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APRESENTAÇÃO

DE APOIO

PRINCÍPIOS DAS TERAPIAS


COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
Professores
CRISTIANO NABUCO TÁRCIO SOARES
Professor Convidado Professor PUCRS

Psicólogo e palestrante, dono de uma vasta experiência clínica e Psicólogo. Mestre em Psicologia Social pela PUCRS e
acadêmica, Cristiano Nabuco ao longo de sua carreira desenvolveu Especialista em Terapias Cognitivo-Comportamentais pelo
protocolos de atendimento clínico, coordenando o Serviço de INFAPA. Professor da Faculdade de Psicologia da PUCRS. Sócio-
Psicologia do Ambulatório de Transtornos Alimentares (AMBULIM - fundador do InTCC. Tem experiência na área de Psicologia, com
IPq/HCFMUSP). Nabuco é criador de uma unidade pioneira no país ênfase em terapias cognitivo-comportamentais. Tem interesse em
para o atendimento de pacientes dependentes em tecnologia, Psicopatologia, Estatística, Epidemiologia, Psicologia Social,
desenvolvendo modelos de intervenção em psicoterapia. Além disso, Psicologia Evolucionista, Neurobiologia, Psicologia Cognitiva,
coordena o Programa Ambulatorial integrado dos Transtornos do Psicologia do Esporte e Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais
Impulso (PRO-AMITI - IPq/HCFMUSP), é diretor do Núcleo de em geral.
Terapias Virtuais para o Tratamento de Saúde Mental (Perseus -
Realidade Virtual) e consultor técnico do Governo Federal para o
Programa Reconecte. Como autor, publicou diversos livros abordando
temas variados da psicologia, psiquiatria e da saúde mental. Uma de
suas publicações “Internet addiction: a handbook and guide to
evaluation and treatment”, já foi traduzida para 7 idiomas. Também é
autor do best-seller intitulado “Psicologia do Cotidiano” e “Internet
addiction in children and adolescents”.
Ementa da disciplina
O estudo da história das Terapias Cognitivo-Comportamentais. A
caracterização dos modelos comportamentais e cognitivos. Introdução aos princípios
norteadores das Terapias Cognitivo-Comportamentais e a organização das sessões e do
tratamento.
Princípios das TCCs
Tárcio Soares –PUCRS
Apresentação e contato

 Tárcio Soares
 Instagram soares.tarcio
 tarciots@hotmail.com
 Psicólogo, especialista em TCCs, mestre em psicologia
social, professor da PUCRS, clínico e supervisor
Funcionamento do curso

 Coordenador acadêmico / questões burocráticas

 Disciplinas de nivelamento / demandas específicas / modelos


específicos

 Troca possível de professores/ datas / TCCs

 O contato pela plataforma é feita com os professores locais.


Comentários aula Cristiano

 Influência da terapia focada na emoção


 Mudar emoção com a emoção (a emoção na sessão como tema
comum entre terapias mais atuais)
 Conceitos do modelo Beck são amplamente utilizados e validados
 Gazzaniga -> visão antiga de que emoções intensas são
desorganizadoras. Não é o mesmo que desregulação emocional.
Antes de começar...

 Livros de conceitos básicos


Antes de começar...

 Livros generalistas
Antes de começar

 Manuais para os transtornos/demandas específicas


Antes de começar

 Livros com modelos específicos e aprofundamentos


 Entrevista Motivacional – Miller e Rollnick
 Aplicando a Terapia Comportamental Dialética – Kelly
Koerner
 Psicoterapia positiva – Rashid e Seligman (ou Bannink)
 Terapia do Esquema – Young e Colaboradores
 Outros (ACT, TFE (a clínica do apego – Marco Aurélio
Mendes), TFC, etc)
Antes de começar

 Formação do terapeuta cognitivo-comportamental


 Estudo
 Assistir (Todd Grande; Judith Johnson;
psychotherapy.net)
 Supervisão
 Ser paciente
 Praticar
Complementando a
história...
Albert Ellis (1913 – 2007)
 Infância e adolescência difícil
 Pais emocionalmente distantes

 Diversos problemas de saúde

 Timidez excessiva

 Formação psicanalítica
 PhD em psicanálise (1947)

 Fez análise pessoal e foi professor na


Faculdade de Nova Iorque
 Vai se decepcionando com a
eficácia do método, até
abandonar a psicanálise em 1953
Albert Ellis (1913 – 2007)
 Em 1955 elabora seu primeiro modelo de psicoterapia,
chamada de “Terapia Racional”. Continua a desenvolver
seu modelo, integrando técnicas comportamentais à sua
proposta. Hoje conhecida como “Terapia Racional Emotiva
Comportamental”.

 Escreveu 75 livros. Em 1965 publica livro sobre causas e


curas para homosexualidade. Em 1973 declara ter mudado
de opinião sobre homosexualidade ser uma patologia.

 Enormes contribuições para o modelo beckiano (12


crenças irracionais básicas, modelo ABC, reestruturação,
técnicas comportamentais, automonitoramento, etc).
Albert Ellis (1913 – 2007)
 APA (2003) considerou o segundo psicoterapeuta mais
influente de todos os tempos

 Psicólogo com maior número de atendimentos já


registrado.
Aaron T. Beck (1921-)
 Infância mais fácil do que a de
Ellis. Ainda assim, aos 8 anos
teve uma infecção hospitalar
grave, que o “transformaram”
em um menino quieto e com
fobia a sangue e hospital.
Superou esses medos
“racionalmente”.

 Aluno brilhante no colégio e


na faculdade. Formação em
medicina (Yale) e psiquiatria
(psicanalítica)
Aaron T. Beck (1921)
 Formação psicanalítica. Professor da Universidade da
Pensilvânia

 Pesquisas iniciais em depressão, sob viés psicanalítico

 Desenvolvimento das TCCs -> instrumentos, manuais, teoria


de base, estudos de efetividade (médico e o movimento da
MBE) – RCT de 1977

 Inicialmente pesquisas com foco indutivista. Hoje, foco no


processo e em modelos aprimorados
TCCs no Brasil
 Análise do comportamento em SP e RJ principalmente

 Mahoney visita o Brasil em 1973

 Em 1983 é traduzido o livro “Terapia Cognitiva da


Depressão”, de Aaron T. Beck

 Movimentos mais organizados na década de 90 (grupos de


pesquisa, FBTC, especializações, grupo de estudos do Beck
Institute)
Outros desenvolvimentos

Terceira onda?
Kahl / Hayes
Princípios e mitos...
Princípios das TCCs
 Dobson
 A atividade cognitiva influencia o comportamento
 A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada
 O comportamento desejado pode ser influenciado mediante
mudança cognitiva
 (e vice-versa)

 Atividade cognitiva - processamento da informação -> não é


apenas o conteúdo explícito do pensamento. Emoções, atenção
seletiva, memórias, etc. A divisão pensamento/emoção é, muitas
vezes, inadequada.

 TC vs. TCC vs. T. Comportamental - “Integração” com modelos


comportamentais
Princípios das TCCs – vinculação com a MBE

 ECR de Mayou, Ehlers e Dobbs (2000)1 para vitimas de


acidente de trânsito:
 Conversa de uma hora
 Revisão detalhada do acidente
 Encorajamento de expressão emocional apropriada. Falar e
não suprimir sentimentos.
 Avaliação das percepções dos sujeitos a respeito do acidente
 Psicoeducação sobre reações comuns ao trauma.
 106 sujeitos
Impact of Event scores for high and low scores in intervention and no-intervention group at
baseline assessment, 4-month and 3-year followups.

MAYOU R A et al. BJP 2000;176:589-593

©2000 by The Royal College of Psychiatrists


Multi e interdisciplinariedade

 Aproximações com as neurociências (p.ex. Goldapple,


2004)

 Modelo cognitivo enquanto um “recorte” não exaustivo.


Modelo generalista, aplicável a diversas demandas.
Exemplo de peso. Exemplo de casais.
Mitos sobre as TCCs
 1 - As TCCs são superficiais.

 2 - Não aborda a raiz do problema. Os problemas tendem a


voltar.

 3 - TCCs são muito mecânicas e focadas em técnicas

 4 - O passado é desconsiderado
Mitos sobre as TCCs

 5 - TCC é baseada no poder do pensamento positivo.

 6 - Lida apenas com o consciente

 7 - É aplicável apenas a pessoas com transtornos


mentais claros.

 8 - É sinônimo de psicologia cognitiva


Princípios propostos por A. Beck
 Abordagem estruturada, diretiva, ativa e de prazo limitado

 Empirismo colaborativo
C - Não quero ir no jantar. As pessoas nunca falam comigo.
Elas acham que eu sou chata
T - Parece que você está fazendo leitura de mentes
novamente. Quem sabe você não vai ao jantar para testar
essa idéia? Quando você estiver no jantar, tenta perceber
como as outras pessoas estão pensando. Prepara alguns
assuntos para conversar e vê a reação das pessoas. O que
acha?
Princípios propostos por A. Beck

 O terapeuta deve ter um entendimento sólido das


síndromes clínicas

 O terapeuta necessita de habilidades especializadas


para reconhecer o paciente suicida e determinar o
risco de suicídio
Princípios propostos por A. Beck
 O terapeuta cognitivo aspirante deve ser, em primeiro
lugar, um bom psicoterapeuta
 Interesse e atenção
 Empatia (responder a não verbais!)
 Caloroso e acolhedor
 Autêntico (limites, não seremos o melhor para todos)
 Atento a questões próprias. Capacidade para
discordâncias. Transferência e contratransferência.
 Chorar? Auto revelação? Convites?
 Primeiras consultas. Toque/afeto
 https://www.youtube.com/watch?v=REfORV5ddlQ&t=2s (Judith Beck)
Estrutura de sessão...
Estrutura de sessão

 Por que estruturar a sessão?

 Quais as vantagens? E as desvantagens?

 Diferenças culturais. Pesquisa.


Como e porque fazer cada etapa
Estrutura padrão
– Avaliar o humor/rapport inicial (Daylio/DRM)
– Definir a agenda/pauta
– Breve atualização (medicação, drogas, sintomas)
– Ponte com a sessão anterior / tarefa de casa
– Discutir os tópicos da agenda e utilizar ferramentas
terapêuticas
– Estabelecer nova tarefa de casa
– Resumir (fazer periodicamente) a sessão e dar/ solicitar
feedback
Conceitos básicos do modelo Beck
 Pensamentos automáticos (metáfora óculos, fusca, FP, situacionais ->
imagina a situação)
 Crenças centrais e intermediarias.
 Estratégias compensatórias
 Distorções cognitivas
 Reestruturação cognitiva
 Hipótese de especificidade de conteúdo

 Desenvolvimentos mais recentes (atenção; CT-R)


Esquemas

 O procedimento é realmente muito simples. Em primeiro lugar, organize as


coisas em pilhas diferentes, de acordo com as características. Não faça
demais de uma vez só. No curto prazo isso pode não parecer importante,
mas as complicações surgem facilmente. Um erro pode custar caro. A
seguir, encontre instalações adequadas. Algumas pessoas talvez tenham
de ir a algum outro lugar para isso. A manipulação dos mecanismos
apropriados deveria ser auto-explicativa. Lembre-se de incluir todos os
suprimentos necessários. Inicialmente a rotina pode ser esmagadora, mas
logo se tornará apenas mais uma faceta da vida. Finalmente, reorganize
tudo em seus grupos iniciais. Devolva-os a seus lugares habituais.
Eventualmente eles serão novamente utilizados. Então todo o ciclo terá de
ser repetido.
Comentários e considerações finais
 Importância do sono

 Pacientes da vida real são diferentes dos pacientes dos


livros. Vamos errar.

 Pacientes nos pagam pelo processo, e para dizer coisas que


outras pessoas não diriam.

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