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Psicologia e

Processos de Psicanálise nas


Motivação e
Liderança Organizações
Iniciando a
conversa...
Freud (1856 – 1939) foi um neurologista e
psiquiatra austríaco que buscou formas de
explicar fenômenos que estavam além do alcance
do que a psicologia do seu tempo podia explicar.
Desenvolveu um trabalho pioneiro acerca mente
humana.
Dentre suas produções destacam-se os livros: A
interpretação dos sonhos (1900); Sobre a
psicopatologia da vida cotidiana (1904); Três
ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905); e O
mal estar da civilização (1930).
Durante a Segunda Guerra Mundial os nazistas
queimaram seus livros em praça pública. Em
1939 praticou suicídio após desenvolver câncer
na boca.
Iniciando a
conversa...
Sigmund Freud, estudou na Europa
as teorias que abordavam
problemas psicológicos e
tratamentos que tinham maior
influência e resultados. Suas teorias
não tinham enfoque no estudo do
comportamento e em processos
mentais, mas na observação e no
histórico de casos.

O Grito - Edvard Munch, 1893


Freud trabalhou com um
neurologista que utilizava a
hipnose como tratamento
para pessoas com histeria
e durante esse período
percebeu a importância do
inconsciente – uma área do
pensamento que não
estava acessível
conscientemente, mas que
era fundamental e
influenciava o
comportamento das
pessoas.
Iniciando a conversa...
Freud descreveu a mente humana e a
dividiu em partes sendo estas:
“consciente”; “inconsciente”; e “pré-
consciente”. Foi responsável por
introduzir a noção de que o
O mistério inconsciente é a parte da mente
responsável definir e explicar nossa
do habilidade de pensar e sentir.
inconsciente
“Poetas e filósofos descobriram o
inconsciente antes de mim; o que
eu descobri foi o método científico
para estuda-lo”.
Sigmund Freud
Freud conheceu e se interessou
pelo trabalho do neurologista
francês Jean-Martin Chacot que
demonstrava tratar com sucesso
doenças mentais por meio de
hipnose. Ao voltar para Viena
conheceu Josef Breuer, um
médico que fazia o tratamento e
diagnóstico de pacientes com
problemas mentais por meio de
conversas com pacientes acerca
de suas alucinações. Assim, a
hipnose passou a ser incorporada
como técnica auxiliar para facilitar
A Noite Estrelada, Van Gogh - 1889 as lembranças dos pacientes.
Com o passar do tempo,
percebeu que a partir das sessões
de conversas com pacientes os
problemas atenuavam
O mistério do consideravelmente.
empreendeu no
Breuer
primeiro
inconsciente tratamento de distúrbio mental
feito por meio de psicoterapia.
A parceria entre Breuer e Freud rendeu a
publicação “Estudos sobre a histeria”. Ambos
afirmavam ter encontrado uma forma de
tratar distúrbios psicológicos por meio de
sessões que permitiam ao paciente liberar
O mistério do memórias reprimidas no inconsciente. Essas
lembranças trazidas a tona podiam, segundo
inconsciente eles, ser tratadas emocionalmente e
intelectualmente.
A parceria acabou em virtude de
discordâncias entre ambos. Breuer
considerava excessiva a ênfase dada por
Freud a conteúdos sexuais das neuroses.

A Persistência da Memória, Salvador Dalí - 1931


Impulsos dolorosos ou
inapropriados para que a mente
consciente possa processar são
reprimidos.

Essa repressão acontece no


inconsciente e ficam inacessíveis de
modo consciente.

O mistério do O inconsciente influencia


silenciosamente os pensamentos e

inconsciente comportamentos das pessoas.

As diferenças entre os
pensamentos conscientes e
inconscientes geram o que Freud
chama de TENSÃO PSÍQUICA.

O alívio a essa tensão só ocorre


quando as memórias reprimidas
tornam-se conscientes por meio da
psicanálise.
Segundo Freud, a mente
humana está dividida em níveis,
são eles:
A mente cotidiana, consciente
ou operacional – apesar de ser
ser comum presumir que temos
total consciência sobre nossos
pensamentos e atitudes, a parte
consciente de nossa mente,
segundo Freud, refere-se a
apenas uma parte do todo.
Isso significa dizer que esta
parte da mente é apenas uma
fração superficial que exercemos
controle e temos acesso
imediato. Além disso, o
inconsciente exerce forte
A estrutura da mente influência sobre as ações
conscientes.
A estrutura da
mente
Inconsciente – abrange todas as
partes da mente humana e domina a
parte consciente e pré consciente das
pessoas. Tudo o que é consciente, ou
seja, que temos consciência ativa
esteve inconsciente até que imergiu
para a parte consciente da mente.
Cabe destacar que nem tudo o que é
inconsciente alcança o nível consciente.
Na realidade o inconsciente é um
receptáculo de todas as memórias,
ideias e sentimentos dolorosos ou
poderosos demais para ficar
conscientes.
Medusa, Caravaggio - 1596
Pré-consciente – esta refere-se a
parte da mente que é habitada por
memórias e pensamentos que não
A estrutura estão na superfície consciente,
da mente mas também não foram reprimidas
para o inconsciente e podem a
qualquer momento alcançar a
consciência.

Meninos Brincando, Portinari – 1955


Freud e o
recalque
Freud acreditava que a energia
psíquica não se esgotava, apenas
migrava de uma região para outra
da mente ou a transformava para
preservar o melhor funcionamento
possível.
Desta forma, quando uma
lembrança ou pensamento é
considerado inaceitável pela mente
consciente há um redirecionamento
para o inconsciente. Este processo
foi batizado de “recalque”.
Em obras
posteriores Freud
propôs um outro
modelo de estrutura
da mente e o dividiu
em três elementos
de controle da
mente, são eles: Id,
Ego e Superego.

A estrutura da mente
A estrutura da
mente
Id – é formado pelos impulsos
primitivos dos seres humanos. É
regido pelo princípio do prazer,
desta forma, todo desejo precisa
ser saciado de forma imediata. O
Id é a parte imediatista e
impulsiva da mente, representa
as paixões, a libido, a
agressividade e são desejos
geralmente reprimidos.
Ego – o Ego é regido pela princípio
da realidade em que se reconhece
que não se pode ter todas as coisas
que deseja. Portanto é preciso
considerar o mundo em que vivemos
A estrutura e que estamos inseridos. O Ego
possui o papel de negociar com o Id
da mente na busca por uma solução sensata
para os impulsos extremos e
imediatos para evitar consequências
desastrosas.
Em resumo, o Ego vive enclausurado
entre os impulsos do Id e a censura
do Superego.
Superego – exerce controle sobre o
Ego na tentativa de conter o Id.
Representa a voz internalizada dos
pais e do código moral da
A estrutura sociedade. As regras sociais e
morais que regem o Superego não
da mente nasceram com o indivíduo, mas
foram aprendidas na sociedade
para que seja possível conviver de
modo harmônico. É considerado a
instância julgadora e responsável
pela culpa e vergonha.
A estrutura da
mente
Segundo Freud o Id oculta
as pulsões primitivas no
inconsciente. O Ego lida
com os pensamentos
conscientes e regula tanto o
Id com seus impulsos,
quanto o Superego e suas
críticas e julgamentos.
A estrutura da
mente
“A mente é como um iceberg
que flutua com um sétimo de
seu volume acima da
superfície.” Sigmund Freud
As manifestações do inconsciente podem se dar de diversas formas.
Geralmente os conflitos se tornam aparentes por meio de sintomas e
problemas resultantes de forças conflitantes e emoções recalcadas.
Atos Além disso, uma das formas pelas quais forças reprimidas ganham espaço no
mundo consciente são os “atos falhos” – situações em que o indivíduo comete
falhos um erro de linguagem em um lapso de consciência e ao tentar dizer uma
coisa, verbaliza outra. Segundo Freud trata-se de uma substituição
involuntária de uma palavra que soa parecida, mas que revela algo que a
pessoa sente.
Atos falhos

Temos como exemplo “um


homem pode dizer a uma
mulher por quem se sente
atraído que o jantar que ela lhe
ofereceu ‘estava muito bem
peito’, e o deslize expõe seus
verdadeiros pensamentos” (M;
MARTINS, 2016)
“Qualquer análise de um
fato passa,
necessariamente, pelo filtro
interpretativo de quem o
reporta. Essa observação,
popularizada pela
psicanálise, também se
aplica a seu fundador: o
mito de Sigmund Freud foi
construído pelo próprio
austríaco e por seus
admiradores.” (PUPE,
2018)
Críticas a Freud
Críticas a Freud

“Ao longo dos anos, Ernest Jones, presidente da


Associação Psicanalítica Internacional nas décadas de
1920 e 1930, e Anna Freud, filha e herdeira intelectual do
psicanalista, foram responsáveis pela publicação dos
documentos pessoais do austríaco, em especial suas
cartas. O trabalho biográfico que se seguiu, baseado
nesse material, criou para a posteridade a imagem
mitológica do gênio incompreendido que, com insights
cortantes sobre psicologia, levou a humanidade à
descoberta triunfal do inconsciente.” (PUPE, 2018)
Críticas a Freud
“Freud considerava que, ao longo
da história, a humanidade sofreu
três ataques ultrajantes ao seu
ingênuo amor-próprio. Primeiro
veio Copérnico, que nos tirou do
centro do Universo; depois, Darwin
demonstrou que somos parte do
reino animal; por fim, Freud
revelou, por meio da psicanálise,
que o homem ‘nem mesmo era
mestre de sua própria casa’,
devido aos efeitos do
inconsciente.” (OWEN, 2018)
“De modo geral, a neurociência apoia
Freud no terceiro ataque. A ideia de
um inconsciente vasto e poderoso,
que é central na psicanálise, vem
Críticas a sendo comprovada por exames de
ressonância magnética. E a
Freud neurociência moderna se fundamenta
no fato de que nossas mentes
conscientes têm acesso a pouca
coisa em nosso cérebro.” (OWEN,
2018)
Críticas a Freud
“Consideramos a felicidade, o que
quer que isso seja, como
basicamente um desafio físico.
Você talvez já tenha reparado que,
hoje em dia, as pessoas não
tomam sol ou se exercitam. Elas
‘repõem vitamina D’ e ‘liberam
alguma endorfina’.” (OWEN, 2018)
“Um amigo me disse recentemente
que havia se recuperado de uma
depressão graças à ‘dieta páleo para
o cérebro’: ritmos naturais de sono,
Críticas a longas caminhadas, muita verdura.
Não é Prozac, mas o método continua
Freud o mesmo: alguma coisa externa que
age sobre a fisiologia para conferir
mais bem-estar.” (OWEN, 2018)
Críticas a Freud

“A neuropsicanálise reconhece esse fato e faz uso da


perspectiva freudiana em seu sentido mais amplo, como
forma de empreender o projeto, muito válido, de
complementar o estudo do cérebro com o estudo da mente.
Pode ser que Freud tenha se apoderado de ideias alheias,
copiado propostas terapêuticas de outros médicos, recorrido
a toda espécie de subterfúgio — mas, no estranho jogo das
reputações históricas, ele venceu.” (OWEN, 2018)
Concluindo...
A mente humana reserva inúmeros mistérios. Estudos como os
realizados por Freud e seus contemporâneos ofereceram novas
perspectivas para o entendimento dos indivíduos.
No âmbito organizacional há que se reconhecer que tais
conceitos podem interferir e explicar as relações interpessoais
desenvolvidas no ambiente de trabalho.
Cabe ao profissional de Recursos Humanos conhecer estes
conceitos e teorias para tomar decisões que viabilizem um clima
organizacional saudável que resulte em espaços de trabalho e
desenvolvimento de pessoas.
Referências
M. Clara; MARTINS, Ana Luísa (tradução). O Livro da Psicologia: Grandes Ideias de
Todos os Tempos. 2 ed. São Paulo: Globo Livros, 2016.
OWEN, M. M. Neuropsicanálise mostra acerto das teorias de Freud, diz escritor.
25/02/2018, disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2018/02/neuropsicanalise-mostra-acerto-das-
teorias-de-freud-diz-escritor.shtml
PUPE, Stefano. Biografia aponta fraudes de Freud e põe psicanálise em xeque,
20.02.2018 disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2018/02/biografia-
aponta-fraudes-de-freud-e-poe-psicanalise-em-xeque.shtml

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