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PSICOTEARAPIA

BREVE
Ferenczi, RanK

Psicanalise
e Adler
Freudiana

histórico

foco
urgência e

Objetivos pré

alto custo
atitude mais
definidos
ativa Motivação
Não há como refletir sobre psicoterapias

breves sem se remeter às preocupações de

Freud que, já em 1937, avaliava a questão

da duração do tratamento psicoterápico,

quando escreveu Análise Terminável e

Interminável, considerando que “os paciente

desejavam ser tratados tão rapidamente

quanto possível [...]”, (Freud, 1973, citado por

Gillièron, 2004).
O grande empecilho para a aceleração do

processo era a manifestação das defesas do

indivíduo, difíceis de serem vencidas e de

uma “reação terapêutica negativa”, que

aparecia quando o sujeito percebia uma

melhora.

Na análise do “Homem dos Lobos”, a título de

estratégia, ele impôs um prazo determinado

à psicoterapia, percebendo que o paciente, ao

considerar a 49 brevidade do tratamento,

arrefeceria a fixação na doença, “[...] o que

permitiu a supressão dos sintomas [...]”,

(Freud, 1973, p. 1943)


Embora o resultado obtido por Freud

estivesse alicerçado no encurtamento do


tempo, fato que ele relata como

determinante para atenuar as resistências do

paciente, não lhe passou pela cabeça dar

maior importância a esse fenômeno


Sabe-se que as análises de quatro ou cinco

anos estão longe de ser uma exceção e dar

um limite ao processo terapêutico passou a

ser preocupação de uma gama de

psicanalistas, que passaram a impor um

número limitado de sessões aos seus

pacientes, (Gillièron, 2004). Estes são os

primórdios das terapias breves.


Elas começam a ser estudadas e a ganhar

popularidade nos EUA por dois motivos:

1. Urgência dos clientes, em sintonia com o

avanço tecnológico, que visa a agilidade de

todos os processos, o encurtamento das

distancias, o aumento da eficácia e da

produtividade.

2. Alto custo de longos tratamentos e o fato

de que os planos de saúde cobrem um

número limitado de sessões.


Os autores que enveredaram por esse

caminho, não pretendiam fazer psicanálises

breves, mas defendia o uso dos

conhecimentos adquiridos em processos

psicanalíticos tradicionais, de longa duração,

na solução de conflitos focais, em um curto

espaço de tempo (Yoshida, 2013).

O embrião desse movimento acontece com os

dissidentes da psicanálise, sobretudo Alfred

Adler, Sandor Ferenczi e Otto Rank.

Propunham uma psicanálise técnica, com

flexibilização de técnicas em contraponto a

psicanálise ortodoxa.
Adler - “homem cria a si mesmo”.

Para ele o paciente deveria ser

encorajado a realizar ações

concretas que pudessem facilitar

sua vida real se algo fosse causa

de quaisquer sentimentos de

inferioridade.
Ferenczi - não confrontava a

teoria, mas buscava técnicas que

tornassem a psicanálise mais

efetiva e rápida.
Rank - postulava uma terapia da

vontade, que se considera, de um

modo geral, um dos critérios

fundamentais para as terapias

breves - justamente a motivação

para mudar.
Franz Alexander e Thomas French,

autores da obra Terapêutica

Psicanalítica (1946), defendiam

claramente uma postura ativa por

parte do psicoterapeuta, sobretudo a


atenção à regressão excessiva, que

poderia prolongar

desnecessariamente o tratamento.
MODALIDADES
estrutural relacional

modalidades

interativo
MODELO

ESTRUTURAL
A primeira geração das psicoterapias breves,

que vai predominar até os anos 80, defende a

concepção de que o comportamento humano

é determinado por pulsões sexuais e

agressivas, com quatro atributos: uma fonte,

um objetivo, uma força e um objeto.

Esse sistema obedece à teoria do princípio do

prazer, onde o objetivo primordial é a

redução da tensão, gratificação da pulsão e

minimização do desprazer, (Yoshida, 2013). “A

maior força motivacional é a obtenção da

satisfação de desejos que são derivados

psicológicos das forças pulsionais e o conflito

surge em decorrência da existência de

obstáculos às gratificações destas forças”,


(Yoshida, 2013, p. 16)
Dentro dessa visão da primeira geração, o

psicanalista Edmond Gillièron (2004), um dos

importantes pensadores das terapias breves,

preconiza que o prazo da terapia seja

discutido com o paciente, através de uma

agenda de tarefas bem definidas, que se

deve estabelecer em função das demandas

do analisando. O cliente estaria assim

devidamente esclarecido a respeito do

percurso necessário para resolver os seus

problemas psicológicos, os labirintos a serem

percorridos e as soluções vislumbradas.


Sifneos (2004) prega que as terapias

psicodinâmicas breves tenham, como critério,

pacientes com uma queixa principal

circunscrita, uma família estruturada na

primeira infância, capacidade de conversar

sobre o problema - exprimindo livremente

seus sentimentos - e uma grande motivação

para mudar.

Por essa visão, a terapia breve deve ser focal,

com sintoma bem delimitado, pertencente ao

âmbito de questões específicas, passíveis de

serem trabalhadas na aliança terapêutica,

como, por exemplo, uma fobia

monossintomática (apenas um sintoma).


Ao empenhar-se em uma única questão, que

deve ser o centro de todas as sessões,

encerra-se o tratamento, tão logo tenham

ocorrido sinais claros de resolução do

problema. Nesse caso o autor considera

possível um tratamento que dure de dois a

seis meses, com sessões individuais de 45

minutos.

Ele defende que o número de sessões seja

estabelecido antes do início do tratamento,

fechando o número de encontros com

precisão, ou deixando em aberto, sem

estabelecer um prazo previamente definido.

O terapeuta assume uma atitude

interpretativa ativa, seletiva com o tempo e

objetivos pré delimitados.


MODELO
RELACIONAL
A segunda geração, segue um modelo teórico

relacional, que propõe a relação como

principal objetivo motivacional do

comportamento e não a pulsão, (Yoshida,

2013).

Assim, o centro da ação psicoterápica se dá

em torno dos modos de defesa e

compreensão das ansiedades que permeiam

as relações com os outros e consigo próprio,

tomando consciência das representações que

conduzem essas relações e procurando

desvelar as expectativas que as permeiam.


Nesta modalidade enquadra-se Malan (1981),

que estabelece um foco e determina o


número de sessões variando entre trinta e

quarenta, avaliando que o bom prognóstico

de uma psicoterapia breve tem a ver com a

motivação do paciente e a interpretação

ligando os movimentos transferenciais a

imagens parentais, (Hengenberg, 2003).

O Objetivo é o de que a psicoterapia produza

insights, geradores de padrões mais

adaptativos de existência no aqui e no agora.


MODELO

INTERATIVO
A terceira geração é chamada de modelo

integrativo, pois combina os melhores

aspectos teóricos e/ou práticos, não só das

várias vertentes da psicanálise, como também

de outras abordagens.

Os integradores da teoria visam a construir

um único arcabouço através de diversas

formulações teóricas, justapondo e

costurando contribuições da tradição

comportamental, da sistêmica, da

cognitivista, com o modelo psicodinâmico da

psicanálise.

Priorizam técnicas que se adaptam as

necessidades do cliente.
Sem necessariamente ter que alinhavar um

elo teórico, alguns psicoterapeutas

simplesmente se orientam na direção dos

fatores comuns, que reúne formas de

psicoterapias que contribuam para que o

cliente tenha resultados, venham de onde

vierem.

Ela se baseia no acúmulo de evidências

envolvendo técnicas e procedimentos

oriundos de diversas abordagens e que

demonstram eficácia com determinados

grupos, resultando daí, a busca de uma

essência comum, para os resultados

encontrados com a aplicação de práticas tão

diferentes, (Yoshida, 2013).

São terapias multimodais que se servem, em

última análise, daquilo que funciona.


UTILIZAÇÃO
aconselhamento hospitais

utilização

unidades de

saúde
ACONSELHAMENTO
Ao se tomar o termo em sentido lato senso,

pode-se incluir o aconselhamento psicológico

como modalidade de psicoterapia breve, pois,

como diz Rogers, [...]

"o aconselhamento é um método de

assistência psicológica destinado a restaurar

no indivíduo suas condições de crescimento e

de atualização, habilitando-o a perceber, sem

distorções, a realidade que o cerca e a agir,

nessa realidade, de forma a alcançar ampla

satisfação pessoa e social". (Rogers, citado

por Pinto, p. 40)


HOSPITAIS
Importante mencionar também a utilização
das psicoterapias breves ou de emergência

em intervenção em crise, sobretudo no

contexto hospitalar, caracterizada pelo

aparecimento de obstáculos a alvos vitais da

pessoa, que parecem insuperáveis através dos

meios convencionais de solução do problema,

sobrevindo um período de desorganização e

perturbação, onde nada parece dar certo.


UNIDADES DE SAÚDE
A saúde mental primária deve ser

considerada como um aspecto de saúde

pública e de medicina preventiva e as

terapias breve tem um papel a desempenhar

nas três fases de prevenção, primária,

secundária e terciária.

Na fase primária estariam os cuidados para

se intervir sobretudo nos casos de disfunção

familiar, através de cuidados e orientações

que favoreçam o desenvolvimento mais

saudável de crianças.
Na prevenção secundária as terapias breves

vão tratar o aparecimento de sintomas que,

de repente, se tornam um empecilho na vida

do sujeito.

Na prevenção terciária, que trata de

pacientes com quadro mais severo, sujeito a

recorrentes internações, com frequência se

pode atuar na emergência de novos sintomas,

impedindo que se tornem agudos, a fim de

que o indivíduo possa retomar uma vida

normal na comunidade.

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