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Um dos contributos mais significativos da psicoterapia foi trazer à luz a relação mente-corpo
na formação das doenças, ainda disponibilizando ferramentas para atuar na causa psicológica
das enfermidades.
Uma nota deve ser feita a um relevante psicoterapeuta e autor, Stanley Keleman, um dos
grandes pioneiros da psicanálise bioenergética Reichiana nos estados unidos. Segundo
Keleman, a história de vida do indivíduo fica registada nos padrões somáticos: a forma, a
estrutura, a postura, o movimento e a expressão do corpo. As características morfológicas
somáticas revelam, assim, as vivências mais significativas e marcantes do indivíduo. Dada a
estreita conexão existente entre o psiquismo e o corpo, Keleman supôs que, influenciando
esses padrões somáticos, também poderia precipitar a libertação das cargas emocionais
traumáticas associadas à caracterologia específica do indivíduo. Na abordagem de Keleman,
ocorre assim uma dialética transformacional em que ambos os agentes – psicoterapeuta e
paciente – interagem numa silenciosa, porém significativa, linguagem corporal. Nessa
linguagem se expressam as formas somáticas que o paciente poderá transferir para o
psicoterapeuta, semelhantes a figuras significativas do seu passado infantil.
No processo de vinculação com o paciente, o terapeuta apercebe-se dos sentimentos que este
desperta no seu íntimo, e assim ter uma ideia do tipo de respostas emocionais a que tem sido
exposto ao longo da vida. Uma vez na posse desta conscientização, ele pode conter essa
reação que seria suposta, e reeditar a história relacional do paciente: por um lado
confrontando-o com as emoções que tende a despertar nas pessoas, por outro lado ajudando-
o a alterar esses padrões de relacionamento.
Quero citar este excerto da apostila referente ao módulo 9, que me marcou e resume o
fenómeno transformador da psicoterapia:
O PROCESSO PSICANALÍTICO
Outro excerto da apostila ao qual quero apresentar uma observação é este: “Só existe um
tratamento eficaz para as neuroses – Psicanálise.” É verdade que sou estudante de psicanálise
por ter firme convicção a respeito do seu potencial de cura. Mas com certeza existem algumas
das abordagens terapêuticas que sistematicamente têm dado provas inigualáveis do seu poder
transformador: Brainspotting (David Grand), EMDR (eye movement desensitization and
reprocessing – Francine Shapiro), EFT (Emotional Freedom Techniques – Gary Craig), Somatic
Experiencing (Peter Levine), Mindfulness, Havening Techniques (Ronald Ruden) e Programação
Neurolinguística (Richard Bandler e John Grinder), apenas para cintar algumas. Certamente
que devo admitir que muitas destas técnicas, nos momentos cruciais da cura, vêm-se forçadas
a tomar emprestadas certas técnicas de base psicanalítica, e todas estas abordagens se verão,
cedo ou tarde, obrigadas no decurso do tratamento, a pautarem-se pelo modelo topográfico
(1ª tópica) e estrutural (2ª tópica) para interpretarem o material que vai emergindo. Mas
recentremo-nos no estudo da nossa ciência psicanalítica, por agora.
Aqui as diretrizes são para que a decoração seja simples, neutra, evitando a ostentação. O
espaço deve ter assegurada a limpeza e arrumação com muito zelo e escrúpulo. O divã deve
ser confortável, e a cadeira do psicanalista posicionada atrás do mesmo, para que não exista
contacto visual entre o terapeuta e o paciente.
ANAMNESE
Aqui podemos obter um conjunto de informações globais do estado geral do paciente. Aqui
podemos apurar as condições de analisabilidade do indivíduo.
ENTREVISTA
CONTRATO PSICANALÍTICO
ANOTAÇÕES
As anotações são facultativas, embora se verifiquem úteis como auxilio da memória e como
atestado de credibilidade e consideração para com o que o paciente nos comunica.
FATOR ECONÓMICO
O preço das sessões pode variar consoante o psicanalista, devendo, no entanto, manter-se fixo
logo que seja estabelecido. Em circunstância alguma as sessões devem ser concedidas
gratuitamente, para evitar a cristalização de certos complexos, e mesmo em nome da
valorização do seu trabalho do profissional.
DIVÃ
Embora deva ser considerada, em primeiro lugar, a preferência do paciente quanto ao uso ou
não deste instrumento, devemos adverte-lo das vantagens potenciais dessa opção: maior
relaxamento e acessibilidade ao inconsciente e menor interferência transferencial.
DURAÇÃO DO TRATAMENTO
Em média o tratamento psicanalítico pode durar 5 anos, e por vezes 10. Nalguns casos o
tratamento precisa ser continuado para toda a vida.
FÉRIAS
LIVRE ASSOCIAÇÃO
As sessões as quais o cliente falta devem ser pagas igualmente, a fim de o responsabilizar
melhor e evitar a resistência que se tende a manifestar na evitação dos encontros com o
terapeuta. Uma vez estipulado o número de sessões semanais, também se deve recusar
propostas de aumento das mesmas, o que geralmente é motivado por afetos transferenciais. A
mudança de horários não deve ser proibida nem estimulada.
O psicanalista deve guardar as suas opiniões ou emoções sobre o paciente, apenas ajudando a
pessoa que busca o tratamento a focar-se essencialmente na análise do seu mundo interno.
Assim, o psicanalista não pretende “satisfazer” o paciente, mas estimulá-lo a vencer as suas
resistências profundas. A postura do terapeuta deve transmitir confiança sem distanciamento
ou superioridade. Os juízos críticos ou morais são dispensados na clínica psicanalítica.