Você está na página 1de 8

Revista Psicologia e Saúde 39

Psicanálise e psicoterapia psicanalítica: tangências e superposições


Psychoanalysis and psychoanalytic psychotherapy: tangencies and overlays
Psicoanálisis y psicoterapia psicoanalítica: tangencias y superposiciones
Milena da Rosa Silva
Letícia Gasparetto
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Paula von Mengden Campezatto
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Resumo
Este trabalho busca apresentar, através de uma revisão da literatura, um panorama dos trabalhos teóricos e empíricos
que buscam denir as características da psicoterapia psicanalítica e suas possíveis dierenças em comparação ao
tratamento psicanalítico propriamente dito. Constatou-se que há autores que percebem psicanálise e psicoterapia
de orientação analítica como técnicas bastante similares, sendo diícil a distinção entre elas. Outros as vêem como
os pólos extremos de uma mesma abordagem, sendo possível oscilar de uma técnica a outra dentro de um mesmo
tratamento. E há ainda aqueles que as supõem essencialmente distintas, utilizando como critérios para dierenciação
entre as técnicas: atores extrínsecos, como duração da sessão, reqüência e uso do divã; e/ou atores intrínsecos,
como a centralidade da transerência, objetivos e indicação terapêutica. A partir deste trabalho, é possível perceber
quão complexo é este debate, não havendo consenso sobre os limites, pontos de divergência e convergência entre
essas práticas terapêuticas.
Palavras-chave: Psicanálise; Psicoterapia psicanalítica.

Abstract
This paper aims to present an overview o theoretical and empirical papers that try to dene characteristics o
psychoanalytic psychotherapy and possible dierences in comparison with psychoanalytic treatment itsel. For
this purpose, a review o the literature on this subject was perormed. It was ound that there are authors who see
psychoanalysis and psychoanalytic psychotherapy as very similar techniques and think that is dicult to distinguish
between them. Others see them as extreme poles o the same approach, and believe that therapists can fuctuate rom
one technique to another within the same treatment. And there are those who assume they are essentially dierent,
using as criteria or dierentiation between the techniques: extrinsic actors, such as session length, requency and
use o the couch; or intrinsic actors such as the centrality o transerence and therapeutic goals. From this work,
Programa de Mestrado e Doutorado em Psicologia, UCDB - Campo Grande, MS

it’s possible to see how complex this debate is and that’s there is no consensus on the limits o divergence and
convergence points between these therapeutic practices.
Key-words: Psychoanalysis; Psychoanalytic psychotherapy.

Resumen
Este trabajo tiene como objetivo presentar una visión general de los trabajos teóricos y empíricos que tratan
de denir las características de la psicoterapia psicoanalítica y las posibles dierencias en comparación con el
psicoanálisis más tradicional. Por lo tanto, se realizó una revisión de la literatura sobre este tema. Se encontró
autores que perciben el psicoanálisis y las técnicas de la psicoterapia psicoanalítica como muy similares, por lo que
es diícil distinguir entre ellas. Otros las ven como polos extremos de un mismo continuo, pues se pude variar de
una técnica a otra dentro de un mismo tratamiento. Hay quien las suponen esencialmente distintas, utilizando como
criterios para dierenciar-las: actores extrínsecos, como la duración de las sesiones, la recuencia y el uso del diván,
y / o actores intrínsecos como la centralidad de los objetivos de transerencia y la indicación terapéutica. A partir de
este trabajo, es posible percibir la complejidad y amplitud de este debate, ya que no hay consenso sobre los límites
de los puntos de divergencia y convergencia entre estas prácticas terapéuticas.
Palabras-clave: Psicoanálisis; Psicoterapia psicoanalítica.

Introdução da história do desenvolvimento e evolução destas.


Nesse contexto, parte-se de um conceito de técnica
Diante das divergências em torno do que psicanalítica clássica, embora ao longo deste artigo
caracteriza a psicoterapia psicanalítica e dos sejam discutidas dierentes concepções a respeito
seus limites e intersecções em relação à técnica destas duas abordagens. O tratamento psicanalítico
psicanalítica clássica, buscou-se nesse artigo traçar propriamente dito inclui o uso do divã, requência
um panorama das discussões que averiguam as de 4 a 6 sessões semanais, seguindo os princípios
dierenças entre a psicoterapia psicanalítica e o da neutralidade e a regra da abstinência, e realiza
tratamento psicanalítico propriamente dito, partindo trabalho interpretativo diante do estabelecimento de

Revista Psicologia e Saúde, v. 7, n. 1, jan. /jun. 2015, p. 39-46 ISSN: 2177-093X


Revista Psicologia e Saúde 40

uma neurose de transerência para elaborar confitos contribuição não está atrelada ao magnetismo, mas
inantis. Dierenciando-se desta modalidade de aos estados sonambúlicos, que oram a ponte para a
tratamento, a psicoterapia psicanalítica caracteriza- hipnose, de onde surgiu a técnica da sugestão direta.
se pela possibilidade de requência menor, a A hipnose infuenciaria Charcot, undador da escola
disposição ace-a-ace entre terapeuta e paciente e a de hipnose de Salpêtriére, a qual serviria de base para
utilização de intervenções variadas em detrimento da que Freud e Breuer criassem a psicanálise (Nicareta,
interpretação transerencial. Ambas se caracterizam 2010).
pelo estabelecimento de uma investigação sobre Ao ter contato com o método criado por Breuer
os mecanismos de deesa e confitos inconscientes para tratar jovens histéricas, Sigmund Freud começou
do paciente, na busca da compreensão de antasias a criar uma teoria e técnica psicanalítica baseada
subjacentes associadas. em sua observação clínica com essas jovens (Freud,
Para traçar o panorama proposto, oi realizada 1925). Ele percebeu que os sintomas histéricos
uma revisão da literatura acerca da temática, por decorriam de experiências traumáticas ligadas
meio de busca nas bases de dados PsycIno e à sexualidade inantil, embora estas não ossem
Medline, utilizando-se os termos: psychoanalytic lembradas por suas pacientes histéricas. Freud (Breuer
psychotherapy e psychoanalysis. A pesquisa incluiu e Freud, 1895), então, passou a pensar a existência
resumos publicados até 2011, cujo artigo completo de uma instância psíquica que não osse consciente,
encontrava-se disponível no Brasil ou na internet. onde estariam guardadas todas as experiências
Também oram utilizados livros que abordavam esta pelas quais o indivíduo passou; e é a partir de suas
temática. considerações sobre a histeria e o inconsciente que
surge e se consolida a teoria psicanalítica e a técnica
Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica interpretativa das livres associações do paciente
(Freud, 1925).
Pesquisar acerca das dierenças entre psicanálise O período em que se ormam as primeiras
e psicoterapia psicanalítica é entrar em um terreno psicoterapias propriamente ditas se dá entre 1880
repleto de controvérsias e poucos consensos. Já dizia e 1900. De um lado surgiram os laboratórios de
Zimerman (1999) que “as semelhanças, dierenças, psicologia experimental, com W. Wundt e W. James.
tangências e superposições entre o que se costuma Por outro lado, esse período também viu surgir as
denominar psicanálise e psicoterapia psicanalítica psicoterapias sugestivas e a psicanálise (Nicareta,
têm sido muito estudadas e discutidas, principalmente 2010).
desde a década de 40, permanecendo na atualidade Inicialmente, Freud não azia distinção entre os
como um assunto controverso e polêmico” (p.31). termos “psicoterapia” e “psicanálise”; a necessidade
Programa de Mestrado e Doutorado em Psicologia, UCDB - Campo Grande, MS

A psicoterapia era, inicialmente, um termo mais premente parecia ser distingui-la da medicina.
genérico empregado para designar qualquer Ilustra esta indierenciação a conerência proerida
tratamento realizado com método e propósitos por Freud em 1904 no Colégio de Médicos de Viena,
psicológicos, sendo a psicanálise uma orma de a qual abordou a especicidade da psicanálise rente
psicoterapia (Zimerman, 1999; Schwartz, 200). a outros métodos de tratamento, que recebeu o título:
Conorme Nicareta (2010), a história da psicoterapia ‘Sobre a Psicoterapia’ (Über Psychotherapie). Em
remonta a Hipócrates (450 – 355 a.C.), que se ocupou 1919, Freud sentiu a necessidade de dierenciar seu
do desenvolvimento de uma teoria dos humores e de método das técnicas que empregavam a sugestão
um tratamento para as questões ligadas a distúrbios direta. Ele acreditava que a psicanálise era a orma
nestes humores. Contudo, Hipócrates não propôs uma ideal de tratamento psicológico, considerada por ele
psicoterapia, mas sim uma terapia de doenças mentais, como “ouro puro”, em relação “ao cobre da sugestão
pois não havia um método especíco para tratá-las. Já direta” (1919, p. 168).
com Fílon (30 a.C. – 30 d.C.), a psicoterapia adquiriu o Com a absorção da psicanálise – até então médica
status de tratamento psicológico, pois ele estabeleceu – pela psicologia, ciência que ganhava espaço na
um conjunto de técnicas como meditação e jejum que academia nos anos 1950, surgiu uma psicanálise
restabeleceriam a saúde mental do doente. que não era leiga (Freud, 1926/197b), mas técnica,
Outros pensadores também se ocuparam em aplicada e aprendida nas universidades nos cursos de
buscar as causas e os tratamentos para os problemas psicologia. Por essa razão, de acordo com Nicareta
psíquicos: Paracelso (1483-1541) acreditava em uma (2010), os psicanalistas passaram a rechaçar a
correspondência entre o homem e o universo; René identicação da psicanálise como uma psicoterapia,
Descartes (1596-1650) propôs uma distinção entre como orma de tentar dierenciar uma “psicanálise
alma e corpo, reconhecendo uma vitalidade orgânica pura” do conjunto das outras práticas que compunham
independente da alma; e Anton Mesmer (1734-1815) o arsenal mais amplo das psicoterapias. Mas a
trabalhou com a perspectiva do magnetismo como mesma autora expôs a diculdade dos psicanalistas
sendo a expressão ísica do fuído vital descrito por de se distanciarem das psicoterapias, trazendo como
Paracelso e por Descartes. Contudo, sua principal exemplo o ato de que uma das primeiras práticas

Revista Psicologia e Saúde, v. 7, n. 1, jan. /jun. 2015, p. 39-46 ISSN: 2177-093X


Revista Psicologia e Saúde 41

psicoterápicas instituídas após a segunda grande que abrangeria desde técnicas mais apoiadoras a
guerra, o humanismo criado por Rogers, estava técnicas mais expressivas. Essa ideia oi inicialmente
carregada de elementos psicanalíticos. Contudo, bastante aceita, mas logo trouxe preocupações para
as psicoterapias surgidas depois da guerra não alguns psicanalistas, receosos diante de uma possível
oram herdeiras somente da psicanálise. Elas oram deturpação da técnica analítica clássica (Schwartz,
ormadas por uma convergência de várias práticas 2003). Estas preocupações deram origem a diversos
realizadas nos EUA, desde o século XIX, entre elas, debates realizados na Associação Psicanalítica
as várias psicanálises e outras práticas não médicas Americana, na tentativa de denir os limites entre a
(Nicareta, 2010). psicoterapia psicanalítica e a psicanálise (Schwartz,
Assim, grande parte da conusão conceitual atual 2003; Wallerstein, 2005). Esses encontros, que
entre psicanálise e psicoterapia se deve, de acordo ocorreram entre os anos de 1952 e 1954, caram
com Zimerman (1999), a que a palavra psicoterapia conhecidos como “The Great Debate” e neles postulou-
engloba uma série de possibilidades terapêuticas, se uma nítida distinção entre ambas as ormas de
psicanalíticas ou não, tanto nas suas concepções tratamento. Apesar disso, alguns psicanalistas, como
teóricas quanto nas suas aplicações práticas. Seguindo Alexander e Frieda Fromm-Reichmann, deendiam
o caminho das psicoterapias infuenciadas pela que as dierenças entre psicanálise e psicoterapia
psicanálise, a psicoterapia psicanalítica diria respeito psicanalítica eram apenas quantitativas, deendendo
à terapia sistemática, de undamentação psicanalítica, uma utilização menos rígida da técnica psicanalítica
voltada para o insight, ou seja, para a percepção dos (Schwartz, 2003).
próprios impulsos ou desejos e de sua origem (Engel, Algumas décadas depois, uma pesquisa liderada
2005). Ela também costuma aparecer na literatura por Wallerstein deu prosseguimento a estas discussões,
sob os nomes psicoterapia expressiva, psicoterapia mas agora a partir da avaliação dos resultados
dinâmica, psicoterapia de orientação psicanalítica, dos tratamentos: o “Projeto de Investigação sobre
dentre outros. Psicoterapia na Fundação Menninger”, publicado
Para compreendermos as particularidades da em 1986. Com base nessa pesquisa, Wallerstein
psicoterapia de orientação analítica, é undamental (1989) argumentou que os resultados alcançáveis
situarmos o contexto histórico que propiciou o seu pela psicoterapia psicanalítica e pela psicanálise
surgimento. Segundo Wallerstein (2005), com a uga eram muito mais próximos do que o originalmente
de psicanalistas europeus reugiados do nazismo imaginado, e que as distinções entre os dois métodos
para a América, especialmente para os Estados eram bem menores do que habitualmente se pensava.
Unidos, houve a aliança e o intercâmbio de saberes Na mesma linha do trabalho publicado por
entre estes e os psiquiatras norte-americanos, e a Wallerstein, Knekt et al. (2011) conduziram um
Programa de Mestrado e Doutorado em Psicologia, UCDB - Campo Grande, MS

psicanálise se tornou então a voz dominante dentro ensaio clínico com 367 pacientes que realizaram
das aculdades de medicina, hospitais-escola e terapia ocada em solução de problemas, psicoterapia
clínicas psiquiátricas do país. Nesses locais, havia psicodinâmica breve, psicoterapia psicodinâmica de
pacientes gravemente doentes, que dieriam dos longa duração e psicanálise, tendo como resultado
neuróticos dos centros psicanalíticos europeus, em a redução dos sintomas em todos os grupos quando
torno dos quais os preceitos técnicos da psicanálise estes oram avaliados 5 anos após o tratamento. No
haviam sido criados. Foi principalmente por entanto, percebeu-se que as psicoterapias trouxeram
essa razão, de acordo com Wallerstein, que os beneícios mais rápidos do que a psicanálise; todavia,
psicanalistas precisaram desenvolver modicações em longo prazo, a psicanálise pareceu ser mais
nas intervenções psicanalíticas para que estas ecaz. Como limitação do estudo, destaca-se que os
pudessem se adequar às exigências clínicas de uma pacientes indicados para a psicanálise não puderam
ampla gama de pacientes. Esse procedimento oi o ser randomizados como os demais sujeitos dos
grande responsável pelo surgimento da psicoterapia outros grupos de intervenção devido aos critérios de
psicanalítica, ou seja, pela introdução de mudanças na indicação para esta modalidade.
psicanálise clássica (Eisold, 2005; Wallerstein, 2005). Já outro estudo (Sandell et al., 2000) que buscou
Zusman, Cheniaux e Freitas (2007) argumentaram comparar resultados de tratamentos em psicanálise e
que a criação da psicoterapia psicanalítica pode ter em psicoterapia encontrou dierenças signicativas
sido uma estratégia diplomática de não conrontação entre estas abordagens. De acordo com os autores,
com a psicanálise tradicional já bem estabelecida na a psicanálise trouxe resultados mais eetivos,
época, pois de acordo com Eisold (2005), aqueles que aproximando os pacientes de uma saúde mental.
desviavam desta técnica eram vistos como dissidentes Contudo, os próprios autores (Sandell et al.,2000)
e imediatamente rechaçados. reeriram dierenças signicativas no perl dos
Para incluir essa nova modalidade psicanalítica, terapeutas entre os dois grupos, sendo os psicanalistas
de acordo com Wallerstein (2005), teria sido criada mais experientes que os prossionais do outro grupo,
uma linha de classicação das diversas terapias o que poderia intererir no resultado do estudo.
psicanalíticas, denidas então como um espectro Partindo de sua experiência clínica, e não de

Revista Psicologia e Saúde, v. 7, n. 1, jan. /jun. 2015, p. 39-46 ISSN: 2177-093X


Revista Psicologia e Saúde 42

pesquisas que avaliam resultados de tratamentos, Eisold, 2005; Gibeault, 2002; Kernberg, 2001/2003;
autores como Cassorla (2003), Widlöcker (2010) Miodownik, 1998; Sandell et al., 2000), contudo,
e Kächele (2010) também vêem psicanálise e não compartilham das ideias de indierenciação
psicoterapia como pólos de um mesmo continuum, ou de continuum e vêem psicanálise e psicoterapia
podendo um mesmo tratamento oscilar de um pólo ao psicanalítica como técnicas essencialmente distintas.
outro. Esses autores argumentaram que a psicanálise Neste sentido, Gibeault (2002) armou que “na
pode ser mais fexível, de acordo com as necessidades psicoterapia psicanalítica, o princípio da técnica tende
do paciente, e que o treinamento de psicoterapeutas a ser o mesmo que da psicanálise, mas com mudanças
não deveria ser dierenciado do de analistas. quantitativas que, em sua mútua combinação,
Também para Sechaud (2000) a dierenciação entre resultam em uma mudança qualitativa na essência
as técnicas poderia ser dispensada, pois, conorme o do tratamento” (p.149). Kernberg (2001/2003) vai
autor, um mesmo processo de tratamento poderia ser ao encontro desta ideia, armando que qualquer
identicado em ambas as modalidades. sessão de psicoterapia psicanalítica poderia ser vista
Embora concorde com a questão do continuum como indistinguível de uma sessão de psicanálise
entre as abordagens, Costa (1998) se opôs à ideia quando no seu início, sendo no decorrer do tempo do
de unidade no treinamento para as duas técnicas. tratamento que as dierenças das técnicas emergiriam
Conorme o autor, embora ambas se undamentem com bastante clareza.
em conhecimentos teóricos oriundos da teoria A m de realizar tal distinção, os autores baseiam-
psicanalítica, poderia altar a um psicanalista o se ora em atores intrínsecos, ora em atores extrínsecos
conhecimento especíco da técnica psicoterapêutica, aos tratamentos, conorme a caracterização de Gill
assim como o conhecimento da técnica psicanalítica (1954). Os atores extrínsecos reerem-se a elementos
altará a um psicoterapeuta, apesar de seus como duração da sessão, reqüência e uso do divã.
conhecimentos teóricos. Já os atores intrínsecos se reerem às questões
A m de evitar as controvérsias a respeito do undamentais pelas quais a análise é geralmente
termo “psicoterapia psicanalítica”, Green (2002) denida, como a neutralidade do terapeuta, objetivos
preeria nomear esta técnica como “psicanálise com do tratamento e centralidade da transerência
modicação de enquadre” ou “relação psicanalítica Tomando em consideração os atores extrínsecos
com enquadre reormulado”. O autor deniu algumas aos tratamentos, Allison (1994), Busch (2010) e
variações da mesma: a) tratamento psicanalítico Sandell et al. (2000) destacaram a importância do
clássico com três características básicas: enquadre, número de sessões na dierenciação entre psicoterapia
regressão ormal, neutralidade; b) tratamento com e psicanálise. No estudo realizado por Sandell et al.
variações técnicas pontuais (setting, uso ou não do (2000), que comparou os resultados de tratamentos
Programa de Mestrado e Doutorado em Psicologia, UCDB - Campo Grande, MS

divã, requência das sessões); c) tratamento com em psicanálise e em psicoterapia, a distinção entre
variações técnicas permanentes, o qual se daria as duas abordagens se deu pelo número de sessões,
no caso de pacientes com pouca capacidade para sendo considerado psicanálise apenas os tratamentos
a regressão ormal do modelo clássico, com os realizados com 3 a 5 sessões semanais. Busch (2010)
quais o analista precise buscar ormas de acilitar a relacionou a reqüência das sessões à análise da
criação de representabilidade, como os pacientes em resistência, a qual seria limitada na psicoterapia
que há predomínio do soma sobre o psiquismo; d) justamente pelo número reduzido de encontros. Para
psicoterapias praticadas por psicanalistas. ele, a psicoterapia tenderia a identicar e superar as
De modo mais radical que a idéia de uma resistências, mais do que trabalhar com elas como um
continuidade entre as técnicas, Aisenstein todo. De modo semelhante, Allison (1994) armou
(2001) deendeu a não existência da psicoterapia que, para haver um processo psicanalítico, com seus
psicanalítica. Para a autora, se uma técnica é baseada modos de ação terapêutica próprios, um maior número
nos princípios psicanalíticos, ela será sempre de sessões seria essencial. Ele abordou a tendência à
psicanálise, independentemente das fexibilizações homogeneização da psicanálise com a psicoterapia
que possa assumir. Waska (2006), por sua vez, armou psicanalítica, tornando-as tão aproximadas que
que a dierenciação entre psicanálise e psicoterapia apresentariam, nos seus métodos e objetivos, somente
psicanalítica segue argumentos circulares e políticos dierenças quantitativas e extrínsecas. A diminuição
de um cabo-de-guerra teórico, caracterizando esta na reqüência das sessões psicanalíticas seria um dos
dierenciação como teórica e não clínica. Arma aspectos que contribuiriam para essa homogeneização
que a requência, o diagnóstico, ou o uso de divã são das técnicas.
acilidades externas para um processo de exploração Outros autores, como Eisold (2005), Gibeault
analítica, e o objetivo do tratamento, independente (2002) e Gill (1979), argumentaram que utilizar
da conguração, é o mesmo: estabelecer uma atores extrínsecos como tempo, número de sessões
investigação sobre as deesas, antasias e confitos e utilização do divã para azer a distinção entre
internos do paciente. psicanálise e psicoterapia psicanalítica não seria
Outros autores (Allison, 1994; Busch, 2010; um bom caminho. De acordo com Gill (1979), a

Revista Psicologia e Saúde, v. 7, n. 1, jan. /jun. 2015, p. 39-46 ISSN: 2177-093X


Revista Psicologia e Saúde 43

psicanálise seria o procedimento que envolveria ação exacerbada. Ela seria indicada nos casos em
a análise da transerência, não dependendo de que é necessário um ortalecimento das unções
atores extrínsecos como divã e requência (Gill, egóicas e da maneira de lidar com a realidade. A
1979). De modo semelhante, Eisold (2005) armou psicanálise seria indicada, portanto, para pacientes
que a reqüência das sessões seria uma regulação em que predomina o uncionamento “não-psicótico”.
aparente e arbitrária para dierenciar psicanálise e Cassorla (2003) oi ao encontro de Miodownik
psicoterapia psicanalítica, utilizada como critério por quando reeriu que a psicoterapia psicanalítica seria
muitos clínicos por servir como um reúgio rente à indicada para pacientes graves, prejudicados em
diculdade de azer tal dierenciação. suas unções egóicas, com uncionamento psicótico
Em consonância com Eisold (2005), Gibeault predominando sobre o não psicótico. Apesar de
(2002) problematizou a questão com o exemplo de distinguir psicanálise e psicoterapia psicanalítica,
que um tratamento com reqüência de três sessões Cassorla (2003) reeriu que existiria um continuum
semanais pode ser considerado psicanálise na na atuação do psicanalista, “cujos extremos são, de
França, mas seria considerado psicoterapia no Reino um lado, uma ‘idealizada abstinência total’, e de
Unido. Além desse aspecto geográco-cultural outro, uma ‘abstinência relativa’” (Cassorla, 2003, p.
(e institucional), Zimerman (1999) destacou as 428). Neste segundo extremo, se estaria no campo da
especicidades do uncionamento de cada paciente, psicoterapia psicanalítica, no qual seria possível o uso
armando que, eventualmente, pacientes atendidos de procedimentos tais como a orientação, cuidado,
em uma ou duas sessões semanais podem constituir uso de medicamentos, dentre outros. Também haveria
um verdadeiro processo analítico, enquanto outros situações em que se aria necessário um trabalho
que cumprem todas as costumeiras combinações psicoterápico prévio, antes que o paciente se disponha
de uma análise standard podem estar azendo uma a uma psicanálise estrita.
“psicoterapia deitada durante quatro vezes por Contudo, como já oi visto, há quem veja essas
semana” (p. 35). dierentes indicações técnicas como adaptações
Em relação aos atores intrínsecos, Gibeault necessárias à psicanálise em situações especiais, como
(2002) destacou uma dierença de objetivos entre a o atendimento de pacientes psicóticos ou limítroes
psicanálise e a psicoterapia psicanalítica. Armou (Kernberg et al., 1991; Chagnon, 2009). Zimerman
que a psicanálise envolveria a possibilidade de uma (1999) armou que é possível atender em psicanálise
reorganização undamental estrutural por meio da estes pacientes “mais graves”, desde que o analista
qual os confitos reprimidos poderiam ser integrados possa assumir uma “atitude psicanalítica interna”,
dentro do ego consciente, enquanto que na psicoterapia se colocando como pessoa real e não apenas como
psicanalítica se aria uma reorganização parcial objeto transerencial. Essa visão contribui no sentido
Programa de Mestrado e Doutorado em Psicologia, UCDB - Campo Grande, MS

da estrutura psíquica no contexto de signicantes de encurtar os limites entre psicanálise e psicoterapia.


mudanças sintomáticas. Desse modo, corrobora as Outros, contudo, não pensariam em alterar o setting
idéias de Miodownik (1998), para quem o objetivo tradicional para o atendimento destes pacientes.
da psicanálise seria uma alteração estrutural da A necessidade de dierenciar as duas técnicas
mente e da personalidade, enquanto a psicoterapia poderia, de acordo com Miodownik (1998), ter
psicanalítica levaria a mudanças adaptativas com outros objetivos, não baseados em dados cientícos:
melhorias no relacionamento com o mundo externo, “Quando se ala em psicanálise, em comparação com
a partir da maior integração psíquica. a psicoterapia psicanalítica, muitas vezes podemos
Outra dierença entre psicanálise e psicoterapia observar uma questão de juízo de valor quanto a um
psicanalítica destacada por Miodownik (1998), ainda trabalho ser melhor ou pior que outro, mais proundo
em relação aos objetivos terapêuticos, seria que ou mais supercial, maior ou menor (ouro ou cobre),
estes não são pré-determinados em um tratamento com importantes refexos na identidade prossional”
psicanalítico, se caracterizando pelo fuxo livre- (p. 868). De acordo com Schwartz (2003), um
associativo. Na psicoterapia psicanalítica haveria levantamento realizado no ano de 1995, nos Estados
objetivos conscientemente escolhidos pelo terapeuta. Unidos, pela Associação Psicológica Nacional pela
Kernberg (2001/2003) se opôs a esta ideia ao sugerir Psicanálise (NPAP), apontou que a maioria dos
que os objetivos dierenciados nos tratamentos não respondentes indicou a psicanálise como sua prática
seriam sucientes para distinguir uma modalidade da preerida, em detrimento da psicoterapia psicanalítica.
outra. Para o autor, a tradução desses objetivos em No entanto, os mesmos respondentes apontaram que
técnicas é que distingue os tratamentos. a realidade da sua prática era composta basicamente
Outro critério intrínseco de dierenciação entre pela psicoterapia. De acordo com Zimmermann
psicanálise e psicoterapia psicanalítica seria a (1980), cerca de 60% dos analistas de todo mundo
indicação terapêutica. De acordo Miodownik (1998), pratica, de orma total ou parcial, a psicoterapia
a indicação de psicoterapia psicanalítica pode ser psicanalítica.
mais especíca para pacientes borderline e psicóticos, Em relação ao atual contexto prossional e
com desintegração da identidade e tendência à mercadológico dos tratamentos psicológicos, Nicareta

Revista Psicologia e Saúde, v. 7, n. 1, jan. /jun. 2015, p. 39-46 ISSN: 2177-093X


Revista Psicologia e Saúde 44

(2010) armou que a psicanálise está submetida convergência entre essas práticas terapêuticas.
à mesma lógica de mercado a qual os psicólogos e Os critérios de dierenciação entre psicanálise e
médicos estão submetidos, desde o controle de suas psicoterapia psicanalítica oram se modicando ao
atividades por meio de pesquisas sobre a eetividade longo dos anos, acompanhando as diversas mudanças
até a aceitação da sua contraposição aos modelos no contexto psicanalítico e na cultura, conorme
clínico-comportamentais. Assim, Nicareta (2010) apontadas no decorrer do texto. Isto vem levando
questiona: Seria a psicoterapia psicanalítica uma à necessidade de se reconsiderar as bases teóricas
psicanálise eita para o mercado? e técnicas da psicanálise, destacando o que seria
Neste sentido, Miodownik (1998) indagou especíco desta e revisando as idéias que qualicavam
se as contingências socioeconômicas e culturais a psicoterapia analítica como um produto de segunda
contemporâneas – as quais buscam uma solução categoria.
rápida, ácil e barata para a resolução das doenças Ressalta-se, por m, que para alguns autores, estas
– acabarão por gerar mais psicoterapeutas do que práticas não se conguram como práticas distintas,
psicanalistas. Isto porque, conorme o autor, Freud e para outros são práticas que podem se tangenciar
atendia inicialmente seis vezes por semana, número ou se distanciar. Os pontos de convergência entre
que oi diminuindo até chegar ao atual: pelo menos os dierentes autores seriam de que são abordagens
quatro sessões semanais, de acordo com o estatuto técnicas que se baseiam em uma mesma undamentação
ocial da International Psychoanalytical Association teórica – a teoria psicanalítica – e nos mesmos
(IPA). No estatuto extra-ocial das práticas clínicas, princípios técnicos undamentais – interpretação,
esta requência se aproxima cada vez mais de três transerência, dentre outros – embora possam utilizá-
sessões semanais (Miodownik, 1998). los de orma distintas. Além desses pontos, contudo,
A partir de estudo de revisão da literatura há muitas discordâncias, principalmente em relação
realizado em 2009, Miodownik levanta ainda outros aos atores extrínsecos aos tratamentos (em especial
questionamentos para esse debate: a) Para uma o número de sessões) e aos critérios de indicação
prática da psicoterapia psicanalítica é necessária como sendo atores que dierenciariam – ou não –
uma ormação psicanalítica no modelo institucional psicanálise e psicoterapia psicanalítica.
atual? b) Existe dierença entre a psicoterapia Algumas vezes, as distinções entre as práticas
psicanalítica praticada por um psicanalista ormado parecem basear-se em critérios mercadológicos ou
no modelo institucional atual e a de um terapeuta sem institucionais. Longe de buscar um consenso, este
essa ormação? c) O psicanalista que trabalha com artigo visou uma contribuição no sentido de manter
psicoterapia diminui, na sua prática, a distância entre aberto o debate, compilando questionamentos a
os métodos? d) Se existe uma aproximação entre os respeito das semelhanças e dierenças, tangências e
Programa de Mestrado e Doutorado em Psicologia, UCDB - Campo Grande, MS

métodos pelo psicanalista, então estaríamos diante superposições entre a psicoterapia psicanalítica e a
de um novo paradigma técnico? e) O que manteria psicanálise.
a especicidade da psicanálise? São questões que Referências
vão bastante além da distinção entre psicanálise e
psicoterapia psicanalítica, questionando a ormação Aisenstein M (2001). Psychoanalytic psychotherapy does
destes prossionais, principalmente nos âmbitos not exist. In: S. Frisch, R. D. Hinshelwood, J. M. Gauthier (eds.).
Psychoanalysis and Psychotherapy: the controversies and the
institucionais, e os próprios limites da psicanálise. uture, pp. 19–31. London: Published by Karnac Books.
Allison, G. H. (1994). On the homogenization o psychoanalysis
Considerações fnais and psychoanalytic psychoterapy: a review o some o the issues.
The American Journal o Psychoanalysis, 42, 341-362.
Breuer, J. & Freud, S. (1895). Estudos sobre a histeria. In: S.
A prática psicanalítica vem se expandindo nas Freud. Edição Standard das Obras Completas de Sigmund Freud,
últimas décadas de orma gradativa e passamos vol. 2. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
a encontrar a psicanálise em diversas áreas do Bush, F. (2010). Distinguishing Psychoanalysis rom
Psychotherapy. The International Journal o Psychoanalysis, 91,
conjunto de terapias. Concomitantemente, ocorreram 23-34.
mudanças na teoria e na técnica que vêm se Cassorla, R. M. S. (2003). Procedimentos, colocação em
estendendo até a atualidade, bem como mudanças no cena da dupla (“Enactment”) e validação clínica em psicoterapia
tipo de paciente que passou a buscar atendimento na psicanalítica e psicanálise. Revista de Psiquiatria, 25 (3), 425-435.
Chagnon, J. Y. (2009). Os estados-limites nos trabalhos
clínica psicanalítica: patologias do espectro narcisista, psicanalíticos ranceses. Psicologia USP, 20 (2), 173-192.
borderlines ou casos-limites, clínica do vazio, novas Costa, G. P. (1998). Psicanálise e psicoterapia: o vértice do
subjetividades. psicanalista. Revista Brasileira de Psicanálise, 32 (4), 885-903.
Assim, a variedade de técnicas e intervenções nos Engel, J. V. (2005). A “interpretação” inconsciente e a ação
terapêutica da psicanálise. Trabalho apresentado no no painel
leva à discussão sobre as dierenças e similaridades da “Interpretação Hoje” no 43º. Congresso da IPA – Rio de Janeiro,
prática da psicanálise e da psicoterapia psicanalítica. julho de 2005.
A presente revisão nos mostra quão relevante e Eisold, K. (2005). Psychoanalysis and psychotherapy: a long
complexo é este debate, sendo diícil chegar a uma and trouble relationship. International Journal o Psychoanalysis,
86, 1175-1195.
conclusão sobre os limites, pontos de divergência e

Revista Psicologia e Saúde, v. 7, n. 1, jan. /jun. 2015, p. 39-46 ISSN: 2177-093X


Revista Psicologia e Saúde 45

Freud, S. (1904) Sobre Psicoterapia. In: S. Freud. Edição Psychotherapy. The International Journal o Psychoanalysis, 91,
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund 45-50.
Freud, vol.7. Rio de Janeiro: Imago, 1987. Zimerman, D. E. (1999). Fundamentos psicanalíticos: teoria,
Freud, S. (1919/1918). Linhas de progresso na terapia técnica e clínica. Uma abordagem didática. Porto Alegre: Artmed.
psicanalítica. In: S. Freud. Edição Standard Brasileira das Obras Zimmermann, D. (1980). A infuência da teoria e da prática de
Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol.17. Rio de Janeiro: psicoterapia sobre a ormação psicanalítica. Revista Brasileira de
Imago, 1987. Psicanálise, 14, 5-46.
Freud, S. (1925). Um Estudo Autobiográco. In: S. Freud. Zusman, J. A., Cheniaux, E. & Freitas, S. D. (2007).
Edição Standard das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. 20. Psychoanalysis and change: Between curiosity and aith. The
Rio de Janeiro: Imago, 1987. International Journal o Psychoanalysis, 88, 113-125.
Freud, S. (1926). A Questão da Análise Leiga. In: S. Freud.
Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de
Sigmund Freud, vol.20. Rio de Janeiro: Imago, 1987. Recebido: 03/06/2013
Gibeault, A. (2002). The analytic process in psychoanalysis Última revisão: 27/04/2015
and psychotherapy: rom the interpersonal to the intrapsychic level. Aceite fnal: 05/05/2015
Journal o Analytical Psychology, 47, 143-162.
Gill, M. M. (1954). Psychoanalysis and exploratory
psychotherapy. Journal o the American Psychoanalytic
Association, 2, 771-797.
Gill, M. M. (1979). The analysis o the transerence. Journal o
the American Psychoanalytic Association, 27, 263-288.
Green, A. (2002). Orientações para uma Psicanálise
Contemporânea. Rio de Janeiro: Imago.
Kächele, H. (2010). Distinguishing Psychoanalysis rom
Psychotherapy. The International Journal o Psychoanalysis, 91,
35-43.
Kernberg, O. F. (2001). Psicanálise, Psicoterapia Psicanalítica
e psicoterapia de apoio: controvérsias contemporâneas. In: A.
Green [org.] (2003). Psicanálise Contemporânea, pp. 23-50. Rio de
Janeiro: Imago.
Kernberg, O. F.; Selzer, M. A.; Koenigsberg, H. W.; Carr,
A. C.; Appelbaum, A. H. (1991). Psicoterapia Psicodinâmica de
Pacientes Borderline. Porto Alegre: Artes Médicas.
Knekt, P.; Lindors, O.; Laaksonen, M. A.; Renlund, C.;
Haaramo, P.; Härkänen, T.; Virtala, E. (2011). Quasi-experimental
study on the eectiveness o psychoanalysis, long-term and short-
term psychotherapy on psychiatric symptoms, work ability and
unctional capacity during a 5-year ollow-up. Journal o Aective
Disorders, 132, 37–47.
Miodownik, B. (1998). Psicanálise e psicoterapia: o vértice do
Programa de Mestrado e Doutorado em Psicologia, UCDB - Campo Grande, MS

psicanalista. Revista Brasileira de Psicanálise, 32 (4), 865-884.


Miodownik, B. (2009). O debate psicanálise-psicoterapia
analítica hoje: da transmissão à prática. Simpósio Anual do Instituto
SBPRJ 2009 (pp. 22-27).
Nicareta, M. M. (2010). A emergência da nova psicoterapia na
era de ouro estadunidense: uma história inspirada nas arqueologias
de Michel Foucault. Tese de Doutorado, Instituto de Psicologia,
Universidade de Brasília, Brasília.
Sandell, R.; Blomberg, J.; Lazar, A.; Carlsson, J. Broberg,
J. & Schubert, J. (2000). Varieties o long¬term outcome among
patient in psychoanalysis and long¬term psychotherapy. A
review o ndings in the Stockholm outcome o psychoanalysis
and psychotherapy project (STOPP). International Journal o
Psychoanalysis, 81, 921-9¬42.
Schwartz, C. (2003). A brie discourse on psychotherapy and
psychoanalysis: Historical perspective. Psychoanalytic Review, 90
(2), 153-177.
Sechaud, E. (2000). Aective sel-disclosure by the analyst.
International Journal o Psychoanalysis, 81(1), 164-165.
Wallerstein, R. (1989). Psicoanálisis y psicoterapia: una
perspectiva histórica. Libro Anual de Psicoanálisis. Lima:
Ediciones Psicoanaliticas Imago, 1990, pp. 299-326.
Wallerstein, R. (2005). Psicanálise e psicoterapia de orientação
analítica: Raízes históricas e situação atual. In: C.L. Eizirik,
R.W. Aguiar e S. S. Schestasky (eds.) Psicoterapia de orientação
psicanalítica: Fundamentos teóricos e clínicos, pp. 43-57. Porto
Alegre: Artmed.
Waska, R. (2006). Psychoanalysis or psychoanalytic
psychotherapy? Shiting the debate rom theoretical to clinical with
the concept o analytic contact. Bulletin o the Menninger Clinic,
70(2), 145-59.
Widlöcker, D. (2010). Distinguishing Psychoanalysis rom

Revista Psicologia e Saúde, v. 7, n. 1, jan. /jun. 2015, p. 39-46 ISSN: 2177-093X


Revista Psicologia e Saúde 46
Programa de Mestrado e Doutorado em Psicologia, UCDB - Campo Grande, MS

Sobre os autores:
Milena da Rosa Silva - Psicóloga. Mestre e Doutora em Psicologia (UFRGS). Proessora da Graduação em
Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise: Clínica e Cultura (UFRGS).
E-mail: milenarsilva@hotmail.com

Paula von Mengden Campezatto - Psicóloga (PUCRS). Psicoterapeuta de Crianças, Adolescentes e


Adultos. Mestre e Doutoranda em Psicologia Clínica (PUCRS – Bolsista do CNPq). Docente do IEPP –
Instituto de Ensino e Pesquisa em Psicoterapia.
E-mail: paulavmc@hotmail.com

Letícia Garibaldi Gasparetto - Psicóloga (UFRGS). Mestranda em Psicologia (UFRGS). Especialista em


terapia cognitivo-comportamental (InTCC).
E-mail: leticiagasparetto@yahoo.com.br

Revista Psicologia e Saúde, v. 7, n. 1, jan. /jun. 2015, p. 39-46 ISSN: 2177-093X

Você também pode gostar