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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CURSO DE PSICOLOGIA
PRÁTICA INTEGRATIVA II

ADRIANA ALMEIDA DE AZEVEDO RIBEIRO – 17032317


BEATRIZ CALLYNNE LEITÃO BARROS – 17032462
DIANA FLEXA LEITE – 17030985
MARIANA DOS REMÉDIOS RODRIGUES – 17031824
SÉRGIO CARVALHO VIDAL - 17031255
TURMA 7NNB

PSICOLOGIA CLÍNICA

BELÉM-PA
2024
1. PSICOLOGIA CLÍNICA

A psicologia clínica é o segmento mais antigo da psicologia, afinal, ela trata


pessoas que sofrem com questões de mal-estar psicológico. Nesse sentido, resta,
então, às práticas clínicas, acolher o sofrimento constituinte da existência humana,
naquilo que pode ser cuidado e apreendido enquanto vivência subjetiva e reveladora
de sentidos. Assim, o ato clínico passa, então, a representar a acolhida a essa
demanda, através de um olhar que possa contemplar e alcançar a singularidade das
existências, que se vão construindo nos caminhos traçados pelos desejos humanos e
seus quereres, são reveladores da sua condição de ser-no-mundo.
Dessa forma, acolher significa, acima de tudo, considerar as subjetividades
como constituindo-se num mundo em que as dimensões históricas, sociais e culturais
exercem o seu papel no processo de subjetivação. Nesse sentido, esta seria a ética
de uma nova postura clínica: acolher o sofrimento humano, onde quer que se
apresente; viver uma relação concebida como reveladora e formadora de sentidos, e
a qual expressa e desvela os modos-de-ser num determinado tempo e história das
existências.
Nesse contexto, é necessário que o psicólogo clínico, esteja existencialmente
disponível e, de certa forma, instrumentalizado para estabelecer esse tipo de relação
com o outro, seu cliente. Tal pensamento remete à formação desse profissional, que
passa, necessariamente, pela academia, pelos bancos das universidades, pelo
conhecimento adquirido nos clássicos da literatura psicológica, pelas atividades de
pesquisa e práticas supervisionadas.
Além disso, existe uma dimensão ética, tal como já sugerida por Figueiredo
(1996), que não se adquire somente no estudo da ética, enquanto disciplina que
compõe os currículos ou códigos de ética, mas também no âmbito do conhecimento
teórico-técnico. Essa dimensão ética, envolve as relações do homem com o mundo;
implica em valores, princípios e visão de mundo e repousa nas atitudes, no modo de
ser de cada um.
Assim, ao esmiuçar as competências da atuação do psicólogo na clínica,
Figueiredo (1993, p. 91) define essa prática como sendo “o seu saber de ofício, no
qual as teorias estão impregnadas pela experiência pessoal e as estão impregnando
numa mescla indissociável; este saber de ofício é radicalmente pessoal, em grande
medida intransferível e dificilmente comunicável”.
Nesse sentido, pode-se dizer que essa forma de ser e fazer, se reflete no olhar
que se lança sobre a realidade do mundo que nos cerca, exigindo de cada pessoa o
compromisso social com a realidade na qual se está inserido. Isso significa pensar o
mundo vivido e a realidade, tanto do terapeuta quanto do cliente, não só com a visão
da provisoriedade da existência, mas também com o olhar da diversidade, da
pluralidade e complexidade que constituem a natureza humana. Porém, sem perder
de vista a singularidade que caracteriza a condição humana.
Nesse ponto, Figueiredo (1993, p.93) sugere que se pense o psicólogo “como
um profissional do encontro”. Nesse sentido, o autor, segue fazendo referência à sua
própria experiência enquanto profissional da área, definindo esse encontro terapêutico
como a

Disponibilidade para a alteridade nas suas dimensões de algo desconhecido,


desafiante, diferente; algo que no outro nos pro-pulsiona e nos alcança; algo
que do outro se impõe a nós e nos contesta, fazendo-nos efetivamente outros
que nós mesmos.

Nesse sentido, é pertinente o questionamento que faz Figueiredo (1996, p. 40),


sobre se o psicólogo clínico deveria ser concebido como um ofertador de bens ou
como um “dispositivo terapêutico, mas também histórico?”. Dessa forma, o autor
reflete se “talvez o clínico seja a escuta de que o nosso tempo necessita para ouvir a
si mesmo naquilo em que lhe faltam as palavras”. Nesse sentido, é possível que este
seja um dos caminhos por onde a Psicologia Clínica deva seguir para se constituir,
verdadeiramente, numa via de acesso ao sofrimento e à alteridade; podendo, assim,
reconciliar-se com a escuta do humano na sua condição de ser-no-mundo.
Dessarte, os principais assuntos, conceitos e atividades desenvolvidas por
profissionais que atuam nessa área da psicologia incluem:

1) Avaliação psicológica: Realização de entrevistas, aplicação de testes


psicológicos e observação do comportamento para entender as questões emocionais
e mentais dos pacientes.
2) Psicoterapia: Utilização de diversas abordagens terapêuticas, como
psicanálise, terapia cognitivo-comportamental, terapia humanista, entre outras, para
ajudar os pacientes a lidarem com seus problemas.

3) Diagnóstico: Identificação de transtornos mentais e emocionais, como


depressão, ansiedade, transtorno bipolar, transtornos de personalidade, entre outros.

4) Intervenção: Desenvolvimento e implementação de planos de tratamento


personalizados para auxiliar os pacientes a superarem suas dificuldades.

5) Aconselhamento: Oferecimento de suporte emocional e orientação para


lidar com questões específicas, como conflitos familiares, problemas de
relacionamento, estresse, entre outros.

6) Prevenção: Desenvolvimento de programas de prevenção de problemas de


saúde mental e promoção do bem-estar psicológico.

7) Pesquisa: Contribuição para o avanço do conhecimento na área por meio


de pesquisas científicas sobre processos mentais, comportamentais e emocionais.

8) Supervisão e orientação: Orientação de estudantes de psicologia e outros


profissionais em formação na prática clínica.

Em resumo, a Psicologia Clínica, busca minimizar os sofrimentos emocionais e


mentais enfrentados pelos indivíduos. Para isso, ela dispõe, de uma ampla gama de
vertentes teóricas que sustentam a prátix do psicólogo clínico, instrumentalizando-o
tecnicamente.
Dessa forma, a Psicologia Clínica, na tentativa de compreender o homem e sua
relação consigo mesmo e com o mundo, bem como, o fenômeno de adoecimento
psíquico; parte de olhares distintos que compõem as suas concepções teóricas.
Assim, não se pode entender esse campo do saber humano como possuindo uma
perspectiva única de leitura de seu objeto de estudo.
Dessa maneira, a Psicologia é formada por um conjunto abordagens, que são
saberes/estudos desenvolvidos por essa área de conhecimento ao longo do tempo,
desde o seu surgimento. Por fim, nos tópicos a seguir, têm-se a conceituação e
descrição prática da atuação do psicólogo clínico pertinente às quatro principais
abordagens da Psicologia Clínica.

2. ABORDAGENS TEÓRICAS

2.1. ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA - ACP

A Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) é uma das correntes pertencentes à


Terceira Força em Psicologia e o pensamento do seu fundador, Carl Rogers,
correlaciona-se com alguns pressupostos da psicologia humanista e da filosofia
existencialista. Nesse sentido, Rogers sempre enfatizou a relação com a pessoa
humana como fator primordial na estruturação de qualquer conhecimento sobre o
fenômeno psicológico. Assim, o autor defendia sobretudo a dignidade e valoração da
pessoa na sua busca pelo crescimento (Bezerra; Bezerra, 2012, n.p.).
Nesse ínterim, a ACP surge como reação aos paradigmas psicanalítico e
comportamentalista propondo uma diferente visão do ser humano sobre a qual será
criada uma nova forma de terapia: a terapia centrada na pessoa (Santos, 2004, p.18).

Inserindo-se na corrente da Psicologia Humanista, a Abordagem Centrada na


Pessoa desenvolve-se a partir da década de 40 nos Estados Unidos da
América. Como reacção às práticas e aos modelos teóricos que então
dominavam a Psicologia e a psicoterapia (Comportamentalismo e
Psicanálise), Carl Rogers (1902-1987) traz para a psicoterapia uma diferente
perspectiva do Homem e, consequentemente, uma forma diversa de encarar
a pessoa que pede ajuda. (Santos, 2004, p.18)

Nesse sentido, partiu-se de uma postura mais distanciada do terapeuta – tal


como ocorria na prática analítica da psicanálise e das vertentes comportamentalistas
- rumo a uma maior implicação deste com a terapia, sendo a sua presença genuína e
calorosa essencial para o processo de mudança da personalidade do cliente (Miranda;
Freire, 2012, p. 80).
Dessa forma, a terapia centrada no cliente sugere um papel mais ativo do
terapeuta com sua atenção voltada para o cliente e para os seus próprios sentimentos,
provocados pelo cliente (Cury, 1987, n.p. upud Miranda; Freire; 2012, p. 82). Assim, o
terapeuta é levado a vivenciar o relacionamento terapêutico de forma mais completa,
iniciando a destruição da barreira que dividia o terapeuta dentro e fora da terapia. No
entanto, é importante salientar que, apesar do relevo dado a essa implicação afetiva,
a postura do terapeuta é técnica e exige a correta aplicação de procedimentos para
garantir os resultados esperados e, mais ainda, que essa aplicação seja reproduzível
(Miranda; Freire; 2012, p. 82).
Dessa maneira, Rogers elenca seus quatro aspectos fundamentais à prática
clínica do psicólogo na ACP ((Rogers, 1942/1979, p.98 upud Miranda; Freire; 2012, p.
83):

1. A presença significativa e calorosa do terapeuta: “que faria evoluir o nível


afetivo da relação” (Miranda; Freire; 2012, p. 83).

2. A permissividade: para a expressão do cliente que passa a “reconhecer que


todos os sentimentos e atitudes se podem exprimir” (Rogers, 1942/1979, p.98 upud
Miranda; Freire; 2012, p. 83).

3. O estabelecimento dos limites da relação entre terapeuta-cliente: “como,


por exemplo, o horário e a duração definidos da sessão” (Miranda; Freire; 2012, p. 83).

4. A ausência de formas de pressão ou coerção, pois “o conselheiro


competente abstém-se de introduzir nas situações terapêuticas os seus próprios
desejos, reações e inclinações” (Rogers, 1942/1979, p.99 upud Miranda; Freire; 2012, p.
83).

Dessarte, o método fenomenológico é estruturante na prática clínica da ACP,


haja vista que um dos conceitos fundamentais para o terapeuta que atua nessa
abordagem é a prática da atitude fenomenológica. Isso significa que por meio da
Epoché o psicólogo deverá pôr em suspensão suas crenças a priori acerca dos
valores de juízos, conceitos e teorias a respeito do outro; a fim de praticar uma escuta
embasada, sobretudo, na aceitação positiva incondicional do cliente (Santos, 2004, p.
19).
Dessa forma, é a partir do ponto de vista fenomenal do cliente, que o terapeuta
vai procurar auxiliá-lo na compreensão da consciência vivencial da experiência de si
e do mundo. Assim, a ACP enfatiza a importância fundamental da experiência
subjetiva e pré-reflexiva como critérios de conhecimento do fenômeno psicológico
(Santos, 2004, p. 19).
Nesse sentido, esse campo experiencial é formado por tudo o que é
experimentado pelo ser humano, mesmo que tais experiências não venham a ser
captadas pela consciência. Sob esse viés, Rogers defende que “consciência”, dentro
desse contexto, seria a simbolização de experiências vividas. Pois, para ele, é a partir
do seu mundo interno que as pessoas praticam determinadas condutas. Portanto,
para o autor, o indivíduo age de acordo com as percepções que tem do mundo, pois
a forma como apreende e experimenta esse mundo é para ele a realidade. Assim,
segundo a sua lógica, modificando-se tais percepções incongruentes, as condutas
podem vir a se alterar (Rogers, 1951/1975, n.p. upud Miranda; Freire; 2012, p. 84).
Dentro desse cenário, Rogers propõe que para que o psicólogo atue na
promoção das alterações das percepções faz-se necessário um maior acesso ao
quadro de referência interno do cliente. O que, por sua vez, permitiria uma maior
compreensão de seus pensamentos e sentimentos, bem como, de seus
comportamentos; favorecendo, assim, às mudanças de perspectivas (Rogers,
1951/1975, n.p. upud Miranda; Freire; 2012, p. 85).
Nesse sentido, para Rogers, esse maior acesso ao mundo interno da pessoa,
se daria principalmente pela construção da relação terapêuta-cliente e pela
comunicação entre ambos. Assim, a relação estabelecida entre campo fenomenal,
consciência e comunicação fundamenta a terapia rogeriana como um espaço para a
livre expressão do cliente (Rogers, 1951/1975, n.p. upud Miranda; Freire; 2012, p. 84).
Nesse contexto, a ACP é conduzida, dentre outros, pelos princípios da não-
diretividade e da compreensão empática, não tendo outro fim se não o de transmitir
ao cliente os elementos e as condições que promovam o exercício do seu poder de
auto-direcção (Santos, 2004, p. 19).
Mormente, Rogers acreditava que o ser humano possui uma tendência natural
e universal ao crescimento, que o impulsiona no sentido de procurar realizar as suas
potencialidades numa existência caracterizada pela autenticidade (Santos, 2004,
p.23). Assim, ele denominou sua hipótese nuclear de “tendencia atualizante”, que diz
respeito à capacidade do ser humano de ter consciência de si próprio e de refletir
sobre as suas próprias escolhas. Portanto, essa capacidade marca decisivamente os
processos de atualização dos indivíduos (Santos, 2004, p.20).
Nesse sentido, Rogers acredita que o self funciona como um instrumento da
tendência atualizante e, por conseguinte, atua de maneira a abrir novas possibilidades
para uma maior complexidade e autonomia do ser humano na relação que estabelece
com o meio e consigo próprio (Santos, 2004, p.20).

Uma das possibilidades adquiridas consiste na faculdade de conhecer e


avaliar o seu próprio funcionamento e, em certas condições, reestruturar-se
de forma a melhor realizar as potencialidades de actualização do organismo.
E assim, o ser humano vai caracterizar- se por possuir o poder de se auto-
regular, isto é, em função da avaliação da sua experiência, será capaz de
modificar a sua própria estrutura interna (o seu self) para atingir os seus fins.
(Santos, 2004, p.20)

Assim, o objetivo da relação terapêutica vai consistir no restabelecimento do


acordo perdido entre a experiência total da pessoa e a experiência consciente do self,
libertando o cliente para um amadurecimento e um desenvolvimento normais. Nesse
sentido, ao terapeuta cabe apenas criar as condições para que o indivíduo possa se
reorganizar e reencontrar a sua própria direção. Daí também o princípio da “não-
diretividade” do terapeuta, já que há também nessa abordagem, o estímulo à
autonomia do cliente quanto à sua própria responsabilidade diante de seu processo
de mudança construtiva (Santos, 2004, p.21).
Em suma, o psicólogo que atua na ACP, vai centrar sua técnica na identificação
das incongruências introjetadas por seus clientes advindas de suas experiências
vividas, focando na reversão de tais desajustamentos e na promoção dos reajustes
(Santos, 2004, p.21). Esse processo de mudança propiciará com que o cliente possa
chegar a um estado de maior congruência, quanto à sua consistência interna e ao seu
estado de integração psicológica (Santos, 2004, p.22). Por fim, ocorrerá a
simbolização correta das experiências vividas e a experimentação de novas
percepções e comportamentos (Miranda; Freire; 2012, p. 84).

2.1.1. Observação prática:

No dia 13/03 (treze de março) foi realizada entrevista com o psicólogo Ramon
Luiz Coutinho Lima (CRP: 108736); que se formou em 2019 pela UNAMA
(Universidade da Amazônia) e atua, desde então, na área da psicologia clínica com a
Abordagem Centrada na Pessoa (ACP).
Quanto ao seu primeiro contato com o cliente, no processo de triagem inicial, o
psicólogo esclareceu que não costuma elaborar uma entrevista estruturada; pois o
seu foco reside no estabelecimento de uma comunicação humana, pautada no
acolhimento, na escuta empática e no amor positivo incondicional. Assim, é por meio
dessa escuta sem pré-julgamentos que ele, enquanto terapeuta, vai poder
compreender melhor as queixas e demandas do seu cliente.
Por conseguinte, Ramon frisa a importância desse primeiro contato para que
se possa traçar estratégias de intervenção junto com o cliente, já que a participação
ativa do cliente nessa escolha é um fator relevante às premissas da ACP; haja vista
os princípios da não-diretividade e autonomia anteriormente elucidados.
Nesse sentido, esse primeiro encontro marca, sobretudo, o ponto de partida
para a formação da relação terapêta-cliente. Ademais, nesse primeiro contato também
será estabelecido do acordo-terapêutico entre o psicólogo e o cliente, onde será
definida a quantidade inicial de sessões, bem como os horários do atendimento.
Nesse contexto, Ramon esclarece que o mais comum é que seja fechado um
pacote inicial de 10 sessões, onde ele costuma deixar os quatro primeiros encontros
amplamente aberto para a livre expressão do cliente. Dessa maneira, são nesses
agendamentos iniciais que o psicólogo se familiarizará ainda mais com as demandas
trazidas pelo indivíduo em terapia. Assim, é nesse período que Ramon exercerá a
atitude fenomenológica para se aprofundará mais especificamente na compreensão
das percepções que a pessoa tem do mundo e de si própria.
Dessa forma, é mais ou menos por volta da quinta sessão terapêutica que o
psicólogo humanista começará a dar os primeiros feedbacks a seus clientes acerca
do que foi observado e iniciará de forma mais contundente as intervenções técnicas
pertinentes aos fenômenos psicológicos da consciência em questão.
Nesse ínterim, Ramon destaca a importância do aspecto motivacional, onde o
terapeuta evidencia para seu cliente a sua evolução e como, agora, ele já consegue
lidar melhor com situações e emoções que antes lhe eram mais difíceis.
Nesse contexto, essa intervenção motivacional impulsiona o indivíduo a refletir
sobre a sua experiência vivida e promove a busca do cliente por sua auto regulação.
Sendo, na ACP, a valoração do ser humano, um fator decisivo para a ampliação da
consciência, bem como, para a reestruturação do self. Portanto, essa cadeia de
fenômenos promove, sobretudo, a atualização do cliente; a medida em que ele
identifica suas incongruências, efetua seus próprios reajustes e passa a simbolizar de
forma mais saudável suas experiências.
Nesse ínterim, Ramon novamente destaca a importância da não-diretividade
do terapeuta, haja vista que a ACP defende, em especial, a ideia da autonomia da
pessoa em face às suas próprias escolhas. Assim, como psicólogo, ele pontua que
apesar de estar ativamente contribuindo para os processos de atualização dos seus
clientes, quem direciona a terapia são os próprios clientes; a partir do que eles
evidenciam como fenômenos significativos à sua consciência. Daí a ACP, também ser
nomenclaturada como “abordagem centrada no cliente”.
Nesse sentido, Ramon traz uma exemplificação de como costuma se utilizar do
“reflexo das emoções” como estratégia salutar na facilitação o processo atualizante
de seus clientes. Sob esse viés, o psicólogo narra que ao observar que um cliente
comenta alguma situação angustiante já citada anteriormente, porém o faz de forma
a demonstrar um abrandamento emocional em relação a sua experiência vivida;
Ramon intervém terapeuticamente de maneira a evidenciar a “diluição da emoção”.
Sendo essa, uma outra estratégia que auxilia o cliente a conseguir alterar sua
percepção. Isso acorre devido o terapeuta evidenciar ao indivíduo o processo de
tomada de consciência dessa mudança no impacto emocional que tal fenômeno
exercia sobre a pessoa, mas que agora não exerce mais.
A esse respeito, Ramon disserta que a tendência atualizante dos clientes é
movimentada constantemente pelos psicólogos rogerianos e que parte desse
processo implica em fazer com que o cliente tome consciência das suas próprias
alterações de percepções. Pois, é justamente na terapia que eles vão passar por um
processo de “conscientização” daquilo que eles ainda não estão conseguindo
enxergar. Então, parcela da intervenção terapêutica na ACP consiste em promover
essa reflexão dos clientes dia daquilo que lhes escapa à consciência; a fim de facilitar
o surgimento de novas simbolizações mais saudáveis das suas experiências vividas.
Dentro deste cenário, Ramon esclarece sobre a importância que a ampliação da
consciência possui para o bem-estar do indivíduo. Nesse contexto, o psicólogo afirma
que, hodiernamente, muitas pessoas, sobretudo após a pandemia, estão “apenas
existindo”; sem muita consciência de si próprias. Dessa forma, o processo terapêutico
auxilia os clientes a tornar mais visível aquilo que eles ainda não conseguem perceber
em seu mundo interno. Assim sendo, a expansão dessa consciência dos clientes
acerca de si próprios e das suas percepções do mundo é um fator decisivo para a
reestruturação de seu self.
Dito isso, Ramon elucida que esse processo de compreensão de si acaba, por
muitas vezes, sendo mais ou menos doroso ou desafiar para o indivíduo. Então, o
psicólogo humanista também destaca a relevância de, na prática clínica, se respeitar
os limites dos clientes, dando a eles autonomia para decidir até onde eles suportam
adentrar em determinadas questões. No entanto, Ramon faz a resalva que cabe ao
terapeuta ter a atenção em relação a possíveis novos momentos em que o cliente
demonstrar mais abertura para que determinada demanda possa vir a ser mais
aprofundada na relação terapêutica.
Outrossim, a confiança no terapeuta, segundo Ramon, é outro fator
imprescindível a permissividade existente na relação terapêutica. Nesse contexto, o
psicólogo atua no setting terapêutico de forma a evidenciar ao cliente que o seu papel
ali é o de “um possível contato amigável”; visando, mais que tudo, o acolhimento desse
cliente. Assim, Ramon, em seu atendimento, narra ter a percepção de quando é
necessário “quebrar o gelo”, ou “fazer o cliente sorrir”, ou mesmo “acolher por meio
de um abraço”.
Em suma, a ideia é deixar o cliente o mais à vontade possível para sua livre
expressão; entendo até onde se é ou não possível de se avançar nas estratégias
interventivas, de acordo com aquilo que o cliente é capaz de suportar
emocionalmente.
Nesse ínterim, Ramon destaca a importância de o indivíduo durante a sessão
terapêutica poder desabafar, ser verdadeiramente amparado e poder sair dali se
sentindo mais leve. Segundo ele, esse é o cuidado que os psicólogos precisam ter no
atendimento aos seus clientes - o de tornar o atendimento mais humano – o que,
anteriormente, na história da Psicologia e de outras abordagens não era visto como
algo tão relevante.
Ademais, quanto ao espaço físico do setting terapêutico, Ramon diz que teve a
preocupação de deixar o ambiente o mais próximo possível de uma casa; utilizando
móveis rústicos e tapetes felpudos na decoração, com o obetivo de propiciar ao cliente
um conforto sensorial em relação ao espaço. Dessa maneira, Ramon enfatiza que
todos esses recursos, corroboram para que seja desconstruído no setting terapêutico
a noção de hierarquização dos papeis entre o terapeuta e o cliente. Desse modo, isso
favorece a identificação mais igualitária da relação terapeuta-cliente, bem como o
fortalecimento dessa interação.
Por fim, Ramon frisa que “a dor existe, mas ela não é eterna, é uma escolha e o
cliente pode aprender a regular até onde doi”. Assim, todos esses passos serão
significativos para aquilo que ele denominou de “o processo de cura” do cliente.
Sendo, o propósito primordial da terapia a busca pelo bem-estar do indivíduo onde,
segundo as palavras de Ramon, o “cliente vai evoluir com suas próprias pernas, mas
com a ajuda do terapeuta”. Assim, é imprescindível que o terapeuta saiba “se colocar
no lugar do cliente, sem vê-lo como uma pessoa com problemas, mas como um ser
humano”. Nesse contexto, ele finaliza dizendo que é imperativo valorizar uma pessoa
que teve coragem de dizer a um profissional “me ajuda”.

2.2. TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL:

Historicamente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) possui raízes nas


décadas de 1960 e 1970, quando o psiquiatra e psicólogo Aaron Beck decepcionou-
se com a teoria Psicanalítica e seu processo clínico; com isso, deu início ao
questionamento da influência dos pensamentos na experiência emocional e
comportamental dos indivíduos, originando as bases da Psicologia Cognitivo-
Comportamental.
Essa abordagem integra a base comportamental a conhecimentos das
neurociências, tendo em vista que Beck denotou que seus pacientes com depressão,
apresentavam padrões de pensamentos disfuncionais sobre eles mesmos, o meio em
que estavam e suas relações futuras, de um modo involuntário; assim, desenvolveu o
que conceituou de “Pensamentos Automáticos”.
Beck conclui que a forma como os pacientes observam suas vivências, e o
pensamento que desenvolviam acerca delas, não deve ser intrinsicamente
relacionada a uma questão sintomática e patológica, mas como um método de
viabilizar um tratamento eficaz. E, por conseguinte, desenvolveu-se uma teoria
que conecta pensamentos, emoções e comportamentos humanos (Livro da
Psicologia, p. 278).
Logo, acerca dos princípios centrais da TCC, tem-se que nossas cognições e
a maneira como interpretamos os acontecimentos possuem uma influência
controladora sobre nossas emoções, e podem modificar nossos padrões de
comportamento e pensamento, mais que os próprios eventos em si (Dobson & Dozois,
2001). Para isso, o psicólogo que utiliza essa abordagem não prioriza somente a
modificação de comportamentos interferentes, mas também visa a identificação de
padrões de pensamento que originam esses.
Por ser uma abordagem que se concentra na modificação desses padrões
cognitivos negativos, utiliza de técnicas destinadas a ajudar os pacientes a detectar e
modificar seus pensamentos disfuncionais, especialmente aqueles associados a
depressão, ansiedade ou raiva, a fim de minimizar os aspectos sintomáticos e fornecer
uma boa vivência ao analisando. Pois, parte do princípio que se ocorre a modificação
desses pensamentos, isso pode gerar a melhora sintomática desses transtornos,
modificação das crenças e, consequentemente, a durabilidade de tais modificações.
Para isso, é caracterizado a identificação e reestruturação de 3 níveis de cognição.
Pensamentos Automáticos: são o nível mais superficial da terapia cognitiva,
com pouco questionamento de sua veracidade e acompanhando emoções negativas
diante de diversas situações cotidianas.

Crenças intermediárias: são regras que os próprios indivíduos criam para que
possam tolerar essas autoconcepções absolutas, negativas e desadaptativas; essas
crenças ajudam os indivíduos a enfrentar e a se proteger da dor insuportável da
ativação das crenças nucleares.

Crenças Nucleares: são rígidas, inflexíveis e os pensamentos mais


aterrorizantes que uma pessoa tem sobre si mesma; mais difíceis de acessar e
modificar. Isto tem a ver com a suscetibilidade de um indivíduo à rejeição, ao
abandono, à desaprovação e à inerente dificuldade de sobrevivência.

Essa terapia trata-se de uma abordagem terapêutica estruturada, com caráter


diretivo e funciona a partir dos objetivos traçados entre o psicólogo e o cliente, sendo
uma sessão traçada em volta de metas claras e bem definidas utiliza divergentes
técnicas e atividades com foco no momento presente e com intervenções utilizadas
para tratar diversos problemas emocionais e cognitivos, como TOC, dificuldades
relacionais e de aprendizagem. Desse modo, esta terapia tem se tornado cada vez
mais difundida, por sua eficácia, alta aderência e resultados. Para a elaboração de
conceitos, Beck postulou alguns princípios a serem seguidos.
1. Diagnóstico clínico do paciente;
2. Reconhecer pensamentos, ideias e comportamentos automáticos que sejam
significativos para as pessoas quando confrontadas com diferentes situações
cotidianas;
3. Identificação de crenças intermediárias e crenças nucleares;
4. Estratégias comportamentais compensatórias que as pessoas usam para evitar
crenças negativas;
5. Dados relevantes para a história do paciente que contribuem para formar ou
reforçar essas crenças.

Contudo, na aplicação teórica e técnica da TCC é necessário seguir tais preceitos:


Avaliação cognitiva: o terapeuta avalia os pensamentos automáticos, crenças
e esquemas cognitivos do paciente;
Reestruturação cognitiva: com foco na modificação dos pensamentos
negativos e distorcidos, onde o paciente aprende a questionar e substituir crenças
disfuncionais por outras mais realistas e adaptativas;
Exposição gradual: para tratar fobias e transtornos de ansiedade, utiliza-se a
exposição gradual ao objeto ou situação temida, auxilia o paciente a enfrentar seus
medos e reduzir a ansiedade;
Treino de habilidades socias; a TCC ensina estratégias para melhorar a
comunicação, assertividade e resolução de conflitos; as técnicas comportamentais:
incluir-se o reforço positivo, modelagem e dessensibilização sistemática.
Na clínica, o que se faz é conscientizar o paciente sobre o que está
acontecendo, se ele está pensando com clareza e como isso inevitavelmente leva ao
comportamento. O psicólogo precisa ensinar os pacientes a ver e reconhecer essas
disfunções ao longo do tratamento. Esta é uma abordagem psicoeducacional. Se isso
não acontecer, trata-se de um tratamento errado, simplesmente aplicando técnicas
comportamentais sem a estrutura necessária à terapia cognitiva.

2.2.1. Observação prática:

No dia 18/03 (dezoito de março), realizamos uma entrevista descritiva via


google meet (plataforma de vídeo chamada), com o psicólogo Nehemias Guedes
Valentim Junior (CRP: 10/06112). Na entrevista descritiva foram apresentadas
perguntas situadas no ANEXO 1.
O entrevistado relatou que esse processo inicial é voltado para a anamnese e
definições. Além disso, reúne-se informações detalhadas numa sessão de escuta
breve e atendimento, pois muitos chegam com uma situação focal. A partir desse
processo, tem-se o levantamento inicial das distorções cognitivas e utilização de
técnicas de relaxamento. Pontuou também, que diante da proposta da TCC, as 12
primeiras sessões ocorrem em volta desse levantamento clínico e as outas 12 sessões
é desenvolvida no modo prático, onde ocorre os combinados com o cliente.
Relacionou essa estruturação clinica com o entendimento que a TCC tem sobre a
psicoeducação na prática clínica, onde ocorre a orientação, indicação de maneiras
para o automonitoramento constante desse paciente, com orientação desse paciente
e os pequenos combinados com o cliente.
Salientou que na clínica psicológica, no rapport, para o estabelecimento de uma
boa relação terapêutica com seus pacientes, o profissional desenvolve uma escuta
empática, suspensão de julgamento, além de acolhimento e suporte emocional.
Ressaltou que na TCC, após a análise clínica inicial, observa-se a demanda
desse paciente e verifica-se os pensamentos disfuncionais, as crenças e os esquemas
cognitivos do cliente. Além da elaboração de uma análise funcional desse
comportamento (o que mantém esse comportamento?), a partir dessas integrações,
busca-se desenvolver estratégias para a reestruturação cognitiva desse paciente e o
desenvolvimento de novas habilidades.
O profissional pontuou que deve ser seguido, em todos os parâmetros, os
pressupostos éticos estabelecidos pelos Centros Regionais de Psicologia – CRP, e,
para além disso, devem ser estabelecidos e seguidos os combinados acordados entre
psicólogo e cliente acerca das sessões, como questões relacionadas a faltas, atrasos
e dentre outros parâmetros pré-estabelecidos.
Enfatizou a importância de uma análise funcional e as características biopsico-
político-sociais e espirituais de cada sujeito, reconhecendo as limitações e os
aspectos culturais desses, focando em uma análise individualizada e que abranja as
particularidades e subjetividades desses. Com foco em uma comunicação não
violenta, habilidades sociais, observação dos sentimentos e necessidades desse
sujeito, uma vez que essas individualidades necessitam ser supridas ao decorrer da
análise, bem como a necessidade de uma análise dinamizada e postulada nas mais
diversas áreas do conhecimento, além da inclusão de adaptação tecnológica e
regional que supra tais demandas, sendo este um fazer da psicologia, principalmente
durante a pandemia do COVID-19.
Destaca que o além das percepções do psicólogo durante o processo de análise
terapêutica, o próprio paciente relata sua melhora ao decorrer do tratamento, diminui
os dias de comparecimento nos atendimentos ou até mesmo para o tratamento.
Relatou também que é necessário que o psicólogo conheça procedimentos e
técnicas interdisciplinares para uma boa atuação durante o acolhimento diante de
crises e emergências. Utilizando técnicas de relaxamento e escuta acolhedora, a fim
de acalmá-las, fornecer orientação e apoio, e enfatizar a possibilidade de retorno ao
atendimento terapêutico e/ou psiquiátrico, dependendo da situação demandada.
Reforça que esse conhecimento interdisciplinar acerca das abordagens
baseadas em evidências é um diferencial na atuação terapêutica, pois trabalha-se uma
forma mais integrativa o entendimento do paciente acerca do seu melhoramento
durante o processo terapêutico (psicoeducação), deu ênfase aos conhecimentos
neurocientíficos, médicos, nutricionais e físicos, e de como esses juntamente com o
processo terapêutico podem influenciar na melhora do paciente.
Dando prosseguimento, situou que na sua atuação terapêutica envolve outros
profissionais em casos específicos, quando é necessário a intervenção ou integração
desses. Também pontuou o envolvimento de uma escuta entre casais e conflitos
familiares que também envolve uma necessidade dessa integração, para mais, situou
que em relação aos seus clientes menores de idade, necessita fazer uma devolutiva
com os responsáveis, presencialmente ou por vídeo chamada. O psicólogo pode
desenvolver pontes para os diálogos de conflitos, desenvolver habilidades sociais e
comunicação não violenta, sempre seguindo os combinados terapêuticos e normas
éticas.
O psicólogo Nehemias, pontuou a importância do analista buscar também a
psicoterapia clínica para si, para além de práticas de exercício físico, técnicas de
relaxamento e alimentação saudável, visando seu autocuidado, haja vista que mesmo
que o psicólogo conheça os métodos do processo terapêutico, esse dificilmente
conseguirá desenvolver uma autoanálise, pois é necessário a busca de uma pessoa
que “observe de fora” todo o enfrentamento que esse profissional também necessita,
a fim de não comprometer seu papel terapêutico, sem trazer para si as questões e
conflitos do outro, pois pode interferir na análise terapêutica.
2.3. ABORDAGEM PSICODINÂMICA:

No final do século IX, os princípios da psicodinâmica foram introduzidos pelo


médico e fisiologista alemão Ernst Wilhelm von Brücke em sua publicação de 1874
Lectures on Physiology. Von Brücke propôs que todos os organismos vivos são
sistemas energéticos influenciados pelo princípio da conservação de energia,
inspirado na termodinâmica. Nesse contexto, foi orientador de Sigmund Freud na
Universidade de Viena, onde Freud adotou esse conceito de fisiologia "dinâmica" para
contribuir com sua própria conceituação do psiquismo humano. Mais tarde, outros
nomes como Carl Jung, Alfred Adler, Otto Rank e Melanie Klein desenvolveram tanto
o conceito quanto a aplicação da psicodinâmica.
A psicoterapia psicodinâmica ou psicoterapia psicanalítica é uma forma de
psicologia profunda cujo principal objetivo é desvendar o inconsciente da psique do
cliente, a fim de reduzir a tensão psicológica. A psicoterapia psicodinâmica baseia-se
mais na relação interpessoal entre cliente e terapeuta do que em outras formas de
psicologia profunda que utilizam a psicanálise em sua abordagem. Dessa forma, são
preceitos dessa terapia:

1. O Inconsciente: A psicologia clínica psicodinâmica assume que grande


parte do comportamento humano é influenciado por processos mentais inconscientes,
como desejos, traumas e conflitos não resolvidos.
2. O papel da infância: A abordagem psicodinâmica enfatiza a importância das
experiências infantis para o desenvolvimento da personalidade e do comportamento
adulto.
3. Transferência e contratransferência: são processos fundamentais na
relação entre paciente e terapeuta em que sentimentos não resolvidos do paciente em
relação a pessoas importantes são transferidos para o terapeuta e o terapeuta, por
sua vez, experimenta reações emocionais em relação ao paciente.
4. Estudo das relações interpessoais: A psicologia clínica psicodinâmica
melhora a compreensão da dinâmica de relacionamento do paciente, incluindo
modelos de relacionamento e mecanismos psicológicos de defesa.
5. Ênfase na interpretação: Um terapeuta psicodinâmico frequentemente usa
a interpretação para ajudar o paciente a entender os significados subjacentes a seus
pensamentos, sentimentos e comportamentos.

Esses são apenas alguns dos principais conceitos e características da


psicologia clínica em uma abordagem psicodinâmica adaptada a um estilo de trabalho
menos intenso, geralmente uma ou duas vezes por semana. Os principais teóricos
utilizados como referência são Freud, Klein e os do movimento das relações objetais
como Winnicott, Guntrip e Bion. Alguns terapeutas psicodinâmicos também se
inspiram em Jung, Lacan e Langs.
Esta é uma área de interesse utilizada na psicoterapia individual, psicoterapia
de grupo, terapia familiar, e na compreensão e trabalho com contextos institucionais
e organizacionais.
As abordagens psicodinâmicas geralmente se concentram na ideia de que
essas são funções mal adaptativas advém questões inconscientes. Acredita-se que
alguns transtornos se desenvolvam cedo e causem dificuldades na vida diária. As
terapias psicodinâmicas visam desvendar e resolver esses conflitos inconscientes que
contribuem para os sintomas do paciente.
As principais técnicas utilizadas pelos terapeutas incluem: associação livre,
interpretação dos sonhos, reconhecimento da resistência, transferência, trabalhar com
memórias dolorosas e questões difíceis e construir uma forte aliança terapêutica.
Assim, o relacionamento terapêutico é considerado fundamental para
compreender e resolver as dificuldades de relacionamento que o cliente enfrenta ao
longo de sua vida. Embora a psicoterapia psicodinâmica possa assumir muitas formas,
existem alguns pontos em comum que englobam essas práticas e princípios básicos.
Uma ênfase na centralidade dos conflitos intrapsíquicos e inconscientes e sua
relação com o desenvolvimento tais como:
• Identificar defesas em desenvolvimento nas estruturas psíquicas internas para
evitar consequências desagradáveis de conflito;
• Uma crença de que a psicopatologia se desenvolve especialmente a partir de
experiências na primeira infância;
• Uma visão de que as representações internas de experiências são organizadas
em torno de relações interpessoais;
• Uma convicção de que as questões e as dinâmicas da vida ressurgirão no
contexto da relação cliente-terapeuta como transferência e contratransferência;
• Uso da livre associação como um dos principais métodos de exploração de
conflitos e problemas internos;
• Concentrar em interpretações de transferência, mecanismos de defesa e
sintomas atuais e na elaboração destes problemas presentes;
• Confiar no insight como algo extremamente importante para o sucesso na
terapia.

Dessa maneira, com a atuação clínica na psicodinâmica o terapeuta trabalha


para explorar e compreender as complexidades da mente do paciente, muitas vezes
utilizando técnicas específicas para acessar o inconsciente e promover a reflexão
sobre experiências passadas. Aqui estão algumas das práticas comuns:

1. Análise de sonhos: O terapeuta pode ajudar o paciente a explorar os


significados simbólicos por trás dos sonhos, considerando o conteúdo manifesto e
latente como uma forma de acessar o inconsciente.
2. Livre associação: Encorajar o paciente a expressar livremente seus
pensamentos, sem censura, ajuda a revelar associações inconscientes e padrões de
pensamento.
3. Exploração do passado: Através da análise das experiências passadas,
especialmente da infância, o terapeuta procura identificar eventos traumáticos ou
padrões de relacionamento que possam estar influenciando a vida do paciente no
presente.
4. Transferência e contratransferência: O terapeuta presta atenção às
dinâmicas emocionais que surgem na relação terapêutica, utilizando-as como uma
forma de compreender os padrões relacionais do paciente.
5. Interpretação: O terapeuta pode oferecer interpretações ao paciente,
ajudando-o a compreender os significados ocultos por trás de seus pensamentos,
sentimentos e comportamentos.

Essas práticas visam promover a autoconsciência, a resolução de conflitos


internos e a mudança de padrões disfuncionais, levando a uma maior compreensão
de si mesmo e ao alívio do sofrimento psicológico.
Dessa forma, a psicoterapia psicodinâmica é uma terapia eficaz tanto a curto
quanto a longo prazo. Sendo, por sua vez, uma terapia baseada em evidências. Nesse
sentido, “meanálises” é um método estatístico para agregar os resultados de dois ou
mais estudos independentes sobre a mesma pesquisa, combinando seus resultados
em uma medida sumaria. Dessa forma, esse método auferiu que as terapias
psicodinâmicas e psicanalíticas são intensamente eficazes e geram resultados
comparáveis ou maiores do que outros tipos de psicoterapia. No entanto, essa
comprovação também é submetida a várias críticas.
Em 2011, um estudo publicado na American Journal of Psychiatry fez 103
comparações entre o tratamento psicodinâmico e um competidor não dinâmico e
descobriu que 6 eram superiores, 5 eram inferiores, 28 não tinham diferença e 63
eram adequadas. O estudo descobriu que isso poderia ser usado como base "para
tornar a psicoterapia psicodinâmica um tratamento" empiricamente validado". Em
2017, uma meta-análise de ensaios clínicos randomizados concluiu que a terapia
psicodinâmica é tão eficaz quanto outras terapias, incluindo a cognitivo
comportamental.
Devido à subjetividade do potencial doença mental de cada paciente,
raramente há uma abordagem de tratamento claramente definida. Na maioria das
vezes, os terapeutas variam as abordagens gerais para melhor atender às
necessidades específicas do paciente. Se um terapeuta não tem amplo conhecimento
da doença mental de seu paciente, é improvável que ele seja capaz de selecionar
uma instalação de tratamento que possa ajudar o paciente.
A relação entre paciente e terapeuta deve, portanto, ser extremamente forte.
Em uma aliança terapêutica, os terapeutas encorajam seus pacientes a serem os mais
abertos e honestos possível. Em tal situação, os pacientes devem confiar em seu
terapeuta. Como a eficácia do tratamento depende em grande parte das informações
que o paciente fornece ao terapeuta, a relação entre paciente e terapeuta é mais
importante na terapia psicodinâmica do que em quase qualquer outra prática médica.

2.3.1. Observação prática:

No dia 04/03 (quatro de março) foi realizada entrevista com a psicóloga Larissa
Silveira (CRP: 10/04129); e desde então, atua na área da psicologia clínica tanto no
seu consultório particular como na (Clínica Nascer). Clínica de Reprodução Humana.
Na prática de atendimento de escuta, onde ocorre a maior demanda de tratamento de
reprodução assistida com a busca de produção independente, barriga solidaria,
preservação de fertilidade etc. E no atendimento particular a demanda maior é a de
sintomas de ansiedade e depressão consequências de pós pandemia.
Ao receber um novo paciente, a Dra. Larissa Silveira enfatiza a importância da
Anamnese como um momento crucial para coletar informações detalhadas em uma
escuta breve e de acolhimento, não apenas sobre a queixa apresentada, mas também
para compreender como essa queixa se manifesta atualmente no paciente. Realizado
através de um formulário com perguntas.
Enfatiza que em seu atendimento tem sempre como objetivo de prover suporte
emocional; considerando as implicações do tratamento; assessorando o manejo
durante o tratamento, à gravidez, ou a não gravidez.
Informou também que no atendimento particular é diferente do atendimento em
uma clínica. Principalmente se for paciente de menor; a anamnese tem que ser feita
com o acompanhamento dos pais.
E nesse primeiro momento é importante se falar de valores, fechando um
contrato terapêutico; relatou ainda que o foco deve ser também na preparação
psicológica e emocional para assegurar um processo saudável no decorrer do
tratamento.
Do ponto de vista psíquico no caso de reprodução humana na necessidade de
gerar o filho no útero observando as implicações psíquicas desde o momento que a
mulher tem o diagnóstico de infertilidade.
Além disso, Dra. Larissa no âmago da abordagem psicodinâmica está o
estímulo a conscientização de sua própria responsabilidade diante das questões
abordadas em cada sessão. Fornecendo uma escuta atenta e interessada para
promover um espaço seguro de exploração emocional, sem contra transferir algo para
o paciente e saber identificar quando o paciente está transferindo algo pessoal dele
para o psicólogo.
Na construção do rapport a psicóloga busca criar um ambiente terapêutico
acolhedor, empático e livre de julgamentos, assegurar o sigilo como, por exemplo:
documentos com as informações do paciente devem ser arquivados não pode ser
exposto para nenhum outro profissional. Caso o paciente precise de um parecer
psicológico, não se coloca ali a fala do paciente, mas, tendo a necessidade de passar
informações para o psiquiatra que seja apenas informações focais como por exemplo
os sintomas de como esse paciente chegou no consultório.
Enfatizou também que para acompanhar o processo terapêutico ao longo do
tratamento se está progredindo vem do próprio paciente que vai sinalizando a melhora
e o psicólogo vai espaçando os atendimentos terapêuticos, o que era uma vez por
semana passa a ser uma vez ao mês. Assim como pode ocorrer do paciente
abandonar a terapia e se algum momento ocorrer uma crise emergencial disponibiliza-
se acolhimento por telefone e orienta a buscar um hospital de urgência e emergência
e tomar uma medicação para acalmar, isto é, orienta e acolhe. E ressaltar a
disponibilidade de retomar o atendimento terapêutico.
Mencionou que no atendimento clínico a psicanálise vai além da situação que
aquela paciente está vivento naquele momento, pois na psicodinâmica se faz se um
processo de ver o histórico daquele paciente desde a infância até o momento aqui e
agora. Porque muita às vezes o transtorno, o que ele está apresentando ali, a queixa,
está relacionado com algo que ele viveu na infância ou adolescência. Então a
psicanálise olha o paciente como um todo, isto é, se diferencia na clínica das demais
abordagens na forma como olha as consequências psicológicas, pois não atenta
somente nas consequências, mas também as causas, de onde surgiu, e como surgiu.
Como o paciente não consegue identificar o porquê da situação vivenciada o
psicólogo vai investigar junto ao paciente que começa a falar; correndo assim com
tempo de psicoterapia o paciente consegue trazer à tona do inconsciente lembranças
ocorridas no passado, ou até mesmo sonhar mostrando assim onde surgiu e o que
fazer para lidar com aquela situação e viver de uma forma saudável psicologicamente.

2.4. GESTALT-TERAPIA:

A Gestalt-terapia tem origem alemã cujo precursor foi Friedrich Perls. Esta
abordagem ganha força, em meados dos anos de 1940, a partir do movimento
denominado de 3ª força da Psicologia, de cunho humanista, em contraposição à 1ª
Força (Behaviorismo) e 2ª força (Psicanálise) sendo uma psicoterapia fenomenológica
existencial, chegando ao Brasil apenas na década de 1970.
Neste contexto, Friedrich Perls propôs que esta abordagem fosse centrada no
sujeito, de forma a se abarcar sua totalidade, analisando desde suas fantasias,
pensamentos, sensações e tudo o mais que fosse trazido à tona durante o
atendimento terapêutico. Por esta razão, tem-se que esta abordagem parte de 3 (três)
conceitos básicos, quais sejam: a consciência, a responsabilidade e o denominado
aqui e agora.
Isto porque, o objetivo da Gestalt-terapia é possibilitar ao homem um senso de
responsabilidade sobre seus atos e escolhas, bem como desenvolver sua capacidade
de autoconhecimento, devendo o sujeito dar conta da sua própria existência, sendo
autor da sua própria história de forma livre e independente.
Para isso, é trabalho do psicoterapeuta ajudar o paciente a alcançar um nível
de “integração suficiente, que lhe permita levar adiante o seu próprio processo de
desenvolvimento, ter a custódia sobre seus atos e ampliar sua awareness. Sendo uma
abordagem fenomenológica, trabalha com experiências imediatas, o aqui-agora, que
constitui a porta de entrada para a realidade.”1
Há, portanto, a necessidade de uma real troca entre terapeuta e paciente, a
necessidade do estabelecimento de um vínculo de confiança entre as partes para que
ambos possam trabalhar juntos nesta jornada.
Destaca-se que, em contraposição à psicanálise por exemplo, onde o terapeuta
faz observações pontuais, na Gestalt-terapia é dever deste desenvolver a habilidade
do paciente de analisar a realidade de forma consciente, enfatizando a realidade como
é não como aparenta ser.2
Nas palavras de Ginger, “Não se trata de compreender, analisar ou interpretar
os acontecimentos, comportamentos ou sentimentos, mas, sobretudo, de favorecer a
tomada de consciência global da forma como funcionamos e de nossos processos”.
(Ginger, 1995, p.18).
Na Gestalt-terapia, é bastante utilizado pelos terapeutas, diversos recursos que
visam facilitar a visualização das demandas trazidas pelos pacientes e ajudá-los a
desenvolver os sentimentos que lhe impedem de evoluir. Podemos citar como
exemplo a utilização de arte terapia, com oficinas de músicas, aquarelas, encenação
de situações, técnicas de escrita, entre outros.
Deste modo, observa-se que esta abordagem tem como objetivos desenvolver
a responsabilidade do indivíduo para que saia do lugar de vítima das situações que

1
Disponível em: < https://gestalt.com.br/institucional/gestalt-terapia/>. Acesso em: 17.03.2024
2
Disponível em: < https://www.vittude.com/blog/gestalt/>. Acesso em: 17.03.2024
lhe acontecem e reconheçam sua responsabilidade diante das situações
apresentadas, posto que parte do pressuposto que a não escolha, também é uma
escolha realizada por esse sujeito.
Assim, compreender a necessidade de autorregulação e crescimento somente
pode ser adquirida através da capacidade de se tornar consciente sobre si mesmo.
Vejamos abaixo sua aplicabilidade na prática clínica.

2.4.1. Observação prática:

Visando uma melhor compreensão acerca da abordagem supracitada, foi


realizada uma entrevista com a Psicóloga Manuela Gama Lobão (CRP 10/06520)
sobre a prática da Gestalt-terapia dentro da clínica.
Em um primeiro momento, a Dra Manuela nos informou que ao receber um
paciente novo é necessário que seja feita a Anamnese do paciente, visando colher
informações sobre a queixa trazida e como se ajusta em seu aqui-e-agora, bem como
o que este espera do seu trabalho como terapeuta, além de firmar neste momento o
contrato terapêutico.
Afirma a Psicóloga que é impossível desvencilhar a teoria da prática clínica,
visto que todos os conceitos estudados, tanto na literatura como em grupos de estudo,
seminários e congressos, é exatamente o que a possibilita identificar as principais
queixas trazidas pelos pacientes, para que através de estudos de caso, prontuários e
devolutivas com o próprio paciente, ambos possam estar trabalhando em conjunto
visando a evolução do tratamento em voga.
Relatou ainda que possui uma grande quantidade de recursos para utilizar na
clínica que visam auxiliar nos atendimentos, posto que alguns pacientes apresentam
inicialmente uma dificuldade de se abrir e falar sobre as questões que o levaram até
o consultório, por tal razão, recursos como cartas com perguntas, pedir que o paciente
escreva o que está sentindo e até mesmo imagens podem corroborar com o melhor
desenvolvimento da sessão.
Afirma também a Psicóloga que o maior objetivo dentro da Gestalt-terapia é
exatamente é estimular o paciente no processo de autoconhecimento, e fazer com
que ele entenda sua responsabilidade diante das queixas que traz em cada sessão.
Para isso, busca criar um ambiente de acolhimento dentro do consultório, sendo
empática e fornecendo uma escuta atenta e interessada livre de quaisquer
julgamentos.
Ademais, sempre se coloca à disposição do paciente quando este apresenta
um quadro mais grave, realizando o manejo de crises e fazendo o encaminhamento
do paciente quando necessário.
Desta forma, é possível observar que a atuação do Psicólogo clínico está
intrinsicamente ligada com as teorias desenvolvidas pela Gestalt-terapia, buscando
exatamente trabalhar seus principais conceitos, quais sejam, a responsabilidade e
desenvolvimento consciente do sujeito no momento presente.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora estas abordagens possuam diferenças, todas partilham um objetivo


comum: promover a saúde mental e o bem-estar dos pacientes, pois desempenham
um papel fundamental no processo de análise clínica, fornecendo referenciais
teóricos, técnicas e orientações para a compreensão e intervenção nos problemas
psicológicos dos pacientes. Como tal, oferecem diversas perspectivas sobre o
funcionamento psicológico, mecanismos de mudança e estratégias de intervenção,
proporcionando aos terapeutas uma ampla gama de opções para se adaptarem às
necessidades individuais de cada paciente. Do ponto de vista teórico e técnico, a
compreensão aprofundada é extremamente importante.
Dessa forma, essas abordagens assemelham-se em tais aspectos. Na análise
clínica: cada abordagem terapêutica proporciona uma compreensão única do
funcionamento psicológico, incluindo a origem e a natureza dos problemas
emocionais, comportamentais e interpessoais, isso permite que o terapeuta explore e
compreenda as questões mais profundas levantadas pelo paciente. Na estrutura e
direção: a abordagem terapêutica fornece estrutura ao processo terapêutico, ajudando
o terapeuta a organizar o tratamento e planejar intervenções de forma eficaz; isso
ajuda a garantir que o tratamento seja direcionado e progressivo. Nas técnicas
específicas: cada tratamento oferece um conjunto exclusivo de técnicas que podem
ser usadas para ajudar os pacientes a resolver seus problemas; os terapeutas podem
utilizar uma variedade de técnicas para se adaptar às necessidades e preferências
individuais do paciente. Para promover mudanças: as abordagens de tratamento são
projetadas para promover mudanças positivas no paciente. Ao usar técnicas
específicas e abordagens teóricas, os terapeutas podem ajudar os pacientes a
desenvolver uma compreensão mais profunda, mudança de padrões disfuncionais de
pensamento e comportamentos, e o desenvolvimento de habilidades para enfrentar
desafios futuros. Além do empoderamento do paciente: ao fornecer estrutura ao
processo terapêutico e técnicas específicas para lidar com os problemas, a terapia
capacita os pacientes a resolverem seus próprios problemas de forma mais autônoma
e eficaz. Isso é fundamental para aumentar a autoeficácia e a autonomia do paciente.
Em suma, a abordagem terapêutica da psicologia desempenha um papel vital
no processo de análise clínica, fornecendo aos terapeutas as ferramentas e o
conhecimento necessários para compreender, intervir e promover mudanças positivas
nos seus pacientes. Ao integrar teoria e tecnologia, estas abordagens ajudam a criar
um ambiente de tratamento colaborativo eficaz onde os pacientes podem explorar e
resolver os seus problemas de forma significativa.
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http://www.guidetopsychology.com/txtypes.htm#Psychodynamic

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Mudança. Psilogos: Revista do Serviço de Psiquiatria do Hospital Fernando
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Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/psilogos/article/view/6071. Acesso em: 16
mar. 2024.
ANEXO 1.

PERGUNTAS APRESENTAS NAS ENTREVISTAS

1. Como você costuma iniciar o processo de avaliação e diagnóstico de um paciente


na sua prática clínica?
2. Quais estratégias você utiliza para estabelecer uma relação terapêutica sólida com
seus pacientes?
3. Como você integra as técnicas de psicoterapia em sua prática clínica para atender
às necessidades específicas de cada paciente?
4. De que forma você aborda a questão da ética e confidencialidade no contexto da
psicoterapia clínica?
5. Como você adapta sua abordagem terapêutica para atender pacientes com
diferentes faixas etárias, culturas e atendimento virtual?
6. Quais são as estratégias que você utiliza para acompanhar o progresso dos seus
pacientes ao longo do tratamento?
7. Como você lida com situações de crise ou emergência na prática clínica?
8. De que forma você incorpora abordagens baseadas em evidências e novas
descobertas científicas em sua prática clínica?
9. Como você envolve os familiares e outros profissionais de saúde no processo
terapêutico, quando necessário?
10. Quais são suas práticas para promover o autocuidado e prevenir o esgotamento
emocional enquanto trabalha com pacientes clinicamente?

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