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Teologia
Pastoral II -
Missão e
Catequese
(02 créditos – 40 horas)
Autor:
Alexsandro Silva Lima
Palavras-chave:
1. Catequese 2. Missiologia 3. Teologia pastoral 4.
História
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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO
Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe
multidisciplinar da UCDB Virtual, com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático que
norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina e que compõe o Projeto Pedagógico do
seu curso.
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Objetivo Geral
Esta material didático pretende auxiliar o acadêmico no que diz respeito aos
conteúdos de catequese e missão, levando-o a entender que estes temas, por vezes
considerados menos importantes, são como que a base da vida eclesial e como cada uma é
importante para a outra, pois não existe uma catequese fecunda se não for missionária, e
por outro lado, as missões de nada servem se não ensinarem aquilo que de mais belo
temos: Jesus Cristo.
SUMÁRIO
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4.2 Novo Testamento .................................................................................................. 36
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 51
EXERCÍCIOS E ATIVIDADES ............................................................................... 53
Avaliação
A UCDB Virtual acredita que avaliar é sinônimo de melhorar, isto é, a finalidade da
avaliação é propiciar oportunidades de ação-reflexão que façam com que você possa
aprofundar, refletir criticamente, relacionar ideias, etc.
A UCDB Virtual adota um sistema de avaliação continuada: além das provas no final de
cada módulo (avaliação somativa), será considerado também o desempenho do aluno ao longo
de cada disciplina (avaliação formativa), mediante a realização das atividades. Todo o processo
será avaliado, pois a aprendizagem é processual.
Para que se possa atingir o objetivo da avaliação formativa, é necessário que as
atividades sejam realizadas criteriosamente, atendendo ao que se pede e tentando sempre
exemplificar e argumentar, procurando relacionar a teoria estudada com a prática.
As atividades devem ser enviadas dentro do prazo estabelecido no calendário de
cada disciplina. As atividades enviadas fora do prazo serão aceitas nas seguintes condições:
• As atividades enviadas 7 dias após o vencimento do prazo serão corrigidas com a
pontuação normal, isto é, sem penalização pelo atraso.
• Após os 7 dias, o professor aplicará um desconto de 50% sobre o valor da ati-
vidade.
Critérios para composição da Média Semestral:
A prova presencial tem peso 7,0 e as atividades virtuais têm peso 3,0. Portanto, para calcular a
Média, o procedimento é o seguinte:
1. Multiplica-se o somatório das atividades por 0,30;
2. Multiplica-se a média das notas das provas por 0,70.
Para termos a Média Semestral, somam-se os dois resultados anteriores, ou seja:
MS = MP x 0, 7 + SA x 0,3
MS: Média Semestral / MP: Média das Provas / SA: Somatório das Atividades
Assim, se um aluno tirar 10 na(s) prova(s) e tiver 10 nas atividades:
MS = 10 x 0,7 + 10 x 0,3 = 7,0 + 3,0 = 10
Se a Média Semestral for igual ou superior a 4,0 e inferior a 7,0, o aluno ainda
poderá fazer o Exame. A média entre a nota do Exame e a Média Semestral deverá ser igual
ou superior a 5,0 para considerar o aluno aprovado na disciplina.
O quadro abaixo visa ajudá-lo a se organizar na realização das atividades. Faça seu
cronograma e tenha um controle de suas atividades:
Atividade 1.1
Ferramenta: Tarefa
Atividade 3.1
Ferramenta: Tarefa
Atividade 5.1
Ferramenta: Tarefa
* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade (consulte o
calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem).
** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade.
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BOAS VINDAS
Neste módulo iremos dar continuidade aos estudos de Teologia Pastoral, ou Prática.
Desta vez o enfoque será: catequese e missão.
Aproveite este curso e lembre-se de que a teologia se faz de joelhos e tudo o que
for aprendido aqui deve alcançar o seu dia a dia na pastoral.
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Pré-teste
A finalidade deste pré-teste é fazer um diagnóstico quanto aos conhecimentos
prévios que você já tem sobre os assuntos que serão desenvolvidos nesta
disciplina. Não fique preocupado com a nota, pois não será pontuado.
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INTRODUÇÃO
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UNIDADE 1
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primitiva pregação, que se forma o Novo Testamento. Ele é a fixação da catequese dos
Apóstolos (SANTOS, 1979, p. 19).
Os conteúdos destas catequeses primitivas partem do decálogo, das bem-
aventuranças e preceitos das relações sociais. A questão doutrinal desenvolve-se a partir da
dos núcleos querigmáticos, hinos e confissões de fé presentes no Novo Testamento. Estes
respondem à necessidade de ensinar, aos que seriam batizados, a fé que se pedia que
professassem diante do batismo a ser assumido e vivido. Consiste sobretudo na
apresentação do desígnio salvífico de Deus, cujo ponto ápice é Cristo, segundo o
desdobramento da Sagrada Escritura (Dicionário de Catequética, 2004, p. 564).
Até o século II não há nada de concreto com relação à preparação do batismo dos
convertidos, apenas Justino (Primeira apologia 61-66) dá o testemunho de uma espécie de
preparação litúrgica imediata. Já no século III, o catecumenato aparece fortemente
estabelecido nas principais Igrejas. Sobre o objetivo do catecumenato, afirma Irmão Nery:
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1.2 A catequese na Idade Média
É a partir disso, que a catequese se organiza de modo original para a época: pela
participação nas cerimônias da Igreja e pela arte. Liturgia,
vitrais artísticos, impressões sensoriais dão facilidade ao
sentido do sagrado, ao mesmo tempo davam uma formação
moral. Aqui também é válido recordar os devocionismos, que
desempenham papel importante no processo catequético de
educação na fé. Oração, ascese, contemplação introduziam a
experiência pessoal na vida religiosa.
Fonte: https://goo.gl/rd9zS3
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Segundo o Dicionário de Catequética (2004, p.568), ao concluir a Idade Média, a
catequese vive um momento de declarada decadência. Há uma profunda ignorância
religiosa, as reformas pretendidas com o Concílio de Tortosa (1429) ficam totalmente
estéreis. Cria-se uma enraizada ausência bíblica; o antropocentrismo e o moralismo,
defeitos que já vinham caracterizando a vida cristã deste período, ficam ainda mais
aguçados. A esta situação, que foi qualificada como vazio catequético, teve de suceder uma
séria tentativa de reforma.
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1.4 A catequese na Idade Contemporânea
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1.5 A catequese e o Vaticano II
Dentre estes, já destacados, devido à afinidade com a Palavra, se dará maior ênfase
à Dei Verbum. Seu objeto central é a Palavra de Deus, que o magistério supremo “escuta
devotamente, guarda religiosamente e expõe com fidelidade” (cf. Dei Verbum, 10). É
salutar entender, que uma das prioridades da Dei Verbum, é revitalizar através da Escritura,
o ministério da Palavra, que inclui a catequese (cf. Dei Verbum, 24).
Feitas estas considerações preliminares, rapidamente é de valia apresentar algumas
orientações expressas do Concílio sobre a catequese:
a) Importância e finalidade: no decreto Christus Dominus, apresenta-se que
dentre as formas “para anunciar a doutrina cristã, ocupam o primeiro lugar a
pregação e a formação catequética” (13c);
b) Sujeitos e metodologia: o sujeito de toda a ação evangelizadora e catequética
é toda pessoa de qualquer condição social (cf. LG 5, CD 7,13). Quanto à
metodologia, o Concílio pede que a formação catequética se realize com ordem e
método a respeito da matéria e das faculdades, da idade, e das condições de
vida dos crentes (cf. CD 14ª).
c) Catequistas e lugares para a catequese: os agentes da catequese
aparecem de modo diversificado, porém cumprem eles a mesma missão, bispos
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(cf. CD 12), os presbíteros (cf. LG 10), os religiosos e religiosas (cf. AG 15), os
pais (cf. AA 11), e os catequistas seculares (cf. AA 10; AG 15). Já os lugares para
a catequese, estes devem ser as instituições educativas escolares ou
extraescolares (cf. GE 3-5). Em qualquer caso deve se respeitar a liberdade
religiosa.
Portanto, fica notável a contribuição do Concílio Vaticano II para o processo de
crescimento da pedagogia catequética. E isso não se deverá ao próprio modelo que o
Concílio seguiu? Paulo VI chegou a chamá-lo de “o grande catecismo dos tempos
modernos” (cf. CaIC 10).
Dica de aprofundamento
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UNIDADE 2
Dica de aprofundamento
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78-79). A catequese faz parte do ministério da Palavra e do profetismo eclesial. O
catequista é um autêntico profeta, pois pronuncia a Palavra de Deus, na força do Espírito
Santo. Fiel à pedagogia divina, a catequese ilumina e revela o sentido da vida.
A sua finalidade é aprofundar o primeiro anúncio do Evangelho: levar o catequizando
a conhecer, acolher, celebrar e vivenciar o mistério de Deus, manifestado em Jesus Cristo,
que nos revela o Pai e nos envia o Espírito Santo. Conduz à entrega do coração a Deus, à
comunhão com a Igreja, corpo de Cristo (cf. DGC 80-81; Catecismo 426-429), e à
participação em sua missão.
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2.3 Finalidade específica da Catequese
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Dica de aprofundamento
Por isso mesmo, o documento faz alguns apontamentos acerca desta realidade, a
saber:
Catequese conforme as idades: a catequese conforme as idades é uma
exigência essencial para a comunidade cristã. Leva em conta os aspectos tanto
antropológicos e psicológicos como teológicos, para cada uma das idades. É
necessário integrar as diversas etapas do caminho de fé. Essa integração possibilita
uma catequese que ajude cada um a crescer na fé, à medida que vai crescendo em
outras dimensões da sua maturidade humana e tendo novos questionamentos
existenciais;
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Catequese na diversidade: neste caso são levadas em consideração as
diversas realidades presentes, que perpassam a Igreja como um todo, a saber:
grupos indígenas, afro-brasileiros, pessoas com deficiência, marginalizados e
excluídos, pessoas em situações canonicamente irregulares, grupos diferenciados e
ambientes diversos;
Catequese conforme o contexto sociorreligioso: o pluralismo cultural e
religioso, na complexidade do mundo atual, muitas vezes confunde e desorienta
membros da comunidade. É indispensável uma catequese evangelizadora, que
eduque os cristãos a viverem sua vocação de batizados neste mundo plural,
mantendo sua identidade de pessoas que acreditam e de membros da Igreja,
abertos ao diálogo com a sociedade e o mundo;
Catequese conforme o contexto sociocultural: Seguindo o exemplo de
Jesus Cristo, o Verbo encarnado na história, é urgente assumir a enculturação do
Evangelho nas culturas. Para isso é preciso conhecer melhor cada cultura e
entender os costumes do povo brasileiro, a fim de apresentar o Evangelho de modo
mais familiar e eficiente. Símbolos, celebrações e encontros de catequese que
levam em consideração a cultura dos destinatários tornarão a Igreja um espaço
onde as pessoas se sentirão mais à vontade, respeitadas e valorizadas a partir do
seu jeito próprio.
Ao fazer esta breve abordagem sobre os diretórios que regem a catequese na
atualidade, é importante se perceber que há um processo histórico por detrás e que a
catequese precisa estar onde estão as mais diversas realidades, para que a força do
Evangelho se faça presente não obstante os desafios da contemporaneidade. É dentro desta
mesma perspectiva, que na próxima unidade se fará uma abordagem sobre a catequese
entendida como uma formação permanente e o retorno às raízes das primeiras
comunidades cristãs.
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UNIDADE 3
Por Iniciação Cristã se entende todo o processo pelo qual alguém é incorporado ao
mistério de Cristo Jesus, ou seja, é a verdadeira iniciação na celebração dos sacramentos do
Batismo, Eucaristia e Crisma. Estes foram chamados, a
partir do século XIX, de Sacramentos da Iniciação.
Pela doutrina do “ex opere operato” (uma vez
realizado o sacramento com fé e com todos os requisitos
canônico-litúrgicos, realiza-se o efeito salvífico significado
pelo rito sacramental), a Igreja professa que todo batizado
é verdadeiramente incorporado em Cristo Jesus e começa a
fazer parte do Corpo Místico, do Povo de Deus, da Igreja.
Mas, a expressão iniciação cristã passou a constituir todo o
processo pós-batismal percorrido para se chegar a esta
profunda realidade da fé do ponto de vista experiencial e
existencial (ALVES, 2009).
Fonte: https://goo.gl/gTW2Mb
O processo que, desde o século II, passou a valer na Igreja para iniciar os seus
novos membros, recebeu o nome de Catecumenato. Segundo alguns autores esse nome
pode significar apenas o “segundo tempo” da iniciação cristã, o mais longo e mais
propriamente catequético. O que mais se nota é o seu uso para significar todo o processo
da iniciação cristã.
Diante desta explanação inicial, ainda se pode questionar: mas o que é de fato a
iniciação cristã? Iniciação é sempre iniciação ao mistério, é mergulho pessoal no mistério;
ele está presente também no centro da fé. Jesus fala do Reino usando a categoria de
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mistério: “A vós é confiado o mistério do Reino de Deus” (Mc 4,11; cf. Mt 13,11; cf. Lc
8,10).
Segundo Alves (2009), o conceito de mistério aparece pouco no Antigo Testamento,
mas é muito usado por Paulo, tornando-se uma categoria fundamental para a fé. Foi usado
para manifestar o desígnio divino de salvação, que para Paulo se concentra na pessoa de
Jesus, sua vida, morte e ressurreição. Paulo contrapõe a “sabedoria humana” à “sabedoria
misteriosa” de Deus (1Cor 2,7) e diz que sua missão é fazer conhecer a gloriosa riqueza
deste mistério em meio aos gentios.
É justamente desta mensagem cristã, que por sua vez é apresentada como mistério,
que o aderente à fé é levado naturalmente à realidade da iniciação. O mistério é um
segredo que se manifesta somente aos iniciados. Diferentemente de outros conhecimentos
ou práticas, não se tem acesso ao mistério através de um ensino teórico, ou com a
aquisição de certas habilidades. Para ter acesso aos divinos mistérios a pessoa precisa, de
uma maneira ou de outra, ser iniciada a essas realidades maravilhosas através de
experiências que a marcam profundamente. São os ritos iniciáticos tão desenvolvidos na
antiguidade e em sociedades modernas secretas ou esotéricas, em geral ministrados a um
círculo restrito e fechado de pessoas (ALVES, 2009).
Os cristãos lançaram mão dessa realidade tão humana e arraigada nas culturas, de
tal modo que o cristianismo foi até confundido com uma das tantas religiões iniciáticas que
pululavam no Oriente Médio. Entretanto, era algo muito mais profundo: para participar do
mistério de Cristo Jesus era preciso passar por uma experiência impactante de
transformação pessoal e deixar-se envolver pela ação do Espírito. O processo de
transmissão da fé tornou-se, sim, iniciático em sua metodologia. Descobrir o mistério da
pessoa de Jesus e os mistérios do Reino, assumir os compromissos de seu caminho, viver a
ascese requerida pela moral cristã... são realidades muito exigentes; sem um verdadeiro
processo de iniciação não se alcança seu verdadeiro sentido.
O catecumenato foi um caminho antigo e eficiente, desenvolvido pelas comunidades
cristãs, aprofundado pelos Santos Padres, acolhido e institucionalizado pela autoridade
eclesiástica, núcleo do próprio desenvolvimento do ano litúrgico, gerado nesse processo. O
valor do mistério de Cristo e da Igreja era experimentado e depois explicado numa vivência
marcada pelo rito através de uma catequese chamada “mistagógica” (que inicia ao
mistério). O rito, ao envolver a pessoa por inteiro, marca-a mais profundamente do que a
simples instrução e interioriza o que foi aprendido e proclamado, realçando a dimensão de
compromisso (ALVES, 2009).
Iniciação não é invenção cristã; está na raiz de muitas religiões na antiguidade e,
mais ainda, na raiz de quase todas as culturas: antes de ser uma realidade religiosa, é uma
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realidade antropológica, que as sociedades modernas quase que perderam por completo. Aí,
talvez, esteja a nossa grande dificuldade de trabalhar com a iniciação ao mistério: não é
uma experiência do nosso dia a dia; falta-nos substrato antropológico (ALVES, 2009).
Dica de aprofundamento
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É justamente por isso que a catequese leva em conta essa expressão de fé pelo rito
para desenvolver também uma verdadeira educação para a ritualidade e o simbolismo.
b) Fundamento teológico
Segundo o Concílio Ecumênico Vaticano II, a liturgia é a celebração memorial do
mistério pascal, na perspectiva da História da Salvação. A memória se faz na assembleia
litúrgica pela leitura e interpretação das Sagradas Escrituras e pela celebração da Eucaristia
e dos outros sacramentos, sacramentais, ofício divino, ano litúrgico. Essa memória é
realizada na força do Espírito Santo, dando graças a Deus que torna presente e nos faz
participar do Mistério Pascal de seu Filho:
Por isso a liturgia é ação sagrada por excelência, cume para o qual tende a ação da
Igreja e, ao mesmo tempo, fonte da qual deriva
sua força, e requer uma participação plena,
consciente e ativa (cf. SC 7, 10 e 14). A
catequese bebe desta fonte e a ela conduz.
Segundo a Sacrosanctum Concilium, “Na
liturgia Deus fala a seu povo, Cristo ainda
anuncia o Evangelho e o povo responde a Deus
com cânticos e orações” (SC 33); e por este
mesmo motivo ela, ao realizar sua missão,
torna-se uma educação permanente da fé:
Fonte: https://goo.gl/STqwrZ
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afirmação e interiorização da experiência da fé. O RICA é o melhor exemplo de unidade
entre liturgia e catequese. Celebração e festa contribuem para uma catequese prazerosa,
motivadora e eficaz que nos acompanha ao longo da vida.
Por isso, os autênticos itinerários catequéticos são aqueles que incluem em seu
processo o momento celebrativo como componente essencial da experiência religiosa cristã.
É essa uma das características da dimensão catecumenal que hoje a atividade catequética
há de assumir: “Há uma relação íntima entre a fé, a celebração e a vida. O mistério de
Cristo anunciado na catequese é o mesmo que é celebrado na liturgia para ser vivido: ‘Pelos
sacramentos a liturgia leva a fé e a celebração da fé a se inserirem nas situações da vida’”
(DNC, n.118).
Nessa interação, a vida cristã é discernida à luz da fé e desenvolve-se uma co-
naturalidade entre culto e vida: “Acolhemos com alegria o atual anseio de, nas celebrações
litúrgicas, celebrar os acontecimentos da vida inseridos no mistério pascal de Cristo”.
A catequese litúrgica é um processo que visa enraizar uma união madura, consciente
e responsável com Cristo, sobretudo através das celebrações, e leva ao compromisso com o
serviço da evangelização nas diversas realidades da vida. Ela prepara aos sacramentos e
ajuda a vivenciá-los: leva a uma maior experiência do mistério cristão. Explica o conteúdo
das orações, o sentido dos gestos e dos sinais, educa à participação ativa, à contemplação e
ao silêncio.
Por fim, as fórmulas litúrgicas (particularmente as orações eucarísticas) são ricas de
conteúdo doutrinal que expressam o mistério celebrado: a catequese que leva os
catequizandos à sua maior compreensão deve ser considerada como “uma eminente forma
de catequese” (DGC 71; cf. CT 23; SC 35, 3; CDC 777, §1 e 2).
Dica de aprofundamento
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3.3 Catequese permanente
Todo este tópico está baseado nas reflexões feitas na V Conferência do Episcopado
da América Latina e do Caribe. Primeiramente é notório que a situação atual da catequese,
tem mudado. Tem crescido o tempo que se dedica à preparação para os sacramentos. Tem-
se tomado maior consciência de sua necessidade tanto nas famílias como entre os pastores.
Compreende-se que ela é imprescindível em toda formação cristã. Tem-se constituído
ordinariamente comissões diocesanas e paroquiais de catequese (DA, n.295).
Mas, no que tange à formação teológica e pedagógica dos catequistas, é preciso
avançar ainda mais. Os materiais ainda não se integram em uma pastoral de conjunto; e
carecem de métodos pedagógicos atualizados. Os serviços de catequese das paróquias
frequentemente necessitam de apoio das famílias. Os párocos e demais responsáveis não
assumem com maior empenho a função que lhes corresponde como primeiros catequistas
(DA, n.296).
É por este e outros motivos que:
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desenvolvimento das virtudes evangélicas, que as consolidem cada vez mais como Igrejas
domésticas.
Por fim, este crescimento na fé, pode ser potencializado com o processo educativo
presente na piedade popular mariana. Trata-se de um caminho educativo que, cultivando o
amor pessoal à Virgem, verdadeira “educadora na fé” que nos leva a nos assemelhar cada
vez mais a Jesus Cristo, provoque a apropriação progressiva de suas atitudes (DA, n.300).
Dica de aprofundamento
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3.5 Iniciação à Vida Cristã: itinerário para formar discípulos missionários –
Documento – 107 (CNBB)
Esta unidade será encerrada trazendo de modo objetivo alguns apontamentos sobre
o novo documento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) “Iniciação à vida
cristã: itinerário para formar discípulos missionários”. O texto foi aprovado pela 55ª
Assembleia Geral da CNBB e recebe o número de 107 da coleção azul da Conferência.
Constituído por uma introdução e quatro capítulos, ele é direcionado aos catequistas e
responsáveis pela animação pastoral das dioceses e comunidades.
Na introdução é evidenciada a nova perspectiva que a Igreja deve caminhar
“marcada pela alegria e que deve indicar rumos novos para a caminhada da Igreja.” É uma
necessidade urgente, a revisão de nosso processo de transmissão da fé. É um desafio que
interpela a todos (Doc. 107, n. 1). No Brasil, estamos assistindo a um crescente movimento
de recuperação do RICA. Contudo, nos deparamos com o desafio de não poder aplicá-lo na
íntegra, devido à grande diversidade pastoral e eclesial de nosso país (n. 6).
Capítulo I: parte-se do ícone bíblico de Jesus e a Samaritana, e dele se espera um
encontro com Jesus a exemplo da samaritana, e que este ilumine nossas reflexões sobre a
Iniciação à Vida Cristã, animando-nos a dar novos passos no caminho de nossa ação
evangelizadora (n.11).
Capítulo II (Ver): partindo da narrativa do encontro de Jesus com a samaritana, a
Igreja, que somos todos nós que O seguimos, é chamada, hoje, a promover um novo
encontro luminoso, um novo diálogo, com novos interlocutores, reconhecendo que nos
encontramos num momento histórico de transformações profundas e de interlocuções novas
(n. 39).
Capítulo III (Iluminar): a partir da dinâmica deste encontro de Jesus [com a
Samaritana], são apresentados alguns elementos que a Igreja usou e que, hoje, inspiram
nossa ação evangelizadora, a fim de nos
tornarmos sempre mais uma Igreja casa da
Iniciação à Vida Cristã (n. 63).
Capítulo IV (Agir): partindo do encontro
de Jesus com a Samaritana e de outros textos
bíblicos da caminhada da Igreja e da catequese
de inspiração catecumenal, é possível destacar
algumas indicações práticas para a Iniciação à
Vida Cristã (n. 137).
Fonte: https://goo.gl/iiNEFe
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Conclusão: as reflexões e indicações apresentadas neste documento sinalizam a
NECESSIDADE de uma conversão pessoal de todos os membros da Igreja e,
consequentemente, da vida da comunidade eclesial. O que está diante de nós é o desafio
de construção e consolidação desse paradigma pastoral da Iniciação à Vida Cristã (n. 242).
Feito o nosso estudo sobre a catequese, partindo de sua realidade histórica e
chegando até a atualidade, agora vamos avançar! Caro acadêmico, na próxima unidade
você irá embarcar numa viagem de conhecimento sobre Missiologia, importante mas pouco
conhecida disciplina da Teologia. Aproveite!
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UNIDADE 4
Para acompanhar a abordagem que vamos fazer, é essencial que sejam lidos todos
os textos bíblicos indicados no decorrer do texto, a reflexão deve ser acompanhada da base
bíblica, caso contrário, não fará sentido algum. Toda reflexão teológica tem seu ponto de
partida na Sagrada Escritura, a missiologia não apenas parte dela, mas é o seu anúncio a
todos os povos.
O Filho é a origem e o princípio da Missão e por conseguinte, da Igreja. É Ele a
comunicação definitiva de Deus na história da salvação, pois “quem o vê, vê o Pai” (Jo
14,9). A função da Igreja é de apenas realizar a missão de Jesus: revelar o rosto do Pai ao
mundo e levar o mundo ao Pai, sendo assim compreendemos que todo verdadeiro
missionário só pode ser enviado pela Igreja, pelo Cristo e pelo Pai, não há missionário
desvinculado desta realidade.
Aparentemente Jesus nos deu regras para realizar a missão: ser mediador; encarnar-
se; ser fiel; seguir o modelo dele; evangelizar; acreditar e ter uma vida de pobreza.
O anúncio missionário não é apenas das palavras de Jesus, mas principalmente de
sua Pessoa, isso se nomeia como kerigma, ou primeiro anúncio. O kerigma nos primeiros
séculos consistia em apresentar a paixão, morte e ressurreição de Jesus, ou seja,
apresentar sua vida e depois disso seus ensinamentos.
A missão só é feita com o auxílio do Espírito que nos foi dado e impele a Igreja
desde Pentecostes até a parusia, é Ele o verdadeiro protagonista. O esforço humano não
faria sentido e não teria força de ação se não existisse o auxílio que vem do Espírito Santo.
Dentro do contexto do Antigo Testamento, o Espírito (ruah) é o sopro de Deus que
reveste e tem a missão de fazer alguém cumprir o mandato de Deus. Já no Novo
Testamento o Espírito é responsável por dar novo vigor missionário aos batizados. Este
Espírito é o gerador de vida que procede do Pai e do Filho, para que o mundo tenha vida
em abundância, a propagação desta nova vida que recebemos de Deus só é possível a
partir do anúncio daqueles que já aderiram ao projeto do Reino e não têm dúvida da
restauração provocada por esta atitude de adesão.
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A atuação do Espírito no mundo já era presente
antes da encarnação do verbo, mas em Pentecostes Ele
desce sobre os discípulos para aí permanecer e dilatar a
Igreja pelo mundo, gerando uma única família católica
superando a dispersão de Babel.
Fonte: https://goo.gl/3bYpw7
Sendo assim existe da parte do cristão uma grave responsabilidade de anunciar a
vida de Jesus Cristo ao mundo e de levar o mundo a Jesus, do contrário estaríamos traindo
aquele que nos chamou a servi-lo.
No Antigo Testamento não existe o conceito de missão como concebemos nos dias
de hoje dentro do cristianismo, para eles a palavra aliança descrevia esta relação com Deus
e seu povo de modo que os missionários eram os profetas, que escolhidos por Deus
anunciavam seus desejos e alertavam todo o povo escolhido de Israel a retomarem o
verdadeiro cumprimento dessa aliança de amor. Para se aproximar um pouco de nossa
realidade, temos alguns profetas que também anunciavam o Messias tão esperado, porém,
sempre dentro do mesmo contexto de conversão interior e mudança de vida.
Várias foram as alianças de Deus com seu povo escolhido antes da aliança definitiva
por meio de seu Filho: a primeira foi feita com Noé, onde Deus os abençoou e fez o pedido
de serem fecundos e encherem novamente a Terra, colocando o sinal deste pacto no céu,
um arco-íris. A segunda com Abraão e é uma das
mais lembradas, ele ficou conhecido como pai de
todo o povo escolhido, Deus o convida a deixar
tudo e ir ao encontro da terra que Ele mesmo havia
preparado para seu povo. Por fim a aliança feita
por Moisés no monte Sinai, esta sim é a mais
recordada e celebrada por todo o povo hebreu.
Aqui Deus mostra seu nome e sela um pacto com
aqueles que ele mesmo libertou do Egito, selando
com a lei dada por Ele mesmo às mãos de Moisés.
Fonte: https://goo.gl/Em8XNK
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Na mentalidade do AT não poderia existir missão fora das terras de Israel, pois eles
eram o povo escolhido por Deus e todos os outros eram pagãos, estrangeiros e não dignos
de salvação.
Particularismo: Israel tem consciência de que é o povo eleito por Deus e de
que são amados e perdoados por esse mesmo Deus, contudo, os merecedores de
tamanho amor são apenas eles, os outros povos são sempre insensatos e
detestáveis.
Universalismo: Esta tendência estava em tensão com o particularismo por
afirmar que Deus salva seu povo para que essa salvação possa chegar a todos os
povos.
Apesar do judaísmo não ser uma religião missionária, os textos sagrados do AT
afirmam várias vezes que a salvação seria destinada a todos os homens da Terra por meio
dos hebreus.
Durante séculos Javé chamou homens e mulheres para profetizarem em seu nome
movidos pelo seu Espírito. O principal papel de um profeta era o anúncio do Reino alertando
dos desvios. Sua vida era destinada à promoção da verdadeira conversão, chegando a
afirmar Moisés: “quem dera que todos fossem profetas”, para explicitar a necessidade do
anúncio e a falta de pessoas aptas para este serviço.
Não apenas os profetas eram os chamados por Javé para este trabalho, os juízes
cumpriram um papel importante na vida de Israel, bem como os patriarcas, reis e sábios,
contudo, só eram realmente “missionários” enquanto eram fiéis a Deus, pois no momento
em que deixavam a fidelidade de lado davam apenas contratestemunho.
Podemos destacar a figura dos patriarcas do povo de Israel: Abraão, Isaac, Jacó,
etc. Abraão foi chamado por Deus para deixar sua terra e partir para um lugar
desconhecido e ali viver sua vida com a grande descendência que receberia. Foi provado
diversas vezes e em alguns momentos duvidou da ação de Deus ou a considerou
demasiadamente demorada.
A ida de Abraão para onde Deus lhe pedira configura de certa forma um envio
missionário, não tanto para pregar, mas para viver a vontade de Deus para ele e sua família.
Isaac é o filho da promessa de Deus a Abraão, sua vida não é muito conhecida na
Sagrada Escritura, mas o mais importante que se pode ressaltar é a bênção a seu filho Jacó,
passando assim a “força e virilidade” do chefe da família, força essa que recebeu de Deus
por meio de Abraão. Assim começa também a vida de missão de Jacó.
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4.2 Novo Testamento
Marcos ressalta a estrada como realidade missionária, Jesus e os seus estão sempre
caminhando e a caminho, não ficam parados e estagnados, a missão não é local, é
itinerante. No capítulo 8 do evangelho vemos o envio missionário dos discípulos e o
questionamento de Jesus sobre quem as pessoas diziam que ele era, recebendo ainda
resultados frustrados: “é Elias, é João Batista, é um dos profetas”. A missão ainda não havia
se completado, as pessoas ainda não haviam compreendido qual era o papel de Jesus no
mundo.
Quando Pedro responde “Tú és o Cristo” (8,29), Jesus toma uma atitude de pedir
que não falasse a ninguém sobre isso, como pode o Filho de Deus querer que ninguém
saiba qual a sua missão na terra? Se esconder a fim de que os homens descubram só
depois quem ele realmente é? Ainda não era hora de revelar a todos esta maravilha, ainda
não estavam todos preparados para ouvir isto, Jesus nos ensina aqui que tudo deve ser
revelado a seu tempo, não podemos chegar com o fruto maduro se não semeamos antes.
Todo caminho corresponde a um processo, não é possível concluir uma jornada
partindo diretamente do ponto inicial ao final sem que seja perpassado todo o caminho, isso
se exprime de modo claro na narrativa do capítulo 4, 26-29 (que tal ler estes versículos
antes de continuar?). Jesus deixa claro que o protagonista da missão não é o homem, mas
este é uma parte do processo, primeiro vem a semeadura, depois com a graça de Deus os
grãos germinam, crescem e dão frutos. Este caminho progressivo da maturação dos grãos
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desde o plantio é o mesmo na estrutura de missão do evangelista, toda missão é um gesto
de semear e aguardar que o próprio Deus frutifique os corações.
Quando Jesus envia os seus em missão (Mc 6, 6b-13; Mt 10, 1-4) lhes dá poder
sobre os espíritos maus, sua força está sobre eles e isso é característica da missão, a
presença do próprio Cristo que orienta e age no discípulo, nunca o deixando sozinho à
mercê da própria sorte.
Mateus ressalta a montanha como local privilegiado das manifestações mais
importantes de Jesus, ele ensinava da montanha, proclamou as bem-aventuranças em uma
montanha, por isso se torna um símbolo.
É interessante notar este fato por aparecer duas vezes no evangelho, um
ensinamento falado e outro expressado visivelmente vieram da montanha. Mas qual a
relação disto com a missão? Aqui vemos na primeira narrativa deste evangelho, capítulos 5
a 7, um discurso que praticamente resume toda a doutrina que Jesus trouxe e isso acontece
apenas na primeira parte do capítulo 5 com as “bem-aventuranças”. Após Jesus chamar
alguns dos seus, prega no monte a fim de lançar as sementes desta missão que os que ele
havia escolhido dariam continuidade, chegando até os dias atuais, a mesma mensagem com
operários novos, sendo motivados pela mesma força que motivou os “operários da primeira
hora”.
A transfiguração no monte Tabor que é
narrada no capítulo 17 do mesmo evangelho,
ali Jesus simplesmente - ou magnanimamente
- se mostra aos três apóstolos como
realmente é, cheio da Glória e ladeado por
Elias e Moisés, mostrando que aqueles dois
personagens tão importantes para a difusão e
consolidação da mensagem de Javé estão
unidos a Ele, não existindo ruptura. A
mensagem de ontem é a mesma de hoje.
Fonte: https://goo.gl/PqzsnU
Lucas deve ser compreendido à parte por conter o maior ensinamento missionário
do NT. Seus textos estão divididos em duas partes: Evangelho e Atos dos Apóstolos. Sua
proposta é ligar intrinsecamente a missão de Jesus no mundo e a missão da Igreja no
mesmo mundo como continuação daquela feita pelo mestre e ao mesmo tempo como
novidade.
Algo muito tratado por Lucas é o tema do Espírito Santo que ocupa um lugar
privilegiado em sua obra, desde o anúncio do anjo até o impulso e a sua permanência na
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Igreja. O perdão, a oração, o amor, a misericórdia e a justiça são também temas
importantes em Lucas.
Mas quando teve origem a missão? Segundo os evangelhos sinóticos a missão teve
seu início na manhã do domingo, quando Maria Madalena foi ver Jesus no sepulcro e a
pedido dele ou dos anjos saiu anunciando sua ressurreição. E em Pentecostes ela foi
estendida a todos os povos da Terra, o Espírito Santo nos impeliu a anunciar sem fronteiras.
Ainda antes de Pentecostes, o evangelho segundo Lucas “fecha” sua narrativa com a
ressurreição, mandato missionário e ascensão aos céus. Cada um destes pontos está ligado
e se sucede até hoje:
• Nos encontramos com Jesus Ressuscitado ou com seu anúncio;
• Somos motivados a anunciar, mesmo que não nos peçam isso, somos impelidos
a mostrar aos outros as maravilhas operadas por Cristo;
• Toda missão tem um fim último: o paraíso. Tanto para o missionário, quanto
para aquele que recebe o anúncio.
Podemos constatar já na narrativa bíblica um itinerário missionário sendo formado
nos moldes que a evangelização querigmática tomaria.
Neste livro, o autor sagrado nos deixa bem claro que o impulso evangelizador e
missionário vem do Espírito Santo. Este paráclito prometido por Jesus veio até eles no dia
de Pentecostes e os fez compreender, de certo modo, a universalidade do evangelho, isso se
percebe quando os judeus de diversos lugares se perguntam: “Estes homens que estão
falando não são todos galileus? Como é que cada um de nós os ouve em sua própria língua
materna?” (2,7-8).
Este evento anima e impulsiona a comunidade a anunciar sem medo, o pavor que
havia tomado conta dos corações já não existia mais (2,14-47). Depois do mandato
missionário de Jesus, dizendo que fossem a todos os povos, até os confins da Terra, Ele
envia seu Espírito com o intuito de gerar vida nova entre aqueles que gerariam novas vidas
através do batismo.
O impulso do Espírito foi tamanho que não permitiu que esta boa notícia ficasse
restrita ao povo hebreu, como na maior parte do Antigo Testamento, aqui, pelas mãos do
apóstolo Paulo o evangelho foi levado a vários pagãos e muitas comunidades cristãs se
constituíram nestas terras, sendo alimentadas pelos ensinamentos trazidos pelos apóstolos e
enraizadas pelos próprios membros.
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Assim como toda a reflexão teológica parte das Sagradas Escrituras, a realidade
missionária não é diferente. Isto que vimos nesta unidade é de fundamental importância
para continuar o percurso dentro deste vasto campo da Missão Católica.
Pedro e João são as primeiras figuras que, neste livro, curam um doente pelo nome
de Jesus (3,6-8). Contudo, o que realmente importa não é a cura extraordinária, mas o que
acontece logo em seguida: o homem curado não os deixava mais, se tornou seguidor de
Cristo a partir dos dois apóstolos.
Da mesma forma, a atitude de Estêvão é encarada com o olhar da missão. Sua
atitude de invocar o Senhor em sua morte e de professar as verdades da fé mesmo no
momento em que seria apedrejado (7,54-60) gera vida à comunidade pelo exemplo e
testemunho, encorajando muitos outros cristãos a entregar a vida por este projeto, das
mais variadas formas, levando até aquela célebre frase de Tertuliano em seu Apologeticum:
“o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.
É necessário notar que toda atitude missionária a partir do Novo Testamento deve
ter o Pai como meta, Jesus como pano de fundo e o Espírito como impulso. A missão é
essencialmente trinitária, e o seu agente principal é o próprio Deus.
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UNIDADE 5
É muito difícil falar de textos a respeito da missão católica décadas antes do Concílio
Vaticano II, mas estes textos existem e são mais numerosos do que imaginamos. Um
motivo para não recordarmos deles com grande frequência é o fato da interpretação eclesial
de missão ter mudado muito desde a época em que foram escritos até nossos dias, nos
levando a usufruir muito mais das reflexões dos últimos papas, ao invés de recorrer a um
manual com determinado contexto histórico.
Aplicar ideias ou ainda técnicas missionárias presentes nestes manuais nos dias de
hoje causaria um pouco de confusão na sociedade e na própria cabeça dos fiéis, você já irá
entender o motivo.
Começaremos pelo papa Bento XV que faleceu no ano de 1922, mas deixou para a
Igreja uma belíssima Carta Apostólica chamada “Maximum Illud”, escrita no ano de 1919,
sobre a propagação da fé católica no mundo inteiro.
Mais adiante aparecerão textos mais conhecidos, como o de Pio XII sobre as missões
na África, textos de João XXIII, Paulo VI e João Paulo II também nos auxiliarão a
compreender a visão dos papas e, portanto, da Igreja naquela época a respeito das missões
católicas.
5.1 Bento XV
Em sua época, o sentido das missões era bem específico: propagar a fé aos infiéis
que vivem na escuridão do paganismo.
No ano em que escreveu o documento denominado Maximum Illud sobre a
propagação da fé católica no mundo inteiro, o contexto de novos “descobrimentos” estava
chamando a atenção do mundo, que voltava o olhar principalmente para a África. Ali e em
vários outros continentes, especialmente na Ásia, se projetava uma estrutura missionária
que pudesse levar a doutrina católica antes mesmo de outras denominações e seitas, com o
intuito de substituir a fé pagã dos nativos pela verdadeira fé cristã.
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Estes termos usados refletem a realidade da época, uma missão que refletia mais
uma cruzada que um processo de evangelização de fato,
mas que deu diversos frutos ao mundo. Até porque o
missionário árduo era visto como um grande virtuoso e
cheio de estima entre o clero, basta lembrarmos de santo
Inácio de Loyola e São Francisco Xavier.
Mas quem eram os missionários? Apenas o clero.
Somente os padres podiam sair em missão pelo mundo,
mais tarde as religiosas também, mas somente em
territórios já evangelizados. Se depositava nos padres a
esperança da expansão do catolicismo, por isso grande
estima era nutrida pelos missionários.
Fonte: https://goo.gl/4hw5Xp
O missionário responsável por determinada missão era como que um pai para os que
ali estavam, era papel dele impulsionar os afazeres cotidianos e a arrecadação de fundos
para o bom andamento das atividades geralmente caritativas e de catequese.
O Papa pedia que ao se estabelecer uma missão, o responsável não se fechasse nele
mesmo, mas que encontrasse novos colaboradores para aquela obra de Deus. Ainda era
pedido que os trabalhos pastorais se desenvolvessem em conjunto com outras missões
próximas, o que era muito comum em territórios indígenas.
Já aparece aqui não só a permissão, mas a necessidade de um clero autóctone para
suprir as necessidades de seu próprio povo, pois era mais fácil que um nativo chegasse a
determinados lugares que um estrangeiro, por vezes europeu.
Nesta época, o neocolonialismo está acontecendo, vários países europeus se voltam
para o continente africano à procura de terras, minérios, e mão de obra. Em meio a esta
miséria, os missionários vão evangelizar em nome da Igreja, mas algumas vezes levam mais
o seu amor próprio ou a pátria ao invés do amor ao evangelho. A Maximum Illud afirma
categoricamente que o dever do missionário não é expandir impérios terrenos, senão
apenas o divino império de Cristo.
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Para ele, as missões católicas eram como um fogo ardente no coração da Igreja,
pois dava esperança a todos os cristãos católicos de que o Reino de Cristo estava chegando
a todos os confins da Terra, até a mais longínqua aldeia de pagãos. Isso levava muitas
pessoas a se doarem em prol das missões nas mais diversas congregações religiosas que
mantinham trabalhos neste continente.
Contudo, muitos outros cristãos não podiam ingressar em ordens ou companhias
religiosas para evangelizar o mundo, precisavam cuidar de suas famílias. As mães tinham
que cuidar da educação dos filhos e os pais tinham o dever de dar o sustento da casa.
Nesta época a sabedoria da Igreja soube angariar o auxílio mesmo daqueles que não
podiam servir às missões concretamente. Esta carta encíclica de Pio XII vem tratar
especialmente do auxílio que toda a Igreja pode prestar às missões, seja com a oração ou
com os bens materiais. As Pontifícias Obras Missionárias eram o órgão que administrava os
bens destinados aos campos de missão. Isso ainda hoje acontece.
Pio XII também deixa para a Igreja o pedido de que os fiéis auxiliassem com três
possíveis dons: a oração pessoal em favor das missões; a caridade com os próprios bens
materiais, favorecendo as obras construídas em territórios pobres; e para alguns a maior
das doações que é a entrega pessoal de si mesmo, na vocação sacerdotal ou religiosa.
O primeiro dever missionário compete a todos os católicos, sejam eles leigos ou
clérigos. Desde as crianças que se preparavam no catecismo às senhoras de idade
avançada, todos foram convidados pelo santo padre a se sentirem importantes para o bom
andamento das missões em países de grande dificuldade para a evangelização.
Procurai por todos os meios que vossos sacerdotes e fiéis elevem instantes
e ininterruptas súplicas por esta causa santíssima. Instrui-os bem e
mantende-os regularmente ao corrente da vida da Igreja; dareis assim
alimento ao zelo pela oração; seja esta ainda mais vivamente estimulada
em certos tempos litúrgicos, mais propícios a nutrir e incentivar as santas
missões. Pensamos sobretudo no santo Advento, porque nele revive a
expectativa do gênero humano pelo Salvador e a providencial preparação
da obra da salvação; na festa da Epifania, que manifestou aos homens a
nova salvação; em Pentecostes que, ao sopro do Espírito Paráclito, celebra
o nascimento da Igreja. (FD. n 19)
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Outro pedido do papa aos missionários era a construção de obras como: hospitais,
orfanatos, asilos, escolas, etc., tudo para poder propagar mais perfeitamente a fé católica
neste território, para isso eram necessários muitos recursos que a Santa Sé não dispunha,
por isso a necessidade de buscar doações dos fiéis mais abastados, e muitas vezes dos que
pouco possuíam.
O último dever e mais ansiado pelo papa é a doação do dom de si mesmo em favor
das missões católicas. As vocações sacerdotais, mesmo sendo numerosas na época, não
supriam a necessidade de padres nestes
territórios - nem mesmo nas realidades
periféricas dos grandes centros urbanos
da Europa.
Por isso o clero religioso era muito
estimado, se despediam de sua pátria e
partiam rumo ao continente desconhecido
para operarem grandes obras em nome
da Igreja.
Fonte: https://goo.gl/TBNVbF
Aqui já se percebe um pequeno avanço no conceito de missão católica, comparando
os textos anteriores a Pio XII e este, percebemos que a Igreja em si se torna responsável
pelas missões, não apenas o papa ou os clérigos, mas todos fazem a missão acontecer,
contudo, ainda estamos longe da reflexão atual sobre o tema.
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Segundo este papa, um dos maiores males da humanidade atual é a falta do
conhecimento da verdade, mal que envenena e perturba pessoas e sociedades inteiras (AP
4). Mesmo com todos os atuais avanços na área do diálogo com tantas religiões e ciências,
a Igreja não pode perder as verdades eternas da fé, uma vez que para um diálogo frutuoso
e sincero, ambas as partes precisam ter suas verdades claras e bem definidas, ou não
existiria diálogo. Na maioria das vezes os que mais defendem com revolta alguma posição,
são os que menos sabem dela e por isso recorrem à força.
Acreditando que Deus nos dotou de razão para compreender as verdades naturais e
nos revelou as verdades eternas para que compreendêssemos melhor os planos divinos,
não restam dúvidas de que seguindo os passos da razão - a verdade - estamos seguindo o
próprio Deus (AP 4).
As obras de caridade e a pregação da verdade cristã eram consideradas o principal
objetivo das missões: “a difusão da verdade e da caridade de Cristo é a verdadeira missão
da Igreja” (PP 18),
Muitos missionários entendiam a necessidade de formar um clero autóctone em seus
territórios, mas alguns não se importavam com este trabalho, achavam penoso e trabalho
muito árduo.
Bento XV escreveu na encíclica já comentada acima, e João XIII confirma e refaz o
pedido deste papa:
Todavia, foi a Carta apostólica Maximum illud que pôs em plena evidência,
como nunca antes, toda a importância e urgência do problema,
relembrando uma vez mais, com acentos lacinantes e prementes, o
empenho urgente, por parte de quem presidia às missões, de cuidar das
vocações e da educação daquele que então se chamava clero indígena, sem
que este apelativo jamais haja revestido qualquer significado de
discriminação ou de diminuição, que se deve sempre excluir da linguagem
dos romanos pontífices e dos documentos eclesiásticos. (PP 8)
Percebe-se que o modo como eram chamados os nativos não está sendo usado
atualmente, mas o sentido perdura. O clero autóctone nada mais é do que um grupo de
padres nascidos e criados naquela região, nativos (ou indígenas como eram conhecidos).
Esta existência era o coração das missões, sem padres do próprio povo, muitos nativos
poderiam não entender a mensagem do Evangelho. Sem contar que depois de algumas
décadas, a Europa não teria mais condições de continuar enviando sacerdotes para o tão
grande número de fiéis que ali estariam.
Assim como a Igreja precisava de um clero autóctone, é fácil constatar que precisa
também de um grupo de fiéis bem formados e capazes de dar as razões de sua nova fé. Por
isso, o antecessor de João XXIII dedicou muito tempo e tinta a escrever sobre a importância
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do apostolado leigo, levando também este papa a continuar investindo naqueles que seriam
os protagonistas da missão em todo o mundo.
Percebam a mudança que estamos vivenciando, antes o povo ajudava com bens
materiais ou orações, agora sua participação ativa na realidade missionária é fundamental
para que a comunidade cristã se estabeleça e crie raízes profundas, não morrendo caso o
padre ou religioso europeu seja levado para outro país.
Os missionários precisavam “de um laicato nativo à altura da sua vocação cristã e
empenhado no apostolado” (PP 24). E esta colaboração dos fiéis fez com que os Bispos e o
clero pudessem eficazmente desenvolver a sua obra entre os povos, quer no campo
propriamente religioso, quer no campo social (PP 25).
É dever dos leigos a participação concreta nas missões estabelecidas pelos clérigos
ou religiosos, primeiramente no fervor religioso, depois na direção dos grupos na
comunidade cristã e por fim até mesmo na formação e instrução dos novos cristãos e das
crianças. Para que os leigos assumissem de modo concreto as missões, era necessária uma
formação sólida e robusta.
Para isso, a Igreja dedicou
grande empenho em deixar claro que o
ofício de catequista era de modo mais
expresso uma obrigação dos leigos.
Também se ressalta a importância de
cristãos íntegros em suas vidas, que
tenham tanto o conhecimento
intelectual da fé e dos costumes
quanto o bom caminhar cotidiano,
podendo ensinar não apenas por
palavras, mas por obras.
Fonte: https://goo.gl/LydBZz
A ação católica exige muito empenho para ser compreendida neste contexto, sua
capacidade de adaptação às circunstâncias de cada região e às mais diversas culturas fez
dela uma poderosa ferramenta de evangelização e consolidação das comunidades católicas.
Por fim, João XXIII deixa aos missionários uma mensagem de caridade e compaixão,
mostrando que mesmo tendo abandonado sua pátria e deixado todo o conforto de suas
casas para sofrerem as tribulações dos países de missão, a Igreja se recorda deles com
extremo carinho e preocupação, pois são os primeiros semeadores em terras desconhecidas
e não sabem se a colheita será boa ou se o terreno ainda não estará fértil para produzir
bons e numerosos frutos.
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5.4 Paulo VI
Paulo VI e João Paulo II são mais importantes para nossa reflexão, por isso
entraremos em contato com seus textos originais, mais do que com a reflexão do autor
sobre o tema. Apontarei pistas de reflexão que serão aprofundadas nas encíclicas de cada
papa.
A contribuição de Paulo VI para as missões está registrada em diversos documentos,
aqui veremos apenas dois: Evangelii Nuntiandi e Populorum Progressio, sendo que a
segunda trata mais de aspectos sociais, mas neste contexto histórico, a estrutura social dos
grandes centros já passa a ser um campo privilegiado para a missão católica. A atitude
comum de sair a evangelizar terras desconhecidas praticamente não existe mais aqui por
um simples motivo: o que precisava ser “descoberto” já foi. Em um mundo globalizado, não
existe necessidade de se lançar até terras desconhecidas como era antigamente; os modos
de agir mudaram muito, por isso o modo de fazer missão e ser missionário também mudou.
O compromisso com a ação evangelizadora da Igreja é de todos os cristãos
batizados, ninguém foge desta responsabilidade.
Mas por que esta responsabilidade recai sobre nós? Cristo anunciou primeiro o Reino
de Deus e a salvação que Ele mesmo nos trouxe, anunciou para que a conhecêssemos.
Agora é nosso papel continuar este anúncio para que o maior número de pessoas saiba
desta novidade tão antiga.
Converter não é fácil, ainda mais neste contexto histórico em que vivemos, para isso
a missão de levar a Igreja a todos os que se encontram ao nosso redor é cada vez mais
árdua, antes os missionários carregavam a cruz de estar longe de sua pátria, de se deparar
com uma cultura diferente e por vezes áspera, hoje nos deparamos com a aspereza de
nossos vizinhos, amigos e colegas de trabalho, com a cruz da indiferença cravada no
coração dos homens, com um multiculturalismo imposto que abafa as verdades eternas.
O grande exemplo deixado por Cristo e seguido por seus apóstolos é nada mais que
o anúncio infatigável da boa nova, anúncio que o fez sofrer por amor de nós. Por que este
mesmo anúncio não nos leva a padecer também por amor aos nossos irmãos?
Ele entende a missão como um novo ar para as igrejas locais, e, portanto, para a
Igreja universal. Esta reflexão se expressa na mensagem que escreveu para o dia mundial
das missões em 2011.
Desta forma, é importante notar a ligação que ele faz com missão e liturgia. “Todos
aqueles que encontraram o Senhor ressuscitado sentiram a necessidade de O anunciar aos
outros, como fizeram os dois discípulos de Emaús” (ibidem), o encontro com o Senhor na
Santa Missa e na frequência dos sacramentos leva os critãos a anunciar por se plenificarem
de Cristo.
A inquietude a respeito das pessoas que ainda não conhecem a Cristo está presente
no pensamento deste papa, bem como em relação àqueles que “mesmo tendo recebido o
anúncio do Evangelho, o esqueceram e abandonaram, já não se reconhecem na Igreja”
(ibidem).
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5.7 Francisco
Se inicia com Papa Francisco uma reflexão missionária que toca os corações com
mais intensidade e fervor, como aos
primeiros cristãos.
Ele se preocupa primeiramente com
aqueles que já receberam o anúncio e vivem
em uma comunidade cristã, porém usam de
uma vida interior mesquinha para se
fecharem e assim não sobre espaço para os
outros que ainda estão fora (EG, 2). Esta é
uma preocupação antiga, mas nas últimas
décadas quase não se falava sobre isso, na
verdade era quase que encorajada a atitude
de fechamento para o diferente e externo.
Fonte: https://goo.gl/ALpkjK
Por isso o papa convida todos os fiéis a um sincero renovamento do encontro
pessoal com Jesus Cristo, para que todos possam, não apenas se reencontrar com Ele, mas
deixar-se encontrar, ser interpelado por este Cristo que ama a todos e quer que este
mesmo amor continue se estendendo (EG, 3).
Quem se encontrou com Nosso Senhor com toda certeza conhece também sua cruz,
o instrumento pelo qual fomos salvos de nossos pecados e recebemos a vida eterna, esta
mesma cruz é fundamental no anúncio do querigma, ou seja, no primeiro anúncio de Cristo:
“mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os
pagãos” (1Cor 1, 23). Este anúncio não para na cruz, e por outro lado, também não tem
seu início nela (paixão, morte de cruz e ressurreição), ela configura o meio do caminho, sua
chegada simboliza a ressurreição iminente, por isso dela, e, portanto, do Evangelho, devem
brotar a mais bela alegria (EG, 5).
Esta alegria não fica somente com o evangelizado, mas transborda para todos ao
seu redor, isso é a missão de cada cristão, transbordar o amor de Cristo, comunicá-lo e
levar esta bela verdade a outros (EG, 9). E não somente aos que estão perto como amigos
ou familiares, mas principalmente aos que estão nas periferias do mundo (EG, 20) e
necessitam, às vezes não da fé, mas do cuidado fraterno que é próprio do cristão realmente
evangelizado.
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5.7.1 Desafios cotidianos
Por fim, a fé adquirida deve sempre ser reanimada e alimentada com os devidos
conteúdos, por isso o primeiro anúncio não deve ser o único, mas “deve desencadear
também um caminho de formação e de amadurecimento. A evangelização procura também
o crescimento, o que implica tomar muito a sério em cada pessoa o projeto que Deus tem
para ela”. (EG, 160)
Crescer na fé é também crescer na união com Deus, por isso, é de fundamental
importância que os evangelizadores rezem frequentemente e estejam na presença de Deus
todo o tempo. “Evangelizadores com espírito quer dizer evangelizadores que rezam e
trabalham” (EG, 262). Sendo assim, devemos evitar os extremos perigosos, alguns correm
para a oração como fuga do trabalho missionário, outros correm para o trabalho missionário
como fuga de um encontro pessoal com Deus, contudo, ambos se frustram por seus
esforços serem vazios de sentido.
Que esta alegria do Evangelho nos oriente nos caminhos da missão, para além das
fronteiras do nosso egoísmo.
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REFERÊNCIAS
ALVES DE LIMA Luiz. A Iniciação Cristã Ontem E Hoje. Revista de Catequese 32 (2009)
nº 126, abril-junho, pp. 06 – 22.
BENTO XVI, Papa. Mensagem para o dia mundial das missões. Disponível em:
<https://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/messages/missions/documents/hf_ben-
xvi_mes_20110106_world-mission-day-2011.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2017.
CONGREGAÇÃO PARA O CLERO. Diretório Geral para a Catequese. São Paulo: Edições
Loyola e Paulina, 1998.
______. Por uma Igreja toda missionária: Breve curso de missiologia. São Paulo:
Paulus, 1994.
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DOCUMENTO DE APARECIDA: Texto Conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado
Latino-Americano e do Caribe, Edições CNBB, Paulinas, Paulus, 2007.
JOÃO XXIII, Papa. Carta encíclica “Ad Petri Cathedram”. Disponível em:
<https://w2.vatican.va/content/john-xxiii/pt/encyclicals/documents/hf_j-
xxiii_enc_29061959_ad-petri.html>. Acesso em: 16 nov. 2016.
JOÃO PAULO II, Papa. Exortação apostólica Familiaris consortio (Sobre a missão da
Família Cristã no mundo de hoje). São Paulo: Loyola, 1982.
OLIVEIRA, Ralfy. M. O Movimento Catequético no Brasil. São Paulo: Ed. Salesiana Dom
Bosco, 1980.
______. Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II. Decreto sobre o apostolado dos
leigos. Apostolicam Actuositatem. 7. ed. São Paulo: Paulus, 2014.
______. Documentos do Concílio Vaticano II. Constituição Gaudium et Spes. 7. ed. São
Paulo: Paulus, 2014.
SANTOS, Luiz Pereira dos. Catequese, Ontem e Hoje. São Paulo: Edições Paulinas, 1979.
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EXERCÍCIOS E ATIVIDADES
EXERCÍCIO 1
ATIVIDADE 1.1
Das fontes da catequese, têm fundamental importância o magistério eclesial, e dentro deste
de modo particular a doutrina do Concílio Ecumênico Vaticano II (1965), este que é um
acontecimento de suma relevância do século XX, e que provoca a mudança da cosmovisão
cristã. “O mistério da Igreja e a missão da Igreja, eis o argumento sobre o qual gira o
concílio” (Card. Montini). O Vaticano II não tratou de modo direto sobre a catequese, uma
vez que a mesma ainda não tinha se firmado de tal modo a merecer uma revisão conciliar. O
Vaticano II, é um Concílio preferencialmente pastoral, que apresenta a fé tendo em vista o
homem concreto. Por isso, o mesmo toca e dá fundamento a muitos aspectos da catequese.
Neste sentido, escreva um texto com no mínimo 15 linhas, fazendo um
apontamento dos principais enfoques do Vaticano II que tocam o
desenvolvimento da catequese.
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EXERCÍCIO 2
EXERCÍCIO 3
Na unidade 3 desta apostila, se faz menção a Sacrosanctum Concilium, “Na liturgia Deus
fala a seu povo, Cristo ainda anuncia o Evangelho e o povo responde a Deus com cânticos e
orações” (SC 33); e por este mesmo motivo ela, ao realizar sua missão, torna-se uma
educação permanente da fé. Assinale os elementos abaixo que fazem parte desta educação
na fé dada pela liturgia da Igreja:
a) Somente nos cantos.
b) No comentário inicial.
c) Na acolhida do presidente da celebração.
d) A proclamação da Palavra, a homilia, as orações, os ritos sacramentais, a vivência do
ano litúrgico e as festas.
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ATIVIDADE 3.1
EXERCÍCIO 4
EXERCÍCIO 5
1. A respeito do que foi estudado sobre Bento XV, Pio XII e João XXIII.
Marque a alternativa INCORRETA:
a) João XXIII escreveu a encíclica Ad Petri no ano de 1990.
b) Para Pio XII o tríplice dever missionário era: a oração, caridade e vocações.
c) Na época de Bento XV o sentido das missões era propagar a fé aos infiéis que vivem na
escuridão do paganismo.
d) Já existiam catequistas leigos ligados aos campos de missão durante o papado de João
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XXIII.
ATIVIDADE 5.1
Leia o capítulo V (Os caminhos da missão) da encíclica Redenptoris Missio de João Paulo
II e comente em no mínimo uma página a respeito dos modos de missão.
Dísponivel em: <http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-
ii_enc_07121990_redemptoris-missio.html>. Acesso em: 31 jul. 2017.
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