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Instituto Superior Mutasa

Ensino Superior à Distância

Visão Geral

Bem vindo a práticas Pedagógica I

Caro estudante, bem-vindo às Práticas Pedagógicas. Esta disciplina constitui uma importante
introdução teórica ao processo de ensino/aprendizagem levado a cabo pelos seus principais
actores: professores e alunos, permitindo-lhe a familialização com as diferentes situações
pedagógicas decorrentes nas instituições de ensino. A cumplicidade conceptual entre a visão de
educação e o ensino praticado no terreno real articula-se com a teorização da prática tida como
um importante recurso visando a (re)formulação constante das teorias pessoais sobre o ensino.

Objectivos da Disciplina
Quando terminar o estudo das Práticas Pedagógicas I, deverá ser capaz de:

Definir o conceito de práticas pedagógicas;


Elaborar um relatório sobre as práticas pedagógicas;
Aplicar os conhecimentos sobre as práticas pedagógicas;
Descrever a organização ou estruturação de uma escola;
Relacionar aspectos teóricos-didácticos com a realidade das escolas;
Comparar aspectos teóricos-didácticos com a realidade das escolas;

HABILIDADES DE ESTUDO
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões nomeadamente: o lado social,
profissional e estudante, daí ser importante planificar muito bem o seu tempo.
Procure reservar no mínimo 2 (duas) horas de estudo por dia e use ao máximo o tempo
disponível nos finais de semana. Lembre-se que é necessário elaborar um plano de estudo
individual, que inclui, a data, o dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quem estudar
(sozinho, com colegas, outros).

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 1


Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não produz bons resultados, use
métodos mais activos, procure desenvolver suas competências mediante a resolução de
problemas específicos, estudos de caso, reflexão, etc.
O manual contém muita informação, algumas chaves, outras complementares, daí ser importante
saber filtrar e apresentar a informação mais relevante. Use estas informações para a resolução
das exercícios, problemas e desenvolvimento de actividades. A tomada de notas desempenha um
papel muito importante.
Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um plano de desenvolvimento pessoal
(PDP), onde você reflecte sobre os seus pontos fracos e fortes e perspectivas o seu
desenvolvimento.
Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o responsável pela sua própria
aprendizagem e cabe a ti planificar, organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso.
Avaliação
Vocé será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o período presencial (20%).
A avaliação do estudante é regulamentada com base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por si desenvolvidos , durante o estudo individual, concorrem para os
25% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem para os 75% do cálculo da
média de frequência da cadeira.
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões presenciais, eles representam
60% , o que adicionado aos 40% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o
estudante conclui a cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 2 (Dois) trabalhos; 1 (um) teste escrito e 1 (um) exame
escrito.
Não estão previstas quaisquer avaliação oral.

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ÍNDICE

UNIDADE I.....................................................................................................................................5
INTRODUÇÃO ÁS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS I.....................................................................5
UNIDADEII....................................................................................................................................7
TEMA: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS- O ENSINO Á DISTÀNCIA............................................7
UNIDADE III................................................................................................................................10
TEMA: A FUNÇÃO DOCENTE E DISCENTE NO ENSINO Á DISTÂNCIA.........................10
UNIDADE IV................................................................................................................................13
TEMA: ESCOLA UMA ORGANIZAÇÃO – COMPLEXA........................................................13
UNIDADE V.................................................................................................................................20
TEMA: TIPOS DE INSTITUIÇÕES EDUCACUIONAIS..........................................................20
As instituições, a educação, a formação e a instrução...................................................................20
UNIDADE VI................................................................................................................................23
TEMA: O AMBIENTE FISICO DA ESCOLA............................................................................23
O Ambiente físico da Escola.........................................................................................................23
UNIDADE VII...............................................................................................................................30
TEMA: O SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO.................................................................30
Os Objectivos do Sistema Nacional de Educação.........................................................................30
UNIDADE VIII.............................................................................................................................35
TEMA: OS SUBSISTEMAS DA EDUCAÇÃO EM MOÇAMBIQUE.......................................35
UNIDADE IX................................................................................................................................42
TEMA: ORGANIZAÇÃO DOENSINO POR CICLOS DE FORMAÇÃO.................................42
A organização do ensino por ciclos de formação..........................................................................42
UNIDADE X: Plano Curricular – Estrutura e Organização.........................................................47
Planos curriculares: estrutura e organização..................................................................................47
UNIDADEXI: ORGÃOS DE GESTÃO ESCOLAR....................................................................50
Planificação do sistema educacional.............................................................................................53
UNIDADE XIII: ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR......................................................................58

INTRODUÇÃO........................................................................................................................58
Administração escolar ou educacional..........................................................................................58

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UNIDADE XIV: TIPOS E CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR........................66

INTRODUÇÃO........................................................................................................................66
Tipos e conceito de administração escolar....................................................................................66
UNIDADE XV:.............................................................................................................................68
TEMA: TAREFA ACTUAL DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR.............................................68
Tarefa actual da Administração Escolar........................................................................................68
UNIDADE XVI.............................................................................................................................70
TEMA: A ADMINISTRAÇÃO DE ESPAÇOS FISICOS DA ESCOLA....................................70
Espaços Específicos da Escola......................................................................................................70
UNIDADE XVII:...........................................................................................................................75
TEMA: INSTALAÇÕES SANITÁRIAS NA ESCOLA..............................................................75
UNIDADE XVIII..........................................................................................................................79
TEMA: ÁTRIOS ECIRCULAÇÕES ESCOLARES....................................................................79
ÁTRIOS E CIRCULAÇÕES ESCOLARES.................................................................................79
UNIDADE XIX.............................................................................................................................82
TEMA: SEGURANÇA DOS ESPAÇOS ESCOLARES..............................................................82
Segurança dos Edifícios e Recintos...............................................................................................82
UNIDADE XX..............................................................................................................................86
TEMA: RELAÇÕES DE PRODUÇÃO NA ESCOLA.................................................................86
As Relações de Produção na Escola..............................................................................................86
UNIDADE XXI.............................................................................................................................91
TEMA: A SUPERVISÃO ESCOLAR..........................................................................................91
O conceito de supervisão...............................................................................................................91
UNIDADE XXII............................................................................................................................95
TEMA:Preparação do relatório das práticas pedagógicas i...........................................................95
Preparação do Relatório de Práticas Pedagogicas.........................................................................95
UNIDADE XXIII..........................................................................................................................97
TEMA:ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.........................97
Elaboração do relatório de Práticas Pedagógicas..........................................................................97
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................104

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UNIDADE I
INTRODUÇÃO ÁS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS I
INTRODUÇÃO
Querido estudante, seja bem-vindo à introdução às práticas pedagógicas. O processo de ensino-
aprendizagem engloba vários aspectos relacionados directamente com a sala de aula mas também
aspectos ligados a boa promoção do ensino nas escolas

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre o tema proposto nesta unidade, sendo
necessário usar todo conhecimento que dispõe sobre a matéria.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Definir o conceito de práticas pedagógicas;
 Explicar as diferentes práticas pedagógicas;
 Descrever a importância das práticas pedagógicas;
 Relacionar as práticas pedagógicas em diferentes áreas

Resumo:

Falar de Práticas Pedagógicas é falar de uma orientação pedagógica assente numa visão de
educação que defendemos e/ou perfilhamos. Genericamente, as Práticas Pedagógicas afiguram-
se como um suporte de experimentação do ensino.

Como tal, divergem as orientações que a suportam exactamente pela existência de várias
concepções de ensino: transmissionismo/aplicassionismo, orientações de imitação artesanal,
orientações construtivistas, orientações transformadoras de ensino etc.

Importa também salientar que cada área de conhecimento ou disciplinar comporta um tipo
específico de Práticas Pedagógicas, sendo explorada usando recursos diversos de domínio.
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A Prática Pedagógica é definida como a componente real da supervisão pedagógica em que
decorre o ensino acompanhado com vista a elevar o grau da qualidade da aprendizagem do
aluno.

Neste caso particular da formação de professores, a Prática Pedagógica é assumida como um


instrumento com o qual os futuros professores apreendem, na prática, a ensinar e ajudados pelos
supervisores e/ou tutores a experimentar a função docente

Na verdade é um momento da formação destes e o supervisor desempenha um papel crucial ao


ajudá-los a desenvolver suas capacidades, competências e habilidades de ensino, incutindo neles
um espírito crítico e reflexivo nos contextos onde o ensino tem lugar.

EXERCICIOS / AUTO-AVALIAÇÃO

1.Defina, usando suas palavras, o conceito de práticas pedagógicas.

2.Que relação estabelece entre o ensino e a supervisão pedagógica na formação de professores?

3.Aponte as diferentes visões de educação que podem reflectir-se nas Práticas Pedagógicas.

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UNIDADEII

TEMA: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS- O ENSINO Á DISTÀNCIA

Introdução

O ensino à distância oferece uma oportunidade diferenciada para o estabelecimento de


novas e outras relações entre educador-conhecimento- educando.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Explicar as práticas pedagógicas no ensino à distância;
 Relacionar as práticas pedagógicas em difrentes áreas;

 Compreneder a importância das práticas pedagógicas no ensino à distância.

SUMÁRIO:

O ensino à distância oferece uma oportunidade diferenciada para o estabelecimento de novas e


outras relações entre educador-educando-conhecimento, bem como para a socialização do
conhecimento científico criado e trabalhado pela metodista. Cada vez mais, as diferentes mídias,
especialmente as com maior capacidade de promover interacção entre seus usuários, alimentam
as formas de aprender e ensinar, assim como também mudam os modos de organizar o conteúdo
gerador das relações dialógicas.

Ainda que as tecnologias de informação e comunicação propiciem condições novas de diálogo


entre educandos e educadores, o princípio ético que inspira a prática educativa deve permanecer
o mesmo, porquanto os objectivos da educação não mudam. Altera-se apenas o suporte que
garante a relação. Por essa razão, os fundamentos aqui expressos sobre o ensino à distância na

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metodista estão enraizados no projecto pedagógico institucional de cada país. A discussão sobre
essa modalidade de ensino-aprendizagem avança e, actualmente, as atenções se dirigem para a
identificação das melhores estratégias pedagógicas dentro desse novo cenário e qual o conjunto
de meios de comunicação e informação pode favorecer a melhoria da qualidade dos processos
educativos.

As escolhas variam conforme o perfil discente e do conteúdo a ser trabalhado. Nessa selecção,
meios milenares como o papel impresso e tecnologias devem ser martirizados. Deve-se, porém,
reconhecer as especificidades do ensino à distância. A discussão sobre essa modalidade de
ensino-aprendizagem avança e, actualmente, as atenções se dirigem para a identificação das
melhores estratégias pedagógicas dentro desse novo cenário e detectar qual o conjunto de meios
de comunicação e informação que pode favorecer a melhoria da qualidade dos processos
educativos. As escolhas variam conforme o perfil discente e do conteúdo a ser trabalhado.

Nessa selecção, meios milenares como o papel impresso e tecnologias de ponta, como a
comunicação satelital, se complementam num mundo a ser explorado. No novo contexto
educacional, o ensino presencial tradicional passa a incorporar elementos outrora típicos de
projectos de educação à distância, como comunicação e publicação de conteúdos via Internet. O
ensino à distância, por sua vez, propicia condições cada vez mais próximas do ensino presencial,
como a realização de video conferências ou de transmissões de aulas via satélite Ainda que se
marquem as características específicas das duas modalidades de ensino-aprendizagem, o debate
deveria sempre se orientar para o desenvolvimento do aluno enquanto autor-cidadão, capaz de se
ver enquanto sujeito e produtor de sentido numa sociedade negadora dessa condição, reificada e
reificante. A prática pedagógica dos processos de ensino-aprendizagem à distância na metodista
reconhece o estudante como sujeito do processo educativo e, portanto, em relação dialógica com
outros sujeitos, colegas de turma e professores, que se encontram para desvelar o mundo a partir
de suas respectivas experiências, dos materiais didáticos e objectos de aprendizagem geradores
da interacção.

Para tanto, a pesquisa, não apenas de carácter científico, mas como actividade quotidiana
de interrogação do mundo, apresenta-se como princípio formativo a partir do qual é
possível exercitar, na prática, qualidades inerentes à formação do sujeito: o de
questionamento e de fazer sentido para a realidade a que se liga. Ao assumir a pesquisa
como eixo integrador do currículo, a construção do conhecimento se alia à construção do
sujeito, enquanto autor-cidadão capaz de se engajar criativamente na busca de soluções
para os desafios da vida quotidiana e de seu meio social. Em outra frente, o
desenvolvimento da educação à distância deve ser entendido como uma oportunidade de
gerar conhecimento sobre o processo de ensino-aprendizagem mediado por tecnologias
de informação e comunicação.

O ensino à distância oferece uma oportunidade diferenciada para o estabelecimento de


novas e outras relações entre educador-educando-conhecimento, bem como para a

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socialização do conhecimento científico criado e trabalhado pela metodista. Ainda que as
tecnologias de informação e comunicação propiciem condições novas de diálogo entre
educandos e educadores, o princípio ético que inspira a prática educativa deve
permanecer o mesmo, porquanto os objectivos da educação não mudam. A discussão
sobre essa modalidade de ensino-aprendizagem avança e, actualmente, as atenções se
dirigem para a identificação das melhores estratégias pedagógicas dentro desse novo
cenário e detectar qual o conjunto de meios de comunicação e informação que pode
favorecr a melhoria da qualidade dos processos educativos. No novo contexto
educacional, o ensino presencial tradicional passa a incorporar elementos outrora típicos
de projectos de educação à distância, como comunicação e publicação de conteúdos via
Internet. O ensino à distância, por sua vez, propicia condições cada vez mais próximas do
ensino presencial, como a realização de vídeo conferências ou de transmissões de aulas
via satélite. Em outra frente, o desenvolvimento da educação a distância deve ser
entendido como uma oportunidade de gerar conhecimento sobre o processo de ensino-
aprendizagem mediado por tecnologias de informação e comunicação.

EXERCICIO

1. Qual é o novo contexto educacional do ensino presencial tradicional?

2. Porque é que o ensino à distância propicia condições cada vez mais próximas do ensino
presencial?
.
3. A prática pedagógica dos processos de ensino-aprendizagem à distância na metodista
reconhece o estudante como sujeito do processo educativo. Com

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UNIDADE III

TEMA: A FUNÇÃO DOCENTE E DISCENTE NO ENSINO Á DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

A prática didático-pedagógica do ensino à distância, com o apoio das mídias tradicionais e das
mais avançadas tecnologias de comunicação e informação, exige uma concepção específica da
prática docente assim como estratégias diferenciadas para o desenvolvimento das relações de
ensino-aprendizagem.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Analisar a relação professor-aluno no ensino à distância;
 Identificar o papel do professor e o do aluno no processo de aprendizagem do ensino à
distância.
 Explicar as diferenças entre o ensino à distância e o ensino presencial.
SUMÁRIO O Sistema Nacioanl de Educação foi introduzido em 1983 através da lei 4/83, de 23
de Março e revista pela lei 6/92, de 6 de Maio. A criação deste instrumento regulador das
actividades e acções do Ministério de tutela vincula a ideia de uma melhor articulação das
actividades educativas nas instituições escolares moçambicanas.

A prática didático-pedagógica do ensino à distância, com o apoio das mídias tradicionais e das
mais avançadas tecnologias de comunicação e informação, exige uma concepção específica da
prática docente assim como estratégias diferenciadas para o desenvolvimento das relações de
ensino-aprendizagem. A flexibilidade oferecida pelo ensino à distância também é especialmente
importante para a promoção da educação contínua, conforme as exigências da sociedade actual.
A flexibilidade da formação à distância pode ser a oportunidade necessária para profissionais que
desejem se aprimorar e que já estejam no mercado de trabalho.

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O docente, outrora responsável pelas etapas de planeamento, desenvolvimento e avaliação do
conteúdo programático, tem a opção de dar conta de tais atribuições com o apoio de uma equipe
composta por tutores e técnicos especialistas de áreas diversas, tais como designers educacionais,
webdesigners, revisores, ilustradores, animadores gráficos, roteiristas, editores de áudio e vídeo,
dentre outros. Isso exige não só uma nova forma de trabalho, mais colaborativo e aberto a
críticas, como também confere uma autonomia aos estudantes de tal forma que estes assumem o
processo do seu desenvolvimento de forma personalisada e diferenciada, “aprendendo a
aprender” sozinho, identificando problemas e suas respectivas estratégias de superação e
apropriando-se do saber por eles produzido activa e conscientemente.

Uma das imprescindíveis vantagens que o ensino à distância valora relaciona-se com a
responsabilização de tarefas de aprendizagem, as quais constituem um verdaddeiro exercício do
processo de crescimento do ponto de vista de maturidade pessoal e académica da parte dos
estudantes.

Tanto os estudantes como os docentes apreendem a planificar as suas actividades quotidianas


facultando a racionalização do tempo e do espaço destes actores do processo de
ensino/aprendizagem.

A tomada do poder relativo ao desenvolvimento da aprendizagem auto-dirigida da parte do aluno


deve ser compreendida tendo em conta:

a) As características pessoais de cada estudante;


b) O ritmo de aprendizagem e assimilação do conteúdo
c) A explicitação dos conteúdos curriculares de forma a favorecer a implicação activa do
estudante na construção do seu conhecimento;
d) O incentivo a (auto) investigação e a partilha das descobertas;

O ensino a distância impõe novas formas de estar e ser na educação se bem que compreendemos
a sua finalidade última.
A autonominização e a responsabilização no processo de ensino/aprendizagem reforçam o
desenvolvimento competências e capacidades em momentos e tempos dispares capitalizando-
se ,assim, os os saberes construídos de uma forma auto-dirigida dos estudantes
Nesse processo, portanto, são valorizados: o conhecimento por eles mesmos construídos e
discutidos com os tutores, as características pessoais de aprendizagem, a explicitação dos
conteúdos curriculares e o incentivo a investigação

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EXERCICIOS
1.O docente, outrora responsável pelas etapas de planeamento, desenvolvimento e avaliação do
conteúdo programático. Qual é a opcão este tem no ensino à distância?

2.Mencione 2 aspectos que devem ser valorizados no ensino à distância?

3.Fale das vantagens que eventualmente o ensino desta modalidade pode facultar.

4.Em que medida a autonomia reflecte-se na sua aprendizagem?

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UNIDADE IV

TEMA: ESCOLA UMA ORGANIZAÇÃO – COMPLEXA


INTRODUÇÃO

A escola não pode ser compreendida unicamente como uma infra-estrutura física ou um edifício.
Sendo uma organização social e complexa, ela é uma entidade de formação onde vários actores
interagem buscando novas respostas às preocupações sociais da vida humana.

Reconhecer-lhe uma importância social significa concebé-la como “um meio indispensável de
elevação do nível cultural, de formação para a cidadania e de desenvolvimento de conhecimentos
e capacidades para enfrentamento das condições adversas de vida.” (Libâneo, 2003: 20).

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Explicar a função da escola enquanto organização social
 Descrever a estrutura organizacional da escola
 Identificar os actores da escola na organização escolar
SUMÁRIO:

A escola desempenha um papel social na vida das comunidades. Muitas vezes este papel é
atribuído ao Estado, como entidade macro da organização social, para este gerir as necessidades
educativas dos cidadãos. Libâneo, na sua exposição sobre a gestão da escola escreve:

“Há pelo menos duas maneiras de ver a gestão centrada na escola.


Conforme o ideário neoliberal, colocar a escola como centro das
políticas significa liberar boa parte das responsabilidades do Estado,
dentro da lógica do mercado, deixando às comnidades e às escolas a

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iniciativa de planejar, organizar e avaliar os serviços educacionais. Na
perspectiva sócio-crítica significa valorizar as acções concretas dos
profissionais na escola, decorrente de sua iniciativa, de seus interesses,
de suas interacções (autonomia e participação) em funçaão dpo interesse
público dos serviços educacionais prestados (…).” (2003: 20)

A ênfase que o trecho pretende dar situa-se na necessidade de se questionar a serviço de quem,
isto é, a favor ou contra quem a escola funciona e/ou é gerida, denotando assim a questão das
finalidades educativas.

Uma escola com fins discriminatórios não pode melhorar as vidas das pessoas, as relações
sociais justas e inscritas no quadro da participação e inclusão das massas populares.

O valor emancipatório que a escola pretende tomar e apregoado por quase todas as instituições
de ensino, pode ter a sua expressão significativa quando assente sob uma base organizacional
que reconhece a cultura oraganizacional que é assumida por todos os actores que a integram.

Impõe-se uma pergunta: “haverá uma relação entre a organização da escola, a cultura
organizacional e a sala da aula?” (ibidem).

O problema do (sub) desenvolvimento da instituição escolar depende em grande medida da


forma como a cultura instalada é construída, concebida e assumida pelos actores que a compõe:

Cada actor integrante da comunidade escolar dispõe de uma cultura pessoal e diferente dos
outros membros, daí a necessidade da negociação do sentido das culturas subalternas, do ponto
de vista de comunhão e condescendência facilitando a inclusão, o respeito pela diferença e a
consequente assunção da diferença como pressuposto básico do enriquecimento cultural.

Uma das formas de abrandamento das diferenças culturais dos actores da cominudade escolar é a
participação responsável dos professores na gestão do currículo.

Tal participação veicula aprendizagens e várias nestes profissionais de ensino, como algumas
apontadas por Líbâneo: “ tomar decisões colectivamente, formular o projecto pedagógico, dividir
com os colegas as preocupações, desenvolver o espírito de solidariedade, assumir colectivamente
a responsabilidade pela escola, investir no desenvolvimento profissional.” (2003: 23)

Desta forma, é preciso conceptualizar a escola como o espaço em que os actores apreendem
(principalmente alunos e professores) a construir a sua identidade profissional e académica
paulatinamente num espírito de colaboração profissional.

Estes factores reflectem-se positiva ou negativamente na sala de aula, na medida em que a


veiculação do discurso pedagógico da parte do professor reforça a construção colaborativa do
conhecimento respeitando as subculturas representadas na sala de aula pelos alunos ou pode

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reforçar um discurso pedagógico pessoal como verdadeiro, imutável e inegociável com o qual
todos devem concordar.

Numa outra perspectiva e sob o leque de construção colaborativa do conhecimento, podem


reflectir-se na sala de aula um clima descontraído facilitador do processo de
ensino/aprendizagem, em que a logística das relações interpessoais e humanas é assumida e
assegurada equitativamente, fomentando um ambiente de confiança mútua.

Sob este olhar, importa avaliar o papel e as funções que os membros da direcção da escola
desempenham para a consecução dos objectivos fixados. Importa também perceber os diferentes
papéis que o director pode assumir no seu relacionamento com os professores e oe restantes
funcionários da escola, papel este que pode ser constrangedor se não for observada a questão da
liderança.

A estrutura organizacional da escola

A estrutura pode ser definida como o modelo estabelecido das relações entre os componentes ou
as partes de uma organização. Existem diferentes tipos de estruturas organizacionais que
correspondem igualmente a diferentes instituições com vista a facilitar a coordenação das
actividades a elas inerentes.

Como tal, a escola comporta uma estrutura organizacional que foi evoluindo ao longo dos
tempos. No passado, como confirma Nóvoa, a organização da escola centrava-se “na perspectiva
das ligações hierárquicas de controlo e de supervisão. Deste modo, o estabelecimento de ensino é
encarado como uma antena descentralizada de aplicação de directivas e de regras idênticas para o
conjunto de estabelecimentos de um mesmo tipo ou grau de ensino.” (2000: 55)

Tratava-se, fundamentalmente de uma estrutura organizacional físico-hierárquica que prescindia


ou relegava para o segundo plano a questão da consideração dos recursos humanos como
integrantes da máquina organizacional. Neste tipo de organização a ênfase recaía no facto de que
para um bom funcionamento do estabelecimento escolar bastava montar uma estrutura bastatnte
sólida para garantir a operacionalização das diferentes áreas que compõem a escola. O papel
operacional era fixado sem a consideração da componente humana (professores, pais e
encarregados de educação etc.).

Compreender a escola como uma estrutura organizacional implica situá-la num quadro “orgânico
de profissionais (professores e outros especialistas) e alunos”, sublinhando assim a sua
identidade específica diferente de outras organizações.

Isto não significa relegar a escola como um estabelecimento do tipo burocrático, pelo contrário,
significa sim, conhecer as regras formalizadas de funcionamento para melhor adequá-las aos

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 15


contextos onde o ensino decorre sob o auge de colaboração e indagação premente para
compreender as circunstâncias sobre as quais a acção profissional recai.

O que comumente acontece é que no exercício do poder as escolas conferem pouco espaço de
autonomia e de liberdade aos seus profissionais o que, de certa forma, mina a relação
estabelecida entre os dirigentes e os dirigidos.

A Inter penetrabilidade entre os objectivos da máquina estrutural física (o poder político-


administrativo) e os da máquina estrutural psicológica e subjectiva (representada pelos
professores e alunos) afigura-se como importante na instauração de uma organização escolar
assente num profissionalismo sólido, consciente das suas responsabilidades.

No lugar de uma imposição das decisões tomadas a nível superior importa encontrar mecanismos
de articulação dos interesses dos actores:

“De facto, a simples transferência do poder central para o poder local, sem redefinição das
regulações do poder local, pode comprometer o efeito esperado de responsabilização dos
profissionais e de mobilização das ideias e das energias no seio dos estabelecimentos. (…) a
autonomia não significa, inevitavelmente, uma melhoria de qualidade; em última análise, é o uso
da autonomia que é determinante. E este uso depende, nomeadamente, da maneira como se pensa
o estabelecimento de ensino, o seu lugar no sistema educativo, o seu modo de organização
interna, a organização de trabalho, a partilha de tarefas e das responsabilidades, a atribuição de
recursos humanos e materiais, as estratégias de avaliação e as formas de regulação das relações
de trabalho.” (Nóvoa, 2000: 57)

Pode-se, sucintamente, colocar a questão relativa às práticas de organização que se pretendem,


articulando burocracia, ideologia e capital humano! A esta questão o autor que temos vindo a
referir aponta, entre outras, três práticas de organização que podem influencia positivamente a
estrutura organizacional da escola, nomeadamente:

1. Fomento da cultura de concertação e de cooperação

2. Fomento do debate em torno da questão central da organização da


criatividade pedagógica

3. Fomento da tolerância (o direito de errar)

Os Aparelhos Ideológicos na Escola

Os aparelhos ideológicos nas escolas, não criam a ideologia, mas inculcam a ideologia
dominante. Por exemplo: não é a igreja que cria a perpetuação da religião, é esta que cria e

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 16


perpetua a igreja, diferente do que pensava Max Weber. A análise do fetichismo da mercadoria
ultrapassa os aparelhos ideológicos. Uma escola é um aparelho, no sentido de que pela divisão
social do trabalho em seu interior, por exemplo, pela organização despótica do trabalho, são
elementos que definem as relações políticas e ideológicas concernentes aos lugares das classes
sociais no conjunto da estrutura. Há mecanismos para reprodução de lugares e agentes, daí a
unanidade em falar de ascensão social ou mobilidade social. A qualificação é uma qualificação-
sujeição, não é somente qualificação técnica do trabalho. A escola é um aparelho que distribui os
seus agentes no seu interior. As classes capitalistas não são castas escolares.

A relação escola-aparelho econômico continua a exercer sua acção durante sua actividade
econômica chamada formação permanente:

a) Não é a escola que faz com que sejam principalmente


camponeses a comporem os lugares suplementares de
operários. É o êxodo dos campos, acompanhando a reprodução
ampliada da classe operária, que desempenha o papel da
escola;

b) Trata-se de uma distribuição inicial dos agentes ligada à


reprodução inicial dos lugares das classes sociais: é ela que
designa para este ou aquele aparelho, para esta ou aquela série
entre eles, e segundo as etapas e as fases da formação social, o
papel respectivo que eles assumem na distribuição dos agentes;

c) As organizações complexas controlam e domesticam as forças


sociais. Elas codificam, centralizam. Essa apropriação pela
organização da existência, sob todas as formas, é realizada
também pela destruição e desintegração, destruindo as forças
que se opõem à sua expansão

Atrás do discurso da racionalidade, nessa luta, a organização abriga-se para legitimar sua
empreitada e desqualificar uma realidade que ela mutila. A organização científica necessita de
pais “místicos” para assegurar sua fundamentação. A escola tem um papel nessa mascarada
organizacional, operando as variações mais amplas, a partir dos papéis de mestre, aluno,
Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 17
burocrata, administrador. A organização realiza um processo concomitante: destruição e
unificação. O Homem dividido na execução de suas tarefas parceladas, isolado no seio da grande
metrópole, é reagrupado no interior das imagens organizacionais.

As organizações mantêm-se pela transmissão, energia e pela sua conversão em trabalho: a


reprodução da força de trabalho se dá em períodos de desequilíbrios sociais, por exemplo, nas
migrações rurais-urbanas, onde multidões sem trabalho concentram-se na periferia das grandes
cidades; ou em migrações operárias de países estagnados para áreas de crescimento. A escola é o
grande elemento mediador entre “eu” e o “outro”. O medo ao isolamento se dá na medida em
que a estrutura piramidal tem os meios para assegurar o monopólio das relações entre os
Homens. A escola centralizada e unitária constitui o grande refúgio, ela domestica a energia sem
direcção: não é por acaso que se pensa que as escolas mais eficientes são aquelas onde
predominam um sexo só.

O pai que é proprietário do corpo da mulher, interdito aos filhos, o senhor feudal que se apropria
da terra, o professor que dispõe soberanamente de um campo de conhecimentos. O usufruto
dessa situação pressupõe a aceitação do papel de pai, proprietário, chefe, professor. O sistema
cultural assiste à ruptura entre apalavras sagrada e profana. Não é mais Deus que dispõe do
monopólio do verbo nem a igreja de sua interpretação. A ciência ocupa hoje o lugar do verbo
divino. A casta dos cientistas substituiu a hierarquia eclesiástica como elemento mediador entre a
palavra superior e a colectividade humana.

O antagonismo “puro” e “impuro” encontra-se entre os chamados trabalhos “sujos” e “limpos”


como nas relações entre o trabalho manual e intelectual. A organização através dos seus
psicólogos industriais, afirma a possibilidade de vencer a impureza. Os esgotos podem ser
transformados em matéria sã. A guerra limpa, tecnologicamente definida, coexiste com a suja,
rústica. A eficiência da impureza consiste na delimitação das áreas do proibido. Os impuros são
intocáveis, só podem ser destruídos. O nazismo significou a dominação totalitária dos puros
sobre os impuros. Nas organizações altamente burocratizadas, instituições totais, o impuro é
segregado por obstáculos como muros altos, florestas, portas de ferro.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 18


EXERCICIOS:

1.Explique em poucas palavras por quê é que a escola é uma organização complexa.

2.Fale da importância do conhecimento das leis e regras dos estabelecimentos escolares na


melhoria do relacionamento e da qualidade profissional docente.

3.Faça uma representação esquemática de organização estrutural de uma dada escola.

4.Os aparelhos ideológicos nas escolas, não criam a ideologia, mas inculcam a ideologia
dominante. Dê exemplo.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 19


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UNIDADE V

TEMA: TIPOS DE INSTITUIÇÕES EDUCACUIONAIS


INTRODUÇÃO

O conceito de educação veicula concepções diversas nas culturas das comuindades humanas.
Cada povo tem um tipo de educação que lhe é específico.

Na presente unidade, apresentam-se as instuições de cuja concepção de educação observa


diferenças com a escola como instituição de educação formal e pretende-se que no final da
unidade o estudante seja capaz de:

 Caracterizar as instituições educacionais


 Diferenciar as instituições de educação escolar e as de educação extra-escolar
 Problematizar os conceitos de educação, formação e instrução identificando as
finalidades de cada um.

SUMÁRIO:

As instituições, a educação, a formação e a instrução


Desde a Grécia antiga, a preocupação dos governos e Estados em relação à educação tem sido a
de encontrar instituições específicas para responder aos objectivos e finalidades que se
pretendem para cada tipo de Educação.

Desta forma, tomando como exemplo os séculos XIV e XV, a sociedade como tal era concebida
como actor da educação por que nela se encontram e reflectem-se múltiplas relações facultadoras
de produção de valores, cultura e da história. Portanto, a sociedade constituía uma instituição
educacional, ainda que não fosse literalmente instituída a legitimação social do seu papel na
educação.
Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 20
Na sociedade romana da época, encontra-se a família como uma instituição educacional. Neste
caso, a mãe como dona de casa desempenhava um papel preponderante na educação dos seus
filhos pelo menos até aos sete anos de idade, por que o pai assuimia-os a partir dos dez anos
para, como pátria família e, ensiná-los a pensar, ler etc. Ele assumia este papel com tanto
orgulho de tal modo que o Estado não podia interferir na educação destes, sentindo-se assim o
dono e artífice da educação dos meninos nesta faixa etária da vida.

A escola (educação) instituicionalizada surge, pela primeira vez, com Quintiliano (educador
romano). Na sua concepção, o objectivo principal da educação consiste em formar o cidadão, ou
seja, formar para a cidadania para se tornar em Homem completo e culto que também sabe falar
(retórica), pensar e fazer e que, sobre tudo, deve ter uma cultura enciclopédica de grande gabarito
(saber tuo de tudo). Assim, a educação se mistura com a cultura e sobrepõem-se mutuamente.
Olhando para esta finalidade (formar para a cidadania), pode-se dizer que o rótulo cidadão era
atribuído à pessoa que tivesse uma estreita relação com o Estado, passando para Este a criação de
condições para instituir a escola oficial: é assim que surgem a escola como uma instituição de
ensino cuja Pedagogia centra-se na consecução de meios de ensino conducentes à apropriação
voluntária das necessidades da aprendizagem.

A educação, neste caso, é “o produto de uma intencionalidade educativa devidamente antecipada


e preparada pelo professor” (Marques, 1999: 23), e constitui uma resposta infiel a formação no
sentido de que resulta da própria síntese do estudante feita com base em processos de descoberta
pessoal do conhecimento.

O mesmo não pode ser dito em relação à instituição prisional que, sendo um espaço de
educação/correção entram em jogo muitos factores que desembocam numa pedagogia incidente
em repreensão e coersão, se bem que desta forma podemos considerar as suas metodologias de
trabalho ou a sua orientação filosófica de trabalho.

Na instituição prisional a educação, embora inscrevendo-se no quadro da reinserção social,


(quase que) não dá uma margem de manobra em termo de liberdade do educando (o prisioneiro)
em participar colaborativa e voluntariamente nas tarefas da sua educação ou mesmo reabilitação
ético – moral.

A instrução, por sua vez, denota processos de ensino que culminam em reproduções literais da
aprendizagem mesmo em contextos diferentes, correspondendo a uma resposta externa à pessoa-
sujeito do processo.

As instituições educacionais não têm mesmos objectivos e finalidades educacionais: umas


veiculam processos de educação repreensivos inscritos na reinserção social, outras veiculam o
ensino como uma força transfomadora das culturas e do desenvolvimento sócio-económico,
cultural e político.

EXERCÍCIOS

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 21


1. Aponte e descreva o tipo de educação decorrente em instituições educacionais da
sua escolha, com excepção das a que já fizemos menção.
2. Diferencie, por suas palavras, Educação, Formação e Instrução à luz da
bibliografia proposta no manual.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 22


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UNIDADE VI

TEMA: O AMBIENTE FISICO DA ESCOLA

INTRODUÇÃO

Na unidade anterior discutimos sobre tipos de instituições educacionais que concorrem para a
formação. Reitera-se o facto de a escola ser uma organização legítima do processo de ensino e
aprendizagem, o garante da produção e preservação da cultura em vários tecidos sociais
favorecendo o desenvolvimento da espécie humanal.

Sendo um espaço de eleição para o processo de ensino e aprendizagem importa analisar, na


presente unidade, as suas características físicas facilitadoras de um ambiente propício para o
trabalho profissional docente e discente de seus actores.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Descrever os elementos do espaço físico da escola;
 Relacionar a organização do espaço físico com o processo de ensino/aprendizagem;
 Mencionar aspectos do ambiente escolar facilitadores da educação inclusiva.

SUMÁRIO:

O Ambiente físico da Escola


O espaço físico da escola denota a ideia em volta das condições materiais que um certo
estabelecimento de ensino pode (ou podia) reunir para a realização adequada do trabalho docente
e discente. Desempenhando um papel importante na fixação de uma escola, a componente física
é cativa de vários aspectos prioritários e recomendados por qualquer Ministério de tutela no
mundo, nomeadamente, localização geográfica da escola, a dimensão da escola, a arquitectura, a
(não) propensão a poluição sonora, a segurança, etc.

1.Localização e implantação geográficas da escola

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 23


A localização de uma escola deve obedecer a critérios que garantem alguma comodidade dos
actores ou da comunidade escolar. Hoje em dia, tem-se assistido um número significativo de
escolas situadas em lugares inapropriados, os quais muitas vezes oferecem insegurança nas
pessoas se se avaliar pelo barulho, segurança afectando a saúde das pessoas e a própria qualidade
da aprendizagem. Impõe-se, assim, a necessidade de a escola localizar-se em espaços onde há
menos interferências externas da sua actividade por um lado, o que significa por outro lado, que
a avaliação da localização física que assegura a melhoria da qualidade de ensino tomando com
referência o espaço cómodo, limpo, agradável e distanciado de qualquer tipo de ameaças
externas etc., afigura-se como um aspecto importante a considerar na concepção e construção de
infra-estruturas escolares.
Há também que se observar recomendações ligadas ao posicionamento das infra-estruturas em
relação ao sol, chuvas e outras ameaças externas que podem marcar negativamente o processo de
ensino e aprendizagem, como indicam os seguintes itens abaixo:

a) A orientação geográfica da fenestração, especialmente das salas de


aula e dos espaços de maior permanência dos alunos, deve privilegiar o
quadrante Sudeste-Sul-Sudoeste;

b) As áreas das superfícies envidraçadas devem ser calculadas de acordo com


a zona climática e as características da região e do local onde a escola está
implantada;
c) Devem reduzir-se ao mínimo as aberturas de vãos a Norte, como forma de
evitar as perdas térmicas durante o Inverno e, a Poente, para evitar a
grande incidência solar durante o Verão e o decorrente sobreaquecimento;
d) Os vãos envidraçados das salas de aula devem ter protecções solares
exteriores e interiores. As protecções exteriores são do tipo palas
horizontais para Sul e verticais para Nascente e Poente, ou outros
elementos fixos, semi-fixos ou amovíveis, que evitem a incidência directa
dos raios solares nos envidraçados a partir da meia estação (entre Março e
Setembro). As protecções interiores, do tipo cortinas reguláveis e não
opacas, destinam-se a evitar a incidência solar directa nos planos de
trabalho durante a estação fria (entre Setembro e Março), altura em que é
desejável que o sol incida directamente nos envidraçados, de forma a
produzir o aquecimento natural dos espaços interiores (sistema passivo de
ganho directo).

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 24


2.A dimensão da escola

A programação e o dimensionamento das escolas, por exemplo do 1.º ciclo, devem ser definidos
de acordo com os critérios de planeamento da rede educativa:

a)As escolas que leccionam o 1.º ciclo podem instalar-se integradas com outros níveis de
educação e do ensino básico, de acordo com os critérios a que obedece o planeamento da rede
educativa;

b)Considerando-se a educação pré-escolar como a primeira etapa da educação básica, as escolas


com 1.º ciclo devem preferencialmente integrar o Jardim de Infância, com a capacidade
calculada na base dos valores da pirâmide etária e na oferta local deste equipamento educativo;

c)As escolas com 1.º ciclo devem ser dimensionadas para funcionamento em regime normal;
d)A capacidade das escolas com 1.º ciclo é traduzida no número de salas de aula;

e)A área da sala de aula é concebida para um grupo de 35 alunos no máximo, devendo este
espaço ser organizado de forma a permitir o desenvolvimento da quase totalidade das actividades
curriculares de uma turma;

f)A capacidade máxima, recomendável, da escola com 1.º ciclo quando se apresente isolada ou
unicamente integre a educação pré-escolar é de 12 salas de aula. Quando o 1.º ciclo se apresente
integrado com outros níveis do ensino básico, a sua capacidade máxima, recomendável, é de 8
salas de aula. As situações acima destas dimensões deverão ser devidamente fundamentadas;

g)Quando há mais de 300 alunos do 1.º ciclo a escolarizar na mesma área de drenagem, deve
optar-se, sempre que possível, por duas instalações escolares distintas.

TIPOLOGIA CAPACIDADE Nº MÁXIMO DE ÁREA BRUTA DE ÁREA DO TERRENO


ALUNOS CONSTRUÇÃO (m2)
( m2)
1ºCICLO 4 SALAS DE 100 640 2600
AULAS
1ºCICLO 6 SALAS DE 150 930 3200
AULA
1ºCICLO 8 SALAS DE 200 1220 3800

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 25


AULAS
1ºCICLO 12 SALAS DE 300 1700 5000
AULAS

Portanto, podem admitir-se escolas com menos de 4 salas de aula em situações especiais,
nomeadamente nos casos das zonas rurais com população dispersa em que é necessário
escolarizar menos de 80 alunos.
Estes estabelecimentos, embora com tendência gradual para a sua extinção, são ainda muito
frequentes no parque escolar existente. Sendo necessária a sua existência, estas escolas devem
constituir-se como parte integrante de um agrupamento de escolas que integre administrativa e
pedagogicamente outras escolas do mesmo nível e da educação pré-escolar, ou dos outros ciclos
do ensino básico, superando as situações de isolamento e de exclusão social. Para os diferentes
tipos e capacidades de estabelecimentos de educação e ensino onde esteja inserido o 1.º ciclo, de
acordo com as tipologias definidas pelo indicadores relativos a áreas brutas de construção e a
áreas mínimas de terreno destinados à implantação de escolas com 1.º ciclo ou escolas com 1.º
ciclo e Jardim de Infância.

TIPOLOGIA CAPACIDADE Nº MÁXIMO ÁREA ÁREA DO


DE ALUNOS MÁXIMA DE TERRENO (m2)
CONSTRUÇÃO
(m2)
1.º Ciclo JI 5 Salas (4 EB1 + 125 730 2.900
1 JI )
1.º Ciclo JI 6 Salas (4 EB1 + 150 860 3.200
2 JI )
1.º Ciclo JI 11 Salas (8 EB1 275 1.500 4.700
+ 3 JI )
1.º Ciclo JI 15 Salas (12 375 1.980 5.800
EB1 + 3 JI )

3.A (não) propensão a poluição sonora

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 26


As escolas são consideradas zonas sensíveis ao ruído, pelo que estas não devem ser localizadas
junto de vias de tráfego intenso ou de instalações que exerçam actividades ruidosas de carácter
permanente.

São conhecidas entre nós as consequências advindas do barulho quando estamos na sala de aulas
as quais afectam directamente a nossa (má) percepção ou somos, nalgum momento, obrigados a
aumentar o volume da nossa voz para nos fazermos perceber.

As escolas são consideradas zonas sensíveis ao ruído, pelo que estas não devem ser localizadas
junto de vias de tráfego intenso ou de instalações que exerçam actividades ruidosas de carácter
permanente. Os edifícios escolares devem ser concebidos de forma a proporcionar aos seus
utilizadores condições satisfatórias de conforto sonoro, devendo ter tida em conta a sua
localização em relação a fontes de ruídos exteriores à escola ou provenientes do próprio recinto
escolar.

A concepção e a construção dos edifícios escolares devem respeitar os requisitos favoráveis a


não criação e/ou propagação de barulho que interfira directamente na vida do recinto escolar. O
edifício escolar e os seus elementos de compartimentação devem ser concebidos e
dimensionados de tal forma que a transmissão sonora entre os locais interiores, em condições
normais de utilização, não perturbe as actividades que neles se realizam:

a) Todos os espaços de ensino, a sala de alunos, o refeitório e o átrio


principal, devem ser dotados, pelo menos no tecto, com revestimento de
absorção de interferências sonoras externas;
b) As paredes interiores devem assegurar aos locais que confinem ou
separem, um isolamento sonoro satisfatório relativamente aos sons
produzidos em locais ininterruptos de actividades;
c) Considerando a possibilidade de transmissão de ruído através da estrutura
e das paredes divisórias, devem evitar-se situações de sobreposição e de
contiguidade entre espaços habitual ou eventualmente ruidosos e outros
que requeiram ambientes calmos e silenciosos;
Na escolha dos materiais de construção e de decoração devem privilegiar-se os que não
permitem a absorção de sons nocivos ao clima de tranquilidade que caracteriza o processo de
ensino e aprendizagem.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 27


Outros aspectos a ter em conta na concepção e construção de escolas concentram a sua atenção
em vários factores que podem interferir negativamente se não forem cuidadosamente os detalhes
da concepção e construção de escolas ( a temperatura ambiente da área, a humidade relativa do
ar e da sua movimentação), por isso:

a) Os edifícios escolares devem ser de construção pesada, com forte inércia térmica,
devendo todas as envolventes do edifício (paredes exteriores e cobertura) serem
devidamente isoladas com material apropriado. Recomenda-se que o desvão das
coberturas seja ventilado;
b) Os níveis de conforto térmico dentro do edifício devem aproximar-se dos valores limite
de 18° C e de 24° C, respectivamente para o Inverno e para o Verão, considerando o
valor médio da humidade relativa entre 35% e 70%;
c) A renovação do ar constitui um indispensável corrector das condições ambientais, pelo
que deve ser assegurada, preferencialmente por meios naturais de fácil manuseamento.
Nos espaços de ensino devem prever-se vãos com folhas basculantes reguláveis, para
ventilação natural, sempre que possível cruzada;
d) Se nas salas de aula existir uma só fachada exterior, pode recorrer-se a bandeiras de porta
reguláveis ou a vãos basculantes abertos para as circulações. A ventilação cruzada deve
fazer-se a partir de 1,80 m;
e) Quando a ventilação natural se revelar insuficiente, podem prever-se sistemas de
ventilação mecânica forçada. Nas salas de aula devem assegurar-se três renovações de ar
por hora.
Em relação a luminosidade ou seja o conforto visual da escola deve-se realçar que todos os
espaços interiores devem ter iluminação natural. Em pequenas zonas de circulação, arrumos e
instalações sanitárias de adultos a iluminação natural pode ser indirecta:

f)Nos espaços de ensino a iluminação natural deve ser preferencialmente bidireccional, sem
incidência directa de raios solares nos planos de trabalho nem reflexos nos quadros de giz. A
geometria dos vãos deve propiciar a iluminação dos tectos e a penetração em profundidade da
luz natural, com vista a homogeneizar o nível de iluminação nas salas;
g)Nos espaços de ensino, o nível de iluminação sobre os planos de trabalho deve, ter o valor
médio de 350 a 400 lux;

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 28


h)A fim de se evitar a fadiga visual dos utentes originada, quer pela inadequação do nível de
iluminação relativamente ao uso dos espaços e às actividades neles exercidas, quer por
ultrapassagem dos níveis máximos de tolerância visual e por contrastes de luminosidade que
gerem encandeamento, quer ainda pela instabilidade e má qualidade da luz, deverão ser tidos em
conta os seguintes requisitos:
-A luminância das fontes luminosas que se encontrem no campo visual (a menos de 520
acima da horizontal) não deve ser superior a 2000 cd/m2;

-A relação das luminâncias das superfícies com probabilidade de serem abrangidas


simultaneamente no campo visual do professor e dos alunos não deve ser superior a 20;

-A luminância máxima instantânea das fontes luminosas não deve exceder em mais de 20%
a sua luminância média;
-O índice de reprodução cromática das fontes luminosas deve ser superior a 85% em todos os
locais de actividade;
-Nos aparelhos de iluminação devem ser previstos dispositivos que permitam a correcção do
efeito estroboscópico e de ondulação.
-Para todos os espaços, incluindo aqueles que requerem obscurecimento, os níveis de iluminação
em situação de emergência nunca devem ser inferiores a 10 lux.
-O colorido interior dominante dos espaços de ensino e de apoio, bem como das circulações,
deve ser em tons claros;
-para maior difusão da luz, os tectos devem ser preferencialmente brancos, com um poder de
reflexão superior a 75% e acabamento material.

EXERCICIO
1 – Fale da organização espacial da escola.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 29


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UNIDADE VII

TEMA: O SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO


INTRODUÇÃO
O Sistema Nacional de Educação, desde 1983 aos nossos dias, conheceu muitas fases de seu
desenvolvimento. Compreender os seus objectivos, princípios e níveis é a principal tarefa desta
unidade. Faremos um pequeno historial do SNE como forma de ilucidar seus principais
momentos na vida escolar moçambicana.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Conhecer os objectivos, papéis e níveis de acção do Sistema Nacional de
Educação;
 Compreender as causas que estão na origem das mudanças do Sistema Nacional
de Educação
SUMÁRIO:

Os Objectivos do Sistema Nacional de Educação


O Plano Estratégico de Educação e Cultura (PEEC), um documento orientador nas estratégias e
políticas de educação dos ensinos Secundário Geral e Básico moçambicanos, reconhece o valor
da educação para a sociedade moçambicana e, por isso, a sua estratégia para o período de 2006-
2010/11 coloca três objectivos –chave, que abaixo se mencionam (2006: 05):

 A expansão do acesso à educação


 A melhoria da qualidade de Educação

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 30


 O reforço da capacidade institucional, financeira e política com vista a assegurar a
sustentabilidade do Sistema.

Sendo a educação um instrumento importante do desenvolvimento social, político, cultural e


económico das pessoas, o SNE afigura-se como um meio facilitador do processo desse
desenvolvimento, fixando-se a si os seguintes objectivos, através da lei nº 6/92 e constantes do
PLANO CURRICULAR DO ENSINO BÁSICO:

Educação para a cidadania

A educação para a cidadania encerra a componente do desenvolvimento integral do ser humano


capaz de se tornar cidadão útil e guiado por direitos e deveres como forças sociais
impulsionadoras de uma vida social ajustada. Por isso, uma educação que incide na formação do
cidadão deve:
a) Proporcionar o desenvolvimento integral e harmonioso da personalidade
b) Inculcar na criança, no jovem e no adulto padrões aceitáveis de comportamento lealdade,
respeito, disciplina e responsabilidade
c) Desenvolver a sensibilidade estética e a capacidade artística das crianças jovens e
adultos, educando-os no amor pelas artes e no gosto pelo belo
d) Educar o cidadão a ter amor pela pátria, orgulho e respeito pela tradição e cultura
moçambicanas etc.

Educação para o desenvolvimento económico e social

Não se pode falar do desenvolvimento se não forem definidas as prioridades da educação e o


papel que o ensino, através das escolas, pode desempenhar nesse processo. O desenvolvimento é
o produto de muitos factores que devem ter tido em conta.

O Sistema Nacional de educação concebe o desenvolvimento económico e social como um


objectivo crucial por que implica qualificações relativas ao desenvolvimento da produção e da
investigação científica, sem relegar a questão de aquisição e desenvolvimento de habilidades e
conhecimentos de caráter vocacional entre outras.

Educação para as práticas ocupacionais

As práticas ocupacionais têm a ver com actividades extras, mas que contribuem para o
desenvolvimento de outras habilidades úteis para a vida humana, tal é o caso das modalidades
desportivas.

Assim, os exercícios físicos, o desporto e a recreação não podem ser entendidos simplesmente
como uma ocupação ou hobbies, devem também serem concebidos como actividades

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 31


conducentes a uma boa saúde para as crianças e adultos, saúde esta que pode ter implicações
significativas no desenvolvimento de outras actividades humanas. Basicamente, este objectivo do
Sistema traduz a necessidade de:

a) Desenvolver na criança, no jovem e no adulto o interesse pelos exercícios físicos,


desporto e recreação;
b) Desenvolver na criança, no jovem e no adulto o hábito para a manutenção de um corpo
saudável através da higiene, prática de actividade física e desportiva, nutrição e cuidados
sanitários.
O papel do Sistema Nacional de Educação

O Sistema Nacioanl de Educação foi introduzido em 1983 através da lei 4/83, de 23 de Março e
revista pela lei 6/92, de 6 de Maio. A criação deste instrumento regulador das actividades e
acções do Ministério de tutela vincula a ideia de uma melhor articulação das actividades
educativas nas instituições escolares moçambicanas.

Desde a sua implementação até aos nossos dias, o ensino geral moçambicano foi-se
caracterizando por situações, por vezes positivas, por vezes, menos claras e até confusas quanto
às estratégias curriculares e de ensino adequadas para a sociedade moçambicana.

Embora o Sistema tenha sido implementado gradualmente, como confirma o PLANO


CURRICULAR BÁSICO (op.cit, 17), o mesmo conheceu uma apreciação pouco positiva quanto
aos resultados obtidos após a sua avaliação:

 Os programas de ensino e os livros concebidos para os alunos, bem como os manuais dos
professores tratam de matérias de modo compartimentado, não respeitando o princípio de
interdisciplinaridade;
 O Ensino Primário não destaca as etapas intermédias fundamentais do processo de
ensino/aprendizagem e, consequentemente, não atende ao princípio pedagógico de
diferenciação que reconhece os diferentes ritmos e interesses de aprendizagem dos
alunos;
 O currículo do Ensino Primário, em vigor, não abre, de uma forma explícita, a
possibilidade de integração do currículo local, o que faz com que os conteúdos temáticos
sejam abordados de modo uniforme e homogéneo em todo o País.
 A avaliação pedagógica é predominantemente sumativa, desempenhando exclusivamente
a função selectiva: não há, praticamente, harmonização e integração do carácter
formativo e sumativo da avaliação pedagógica, um dos princípios fundamentais da
prática do ensino – aprendizagem:
 A formação de professores ainda não responde às reais exigências do ensino;
 Os programas de formação são predominantemente teóricos, não permitindo ao
formando a aquisição de capacidades para uma melhor gestão do processo de

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 32


ensino/aprendizagem e a subsequente utilização correcta dos materiais e meiso de
ensino:

“O ensino é, por conseguinte, mecanizado, apelando-se apenas para a memorização, em


detrimento de um processo pedagógico activo, orientado para o desenvolvimento integral e
harmonioso do aluno.” (PCEB, 2008: 19)

Face a esses desafios, o Sistema Nacional de Educação viu-se incoformado e exigente de si


mesmo no sentido de encontrar melhores formas de coordenar e articular o seu papel de órgão de
tutela encarregue pela verificação e avaliação das actividades educativas em Moçambique. Daí,
concentrou a sua atenção, entre os aspectos cruciais, na questão de uma abordagen curricular
facilitadora de um ensino e aprendizagem integrado, prático, crítico e diferenciado antendendo as
especificidades dos alunos e com recurso a metodologias, para além de activas, diversificadas
para abarcar os diferentes graus de dificuldades e compreensão. O professor e o aluno passaram a
desempenhar outros papéis, em detrimento dos tradicionais em que o rpimeiro era detentor e o
segundo o receptuário do conhecimento.

Os níveis do Sistema Nacional de Educação

Falar dos níveis de um dado sistema é tratar dos seus diferentes degraus, no sentido top-down ou
na posição e grau de importâcia estrutural numa dada posição e podem, esquematicamente, ser
representados vertical ou horizontalmente.

Na presente unidade não se pretende fazer uma descrição exaustiva de tais níveis, prentende-se,
porém, mostrar como o Sistema Nacional de Educação funciona nalguns níveis para atingir o seu
objectivo de decentralizador do poder administrativo.

Ao terminar esta unidade o estudante será capaz de:

 Conhecer os diferentes níveis de funcionamento do SNE.


 Compreender a articulação dos níveis de funcionamento do SNE em relação a seus papéis
e funções que desempenham.

Os níveis do Sistema Nacional de Educação

Como se sabe, o Sistema Nacional de Educação é uma entidade-macro e, do ponto de vista de


seriação, ocupa o primeiro lugar na responsabilização e coordenação das actividades de ensino
(educação).

O próprio nome identifica-o como ocupante do nível nacional, assumindo papéis político-
administrativos de coordenação das necessidades da educação em Moçambique.

Muitas vezes tais papéis têm sido concretizados com consideráveis dificuldades, devido ao seu
caracter uniformizador das decisões tomadas a nível macro e que, no entanto, têm poucas

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 33


implicações significativas para as comunidades para as quais a educação é uma necessidade. Os
problemas decorrentes da educação não têm tido solução devido à falta do tratamento
diferenciado, local e contextual:

“Para muitos problemas, os textos oficiais [ministeriais] apresentam apenas parte da


solução. É preciso, assim, encontrar uma solução local para o problema, sem entrar em
contradição com os textos elaborados pela administração central.” (UESCO, 1992: 66)

O notável e actual crescimento do sistema de ensino devido ao crescente número de matrículas


das crianças, jovens e adultos com necessidades de educação mudou o tipo de gestão e do papel
assumido pelo Ministério da educação e Cultura, o que obrigou-o a reformar o seu sistema de
administração (descentralizado), atribuindo responsabilidades às províncias e distritos para
responder aos problemas da educação com soluções locais.

A segunda maior instância político-administrativa é a Direcção provincial. Ocupando o segundo


nível hierárquico, traduz as necessidades educativas e os respectivos problemas tendo em conta
as necessidades ao nível da província e cabendo ao Director Provincial de tutela e a sua equipa a
responsabilidade política e administrativa de realizar o plano, elaborado com a participação da
base, da administração central. Segue-se, ainda com a mesma lógica sequencial, o distrito e a
escola.

O relacionamento de trabalho do Sistema de Educação ao nível nacional é feito com base em


articulação descentralizada dos papéis e funções de administração da educação.

Esta articulação é que permite a comunicação e gestão das necessidades do ensino procurando
soluções locais na resolução de problemas decorrentes do sistema.

EXERCICIOS

1. Identifique os princípios do Sistema Nacional de educação moçambicano e explique-os


por suas palavras.
2. Fale da lei 4/83, de 23 de Março e depois revista pela lei 6/92, de 6 de Maio: aponte as
causas da sua implementação e mudança e/ou revisão.
3. Em que aspectos o SNE implementado em 1983 melhorou se comparado com a reforma
curricular de hoje?

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 34


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UNIDADE VIII
TEMA: OS SUBSISTEMAS DA EDUCAÇÃO EM MOÇAMBIQUE
INTRODUÇÃO
A Educação em Moçambique é constituída por vários subsistemas, cada uma das quais
correspondendo a uma organização estratégica específica para a consecução das
finalidades e objectivos também específicos.

Nesta unidade, interessa-nos descrever as especificidades para as quais tais subsistemas se


orientam constituindo-se em formações específicas.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Descrever as especificidades de cada subsistema do Sistema Nacional de Educação;
Conhecer o tipo de formação/educação que cada uma dela enfatiza

 Conhecer o tipo de formação/educação que cada uma dela enfatiza.

SUMÁRIO:

Os subsistemas da educação em Moçambique: geral, técnico profissional, educação de


adultos, infantil e superior
O conceito de subsistema remete-nos a noção de dentro de um dado sistema existirem vários
outros sistemas subalternos que no seu todo corporizam o sistema-mãe. Na educação tal
realidade é notória que, embora o fim último seja a formação integral, diferem os objectivos
e finalidades de cada subsistema do sistema escolar-macro.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 35


A educação de adultos

Este tipo de educação destina-se às pessoas adultas e/ou jovens que, por motivos e
circunstâncias que não precisamos de especificar, perderam a oportunidade de frequentar a
escolarização normal.

Um exemplo mais fiável das circunstâncias adversas à frequência da escolarização normal é


o período antes da independência nacional no qual “Moçambique tinha uma taxa de
analfabetismo de 93%, com índices ainda maiores nas mulheres, colocando um desafio ao
desenvolvimento nacional” (PEEC, 2006: 35), devido às consequências da colonização.

Na origem da privação e de agravamento de oportunidades para frequentar a escolarização


normal afigura-se também, para alguma pessoas, a guerra civil dos dezasseis anos, como bem
relata o documento que acima citamos:

“O início da guerra de desestabilização e a crise económica na década de 80 a 90 resultou numa


queda drástica das admissões na educação não formal e de adultos. A única excepção foi a
actividade de alguns provedores não governamentais, tais como ONGs, grupos comunitários,
organizções religiosas e individuais. (…) desenvolveram programas em pequena escala, mas
muitas vezes, inovadores (incluindo o uso de línguas locais) para mulheres, jovens e adultos.”
(op.cit)

Um dos objectivos pontuais da educação de adultos é, em articulação com o ensino básico,


colmatar a questão do “ensino para todos” o qual se inscreve no quadro da escolarização
obrigatória.

Sua finalidade aproxima-se mais à educação e/ou acção social e comunitária da educação, ou
seja, “Para além da redução do analfabetismo, (…) [pode] contribuir para o desenvolvimento da
comunidade, respeito pelos valores culturais, desenvolvimento de uma cultura de paz, tolerância
e democracia, prevenção e mitigação do impacto do HIV-SIDA e das doenças de transmissão
sexual, e a redução da pobreza absoluta.” (ibidem) A aposta estratégica do Governo em
Moçambique reside no facto de se desenvolver esforços que visam melhorar a coordenação das
contribuções na (re)concepção dos currículos, encontrar parceiros e apoiá-los mesmo que sejam
do sector privado. Constitui também uma intervenção estratégica para o Governo, que ainda
pode ser viável, o reforço do uso das mídias nomeadamente, a rádio e a televisão para apoiar os
programas de AEA/ENF, não se esquecendo da questão de monitoria e supervisão para a
avaliação do projecto.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 36


O Ensino Secundário Geral (ESG)

Introdução

É um subsistema de ensino orientado para as qualificações específicas. Após a escolarização


obrigatória levada a cabo pelo ensino primário e pelo programa de educação de adultos, os
candidatos a esse subsistema procuram qualificações profissionais para, por um lado
entrarem no mercado de trabalho e, por outro lado, prosseguirem com os seus estudos ao
nível de ensino superior.

Muitas vezes esses objectivos são fracassados devido aos conhecidos problemas do actual
currículo, que é eminentemente enciclopédico “altamente académico e muito virado para
uma preparação para a continuação dos estudos no ES2 e nas universidades, respondendo,
deste modo, em muitos aspectos às necessidades do mercado de trabalho e da sociedade
moçambicana no geral.” (PEEC, 2008: 39)

Pode-se dizer, em grande medida, que a base da fraca qualidade dos graduados deste
subsistema, e que por extenção influencia também os que ingressam no ensino superior, seja
esta razão amiúdes discutida entre os académicos moçambicanos. Outras razões podem estar
nas diminutas condições físico-materiais das infra-estruturas escolares agravando o ensino
deste subsistema para a carência em termos de custos em todos os sentidos.

Esforços do Governo cingem-se na:

o Identificação e implementação de formas de assegurar que o Ensino Secundário fique


localizado mais perto das comunidades, promovendo desta forma o acesso e equidade
e reduzindo a necessidade de internatos;
o Construção e melhoria das infras-estruturas escolares, centrando-se em soluções
eficientes em termos de custos;
o Aumento de utilização de ensino à distância como uma forma complementar
particularmente no ESG2;
o Identificação e implementação de estratégias para aumentar a percentagem de
mulheres como professoras e gestoras etc.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 37


O quadro abaixo resume a preocupação actual no âmbito da melhoria da
qualidade do ESG:

OBJECTIVOS RESULTADOS INDICADORES PRESSUPOSTOS DE


METAS DE POLITICAS E
DESEMPENHO REFORMAS
( 2010/2011)
O quadro abaixo Progresso em direcção TBE ESG 1 65% Padrões de infra-
resume a preocupação ao ciclo de ensino de TBE ESG 2 23% estruturas e de
actual no âmbito da 9 anos Aumento das equipamento
melhoria da qualidade raparigas definidos; gestão dos
do ESG: escolarizadas (44% trabalhos
em 2010 no ESG 1 e descentralizada;
42% no ESG2) definida apolítica de
formação de
professores de forma
acelerada e com
qualidade
Novas escolas Salas de aulas
secundárias construídas,
construídas e salas de
aulas existentes
reabilitadas 5.300 ESG e 1.600
ESG2

“Quadro para acção e reforma de políticas.” (PEEC, 2008: 45)

O Ensino Técnico-Profissional

O subsistema de ensino técnico-profissional basea-se na contribuição “para a criação de uma


força de trabalho qualificada, essencial para reforçar o crescimento económico e tirar os cidadãos
e as comunidades da situação de pobreza.” (PEEC, 2008: 47)

De acordo com o mesmo documento, a leccionação no subsistema é realizada em três níveis:

Primeiro: o nível elementar é frequentado pelos candidatos que tenham a 5ª ou 7ª classe


variando o curso de 2 a 3 anos.

Segundo: o nível básico é frequentado pelos candidatos com a 7ª classe e o curso dura 3 anos.

Terceiro: o nível médio integra candidatos que pretendem tornar-se técnicos profissionais em
agro-pecuária, indústria ou comércio.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 38


A formação técnico-profissional representa uma mais-valia para os empregadores, o que supõe a
criação de condições favoráveis ao estabelecimento de parcerias entre os empregadores, outros
parceiros e as Escolas de Ensino de Ensino Técnico-Profissional (ETPs). Mas o subsistema
enfrenta o problema de falta de capacidades práticas influenciando negativamente assim a opção,
da parte dos formandos, pela escolha do auto-emprego. O mesmo acontece com os professores: a
sua fraca qualificação “casa-se” com a procura dos serviços deste subsistema como alternativa
dos alunos que não conseguem obter vagas no Ensino Secundário Geral.

O quadro abaixo, sintetiza alguns dados importantee e decorrentes das necessidade desse tipo
de ensino:

Sumário dos dados de base

 O MINED apoia 47 instituições ETP (11 elementares, 28 básicas e 8 de nível médio)


cobrindo cerca de 41.000 alunos (20% são raparigas).
 Os professores qualificados tendem a retirar-se da Educação Técnico-Profissional, à
procura de melhores empregos.
 Currículos não ajustados à economia e mercado de trabalho.

Há ideias estratégicas a ser implementadas para a “transformação da provisão da ETP


assentes num sistema orientado pela procura, construído num quadro de formação modular
com cursos baseados em padrões de competência e assente num Sistema nacional de Padrões,
o qual deverá ser reconhecido pelos empregadores e pela sociedade civil.” (PEEC, 2008: 50)

Esta iniciativa estratégica pressupõe o envolvimento dos empregadores e da sociedade civil


na concepção dos currículos, ou ao menos que seja convidados a darem a sua opinião
mediante os padrões de qualidade de que precisam nas suas instituições laborais.

O Ensino Superior

Este subsistema de ensino constitui o reforço do “sistema de educação através de um


conjunto de acções que vão desde a formação de professores, sobretudo do ensino médio, da
capacitação permanente dos gestores do sistema, dos apoios às ZIPs e da investigação
educacional, promovendo a melhoria da qualidade de ensino a todos os níveis” (PEEC, 2008:
61) e outras áreas de interesse económico, social, político etc.

O subsistema não está à margem do problema de qualidade que quase todos outros
subsistemas enfrentam. Hoje pensa-se muito nas modalidades de contratação de docentes e a

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 39


sua respectiva e consequente formação (contínua) para lhes conferir o espírito de um ensino
investigativo, uma das componentes principais da actividade docente.

Por outro lado e devido à falta de docentes, algumas instituições de ensino superior recorriam
a uma contratação directa de professores, baseando-se em critérios menos claras, como é o
caso da busca dos estudantes que se destacam numa determinada área de formação para a
leccionação (os chamados monitores) sem, no entanto, disporem de alguma orientação
psicopedagógica para tal exercício.

Ora, o exercício profissional docente encerra e exige que se tenha em conta inúmeros
aspectos que, por economia de tempo e de espaço, não se fará menção aqui. Mas procurar-se-
á dar ênfase a um dos aspectos fundamentais que compõe a identidade profissional do
professor: a questão da formação de um professor-investigador.

Já se falava desta noção desde os anos 30 e resiste até aos nossos dias devido ao valor
estratégico que assume em todo o processo de ensino/aprendizagem. Ser um professsor-
investigador significa conceber uma formação que “implica desenvolver competências para
investigar na, sobre e para a acção educativa e partilhar resultados e processos com os outros,
nomeadamente com os colegas.” (Campos, 2001)

Uma formação deste género implica reconhecer o valor epistemológico do conhecimento


como contextual e produzido critíca e reflexivamente, daí a importância de assunção de uma
atitude indagatória permanente (para dar sentido à célebre frase que temos vindo a constatar
em qualquer manual de formação docente: “o ensino centrado no aluno usando metodologias
activas”). A noção encerra também a inauguração de uma educação democrática, onde a
participação e a colaboração do aluno se tornam importantes e significativos para a
construção e apropriação do seu conhecimento.

O autor acima referenciado sublinha que “compete a cada instituição encontrar a melhor
maneira de iniciar os seus formandos na prática sustentada da investigação” (ibidem) como
forma de estar na profissão.

Em Moçambique, o desafio que se coloca a si mesmo esse subsistema de ensino é a própria


formação dos professores nas modalidades de metodologias para a leccionação neste nível
para tornar relevante a acção educativa daí decorrente e garantir uma actuação flexível, da
parte dos professores, uma organização integrada das Unidades Curriculares (disciplinas)
fugindo da antiga organização baseada na ordem hierárquica e nos modelos de precedência
(PEEC, 2008: 65):

 Introdução de um sistema nacional de garantia de qualidade e acreditação


 Introdução de um sistema nacional de acumulação e transferência de créditos
académicos
 Estabelecimento de uma articulação entre a UP e demais instituições de formação de
professores para a implementação da estratégia de formação de professores etc.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 40


Os subsistemas de ensino em Moçambique respondem, de forma diversificadas, às necessidades
educativas específicas e orientadas para um tipo de formação. No fundo, constituem uma riqueza
se considerarmos que visam responder às diversas necessidades da socuedade moçambicana.
Conhecer a especificidade de ca subsistema impõe-se como importante para também se
conceptualizar o tipo de supervisão e prática pedagógicas que lhes subjazem.

EXERCICIOS

1. Fale da especificidade do subsistema de ensino infantil: descreva-o tendo em conta os


seus objectivos e finalidades.
2. Disserte sobre factores que estão na origem da fraca qualidade do ensino nos vários
subsistemas de ensino em Moçambique e dê sugestões para minimizar o impacto
negativo desses factores.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 41


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Ensino Superior à Distância

UNIDADE IX

TEMA: ORGANIZAÇÃO DOENSINO POR CICLOS DE FORMAÇÃO


INTRODUÇÃO

A inovação, inscrita sob estratégias da procura de melhores respostas aos problemas da


educação, trouxe mudanças estruturais no Sistema Nacional de Educação no âmbito da
reforma curricular.

Nesta unidade importa falar dos ciclos de formação no Sistema Nacional de Educação
relativamente ao Ensino Geral.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Identificar os objectivos e finalidades que corporizam cada ciclo de formação;
 Conhecer a estrutura curricular do Sistema Nacional de Educação;
 Explicar os fundamentos de cada ciclo de formação.

SUMÁRIO:

A organização do ensino por ciclos de formação


Os ciclos de formação do Sistema Nacional de Educação em Moçambique justificam a
necessidade de uma maior flexibilidade curricular dos conteúdos programáticos para o processo
de ensino/aprendizagem.

O conceito de ciclo denota o conjunto de unidades programadas para a aprendizagem dos alunos,
envolvendo na base da sua concepção habilidades e competências específicas previamente
definidas.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 42


Para uma maior compreensão dos objectivos que sustentam os ciclos de formação do sistema de
educação em Moçambique ilustra-se abaixo um quadro-resumo do estrutural curricular Ensino
Básico moçambicano:

IDADE 6 7 8 9 10 11 12
CLASSES 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª
CICLOS 1º 2º 3º
GRAU 1º 2º

Quadro da Organização da estrutura curricular (PCEB, 2008: 25)

O Ensino Básico moçambicano é constituído por 7 classes organizadas em ciclos e graus.


Sendo assim, o primeiro ciclo encerra duas classes nomeadamente, as 1ª e 2ª classes, o
segundo constituído por três classes, 3ª, 4ª e 5ª classes e o terceiro ciclo compreende duas
classes: a 6ª e a 7ª.

Compreendendo um conjunto de conteúdos orientados pra o desenvolvimento de


competências e habilidades específicas, o 1º ciclo centra-se na questão do desenvolvimento
de leitura e escrita, noções de números e a realização de certas operações matemáticas e
também a aprendizagem de questões de relacionamento interpessoal e higiene pessoal.

O 2º ciclo, centrando-se na introdução de aprendizagens novas relativas às Ciências Sociais e


naturais, consolida os conteúdos do 1º ciclo e, o 3º ciclo é uma espécie de consolidação dos
dois primeiros ciclos, compreendendo a preparação do aluno para a continuação dos estudos
noutras classes e/ou enfrentar a vida.

Esta estrutura curricular compreende também dois graus: o primeiro que parte da 1ª à 5ª
classes e o segundo de 6ª à 7ª classe. Esta estruturação inscreve-se numa visão integral dos
conteúdos orientados ao desenvolvimento articulado e integrado de conhecimentos, valores e
habilidaes e complementadas pelas actividades extra-curriculares. (PCEB, 2008: 27)

De um modo geral, a estrutura curricular deste subsistema de ensino pretende garantir um


desenvolvimento integrado mediante as áreas curriculares distribuídas de seguinte modo:

Comunicação e Ciências Sociais: Língua Portuguesa, Línguas moçambicanas, Língua Inglesa,


Educação Musical, Ciências Sociais, Educação Moral e Cívica.
Matemática e Ciências Naturais: Matemática, Ciências Naturais

Actividades Práticas e Tecnológicas: Ofícios, Educação Visual, Educação Física

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 43


Passa-se a seguir um quadro-resumo relativo às competências pretendidas para cada área
traduzida em Disciplinas correspondentes:

ÁREAS DISCIPLINAS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS BÁSICAS


Comunicação e Língua Portuguesa Expressar-se, oralmente e pró escrito, em diferentes
Ciências Sociais situações; ler e interpretar mensagens diversas; usar
alíngua como meio de acesso à ciência; Participar em
em situações de intercâmbio sócio-cultural,
económico e político; manifestar atitudes morais e
civicamente correctas. Comunicar correctamente em
vários contextos oralmente e por escrito em Línguas
Moçambicabicanas e na Língua Portuguesa.
Applicar as regras de funcionamento da língua e de
organização em línguas moçambicanas e em língua
portuguesa de forma criativa na produção de textos.
Ler e escrever textos necessários à sua inserção e
participação na vida social, económica, política e
cultural do país.
Interpretar e analisar diferentes tipos de textos.
Avaliar a relevância da necessidade de entre as
pessoas.
Manifestar uma atitude positiva em relação ás línguas
e culturas moçambicanas.
Respeitar a diversidade linguística e cultural do país e
do mundo

Línguas Comunicar corretamente em vários contextos


Moçambicanas-L1 oralmente e por escrito em Línguas Moçambicanas e
Português-L2 na Língua Portuguesa.
Aplicar as regras de funcionamento da língua e de
organização em línguas moçambicanas e em língua
portuguesa de forma criativa na produção de textos.
Ler e escrever textos necessários à sua inserção e
participação na vida social, económica, política e
cultural do país.
Interpretar e analisar diferentes tipos de textos.
Avaliar a relevância da necessidade de entre as
pessoas.
Manifestar uma atitude positiva em relação ás línguas
e culturas moçambicanas.
Respeitar a diversidade linguística e cultural do país e
do mundo

Língua Inglesa Conhecer o vocabulário essencial para a comunicação

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 44


em diferentes situações
Educação musical Ter sensibilidade para apreciar o belo, escutar,
memorizar, abstrair, imaginar e criar música
Ciências Sociais Reconhecer o passado; compreender o processo;
(História, Geografia e situar os acontecimentos no espaço e no tempo;
Educação Moral e conhecer e localizar os aspectos físico-geográfico e
Cívica) económicos do país, do continente e do mundo;
reconhecer os sues direitos e deveres;
Respeitar os direitos e crenças dos outros; Manifestar
atitudes de tolerância e de solidariedade.

Ed. Moral e Civica Respeitar os valores morais, patrióticos, cívicos e


religiosos
Matemática e Matemática Contar e calcular, operar as operações básicas na
Ciências Naturais resolução de problemas, observar e estimar
distâncias, medir comprimentos, calcular superfícies
e volumes
C. Naturais Cuidar da saúde e observar regras de higiene, ter
(Bilogia, Física e comportamento sexual responsável, interpretar
Química) cientificamente os fenómenos naturais, conservar o
meio ambiente.
Actividades Ofícios Costurar, cozinhar, bordar, esculpir, fazer jardins e
Práticas e hortas, plantar árvores, construir objecots utilitários,
Tecnológicas realizar actividades agro-pecuárias e piscatórias.

Educação visual Observar, descobrir, expressar-se através da imagem,


imaginar, criar, desenhar, pintar, modelar, picotar,
recortar, colar, concretizar ideias, estruturar um
elemento, fazer coonstrução, traçar.

Educação Física Praticar actividades físicas, jogos tradicionais e


desportivas

Resumo

Os ciclos de formação correspondem a unidades de aprendizagem no Sistema Nacional de


Educação. A sua finalidade última insere- no âmbito de flexibilização do processo de
ensino/aprendizagem, de tal forma que os conteúdos, competências e habilidades sejam
concebidas e abordadas de uma forma integral e preparando os alunos para a vida.
EXERCICIOS

1 Faça uma pesquisa sobre a organização por ciclo do nível médio no Sistema Nacional de
Educação: Objectivos, Finalidade e a distribuição das disciplinas.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 45


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UNIDADE X: Plano Curricular – Estrutura e Organização


Introdução

O funcionamento das escolas depende da instauração de um currículo que abrange as


aspirações educativas dos alunos em particular e da comunidade em geral. A presente
unidade procura abordar a construção estrutural e a maneira de como o currículo é
organizado para responder a tais aspirações.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Conceptualizar o currículo escolar;
 Identificar as características, componentes e a organização de um dado currículo;
 Conhecer os procedimentos da concepção de um currículo;

Sumário

Planos curriculares: estrutura e organização


A conceptualização de currículo é tanto quanto problemática. Em perseguição das finalidades
que se afixaram acima, procurar-se-á buscar conceitos básicos que se julgarem capazes de
uma abordagem simples e potenciadora de uma compreensão global do que realmente este
conceito faz compreender.

Na sua definição, Martins explica que “ o currículo consiste no conjunto de experiências


planejadas pela escola destinadas a levar o educando a uma plena realização e integração
social, além de atingir os objectivos traçados para seu nível de escolaridade.” (1999: 121)

Este autor prossegue com a sua explanação mencionando as características fundametais do


currículo:

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 46


a) O currículo deve ser organizado para atender ao educando.levando em conta suas
características e aspirações;
b) O currículo deve levar em consideração as peculiaridaes do meio;
c) O currículo deve, na sua elaboração, obedecer à seguinte sequência:
 O que deve atingir?
 Como atingir (conteúdo e plano de acção);
 Que resultados foram conseguidos;
 Realimentação, replanejamento

Lee e Traldi (1984) citados por Martins (1999: 129) aborda o currículo como uma “estratégia
pela qual as escolas tentam satisfazer os fins de educação.”

A crescente e dinâmica transformação das sociedades inquieta a escola. Hoje a escola deve tentar
sobreviver ante as transformações sociais procurando encarar o conhecimento como dinâmico e
mutável, construindo-o colaborativa mente e relegando a concepção tradicionalista de educação
dentro da qual “ o formando aprende imitando o mestre as técnicas empregues pelo professor
mais velho, mais experiente e perito na sua profissão, seguindo as suas instruções e conselhos. A
mestria no ofício é passada de geração em geração” (Alarcão, 1996: 96), como se fosse válido
para todos os contextos do ensino e/ou da formação

É nesta dinâmica social em que o currículo se inscreve, para dentro do conjunto de disciplinas
“cada uma dela organizada numa sequência lógica em termos de conteúdo” ( Martins, op.cit), dar
respostas concretas às circunstâncias contextuais onde o ensino ou a educação tem lugar.

Percebido desta forma, o currículo desempenha um papel político na educação pelo facto de na
sua concepção e realização comporta implicações sociais significativas ao tocar as necessidades
emergentes da sociedade.

Por isso, uma das componentes fundamentais do currículo é a planificação, planificação essa que
que “deve partir de uma pesquisa das necessidades socioculturais dos educandos e, a partir daí,
serão determinados os objectivos, os conteúdos, as actividades de aprendizagem e os meios de
avaliação.” (ibidem)

Na sua planificação, o currículo deve ter em conta as seguintes etapas:

1-Formulação dos objetivos

2-Selecção de conteúdo

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 47


3-Selecção de experiências ou actividades de aprendizagem

4-Avaliação

Os objectivos da planificação curricula, para além de ser adequado à estrutura matéria e física da
escola, o funcionamento, os recursos humanos, o próprio currículo e as actividades docentes,
devem permitir:

1. Seleccionar experiências que atendam simultaneamente aos interesses, às necessidades e


às aspirações do educando e da sociedade;
2. Organizar as experiências numa sequência lógica e psicológica que favoreça o
desenvolvimento integral do educando;
3. Facilitar o estabelecimento de objectivos pelos docentes da escola;
4.Incentivar, mediante próprio criado entre os componentes da escola, o desenvolvimento
de actividades educativas

No caso específico de Moçambique, o desenho curricular vigente tem como objectivo


fundamental “ formar cidadãos capazes de contribuir para a melhoria da sua vida, a vida da sua
família, da comunidade e do país [dando-se ênfase aos] saberes locais das comunidades onde sa
escola se situa” (PCEB 2008: 27), o que de certa forma dita uma estrutura organizacional
conducente à consecução desse macro objectivo.

Falar da organização curricular impõe atacar a sensibilidade social do ponto de vista das suas
reais preocupações reflexas na escola. Tais preocupações condicionam a estrutura organizacional
do currículo vigente tentando-se assim responder, de forma investigativa, as aspirações e
expectativas da sociedade relativamente ao papel da escola.

EXERCICIOS:

1. Atendendo e considerando que o conceito a que se atribui o currículo não é


interpretado unanimemente nos estabelecimentos e, por vezes surte efeitos díspares,
defina “currículo” usando suas palavras.
2. Apresente, esquematicamente, a organização do currículo do Ensino Básico e
Geral moçambicano.
3. Fale das implicações que provavelmente podem advir dessa estrutura.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 48


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UNIDADEXI: ORGÃOS DE GESTÃO ESCOLAR

INTRODUÇÃO
O bom funcionamento da escola como uma instituição de ensino (educação) e de formação
depende de uma boa máquina de gestão e coordenação de todos os serviços nela existentes.

Falar da gestão na instituição escolar é associar o conceito à administração, à animação, à


formação e às relações públicas.

Interessa a essa unidade conhecer os órgãos que facilitam a coordenação e animação do


funcionamento da escola.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Conhecer os principais órgãos de que as escolas se servem para o seu
funcionamento;
 Descrever a função de cada componente orgânica existente na escola;

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 49


SUMÁRIO:

Órgãos de gestão escolar


A gestão de uma escola depende fundamentalmente de duas componentes: a organização
administrativa e a componente humana (recursos humanos).

Martins, ao falar sobre o conceito de administração evidencia-o “como ciência, propondo a


previsão, a organização, o comando, a coordenação e o controlo como suas fases fundamentais.”
(1999: 24)

Embora em muitos casos as fases da administração geral tenham muitos aspectos comuns com a
da escola, a administração escolar comporta especificidades: “Na escola, há uma interação de
personalidades diferentes nas dimensões humana e político-social.” (ibidem)

Interessa transcrever as palavras do autor acima citado relativas à administração escolar:

“(…) supõe uma filosofia e uma política directoras preestabelecidas: consiste no complexo de
processos criadores de condições adequadas às actividades dos grupos que operam em divisão de
trabalho; visa à unidade e à economia da acção, bem como ao progresso de empreendimento.”

Relativamente à unidade escolar no sentido strictus, a administração actua em conformidade com


as orientações hierarquicamente superiores guiada por princípios, como as que a seguir se
apresentam:

1. Princípio do Objectivo Comum;


2. Princípio da Liderança;
3. Princípio da funcionalização;
4. Princípio da amplitude de Controle
5. Princípio da Coordenação;
6. Princípio de Controle;
7. Princípio da Experimentação
8. Princípio da Elasticidade.
Normalmente escolas são organizadas, do ponto de vista de gestão, da maneira como abaixo se
apresenta:

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 50


A Direcção da escola:

a) Director
b) Director – Adjunto
c) Sector Administrativo
Conselho Pedagógico-Administrativo
Director Pedagógico:

a) Coordenador de Turno (manhã, tarde e noite)


b) Pedagógico (manhã, tarde e noite)
c) Serviços de apoio pedagógico (Biblioteca, Laboratório, Informática, Desporto,
actividades culturais etc.)
Sector Administrativo (Secretaria, Rec.Humanos, Limpeza, Mecanografi, Segurança
etc.)

EXERCICIOS:

1 – Enumere os orgão sde gestão na escola e suas respectivas funções.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 51


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UNIDADE XII: PLANIFICAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL


INTRODUÇÃO

A planificação envolve a projeção do futuro e as maneiras eficazes para concretizá-lo.

No fundo é um projecto que antevém o futuro tomando como ponto de partida o passado e o
presente para tomar decisões adequadas mediante um conjunto de alternativas. Nesta Unidade
abordar-se-á a palnificação educacional ao nível geral, olhando para aspectos que a compõem.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Explicar os princípios que orientam a planificação educacional;
 Conhecer a relevância da planificação educacional;
 Situar a Planificação educacional na Planificação escolar (Projecto escolar).
SUMÁRIO:

Planificação do sistema educacional


De um modo geral, a planificação é a observação antecipada do futuro e toma em conta as
experiências do passado e do presente. O sistema educacional ao se fixar os seus objectivos fá-lo
tendo em conta a previsão do futuro, mais concretamente nos aspectos que eventualmente
possam afectar a organização.

A previsão requer um conhecimento profundo do que se pretende com a planificação e, esta está
intimamente inter-relacionada com a investigação de modo a se descobrir as necessidades do
sistema escolar e as respectivas perturbações para se encontrarem a alternativas e permitir
melhor organização. Porém, o plano não é algo que deve ser seguido literalmente, podendo ao
longo de sua execução sofrer algumas alterações mediante as necessidades circunstanciais.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 52


A escola como uma organização complexa e gerida por seres humanos dotados de pensamentos
diversos precisa, de facto, de uma planificação que preveja todos os pormenores organizacionais.
Desta forma, há que observar alguns princípios básicos e fundamentais para tal.

Oliveira (1987, cit. por Martins, 1999: 57) escrutina princípios gerais de uma planificação, de
que a educação não deve estar alheia:

a) O princípio da contribuição aos objectivos, e neste aspecto o planejamento deve sempre


visar aos objectivos máximos da organização. No processo de planejamnento devem-se
hierarquizar os objectivos estabelecidos e procurar alcançá-los em sua totalidade, tendo
em vista a inter-ligação entre eles.
b) O princípio da precedência do planejamento, correspondendo a uma função
administrativa que vem antes das outras (organização, direção e controle). Na realidade é
difícil separar e sequenciar as funções administrativas, mas pode-se considerar que, de
maneira geral, o planejamento do que e como vai ser feito. Aparece na ponta do
processo. Como consequência, o planejamento assume uma situação de maior
importância no processo administrativo.
c) O princípio de maior penetração e abrangência, pois o planejamento pode provocar uma
série de modificações nas características e actividades da organização.
d) O princípio de maior eficiência, eficácia e efectividade. O planejamento deve procurar
maximizar os resultados e minimizar as deficiências.
A perseguição desses princípios é feita com base numa participação, coordenação e revisão
cíclica pelos membros da Sistema escolar (ao nível macro) na sua elaboração.

O levantamento das necessidades educacionais requer o conhecimento real do nosso sistema


educacional, o que equivale dizer que a realidade educacional moçambicana é que deve espelhar
todo o processo da educação e não o contrário. O desafio que se coloca consiste na concepção de
um plano educativo que seja operacional e integrado atendendo assim a vários escalões de sua
organização enquanto instituição educacional.

A planificação educacional obedece requisitos internacionalmente acordados pela Unesco


(Washington, 1958) que se apresentam abaixo:

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 53


 Aplicação do método científico na investigação da realidade educativa, cultural, social e
económica do país;
 Apreciação objectiva das necessidades, para satisfazê-las a curto, médio e longo prazo;
 Apreciação realista das possibilidades de recursos humanos e financeiros, a fim de
assegurar a eficácia das soluções propostas;

 Previsão dos factores mais significativos que intervêm no desenvolvimento, continuidade


que assegure a acção sistemática para alcançar os fins propostos;
 Coordenação dos serviços da educação e destes com os demais serviços do Estado, em
todos os níveis da administração pública;
 Avaliação periódica dos planos e adaptação cosntante dos mesmos às novas necessidades
e circunstâncias;
 Flexibilidade que permita a adaptação do plano a situações imprevistas ou imprevisíveis;
 Trabalho de equipa que garanta uma soma de esforços eficazes e coordenados
 Formulações e apresentação do plano como iniciativa e esforços nacionais, e naão como
esforço de determinadas pessoas, grupos ou sectores.

Na planificação educacional intervêm variáveis de natureza diversa que também é preciso ter em
conta. Por exemplo, a própria educação tem uma forte influência sobre a vida das pessoas nas
comunidades, o que faz com que a variável social se afigure como importante.
Na variável social o sistema educativo deve estar atento as desigualdades sociais existentes, em
que uma classe social é tida como superior a outra, de tal modo que, ao querer manter o status
quo (detentora do poder) optará por uma educação conservadora em prejuízo de outra classe, que
é sempre submissa.

É a planificação educacional que deve antever até que ponto a previsão da acção educativa é
reflexiva e crítica às contradições sociais existentes na sociedade e facilitadoras de uma educação
libertadora e democrática.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 54


A variável política

“Embora a educação pública seja uma acção política, é preciso que os educadores
sejam capazes de conquistar o espaço que lhes compete no planejamento da
mesma, fazendo-o a partir da realidade concreta, questionando as políticas
educacionais e reivindicando as condições necessárias para implementá-la.”
(Martins, 1999: 71)

A sociedade civil e a classe política compõem a sociedade. Há, dentro da sociedade civil,
pessoas detentoras do poder económico e muitas vezes aliena as massas populares do produto
do seu trabalho, o capital.

A classe política, em princípio zela pelos interesses dos cidadãos. Nota-se que o
distanciamento entre os interesses dos cidadãos e dos políticos tem sido, “normalmente”
muito grande. A planificação escolar deve velar pelos interesses justos dessas duas classes
para uma ascensão social conjunta e justa e imprimindo um ritmo de desenvolvimento que
persegue uma qualidade efectiva do sistema escolar.

Variável Filosófica

O centro do debate sobre esta variável reside na questão da qualidade do ensino: ao longo dos
tempos a qualidade foi sendo localizada ora no ensino centrado no professor, ora no centrado
no aluno sem, contudo, se descobrir o verdadeiro problema, ou seja, o que significa um
ensino de qualidade!

Vale, portanto, falar de um ensino em que o centrado no aluno e no professor se conjugam


(talvez falar de um ensino progressista), cabendo ao educador, “conhecendo a educação
progressista, disseminá-la nos meios educacionais, e, ao planejador, utilizá-la nos
planejamentos de ensino e avaliação.” (Martins, 1999: 73)

A planificação educacional envolve princípios e pressupostos científicos de que os gestores se


servem para uam organização e estruturação integrada do sistema escolar. Também toma em

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 55


conta as variáveis sociais, cultiurais, política etc. para permitir um levantamento real, justo e
adequado das necessidades da educação atendendo todas as classe sociais.

É inconcebível falar da planificação educacional prescindindo a questão da investigação, recurso


facilitador no processo de levantamento das necessidades educacionais.

EXERCICIOS

1. Fale das particularidades da planifica educacional se comparada com uma planificação


geral.
2. Explique em que consiste a variável política na planificação educacional.
3. Mencione dois requisitos da sua escolha e explique-os por suas palavras.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 56


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Ensino Superior à Distância

UNIDADE XIII: ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR


INTRODUÇÃO

A Administração Escolar como o estudo da organização e do funcionamento de uma escola ou


de um sistema escolar, tem como objectivo educar as crianças, os jovens e até mesmo os
adultos. É tarefa diferente de qualquer outra, muito mais complexa, pois envolve elementos
humanos e materiais, sem comparação possível com os da indústria. A A.E. é um meio para
alcançar o fim e não um fim em si. Não devemos exagerar a importância da técnica, atitude
muitas vezes contraproducente, justamente porque o entusiasmo em seu emprego pode levar um
novato a considerá-la como principal. Ela deve favorecer a obtenção de melhores resultados

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Reconhecer a diferença entre a administração escolar e de outras instituições.
 Delimitar administração escolar.
 Conceituar a administração escolar.
SUMARIO:

Administração escolar ou educacional


Conceito e delimitação

Administração Escolar (A.E.) é o estudo da organização e do funcionamento de uma escola ou


de um sistema escolar, de acordo com uma finalidade, de modo a satisfazer as exigências da
Política de Educação e aos requisitos da moderna Pedagogia. É uma parte da administração
pública, especializada, referindo-se, também, a empreendimentos particulares, visto que várias
instituições mantêm estabelecimentos de diferentes graus de ensino e em cada um deles são
aplicados os mesmos princípios administrativos.

Vimos que a Administração tem por finalidades conseguir alguma coisa feita com economia de
tempo etc. Em A.E., o objectivo é

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 57


educar as crianças, os jovens e até mesmo os adultos. É tarefa diferente de qualquer outra, muito
mais complexa, pois envolve

elementos humanos e materiais, sem comparação possível com os da indústria. A A.E. é um


meio para alcançar o fim e não um fim

em si. Não devemos exagerar a importância da técnica, atitude muitas vezes contraproducente,
justamente porque o entusiasmo em

seu emprego pode levar um novato a considerá-la como principal. Ela deve favorecer a obtenção
de melhores resultados, sem exigir

esforços demasiados. É a parte mais importante da administração pública, serviço a que


chamaríamos “básico”, porque da educação

do povo advêm todas as melhorias sociais e económicas. Ela envolve não só crianças, pais,
mestres e funcionários, mas toda a

colectividade e até os próprios interesses nacionais.

Para conceituá-la e delimitar seu campo de acção, usaremos o conceito aprovado pelo 1º
Simpósio de A.E., realizado em São

Paulo, na Faculdade (Fa) de Filosofia (Fi) da Universidade de São Paulo (U.S.P.), em


Fevereiro de 1961:

“ A Administração Escolar supõe uma filosofia e uma política directoras preestabelecidas;


consiste no complexo de processos

criadores de condições adequadas às actividades dos grupos que operam em divisão de trabalho;
visa a unidade e a economia de

acção, bem como o progresso do empreendimento. O complexo de processos engloba as


actividades específicas – planejamento,

organização, assistência à execução (gerência), avaliação dos resultados (medidas), prestação de


contas (relatório), e se aplica a

todos os sectores da empresa: pessoal, material, serviços, financiamento.

O professor José Querino Ribeiro, catedrático da Fa Fi da U.S.P., que chefiou o Grupo II do


Simpósio, definira A.E. como “o

complexo de processos cientificamente determinados que, atendendo a certa Filosofia e a certa


Política da Educação, desenvolvemse antes, durante e depois das actividades escolares, para
garantir unidade e economia”.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 58


O padre António da Silva Ferreira, professor da Fa Fi de Lorena (São Paulo), modificou um
pouco essa definição: “é o estudo

científico dos processos que se desenvolvem antes, durante e depois das actividades escolares e
que sejam mais aptos para garantir

a consecução dos objectivos educacionais da Escola, com unidade e economia”.

Ayres Bello diz que “A.E. é um ramo da Ciência Administrativa, tendo como objecto próprio o
estudo dos métodos e processos

mais eficientes e práticos de se organizar e administrar um sistema escolar ou uma escola, em


ordem aos ideais e objectivos visados

pelo trabalho educativo”.

Em resumo, a A.E. deve facilitar a tarefa educativa, proporcionando todas aquelas medidas
indicadas como eficientes.

Vimos que a A.E. “supõe” uma Filosofia e sabemos que a Pedagogia é considerada a aplicação
prática de seus princípios. De

Houvre afirma que a Pedagogia é “a pedra de toque não só da Psicologia, senão de toda a
Filosofia, valendo os sistemas

educacionais o que valem as concepções do homem e da vida, perfilhadas por seus autores”.
(Philosophie Pédagogique, XVII).

Assim vemos, na história dos povos, variar a educação de acordo com a filosofia que aí
predomina. A Sociologia e outras ciências

educacionais, com a Filosofia, determinam o objectivo. Esse deve traduzir o ideal do povo e cabe
à A.E. a tarefa de realizá-lo.

“Supõe”, também, uma política de educação. Os problemas da colectividade são considerados


pelos governantes através do prisma

dos princípios filosóficos sociais dominantes em suas agremiações políticas. Nem sempre,
porém, os eleitos podem ser

considerados como representantes da maioria, já que a grande maioria não se manifesta, não
vota, e quando o faz é visando ao

próprio interesse. Além disso, há diferença representativa no voto de um pai de muitos filhos e o
de um solteiro; o primeiro

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 59


representa o pensar de muitos, mas, numericamente, vale tanto quanto o outro, cujos pontos de
vista não podem ser os mesmos, já

que não enfrenta os problemas de família.

Marcel Demongeot (Le meilleur Regime Plítique Selon Saint Thomas) confirma que os regimes
políticos variam de acordo com o

ideal que os inspira. A influência política se faz sentir na elaboração das leis. Por exemplo: a
abertura de novas escolas é

determinada por Lei, cabendo ao Poder Executivo a parte administrativa.

A A.E. sofre a influência de outras ciências relacionadas com a educação, tais como Psicologia,
Pedagogia, História da Educação.

Sociologia Educacional, Estatística, Higiene Escolar. Daí a razão de muitas determinações,


quanto à capacidade das salas de aulas,

matrículas, iluminação, e tantas outras exigências que visam a obtenção de resultados sempre
melhores, sem perda de recursos

materiais e humanos, acompanhando as modificações sociais e científicas, empregando a técnica


mais aconselhada em cada caso.

Como em qualquer outra Administração, seus objectivos devem ser bem definidos e alcançados
em sua essência, embora um ou

outro pormenor de menor importância possa escapar.

A principal preocupação da A.E., hoje em dia, é educar para a vida. Dewey escreveu que “a
educação não é tanto a preparação para

a vida senão a própria vida; na escola a criança deve viver e não estudar a vida”. Para isso,
precisamos deixar de lado a instrução

verbalística, livresca, que exige decoração e conserva o aluno como uma estátua na carteira, sem
liberdade para falar ou perguntar o

que interessa. Hoje, fala-se mais em educar em vez de instruir somente. Tem-se por objectivo
formar a personalidade, dando ao

aluno o domínio de si mesmo, hábitos sadios, consciência de seus deveres e direitos, integrando-
o no meio social em que irá viver;

enfim, formar-lhe o carácter.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 60


A A.E. dirige os Sistemas Escolares, isto é, o conjunto de escolas que promovem a educação no
país ou em um Município. É

responsável pelo êxito do desenvolvimento do programa de acção e, põe isso, deve ter em seu
corpo social pessoas competentes

que ocuparão os cargos executivos: ministros, inspectores, directores. Se qualquer empresa


precisa de bons administradores, muito

maior cuidado deve ter a A.E. Não basta ser pessoa culta; precisa estar actualizada em problemas
educacionais e ter capacidade

para dar à Administração a necessária flexibilidade, de modo a satisfazer todos os interesses em


jogo.

Quem primeiro usou o nome de Administração Escolar foi Compayré, em 1892, quando
escreveu seu livro sobre a Educação em

França – Pedagogie Pratique et Administration Scolaire. Só no início deste século XX


começaram a aparecer nos Estados Unidos

os primeiros estudiosos do problema, procurando aplicar ao ensino a doutrina de Fayol.


Actualmente, a maioria das obras

conhecidas nos vêm dela e, entre os que se dedicaram ao assunto, destacaremos Jesse Sears,
professor da Universidade de

Stanford, o primeiro a formular princípios para a nova ciência, adoptando os cinco elementos de
Fayol mudando, apenas, previsão

por planejamento, nome mais adequado.

Elementos da administração escolar:

No Simpósio de A.E., anteriormente citado, sugeriu-se uma nova orientação quanto aos
elementos da A.E., que deve ser adoptada

entre nós: 1º Planejamento; 2º Organização; 3º Assistência à execução; 4º A avaliação dos


resultados; 5º Relatório. Uma rápida

referência a cada um, já que no decorrer do programa trataremos detalhadamente deles, com
todos os assuntos devidamente

especificados, dentro dessa divisão:

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 61


1º Planejamento – É o estudo que se faz sobre o problema a resolver. Primeiro deve-se ter em
vista o objectivo; conhecer o meio

onde se vai trabalhar; fazer levantamento dos dados elucidativos, estudá-los, separá-los,
compará-los, examiná-los enfim, de todos

os modos, para que fique bem conhecido e possa ser indicada uma solução. De acordo com esses
dados, elaboram-se os primeiros

planos ou anteprojectos, que serão discutidos, estudados em todos seus aspectos, modificados se
necessário, até se encontrar o

plano definitivo. É uma fase demorada, mas não podemos tomar decisões apressadas ou
improvisar em matéria de tal relevância Geralmente, em Administração Pública, esse plano
definitivo é submetido a aprovação da Assembleia que o transforma em lei, de

acordo com os objectivos preestabelecidos.

2º Organização – É a parte de estruturação, como em qualquer empresa. Estruturação de órgãos


administrativos necessários ao

serviço, localizando-os de acordo com o sector; provimento dos cargos com pessoal competente;
compra de material didáctico,

material de consumo, mobiliário etc. regulamentação das atribuições da cada um, obedecendo ao
princípio de ordem (cada um em

sua função) e estabelecendo as inter-relações, bem como definição de responsabilidades;


elaboração de um regimento interno. A

Administração deve seleccionar o pessoal, segundo um critério de investidura, remoção,


aposentação, remuneração, concursos, etc.

Cuidará das instalações, prédio com modernos requisitos, equipamento, material padronizado,
tendo em vista sua estilização,

aquisição, estocagem, distribuição e conservação, reparação, preço de custo. Serão instalados e


supridos os serviços administrativos

propriamente ditos, como secretaria, arquivo, cooperativa, orientação educacional, transporte,


lanche. Deve contar com um capital

ou crédito equivalente, além de uma reserva para as eventualidades, custeio e imprevistos.

3º Assistência à execução – É o Comando. Foi adoptada essa denominação porque o Director


não deve ser apenas um indivíduo

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 62


que dá ordens. Ele deve dar toda a assistência a seus auxiliares, para que possam executar bem
suas tarefas. Para isso, deverá fazer

a verificação prévia das condições em que tudo se acha, antes do início dos trabalhos, evitando
que qualquer falha possa prejudicálos.

Deve executar o comando no sentido de ordenar e ser obedecido. Suas ordens devem ser claras,
justas, exequíveis e legais.

Precisa orientar, através dos responsáveis, a maneira de execução. Respeitar o princípio


iniciativa que favorece a estimulação e,

sobretudo, coordenar os esforços dos vários elementos que formam o corpo social da estrutura,
para esforços em sentidos contrários

não anulem a obra educativa.

4º Avaliação de resultados – A A.E. precisa conhecer se o plano está ou não dando resultado e
essa avaliação não se mede em

dinheiro, como nas empresas comerciais, mas por medidas quantitativas e qualitativas. As
mediadas quantitativas referem-se aos

dados de matrícula, frequência, tempo gasto, aproveitamento escolar, despesas feitas. As


qualitativas são avaliadas pela apreciação

do grau de maior ou menor prestígio de que goza a escola, pela integração da mesma no meio
social, se satisfaz ou não as suas

necessidades, como é geralmente aceite o seu objectivo, como se executam as suas tarefas. No
aproveitamento escolar, começa-se a

adoptar a avaliação por “conceitos”, também medidas qualitativas.

5º Relatório – Será feito no fim de cada ano, com a apresentação de resultados, ao mesmo tempo
que fará uma análise crítica dos

factos, indicando onde e por que falharam as previsões, terminando com sugestões que possam
ser as mais indicadas no

saneamento das falhas porventura existentes.

Administração escolar e Leis:

Embora matéria de Direito, precisamos conhecer um pouco a hierarquia das Leis, pois muitas
vezes surgem casos que a A.E.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 63


precisa resolver e nem todas as leis têm a mesma autoridade.

A Lei fundamental de uma Nação é a Constituição. Ela define sua organização política,
estabelece os direitos do homem e do

cidadão, determina o que é da competência do Estado. Quando há competências para o Estado e


havendo Municípios legislando

sobre o mesmo assunto, a lei que prevalece é a do Estado. Esta prevalece sobre a municipal, de
tal modo que, Municípios, em suas

leis, não podem inserir dispositivos que contrariem uma lei do Estado. Só quando o assunto é de
competência exclusiva dos

Municípios, podem legislar livremente. Em matéria do ensino por exemplo, a Lei do Sistema
Nacional de Educação (S.N.E) no

caso de Moçambique, estando esta, coberta pela Constituição, deve ser observada por todos os
Municípios. Portanto, os Municípios

não devem desprezar a Lei Fundamental, sob pena de inconstitucionalidade.

EXERCICIOS

1 – Quais os elementos que constituem a administração escolar, segundo o sugerido no simpósio


de A.E., anteriormente citado, como nova orientação quanto aos elementos da A.E., que devem
ser adoptados? Resposta: Os elementos que constituem uma nova orientação na Administração
escolar, segundo o Simpósio de A.E., que devem ser adoptados são:
1º Planeamento;

2º Organização;

3º Assistência à execução;

4º A avaliação dos resultados;

5º Relatório.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 64


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UNIDADE XIV: TIPOS E CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR


INTRODUÇÃO

Falar de organização remete-nos também ao seu sinonimo. já imaginou a amplitude deste


vocábulo? O que seria o mundo da desorganização? O que é mesmo organização? Abrange uma
serie de actos e procedimentos ,desde os mais simples aos mais complexos.
Pode-se encontrar vários conceitos ,como por exemplo; o modo como se organiza um sistema. A
forma escolhida para arranjar, dispor ou classificar objectos, documentos e informações.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
 Conhecer vários conceitos sobre administração escolar.
 Conhecer vários tipos de administração escolar. .
 Reflectir sobre vários tipos de administração escolar.
SUMÁRIO:

Tipos e conceito de administração escolar


- José Querino Ribeiro: A.E. é complexo de processos

cientificamente determinados que, atendendo a certa

Filosofia e a certa Política da Educação, desenvolvem-se

antes, durante e depois das actividades escolares para

garantir unidade e economia.

- António da Silva Ferreira: A.E. é o estudo cientifico dos

processos que se desenvolvem antes, durante e depois das

actividades escolares, e que sejam mais aptos para garantir

a consecução dos objectivos educacionais da Escola, com

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 65


unidade e economia.

- Aires Bello: A.E. é um ramo da Ciência Administrativa,

tendo como objecto próprio o estudo dos métodos e

processos mais eficientes e práticos de se organizar e

administrar um sistema escolar ou uma escola, em ordem

aos ideais e objectivos visados pelo trabalho educativo. Em

resumo: a A.E. deve facilitar a tarefa educativa,

proporcionando todas aquelas medidas indicadas como

eficientes.

- Segundo Marcel Demongeot: A.E. sofre a influência de

outras ciências relacionadas com a educação, tais como

Psicologia, Pedagogia, História da Educação, Sociologia

Educacional,Estatistica,Higiene escolar

Tipos de Administração Escolar

A partir da concepção de educação, temos o tipo de

administração escolar:

– humanista tradicional,

– humanista moderna ou

– humanista progressista.

EXERCICIOS

1 – Segundo Marcel Demongeot, quais as outras ciências relacionadas com a educação que
influenciam a Administração escolar?.

Resposta: As outras ciências relacionadas com a educação que influenciam a Administração


escolar são: Psicologia, Pedagogia, História da Educação, Sociologia Educacional, Estatística,
Higiene escolar.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 66


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UNIDADE XV:

TEMA: TAREFA ACTUAL DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR


Introdução

A tarefa actual da A.E. é interpretar as finalidades e objectivos educacionais e transformá-los em


acção organizacional, através do

planeamento, organização, direcção e controle, e interpretar e compreender os fenómenos e


comportamentos que ocorrem dentro das organizações educativas, nomeadamente o poder, a
tecnologia, a comunicação, a participação e a inovação.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Saber qual a principal preocupação da administração escolar hoje em dia.
 Reflectir sobre a tarefa actual da A.E.

SUMÁRIO:

Tarefa actual da Administração Escolar


A principal preocupação da A.E., hoje em dia, é educar para

a vida.

- Dewey escreveu que “a educação não é tanto a

preparação para a vida senão a própria vida; na escola, a

criança deve viver e não estudar a vida”. Para isso,

precisamos deixar de lado a instrução verbalista, livresca,

que exige decoração e conserva o aluno como uma estátua

na carteira, sem liberdade para falar ou perguntar o que

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 67


interessa. Hoje, fala-se mais em educar em vez de instruir

somente.

A A.E. dirige Sistemas Escolares, isto é, o conjunto de

escolas que promovem a educação no país ou numa

província ou num município.

A A.E. é responsável pelo êxito do desenvolvimento do

programa de acção e, por isso, deve ter no seu corpo social

pessoas competentes que ocuparão os cargos executivos:

ministros, inspectores, directores.

Não basta ser uma pessoa culta; é preciso estar actualizado

em problemas educacionais e ter capacidades para dar à

Administração a necessária flexibilidade, de modo a

satisfazer todos os interesses em jogo.

- João Formosinho: A tarefa actual da A.E. é, portanto,

interpretar as finalidades e objectivos educacionais e

transformá-los em acção organizacional, através do

planeamento, organização, direcção e controle, interpretar

e compreender os fenómenos e comportamentos que

ocorrem dentro das organizações educativas, nomeadamente o poder, a tecnologia, a


comunicação, a participação e a inovação.

EXERCICIOS

1 – Se “A educação não é tanto a preparação para a vida senão a própria vida-segundo Dewey,
diga qual a principal preocupação da Administração escolar hoje em dia?

Resposta: A principal preocupação da Administração escolar hoje em dia é educar para a vida.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 68


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UNIDADE XVI

TEMA: A ADMINISTRAÇÃO DE ESPAÇOS FISICOS DA ESCOLA


INTRODUÇÃO

Prezado estudante, seja bem vindo a unidade sobre espaços específicos da escola. A escola bem
como qualquer organização social, tem regras ou critérios para o seu funcionamento. Uma das
regras é estar dotada de espaços reservados para actividades especificas.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Caracterizar os espaços específicos da escola;
 Divulgar as dimensões de espaços específicos da escola;
 Explicar as actividades de cada espaços específicos da escola;
 Descrever a localização dos espaços específicos da escola;
 Compreender os critérios sobre os espaços específicos da escola.

SUMÁRIO

Espaços Específicos da Escola


De acordo com a listagem referida no número anterior, para cada espaço específico são definidas
nos pontos seguintes as exigências funcionais, construtivas, de interligação com outros espaços e
de localização no conjunto escolar:

1. Sala de Aula na Escola: É o espaço de ensino onde têm lugar as diversas actividades
diárias. É aconselhável agrupar as salas de aula em núcleos de ensino constituídos por 2
ou 3 salas de aula com alguns espaços de uso comum, tais como o de educação plástica,
uma instalação sanitária e arrecadação de material didáctico:
a) Actividades predominantes: trabalho sentado à mesa, individual ou em grupo; trabalho
de pé em mesa, bancada, expositor ou quadro; projecções, exposições;

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 69


b) Dimensões: área útil: 48 m2 (mínimo) e pé-direito: 3,20 m;
c) Localização: preferencialmente em piso térreo, com acesso fácil ao exterior;
d) Exigências construtivas:
 Fenestração: área envidraçada equivalente a 15 a 25% da área do pavimento, conforme a
zona climática. A orientação geográfica da fenestração das salas de aula deve privilegiar
o quadrante Sudeste-Sul- Sudoeste;
 Revestimentos: pavimento macio e lavável; paredes não abrasíveis; lambril
lavável até 2,00 m de altura e resistente ao desgaste; as paredes interiores
confinantes com as salas de aula, devem ser concebidas e construídas de forma
evitar entre elas a transmissão de ruídos; tecto poroso, eventualmente com
revestimento acústico;
 Instalações técnicas: instalação eléctrica para iluminação artificial e tomadas
para fins diversos (computador, TV, audiovisuais, etc.), tomada de recepção de
sinal de TV;

e) Equipamento fixo: bancada à altura de 0,75 m, com ponto de água e esgoto; quadros
de escrita (a giz e a marcadores); expositores; ecrã para projecção; régua de cabides;

f)Espaços anexos: espaço para educação plástica, - que pode ser integrado em cada
uma das salas de aula ou preferencialmente servir a um núcleo de ensino.
2. Educação Plástica na Escola: É um espaço oficina para actividades que
produzem sujidade.

a) Actividades predominantes: trabalhos de pé, em pequenos grupos, com água,


tintas, colas, barro e outros materiais; construções simples em madeira, metal, etc;
b) Dimensões: área útil: 7 m2 (mínimo) por sala de aula e pé-direito: 2,70 m;
c) Localização: em cada núcleo de ensino, podendo servir a 2 ou 3 salas de aula,
ou como recanto da própria sala, quando nela integrado;
d) Exigências construtivas:

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 70


 Fenestração: área envidraçada equivalente a 15 a 25% da área do pavimento,
conforme a zona climática, com orientação preferencial a Norte/ Nascente;
caixilharia basculante, alta;
 Revestimentos: pavimento lavável, resistente ao impacto e à corrosão; paredes
não abrasíveis; lambril lavável até 2,00 m de altura; tecto poroso;
 Instalações técnicas: instalação eléctrica para iluminação artificial e tomadas
para fins diversos.
e) Equipamento fixo: bancada à altura de 0,75 m, com ponto de água e esgoto;
expositor; régua de cabides.
2. Biblioteca na Escola: É um espaço de trabalho e de lazer, para alunos e para professores,
em condições de tranquilidade e silêncio. Em escolas de grande capacidade a biblioteca
pode ser composta por zonas diferenciadas: acolhimento, leitura informal e jogos,
biblioteca, meios audiovisuais e informáticos e arquivo:
a) Actividades predominantes: leitura, estudo, consulta, investigação individual ou em
grupo; utilização de equipamento audiovisual; projecções; reuniões, exposições;
jogos de mesa, etc;
b) Dimensões: área útil variável, consoante a capacidade da escola e o número de
utentes a prever caso a caso; pé-direito: 3,00 m;
c) Localização preferencial: em piso térreo, junto aos espaços sociais, com acesso fácil
pelo átrio principal;
d) Exigências construtivas:
a. Fenestração: área envidraçada equivalente a 15 a 25% da área do pavimento,
conforme a zona climática, com orientação preferencial a Sul e elementos
protectores da entrada de sol directo. Vãos protegidos contra intrusão;
 Revestimentos: pavimento confortável, não reflector de som; paredes
não abrasíveis; tecto com painéis acústicos;
 Instalações técnicas: instalação eléctrica para iluminação artificial e
tomadas para fins diversos (TV, equipamento audiovisual,
computador, etc.), tomada de recepção de TV.
e)Equipamento fixo: expositores, ecrã para projecção e régua de cabides;
F)Espaços anexos: Informática; arquivo de documentação.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 71


Sala Polivalente-Refeitório: É o local da escola destinado às actividades educativas, lúdicas e
sociais que requerem espaço amplo e pé direito elevado, servindo igualmente como espaço de
refeições. Em alguns casos, nomeadamente escolas de grandes dimensões, poderá justificar-se
um espaço próprio para as refeições que deverá ser contíguo à sala polivalente. A sala
polivalente/refeitório deverá ter uma área útil variável, calculada caso a caso, admitindo que nem
todos os alunos almoçam na escola:

a) Actividades predominantes: educação físico-motora; expressão dramática;


convívio, festas, reuniões, projecções; recreio; refeições (quando não
exista refeitório);
b) Dimensões: Área útil variável, consoante a capacidade da escola e pé-
direito: variável de acordo com a área (3,00 m a 4,80 m);
c) Localização preferencial: em piso térreo, com acesso fácil ao recreio;
d) Exigências construtivas:
 Fenestração: área envidraçada equivalente a 15% a 25% da área do
pavimento, conforme a zona climática, com orientação preferencial aos
quadrantes Sul/Nascente; possibilidade de obscurecimento parcial;
 Revestimentos: pavimento confortável, lavável e antiderrapante; paredes
não reflectoras de som; lambril lavável e resistente ao desgaste até 1,5Om
de altura; tecto poroso não reflector de som;
 Instalações técnicas: instalação eléctrica para iluminação artificial;
tomadas para diversos fins; tomada de recepção de TV;
e) Equipamento fixo: 2 a 5 pontos de água em lava-mãos, à altura de 0,75 m
do pavimento e respectivo esgoto, quando sirva de refeitório; expositores;
réguas de cabides;
f) Espaços anexos: arrecadação geral; cozinha (quando sirva de refeitório).
De acordo com a listagem referida no número anterior, para cada espaço específico são definidas
nos pontos seguintes as exigências funcionais, construtivas, de interligação com outros espaços e
de localização no conjunto escolar: a sala de aula na escola: é o espaço de ensino onde têm lugar
as diversas actividades diárias. A educação plástica na escola: é um espaço oficina para
actividades que produzem sujidade. A biblioteca na escola: é um espaço de trabalho e de lazer,
para alunos e para professores, em condições de tranquilidade e silêncio.
Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 72
Em escolas de grande capacidade a biblioteca pode ser composta por zonas diferenciadas:
acolhimento, leitura informal e jogos, biblioteca, meios audiovisuais e informáticos e arquivo.
Portanto, sala polivalente-refeitório: é o local da escola destinado às actividades educativas,
lúdicas e sociais que requerem espaço amplo e pé direito elevado, servindo igualmente como
espaço de refeições. Em alguns casos, nomeadamente escolas de grandes dimensões, poderá
justificar-se um espaço próprio para as refeições que deverá ser contíguo à sala polivalente. A
sala polivalente/refeitório deverá ter uma área útil variável, calculada caso a caso, admitindo que
nem todos os alunos almoçam na escola.

EXERCICIOS
1. A sala de aula na escola: é o espaço de ensino onde têm lugar as diversas actividades diárias. O
que se aconselha sobre este espaço?

2. Qual e o revestimento que deve ser feito na sala de aulas?

3. O se deve ter em conta na construção de sala para educação plástica na escola?

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 73


Instituto Superior Mutasa
Ensino Superior à Distância

UNIDADE XVII:

TEMA: INSTALAÇÕES SANITÁRIAS NA ESCOLA


INTRODUÇÃO
Prezado estudante, seja bem vindo a unidade sobre as instalações sanitárias na escola. Os
sanitários dos alunos devem localizar-se dispersos pela escola não devendo agrupar-se em
unidades devendo estar assinadas e com uma área recomendada mais adiante.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre o tema proposto na presente unidade.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Conhecer os critérios para instalações sanitárias na escola;
 Divulgar os critérios para instalações sanitárias na escola;
 Explicar os critérios para instalações sanitárias na escola;
 Descrever os critérios para instalações sanitárias na escola;
 Compreender os critérios para instalações sanitárias na escola.

SUMÁRIO
Instalações Sanitárias na Escola

1. Instalações Sanitárias dos Alunos

Os sanitários dos alunos devem localizar-se dispersos pela escola não devendo agrupar-se em
unidades (F + M) com área superior a 25 m2. Não são permitidos sanitários de alunos sem
ventilação e iluminação naturais. Devem ser separados por sexos e equipados, na seguinte
proporção:

 Femininos: 2 sanitas e 2 lavatórios, para 25 alunas;

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 74


 Masculinos: 1 sanita, 2 urinóis e 2 lavatórios para 25 alunos.
a) Dimensões: área: variável e pé direito: 2,70 m;
b) Localização: junto a cada núcleo de ensino; uma unidade de
instalações sanitárias deve localizar-se perto da sal polivalente
com acesso fácil do recreio exterior, e equipada com 1 cabina de
banho com água quente para cada sexo;
c)Exigências construtivas:
 Fenestração: vãos altos, basculantes, orientados
preferencialmente a Norte;
 Baias de separação das sanitas até à altura de 2,00 m, com
porta sem fechadura, elevada a 0,15 m do pavimento;
 Revestimentos: pavimento lavável e anti-derrapante;
paredes e baias laváveis até 2,00 m de altura; tecto poroso;
 Instalações técnicas: instalação eléctrica para iluminação
artificial e para instalação de exaustores;
d)Equipamento fixo: espelhos; régua de cabides;
suportes de papel higiénico; suportes de toalhetes de papel.
2. Instalações Sanitárias para Deficientes

Deve existir pelo menos uma instalação sanitária para deficientes que utilizam cadeira de rodas,
equipada com 1 lavatório, 1 sanita apropriada e 1 lava-pés. A sanita deve estar colocada a meio
de uma parede e ter, de cada lado, barras de apoio articuladas de modo a permitir uma melhor
abordagem da cadeira de rodas. A porta de acesso será de abrir para fora ou de correr, com folha
de 0,90 m:

a) Dimensões mínimas: área 5,00 m2; comprimento 2,20 m; largura:


2,20 m e pé direito: 2,70 m;
b) Localização: junto à zona de refeitório;
c)Exigências construtivas:

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 75


 Fenestração: vãos altos, orientados para qualquer
quadrante;
 Revestimentos: pavimento lavável; paredes laváveis e
 impermeáveis até à altura de 2,00 m com tecto poroso;
 Instalações técnicas: instalação eléctrica para iluminação
artificial;
 Equipamento fixo: duas barras de apoio articuladas;
espelho; suporte de papel higiénico; suporte de toalhetes
de papel.
3. Instalações Sanitárias para Docentes e Outros Funcionários

De acordo com as dimensões da escola poderão existir instalações sanitárias individualizadas


para professores e outros eventuais adultos (F+ M), para assistentes de educação e outros
funcionários (F+ M) e para o pessoal de cozinha. Deve ser respeitada a proporção de uma
sanita e um lavatório para 14 utentes:

a) Dimensões: área: variável de acordo com o número de utentes e


pé direito: 2,70 m;
b) Localização: perto das zonas respectivas: sala de professores,
sala polivalente, etc;
c) Equipamento fixo: espelhos; suportes de papel higiénico;
suportes de toalhetes de papel.
Os sanitários dos alunos devem localizar-se dispersos pela escola não devendo agrupar-se em
unidades (F + M) com área superior a 25 m2. Não são permitidos sanitários de alunos sem
ventilação e iluminação naturais. Devem ser separados por sexos e equipados, na seguinte
proporção: femininos: 2 sanitas e 2 lavatórios, para 25 alunas e masculinos: 1 sanita, 2 urinóis e
2 lavatórios para 25 alunos. Deve existir pelo menos uma instalação sanitária para deficientes
que utilizam cadeira de rodas, equipada com 1 lavatório, 1 sanita apropriada e 1 lava-pés. A
sanita deve estar colocada a meio de uma parede e ter, de cada lado, barras de apoio articuladas
de modo a permitir uma melhor abordagem da cadeira de rodas. A porta de acesso será de abrir
para fora ou de correr, com folha de 0,90 m. De acordo com as dimensões da escola poderão
existir instalações sanitárias individualizadas para professores e outros eventuais adultos (F+ M),

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 76


para assistentes de educação e outros funcionários (F+ M) e para o pessoal de cozinha. Deve ser
respeitada a proporção de uma sanita e um lavatório para 14 utentes.

EXERCICIOS

1. Onde devem estar localizados sanitários dos alunos?

2. Como é que devem estar equipados os sanitários dos alunos?

3. Explique as exigências construtivas para instalação sanitária para deficientes.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 77


Instituto Superior Mutasa
Ensino Superior à Distância

UNIDADE XVIII

TEMA: ÁTRIOS ECIRCULAÇÕES ESCOLARES


INTRODUÇÃO
Prezado estudante, seja bem vindo a unidade sobre os átrios e circulações escolares. Tal com
temos estado discutir ao longo das unidades, também é necessário observar um conjunto de
recomendações sobre os átrios e circulações escolares.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre o tema proposto na presente unidade.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Caracterizar os critérios para os átrios e circulações escolares;
 Divulgar os critérios para os átrios e circulações escolares;
 Explicar os critérios para os átrios e circulações escolares;
 Descrever os critérios para os átrios e circulações escolares;
 Compreender os critérios para os átrios e circulações escolares

SUMÁRIO:

ÁTRIOS E CIRCULAÇÕES ESCOLARES


Deve existir um átrio principal que assinale a entrada da escola, sendo esta protegida
exteriormente por um coberto sobre portas a abrir para fora. A entrada no edifício escolar deve
situar-se em local visível da rua e a pouca distância do portão de entrada dos alunos no recinto
escolar. As circulações interiores a utilizar pelos alunos, quando exclusivamente para esse fim,

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 78


devem ser reduzidas ao mínimo indispensável, não ultrapassando 20% da área total útil da
construção.

Podem considerar-se alargamentos nas circulações como lugares de convívio ou de espera. É


conveniente criar locais para encosto de cacifos individuais dos alunos, sem que isso reduza a
largura mínima atribuída às circulações. Nas galerias devem existir saídas laterais para o
exterior, especialmente naquelas em que se preveja a confluência simultânea de mais de 60
alunos:

a) Actividades: recepção; circulação, convívio, espera;


b) Dimensões:
 Larguras: corredores - 1,80 m; - galerias - 2,80 m;
 Rampas: 1,00 m (comprimentos até 6 m, declive até 6%);
 Escadas: 1,40 m; duas unidades de passagem (1 up=0,60) e dois corrimãos.
 Patamares: 1,50 X 2,80m. Não são permitidas portas a abrir sobre o
patamar.
 Degraus: número máximo por lance - 12; cobertor - 0,30 m; espelho - 0,16
m;
 O focinho deve ser assinalado com textura e cor; não são permitidos
degraus sem espelho.
 Não são permitidas escadas com bomba entre lances nem escadas de
caracol para uso dos alunos.
 Pé direito: 3,0

c) Exigências construtivas:
 Fenestração: lateral, nas galerias, orientada para qualquer quadrante,
evitando o poente;
 Revestimentos: pavimentos laváveis, resistentes e anti-derrapantes;
paredes não abrasíveis; lambril lavável e resistente ao impacto até 1,50m
de altura; tecto poroso, eventualmente com revestimento não reflector de
som;

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 79


 Instalação eléctrica para iluminação artificial, sinalização de saídas de
emergência.
d)Equipamento fixo: expositores; réguas de cabides; suportes para extintores.

Deve existir um átrio principal que assinale a entrada da escola, sendo esta protegida
exteriormente por um coberto sobre portas a abrir para fora. A entrada no edifício escolar deve
situar-se em local visível da rua e a pouca distância do portão de entrada dos alunos no recinto
escolar. As circulações interiores a utilizar pelos alunos, quando exclusivamente para esse fim,
devem ser reduzidas ao mínimo indispensável, não ultrapassando 20% da área total útil da
construção.

Podem considerar-se alargamentos nas circulações como lugares de convívio ou de espera. É


conveniente criar locais para encosto de cacifos individuais dos alunos, sem que isso reduza a
largura mínima atribuída às circulações. Nas galerias devem existir saídas laterais para o
exterior, especialmente naquelas em que se preveja a confluência simultânea de mais de 60
alunos.

EXERCICIOS
1. Explique como deve estar disposto átrio na escola?

2. Onde se deve situar a entrada do edifício escolar?

3. Que espaço deve ocupar as circulações interiores dos alunos?

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 80


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Ensino Superior à Distância

UNIDADE XIX

TEMA: SEGURANÇA DOS ESPAÇOS ESCOLARES


INTRODUÇÃO

Prezado estudante, seja bem vindo à unidade sobre a segurança dos edifícios e recintos escolares.
Para garantia da segurança contra incêndio em edifícios escolares deve atenderse às exigências
do regulamento de segurança contra incêndio em edifícios escolares.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre o tema proposto na presente unidade.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Conhecer os critérios de segurança dos edifícios e recintos escolares;
 Divulgar os critérios de segurança dos edifícios e recintos escolares;
 Explicar os critérios de segurança dos edifícios e recintos escolares;
 Compreender os critérios de segurança dos edifícios e recintos escolares.
 Compreender os critérios de segurança dos edifícios e recintos escolares.

 Descrever os critérios de segurança dos edifícios e recintos escolares;

SUMÁRIO

Segurança dos Edifícios e Recintos


Escolares

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 81


Os edifícios e os recintos escolares devem ser concebidos e construídos tendo em atenção as
condições e os tempos de evacuação face a eventuais situações de incêndio, de risco iminente ou
de pânico. Para garantia da segurança contra incêndio em edifícios escolares deve atenderse às
exigências do regulamento de segurança contra incêndio em edifícios escolares:
a) O edifício no seu conjunto, assim como as diversas partes
constituintes, devem apresentar estabilidade e resistência
mecânica aos esforços que podem ocorrer durante o tempo de
vida útil do edifício;
b) As estruturas dos edifícios devem poder desempenhar com
segurança a função a que se destinam, devendo a segurança ser
entendida e avaliada em conformidade com o disposto nos
regulamentos nacionais e noutros documentos normativos
aplicáveis;
c) As instalações e os equipamentos eléctricos devem ser
concebidos e localizados por forma a evitar a ocorrência de
acidentes pessoais decorrentes do uso normal, como
electrocussão, explosão, queimaduras, e a sua manobra deve
fazer-se sem perigo nem risco de lesões para os utentes:
 O comando dos circuitos de iluminação no exterior, nas
zonas de circulação, nas instalações sanitárias e no refeitório, só deve ser
possível a partir dos respectivos quadros eléctricos, os quais devem ser
instalados em armários fechados e inacessíveis aos alunos. Todas as massas
metálicas devem ser ligadas à terra;
 Os aparelhos de iluminação e restantes equipamentos
eléctricos, localizados no exterior, incluindo galerias exteriores, recreios
cobertos e alpendres, devem ser estanques;
 Os edifícios e os recintos escolares situados em zonas não
protegidas contra descargas eléctricas devem ser protegidos com instalação de
pára-raios;
 O sistema de iluminação de emergência deve ser
concebido e instalado por forma a funcionar durante o tempo suficiente para
permitir a evacuação de todos os ocupantes;
 Quando a escola se desenvolver em mais de um piso,
deve ser dotada com um ou mais ascensores adequados à utilização por
deficientes motores. Os ascensores devem ser concebidos e localizados por
forma a evitar a ocorrência de acidentes pessoais decorrentes do uso normal e a
sua manobra deve fazer-se sem perigo nem risco de lesões para os utentes.
A utilização desses ascensores não deve ser permitida a outros utentes, excepto em casos
excepcionais. O elevador não pode ser usado em caso de incêndio. As instalações e os
equipamentos de gás e outros combustíveis devem ser concebidos e localizados por forma a
evitar a ocorrência de acidentes pessoais decorrentes do uso normal, nomeadamente devidos a

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 82


asfixia, intoxicação, explosão, queimaduras ou outras causas previsíveis, e a sua manobra deve
fazer-se sem perigo nem risco de lesões para os utentes:

1.As instalações de gás estão limitadas à cozinha e à central térmica para aquecimento de águas
para os balneários e aquecimento do ar ambiente (para escolas que possuam sistemas activos de
aquecimento);

2.As instalações de gás devem ser projectadas para a utilização de gás natural, ainda que só
possam ser abastecidas com outro tipo de gás disponível localmente, tal como o ar/propano, gás
propano ou butano;
3.As instalações de gás devem ser projectadas por técnicos credenciados, de acordo com as
normas e regulamentos específicos, devendo ser sempre licenciadas e vistoriadas pelas entidades
competentes.
A biblioteca/informática, a cozinha e as arrecadações em geral, devem dispor de sistemas
especiais de segurança contra intrusão, nomeadamente fechaduras com chaves especiais, portas e
janelas reforçadas, estores metálicos e eventualmente dispositivos de detecção e alarme
adequados. Em caso de saídas de emergência, os sistemas de segurança contra intrusão devem
permitir a fácil abertura pelo interior.

Dentro do edifício há que acautelar a segurança dos alunos contra quedas acidentais. Não são
permitidas portas de vaivém nos espaços frequentados pelos alunos. As portas das cabinas das
instalações sanitárias devem ser dotadas de fechadura de comando de modo a permitir que em
caso de emergência, as portas fechadas pelo interior possam ser abertas pelo exterior.

Para garantia da segurança contra incêndio em edifícios escolares deve atenderse às exigências
do regulamento de segurança contra incêndio em edifícios escolares: o edifício no seu conjunto,
devem apresentar estabilidade e resistência mecânica aos esforços que podem ocorrer durante o
tempo de vida útil do edifício; as estruturas dos edifícios devem poder desempenhar com
segurança a função a que se destinam; as instalações e os equipamentos eléctricos devem ser
concebidos e localizados por forma a evitar a ocorrência de acidentes pessoais decorrentes do
uso normal.

O elevador não pode ser usado em caso de incêndio. As instalações e os equipamentos de gás e
outros combustíveis devem ser concebidos e localizados por forma a evitar a ocorrência de
acidentes pessoais decorrentes do uso normal. A biblioteca/informática, a cozinha e as
arrecadações, devem dispor de sistemas especiais de segurança contra intrusão. Dentro do
edifício há que acautelar a segurança dos alunos contra quedas acidentais. Não são permitidas
portas de vaivém nos espaços frequentados pelos alunos. As portas das cabinas das instalações
sanitárias devem ser dotadas de fechadura de comando de modo a permitir que em caso de
emergência, as portas fechadas pelo interior possam ser abertas pelo exterior.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 83


EXERCICIOS
1. Para a garantia da segurança contra incêndio em edifícios escolares deve atenderse às
exigências do regulamento de segurança contra incêndio em edifícios escolares. Descreve 3
exigências referidas.

2. Comente a seguinte afirmação: dentro do edifício há que acautelar a segurança dos alunos
contra quedas acidentais.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 84


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Ensino Superior à Distância

UNIDADE XX

TEMA: RELAÇÕES DE PRODUÇÃO NA ESCOLA

INTRODUÇÃO

Prezado estudante, a escola é um lugar de formacao as mais variadas areas do saber cientifico.
Podemos afirmar claramente que a escola é centro de reprodução das relações de produção não
há escola única.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre a o tema proposto nesta unidade, sendo
necessário usar todo conhecimento que dispõe sobre a matéria.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Identificar as relações de produção na escola;
 Descrever as relações de produção na escola;
 Explicar o valor moral da escola na formação do Homem;
 Relacionar a educação escolar e a formação do Homem.

SUMÁRIO:

As Relações de Produção na Escola

A escola como centro de reprodução das relações de produção não há escola única. Há graus de
ensino onde alguns têm acesso em nível decrescente quanto mais alto for o escalão acadêmico. A

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 85


partir do primário opera-se a divisão de duas redes de escolarização de classes, na medida em
que o ensino primário:

 Garante uma distribuição material, repartição dos indivíduos nos


dois pólos da sociedade;
 Garante uma função política e ideológica de inculcação.

A separação dos alunos em duas redes no ensino primário é o meio e principio do


funcionamento. Esta separação se efectua no interior da escola primária, uma em direcção
acadêmica, outra em direcção profissional. Uma rede é primária profissional e outra secundária
superior. O prolongamento da escolaridade obrigatória reforça o processo. A generalização da
escolaridade obrigatória única é a generalização da divisão. A inculcação ideológica dá-se
através das várias formas de saber, verdade, cultura, gosto preciso. O talento dramático tem cada
vez mais importância na função hierárquica.

Na rede escolar o culto da arte, ciência pura, profundidade filosófica, sutilezas psicológicas, são
formas de inculcação vinculadas a orientar a acção do educando conforme as normas de direito,
políticas hegemônicas, sendo representadas enquanto deveres. A inculcação não se dá pelo
discurso, mas através de práticas de exercícios escolares onde a nota equivale ao salário,
recompensa pelo trabalho realizado. Da mesma maneira que o mercado do trabalho é regulado
pela competição, no interior da escola ela é cultuada nos sistemas de promoção selectivos. O
aluno é obrigado a estar na escola e é livre para decidir se quer ou não, ter êxito ou não, como o
indivíduo é livre ante o mercado de trabalho.

As práticas do ritualismo escolar, deveres, disciplinas, punições e recompensas, constituem o


universo pedagógico. A escola realiza com êxito o processo de recalcamento de pontos de vista
opostos aos hegemônicos e esse sujeição condiciona a inculcação. O trabalho é vagamente
valorizado, enquanto artesanato, o processo histórico é reduzido a um conjunto de guerras, datas
e nomes cuja finalidade principal é reduzir à insignificância o significativo: dimensões sociais do
histórico ou sua temporalidade. Veja-se por exemplo, a dificuldade em convencer os
historiadores de que o presente também é história.

O aparelho escolar contribui para a reprodução da qualidade da força de trabalho, na medida em


que medeia o saber e regras de conduta (ler, escrever e contar), que têm um destino produtivo.
Os alunos da rede escolar recebem também conteúdo científico. Eis que o processo de
escolarização contribui para a reprodução das condições materiais de produção na medida em
que a produção social é uma transformação material da natureza, supondo o conhecimento
objectivo sob as mais variadas formas.

Todas as práticas escolares estão ao serviço da inculcação, que pressupõe técnicas e métodos
apropriados. A técnica escolar formaliza os conteúdos de inculcação e os de saber positivo-as

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 86


disciplinas escolares-homogeneizando-as na medida em que são ensinadas como regras
escolares.

“ O conhecimento escolar é usado no quadro de problemas surgidos da


prática escolar com objectivos definidos: dar notas, classificar e punir
ou premiar os indivíduos. Isso porque há uma separação entre as
práticas escolares e as práticas produtivas em geral”.

A separação escolar é a chave na determinação do papel no conjunto das relações da sociedade


actual. Toda escolarização é, por sua natureza, conservadora, pois é quem legitima a separação
entre consciência e a prática. A escola é regida pelo princípio da contradição e não são categorias
como psicologia do escolar, normal/anormal e, sim, categorias como inculcação, submissão,
recalcamento, que podem explicar alguns fenômenos que ocorrem nas estruturas escolares.
Como Aparelho Ideológico, a escola primária reflete uma unidade contraditória de duas redes de
escolarização. A escola favorece os favorecidos e desfavorece os desfavorecidos e o princípio
disso está na diferença social da família.

Trata-se de perguntar a cada indivíduo como ele passou sua infância pré-escolar, como
determinante de sua escolaridade individual ulterior. As classes sociais não podem ser pensadas
como a partir dos indivíduos. Elas não se reduzem a propriedades sociais características de cada
indivíduo. Essa visão atribui importância à família, lugar material da primeira educação. A
explicação é regressiva, cronológica, individual.

Essa cronologia-família, escola primária, ginásio ou não-só existe do ponto de vista do indivíduo.
Na realidade, família, escola primária, ginásio etc.

1. Preexistem ao próprio indivíduo;


2. Coexistem simultaneamente;
3. Mantém relações necessárias uns com os outros.

O professor está ao serviço do aparelho escolar, não de sua classe. À falta de base, um nível de
ensino remete ao imediatamente inferior e este à família, esquecendo que há duas redes devido à
relação social de produção. Se há famílias providas e desprovidas é porque há duas classes. O
funcionamento do conjunto do aparelho escolar e o lugar da escola primária no interior do
aparelho escolar são definidos na sua função de reprodução das relações de produção. O operário
reproduz-se enquanto tal na medida em que não tem elementos de acumular e sim, somente,
reproduzir sua força de trabalho. Essa reprodução pode originar-se a partir da industrialização da
agricultura e empobrecimento das classes médias.

O aparelho escolar tem seu papel na reprodução das relações sociais de produção quando:

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 87


a) Contribui para formar a força de trabalho;
b) Contribui para inculcar a ideologia hegemônica, tudo isso pelo
mecanismo das práticas escolares;
c) Contribui para reprodução material da divisão de classes;
d) Contribui para manter as condições ideológicas das relações de
dominação.
O aparelho escolar impõe a inculcação ideológica primária e é seguido pelos diversos aparelhos-
televisão, publicidade, seitas etc. A escola inclui, na forma de rudimentos, técnicas
indispensáveis à adaptação ao maquinismo, em gera na forma preparatória. Na família
camponesa, fundada na exploração agrícola em comum, a escola é considerada tempo perdido,
não há escola de agricultura. O que aparece com esse título é escola para a exploração agrícola
capitalista. A escola pode ser aparelho ideológico segundo estágios do modo de produção
capitalista na sua combinação concreta interior a cada formação social capitalista. A escola não
cria a divisão em classes, mas contribui para esta divisão e reprodução ampliada.

A reprodução ampliada das classes sociais comporta dois aspectos:

a) A reprodução ampliada dos lugares que ocupam os agentes:


Estes lugares designam a determinação estrutural de classes, o modo de existência da
determinação pela estrutura de produção, dominação, subordinação política e ideológica
nas práticas de classe: é um efeito da estrutura sobre a divisão social do trabalho;
b) A reprodução/distribuição dos próprios agentes entre estes
lugares: Os aparelhos ideológicos intervêm activamente na reprodução dos lugares das
classes sociais. Há uma reprodução inicial das classes sociais e pela oposição de classes,
onde se move a reprodução ampliada da estrutura, inclusive das relações de produção que
preside o funcionamento dos aparelhos ideológicos.
A escola como centro de reprodução das relações de produção não há escola única. A partir do
primário opera-se a divisão de duas redes de escolarização de classes, na medida em que o
ensino primário: garante uma distribuição material, repartição dos indivíduos nos dois pólos da
sociedade e garante uma função política e ideológica de inculcação. As práticas do ritualismo
escolar, deveres, disciplinas, punições e recompensas, constituem o universo pedagógico. A
escola realiza com êxito o processo de recalcamento de pontos de vista opostos aos hegemônicos
e esse sujeição condiciona a inculcação. O aparelho escolar contribui para a reprodução da
qualidade da força de trabalho, na medida em que medeia o saber e regras de conduta (ler,
escrever e contar), que têm um destino produtivo. A separação escolar é a chave na determinação
do papel no conjunto das relações da sociedade actual.

Toda escolarização é, por sua natureza, conservadora, pois é quem


legitima a separação entre consciência e a prática. Essa cronologia-

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 88


família, escola primária, ginásio ou não-só existe do ponto de vista do
indivíduo. Na realidade, família, escola primária, ginásio etc. O
professor está ao serviço do aparelho escolar, não de sua classe. À falta
de base, um nível de ensino remete ao imediatamente inferior e este à
família, esquecendo que há duas redes devido à relação social de
produção. O aparelho escolar tem seu papel na reprodução das relações
sociais de produção quando: contribui para formar a força de trabalho;
contribui para inculcar a ideologia hegemônica, tudo isso pelo
mecanismo das práticas escolares; contribui para reprodução material da
divisão de classes e contribui para manter as condições ideológicas das
relações de dominação.

EXERCICIOS

1 – Menciona e descreva os tipos de motivação?


Resposta: A motivação pode ser social, quando a busca é motivada pela satisfação dos valores
culturais, a motivação de realização, quando se busca satisfazer as necessidades individuais em
função da sociedade e a motivação cognitiva quando os princípios da busca vão além dos valores
culturais e de realização pessoal.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 89


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UNIDADE XXI

TEMA: A SUPERVISÃO ESCOLAR

INTRODUÇÃO

O tema da supervisão tem sido muitas vezes associado às funções de superintendência, vistoria,
fiscalização, chefia etc. Sendo uma componente importante para as escolas, as instituições de
formação de professores deviam dar uma especial atenção à supervisão (escolar) pedagógica
como uma área de formação e de aperfeiçoamento profissional.

Ao conceptualizar a supervisão nesta unidade pretende-se falar da sua especificidade do ponto


de vista pedagógico - escolar no desenvolvimento profissional do professor e na aprendizagem
do aluno.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Explicar os diferentes cenários de supervisão justificados pelos seus respectivos modelos
de formação profissional docente e pela visão de educação que sustentam.

SUMARIO:

O conceito de supervisão
“ (…) o termo supervisão [começa] a ser usado entre nós como alternativa à designação de
´orientação da prática pedagógica.´ (Alarcão e Tavares, 1987: 03)

O termo tem sido usado em diferentes situações e por vezes por causa da incerteza dos
utilizadores perde o seu sentido real, passando a ser conotado com a chefia, o controle, a
inspecção etc.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 90


A supervisão escolar tem a ver principalmente com os professores por ser estes os pilares para o
desenvolvimento de qualquer actividade pedagógica; São chamados de concretizadores dos
planos curriculares. Desta feita, falar da supervisão escolar é também falar da supervisão de
professores.

A supervisão de professores é concebida “como o processo em que um professor, em princípio


mais experiente e mais informado, orienta um outro professor ou candidato a professor no seu
desenvolvimento humano e profissional.” (Alarcão e Tavares, 1987: 16)

A divergência na conceptualização do termo reside na utilização da palavra “orientação”. Para


uns orientar significa imitar de forma literal o que se faz para ser um bom profissional docente,
para outros orientar encerra actividades realizadas pela descoberta guiada, e, para outros ainda,
orientar significa criar condições para que o formando aprenda usando a sua própria reflexão.
Desta forma, nasceram diferentes estilos de supervisão que têm fortes influências nas instituições
escolares.

Hoje, o novo papel assumido pela escola exige o abandono total dos modelos de ensino
reproducionistas, assentes nos saberes constituídos em que outrora os professores se
identificaram com tais modelos e continuam ainda se identificando com eles. A autonomia (e não
a libertinagem) das escolas deve ser percebida como um factor impulsionador que permite a que
“ a escola se pense a si própria, tenha um projecto específico e contextualizado no seu ambiente
histórico, geográfico e sócio-cultural e se responsabilize pelo cumprimento e pela avaliação da
qualidade da sua concepção e realização.” (Alarcão e Tavares, 1987: 131)

A autonomia escolar desta forma impera a realização de uma supervisão em que o director,
sendo o responsável máximo e gestor político da instituição, milita por um projecto educativo
inclusivo facilitando a organização, aprendizagem e o desenvolvimento da instituição escolar.

A supervisão escolar deve preocupar-se com o desenvolvimento e qualidade da educação que é


realizada na escola e, para que tal aconteça, a acção dos professores deve ser reforçada por
estratégias que incentivam uma acção colaborativa e em equipa, dada a existência de problemas
diversos na escola. Os autores acima referenciados caracterizam a acção supervisiva concertada
entre os professores e os membros da direcção dentro de uma escola reflexiva, onde a supervisão
incide sobre dois níveis:

a) A formação (inicial e contínua) e o desenvolvimento profissional dos agentes de


educação e a sua influência no desenvolvimento e na aprendizagem dos alunos;
b) Desenvolvimento e aprendizagem organizacionais e o seu impacto na vida das escolas;

O quadro abaixo ilustra sucintamente os tipos de supervisão, os objectivos, o que é considerado


conhecimento e da´s importante +para a formação do professor e as actividades que os
intervenientes realizam:

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 91


Cenário Actividade Posicionamento Objectivo
em relação ao
conhecimento
Supervisor Formando
Clínico (Cogan, Ajuda a analisar e a Agente O conhecimento Melhorar a prática de
Goldhammer e pensar no seu próprio dinâmico do seu resulta da ensino dos professores,
Anderson) ensino e também próprio ensino interacção, partindo da prática de
adopta uma atitude de participação e ensino na sala de aula.
atenção e apoio às colaboração dos
necessidades do intervenientes
formando. (construído)
Psicopedagógico Ensina conceitos, Identificar Há um corpo de Ensinar os professores a
(Stones) ajudar o professor a (observar) conhecimento ensinar para desenvolver
desenvolver exemplos partilhado entre o capacidades de resolver
capacidades e positivos e supervisor e o problemas e tomar
competências, ensiná- negativos dos formando numa decisões conscientes que
lo a explorar os conceitos em relação de ensino e permitam uma adaptação
conhecimentos de que estudo, e deste aprendizagem e acomodação às
dispõe para resolver modo, exigências da vida e do
problemas que a aprofundar os meio
actuação docente lhe próprios
apresenta conceitos antes
de tentar pô-los
em prática.
Pessoalista Ajuda o professor a Perceber as suas Construído através
desenvolver-se como necessidades e da reflexão
pessoa e também preocupações solicitada ao
como profissional enquanto formando
professor em
formação.

Reflexivo Explorar as suas Construção situada Aprender a fazer fazendo


capacidades do conhecimento e pensando
Acompanhar, orientar, através de uma profissional
estimular, exigir, reflexão docente
apoiar, avaliar…… contextual da
Proporcionar e gerir acção
experiências pedagógica nas
diversificadas, em suas diversas
contextos variados, e situações.
facilitar a ocorrência
de transições
ecológicas que
possibilitem o
desempenho de novas
actividades, novos

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 92


papéis e interacção
com pessoas até aí
desconhecidas
Ecológico roporcionar e gerir Relacionar Construído Desenvolver o professor
experiências teorias pessoais segundo as em formação do ponto de
diversificadas, em públicas, capacidades das vista humano e
contextos variados, e conjugar o pessoas e das profissional.
facilitar a ocorrência desenvolvimento potencialidades do
de transições pessoal com a meio
ecológicas que socialização,
possibilitem o analisar a
desempenho de novas natureza pessoal
actividades, novos do que é
papéis e interacção verdadeiro e
com pessoas até aí justo.
desconhecidas
Dialógico Consciencializar o Analisar o Construído através Construir a cultura e o
colectivo identitário discurso dos de uma estratégia conhecimento próprio
dos professores professores em dialógica crítica dos professores através
situação de de uma linguagem e
ensino diálogo crítico

Adaptado por José Bartolomeu J. Marra a partir do livro de Alarcão, I. & Tavares, J. (1987).
Supervisão da Prática Pedagógica: Uma Perspectiva de Desenvolvimento e Aprendizagem.
Coimbra: Edições Almedina.

Os diferentes estilos (cenários) de supervisão justificam igualmente diferentes estilos de ensino


sustentados por uma base conceptual sobre a visão de educação e de formação de professores. O
que realmente significa formar professores?

Nos moldes abordados acima, defende-se uma supervisão escolar reflexiva na qual os papéis dos
intervenientes no ensino e na formação convergem para o desenvolvimento pessoal, colectivo e
institucional (escola reflexa). Sendo assim, o director desempenha um papel crucial na resolução
dos problemas e das situações de ensino que eventualmente podem bloquear a criatividade e a
melhor intervenção dos professores, enquanto primeiro supervisor da escola.

EXERCICIOS

1. Qual é o melhor modelo de supervisão para si? Justifique a sua resposta.


2. Explique a relação existente entre supervisão escolar e desenvolvimento institucional.
3. Na sua óptica, quais os problemas que as escolas hoje enfrentam relativamente à
supervisão escolar?

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 93


Instituto Superior Mutasa
Ensino Superior à Distância

UNIDADE XXII

TEMA:Preparação do relatório das práticas pedagógicas I

INTRODUÇÃO

Nesta unidade, terá a oportunidade de estudar com o seu professor a forma de sintetizar os dados
os elementos que dizem respeito a realização da prática pedagógicas I, essencialmente a forma
de organização do seu relatório final da disciplina de práticas pedagógicas I.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Reflectir as formas de organização do relatório das Práticas dagógicas;


 Identificar o problema a ser desenvolvido na redação do relatório das Práticas
Pedagógicas.

SUMÁRIO:

Preparação do Relatório de Práticas Pedagogicas.


Vamos destacar a necessidade de debater com o seu supervisor professor o problema que vai
abordar frutos da observação, dentre vários temas de diversas unidades abordadas, observadas e
a leccionação das suas aulas, encontre um tema problemático que exigem uma intervenção
didáctica, pedagógica procurando soluções para a sua superação na escola onde realizou as
práticas pedagógicas. Aspectos a discutir nesta unidade:

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 94


- O que é um problema científico? Como fundamentar esse problema? Que obras vais usar para
fundamentar teoricamente o tema em estudo; Formulação de hipóteses; Os objectivos do
trabalho; Metodologia usada; e como usar as referências bibliográficas.

EXERCICIOS

1 – Tente esquematizar os elementos que deve ter em conta na redação do seu relatório de
Práticas Pedagógicas.

Resposta: Veja a resposta na próxima unidade.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 95


Instituto Superior Mutasa
Ensino Superior à Distância

UNIDADE XXIII

TEMA:ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

INTRODUÇÃO

Já estamos na recta final das práticas Pedagógicas I, agora é o momento de redigir o seu relatório
da disciplina. Como organizar da melhor maneira o seu relatório, propomos um esquema de
organização que pode ser adptado em função das exigências da instituição e da natureza do
trabalho.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


 Elaborar o relatório das práticas Pedagógicas I;
 Apresentar os resultados das Práticas Pedagógica de forma crítica e resumida.

SUMÁRIO:

Elaboração do relatório de Práticas Pedagógicas


Resumo

Estrutura dos relatórios de Práticas Pedagógicas de acordo com Dias et.al (2007):

(A) Elementos pré- testuais

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 96


- Capa;
- Página de rosto;
- Índice
- Índice de tabelas, figuras, mapas, gráficos, símbolos, abreviaturas;
- Declaração;
- Dedicatória (facultativo);
- Agradecimentos (facultativo);
- Resumo: não deve exceder uma página e deve ser escrito em português. O resumo é
datilografado a um espaçamento simples (um).

(B) Elementos testuais

- Introdução: deve constar desta parte do relatório o seguinte:

 Objectivos (gerais e específicos)


 Fases da PP’s;
 Duvidas e / ou ploblemas iniciais;
 Metodologia do trabalho;
 Referências teóricas;

- Desenvolvimento: nesta fase do relatório importa

inserir:

 Apresentação e explicação das fases das PP’s (pré-observação, observação, leccionação,


seminários e palestras);
 Sistematização e análise de dados da observação da leccionação das aulas;
 Descrição da escola;
 Turmas observadas;
 Aulas observadas;

- Conclusão

(B) Elementos pós-textuais

- Apendices;

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 97


- Anexos;

- Bibliografia final.

Relatório de Práticas Pedagógicas

No fim do módulo ou cadeira de práticas pedagógicas os estudantes devem elaborar um relatório


no qual devem constar todos aspectos achados relevantes observados sobre o bom ou mau
funcionamento da escola. Portanto, a que ter em conta que este relatório não é para julgar visto
que, muitas escolas funcionam de acordo com a realidade moçambicana e sobretudo em função
dos recursos disponíveis. No entanto, é para fazer análises críticas sobre todos aspectos
apreendidos em didácticas e gestão escolar sobre o funcionamento de uma escola. Depois de
análises críticas devem ser avançadas propostas de correção com vista a melhorar os aspectos
negativos observados.

As práticas pedagógicas de acordo com a orientação do docente podem ser divididas em práticas
pedagógicas I e II, onde no final de cada etapa é fechada pela elaboração e entrega do relatório
ao docente pelo estudante. Os aspectos a destacar no referido relatório são da escolha do docente
ou podem ser do estudante, se este assim o quiser, sem no entanto dispensar a orientação para
sua elaboração. Mais abaixo mostramos apenas um exemplo de um relatório de práticas
pedagógicas, não queremos com isso dizer que este constitui o modelo.

Exemplo de Relatório de Práticas Pedagógicas

De um forma geral, o relatório deve ser composto de:

 Título;
 Identificação do aluno e data;
 Objectivo(s): deve ser definido de acordo com o tema;
 Descrição fisico-geografica da escola;
 Recolha de dados (tipo de escola, numero de alunos, professors,
numero de salas de aulas, etc;
 Tratamento de dados e cálculos (se necessário);
 Conclusão.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 98


 Discussão.
Depois de termos alistados uma série de itens, passaremos apenas em resumo aspectos que
achamos que devem ser claros.

Práticas Pedagógicas I:

A universidade Jean Piaget localiza se no Bairro da Cerâmica, a mais ou meno três quilómetro da
EN6 em direccão a fábrica de tijolos. Esta instituiçao foi inagurad a 28 de Maio de 2005, por sua
excelência, o Presidente da República, Armando Emilio Guebuza. Ela tem como “ universidade
mãe” o Institudo Piaget localizado em Portugal, que presta apoio não só a esta como também a
outras citas em Paises como Angola, Brasil, Cabo Verde. A cooperação é feita entre estas
universidade através do correio electrónico.

1. Descrição Fisica:

Universidade conta com apenas um pavinhão que compreende cinco blocos (auditórios), a saber:
bloco A, com sala de reuniões e comferências com uma capacidade de 135 lugares e altamente
equipada (microfone, aparelhos sonoros, projector de imagem). O bloco B, composto de salas de
aulas normais, algumas com uma capacidade de trinta estudantes (como é o caso de sala de
engenharia) e outras com capacidade de 60 estudante (como as do curso de direito, por exemplo).

O bloco C contêm algumas salas de aulas equipadas e um ambiente de estudo, um gabinete de


apoio ao docente, gabinete dos coordenadores e sala de docentes a tempo inteiro. O bloco D
também é composto por algumas salas. E finalmente no bloco E, estão patentes ulgumas sala de
aulas com capacidade de 30 estudante, o laboratório dos curso de engenharia, excepto engenharia
civíl contendo despositivos electrónicos.Todos os blocos (auditórios) contêm quartos de banho
para ambos os sexos e deficientes fisicos.

2. Área Pedagógica:

No que diz respeito a área pedagógica, começa-se por dizer que os planos curriculares estão
adaptados a realidade moçambicana, visto que, a mior parte do corpo docente é moçambicano.
Por este motivo existe, nesta Universidade em relação as outras do pais, o paralelismo
pedagógico, isto é, o estudante que estiver a frequentar um curso noutra universidade, caso

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 99


decida se ingressar nesta Universidade, usa o regra de equivalência de niveis. Desde que o curso
seja o mesmo.

Diferentemente de outras universidade privadas, a Unipiaget não tem o ano propedéutico,


fazendo se apenas o exame de admissão para o novo ingresso. As avaliações são feitas em três
vertentes, que são:

a) Avaliação escrita;
b) Trabalho de investigação e
c) Participação directa das aulas.
A formação nesta universidade tem a duração de quatro anos, correspondente a licenciatura. São
ministrados na Unipiaget os cursos de: engenharia informática; engenharia de sistema de rede e
comunicação; engenharia civíl e ordenamento de territorio; informática de gestão; contabilidade
e administração pública; economia e gestão; direito; relações internacionais; marketing; análises
clínicas e saúde pública e sociologia. Para a garantir um ensino mais eficiente, a Unipiaget conta
com laboratórios (onde são feitas experiências) em dispositivos eletrónicos, biblioteca, que se
encontra aberta num período das 07:00H as 21:30H, para permitir que os estudantes do curso
noturno tenham acesso.

Nisto, logo que um estudante se ingressa nesta universidade tem direito a uma senha que lhe da
acesso ao uso de livros assim como de computadores. Os livros existentes podem ser
requisitados num período máximo de três dias. A universidade tem duas salas de informática,
uma usada para aulas normais e outra usada apenas para avaliações. É Importante frisar que a
universidade Jean Piaget preve acrescentar mais cursos ao longo do tempo, como são os casos de
curso de jornalismo, psicologia e arquitetura. Sendo assim, eles pretendem ampliar as suas
instalações construíndo mais 11 pavilhões com planta semelhante ao do primeiro edificio.

Práticas Pedagógicas II:

A Faculdade de Ciências de Saúde, da Universidade Católica de Moçambique, localiza-se no


Bairro de Palmeiras II, nas antigas instalações ” Irmãos Maristas“. Ela foi fundada em 2001 e
graduou os seus primeiro estundante no ano de 2007.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 100


Descrição Física:

A Faculdade de Ciências de Saúde da UCM comporta três edificios: um jardim de medicina


verde, um campo de futebol onze e um campo de basquetbol. O primeiro edificio contêm um
gabinete de medicima verde; gabinete de saúde familiar e comunitário; gabinetes do Reitor e
vice-reitores, departamento de recursos humano. Gabinete de contabilidade e administração. O
segundo edificio é ocupado pelo anfiteatro. O terceiro edificio contêm nos rés-de- chão, a zona
de laboratórios; sala de consultas clinicas; sala de observações e sala de pequena cirurgia. No
primeiro andar tem sala de habilidade e algumas sala de aulas para os estudantes do ano
propedéutico, e no segundo andar existem sala de informatica, e centro de informação
geográfica. A biblioteca ocupa o primeiro e sgundo andares.

2. Área Pedagógica:

Os estudantes são organizados em pequenos grupos tutoriais num número de 10 a 12 estudantes.


Discutem as sessões tutoriais em sala de aulas com capacidade até 15 estudantes, excepto o ano
propedêutico que está organizado em turmas e ocupa salas com capacidade de 50 ou mais
estudantes. Ela conta com quatro laboratórios, que são: laboratório de biologia, onde os estudante
do primeiro e terceiro ano fazem suas experiências; laboratório de química, em que os estudantes
do ano propedêutico fazem experiências ligadas a química orgânica.

No laboratório de física, também usado pelos estudantes do ano propedêutico; e laboratório


clínico que esta ligado a medicina, são feitos neste laboratório teste de plasmódio. A faculdade
contêm também três salas de habilidades. Na sala de habilidade 1 fazem-se estudo de anatomia
macroscópica do corpo humano. A sala de habilidades 2 esta ligada a questão visual e na sala de
habilidades 3 é onde os estudantes aprendem a fazer exames médicos, acomponhados do
médicos assistente normalmente é usada por estudante do terceiro ano. Universidade também
contem uma clinica para consulta ao público.

As práticas pedagógicas de acordo com a orientação do docente podem ser divididas em práticas
pedagógicas I e II, onde no final de cada etapa é fechada pela elaboração e entrega do relatório
ao docente pelo estudante. Os aspectos a destacar no referido relatório são da escolha do docente
ou podem ser do estudante, se este assim o quiser, sem no entanto dispensar a orientação para
sua elaboração.

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 101


De um forma geral, o relatório deve ser composto de: título; identificação do aluno e data;
objectivo(s): deve ser definido de acordo com o tema; descrição fisico-geografica da escola;
recolha de dados (tipo de escola, numero de alunos, professors, numero de salas de aulas, etc;
tratamento de dados e cálculos (se necessário); conclusão e discussão.

EXERCICIO

1. Explique porque razão no fim da cadeira de práticas pedagógicas os estudantes devem realizar
um relatório?

2. Qual é o objectivo principal do relatório?

3. O que é que se deve ter em conta ao elaborar o relatório?

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 102


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SILVA, Adejaira Leite da; FREITAS, Katia Siqueira; SANTOS, Carmen Luciana;
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Estudos e Estratégias de Implementação. Maputo, 2007.

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Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 103


PILETTI, C. Didáctica; Cortez editora; SP, 1990

Elaborado pelo Mestre Paulo Manuel ISMU Pá gina 104

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