e intermediação financeira .........................................................................19

UNIDADE 2 - SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ................................................. 23


2.1 Conceito e estrutura do Sistema Financeiro Nacional .................................................24
2.2 Órgãos normativos .................................................................................................27
2.3 Entidades supervisoras ...........................................................................................29
2.4 Operadores ...........................................................................................................33

UNIDADE 3 - MERCADO DE CAPITAIS ................................................................. 39


3.1 Estrutura do mercado de capitais ............................................................................39
3.2 Investidores individuais e institucionais ....................................................................41
3.3 Mercado primário e secundário ................................................................................43
3.4 Abertura de capital .................................................................................................45

UNIDADE 4 - BOLSA DE VALORES........................................................................ 49


4.1 Mercados de balcão e de bolsa ................................................................................49
4.2 Bolsas de valores ...................................................................................................51
4.3 Ações ....................................................................................................................53
4.4 Índices da bolsa .....................................................................................................56

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 58
EXERCÍCIOS E ATIVIDADES ................................................................................ 60

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Avaliação

A UCDB Virtual acredita que avaliar é sinônimo de melhorar, isto é, a finalidade


da avaliação é propiciar oportunidades de ação-reflexão que façam com que você
possa aprofundar, refletir criticamente, relacionar ideias, etc.
A UCDB Virtual adota um sistema de avaliação continuada: além das provas no final de
cada módulo (avaliação somativa), será considerado também o desempenho do aluno ao longo
de cada disciplina (avaliação formativa), mediante a realização das atividades. Todo o processo
será avaliado, pois a aprendizagem é processual.
Para que se possa atingir o objetivo da avaliação formativa, é necessário que
as atividades sejam realizadas criteriosamente, atendendo ao que se pede e tentando
sempre exemplificar e argumentar, procurando relacionar a teoria estudada com a
prática.
As atividades devem ser enviadas dentro do prazo estabelecido no calendário
de cada disciplina.

Critérios para composição da Média Semestral:


Para compor a Média Semestral da disciplina, leva-se em conta o desempenho
atingido na avaliação formativa e na avaliação somativa, isto é, as notas alcançadas
nas diferentes atividades virtuais e na(s) prova(s), da seguinte forma: Somatória das
notas recebidas nas atividades virtuais, somada à nota da prova, dividido por 2. Caso
a disciplina possua mais de uma prova, será considerada a média entre as provas.
Média Semestral: Somatória (Atividades Virtuais) + Média (Provas) / 2
Assim, se um aluno tirar 7 nas atividades e 5 na prova: MS = 7 + 5 / 2 = 6
Antes do lançamento desta nota final, será divulgada a média de cada aluno,
dando a oportunidade de que os alunos que não tenham atingido média igual ou
superior a 7,0 possam fazer a Recuperação das Atividades Virtuais. Após a Segunda
Chamada, será feito o lançamento definitivo da Média Semestral.
Se a Média Semestral for igual ou superior a 4,0 e inferior a 7,0, o aluno ainda
poderá fazer o Exame Final. A média entre a nota do Exame Final e a Média Semestral
deverá ser igual ou superior a 5,0 para considerar o aluno aprovado na disciplina.
Assim, se um aluno tirar 6 na Média Semestral e tiver 5 no Exame Final: MF =
6 + 5 / 2 = 5,5 (Aprovado)

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FAÇA O ACOMPANHAMENTO DE SUAS ATIVIDADES

O quadro abaixo visa ajudá-lo a se organizar na realização das atividades. Faça seu
cronograma e tenha um controle de suas atividades:

AVALIAÇÃO PRAZO * DATA DE ENVIO **

Atividade 1.1
Ferramenta: Tarefa Online

Atividade 2.1
Ferramenta: Tarefas Online

Atividade 3.1
Ferramenta: Tarefa Online

Atividade 4.1
Ferramenta: Tarefa Online

* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade (consulte
o calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem).
** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade.

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BOAS VINDAS

Prezado(a) acadêmico(a),

Seja bem-vindo à disciplina!


Iniciamos aqui uma conversa sobre um tema que é de grande importância para a sua
atuação profissional e, também, vida pessoal. Nas páginas que se seguem, o mercado de
capitais e seus principais aspectos serão abordados de forma que possa lhe proporcionar
informações que contribuam para o desenvolvimento de seu conhecimento sobre o tema e,
ainda, para o uso positivo desse conhecimento no exercício de sua profissão e em sua vida
pessoal.
Falar sobre o mercado de capitais é sem dúvida falar de algo diretamente relacionado
ao nosso dia a dia, embora alguns, a princípio, acreditem que esta seja uma conversa distante
da sua realidade. As próximas páginas, tenho certeza, irão mostrar isso e acredito que, assim
como eu, você irá se apaixonar pelo tema e pela sua proximidade e aplicação no cotidiano.
Em um curso superior, independente de qual seja, uma grande responsabilidade é
atribuída ao estudante, que é a de construir a sua própria história. As informações que são
transmitidas por meio dos professores, dos materiais didáticos e dos diversos outros
instrumentos e métodos adotados, são apenas apoio para aquilo que você decidiu construir
para si mesmo, seja esta uma construção bonita ou não.
Eu acredito na sua capacidade de fazer a diferença e de construir um caminho que
leve aos melhores resultados. Quero muito que a sua construção seja diferenciada e tenho
certeza que este material contribui significativamente para isso, entretanto, digo-lhe mais, vá
sempre além, amplie continuamente seus conhecimentos e seja inovador, pois esta é a
diferença e a característica do bom profissional contemporâneo.
Tenha um excelente curso, nesta que é uma excelente instituição de ensino. Aproveite,
positivamente, todas as possibilidades e oportunidades que lhes são oferecidas.
Um grande e forte abraço.

Prof. Ricardo A. M. Garcia

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Pré-teste
Antes de iniciarmos os trabalhos da disciplina faremos um pré-teste, cujo objetivo é
estabelecer um diagnóstico do que você conhece sobre os assuntos que aqui serão abordados.
Não se preocupe com o quesito nota, pois este não é o propósito desta atividade, que busca
apenas identificar o que você sabe sobre o tema.

1. Descreva o que você entende por intermediação financeira e apresente um exemplo que
possa representar uma situação de intermediação financeira.
2. Para você, o que é o Sistema Financeiro Nacional?
3. O que você entende por mercado de capitais?
4. O que é a Bolsa de valores para você?
5. Você já ouviu falar de mercado de derivativos? Descreva o que conhece sobre o tema.

Submeta o Pré-teste por meio da ferramenta Tarefas.

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UNIDADE 1

INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA

OBJETIVO DA UNIDADE: Compreender o conceito de intermediação financeira e


suas características, a partir da reflexão sobre breves conceitos da economia e da origem
e evolução da moeda.

Todos os dias milhares de pessoas relacionam-se com intermediários financeiros,


mesmo que não tenham consciência disso. Alguns se relacionam por meio de contas
correntes, contas poupanças e até mesmo investimentos diversos, enquanto outros se
relacionam obtendo financiamentos e assim por diante.
Os intermediários financeiros e a intermediação financeira em si é de grande
importância para a sociedade como um todo e está enraizada em nosso cotidiano, não sendo
possível ignorá-los e não compreendê-los.
Nesta unidade, a intermediação financeira é o objeto de nossa conversa e para isso,
começamos refletindo alguns breves conceitos da economia, essenciais para a nossa
caminhada, seguido de reflexão sobre a origem e a evolução da moeda, que representa um
marco significativo na evolução da economia e das transações entre os agentes. A
intermediação financeira em si, e sua relação com o mercado, é o fechamento desta unidade
e o ponto central dessa discussão.

1.1 Breves conceitos econômicos

Não é recomendável falar-se de intermediação financeira sem antes haver o


conhecimento, pelo menos básico, de alguns conceitos da economia que possibilitam
compreender com mais clareza esse processo de intermediação e os diversos fatores a ele
relacionados. Nesse sentido, o propósito desta subseção é proporcionar uma breve reflexão
sobre tais conceitos econômicos, sem, entretanto, fazer uma discussão mais aprofundada,
buscando apenas fornecer elementos que o auxiliem nessa compreensão.
Quando se fala de economia e da atividade econômica em si, está se falando sobre
uma das mais antigas questões da história da humanidade, que é, de maneira geral, a forma
como as pessoas estabelecem relações de troca entre si e o uso que estas fazem dos recursos
escassos da natureza para o atendimento e satisfação de suas necessidades. Ao vermos ou
ouvirmos notícias de que faltará água potável e alimentos no mundo, por exemplo, estamos

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nos referindo não apenas a questões ambientais ou sociais, mas também a questões
econômicas, pois estamos tratando de recursos que estão cada vez mais escassos,
principalmente em consequência do mau uso que deles foram e ainda continuam sendo feitos.
Historicamente, muitos debates foram e ainda são realizados em torno das questões
econômicas. Compreender e explicar as relações de troca e consumo entre os indivíduos,
assim como apresentar contribuições para melhorias nesse processo sempre foi objeto dos
economistas, que desenvolveram ampla quantidade de conceitos, muitos em sintonia outros
completamente divergentes.
O problema fundamental da sociedade econômica, entretanto, é o mesmo e é a base
para praticamente todas as discussões conceituais. Assaf Neto (2005), diz que

Toda sociedade econômica, qualquer que seja sua forma de trabalho,


enfrenta três problemas fundamentais e determinados pela lei da escassez:
o que e em que quantidade produzir; como produzir, com que recursos
tecnológicos, financeiros, etc.; para quem produzir, ou seja, para quem
deverão ser distribuídos os diversos bens produzidos. (ASSAF NETO, 2005,
p. 22)

Esses três problemas fundamentais acompanham e continuarão acompanhando as


sociedades que, enquanto existirem, necessitarão encontrar respostas eficazes para eles. O
que produzir e em que quantidade produzir, como fazer essa produção e quais recursos nela
empregar, assim como para quem será direcionada essa produção sempre será uma
preocupação das sociedades, visto a realidade de cada uma delas e suas características. Cada
sociedade – e aqui digo vilarejos, cidades, estados e países – responderão, conforme Assaf
Neto (2005), de forma diferenciada a esses problemas, em função das realidades específicas
que possuem, seja em termos de desenvolvimento tecnológico, de desenvolvimento cultural
ou até mesmo econômico. É válido lembrar que as necessidades das pessoas, assim como a
disponibilidade de recursos para satisfazer essas necessidades e as tecnologias utilizadas para
transformação desses recursos não são as mesmas em nenhum lugar do mundo, como, por
exemplo, é o caso de países subdesenvolvidos na África ou América do Sul e países
desenvolvidos da Europa e América do Norte.
Assaf Neto (2005), diz que os problemas fundamentais da sociedade econômica
deixariam de existir, caso houvesse recursos em abundância na natureza e que pudessem ser
transformados e distribuídos de forma ilimitada para atender as necessidades da sociedade
humana. Entretanto, como isso não é possível e está cada vez mais distante qualquer
possibilidade de que isto ocorra, as relações de uso dos recursos da natureza pelo homem
devem ser conscientes e diferenciadas, não mais ignorando os problemas fundamentais da
sociedade econômica, conforme apontado e que comumente acontece em muitas sociedades.
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A maneira como a sociedade se organiza e decide sobre o uso dos recursos possibilita
a identificação de duas formas básicas de organização econômica, que são a economia de
mercado e a economia centralizada.
A economia de mercado, também denominada economia capitalista, caracteriza-se
pelo domínio da propriedade privada e crença de que o próprio mercado possui as condições
necessárias para solucionar os problemas básicos da economia, que são: o que produzir,
como produzir e para quem produzir. Esta forma de organização econômica está presente na
maior parte das sociedades do planeta, tendo os Estados Unidos como sua principal referência
mundial.
A economia centralizada, também denominada socialista, tem o Estado como
proprietário dos recursos, sendo a livre iniciativa limitada e a capacidade produtiva e decisões
de uso dos recursos naturais centralizados no Estado. O grande símbolo da economia
socialista no mundo foi a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), dissolvida em
dezembro de 1991, após período de intensa crise. Atualmente, Cuba pode ainda ser
considerada como um ícone da economia socialista.
Uma alternativa aos dois opostos de organização econômica é o que pôde ser
denominado como um sistema misto, ou seja, um sistema que uniu características das outras
duas formas de organização. Assaf Neto (2005, p. 27) diz que “[...] desde que Keynes
defendeu o intervencionismo moderado como um antídoto à crise econômica mundial de
1929/30, ficou proposta uma alternativa conhecida por sistema misto. [...]”. Esse sistema
equilibra características da economia de mercado, como a livre iniciativa privada, com a
intervenção, em alguns aspectos e intensidades distintas, do Estado.
Mas afinal, por que estamos falando de problemas fundamentais da economia e sobre
as diferentes formas de organização econômica?
Falamos disso porque esses conceitos são fundamentais para compreensão e
continuidade da nossa breve conversa sobre alguns dos conceitos da economia, que agora se
direciona para a relação entre preço e mercado.
Você enquanto consumidor já deve ter observado que em termos de preço a melhor
época para se comprar roupas de inverno é o verão e vice-versa, assim como, no
supermercado, as verduras e frutas mais baratas são aquelas típicas da estação ou até mesmo
produzidas na região. Agora, por que isso acontece?
Uma resposta que você pode dar é: olha isso acontece porque no verão praticamente
ninguém quer comprar roupa de inverno e porque verduras da estação e da região são
encontradas com mais facilidade do que aquelas que são consideradas como fora de época,
ou trazidas de localidades mais distantes.

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Isso mesmo, esta é a razão pela qual esses produtos podem tornar-se mais baratos
ou mais caros, o que na economia dizemos que está diretamente relacionado com a oferta e
a demanda, ou seja, a quantidade oferecida de um bem e a quantidade desejada deste
mesmo bem num determinado período de tempo.
Explicando melhor. Numa economia de mercado, o preço adequado de um
determinado bem é especificado exatamente no ponto em que se encontram as curvas de
demanda e de oferta. A curva de demanda, conforme figura abaixo, acompanha a evolução
da quantidade demandada, ou desejada, por um determinado produto ou serviço, em função
da alteração no valor do preço deste produto ou serviço, ou seja, quanto menor o preço,
maior a quantidade demandada e vice-versa. Já a curva de oferta desenvolve um
procedimento contrário, ou seja, conforme aumenta o preço deste produto ou serviço, a
quantidade ofertada também aumenta e vice-versa. O ponto onde se encontram as duas
curvas é o ponto de equilíbrio do mercado, ou seja, é aquele considerado como de preço
ideal, onde se equilibram a quantidade que os consumidores estão dispostos a consumir com
a quantidade que os produtores ou prestadores de serviços estão dispostos a ofertar.

Gráfico 1 – Formação de preços


Fonte: Assaf Neto (2005, p. 27)

Constantemente, na economia de mercado, estão acontecendo oscilações entre


demanda e oferta, proporcionando alterações nas suas curvas e consequentes ajustes nos
seus pontos de equilíbrio e definição de preços ideais. A economia centralizada, por sua vez,
considera outros critérios para tal, em decorrência da centralização e forte presença do
Estado.
Os preços, portanto, influenciam e são influenciados pela quantidade demandada e
ofertada de determinados bens e produtos, fazendo tal conceito parte do nosso cotidiano,
tendo em vista que estamos constantemente comprando produtos ou serviços e buscando,

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quase sempre os melhores preços por eles, muitas vezes, inclusive, esperando o momento
ideal para fazer a compra, ou seja, de redução no valor do seu preço.
Milhares de pessoas estão inseridas ativamente na economia, ora exercendo o papel
de consumo, ora exercendo o papel de produtor ou prestador de serviços, ou seja, ora elas
estão comprando algo, ora estão vendendo. As pessoas que de alguma forma participam do
processo produtivo, exercendo o papel de produtor ou prestador de serviços, recebem uma
remuneração por isso, ou seja, elas possuem uma renda em função da contribuição que
apresentam para o processo.

As rendas representam a remuneração dos agentes que participam, de


alguma forma, do processo produtivo de uma economia. São,
essencialmente, receitas em dinheiro compensatórias de serviços prestados,
como salários recebidos, juros sobre capital emprestado, lucros sobre capital
investido, e assim por diante. (ASSAF NETO, 2005, p. 28)

As rendas são fundamentais para o trabalhador e para a própria sociedade econômica,


que dela necessitam para dinamizar o seu processo, ou seja, alimentar e movimentar um ciclo
já conhecido por você, seja por conceitos teóricos ou observação do cotidiano, em que uma
pessoa com renda consome um produto, que para ser produzido necessita de outra pessoa,
que para isso também recebe uma renda, que será convertida em consumo de novos
produtos, gerando outras oportunidades de trabalho e renda para outras pessoas e assim por
diante.
Assim como as pessoas, os países também possuem rendas, que são caracterizadas
pela somatória das rendas de seus agentes econômicos, ou seja, de todos os seus indivíduos,
sejam pessoas ou empresas, que participam ativamente da economia. A renda interna de um
país, conforme Assaf Neto (2005), é representada pelo conjunto de todas as rendas que são
geradas no seu interior, em um determinado período de tempo, normalmente anual. As
rendas obtidas pelos moradores de um país, incluídas as que ele obteve com atividades fora
do seu território, são denominadas de renda nacional, ou seja, uma renda que inclui toda a
gerada no interior do país, como a renda interna, somada à renda obtida pelos seus agentes
com atividades no exterior.
Basicamente todo país recebe e envia valores para o exterior, como consequência das
atividades de seus agentes. Hoje é muito comum você ver pessoas que foram para o exterior
trabalhar e que enviam dinheiro para sua família aqui no Brasil, fazendo uma reserva
financeira para quando retornarem. Outros, por sua vez, fazem o processo inverso e aqui
trabalham, enviando suas receitas para o exterior. E, assim como as pessoas, as empresas
também fazem isso, enviando receitas para suas matrizes e investidores e assim por diante.

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Mas por que estamos falando sobre isso também?
Estamos falando para contextualizar outro conceito de renda que é de grande
relevância para um país, que é o de renda líquida do exterior, o que, segundo Assaf Neto
(2005), é a diferença existente entre o valor enviado ao exterior e o valor recebido por um
país. Quando negativa, a renda indica que foi mais enviado do que recebido e quando positiva,
reflete o contrário, ou seja, o país mais recebeu receitas do exterior do que enviou. Assaf
Neto (2005), destaca que em países em desenvolvimento essa renda líquida costuma ser
negativa, pois estes costumam depender de capital estrangeiro e tecnologias para fomentar
seu desenvolvimento, o que costumeiramente leva ao envio de rendas do exterior.
Já as pessoas possuem uma renda pessoal que, segundo Assaf Neto (2005, p. 29),
“[...] é a renda efetivamente transferida às pessoas, e é calculada deduzindo-se da renda
nacional os lucros retidos pelas empresas, contribuições e benefícios previdenciários, imposto
de renda sobre as pessoas jurídicas, etc.”, ou seja, somente a renda, de fato, que fica às
pessoas físicas, decorrentes do processo produtivo.
O conceito de renda e de suas diferentes tipologias é de grande importância para a
compreensão da relevância de outros dois conceitos fundamentais à nossa conversa, que são
os conceitos de investimento e poupança. Investimento, segundo Assaf Neto (2005, p. 29),
“[...] representa a ampliação de capital em alternativas que promovem o aumento efetivo da
capacidade produtiva de um país, determinando maior capacidade futura de gerar riqueza
(rendas). [...]”. Para o autor, investimento está relacionado à criação de riqueza e não apenas
à transferência de valores, ou seja, somente há investimento quando ocorre criação de
riqueza, caso contrário tem-se apenas criação de valores.
Os investimentos são importantes para o crescimento e desenvolvimento dos países,
sendo fundamental que aconteçam continuamente. Posteriormente, ao falarmos de
intermediação financeira, a relevância de investimentos ficará mais evidente ainda.
A poupança, por sua vez, é definida por Oliveira e Pacheco (2005), como o ato de
deixar de consumir no presente para poder consumir mais numa ocasião futura, o que,
segundo eles, exige um incentivo para que o poupador não gaste no presente e mantenha
seu recurso investido na poupança. Esse incentivo é a taxa de juros, que, grosso modo, é
uma espécie de remuneração pelo dinheiro investido. Assaf Neto (2005, p. 29), diz que “A
poupança é a parcela da renda economizada pelos agentes econômicos, que não foi
consumida na aquisição de bens e serviços. [...]”.
A poupança, que pode ser considerada como a forma de investimento mais popular
entre os brasileiros, é importante alimento do processo produtivo, pois ela é um dos principais
recursos para a realização de intermediação financeira e garantia de contínuos processos de

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investimentos. Tamanha é a relevância da poupança que um país com baixa capacidade de
poupar pode ter seu crescimento limitado, em função da falta de recursos para investir.
Segundo Assaf Neto (2005, p. 30), “A poupança deve originar-se de estímulos à redução do
consumo e encaminhada, por meio de intermediários financeiros, para lastrear os
investimentos da economia. [...]”.

1.2 Origem e evolução da moeda

Outro aspecto importante para se pensar a intermediação financeira, a história da


moeda permite-nos ter uma visão ampla da evolução dos meios de pagamento nas relações
de troca, iniciadas com o escambo e hoje assumindo formas cada vez menos palpáveis. Essa
evolução, inclusive, nos permite compreender o contexto de atuação do intermediário
financeiro, que é o objeto principal desta unidade.
Nesta seção, portanto, conversaremos um pouco sobre a origem da moeda e como
ela foi evoluindo no tempo, refletindo sobre seus benefícios e características que
proporcionaram sua difusão, assim como as ferramentas para assegurar o controle desse
meio, que passou a ser predominante nos pagamentos decorrentes das relações de troca.
Para Pinheiro (2001), conforme figura abaixo, a evolução da moeda acontece em cinco
eras, que são: troca de mercadorias, mercadoria moeda, moeda metálica, moeda papel e
moeda escritural.

Figura 1 - Fases da evolução da moeda.


Fonte: Pinheiro (2001, p. 23).
A primeira dessas eras, a da troca de mercadorias, representa o embrião do
surgimento da moeda nos moldes que hoje conhecemos. Nessa época, as pessoas eram
predominantemente nômades, ou seja, mudavam-se de um local para outro sempre que os
recursos começavam a ficar escassos nos locais em que estavam, e as relações de troca entre

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os indivíduos era o escambo, ou seja, uma determinada mercadoria era trocada por outra,
conforme a necessidade dos envolvidos nas transações.
Com o decorrer do tempo e a gradativa substituição do nomadismo pelo sedentarismo,
ou seja, com as pessoas deixando de mudar de um local para outro com tanta frequência, as
relações econômicas entre os agentes também foram se modificando e nisso uma nova forma
de pagamento foi se constituindo. A aceitação comum de determinadas mercadorias passou
a estabelecer um novo padrão de pagamento, originando aí uma primeira concepção de
moeda, a mercadoria moeda.
A evolução da mercadoria moeda para a moeda metálica passou a acontecer com o
processo de cunhagem dessas moedas em metal e com formatos circulares, já próximo dos
apresentados pelas que hoje conhecemos. Segundo Pinheiro (2001), em função das
vantagens oferecidas para o comércio, as moedas metálicas acabaram por difundir-se em
todo o mundo. Os metais, segundo o autor, foram escolhidos por apresentarem características
como valor intrínseco, dureza, raridade relativa, facilidade de reconhecimento e propriedades
industriais, entre outros.
Trabalhar com o metal no comércio, entretanto, gerava certas dificuldades aos
comerciantes, que muitas vezes precisavam pesar o material e verificar o teor do metal em
que eram utilizados. Em função disso, buscando facilitar o processo, os ourives passaram a
depositar uma quantia em bancos, recebendo certificados de depósitos que asseguravam a
devolução do valor ao portador desses certificados. Dessa maneira, conforme Pinheiro (2001),
surge a moeda de papel, com mesmo peso comercial que as moedas metálicas, constituindo,
portanto, a era da moeda papel.
Em consequência do processo evolutivo, a era da moeda papel é substituída pela era
da moeda escritural, que passa a acrescentar no mercado a moeda escritural, que segundo
Pinheiro (2001), constitui-se em depósitos à vista em instituições financeiras. Esses depósitos
possuem liquidez próxima ao da moeda papel e da moeda metálica, estando, entretanto, este
nas instituições financeiras, enquanto os demais com as pessoas em geral.
Para Pinheiro (2001, p. 24), “A tendência global para a moeda é que se torne um
produto virtual e eletrônico, substituindo a atual moeda física. Outra tendência é a unificação
da moeda com a criação de blocos econômicos [...]”. Tais tendências, apontadas pelo autor,
já estão, na verdade, em pleno processo de consolidação, pois hoje se vê uso intensivo de
cartões de crédito ou débito e, também, a unificação de algumas unidades monetárias, como
é o caso do Euro, na Europa.

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Mas afinal, se estamos falando de moeda e sobre sua origem e evolução, como ela
pode ser definida? O que ela representa para a sociedade? Quais são os benefícios que de
fato traz?
Bom, conforme você já deve ter percebido no breve contexto histórico da origem e
evolução da moeda, a sua definição não está vinculada ao sentido estrito da palavra ou objeto
que a representa, ou seja, a moeda metálica e circular que estamos acostumados, e que
muitas vezes nem damos muito valor e atenção. A moeda, na verdade, tem sua definição
relacionada a meio de pagamento por algum produto ou serviço que é adquirido.
Assaf Neto (2005, p.34-35), por exemplo, diz que a moeda é “[...] meio de pagamento
legalmente utilizado para realizar transações com bens e serviços. É um instrumento previsto
em lei e, por isso, apresenta curso legal forçado [...] e poder liberatório [...]”. Ou seja, é
reconhecida legalmente perante as sociedades, deve obrigatoriamente ser aceita como meio
de pagamento e liberta do compromisso com o credor aquele que dela faz uso para realizar
um pagamento, ou seja, o libera da dívida.
Outra definição de moeda é apresentada por Pinheiro (2001, p. 17), que diz:

A moeda pode ser conceituada como um conjunto de ativos financeiros de


uma economia que os agentes utilizam em suas transações. Ela é um bem
com características específicas e diferenciadas em relação aos demais bens
da economia, visto que ela não produz nada, não é um bem de investimento
e nem de consumo. (PINHEIRO, 2001, p.17)

Ou seja, a definição de Pinheiro (2001), além de reforçar a representatividade da


moeda nas transações econômicas entre agentes, acrescenta-lhe uma característica
particular, até então não comentada, ou seja, a de que não produz algo e de que não é um
bem de investimento ou de consumo, o que a torna diferenciada em relação a demais bens
da economia.
Tais definições estão claras para você? Pergunto isto porque agora vamos acrescentar
mais algumas informações ao conceito de moeda, buscando agora apontar elementos que a
compõem. Vamos lá!
Pinheiro (2001) e Assaf Neto (2005), apresentam cinco níveis de abrangência para o
conceito de moeda como meio de pagamento. Definindo tais conceitos por M1, M2, M3, M4
e M5, os autores partem do nível M1, que engloba a moeda em poder do público mais a
moeda escritural, que são depósitos à vista nos bancos comerciais, até o nível M5, mais
abrangente, que envolve todos os conceitos anteriores, mais a capacidade aquisitiva dos
cartões de crédito. A figura a seguir ilustra esses níveis:

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M1 = moeda manual + moeda escritural

M2 = M1 + títulos públicos

M3 = M2 + depósitos de poupança

M4 = M3 + Depósitos a prazo + letras de câmbio + letras

M5 = M4 + capacidade aquisitiva dos cartões de crédito

Figura 2 - Conceitos de moeda e níveis de abrangência


Adaptado de: Pinheiro (2001).

Outro aspecto de relevância quanto à moeda são os papéis por ela exercidos na
sociedade econômica. Pinheiro (2001), destaca que a moeda exerce papéis de meio de
pagamento, estoque de valor, unidade-padrão de conta e intermediária de trocas entre os
agentes. Nesta mesma linha, Assaf Neto (2005), diz que a moeda representa meio de troca,
medida de valor e reserva de valor.
A partir dos aspectos apresentados pelos dois autores e considerações que eles fazem
a respeito desses papéis, é possível fazer uma junção entre eles e apresentar um panorama
mais abrangente. Enquanto meio de pagamento ou meio de troca, ou ainda, intermediária de
troca entre os agentes, ela é considerada como um ativo financeiro de liquidez imediata, que
possibilita a troca de serviços e de bens por outros e, ainda, que apresenta a capacidade de
diminuir dívidas. Enquanto estoque de valor ou reserva de valor, ela permite que os agentes
econômicos possam guardá-las, de forma a acumular para posterior utilização. E, por fim,
enquanto unidade-padrão de conta ou medida de valor, ela serve para apuração de preços,
possibilitando divulgação, possíveis comparações e, até mesmo, registros de débitos.
Utilizada para realização das transações, a moeda assegura liquidez aos agentes e
ainda possibilita especulações face o contexto de mercado, como alterações em taxas de juros
e demais fatores que possam gerar instabilidade na economia. Sua emissão não pode
acontecer aleatoriamente, conforme a vontade ou necessidade, sendo necessário das
autoridades econômicas centrais um lastro para tal, que funciona como uma reserva, uma
garantia dessa moeda emitida. Pinheiro (2001, p. 25), diz que “[...] o lastro da moeda é
resultante de um conjunto de marco variáveis como, por exemplo, as reservas cambiais que
determinam o real poder aquisitivo de uma moeda”.
Embora seja fundamental para a economia e seu crescimento e desenvolvimento, a
moeda é mais ou menos procurada conforme mudanças vão acontecendo no cenário
econômico. Se a capacidade produtiva está em alta, por exemplo, gerando mais renda,

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agregando riqueza, a demanda pela moeda se eleva, mas se taxas de juros crescem, dentre
outros fatores negativos, essa demanda recua, reduzindo-se.
Quando ocorre maior volume de demanda por moeda no mercado, os bancos
financeiros, na condição de intermediários, possuem condições de atender a essa demanda,
em função da capacidade que apresentam de geração de moeda, a partir dos depósitos de
seus próprios correntistas. Mais detalhes sobre esse procedimento serão trabalhados na
subseção seguinte, que trata do mercado e intermediação financeira. Enquanto isso, aqui é
importante ter essa consciência da potencialidade das instituições financeiras e do que isso
pode representar no cenário econômico.

1.3 Mercado e intermediação financeira

Imagine comigo a seguinte situação. Logo pela manhã você foi até à geladeira, com
o propósito de pegar leite, mamão, queijo, suco de laranja e margarina para preparar o café
da manhã. Em função de uma semana corrida, não percebeu que havia acabado o leite, o
queijo e o mamão, ficando, portanto o planejamento do seu café comprometido.
Diante disso, qual atitude você toma?
Provavelmente fará um café com o que tem e assim que possível, irá a um
supermercado, hipermercado, quitanda ou padaria para comprar os itens que estão faltando
e não mais ter comprometido o seu café da manhã, já que esta é a principal refeição do dia.
Ou seja, podemos dizer que você, literalmente, vai ao mercado buscar aquilo que você precisa
para dar continuidade à sua atividade, neste caso, preparar o café da manhã.
Bem, quando falamos de mercado financeiro, essa mesma lógica também prevalece,
ou seja, quando algum agente econômico necessita de uma quantia de dinheiro além daquela
que ele possui no momento, ele recorre ao mercado financeiro para comprar o dinheiro que
está precisando.
Vamos entender isso melhor. Toda sociedade econômica necessita continuamente de
crescimento e desenvolvimento, pois é dessa forma que ela pode assegurar aos seus
membros melhor qualidade de vida, ou pelo menos, apresentar condições adequadas para
que isso aconteça. Entretanto, para que o crescimento e o desenvolvimento ocorram, essa
sociedade necessita de investimentos contínuos na sua capacidade de produção, ou seja,
precisa investir em qualificação de pessoas, em desenvolvimento de novos processos
produtivos e na implementação de novas tecnologias, entre outros, o que, na verdade, nem
sempre é um processo tranquilo e que acontece com facilidade, pois, conforme Oliveira e

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Pacheco (2005, p. 7), “[...] As empresas, de maneira geral, não possuem recursos próprios
suficientes para financiar todo o investimento necessário à sua atividade produtiva. [...]”.
Isso quer dizer que, se as empresas não possuem recursos financeiros próprios e nem
podem ficar esperando para juntar esse valor com calma, por meio de uma poupança
gradativa, elas precisarão buscar esses recursos de outra forma, caso queiram continuar com
seu processo de crescimento e desenvolvimento. E, uma alternativa para essa questão é a
busca de dinheiro no mercado financeiro, ou seja, a compra ou empréstimo do dinheiro de
alguém que tenha recursos excedentes e que esteja disposto a vendê-lo ou emprestá-lo.
Assim, diante desse contexto, temos a definição de três elementos essenciais, quando
se fala em mercado financeiro, que são: agente deficitário, agente superavitário e
intermediário financeiro.
O agente deficitário é aquele que necessita buscar em terceiros um complemento aos
seus recursos próprios, ou seja, é aquele que precisa buscar no mercado mais recursos
financeiros para as suas atividades, visto que seus recursos próprios não são suficientes.
Segundo Oliveira e Pacheco (2005, p. 8) “[...] Essa característica qualifica as empresas como
os agentes deficitários da economia ou tomadores de recursos”.
O agente superavitário, por sua vez, é aquele que possui recursos disponíveis em
quantidade superior ao que precisa para satisfazer suas necessidades e, cujo excesso pode
ser utilizado para atender a demanda de recursos do agente deficitário.
Neste contexto, segundo Oliveira e Pacheco (2005), enquadram-se as famílias que,
muitas vezes, possuem excesso de recursos e que podem, além de agentes superavitários,
serem também denominadas como poupadores.
E o intermediário financeiro é o sujeito que vai proporcionar a relação entre os outros
dois agentes, ou seja, a intermediação entre eles, mesmo que estes sequer se conheçam.
O que estou querendo dizer com isso?
Veja bem, dificilmente as relações entre agentes superavitários e deficitários
acontecem de forma direta. Você já viu alguma vez uma empresa bater à porta de uma família
para pedir dinheiro emprestado? Provavelmente não.
Normalmente como isso acontece? As empresas e qualquer outro agente que se
encontram na posição de deficitário irão procurar uma instituição financeira em busca de um
financiamento ou qualquer outra coisa parecida que proporcione captação de recursos.
E no caso inverso? Você já viu alguma família ou outro tipo de agente superavitário
indo de empresa em empresa oferecendo seus recursos? Provavelmente também não, pois o
procedimento comum é o de que aqueles que possuem recursos financeiros excedentes e

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que não os estão investindo em bens e serviços, procurem uma instituição financeira e lá
invistam o seu capital, em busca de uma determinada remuneração por isso.
As instituições financeiras, neste caso, assumem o papel de intermediação entre
agentes superavitários e deficitários. Segundo Pinheiro (2001, p. 33), intermediários
financeiros “[...] têm como função a aproximação de agentes superavitários, que têm excesso
de recursos, mas não têm oportunidade de investi-los em atividades produtivas, e os agentes
deficitários, que estão em situação inversa [...]”.
A intermediação financeira, para Pinheiro (2001), é

[...] atividade que tem a finalidade de viabilizar o atendimento das


necessidades financeiras de curto, médio e longo prazos, manifestadas pelos
agentes econômicos carentes de recursos, aplicando ao mesmo tempo o
excedente monetário de agentes superavitários, com mínimo de riscos.
(PINHEIRO, 2001, p. 25)

Tamanha é a importância da intermediação financeira para o desenvolvimento de um


país e de sua economia que Pinheiro (2001, p. 32), diz que “[...] existe um relacionamento
íntimo entre desenvolvimento econômico do país e desenvolvimento de mecanismos da
intermediação financeira. [...]”. Para ele, à medida que o país vai se desenvolvendo e
enriquecendo, a estrutura de sua intermediação financeira também tenderá a se ampliar e
aperfeiçoar, buscando atender as novas exigências desse desenvolvimento. Segundo Pinheiro
(2001, p. 33), “[...] uma economia é desenvolvida quando possui mercado de capitais
eficiente e em desenvolvimento quando não o possui. [...]”.
Oliveira e Pacheco (2005), refletindo a questão da intermediação financeira diz que
existem dois tipos dela, a direta e a indireta. A direta é aquela em que a instituição financeira,
na condição de intermediária, estabelece relação direta com o agente superavitário e com o
deficitário, assumindo os riscos de inadimplência relacionados à transação, ou seja,
responsabilizando-se por ela. A indireta, por sua vez, se caracteriza por aquela intermediação
em que a instituição financeira não assume o risco de inadimplência, sendo apenas uma
prestadora de serviço ao agente deficitário, estruturando para ele operações de captação de
recursos, normalmente mediante emissão de títulos, e a localização de agentes superavitários
que estejam dispostos a adquirir tais títulos que foram emitidos. Segundo Oliveira e Pacheco
(2005), esta transação acontece no mercado de capitais.
Pinheiro (2001), também refletindo sobre formas como a intermediação financeira
pode acontecer, classificou-as em intermediação por repasse e intermediação simples,
estando tal classificação vinculada ao intermediário assumir ou não o risco pelas transações,

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assim como Oliveira e Pacheco (2005). Na intermediação por repasse, a instituição financeira
assume a responsabilidade pelos riscos, enquanto na intermediação simples isso não ocorre.
Para que a intermediação financeira possa acontecer, segundo Pinheiro (2001), é
necessário que as sociedades econômicas tenham superado a fase do escambo e que
possuam moeda, excedente financeiro, bases institucionais para o mercado de intermediação
e agentes dispostos a trocar ativos monetários por ativos financeiros. Caso faltem garantias,
volume satisfatório de necessidades de capital e prazo adequado para tal, o mercado de
intermediação financeira fica inviabilizado.
O mercado financeiro, conforme Oliveira e Pacheco (2005), é que exerce o papel de
intermediário na relação entre os agentes, sendo fundamental a sua eficiência para o
crescimento da economia. “Quando o mercado financeiro não opera de forma eficiente,
dificulta-se o investimento, o principal ‘combustível’ do crescimento econômico [...]”.
(OLIVEIRA e PACHECO, 2005, p. 10).
Composto por instituições especializadas em equilibrar os interesses dos agentes
superavitários e dos agentes deficitários, o mercado financeiro é apontado por Pinheiro
(2001), como o meio mais eficiente para associar poupança ao investimento, que é
fundamental para o desenvolvimento econômico.
As principais funções do mercado financeiro, segundo Oliveira e Pacheco (2005), são:
intermediação financeira, redução do risco de não pagamento, redução do risco por meio da
especialização e definição mais clara do preço do dinheiro.

Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 1 e a


atividade 1.1.

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UNIDADE 2

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

OBJETIVO DA UNIDADE: Refletir sobre o sistema financeiro nacional e sua


estrutura, relacionando-a com a realidade vivenciada pelo acadêmico.

Na unidade anterior refletimos sobre alguns conceitos de economia, assim como sobre
a origem e a evolução da moeda e, também, sobre mercado e intermediação financeira. Tal
reflexão nos proporcionou conhecimentos que permitem perceber e compreender a existência
de um ambiente em que há agentes econômicos que precisam de mais recursos financeiros
do que a renda que possui, assim como há agentes que apresentam excesso de renda em
relação ao seu consumo e que estão dispostos a investirem essa renda em troca de benefícios
posteriores. E, também em relação a esse mesmo ambiente, vimos a existência de instituições
que se posicionam entre os dois tipos de agentes econômicos citados e que se constituem
como intermediárias financeiras, proporcionando relações entre eles e conciliando os
interesses individuais que cada um apresenta.
Esse ambiente de intermediação, e cada um dos elementos que o compõem, constitui-
se no sistema financeiro, no caso do Brasil, no Sistema Financeiro Nacional (SFN), que é o
objeto de estudo desta unidade, que agora iniciamos. Com característica predominante de
apresentação, o objetivo aqui é refletir sobre o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e os
elementos que compõem a sua estrutura, buscando, de certa forma, proporcionar
informações que possibilitem sua compreensão e relação com o cotidiano, assim como
condições para que estudos mais aprofundados possam acontecer posteriormente.
Nesse sentido, esta unidade é dividida em quatro subseções, que são: estrutura do
sistema financeiro nacional; órgãos normativos; entidades supervisoras; e operadores.

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2.1 Conceito e estrutura do Sistema Financeiro Nacional

Todos os dias milhares de transações financeiras acontecem no Brasil e no mundo,


envolvendo pessoas e empresas nas mais diversas relações. Praticamente todo indivíduo ou
empresa possui uma conta bancária, senão mais de uma, através da qual recebe ou realiza
pagamentos, assim como, investimentos e até mesmo empréstimos.
Não dá para ignorar. Seja como agente superavitário, seja como agente deficitário,
estamos inseridos no contexto de uma estrutura chamada sistema financeiro, cujo
conhecimento é fundamental, pois somente dessa forma é possível estabelecer uma relação
mais racional com ela e obter melhores condições de uso e aproveitamento dos recursos
financeiros, afinal, quando se trata de dinheiro e sua utilização, quanto mais conhecimento e
racionalidade, melhor, pois quase sempre, ao agir por impulso e sem muitas informações é
comum se pagar mais caro por bens e serviços, quando não, deixar de receber mais por
investimentos que são ou podem ser realizados.
Muitas são as instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional (SFN), que a
partir de agora chamaremos apenas de SFN, assim como são muitas e diversas as operações
por elas realizadas, o que acaba exigindo atenção e controle daquelas que exercem a função
de reguladoras, caso contrário, sem um critério de controle, o sistema pode tornar-se instável
e gerar incertezas que pouco contribui para o desenvolvimento e crescimento econômico de
toda uma sociedade. Como forma de evitar ou amenizar isso, o SFN brasileiro apresenta
estrutura e funcionamento regulamentados pelas leis federais de n.ºs 4.595, chamada de Lei
da Reforma Bancária, e 4.728, denominada Lei do Mercado de Capitais, conforme destaca
Toledo Filho (2006). A Lei 4.595 é do dia 31 de dezembro de 1964 e dispõe sobre a política
e as instituições monetárias, bancárias e creditícias, além de criar o Conselho Monetário
Nacional e estabelecer outras providências e a Lei n. 4.728, de 14 de julho de 1965, disciplina
o mercado de capitais e estabelece medidas para o seu desenvolvimento. Assaf Neto (2005),
ao refletir sobre o SFN, acrescenta ao portfólio de legislação que o regulamenta a Resolução
1.524 do Conselho Monetário Nacional, de 21 de setembro de 1988, que estabelece a criação
dos Bancos Múltiplos.
Bem, já que estamos falando sobre o SFN, o que ele realmente é? Qual é a sua
estrutura? E qual é o propósito dessa estrutura?
Você em algum momento já parou para pensar sobre isso? Já tentou entender em
qual contexto está inserido o banco em que você possui a sua conta e aplica os seus recursos
financeiros?
Vamos caminhar e refletir um pouco mais sobre o assunto.

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Oliveira e Pacheco (2005, p. 14), dizem que o SFN é o “[...] conjunto de instituições
que atuam no processo de conciliar interesses de agentes deficitários e superavitários e de
converter poupança em investimento [...]”, ou seja, ele envolve todas as instituições que, de
alguma maneira, atuam como intermediários financeiros entre aqueles que necessitam de
recursos financeiros adicionais e os que possuem para oferecer e, ainda, que buscam
assegurar a conversão da poupança em investimentos. Assaf Neto (2005, p. 80), proporciona
compreensão da amplitude do SFN ao dizer que ele é “[...] constituído por todas as instituições
financeiras, públicas e privadas, existentes no país”, ou seja, numa linguagem bastante
simples e objetiva, compreende o todo em relação aos aspectos financeiros de uma sociedade.
As instituições financeiras, segundo Assaf Neto (2005), podem ser classificadas em
bancárias ou monetárias e não bancárias ou não monetárias. As instituições bancárias ou
monetárias são aquelas que possuem capacidade, e legalidade, para a criação de moeda por
meio dos depósitos à vista que recebem em seus caixas, como é o caso dos bancos comerciais
e múltiplos. As não bancárias ou não monetárias, por sua vez, são as instituições que,
impedidas legalmente de receber depósitos à vista, não possuem faculdade de criação de
moeda e trabalham com ativos não monetários, como ações, letras de câmbio e debêntures,
entre outros. As não bancárias são representadas por praticamente todas as organizações
que atuam no mercado financeiro, com exceção dos bancos comerciais e múltiplos, que são
instituições bancárias ou monetárias.
Ao se falar no SFN, ou seja, no conjunto de instituições que o compõem, existe uma
série de expectativas da própria sociedade em relação a esse sistema e ao seu desempenho
na economia. Pinheiro (2001), por exemplo, diz que o sistema financeiro tem por função

[...] promover a poupança; arrecadar e concentrar a poupança em grandes


volumes; transformar a poupança em créditos especiais; encaminhar os
créditos às atividades produtivas; e gerenciar as aplicações realizadas e
manter um mercado para elas. (PINHEIRO, 2001, p. 54)

Assaf Neto (2005, p. 79), por sua vez, comenta que as “[...] instituições devem
permitir, dentro das melhores condições possíveis, a realização dos fluxos de fundos entre
tomadores e poupadores de recursos na economia”, ou seja, elas devem proporcionar, da
melhor forma possível, a intermediação entre eles.
A essas expectativas Rudge (1993), acrescenta a necessidade do SFN não se
concentrar apenas no mercado interno e no atendimento das necessidades desse mercado,
mas também em atentar-se ao que acontece internacionalmente para que possa acompanhar
e estar em sintonia com o processo evolutivo do mercado financeiro internacional. Segundo
Rudge (1993, p. 58), as instituições que compõem o SFN devem “[...] Além de atender às

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necessidades de financiamentos internos, engendradas pelo crescimento econômico, [...]
estar em consonância com o estágio mais avançado do desenvolvimento financeiro no plano
internacional”. Para Pinheiro (2001, p. 53), se o SFN não acompanhar modificações exigidas
pela economia ou até mesmo trabalhar de forma contrária a ela, “[...] tenderá a constituir-se
em grave obstáculo às atividades produtivas, desestimulando o esforço da coletividade, que
verá frustrados seus justos anseios de progresso”.
Como se vê, as expectativas em relação ao SFN são muitas e estão associadas a
diversos aspectos econômicos e sociais, cujos impactos são significativos para o crescimento
e desenvolvimento de uma sociedade. O atendimento de tais expectativas, entretanto, é um
processo complexo e exige do SFN uma estrutura que assegure a realização de atividades
operacionais e, ao mesmo tempo, de normatização e fiscalização.
“Institucionalmente o sistema financeiro nacional é constituído por um subsistema
normativo e por outro operativo” diz Rudge (1993, p. 59), destacando, portanto, a existência
de dois grandes grupos institucionais que proporcionam a estrutura e as condições
necessárias para o desenvolvimento das atividades operacionais, normativas e fiscalizadoras
do SFN. O Banco Central do Brasil (BACEN), por sua vez, apresenta uma composição para o
SFN em que ele se subdivide em três grandes grupos, denominados: órgãos normativos,
entidades supervisoras e operadores, ampliando, portanto, a divisão apresentada por Rudge
(1993), que se constituía apenas em dois grupos.
Didaticamente falando, a definição apresentada pelo BACEN proporciona uma visão
mais clara das instituições que compõem o SFN e suas respectivas funções dentro desse
sistema, sendo, portanto, adotada aqui como referência.
O quadro abaixo apresenta o SFN e sua composição, conforme o BACEN.

Quadro 1 – Composição do Sistema Financeiro Nacional

Órgãos Entidades
Operadores
normativos supervisoras
Demais
Instituições
instituições
financeiras
Banco Central do financeiras
captadoras de
Conselho Brasil (Bacen)
depósitos à Outros intermediários
Monetário Bancos de
vista financeiros e administradores
Nacional câmbio
de recursos de terceiros
(CMN) Comissão de
Bolsas de
Valores Bolsas de
mercadorias e
Mobiliários valores
futuros
(CVM)
Conselho Sociedades Entidades
Superintendênci Resseguradore Sociedades
Nacional de Seguradora abertas de
a de Seguros s de
Seguros s previdência

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Privados Privados Capitalizaçã complementa
(CNSP) (SUSEP) o r
Conselho
Nacional de Secretaria de
Previdência Previdência
Entidades fechadas de previdência complementar
Complementa Complementar
r (SPC)
(CNPC)

Fonte: BACEN (2012)

As instituições que compõem o SFN são apresentadas abaixo, entretanto sem


discussão aprofundada sobre cada uma delas e suas características, tendo em vista que este
não é propósito aqui estabelecido. Quando necessário, informações mais detalhadas serão
apresentadas, quando não, serão oferecidas opções que possam proporcionar outras
informações aos interessados em conhecer mais sobre cada uma das instituições.

2.2 Órgãos normativos

Os órgãos normativos são instituições responsáveis pelo direcionamento do sistema


financeiro e das instituições que o compõem. Conforme o próprio nome diz, são eles que
estabelecem as normas legais para o funcionamento do mercado financeiro e o seu controle.
Tal característica é destacada por autores como Assaf Neto (2005) e Pinheiro (2001), que
tratam tanto da definição conceitual dos órgãos normativos quanto da explicitação da forma
como eles exercem suas funções.
Assaf Neto (2005, p. 82), diz que os órgãos normativos são “[...] instituições que
estabelecem, de alguma forma, diretrizes de atuação das instituições financeiras operativas e
controle de mercado. [...]” e Pinheiro (2001, p. 58), destaca que tal regulação e controle “[...]
são exercidos por meio de normas legais, expedidas pela autoridade monetária, ou pela oferta
seletiva de crédito levada a efeito pelos agentes financeiros do governo. [...]”.
Os órgãos normativos são Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de
Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).

2.2.1 Conselho Monetário Nacional

Criado em 1964, pela lei n.º 4.595, o Conselho Monetário Nacional (CMN) tem por
objetivo formular as políticas da moeda e crédito brasileiro, ou seja, as diretrizes do SFN,
buscando assegurar e estimular o progresso do país, tanto o econômico quanto o social.

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Segundo Assaf Neto (2005, p. 82), ele “[...] é um órgão eminentemente normativo, não
desempenhando nenhuma atividade executiva. [...]”.
Integrados pelo Ministro da Fazenda, que é seu presidente, pelo Ministro do
Planejamento, Orçamento e Gestão e pelo Presidente do Banco Central do Brasil, o CMN tem
por funções:

[...] adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da


economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do
balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições
financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos
financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública
interna e externa. (BACEN)

Informações mais detalhadas sobre o CMN e suas atividades podem ser obtidas no
site http://www.bacen.gov.br/?CMN.

2.2.2 Conselho Nacional de Seguros Privados

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) foi criado em 1966, pelo Decreto-
Lei nº 73, que também institucionalizou o Sistema Nacional de Seguros, do qual o Conselho
é um órgão de cúpula, com caráter de colegiado.
Tendo como responsabilidade a fixação de diretrizes e normas da política de seguros
privados no país, o CNSP é composto pelo Ministro da Fazenda, que é o seu presidente, e por
representantes do Ministério da Justiça, do Ministério da Previdência Social, do Banco Central
do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários, além, é claro, do Superintendente da
Superintendência de Seguros Privados.
São funções do CNSP:

regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que


exercem atividades subordinadas ao SNSP, bem como a aplicação das
penalidades previstas; fixar as características gerais dos contratos de seguro,
previdência privada aberta, capitalização e resseguro; estabelecer as
diretrizes gerais das operações de resseguro; prescrever os critérios de
constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de
Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais
e técnicos das respectivas operações e disciplinar a corretagem de seguros e
a profissão de corretor. (BACEN)

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Para saber mais sobre o CNSP e suas atividades, você pode também acessar
informações disponíveis nos sites:
http://www.fazenda.gov.br/portugues/orgaos/cnsp/cnsp.asp e
http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/cnsp.asp, dentre outras opções.

2.2.3 Conselho Nacional de Previdência Complementar

Órgão colegiado do Ministério da Previdência Social, o Conselho Nacional de


Previdência Complementar (CGPC) tem por competência, conforme BACEN, “[...] regular o
regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência
complementar (fundos de pensão)”. É válido destacar que os fundos de pensão são
associações, sob forma de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos e acessíveis apenas
a empregados de empresa ou grupos de empresa, servidores da União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios e, ainda, aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter
profissional, classista ou setorial.
É composto pelo ministro da Previdência Social, que é seu presidente, e por
representantes da Superintendência Nacional de Previdência Complementar, da Secretaria de
Políticas de Previdência Complementar, da Casa Civil da Presidência da República, dos
Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão, das entidades fechadas de
previdência complementar, dos patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das
entidades fechadas de previdência complementar e dos participantes e assistidos de planos
de benefícios dessas entidades.
Informações mais detalhadas sobre o CNPC e as atividades que ele desempenha
podem ser obtidas no site da previdência social disponível no endereço:
http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=41

2.3 Entidades supervisoras

As entidades supervisoras assumem um papel complementar ao que é desenvolvido


pelos órgãos normativos do SFN, cabendo a elas a supervisão das demais instituições que
integram o sistema, ou seja, aquelas que se constituem como operadores. As supervisoras se
posicionam entre os órgãos normativos, que estabelecem as diretrizes do SFN, e os
operadores, que atuam como intermediários financeiros entre os agentes deficitários e
superavitários.

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Constituem-se em entidades supervisoras o Banco Central do Brasil (BACEN), a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e a
Secretaria de Previdência Complementar (SPC).

2.3.1 Banco Central do Brasil

Criado em 1964, através da Lei nº 4.595, e vinculado ao Ministério da Fazenda, o


Banco Central do Brasil (BACEN) é considerado como o principal executor das políticas
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e fiscalizador do Sistema Financeiro
Nacional (SFN).
Em concordância com essa concepção, Pinheiro (2001, p. 62), diz que o BACEN “Pode
ser considerado um órgão intermediário entre o CMN e as demais instituições financeiras do
País, cuja finalidade é executar e fiscalizar o cumprimento de todas as normas criadas pelo
Conselho Monetário Nacional”. Assaf Neto (2005, p. 84), também compartilhando essa visão,
fala que a instituição é “[...] o principal poder executivo das políticas traçadas pelo Conselho
Monetário e órgão fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional”. Toledo Filho (2006, p. 4), por
sua vez, reforça a característica de execução e fiscalização deste destacando que ele “[...]
tem por finalidade cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pelo Conselho
Monetário Nacional. [...]”.
Já, quanto aos seus objetivos, o BACEN, conforme Pinheiro (2001, p. 62), busca “[...]
zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas internacionais do país em nível
satisfatório, assegurar a formação de poupança em níveis apropriados e garantir a
estabilidade e o aperfeiçoamento do Sistema Financeiro Nacional”. As suas atribuições são:

[...] emitir papel-moeda e moeda metálica; executar os serviços do meio


circulante; receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições
financeiras e bancárias; realizar operações de redesconto e empréstimo às
instituições financeiras; regular a execução dos serviços de compensação de
cheques e outros papéis; efetuar operações de compra e venda de títulos
públicos federais; exercer o controle de crédito; exercer a fiscalização das
instituições financeiras; autorizar o funcionamento das instituições
financeiras; estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos
de direção nas instituições financeiras; vigiar a interferência de outras
empresas nos mercados financeiros e de capitais e controlar o fluxo de
capitais estrangeiros no país. [...] (BACEN, 2012)

O quadro abaixo, apresentado por Pinheiro (2001), sintetiza as atribuições e


características do BACEN.

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Quadro 2 – Atribuições e características do BACEN

Atribuições Instrumentos/características

Banco dos bancos Depósitos compulsórios; e Redesconto de liquidez

Gestor do Sistema Financeiro


Normas/autorizações; e Fiscalizações/intervenções
Nacional

Controle dos meios de pagamento; Orçamento monetário; e


Executor da política monetária
Instrumentos de política monetária.

Banco emissor Emissão do meio circulante; e Saneamento do meio circulante.

Financiamento ao Tesouro Nacional; Administração da dívida


pública interna e externa; Gestor e fiel depositário das reservas
Banqueiro do governo
internacionais do país; e Representante em instituições
financeiras internacionais.
Fonte: Pinheiro (2001, p. 62).

Informações mais detalhadas sobre o BACEN, sua estrutura e atividades podem ser
obtidas no site http://www.bcb.gov.br/.

2.3.2 Comissão de Valores Mobiliários

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), assim como o Banco Central do Brasil, é


uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda e foi instituída pela Lei 6.385, de 1976,
assumindo suas funções, de fato, somente em 1978.
Responsável pela regulamentação, desenvolvimento, controle e fiscalização dos
valores mobiliários do país, a CVM “[...] tem por finalidade contribuir para a criação de
estrutura jurídica favorável à capitalização das empresas por meio do mercado de capitais de
risco, fortalecimento da empresa privada nacional e defesa do acionista e investidor”
(PINHEIRO, 2001, p. 60). Toledo Filho (2006), diz que:

A finalidade da CVM, de acordo com a Lei nº 6.385, é proteger o mercado de


valores mobiliários, oferecendo segurança aos investidores e, ao mesmo
tempo, incentivando a capitalização das empresas com a participação do
público, por meio do lançamento de ações. [...] (TOLEDO FILHO, 2006, p.
103)

Mas afinal, o que é o mercado de valores mobiliários que se está falando e é objeto
de atenção da CVM? Esse mercado, conforme Assaf Neto (2005), é representado por ações,
debêntures, commercial papers e demais títulos emitidos pelas sociedades anônimas e
autorizados pelo CMN.

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As funções da CVM, segundo BACEN, são:

[...] assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e


de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários; evitar ou coibir
modalidades de fraude ou manipulação no mercado; assegurar o acesso do
público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as
companhias que os tenham emitido; assegurar a observância de práticas
comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; estimular a
formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; promover a
expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e
estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das
companhias abertas. [...] (BACEN, 2012)

Em função de sua natureza, conforme Pinheiro (2001, p. 60), a CVM “[...] recebe,
processa e coloca à disposição do mercado uma enorme massa de informações que exige
constante atualização para permitir rapidez de acesso [...]”.
Mais informações sobre a CVM podem ser encontradas no site www.cvm.gov.br.

2.3.3 Superintendência de Seguros Privados

Criada pelo Decreto-Lei n.º 73/66, a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)


também é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda e tem por objetivo “[...] controlar
e fiscalizar os mercados de seguro, previdência complementar aberta, capitalização e
resseguro” (OLIVEIRA E PACHECO, 2005, p. 22).
Suas atribuições são:

[...] fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das


Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada
Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo
CNSP; atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se
efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de
capitalização e resseguro; zelar pela defesa dos interesses dos consumidores
dos mercados supervisionados; promover o aperfeiçoamento das instituições
e dos instrumentos operacionais a eles vinculados; promover a estabilidade
dos mercados sob sua jurisdição; zelar pela liquidez e solvência das
sociedades que integram o mercado; disciplinar e acompanhar os
investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens
garantidores de provisões técnicas; cumprir e fazer cumprir as deliberações
do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas; prover os
serviços de Secretaria Executiva do CNSP. (BACEN)

Informações mais detalhadas sobre a SUSEP e suas atividades podem ser encontradas
no site www.susep.gov.br.

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2.3.4 Superintendência Nacional de Previdência Complementar

Autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social, a Superintendência Nacional


de Previdência Complementar (PREVIC) tem por objetivo fiscalizar as atividades das entidades
fechadas de previdência Complementar, que são os fundos de pensão.

[...] A Previc atua como entidade de fiscalização e de supervisão das


atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de
execução das políticas para o regime de previdência complementar operado
pelas entidades fechadas de previdência complementar, observando,
inclusive, as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo
Conselho Nacional de Previdência Complementar. (BACEN, 2012)

Informações mais detalhadas sobre a PREVIC podem ser obtidas no site


www.previdenciasocial.gov.br.

2.4 Operadores

O grupo constituído pelas instituições operadoras do SFN é também denominado como


subsistema operativo ou subsistema de intermediação. Rudge (1993, p. 59), o define como
um subsistema operativo, composto por “[...] instituições financeiras públicas ou privadas,
que atuam no mercado financeiro [...]”. Assaf Neto (2005, p. 89), por sua vez, o define como
subsistema operativo ou de intermediação, “[...] composto das instituições (bancárias ou não
bancárias) que atuam em operações de intermediação financeira. [...]”.
Tais instituições, segundo o BACEN são: Instituições financeiras captadoras de
depósitos à vista, Bolsas de mercadorias e futuros, Resseguradores, Demais instituições
financeiras, Bancos de câmbio, Bolsas de valores, Sociedades seguradoras, Outros
intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros, sociedades de
capitalização, entidades abertas de previdência complementar e entidades fechadas de
previdência complementar (fundos de pensão).
As instituições deste subsistema serão abordadas sem uma discussão mais
aprofundada, em função de suas complexidades, embora sejam muito significativas para o
sistema financeiro nacional e seu funcionamento. Informações mais detalhadas sobre cada
uma delas poderão ser obtidas posteriormente, conforme for necessário.

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2.4.1 Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista

São consideradas como instituições financeiras captadoras de depósitos à vista os


Bancos Comerciais, os Bancos Múltiplos com carteira comercial, a Caixa Econômica Federal e
as Cooperativas de Crédito.
Os bancos comerciais são instituições financeiras, públicas ou privadas, constituídas
sob a forma de sociedades anônimas, que apresentam como objetivo principal proporcionar
condições e recursos que possam financiar as pessoas jurídicas e físicas, em atendimento às
suas necessidades. As atividades básicas dos bancos comerciais, conforme Pinheiro (2001),
são classificadas em prestação de serviços bancários e de concessão de crédito. Captar
depósitos à vista, conforme Resolução 2.099 do CMN, é uma atividade típica do banco
comercial, que pode, também, fazer captação de depósitos a prazo.
Os bancos múltiplos, por sua vez, são instituições financeiras privadas ou públicas que
trabalham com uma diversidade de carteiras de produtos e serviços, ampliando o leque
oferecido pelos bancos comerciais. Conforme Resolução 2.099 do CMN, essas carteiras são:
comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento
mercantil e de crédito, financiamento e investimento. Para Pinheiro (2001, p. 67) esses bancos
“[...] surgiram com a finalidade de racionalizar a administração das instituições financeiras,
permitindo que a mesma tenha personalidade própria [...]” (PINHEIRO, 2001, p. 67). Segundo
Assaf Neto (2005, p. 90), “[...] Para que uma instituição seja configurada como um banco
múltiplo, ela deve operar pelo menos duas das carteiras apresentadas, uma delas
necessariamente de banco comercial ou de banco de investimento”.
A Caixa Econômica Federal (CEF), assim como as demais caixas econômicas, são
instituições financeiras públicas que “[...] atuam de forma autônoma e apresentam um
objetivo claramente social [...]” (ASSAF NETO, 2005, p. 88), priorizando empréstimos e
financiamentos que tenham tais características. Consideradas como auxiliares do governo
federal em sua política de crédito, apresentam como principal função “[...] estimular a
poupança popular, aplicando os depósitos à vista do público, os depósitos em caderneta de
poupança e demais recursos, em operações de crédito que visem à promoção social e o bem-
estar da população” (PINHEIRO, 2001, p. 66). A CEF tem monopólio de empréstimo sob
penhor de bens pessoais e consignação e da venda de bilhetes da loteria federal, além de
centralizar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e integrar o Sistema Brasileiro
de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Sob legislação e normas do sistema financeiro nacional e da política nacional de
cooperativismo, as cooperativas de crédito são instituições financeiras que possuem forma e

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natureza jurídica própria, não sujeitas à falência e que buscam atendimento exclusivo aos
seus associados, conforme aponta Pinheiro (2001). Assaf Neto (2005, p. 93), diz que elas
“[...] são instituições voltadas a viabilizar créditos a seus associados, além de prestar
determinados serviços”.

2.4.2 Bolsas de Mercadorias e Futuros

As Bolsas de Mercadorias e Futuros (BMFs), grosso modo, representam o espaço em


que agentes econômicos interessados em produtos agrícolas ou manufaturados reúnem-se
para a realização de operações de compra e venda desses produtos. Segundo o BACEN, elas
“[...] são associações privadas civis, com objetivo de efetuar o registro, a compensação e a
liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema eletrônico
[...]”. Para Pinheiro (2001, p. 74), entre os principais objetivos das BMFs estão os de “[...]
propiciar ao mercado condições adequadas para a realização de compra à vista, a termo, a
futuro, etc. de cereais ou de outros grãos, bem como de outras mercadorias suscetíveis de
ser negociadas nos pregões”.
Uma expectativa em relação a elas é de que consigam desenvolver um mercado de
derivativos transparente, que proporcione condições para os agentes econômicos operarem
com segurança face a possíveis incertezas em relação a preços futuros de commodities, taxas
de juros e outros.
No Brasil, a BM&FBOVESPA S.A., criada em 2008, com a união da Bolsa de Mercadorias
e Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), constitui-se numa das maiores
bolsas do mundo em valor de mercado e, também, na segunda das Américas e líder no
continente latino-americano. Em 2017 a BM&F BOVESPA realizou fusão com a CETIP,
formando a B3, que já nasce sendo a quinta maior bolsa do mundo, em termos de valores de
mercado.
Informações mais detalhadas sobre a BM&FBOVESPA podem ser obtidas no site
http://www.bmfbovespa.com.br/home.aspx?idioma=pt-br.

2.4.3 Resseguradores

Resseguradores são instituições que realizam o seguro das seguradoras, ou seja, eles
realizam o seguro do seguro, fazendo, portanto, um resseguro. Prática comum no mundo, o
resseguro é uma “[...] forma de mitigar o risco, preservar a estabilidade das companhias
seguradoras e garantir a liquidação do sinistro ao segurado” (IRB-BRASIL RE).

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O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB-BRASIL RE) é uma empresa vinculada ao
Ministério da Fazenda e se constitui na maior resseguradora da América Latina.
Mais informações sobre resseguradores e sobre o IRB-BRASIL RE podem ser obtidas
nos sites www.susep.gov.br e www.irb-brasilre.com.br.

2.4.4 Bolsas de valores

Surgidas na Bélgica no século XVIII, as bolsas de valores iniciaram oficialmente no


Brasil em 1877, na cidade do Rio de Janeiro, expandindo-se posteriormente para as principais
cidades do país. Atualmente, segundo Toledo Filho (2006, p. 42), existem bolsas de valores
em Porto Alegre, Minas Gerais, Paraná, Santos, Bahia e Pernambuco. A Bolsa de Valores de
São Paulo (BOVESPA), que após integração com a BM&F passou a ser denominada
BM&FBOVESPA, é a principal bolsa do país e incorporou, desde 2001, “[...] os negócios de
todas as outras bolsas brasileiras” (TOLEDO FILHO, 2006, p. 42).

As Bolsas de Valores são associações civis, sem fins lucrativos. Seu


patrimônio é representado por títulos que pertencem às sociedades
corretoras membros. Possuem autonomia financeira, patrimonial e
administrativa, mas estão sujeitas à supervisão da Comissão de Valores
Mobiliários e obedecem às diretrizes e políticas emanadas do Conselho
Monetário Nacional. (PINHEIRO, 2001, p. 72)

Em 2017 a BM&F BOVESPA fundiu-se à CETIP e tornou-se a quinta maior bolsa de


valores do mundo, em termos de valor de mercado, sendo uma instituição completa em
termos de serviços para operação no mercado de capitais.
Informações mais detalhadas sobre bolsas de valores e suas características podem ser
obtidas no site http://www.bmfbovespa.com.br/home.aspx?idioma=pt-br.

2.4.5 Sociedades seguradoras

As sociedades seguradoras são as instituições que estabelecem contratos de seguro,


na qual se compromete a pagar ao segurado um determinado valor, como forma de
indenização, caso ocorra o risco indicado e pelo qual o segurado estabeleceu contrato.
Mais informações sobre as sociedades seguradoras e seu mercado podem ser obtidas
no site www.susep.gov.br.

2.4.6 Sociedades de capitalização

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As sociedades de capitalização são as instituições que negociam títulos de
capitalização, ou seja, contratos em que um contratante realiza depósitos pecuniários
periódicos e que, depois de decorrido um determinado prazo, fixado nesse contrato, ele
resgata esses valores corrigidos por uma determinada taxa de juros, também previamente
fixada. Ao contratante, ainda quando previsto, confere “[...] o direito de concorrer a sorteios
de prêmios em dinheiro” (BACEN, 2012)
Mais informações sobre as sociedades de capitalização também podem ser obtidas no
site www.susep.gov.br.

2.4.7 Entidades abertas de previdência complementar

As entidades abertas de previdência complementar são todas aquelas que operam


planos de benefícios previdenciários acessíveis a qualquer tipo de pessoa física. Essas
entidades são reguladas e fiscalizadas pelo Ministério da Fazenda, por meio do Conselho
Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
Mais informações sobre essas entidades, assim como sobre previdência complementar
podem ser obtidas no site www.susep.gov.br.

2.4.8 Entidades fechadas de previdência complementar

As entidades fechadas de previdência complementar, ou seja, os fundos de pensão,


por sua vez são organizações sem fins lucrativos e acessíveis apenas aos empregados de uma
empresa ou grupo de empresas, aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, que aos fundos de pensão se associam, sendo denominados instituidores.
Informações mais detalhadas sobre as entidades fechadas de previdência
complementar podem ser obtidas no site www.previdenciasocial.gov.br.

2.4.9 Demais instituições financeiras

Outras instituições financeiras de significativa relevância no sistema financeiro


nacional, mas que não aprofundaremos aqui são as agências de fomento, as associações de
poupança e empréstimo, os bancos de câmbio, os bancos de desenvolvimento, os bancos de
investimento, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as
companhias hipotecárias, as cooperativas centrais de crédito, as sociedades de crédito,
financiamento e investimento, as sociedades de crédito imobiliário, as sociedades de crédito

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ao microempreendedor, as sociedades de arrendamento mercantil, as sociedades corretoras
de câmbio, as sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e as sociedades
distribuidoras de títulos e valores mobiliários.

Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 2 e a


atividade 2.1.

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UNIDADE 3

MERCADO DE CAPITAIS

OBJETIVO DA UNIDADE: Analisar o conceito de mercado de capitais, sua estrutura


e dinâmica de funcionamento.

Nas unidades anteriores refletimos sobre a intermediação financeira e a importância


que ela apresenta para estimular o crescimento e o desenvolvimento das sociedades
econômicas, assim como também refletimos sobre o Sistema Financeiro Nacional (SFN), sua
estrutura e características.
Nesta unidade, o foco da conversa passa a ser o mercado de capitais, que representa
uma fração do mercado financeiro e que possui grande importância para o crescimento e
desenvolvimento econômico. Refletir o mercado de capitais é mais uma vez reconhecer a
relevância da intermediação financeira e das relações entre seus agentes.
Para fins didáticos, esta unidade divide-se em estrutura do mercado de capitais,
investidores institucionais, mercado primário e secundário e abertura de capital.

3.1 Estrutura do mercado de capitais

Quando se fala em mercado de capitais é comum vir à mente de uma grande


quantidade de pessoas que este é algo bastante complexo e de difícil compreensão. Alguns
inclusive chegam a acreditar que é uma realidade distante, acessível apenas para poucos,
que possuem uma boa quantidade de dinheiro.
Na verdade, o mercado de capitais apresenta certas particularidades, mas não é tão
complexo a ponto de apenas poucas pessoas o conseguirem compreender, assim como não
é uma realidade distante, cujo acesso é limitado apenas a grupos restritos de endinheirados.
Uma característica atual do mercado de capitais, inclusive, é exatamente a de incentivar a
participação de pequenos investidores, procurando demonstrar que é um mercado acessível
a todos e que os seus títulos e valores são boas e rentáveis possibilidades de investimento.
E você, como vê o mercado de capitais? Também acredita que é uma realidade
distante ou já possui uma relação mais próxima com ele, sua estrutura e atividades
desenvolvidas? Vamos conversar um pouco mais sobre esse mercado?
Pinheiro (2001, p. 87), diz que o mercado de capitais é o “[...] conjunto de instituições
que negociam com títulos e valores mobiliários, objetivando a canalização dos recursos dos
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agentes compradores para os agentes vendedores. [...]”, ou seja, todas as instituições que
são intermediárias entre esses agentes e que buscam assegurar a capitalização dos
vendedores por meio dos recursos dos compradores. A capitalização ocorre em função da
compra, pelos compradores – que são agentes superavitários, dos títulos e valores mobiliários
emitidos pelos vendedores - que são agentes deficitários em busca de novos recursos.
Os títulos e valores mobiliários negociados pelas instituições no mercado de capitais
são, conforme já visto anteriormente, ações, debêntures, commercial papers e outros títulos
que são emitidos pelas sociedades anônimas e autorizados pelo CMN. As instituições que
negociam nesse mercado são, conforme Pinheiro (2001), sociedades corretoras de valores
mobiliários, sociedades distribuidoras de valores mobiliários, bancos de investimento, bancos
de desenvolvimento e empresas de liquidação e custódia de valores.
A intermediação financeira proporcionada pelo mercado de capitais estabelece a esse
mercado uma posição de grande relevância na sociedade econômica, pois essa intermediação
faz com que recursos necessários ao crescimento e ao desenvolvimento da economia sejam
disponibilizados continuamente, possibilitando condições que sejam favoráveis à ampliação
da capacidade produtiva e da geração de riquezas.

O mercado de capitais assume papel dos mais relevantes no processo de


desenvolvimento econômico. É o grande municiador de recursos
permanentes para a economia, em virtude da ligação que efetua entre os
que têm capacidade de poupança, ou seja, os investidores, e aqueles
carentes de recursos de longo prazo, ou seja, que apresentam déficit de
investimento. (ASSAF NETO, 2005, p. 139)

Esse mercado, ou seja, o mercado de capitais, apresenta uma particularidade na sua


forma de intermediação, que é o fato da relação de financiamento se estabelecer diretamente
entre compradores e vendedores, que, de certa forma, acabam firmando compromisso e
vínculo entre si. O intermediário nada mais é do que um mediador do processo, não
assumindo nenhum compromisso ou responsabilidade por lucros ou perdas decorrentes das
negociações estabelecidas. Os intermediários, segundo Yazbek (2007, p. 132), “[...] são
meros intervenientes (e não mais contrapartes), prestando serviços de aproximação, de
representação ou de liquidação de operações para seus clientes, as partes reais. [...]”.
Em termos de estrutura, Pinheiro (2001), diz que o mercado de capitais pode ser
dividido em dois segmentos, que são: segmento não institucionalizado e segmento
institucionalizado. O não institucionalizado é aquele em que não há regulamentação e controle
das autoridades, sendo as negociações estabelecidas de forma direta entre empresa e
investidor, enquanto o institucionalizado caracteriza-se exatamente pelo contrário, ou seja,
pelo controle e acompanhamento dos órgãos específicos para isso. A CVM, por exemplo, faz
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uso de sistemas on e off line para fazer monitoramento do mercado, sendo o on-line utilizado
durante os pregões e o off-line após os pregões, por meio do qual busca-se identificar causas
de variações que tenham ocorrido e que não se enquadraram nos limites previamente
estabelecidos. As bolsas de valores também fazem acompanhamento e monitoramento do
mercado e utilizam recursos de controle, como o Circuit Break, que interrompe o pregão
sempre que acontecem oscilações bruscas nos preços de ações, de forma a assegurar
garantias e proteção aos seus clientes.

Outras formas de controle e acompanhamento do mercado são os


mecanismos de garantias que são administrados pelas câmaras de
compensação, constituídos por: margens de garantias depositadas por
clientes; garantias do agente de compensação; fundo de garantia da câmara
de compensação; e patrimônio da câmara de compensação. (PINHEIRO,
2001, p. 88)

As bolsas de valores, que na próxima unidade olharemos com mais detalhes, são
essenciais para a existência e para o funcionamento do mercado de capitais, sendo elas e
suas formas de organização também influentes e determinantes da estrutura deste. O acordo
de integração assinado entre as bolsas de valores brasileiras, por exemplo, fez com que o
nosso mercado de capitais passasse a estar e a atuar de forma integrada em todo o território
nacional, ampliando assim o acesso a ele e passando a ter participação de sociedades
corretoras de todas as regiões brasileiras. Segundo Pinheiro (2001), essa unificação
representa uma tendência internacional e a ruptura de um modelo que se mantinha com nove
bolsas dispersas por várias regiões do país.

[...] Nesse novo modelo a Bovespa concentrará toda a negociação com


ações, enquanto a Bolsa do Rio de Janeiro será responsável pelas transações
de títulos públicos. As outras bolsas regionais manterão as atividades de
desenvolvimento do mercado e de prestação de serviços à praça local.
(PINHEIRO, 2001, p. 89)

Em 2008 a Bovespa integrou a Bolsa de Mercadorias e Futuros e passou a chamar


BM&FBOVESPA, tornando-se uma das maiores bolsas do mundo em termos de valor de
mercado e a maior do continente latino-americano. Já em 2017, fundiu-se com a CETIP,
compondo a BRASIL, BOLSA e BALCÃO (B3), constituindo a quinta maior bolsa de valores do
mundo.

3.2 Investidores individuais e institucionais

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Ao falarmos sobre a estrutura do mercado de capitais você percebeu que ele é de
grande relevância para a economia por possibilitar recursos necessários ao crescimento e
desenvolvimento desta, por meio da negociação de títulos e valores mobiliários entre agentes
vendedores e compradores desse mercado.
Os intermediários financeiros assumem grande importância no mercado de capitais,
mas um elemento fundamental para a existência desse mercado são os investidores, ou seja,
os agentes que, em determinado momento, vão adquirir os títulos e valores mobiliários que
são colocados à venda e em outro estarão vendendo tais títulos e valores. A não existência
dos investidores é como você querer fazer um delicioso almoço sem os ingredientes ou ainda
como promover a realização de uma partida esportiva sem ter os jogadores que a irão jogar,
ou seja, simplesmente não dá. Se não houver os investidores, o próprio mercado de capitais
deixa de existir.
Mas e aí, quem são esses investidores? Quais são as suas características? Como esses
investidores se relacionam e operam no mercado de capitais?
Vamos conversar um pouco sobre isso e encontrar algumas respostas.
Os investidores do mercado de capitais são classificados em individuais ou
institucionais, conforme a característica de participação deles no mercado. Os individuais são,
conforme Pinheiro (2001, p. 90), “[...] pessoas físicas ou jurídicas que participam diretamente
no mercado, seja comprando ou vendendo ações, por si próprios, assumindo sozinhos o
risco”, ou seja, são pessoas como eu e você ou ainda empresas ou pessoas jurídicas que
participem de maneira individual, sem um caráter de investimento coletivo. Os institucionais,
também segundo Pinheiro (2001, p. 90), são “[...] pessoas jurídicas que, por determinações
governamentais, são obrigadas a investir parte de seus capitais no mercado de ações,
constituindo uma carteira de investimento”. Essa concepção também é apresentada por Assaf
Neto (2005, p. 421), que diz que “[...] Toda pessoa jurídica que tem por obrigação legal
investir parte de seu patrimônio no mercado financeiro é conhecida por investidor institucional
[...]”.
Os investidores institucionais são agrupados, conforme Pinheiro (2001), em
sociedades seguradoras, entidades de previdência privada, clubes de investimento,
sociedades de capitalização, fundos externos de investimento e fundos mútuos de
investimento. Para Yazbek (2007, p. 169), entre esses “[...] merecem destaque os fundos de
pensão, os fundos de investimento em suas diversas modalidades e as sociedades
seguradoras”.
Responsáveis pela movimentação de volumes expressivos no mercado financeiro como
um todo, com uma carteira de investimentos bastante expressiva, os investidores

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institucionais são considerados como um dos mais importantes participantes do mercado de
capitais, operando com visão de longo prazo e aceitando maiores riscos, desde que
recompensados mais adequadamente por isso. Em relação aos investidores individuais, Elder
(2004, p. 56) destaca que investidores institucionais possuem vantagens, pois pagam
comissões institucionais mais baixas e conseguem “[...] contratar os melhores pesquisadores,
corretores e operadores [...]”.

3.3 Mercado primário e secundário

As negociações do mercado de capitais podem acontecer no que denominamos como


mercado primário ou secundário, cuja definição acontece em sintonia com o tipo de
negociação que está sendo realizada.
O mercado primário pode ser resumido como aquele em que os títulos e ações são
negociados pela primeira vez, estando associado ao lançamento desses títulos ou ações no
mercado de capitais. Pinheiro (2001, p. 97), diz que o mercado primário “[...] é onde se
negocia a subscrição (venda) de novas ações ao público, ou seja, no qual a empresa obtém
recursos para seus empreendimentos [...]”. Assaf Neto (2005, p. 264), diz que “[...]
essencialmente, todo ativo financeiro é colocado no mercado (negociado pela primeira vez)
por meio do mercado primário [...]”, ou seja, ambos os autores reforçam a concepção de que
o mercado primário é sintetizado como o ambiente onde ocorre a primeira negociação de
títulos ou ações.
Pela sua característica de primeira negociação, o mercado primário é considerado
como aquele onde de fato ocorre o incremento à riqueza nacional, pois é nele que as
empresas obtém os recursos necessários para a implementação de seus projetos de
investimento e ampliação da sua capacidade produtiva e de geração de riqueza. É no mercado
primário que ocorre transferência direta de recursos dos agentes superavitários para as
empresas, a partir do momento em que os agentes compram títulos e ações que são lançados
ao mercado por essas empresas.
[...] No mercado primário, ocorre a canalização direta dos recursos
monetários superavitários, disponíveis aos poupadores, para o financiamento
das empresas, por meio da colocação (venda) inicial das ações emitidas. É
nesse setor do mercado que as empresas buscam, mais efetivamente, os
recursos próprios necessários para a consecução de seu crescimento,
promovendo, a partir do lançamento de ações, a implementação de projetos
de investimento e o consequente incremento da riqueza nacional. (ASSAF
NETO, 2005, p. 264)

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E o mercado secundário, o que é ele? Qual a sua importância para a sociedade, já que
é o mercado primário que possibilita a canalização direta de recursos monetários para as
empresas? O que você pensa sobre isso?
Vamos acrescentar mais algumas informações para a nossa reflexão. O mercado
secundário é uma consequência do mercado primário, pois no secundário ocorre a
renegociação das ações e títulos que foram emitidos e negociados no mercado primário, ou
seja, ações e títulos que foram adquiridos diretamente das empresas que os lançaram,
conforme Assaf Neto (2005). Uma melhor visualização acontece a partir do seguinte exemplo:
você, enquanto investidor, comprou no mercado primário as ações emitidas por uma
determinada empresa, como a Petrobrás, e após isso achou que seria interessante vender
essas ações para ficar com o dinheiro correspondente ao valor delas. Para vender tais ações,
você precisa colocá-las novamente no mercado e esse mercado é o secundário, pois o emissor
originário dessas ações não é você, mas sim a empresa de quem você as comprou. Assim,
quem comprar as ações de você estará comprando de um segundo, o que caracteriza a
definição de secundário.
O mercado secundário, segundo Assaf Neto (2005) e Pinheiro (2001), busca assegurar
liquidez aos investimentos do mercado primário, ou seja, assegurar que as ações e títulos
adquiridos no mercado primário possam ser vendidas novamente, de tal forma a criar um
contexto favorável ao contínuo processo de investimento que também beneficia o mercado
primário. O mercado secundário não representa transferência direta para as empresas, pois
na verdade ele viabiliza a relação de compra e venda entre investidores, havendo, portanto,
transferência de recursos monetários entre eles, fluindo apenas de uma mão para a outra,
sem haver novos volumes de investimento nas empresas, como acontece quando são
lançadas novas ações e títulos. Ao propiciar que um investidor venda um título ou ação e
receba benefícios monetários por isso, o mercado secundário está favorecendo o mercado
primário, por incentivar os investidores a comprarem no primário para vender no secundário
e receberem benefícios por isso. Conforme Pinheiro (2001),

[...] a função do ‘mercado secundário’, onde atuam as bolsas de valores, é


dar liquidez ao investidor possibilitando que, no momento que realizar uma
operação de venda, exista o comprador e vice-versa o que viabilizará o
crescimento do ‘mercado primário’, e a consequente capitalização das
empresas via mercado de ações. (PINHEIRO, 2001, p. 126)

Pinheiro (2001, p. 126), também diz que a diferença entre mercado primário e
secundário, entretanto, “[...] é que enquanto o primeiro caracteriza-se pelo encaixe de

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recursos na empresa, o segundo, pela mera transação entre compradores e vendedores de
ações, não ocorrendo assim alteração financeira na empresa”.
O mercado secundário tem as Bolsas de Valores como seu principal ambiente e “[...]
registra unicamente a transferência de propriedade dos títulos e valores mobiliários, não
determinando variações diretas sobre os fluxos de recursos das sociedades emitentes. [...]”
(ASSAF NETO, 2005, p. 272).
A figura a seguir ilustra as fases de negociação e os mercados em que elas acontecem.

Figura 3 - Fases da negociação com ações


Fonte: Pinheiro (2001, p. 126)

3.4 Abertura de capital

Na subseção anterior você viu que no mercado primário as empresas lançam novas
ações e títulos para conseguirem novos recursos financeiros que serão investidos em diversos
projetos, como modernização e ampliação de capacidade produtiva, entre outros. Pois bem,
essa emissão está relacionada a um termo que provavelmente não é novidade para você, que
já deve tê-lo ouvido em vários lugares e nos mais diversos contextos, que é o termo abertura
de capital.
Não é raridade você ler um jornal ou revista, seja ele impresso ou eletrônico, e ver
notícias que falam de empresas que abriram o seu capital, principalmente se as notícias que
você estiver lendo forem sobre economia ou mercado financeiro. Agora o interessante é
entender as razões pelas quais as empresas abrem seu capital e como elas fazem isso.
O mercado de capitais tem a abertura de capital das empresas como um procedimento
comum, principalmente quando as empresas buscam ampliar sua plataforma de
investimentos. Abrir o capital, conforme Pinheiro (2001, p. 105), é “[...] emitir ações para o
público em geral, que poderão ser transacionadas em bolsas de valores ou nos mercados de
balcão [...]” e essa abertura acontece quando elas precisam fortalecer sua base de capital
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própria e os acionistas atuais não possuem condição de subscrever novas emissões de ações,
ou seja, eles mesmos não possuem condições de exercerem o direito de compra dessas ações,
pagando por elas.

[...] Diante dessa necessidade surge o intermediário que converterá os


poupadores em investidores por meio da operação de underwriting no
mercado primário de ações. Dessa forma, o mercado primário cumpre seu
papel de obter novos sócios e canalizar seus recursos para execução de
projetos de investimentos. (PINHEIRO, 2001, p. 99)

A operação de underwriting consiste na subscrição, ou seja, no exercício do direito de


compra, dos títulos de emissão de uma determinada empresa por uma instituição financeira
intermediária que irá responsabilizar-se pela venda de tais títulos no mercado. Toda e
qualquer emissão pública de ações deve ser realizada por meio de instituições financeiras
intermediárias, através do underwriting, não podendo de forma alguma ser vendida
diretamente pelas empresas. A instituição financeira intermediária, segundo Pinheiro (2001,
p. 106) “[...] subscreve somente as sobras da emissão, já que a lei brasileira assegura aos
acionistas o direito de preferência à subscrição das novas ações a serem emitidas, na
proporção das ações que possuírem na época”, o que assegura, de certa forma, a
possibilidade dos acionistas manterem o mesmo índice de participação societária na empresa.
A decisão pela abertura de capital por meio da oferta pública de novas ações, que
culmina com a obtenção de novos sócios, envolve diversos fatores e necessidades a serem
consideradas e que são apontadas por Pinheiro (2001), que são: captação de recursos para
realização de investimentos; reestruturação financeira (ativos e passivos); engenharia jurídica
(reestruturação societária); profissionalização da gestão; e melhoria da imagem institucional
entre outros.

Antes da decisão sobre a abertura ou não do capital da empresa, é necessário


que algumas questões sejam bem esclarecidas pela empresa. Em primeiro
lugar, é necessário proceder a alguns ajustamentos de ordem jurídica,
societária e de posicionamento, diante da condição que irá assumir como
empresa de capital aberto […] devem ser considerados também os custos
envolvidos no processo de abertura de capital. (PINHEIRO, 2001, p. 99-100)

As vantagens e desvantagens da abertura de capital também devem ser consideradas.


Entre as vantagens, conforme Pinheiro (2001), podemos destacar ampliação da base de
captação de recursos financeiros e de seu potencial de crescimento, liquidez para o patrimônio
dos acionistas e profissionalização da gestão, entre outros. Já, em termos de desvantagens,
também conforme o autor, podem ser apontados a elevação dos custos operacionais como

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consequência das alterações estruturais, necessidade de divulgação de informações aos
diversos públicos e necessidade da distribuição de dividendos, entre outros.
Para inserir as novas ações no mercado primário, onde poderão ser adquiridas pelos
investidores, a empresa que está abrindo seu capital necessita dos serviços de instituições
especializadas, visto que, conforme já dito anteriormente, ela não pode fazer isso de maneira
direta, ou seja, por ela mesma. Entre as instituições que podem ser contratadas para tal estão
os “[...] bancos de investimento, sociedades corretoras e sociedades distribuidoras, que
formarão um pool de instituições financeiras para a realização de uma operação de
underwriting [...]” (PINHEIRO, 2001, p. 106-107).
A empresa que for lançar ações no mercado de capitais deve considerar alguns fatores
e adotar alguns procedimentos, como forma de buscar obter os melhores resultados possíveis
no processo.
Uma das primeiras etapas nessa caminhada é a negociação com a instituição
financeira intermediária de fatores como porte de lançamento, custos e serviços gerais que
serão desenvolvidos. O contrato underwriter a ser firmado também deve ser definido, sendo
ele efetivado posteriormente e podendo ser firme, residual ou melhor esforço, conforme
apresenta Pinheiro (2001). O contrato firme é aquele em que a instituição financeira
intermediária subscreve integralmente as ações emitidas pela empresa, para posteriormente
revendê-las, assumindo o risco de aceitação ou não pelo mercado. O residual é o que o
intermediário assume o compromisso de “[...] colocar as sobras de ações para o público em
determinado espaço de tempo, após o qual ele próprio subscreve o total de ações não
colocadas. [...]” (PINHEIRO, 2001, p. 109). E o melhor esforço, por sua vez, é aquele contrato
em que o intermediário assume o compromisso de esforçar-se da melhor forma no
lançamento dos títulos ao público, não assumindo, entretanto, nenhum compromisso no
sentido de comprar, ele mesmo, os que não foram vendidos.
A instituição líder do pool de instituições contratadas para realização da operação de
underwriting deve, inicialmente, “[...] fazer uma análise da empresa com vistas em medir o
porte, oportunidades de investimento, rentabilidade, liquidez, imagem e conceito no mercado
[...]” (PINHEIRO, 2001, p. 109). O próximo passo são as negociações para definir quantidade
e tipo de ações que serão emitidas, assim como as estratégias de inserção dessas ações e o
cronograma de assembleias.
A efetivação do contrato formal de underwriting somente ocorre após as etapas
anteriores terem se concretizado. Nesta efetivação é que se define o preço das ações e dá-
se início ao processo de atendimento das exigências para distribuição de títulos. Segundo

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Pinheiro (2001, p. 110), “[...] Monta-se também uma estratégia para garantir a liquidez dos
títulos que é imediatamente posta em funcionamento [...]”.
Após essas definições entra em ação o marketing, com prospectos e material
publicitário destinado a demonstrar ao investidor resultados futuros que podem ser obtidos
com a empresa e dá-se início ao contato com os clientes preferenciais, por meio dos membros
do pool, que oferecem a emissão ou guardam as reservas, realizando a colocação dos títulos.

Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 3 e a


atividade 3.1.

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UNIDADE 4

BOLSA DE VALORES

OBJETIVO DA UNIDADE: Apresentar os conceitos de mercado de balcão e de bolsa,


refletir sobre as bolsas de valores, ações e índices.

Iniciamos agora a última unidade deste nosso material didático e ela tem um propósito
bastante específico. Enquanto na unidade anterior refletimos sobre o mercado de capitais
como um todo e sobre as suas principais características, agora focamos nossa atenção para
aquela que é provavelmente a mais conhecida das instituições do mercado de capitais e cuja
estrutura e características refletem a maior ou menor maturidade de um determinado
mercado financeiro. Falaremos sobre a Bolsa de Valores, suas principais características e
principais operações.
Para reflexão e fins didáticos, esta unidade divide-se, estruturalmente, em quatro
subseções, que são: Mercados de balcão e de bolsa, Bolsas de valores, ações e índices da
bolsa.

4.1 Mercados de balcão e de bolsa

As negociações de ações e títulos do mercado secundário podem acontecer em dois


locais distintos, que são denominados de mercado de balcão e mercado de bolsa. Nesta
subseção, estaremos refletindo sobre esses mercados, em especial o mercado de balcão, já
que na próxima subseção focaremos mais detalhadamente as bolsas de valores.

Figura 4 - Locais onde ocorre o mercado secundário


Fonte: Pinheiro (2001, p. 127)

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O mercado de balcão, embora tenha um nome bastante sugestivo, pode ser
considerado, na verdade, como um mercado virtual, pois não existe concretamente, como um
local físico onde se vai para negociar ações e títulos. Nele “[...] as negociações são feitas
pessoalmente ou por telefone pelos corretores”, conforme aponta Toledo Filho (2006, p. 46).
Os corretores, que podem atuar tanto em seu nome como no nome de seus clientes,
negociam diversos tipos de papéis no mercado de balcão, entre os quais, ações de empresas
que não possuem registro em bolsa, reduzindo assim o controle e as garantias dessas ações.
Para regulamentar o funcionamento do mercado de balcão e torná-lo acessível a empresas
de menores portes, a CVM criou em 1996 a Sociedade Operadora do Mercado de Acesso
(SOMA), administrada pela Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, que foi em 2002 adquirida
pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
Segundo Pinheiro (2001, p. 128), as principais características do mercado de balcão
são:

- ausência de um local de negociação centralizado fisicamente com a


consequente dependência de um sistema de comunicação para realização da
divulgação das informações;
- as operações realizadas nesse mercado têm pouca influência nas
negociações seguintes, em termo de preço, isto porque não há uma
divulgação massificada como ocorre nas bolsas de valores; e
- não há uma homogeneidade em termos de participantes e operações.
(PINHEIRO, 2001, p. 128)

Oportunidade para as empresas colocarem seus papéis a público, principalmente as


de pequeno porte, que podem a partir disso darem os seus primeiros passos no mercado de
capitais, o mercado de balcão não possui a mesma dimensão, segurança e impacto que o
mercado de bolsa possui.
Mas e o mercado de bolsa então, o que ele é? Quais são as suas características? O
que ele representa?
Tais perguntas são bastante relevantes e pertinentes ao caso, entretanto, nesta
subseção faremos apenas uma pequena abordagem a esse mercado, já que na próxima
subseção o trataremos com mais detalhes, tendo em vista que falaremos sobre as bolsas de
valores, que são a representatividade pura do mercado de bolsas.
Basicamente, conforme Pinheiro (2001, p. 128), o mercado de bolsas é aquele “[...]
em que se compram e vendem ações, nele os clientes (compradores e vendedores) e as
instituições do sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários viabilizam a negociação
com títulos e valores mobiliários”. E suas principais características, conforme o autor, são a
livre concorrência e pluralidade de participações, a homogeneidade de produto e a
transparência na fixação de preços.

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4.2 Bolsas de valores

As bolsas de valores têm origem num passado bastante distante e suas atividades
iniciais não estavam especificamente vinculadas à negociação de valores mobiliários, como
acontece atualmente.
O termo bolsa surge, segundo Toledo Filho (2006), em Brujas, uma cidade da Bélgica,
na qual comerciantes realizavam assembleias em frente à casa de um barão chamado Van
der Burse, cujo escudo era composto por três bolsas. Este símbolo com as três bolsas deu
origem ao termo que hoje é adotado internacionalmente para denominar o local onde se
negociam os valores mobiliários.
Quanto ao surgimento enquanto estrutura, a primeira bolsa internacional foi
constituída em 1531, em Amberes, na Bélgica, acompanhada posteriormente do surgimento
das bolsas de Londres, na Inglaterra, em 1554; de Paris, na França, em 1724; e de New York,
nos Estados Unidos, em 1792.
No Brasil a primeira bolsa de valores foi criada em 1877, com a regulamentação do
pregão da Bolsa do Rio de Janeiro. A Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) foi criada em
1890 e em 2008 realizou fusão com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), tornando-se a
BM&F Bovespa, uma das principais bolsas de valores do mundo. Em 2017, numa nova
operação de fusão, a BM&F Bovespa uniu-se à Central de Custódia e Liquidação Financeira
de Títulos (CETIP) e constituiu a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), que se tornou uma instituição
completa em termos de operações no mercado de capitais e tornou-se, já de início, na quinta
maior operadora de bolsas do mundo, em valor de mercado.
Em relação às suas funções, as bolsas resumiam-se, no século XVII, à realização das
operações de compra e venda de moedas, de letras de câmbio e de metais preciosos. No
século XVIII elas conquistaram um grande desenvolvimento em decorrência das exigências
de fé pública que passaram a ser cobradas, assumindo, a partir disso, importante papel na
relação de oferta e demanda de capitais. Do século XIX em diante elas passaram a restringir
suas atuações aos mercados de capitais, e à medida que os mercados de títulos
representativos de mercadorias foram surgindo, locais específicos para a negociação desses
títulos foram sendo criados. Segundo Pinheiro (2001),

[...] a função de uma bolsa de valores não é a de criar riqueza, mas a de


transferir os recursos da economia […] A existência das bolsas propicia aos
possuidores de títulos patrimoniais e aos subscritores de novas emissões, a
certeza da liberação do capital investido, e essa convicção os leva a realizar
o investimento. (PINHEIRO, 2001, p. 130)

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Com tais funções, as bolsas são associações sem fins lucrativos e, segundo Toledo
Filho (2006), assemelham-se aos clubes, pois o patrimônio delas são representados por títulos
patrimoniais pertencentes às corretoras e os que delas desejarem ser membros deverão
providenciar a aquisição de seus respectivos títulos. Os objetivos das bolsas, também segundo
Toledo Filho (2006), são os de: manter local adequado ao encontro de seus membros e à
realização de compra e venda de títulos e valores monetários; organizar o pregão e os
sistemas de negociação e registro das operações; fiscalizar seus membros e as sociedades
emissoras de valores mobiliários em relação ao cumprimento do regulamento e demais
dispositivos normatizadores; e assegurar, aos investidores, total garantia em relação aos
títulos e valores que são negociados.
As negociações na bolsa são realizadas somente por meio das corretoras e todos os
negócios acontecem em nome do cliente final, que, segundo Pinheiro (2001), pode assumir
as posturas de especuladores, investidores e gestores financeiros perante as operações. Os
especuladores são aqueles que não se preocupam exatamente com as ações que estão
comprando no mercado, mas sim com a variação de suas cotações, pois eles utilizam o
mercado de capitais para obterem lucros de curto prazo. Os investidores, por sua vez, são
aqueles que operam nesses mercados de uma maneira mais estável, pois pensam no
rendimento a longo prazo, numa postura oposta à dos especuladores. E os gestores
financeiros, por sua vez, são aqueles que precisam do mercado para administrar as suas
empresas, pois neles buscam captar recursos, a baixo custo, e investirem recursos sem riscos
e com prazos adequados.
As ações, que são objeto de estudo da próxima subseção desta unidade, representam
os principais títulos negociados nas bolsas de valores e suas negociações podem acontecer
pelo sistema de pregão viva-voz ou eletrônico, entretanto “Com o desenvolvimento dos
sistemas de comunicação de dados, as bolsas de todo o mundo estão desativando o pregão
viva-voz” (TOLEDO FILHO, 2006, p. 45). Já o sistema eletrônico, que tem evoluído
exatamente em função do desenvolvimento dos sistemas de comunicação de dados, são
sistemas que possibilitam às corretoras o cumprimento das ordens de seus clientes sem
saírem de seus escritórios, por meio de terminais que estejam conectados à bolsa.
No sistema eletrônico, segundo Toledo Filho (2006, p. 45), “[...] Os computadores
registram as ofertas de compra e venda e quando há o ‘casamento’, o negócio é fechado
eletronicamente [...]”. Podemos incluir no sistema eletrônico o home broker, o Meta, e o after-
market. O home broker é um sistema que permite ao pequeno investidor a negociação via
internet; o Meta é utilizado para estabelecer um preço base de negociação aos promotores

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de negócios; e o after-market possibilita a realização de negócios até às 22 horas, horário
posterior ao encerramento normal do pregão.
Os mercados nas bolsas de valores podem ser à vista, a termo ou futuro, sendo tal
classificação relacionada ao período de tempo com que as operações são liquidadas, ou seja,
no qual os títulos são entregues pelo vendedor e pagos pelo comprador. À vista quer dizer
que a operação é liquidada em até cinco dias; a termo, em prazos maiores, preestabelecidos
em contratos e que podem chegar a 180 dias; e futuro, que é um mercado a termo
diferenciado, com características próprias, como datas fixas de vencimento e lotes-padrão,
não podendo haver negociações em quantias quebradas ou qualquer data de vencimento.
As ordens de negociação dadas pelos clientes às corretoras podem ser, segundo
Toledo Filho (2006), limitada, a mercado e casada. A ordem limitada é aquela em que são
fixados preço mínimo para venda ou preço máximo para compra; a ordem a mercado, por
sua vez, significa que a compra ou venda de um papel deve acontecer ao preço que o mercado
estabelecer; e a ordem casada é aquela em que o cliente condiciona a realização de operações
em conjunto, ou seja, só se faz uma operação se outra for feita, como, por exemplo, comprar
uma ação se somente conseguir vender outra.
As bolsas de valores prestam serviços de custódia, que consistem na guarda de títulos
de investidores, corretoras e até mesmo bancos e seguradoras, entre outros. Quando criado,
conforme Toledo Filho (2006), estes serviços demandavam espaço e muita mão-de-obra para
controle e transferências, mas atualmente, em função dos avanços tecnológicos e das ações
serem escriturais, a custódia prestada pelas bolsas é eletrônica.
E, para finalizar esta subseção, quando se fala em bolsa, fala-se também das caixas
de liquidação, previstas na Resolução nº 39 do Banco Central que disciplina as bolsas de
valores. Essas caixas, cujo capital normalmente pertence às bolsas, tem como função básica
“[...] registrar, liquidar e compensar operações à vista e a termo de responsabilidade das
sociedades corretoras ou de seus comitentes. Além disso, são também responsáveis pelos
depósitos e margem de garantia das operações realizadas” (TOLEDO FILHO, 2006, p. 47).

4.3 Ações

Conforme já dito anteriormente, as ações são os principais títulos negociados nas


bolsas de valores, tornando, portanto, justo e necessário que ao se falar sobre as bolsas
também se dedique um espaço para falar sobre as ações. E é nesse sentido que esta subseção
surge, ou seja, ela procura ser um espaço destinado à conversa e reflexão sobre as ações,
suas características e sua relevância.

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Uma primeira questão que naturalmente se faz quando se fala em ações é a indagação
do que elas realmente são, ou seja, de qual é o conceito que é atribuído a elas e o que elas
representam. Rudge (1993, p. 77), diz que a ação é “[...] a menor fração do capital social da
sociedade anônima, ou companhia [...]”, o que nos permite dizer que se você pegar todo o
capital de uma empresa de sociedade anônima e o dividir em pequenos pedaços iguais, a
ação é uma unidade entre os milhares, ou centenas, ou dezenas, de pedaços que você dividiu.
Tal definição, portanto, atribui o título de proprietário de uma determinada empresa a
quem possuir ações dela, sendo esta propriedade em nível e importância proporcional à
quantidade de ações que esse acionista possui em relação ao volume total de ações que
representam o capital da organização. Outra definição, mais ampla, é apresentada por
Pinheiro (2001), e acrescenta ao conceito o direito de participação nos resultados que ela
assegura ao seu proprietário.

As ações são títulos de participação negociáveis, que representam parte do


capital social de uma sociedade econômica, que confere ao seu possuidor o
direito de participação nos resultados da mesma. Podem ser consideradas
como um certificado ou título de propriedade, representativo das partes do
capital social de uma sociedade econômica. [...] (PINHEIRO, 2001, p. 111)

A forma como as ações asseguram o direito do acionista à participação nos resultados


da empresa, entretanto, está relacionado ao tipo de ações que elas representam, ou seja,
conforme o tipo de ação será uma determinada forma de participação.
Para melhor entender isso, vamos falar das ações ordinárias e preferenciais, que são
basicamente os dois tipos de ações existentes no mercado. As ações ordinárias são aquelas
que asseguram aos seus donos a plenitude de direitos em relação à participação na
administração e nos resultados da empresa, o que significa que os seus donos podem
participar das assembleias de acionistas tendo direito a voto nas decisões a serem tomadas.
As ações preferenciais, por sua vez, são aquelas que garantem aos seus donos a preferência
no recebimento dos resultados da empresa em relação aos proprietários de ações ordinárias,
mas em contrapartida elas o privam do seu direito a voto, ou seja, é o primeiro a receber
pelos resultados, mas não pode participar das assembleias de acionistas e votar nas tomadas
de decisões. Os detentores dessas ações, segundo Oliveira e Pacheco (2005, p. 133), “[...]
Também possuem a preferência do recebimento do reembolso do capital no caso de
liquidação da empresa. [...]” e, ainda, podem receber mais pelo valor de suas ações, pois
conforme Pinheiro (2001, p. 117), “Os dividendos pagos às ações ordinárias são 10% menores
dos que os pagos às ações preferenciais, caso isso não seja especificado em seu estatuto
[...]”. As empresas caracterizadas como sociedades anônimas, tem “[...] obrigatoriamente

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que emitir, no mínimo, 1/3 do seu capital social em ações do tipo Ordinária e no máximo 2/3
em ações do tipo Preferencial [...]” (PINHEIRO, 2001, p. 111).
Uma outra classificação das ações acontece em função das suas características de
circulação no mercado, podendo elas serem denominadas como nominativas, ao portador e
escriturais.
As nominativas “[...] são emitidas na forma de títulos de propriedade, unitárias ou
múltiplas, denominadas cautelas [...]” (PINHEIRO, 2001, p. 117), e podem ser emitidas em
nome do comprador ou serem nominativas endossáveis. As emitidas em nome do comprador
são transferíveis a outros por meio da assinatura de termos de transferência entre quem está
comprando e quem está vendendo e as nominativas endossáveis são transferíveis por meio
de endosso, mas não dispensando também a utilização do termo de transferência na
companhia.
As ações ao portador são aquelas que são emitidas sem identificar o nome do
comprador e são transferíveis de uma pessoa para outra, de forma manual, sem necessidade
de termo de transferência. Tais ações, segundo Pinheiro (2001), gozam da preferência de
muitos investidores, entretanto sua circulação está proibida no Brasil.
E, por fim, as ações escriturais são aquelas ações que dispensam a “[...] emissão de
título de propriedade, funcionando como conta corrente [...] não ocorre a movimentação física
dos documentos sendo sua transferência realizada por meio da empresa custodiante”
(PINHEIRO, 2001, p. 118).
Na emissão de novas ações, por aumento de capital, os acionistas possuem
assegurado o direito de adquirir tais ações, tendo para isso prazo e preços determinados.
Esse direito recebe o nome de subscrição e deve ter a sua preferência exercida pelo acionista
num período de tempo fixado por estatuto ou assembleia e que, em geral, não é inferior a 30
dias. “[...] Em qualquer aumento do capital de uma sociedade anônima os acionistas têm o
direito de subscrever ações na proporção do capital que possuíam” (PINHEIRO, 2001, p. 122).
Se a emissão das ações é subscrita totalmente pelos acionistas da empresa, ou seja,
se eles exercem a sua preferência e compram todas as ações que lhes são de direito, diz-se
que foi realizada uma subscrição particular, cuja negociação deve ser realizada diretamente
na empresa ou na Bolsa de valores. Entretanto, quando ainda há ações a serem lançadas no
mercado e que não são restritas aos acionistas atuais, chama-se essa operação de lançamento
público de ações, ou ainda, de operações de underwriting, sobre a qual já falamos
anteriormente. Apenas para relembrar, “[...] underwriting é um esquema de lançamento de
uma emissão de ações para subscrição pública, no qual a empresa encarrega a um
intermediário financeiro a colocação desses títulos no mercado” (PINHEIRO, 2001, p. 98).

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Além da aquisição de ações, os acionistas podem ter suas ações aumentadas
proporcionalmente através de bonificações que recebem gratuitamente “[...] quando a
empresa realiza um aumento de capital via emissão e distribuição de ações aos atuais
acionistas por incorporação de reservas [...]” (OLIVEIRA e PACHECO, 2005, p. 137), o que
quer dizer que os acionistas terão mais ações, mas a empresa como um todo também terá,
não representando, portanto modificações no quadro acionário e nem no patrimônio da
empresa, pois o aumento neste caso nada mais é do que a transferência de valores de uma
conta para outra. A bonificação é

[...] representa a atualização da cota de participação do acionista no capital


da empresa. Pode ser feita mediante a emissão de novas ações ao valor
nominal ou simplesmente pelo aumento do valor nominal (carimbo) já
existentes (sempre na mesma proporção da bonificação distribuída)
(PINHEIRO, 2001, p. 122)

Outra situação que também pode ocorrer em relação às ações é o desdobramento


delas, também denominado Split, que consiste na distribuição gratuita de novas ações aos
acionistas em decorrência da diluição do capital da empresa em um número maior de ações,
com o objetivo de reduzir os valores individuais das ações e dar-lhes mais liquidez no
mercado. Segundo Oliveira e Pacheco (2005, p. 137), isso “Geralmente ocorre quando a
cotação de uma ação ou do lote de ações está sendo negociada a preços muito elevados, o
que dificulta sua negociação [...]”.
Operação inversa ao Split é o Inplit, ou seja, o agrupamento das ações, de forma a
concentrar o capital em um número menor de ações. Isso normalmente acontece quando a
empresa decide reduzir a quantidade de ações em circulação, de forma a elevar o valor
individual das ações e reduzir sua volatilidade. Conforme Pinheiro (2001, p. 123), “[...] É
realizado geralmente com o objetivo de ajustar o valor nominal da ação”.
Os valores das ações estão sempre sujeitos à oferta e procura por elas nas negociações
diárias do mercado, o que é uma consequência das expectativas que os compradores e
vendedores possuem em relação aos resultados que a empresa pode oferecer. “A apuração
da cotação de uma ação é feita por meio do valor do último negócio realizado com ela e são
dadas por ação (preço unitário) ou por lotes (quantidades múltiplas de 100, 1.000 etc.). [...]”
(PINHEIRO, 2001, p. 123).

4.4 Índices da bolsa

Os índices da bolsa são instrumentos utilizados para indicar a movimentação das


operações realizadas nas bolsas de valores e orientar os investidores em suas negociações.

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Conforme Toledo Filho (2006), toda bolsa calcula um índice que traduz sua movimentação,
como o Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, o Nikkei da Bolsa de Tóquio e o
Ibovespa, da BM&FBovespa.
Indicativo do mercado, apontando se este está em alta, estável ou em baixa, os índices
dão uma visão do mercado como um todo e são calculados através de uma carteira teórica
que reúne as ações mais negociadas na bolsa, estabelecendo-se uma média das cotações
dessas ações. Conforme o contexto de mercado os índices oscilarão o seu comportamento,
podendo ocorrer valorização ou desvalorização. Para Pinheiro (2001, p. 147), eles são “[...]
considerados um poderoso instrumento para avaliação comparada de performance de
desempenho para gestores e investidores do mercado de capitais”.
Após a fusão da BM&F BOVESPA e CETIP, um novo ticker para os papéis negociados
é adotado, mas a transição acontece gradualmente, para adaptação do mercado. Já o
Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, se mantém, por ser um índice amplamente
disseminado e consolidado no mercado de capitais.
Os índices de ações do mercado brasileiro são: Índice Bovespa (Ibovespa), Índice
Brasil 50 (IBrX-50), Índice Brasil (IBrX), Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), Índice
Setorial de Telecomunicações (ITEL), Índice de Energia Elétrica (IEE), Índice do Setor
Industrial (INDX), Índice de Consumo (ICON), Índice Imobiliário (IMOB), Índice de Ações com
Governança Corporativa Diferenciada (IGC), Índice de Ações com Tag Along Diferenciado
(ITAG), Índice Mid-Large Cap (MLCX), Índice Small Cap (SMLL), Índice Valor Bovespa (IVBX-
2) e Índice Financeiro (IFNC).
Informações mais detalhadas sobre cada um dos índices podem ser obtidas no site
http://www.bmfbovespa.com.br/indices/BuscarIndices.aspx?idioma=pt-br.

Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 4 e a


atividade 4.1.

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REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
BACEN. Banco Central do Brasil. Sistema Financeiro Nacional. Disponível em:
http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP. Acesso em: out. 2018.
ELDER, Alexander. Como se transformar em um operador e investidor de sucesso:
entenda a psicologia do mercado financeiro, técnicas poderosas de negociação, gestão
lucrativa de investimentos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
IRB-BRASIL RE. Instituto de Resseguros do Brasil. Quem somos e o que fazemos.
Disponível em: http://www2.irb-brasilre.com.br/site/. Acesso em: jan. 2018.
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Secretaria de Previdência Complementar.
Disponível em:
http://www1.previdencia.gov.br/pg_secundarias/previdencia_complementar_12.asp. Acesso
em: jan. 2018.
OLIVEIRA, Gilson Alves de; PACHECO, Marcelo Marques. Mercado financeiro. São Paulo:
Fundamento Educacional, 2005.
PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de capitais: fundamentos e técnicas. São Paulo: Atlas,
2001.
RUDGE, Luiz Fernando. Mercado de capitais. Belo Horizonte: CNBV, 1993.
TOLEDO FILHO, Jorge Ribeiro de. Mercado de capitais brasileiro: uma introdução. São
Paulo: Thomson Learning, 2006.
YAZBEK, Otavio. Regulação do mercado financeiro e de capitais. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2007.

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EXERCÍCIO E ATIVIDADES

EXERCÍCIO 1

1. Assinale a alternativa INCORRETA:


a) A poupança é tão importante que um país com baixa capacidade de poupar pode
ter seu crescimento ampliado, em função dos recursos para investir.
b) A demanda por moeda está relacionada ao cenário econômico, havendo menor
procura quando as taxas de juros se elevam.
c) O conceito de moeda não está vinculado ao sentido estrito do objeto que a
representa, mas ao fato de ser um meio de pagamento.

2. Assinale a alternativa correta:


a) As sociedades econômicas respondem de maneira uniforme aos problemas
econômicos.
b) A economia de mercado está presente na maior parte das sociedades do planeta
e acredita ser fundamental o equilíbrio entre livre iniciativa privada e intervenção
do Estado.
c) A renda obtida por um brasileiro no Japão pode ser também denominada como
renda nacional.
d) Os preços de um determinado bem ou serviço são influenciados somente pela
quantidade demandada desse bem ou serviço.

3. Marque a alternativa correta:


I. Uma família ao aplicar parte dos seus recursos financeiros na compra de um
automóvel novo, para utilizá-lo para passeio, assim como fazia com o seu anterior,
está realizando um investimento.
II. A poupança é o investimento mais popular entre os brasileiros e pode-se dizer
que consiste basicamente em deixar de consumir agora para consumir
posteriormente.
III. Pode-se dizer que a evolução da moeda acontece em cinco eras: troca de
mercadorias, moeda metálica, moeda papel, moeda digital e moeda escritural.
IV. A moeda escritural constitui-se nos depósitos à vista realizados nas instituições
financeiras e que nelas se encontram, com liquidez semelhante à da moeda papel
e metálica.
a) Apenas os enunciados I e II estão corretos.
b) Apenas os enunciados III e IV estão corretos.
c) Apenas os enunciados I e III estão corretos.
d) Apenas os enunciados II e IV estão corretos.

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ATIVIDADE 1.1

1. O mercado financeiro é apontado por Pinheiro (2001) como meio mais eficiente
para associar poupança e investimento, sendo fundamental para o desenvolvimento
econômico. Você concorda com o pensamento desses autores?
Justifique sua resposta.
2. Considerando os papéis exercidos pela moeda na sociedade econômica, cite qual
deles você considera mais importante. Justifique sua resposta.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Tarefas texto online.

EXERCÍCIO 2

1. Assinale a alternativa correta:


I. Além de conciliar interesses de agentes superavitários e deficitários, os
intermediários financeiros, de certa forma, buscam assegurar a conversão da
poupança em investimentos.
II. Instituições financeiras não bancárias são representadas por todas as
organizações que atuam no mercado financeiro, inclusive bancos comerciais e
múltiplos.
III. Os operadores são os órgãos responsáveis para assegurar o funcionamento do
Sistema Financeiro Nacional, estabelecendo as diretrizes para tal.
IV. Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, Superintendência de
Seguros Privados e Superintendência Nacional de Previdência Complementar são
entidades supervisoras do Sistema Financeiro Nacional.
a) Apenas os enunciados I e II estão corretos.
b) Apenas os enunciados III e IV estão corretos.
c) Apenas os enunciados I e IV estão corretos.
d) Apenas os enunciados II e III estão corretos.

2. Assinale a alternativa INCORRETA:


a) As instituições bancárias ou monetárias são aquelas que possuem capacidade,
e legalidade, para a criação de moeda por meio dos depósitos à vista que recebem
em seus caixas, como é o caso dos bancos comerciais e múltiplos.
b) As entidades supervisoras do Sistema Financeiro Nacional (SFN) são instituições
responsáveis pelo direcionamento do sistema financeiro e das instituições que o
compõem.
c) Exercer controle de crédito, vigiar interferência de outras empresas nos
mercados financeiros e de capitais e emitir papel-moeda e moeda metálica são
algumas das atribuições do Banco Central do Brasil.
d) Conselho Monetário Nacional e Conselho Nacional de Seguros Privados são
órgãos normativos do Sistema Financeiro Nacional.

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3. Analise os enunciados e assinale a alternativa correta:
I. O SFN é constituído por agentes superavitários, agentes deficitários e
intermediários financeiros.
II. Além de conciliar interesses de agentes superavitários e deficitários, os
intermediários financeiros, de certa forma, buscam assegurar a conversão da
poupança em investimentos.
III. Instituições financeiras não bancárias são representadas por praticamente
todas as organizações que atuam no mercado financeiro, com exceção de bancos
comerciais e múltiplos.
IV. Os operadores são os órgãos responsáveis para assegurar o funcionamento do
SFN, estabelecendo as diretrizes para tal.
a) Apenas os enunciados I e III estão corretos.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Apenas os enunciados I e II estão corretos.
d) Apenas os enunciados II e IV estão corretos.
e) Apenas os enunciados II e III estão corretos.

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ATIVIDADE 2.1

1. Faça uma análise e descreva como o sistema financeiro influencia sua vida.
Responda em um texto de 5 linhas.
2. Das instituições que constituem o Sistema Financeiro Nacional (SFN), cite a que
você considera como mais importante. Justifique sua resposta, em um texto de 5
linhas.

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EXERCÍCIO 3

1. Assinale a alternativa correta:


I. Empresas de capital aberto são aquelas que realizam ofertas públicas de novas
ações, que culminam com novos sócios.
II. Entende-se por mercado de capitais o conjunto de instituições que negociam
títulos e valores mobiliários, objetivando a canalização dos recursos dos agentes
compradores para os agentes vendedores.
III. O mercado secundário é relegado ao segundo plano quando se fala de mercado
de capitais por não possibilitar a canalização direta de recursos às empresas e não
agregar nada ao mercado primário.

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IV. O mercado de capitais é considerado especulativo e por isso prejudicial à saúde
econômica de um país.
a) Apenas os enunciados I e II estão corretos.
b) Apenas os enunciados III e IV estão corretos.
c) Apenas os enunciados I e IV estão corretos.
d) Apenas os enunciados II e III estão corretos.

2. Assinale a alternativa correta:


I. Pessoas jurídicas que possuem obrigação legal de investir parte de seu
patrimônio no mercado financeiro são classificadas como investidores institucionais.
II. No mercado primário ocorre a renegociação das ações e títulos que foram
emitidos e negociados no mercado secundário.
III. O mercado secundário representa transferência direta de recursos para as
empresas, pois viabiliza a relação de compra e venda entre investidores.
IV. Lançamentos de títulos e ações no mercado de capitais ocorrem no mercado
primário.
a) Apenas os enunciados I e II estão corretos.
b) Apenas os enunciados III e IV estão corretos.
c) Apenas os enunciados I e IV estão corretos.
d) Apenas os enunciados II e III estão corretos.

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ATIVIDADE 3.1

1. O mercado de capitais é para você uma realidade distante da que você vive?
Justifique sua resposta, em um texto de 5 linhas.
2. Tendo a internet como referência, pesquise o site de uma instituição que atue
como intermediária entre agentes vendedores e agentes compradores no mercado
de capitais e especifique os tipos de serviços que essas instituições oferecem.
Na sua resposta você deve apresentar o link do site, ou seja, o endereço da página
em que ele se encontra disponível na internet, a identificação da instituição
intermediária e a descrição dos serviços que ela presta.

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EXERCÍCIO 4

1. Analise os enunciados a seguir:


I. Considerada como uma das maiores bolsas de valores do mundo, a
BM&FBOVESPA, nasceu como Bovespa e foi a primeira bolsa de valores brasileira.
II. Um dos objetivos das bolsas de valores é organizar o pregão e os sistemas de
negociação e registro das operações do mercado financeiro.
III. Originadas ainda no século XVI, as bolsas de valores assumiram somente no
século XIX as funções que se aproximam às que elas possuem hoje.
IV. Ao determinar que uma ação seja comprada somente após a venda de outra,
o cliente de uma corretora está limitando a atuação desta e, em função disso, esse
tipo de ordem de negociação é denominado de ordem limitada.
a) Apenas o enunciado III está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Apenas os enunciados I e III estão corretos.
d) Apenas os enunciados I e II estão corretos.

2. Assinale a alternativa INCORRETA:


a) O mercado de balcão pode ser considerado como um mercado virtual, não
existindo concretamente como local físico onde se negociam ações e títulos.
b) No mercado de bolsas, clientes (compradores e vendedores) e instituições do
sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários viabilizam negociação com
títulos e valores mobiliários.
c) Livre concorrência e pluralidade de participações, homogeneidade de produto e
transparência na fixação de preços são características do mercado de bolsas.
d) As operações realizadas no mercado de balcão exercem muita influência nos
preços das negociações seguintes, em função da sua divulgação massificada.

3. Analise os enunciados a seguir:


I. Operações de Split são caracterizadas pela desvalorização individual das ações,
por meio do aumento do número de ações que constituem o capital da organização
que a desenvolve.
II. As ações ao portador podem ser emitidas em nome do comprador ou serem
nominativas endossáveis.
III. Ações ordinárias são aquelas que garantem aos seus donos a preferência no
recebimento dos resultados da empresas.
IV. Ações são títulos de participação negociáveis, que representam parte do capital
social de uma sociedade econômica, que confere ao seu possuidor o direito de
participação nos resultados da mesma.
a) Apenas os enunciados I e II estão corretos.
b) Apenas os enunciados III e IV estão corretos.
c) Apenas os enunciados I e IV estão corretos.
d) Apenas os enunciados II e III estão corretos.

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ATIVIDADE 4.1

1. Todos os acionistas de uma empresa de capital aberto possuem


direitos iguais na participação dos resultados e na gestão desta empresa.
Esta afirmação pode ser considerada verdadeira?
Justifique sua resposta, em um texto de 5 linhas.
2. As operações de underwriting estão condicionadas a um determinado
fator, caso contrário elas não podem ocorrer. Qual é esse fator e quando
ele impede ou contribui para a realização de operações de underwriting?
Justifique sua resposta, em um texto de 5 linhas.

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