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Diversidade e
Inclusão
(2 créditos – 40 horas)
Autor:
Tânia Maria Filiú de Souza
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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe
multidisciplinar da UCDB Virtual, com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático que
norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina e que compõe o Projeto Pedagógico do
seu curso.
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Objetivo Geral
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 57
EXERCÍCIOS E ATIVIDADES ............................................................................... 62
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Avaliação
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FAÇA O ACOMPANHAMENTO DE SUAS ATIVIDADES
O quadro abaixo visa ajudá-lo a se organizar na realização das atividades. Faça seu
cronograma e tenha um controle de suas atividades:
Atividade 2.1
Ferramenta: Tarefa
Atividade 3.1
Ferramenta: Tarefa
Atividade 4.1
Ferramenta: Tarefa
* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade (consulte o
calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem).
** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade.
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BOAS VINDAS
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Pré-teste
A finalidade deste pré-teste é fazer um diagnóstico quanto aos conhecimentos
prévios que você já tem sobre os assuntos que serão desenvolvidos nesta
disciplina. Não fique preocupado com a nota, pois não será pontuado.
( ) Sim ( ) Não
2. Você acha que a sociedade está preparada para pensar diferente sobre a
pessoa com deficiência?
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
4. Você acredita que o aluno que tenha uma deficiência grave (paralisado
cerebral) é capaz de acompanhar o ensino regular?
( ) Sim ( ) Não
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UNIDADE 1
CONCEITOS DE DIVERSIDADE
OBJETIVO DA UNIDADE: Entender o conjunto de diferenças, diversidade e valores
compartilhados pelos seres humanos na vida social.
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intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas em suas diferenças de raça, cor, gênero,
nacionalidade, religião, crenças, posicionamento político, livrando de possível estigma,
preconceito, discriminação e exclusão.
Sobre a escola, Amaral (1998), defende ser o espaço onde a individualidade há de
ser respeitada, acolhida e atendida em suas necessidades, especificidades, suas diferenças,
reconhecendo que cada um possui suas limitações, suas habilidades para aprender e cabe à
equipe pedagógica em conjunto com os professores e gestores uma constante reflexão
sobre o universo da diversidade em que vivemos.
No entanto, se por um lado cabe à escola a formação do cidadão crítico, agente
transformador, ativo socialmente, por outro lado, também, cabe ser promotora de
construção e reconstrução de conhecimentos necessários ao exercício de cidadania
consciente rumo a uma educação inclusiva, organizando o trabalho considerando as
diferenças, diversidades, tendo em vista a educação para todos, como direito de ordem
econômica, social, cultural, educacional.
Quando se considera a diferença, a diversidade está relacionada diretamente à
eliminação de barreiras do preconceito, da discriminação e desigualdade. O sentido é para a
ampliação das possibilidades. Neste contexto, Dussel (2001) apud Oliveira (2006, p.70),
afirma:
Aceitar o argumento do outro supõe-se o aceitar o outro como igual, e esta
aceitação do outro como igual é uma posição ética, é o reconhecimento
ético ao outro como igual, quer dizer, aceitar o argumento não é somente
uma questão de verdade, é, também uma aceitação da pessoa do outro.
Nesse contexto, é clara a função da escola que deve se abrir para a inclusão de
todos e todas, com sua função educativa total. Para tanto, sobre essa premissa Carvalho
(2006, p.115), afirma:
Sob esse aspecto, os “is” da inclusão escolar exigem de nós reflexões
sobre: •A individualidade - o que significa não perder no todo, a satisfação
das necessidades e interesses de cada um; • A identidade – o que significa
reconhecer-se, aceitando as próprias características distintas das demais
pessoas. E, no caso de pessoas com deficiência, significa não negá-las ou
mascará-las, possibilitando o desenvolvimento da personalidade dos alunos,
conferindo-lhes autonomia e autoestima positiva. • Os ideais democráticos
– o que significam a busca da equidade, isto é, da equiparação de
oportunidades, oferecendo-se, de direito e de fato o que todos e cada um
necessitam para o exercício da cidadania; • A remoção de barreiras para a
aprendizagem e para a participação de todos – o que significa pensar nas
barreiras enfrentadas pelos alunos e naquelas experimentadas pelos
educadores e pelas famílias, interferindo no processo de construção dos
conhecimentos, pelos alunos.
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das práticas encontradas em seu interior. Se por um lado, há falhas na formação dos
profissionais, pois a retórica é de que mesmos não receberam a formação necessária para
trabalhar com a inclusão, por outro lado, considerar que apenas a integração dos sujeitos
na escola é o bastante, garantindo a sua permanência sem que haja o desenvolvimento da
aprendizagem e de certa forma, dentro das possibilidades, autonomia e respeito aos seus
direitos como cidadão, não basta.
Fazer parte da escola, conviver nesse espaço promove o avanço para uma sociedade
que vive no seu cotidiano com as diferenças, trazendo ricas oportunidades de vencer as
barreiras próprias do sistema sem informações ou resistente às diferenças.
Sobre a importância da inclusão efetiva na escola, Mantoan (2003, p.53), nos diz
que “a escola, para muitos alunos, é o único espaço de acesso aos conhecimentos. É o lugar
que vai proporcionar-lhes condições de se desenvolverem e de se tornarem cidadãos,
alguém com uma identidade sociocultural que lhes conferirá oportunidades de ser e de viver
dignamente".
Esses princípios podem ser sintetizados pela fala de Boaventura Santos (1997, p.56),
quando afirma: "temos o direito de ser iguais sempre que as diferenças nos inferiorizem;
temos o direito de ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracterize".
No entanto, o autor fala de uma estrutura educacional que respeite os direitos e as
diferenças e garanta a equidade e que a proposta pedagógica assegure os direitos de
aprendizagem e acesso a todos os recursos educacionais de maneira que o currículo possa
complementar e suplementar o ensino diante da heterogeneidade, seja em quais níveis de
ensino, seja onde estiverem.
Diversidade deve fazer parte da organização escolar para que de fato e de direito
venha a proporcionar uma inserção de todas as pessoas em suas mais variadas condições
em que se encontram no momento, sejam essas permanentes ou passageiras.
De acordo com a inclusão dos diversos grupos na educação escolar, da diversidade
sociocultural existente, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade
(SECAD), passa a organizar políticas e ações educacionais, destacando a necessidade de
atender aos grupos étnicos-raciais, culturais, de identidade sexual e de gênero, educação de
jovens e adultos nas escolas brasileiras com a busca pela garantia dos direitos humanos e
da preservação das características identitárias e projetos específicos a atender as diversas
necessidade (BRASIL, 2007).
Com base no Plano Plurianual (PPA) 2012-2015 – o Plano Mais Brasil – a Secretaria
de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) implementa
políticas públicas integradas aos Programas e Ações da Educação Superior, Profissional e
Tecnológica e Básica, contribuindo para o enfrentamento das desigualdades educacionais,
considerando diferentes públicos e temáticas, a saber: Educação Especial, Educação para as
Relações Étnico-Raciais, Educação do Campo, Educação Escolar Indígena, Educação
Quilombola, Educação em Direitos Humanos, Educação Inclusiva, Gênero e Diversidade
Sexual, Combate à Violência, Educação Ambiental, Educação de Jovens e Adultos. As áreas
de atuação da SECADI contemplam, ainda, agendas políticas de caráter intersetorial.
As ações, projetos e programas da SECADI são destinados à formação de gestores e
educadores, à produção e distribuição de materiais didáticos e pedagógicos, à
disponibilização de recursos tecnológicos e à melhoria da infraestrutura das escolas,
buscando incidir sobre fatores que promovam o pleno acesso à escolarização e à
participação de todos os estudantes, com redução das desigualdades educacionais, com
equidade e respeito às diferenças.
Desse modo, a SECADI cumpre o estabelecido na Lei n. 9394/96, que instituiu as
diretrizes curriculares para educação infantil, o ensino fundamental e médio, educação de
indígenas, educação especial na perspectiva da educação inclusiva, educação de jovens e
adultos, educação indígena, de gênero e diversidade sexual, de maneira que garanta o
direito universal de acesso à escolarização e assegure, como parte integrante desse direito,
o respeito e a valorização da diversidade humana, social, cultural, ambiental, regional e
geracional, tendo por objetivo reduzir as desigualdades, atendendo a públicos específicos e
historicamente excluídos do processo educacional. São eles:
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- Educação do Campo: nomeada de educação rural perante a legislação brasileira,
abarca as realidades nos âmbitos da pecuária, da agricultura, se refere aos minérios,
florestas, ribeirinhos, caiçaras e extrativistas e pesqueiros. Ao contrário de um espaço muito
descrito como sendo, certa forma nostálgico e tranquilo, hoje com a influência cada vez
mais forte de reorganização econômica, o próprio êxodo rural traz novas perspectivas de
suas comunidades que estão cada vez mais inteiradas de questões políticas, principalmente
com a aquisição de terras, movimento cada vez mais forte no país. De acordo com
Fernandes (apud SOUZA, 2006 p. 16), “A Educação do Campo nasceu em contraposição à
Educação Rural. O que a Educação Rural não fez durante quase um século, a Educação do
Campo fez em uma década”.
Fonte: http://migre.me/wD2yX
Fonte: http://migre.me/wD2A1
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- Educação Escolar Indígena - assim como outras categorias dentro da
Diversidade, ganha espaço de reconhecimento no atendimento às suas peculiaridades no
âmbito escolar. Os povos indígenas buscam o respeito e a valorização de suas tradições,
valores simbólicos, reconhecimento de suas organizações sociais, o respeito pela hierarquia,
a valorização de suas culturas tradicionais, suas línguas, transmissão cultural de geração
para geração, sua religião, buscam conhecimentos universais, enfim buscam a reafirmação
de suas identidades étnicas e a valorização de suas ciências, mas também o acesso à
tecnologia e respeito de suas crenças e valores.
Segundo dados do Censo Educacional divulgado pelo Inep/MEC, de 2002 a 2006, a
população indígena foi a que mais passou a frequentar as escolas desde a educação infantil
ao ensino médio, como apresenta o gráfico abaixo.
Conforme Kaingang (2004), os índios começaram a participar das aulas nos colégios,
na época do Brasil Colônia, junto aos meninos portugueses e mestiços, pois a intenção era
que por intermédio das aulas, os índios conseguissem catequizar sua aldeia. Mas, mesmo
com os ensinamentos recebidos nos colégios, os índios que frequentaram os colégios não
conseguiram provocar mudanças nos costumes de vida da aldeia.
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Gráfico 2 - Distribuição da população indígena por regiões do Brasil (IBGE 2010).
Fonte: http://migre.me/wD1K
Dica de Aprofundamento
Fonte: http://migre.me/wDyIt
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Longe de ter a verdadeira igualdade, a inclusão de todos os que têm direito ao
ensino escolar, marcados pelo racismo, discriminação de toda sorte e preconceito, as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicos-Raciais e, para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (BRASIL, 2003, p. 5), afirma:
Corroborando com essa ideia e sobre a mesma premissa de direitos de cada cidadão,
a Constituição Federal de 1988, no Art. 205, diz “A educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho”.
Fonte: http://migre.me/wDyuR
Dica de Aprofundamento
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- Educação Quilombola -segundo o Ministério da Educação e Cultura – MEC
(2010), a educação deve à comunidade quilombola, o respeito ao direito de sua participação
nas esferas sociais, culturais e políticas de maneira que possam conhecer sobre as
diversidades e também ser reconhecida em suas particularidades. Porém, não é somente o
acesso a todas essas questões, mas também o desenvolvimento de vários conhecimentos a
fim de ampliar suas condições de acesso e desenvolvimento de atividade de trabalho entre
outros, na perspectiva de uma vida digna.
Fonte: http://migre.me/wDyCo
Dica de Aprofundamento
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- Educação Gênero e Diversidade Sexual - quanto à diversidade de gênero e
sexual, o mesmo direito deverá ser garantido dentro da sociedade com respeito à
individualidade e à escola que deverá proporcionar um espaço democrático, Gomes (1998,
p.116), diz que: “Entre preconceitos e discriminações, cabe à escola pública o importante
papel de proporcionar a seus alunos um modelo de tolerância a ser aplicado na sociedade”.
Fonte: http://migre.me/wDyJA
Todavia, a partir dos estereótipos construídos ao longo dos anos, as diferenças entre
sexos e a orientação sexual ainda são motivos de exclusão, mas tem que compreender que
a diversidade está posta, existe como todas as outras diversidades.
Fontes: http://migre.me/wDyFF
Dica de Aprofundamento
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denominada Educação para Jovens e Adultos e sobre essa premissa, Soares (2002, p. 12),
nos diz que:
Fonte: http://migre.me/wEZ6p
Dica de Aprofundamento
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Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 1.
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UNIDADE 2
[...] o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus
sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais, e
simultaneamente estas se preparam para assumir seus papéis na
sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual
as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria,
equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de
oportunidades para todos.
A partir do final dos anos 1960, e de modo mais destacado nos anos 1960,
as reformas educacionais alcançaram área de educação especial sob a
égide dos discursos da normalização e da integração. A educação especial
constou como área prioritária nos planos setoriais de educação, após a
Emenda constitucional de 1978 e a Lei n°.5692-71, de reforma do 1° e 2°
graus, e foi contemplada com a edição de normas e planos políticos de
âmbito nacional: as definições do Conselho Federal de Educação sobre a
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educação escolar dos excepcionais, as resoluções dos Conselhos Estaduais
de Educação sobre diretrizes de educação especial, a criação dos setores
de educação especial nos sistemas de ensino, a criação das carreiras
especializadas em educação especial na educação escolar (os professores
dos excepcionais) e também no campo de reabilitação (a constituição das
equipes de reabilitação/educação especial).
Para educação especial essa época foi considerada importante, foi quando
“começou” a concretizar o direito de integração das crianças com algum tipo de deficiência
nas escolas do ensino regular. De acordo com Mendes (1995), o crescimento do serviço de
educação especial influenciou o estabelecimento de leis, visando o desenvolvimento do
ensino especial no Brasil.
Dentre essas iniciativas, citamos a criação da Campanha Nacional de Educação e
Reabilitação de Deficientes Mentais (CADEME), com o propósito “educação, treinamento,
reabilitação e assistência educacional das crianças retardadas e outros deficientes mentais
de qualquer idade ou sexo” (MAZZOTA, 1996 p.52). Essas iniciativas quadruplicaram o
número de atendimentos para crianças com necessidades especiais em 1969.
Com o surgimento da proposta de integração na década de 1970 os alunos com
deficiência começaram a ser inseridos em classes regulares, assim com os avanços das
pesquisas nas áreas psicológicas e pedagógicas, e baseado na ideia de modificabilidade
cognitiva passaram a entender que as capacidades de aprendizado da pessoa com
deficiência eram tão possíveis quanto as crianças ditas “normais”. Nesse contexto surge em
1973 o Centro Nacional de Educação Especial - CENESP – responsável pela coordenação da
educação especial no Brasil, conduzindo ações educacionais voltadas exclusivamente para
pessoas com deficiências e superdotação.
Dessa forma, a fase de integração baseava-se no fato de que a criança deveria ser
educada até o limite da sua capacidade. Nessa perspectiva a educação especial foi se
caracterizando por ações isoladas dando ênfase às deficiências sensoriais tais como: visuais,
auditivas, e em menor escala as deficiências físicas, deixando em segundo plano as
deficiências mentais.
De acordo com Januzzi (1992, apud SILVA, 2008, p.3), o atendimento médico
pedagógico evidenciava-se pela preocupação eugênica e higienizadora, e ruminou, na
Educação Infantil, estimulando a criação de escolas em hospitais, estabelecendo uma das
tendências mais segregadoras de atendimento.
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Fonte: http://migre.me/wxHtP
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Brasil.
O documento chamado Declaração de Salamanca tornou-se mundialmente
importante no contexto da inclusão social, iniciando um grande debate sobre as
necessidades educacionais dos sujeitos com deficiência, promovendo o direito de
aprendizagem para crianças com deficiências, com o grande propósito de “educação para
todos”.
Inclusão e participação são essenciais à dignidade humana, e ao
desfrutamento e exercício dos direitos humanos. Dentro do campo da
educação, isto se reflete no desenvolvimento de estratégias que procuram
a genuína equalização de oportunidades [...]. Ao menos tempo em que as
escolas inclusivas preveem um ambiente favorável a aquisição da igualdade
de oportunidades e participação total, o sucesso delas requer um esforço
claro, não somente por parte dos professores e dos profissionais na escola,
mas também por parte dos colegas, pais, família, voluntários. Não constitui
somente uma tarefa técnica, ela depende acima de tudo, de convicções,
compromisso e disposição dos indivíduos que compõem a sociedade
(UNESCO, 1994, p.5).
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ensino-aprendizagem.
Fonte: http://migre.me/wxHnL
MARCOS LEGAIS
Em seu art.205 define a educação como direito de todos e dever
do Estado e da família, objetivando o pleno desenvolvimento da
pessoa, preparando-a para cidadania e para o trabalho.
Já o art. 208, III irá dispor sobre o atendimento educacional
Constituição especializado (AEE). No art. 227, §1º, II estabelece a “criação de
Federal de 1988 programas de prevenção e atendimento especializados para os
portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como
de integração social do adolescente portador de deficiência
mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a
facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a
eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos”.
Estatuto da Direito ao acesso à educação pelos portadores de necessidades
Criança e do educacionais especiais, em seu art. 2º define criança como sendo
Adolescente o menor de 12 anos e adolescente os que possuam entre 12 e 18
Lei nº 8069/1990 anos.
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Estabelece que “a educação abrange os processos formativos que
Lei de Diretrizes se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
e Bases da trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
Educação sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
Lei nº 9.394/96 culturais”, e estabelece que a educação escolar deva ser
vinculada ao trabalho e a prática social.
A Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º, determina que:
Diretrizes
“Os sistemas de ensino devem matricular todos os estudantes,
Nacionais para
cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos
Educação
educandos com necessidades educacionais especiais,
Especial – CNE –
assegurando as condições necessárias para uma educação de
2001
qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001). “
Esta Lei reconhece a Língua Brasileira de Sinais – Libras como
meio legal de comunicação e expressão, determinando que sejam
garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão,
Lei nº 10.436/02
bem como a inclusão da disciplina de Libras como parte
integrante do currículo nos cursos de formação de professores e
de fonoaudiologia.
A Portaria nº 2.678/02 do MEC aprova diretrizes e normas para o
uso, o ensino, a produção e a difusão do sistema Braille em todas
Portaria nº
as modalidades de ensino, compreendendo o projeto da Grafia
2.678/02
Braille para a Língua Portuguesa e a recomendação para o seu
uso em todo o território nacional.
Em 2003, é implementado pelo MEC o Programa Educação
Inclusiva: direito à diversidade, com vistas a apoiar a
Programa transformação dos sistemas de ensino em sistemas educacionais
Educação inclusivos, promovendo processo de formação de gestores e
Inclusiva educadores nos municípios brasileiros para a garantia do direito
de acesso de todos à escolarização, oferta do atendimento
educacional especializado e a garantia da acessibilidade.
O Decreto nº 5.296/04 regulamentou as Leis nº 10.048/00 e nº
10.098/00, estabelecendo normas e critérios para a promoção da
acessibilidade às pessoas com deficiência ou com mobilidade
Decreto nº
reduzida. Nesse contexto, o Programa Brasil Acessível, do
5.296/04
Ministério das Cidades, é desenvolvido com o objetivo de
promover a acessibilidade urbana e apoiar ações que garantam o
acesso universal aos espaços públicos.
Decreto que regulamenta a Lei nº 10.436/2002, visando o acesso
à escola aos estudantes surdos, dispõe sobre a inclusão da Libras
como disciplina curricular, a formação e a certificação de
Decreto nº
professor de Libras, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o
5.626/05
ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para
estudantes surdos e a organização da educação bilíngue no
ensino regular.
Núcleos de Implantado em 2005, os núcleos são organizados para serem
Atividades de referência na área das altas habilidades/superdotação, devendo
Altas realizar o atendimento educacional especializado, ofertando
Habilidades/Sup orientação às famílias e a formação continuada aos professores
erdotação – do ensino comum.
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NAAH/S
Para a implementação do PDE é publicado o Decreto nº
Decreto nº 6.094/2007, que estabelece nas diretrizes do Compromisso Todos
6.094/2007 pela Educação, a garantia do acesso e permanência no ensino
regular.
O Conselho Nacional de Educação – CNE publica a resolução
CNE/CEB, 04/2009, que institui as Diretrizes Operacionais para o
Resolução Atendimento Educacional Especializado – AEE na Educação
CNE/CEB, Básica. Essa resolução determina o público-alvo da educação
04/2009 especial, estabelece o caráter complementar ou suplementar do
AEE, prevendo sua institucionalização no projeto político-
pedagógico da escola.
A CONAE (2014), dá origem à lei 13005/14, que reúne metas e
CONAE - 2014 estratégias a serem implementadas na educação no período de
2014 a 2024.
Em 6 de julho é instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
ESTATUTO DA com Deficiência N. 13.146/2015, conhecida como (Estatuto da
PESSOA COM Pessoa com Deficiência), essa lei foi destinada a assegurar e a
DEFICIÊNCIA – promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e
2015 das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando
à sua inclusão social e cidadania.
Fonte: Elaboração própria
Dessa forma, podemos refletir que a Constituição Federal não só legisla que a
educação deve ser um direito de todos, como também certifica o acesso aos níveis mais
elevados do ensino, segundo a capacidade de cada um (arts 205 e 208, V).
- Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão – Canadá, 2001
O objetivo dessa Declaração, foi destacar a importância da inclusão, não apenas
incluir os sujeitos excluídos da sociedade, mas enfatizar o papel do governo na
implementação, monitoramento de políticas públicas e práticas inclusivas.
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Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 2 e a
atividade 2.1.
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UNIDADE 3
CONTRIBUIÇÕES DA DEFECTOLOGIA DA
PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL DE
VYGOTSKY PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL E OS
TIPOS DE DEFICIÊNCIAS
OBJETIVO DA UNIDADE: Refletir sobre os fundamentos da defectologia descrita por
Vygostky para as crianças com deficiência bem como conhecer o público alvo da educação
especial.
A deficiência não deve ser vista como condição primordial que impede o
desenvolvimento. É no ambiente social e não orgânico, que as condições biológicas são
vistas como incapacitadoras. A respeito deste desenvolvimento da criança com deficiência,
Vygotsky formula em seus Fundamentos da Defectologia que as leis que regem o
desenvolvimento tanto da criança típica ou atípica são, fundamentalmente, as mesmas,
assim como as leis que governam a atividade vital são as mesmas, sejam normais ou
patológicas as condições de funcionamento de qualquer órgão ou do organismo em seu
conjunto (VYGOTSKY, 1993, p. 191).
Na perspectiva da Educação Inclusiva, a educação especial oferece o atendimento
educacional especializado, no qual o aluno dito da Educação Especial é potencializado. Suas
ações devem ser integradas à proposta pedagógica da escola, principalmente no que diz
respeito ao provimento de condições de acesso, participação e aprendizagem para este
aluno no ensino comum.
Na educação especial, o atendimento educacional especializado em salas de recursos
multifuncionais se apresenta para complementar ou suplementar a aprendizagem dos
alunos com deficiências, devido às características específicas, a saber, trabalho com
pequenos grupos, recursos didáticos, equipamentos, recursos multimidiáticos, entre outras.
Oferece condições favoráveis para que o professor, como mediador da aprendizagem,
acompanhe o processo escolar do aluno para que ele se perceba e sinta segurança para a
elaboração e ações que oportunize situações de experiências reais. Cabe a este profissional
criar situações de aprendizagem que propiciem diferentes tipos de respostas acerca de um
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mesmo conhecimento e que motivem as relações interpessoais, possibilitando assim, o
posicionamento do aluno como sujeito da sua aprendizagem (GONZÁLEZ REY, 2006, p.38).
A aprendizagem humana é complexa, e não se limita ao simples depósito de
conteúdos, de informações, pois o conhecimento não é linear e nem tampouco
compartimentado. O enfoque da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva
está na aprendizagem, levando em consideração as muitas maneiras de aprender, as
riquezas das interações com o meio e das diferentes formas de expressão. Alguns alunos já
demonstram qual é o seu estilo de aprendizagem, outros, nos desafiam a descobri-lo.
Desta maneira, Vygotsky afirma que dos próprios alunos deve ser o pleno processo
de respostas com todos os seus três momentos: a percepção do estímulo, a sua elaboração
e a ação responsiva (VYGOTSKY, 2004). Mas para o aluno dito da Educação Especial, a ação
de um mediador para efetivação destes três momentos é de extrema importância. Toda
ação pedagógica é desenvolvida em uma ação de reciprocidade, dentro de um ambiente
social contextualizado.
Este contexto nos obriga a pensar as práticas pedagógicas do professor, mesmo
sabendo que não cabe somente a ele a competência de oportunizar respostas educativas às
necessidades especiais dos alunos. Esta responsabilidade deve ser compartilhada, de forma
colaborativa por todos os sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem do
contexto escolar, sem, contudo, deixar de envolver a participação da família.
O aluno da Educação Especial, como qualquer outra criança, inicia sua aprendizagem
muito antes de frequentar o ensino formal, todavia, segundo Vygotsky (apud LUCCI, 2006),
a aprendizagem escolar introduz elementos novos no seu desenvolvimento.
Por esta razão, as estratégias pedagógicas utilizadas, para possibilitar a
aprendizagem dos alunos com deficiência, exige um minucioso conhecimento da realidade
do aluno e flexibilidade em propor oportunidades e atividades muitas vezes bem distintas
das oferecidas tradicionalmente, desde que sejam planejadas e contextualizadas,
significativas para o aluno, que promovam compreensão das possibilidades de
estabelecimento de relações com vivências anteriores, relevantes e já existentes na sua
estrutura cognitiva.
Para Vygotsky (1993), o que melhor traduz o desenvolvimento mental refere-se a
tudo aquilo que a criança poderá realizar com a ajuda de outra pessoa que sabe mais. Para
ele, somente por meio do contexto histórico, social e cultural é que a aprendizagem deve
ser explicada.
Fonte: http://migre.me/wChzX
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3.2 Caracterização do público da educação especial
- Deficiência Intelectual
Segundo a Organização Mundial da Saúde–OMS (2007), o termo Deficiência
Intelectual é usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica,
fisiológica ou anatômica, parte biológica da pessoa. A convenção da Guatemala,
internalizada à Constituição Brasileira pelo Decreto nº 3.956/2001, no seu artigo 1º define
deficiência:
[...] uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou
transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades
essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e
social. Essa definição ratifica a deficiência como uma situação. (BRASIL,
2007, p. 14).
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ou mental é conhecida por problemas com origem no cérebro e que
causam baixa produção de conhecimento, dificuldade de aprendizagem e
um baixo nível intelectual (BRASIL, 2004, p.33).
Nesse sentido, o Código Internacional das Doenças (CID X), estabelece por meio da
Organização Mundial da Saúde, a deficiência Mental/Intelectual considerações como Retardo
Mental (F70 - F79). O F70 se refere ao retardo mental leve; o F71 ao retardo mental
moderado; F72 ao retardo mental grave, F73 ao retardo mental profundo, F78 a outros
retardos mentais e o F79 refere-se ao retardo mental não especificado.
Fonte: http://migre.me/wEzFe
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ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade” (BRASIL, 2009, p.
17).
Há registro, em muitos casos, sobre a precocidade, que é o aparecimento das
habilidades e a resistência dos indivíduos aos obstáculos e frustrações existentes no seu
processo de desenvolvimento. Na fase de precocidade os sujeitos com altas
habilidades/superdotação ainda estão em processo de desenvolvimento e muitas vezes,
apesar dessa precocidade, não efetivam todo seu potencial. É na infância, geralmente, que
começam a se evidenciar as altas habilidades.
Fonte: http://migre.me/wEwHg
- Deficiência Física
Segundo o Decreto n. 3.298 de 1999, o conceito de deficiência física é:
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As principais alterações funcionais motoras decorrentes de lesão do Sistema
Nervoso são as que ocorrem nos tônus musculares (hipertonia, hipotonia, atividades tônicas
reflexas, movimentos involuntários e incoordenados). As terminologias “para, mono, tetra,
trie, hemi”, diz respeito à determinação da parte do corpo envolvida, significando
respectivamente, “somente os membros inferiores, somente um membro, os quatro
membros, três membros ou um lado do corpo”.
Já as lesões neurológicas não evolutivas, como a paralisia cerebral ou traumas
medulares devem ser distinguidas de outros quadros progressivos como, distrofias
musculares ou tumores que agridem o Sistema Nervoso. Nos primeiros casos, se tem uma
lesão de característica não evolutiva e quando essas são estimuladas por meio de recursos
específicos as mesmas tendem a diminuir. Já no segundo caso, há um aumento progressivo
de incapacidades funcionais, como consequência os problemas de saúde que estão
associados podem se tornar mais frequentes.
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Fonte: http://migre.me/wEwBo
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d'Audiophonologie-BIAP e da Portaria Interministerial n. 186, de 10/03/78 (MEC/SEESP,
1995, p. 17-18), considera-se "parcialmente surdo" e "surdo" os indivíduos que
apresentam, respectivamente, surdez leve ou moderada e surdez severa ou profunda.
Parcialmente surdo:
a) surdez leve: a perda auditiva é de até quarenta decibéis. Essa perda impede
que o indivíduo perceba igualmente todos os fonemas das palavras, mas não impede a
aquisição normal da linguagem, embora esta possa ser a causa de algum problema
articulatório ou dificuldade na leitura e/ou escrita. Em geral, tal indivíduo é considerado
desatento, solicitando, frequentemente, a repetição daquilo que lhe é falado;
b) surdez moderada: a perda auditiva está entre quarenta e setenta decibéis.
Esses limites se encontram no nível da percepção da palavra; é frequente o atraso de
linguagem e as alterações articulatórias, havendo, em alguns casos, problemas linguísticos
mais graves. Em geral, os indivíduos com surdez moderada identificam as palavras mais
significativas, apresentando dificuldade em compreender outros termos de relação e/ou
frases gramaticais. Sua compreensão verbal está intimamente ligada à sua aptidão
individual para a percepção visual.
c) Surdo
surdez severa: a perda auditiva está entre setenta e noventa decibéis. Este tipo
de perda permite que o indivíduo apenas perceba sons fortes e conhecidos, podendo
ele atingir a idade de quatro ou cinco anos sem aprender a falar. A compreensão
verbal dependerá, principalmente, da aptidão do indivíduo para utilizar a percepção
visual e para observar o contexto das situações;
surdez profunda: a perda auditiva é superior a noventa decibéis. Essa perda
impede que o indivíduo perceba e identifique a voz humana, impossibilitando-o de
adquirir a linguagem oral.
Nessa perspectiva,
Deficiência auditiva, segundo o Decreto nº 5.296/04, art 5º, inciso 1º, ”b”,
é a perda bilateral, parcial de 41 decibéis (dB), ou mais aferida por
audiograma na frequência de 500Hz, 1.000hz, 2.000Hz e 3.000Hz, ou seja,
são perdas leves e moderadas de audição a incapacidade de ouvir
determinados sons em diferentes graus de intensidade podendo acarretar
distúrbio na comunicação oral e necessitarem de professores e aparelhos
especiais. [...] (BRASIL, 2004)
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deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou
cirúrgico; Neurossensorial: decorre da impossibilidade de recepção do som por lesão das
células ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Este tipo de deficiência auditiva é
irreversível; Mista: decorre de alterações nos mecanismos de processamento da informação
sonora no tronco cerebral (Sistema Nervoso Central).
Fonte: http://migre.me/wEtL1
- Deficiência Visual
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Fonte: http://migre.me/wEtPH
- Deficiência Múltipla
[...] expressão adotada para designar pessoas que têm mais de uma
deficiência. É uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos
de pessoas, revelando associações diversas de deficiência que afetam, mais
ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento
social.
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National Information Center for Children and Youth with Disabilities (NICHCY) define
deficiência múltipla como sendo a condição em que pessoas apresentam deficiência
intelectual profunda e que frequentemente apresentam dificuldades adicionais nos
movimentos, perdas sensoriais e problemas de comportamento. Podemos observar uma
concepção de definição de deficiência múltipla que parte especificamente da deficiência
intelectual.
Fonte: http://migre.me/wExwi
O termo transtorno foi utilizado pela tradução brasileira do Código Internacional das
Doenças CID-10 como “forma de evitar problemas ainda maiores inerentes ao uso de
termos tais como 'doença' ou 'enfermidade'“ (CID-10, p.5).
Segundo a Resolução n. 4, de 2 de outubro de 2009, entende como alunos
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TGD:
Nesse sentido a Organização Mundial de Saúde, (apud ROSA, 2003, p. 82), por
intermédio da classificação dos transtornos mentais relata que:
O autismo se constitui em transtorno global do desenvolvimento
caracterizado por a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado
antes da idade de três anos; b) apresentando uma perturbação
característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes;
interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo.
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Fonte: http://migre.me/wEzWI
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UNIDADE 4
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A síndrome pode ocorrer em qualquer família, porém existe pouca comprovação e
fatores que levam à ocorrência do nascimento de crianças com síndrome, mas se sabe que
as gestantes acima de 35 anos têm grande probabilidade de gerar uma criança com
síndrome de down.
Nesse sentido a Fundação Síndrome de Down (2012), relatou em seu site (domínio
público) que não se conhece com precisão os mecanismos da disfunção que causa a SD,
mas está demonstrado cientificamente que acontece igualmente em qualquer raça, sem
nenhuma relação com o nível cultural, social, ambiental, econômico, entre outras. Há uma
maior probabilidade da presença de SD em relação à idade materna, e isto é mais frequente
a partir dos 35 anos, quando os riscos de se gestar um bebê com SD aumenta de forma
progressiva. Paradoxalmente, o nascimento de crianças com SD é mais frequente entre
mulheres com menos de 35 anos, isto se deve ao fato de que mulheres mais jovens geram
mais filhos e também pela influência do diagnóstico pré-natal que é oferecido
sistematicamente às mulheres com mais de 35 anos. Assim, podemos perceber a
importância da idade materna, como risco de nascimento de crianças com síndrome de
down, mas isso não significa que o nascimento não pode ocorrer entre as mães mais novas.
A criança com Síndrome de Down possui características físicas típicas, e se parecem
um pouco entre si. Contudo, algumas pessoas dessa síndrome apresentam características
ou condições, enquanto outras não. Um grande engano que acontece ao falar do
desenvolvimento dessa síndrome, está relacionado às características que não são comuns
entre si, pois não desenvolve as mesmas formas, as incapacidades, limitações orgânicas,
motoras e cognitivas.
Sobre as deficiências, o Decreto n. 3.298, de 20 de dezembro de 1999, afirma
A pessoa com deficiência, seja qual for a deficiência, existe e sempre existiu, isso é
fato. Considerando que cada um de nós conheça pelo menos uma pessoa com deficiência,
teremos aí acertadamente uma população significativa e não apenas um pequeno número
inexpressivo. Porém, essa visibilidade de “hoje” é consequência da trajetória de luta pelos
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direitos da pessoa com deficiência que perpassa pelos direitos humanos, e, resultado
também de uma mudança cultural e filosófica da sociedade.
A presença de um diagnóstico confirmando a deficiência, no seio familiar,
geralmente provoca uma desestruturação e um desequilíbrio na relação de pais e filhos. O
sentimento de culpa e autoatribuição das causas da patologia do filho, pode afetar o bem-
estar destas famílias, gerando sentimentos de decepção, isolamento social, stress,
frustração, desespero, dentre outros fatores de desequilíbrio emocional que podem
representar a trajetória escolar e o desenvolvimento da criança.
A família como membro da sociedade, merece toda uma atenção na questão da
pessoa com deficiência e a inclusão escolar. Foram anos de reclusão dentro de casa ou em
ambientes terapêuticos e/ou espaços de socialização. Fala-se muito da pessoa com
deficiência, mas pouco se diz da sua família. Como bem disse Casarin (1999), toda família
sonha com a chegada de seu novo membro, aquele filho (a) há muito esperado, planejado,
desejado ou não, mas idealizado: uma criança saudável, linda, perfeita sem doenças ou
problemas de saúde. Quando isso não acontece, vive-se então um período de aceitação
dessa criança pelos pais e demais familiares. Começa assim, uma longa caminhada onde
cada um tem a missão de aprender a ser, a aceitar-se e lutar pelo direito de ter um filho
diferente e ser respeitado como todo e qualquer cidadão.
No movimento, por uma escola inclusiva, devemos levar em consideração que a
família da pessoa com deficiência precisa ser assistida, tanto no tocante ao acolhimento
psicossocial e afetivo como também na informação dos direitos constitucionais adquiridos
para as pessoas com deficiência. Ninguém melhor que a família para representar o seu filho
(a) nas questões tangentes à inclusão escolar e direitos do cidadão. Porém onde há direitos
há também deveres. Os pais são os representantes legais de seus filhos (as), sendo assim
corresponsáveis pela saúde e educação deles, não podendo deixar a cargo unicamente do
Estado ou da escola a responsabilidade de procurar proporcionar melhores condições de
vida para a criança.
Diante do exposto, podemos considerar que tanto a inclusão escolar como a inclusão
social são necessárias e estão interligadas, e para que aconteça a inclusão é importante a
informação e a formação da comunidade escolar, pais, todos envolvidos com e na
educação.
Quando falamos em alunos com deficiência, uma pergunta sempre surge por parte
dos professores e comunidade: “Como as escolas estão se organizando para receber os
alunos deficientes, que há tempo não tão distante, só frequentavam instituições
especializadas? Uma das respostas mais adequadas ou comum, para a organização das
escolas, está na aquisição do conhecimento, e esse só vem por intermédio de informação e
formação continuada.
A escola para ser inclusiva precisa se organizar, proporcionar um ambiente adequado
para receber os alunos com deficiência. A organização passa pela estrutura física do prédio,
rampa, banheiros, bebedouros acessíveis e também pela estruturação pedagógica como:
adequação do currículo conforme a especificidade de cada aluno.
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Ainda falando de estruturação pedagógica, a educação especial oferta aos alunos
com deficiência o Atendimento Educacional Especializado - AEE, como é conhecido.
Segundo o Decreto n. 6.571, de 17 de setembro de 2008:
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mobilidade, acessibilidade, disponibilização de recursos necessários, de modo que os alunos
com deficiência tenham garantido a igualdade de condições no ensino comum e não um
reforço das disciplinas comuns.
No tocante ao lócus das salas de recursos multifuncionais e do apoio, o Conselho
Nacional de Educação nas Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional
Especializado (AEE) na Educação Básica, modalidade Educação Especial, Resolução n. 4, de
2 de outubro de 2009, especifica no art. 5º que:
Neste documento é possível entender o suporte que deve ser dado aos alunos da
Educação Especial, no sentido pedagógico e financeiro, como no Art. 8º “Serão
contabilizados duplamente, no âmbito do FUNDEB, de acordo com o Decreto n. 6.571/2008,
os alunos matriculados em classe comum de ensino regular público que tiverem matrícula
concomitante no AEE”. No parágrafo único, diz “O financiamento da matrícula no AEE é
condicionado à matrícula no ensino regular da rede pública, conforme registro no Censo
Escolar/MEC/INEP do ano anterior, sendo contemplada”:
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especialmente com relação às funções psicologicamente superiores, tipicamente humanas e
são sobre essas funções que se desenvolvem as principais práticas escolares.
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Para finalizar seu estudo, realize o Exercício 4 e a
Atividade 4.1.
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sindrome-sintoma-e-sinal>. Acesso em: mai. 2019.
EXERCÍCIO 1
EXERCÍCIO 2
ATIVIDADE 2.1
Com base nas informações do quadro Marcos Legais da Educação Especial, descreva em no
máximo 10 (dez) linhas qual a importância do Estatuto da Pessoa com Deficiência -2015.
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EXERCÍCIO 3
ATIVIDADE 3.1
Imagine que esteja à frente dos cuidados escolares de uma criança com deficiência
auditiva, do primeiro ano do ensino fundamental, faça uma análise de sua atuação e aponte
no mínimo três possibilidades de intervenção pedagógica.
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EXERCÍCIO 4
ATIVIDADE 4.1
No movimento, por uma escola inclusiva, devemos levar em consideração que a família da
pessoa com deficiência precisa ser assistida. Com base na afirmação, elabore um texto de
no máximo 20 linhas, justificando a necessidade da assistência à família da pessoa com
deficiência.
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