Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
Origens da TCC
1
cientificamente; críticas de Lazarus (1980) que apontou falhas nas técnicas psicoterápicas da
Análise do Comportamento na época, consideradas insuficientes por ele e; entre outras
propostas da Psicologia Cognitiva (Knapp & Beck, 2008).
No entanto, vale destacar aqui que não apenas da insatisfação com o modelo
comportamental surgem às terapias de base cognitiva, mas também da Psicanálise (Knapp
& Beck, 2008) – esta, pela falta de uma base empírica sólida e por ser muito longa
clinicamente. Uma das primeiras TCC a surgir foi elaborada por Albert Ellis, originalmente
psicanalista, e foi chamada de Terapia Racional Emotiva Comportamental (TREC). Ellis
desenvolveu o modelo ABC, que propõe que qualquer evento ativa crenças individuais que,
por sua vez, geram consequências emocionais, comportamentais e fisiológicas. Tais
consequências poderiam ser modificadas por meio de debates e questionamentos (Ellis,
2001).
2
pensamentos distorcidos e colaborativamente desenvolver soluções pragmáticas para
produzir mudança e melhorar transtornos emocionais”. Assim, a TCC baseia-se em três
proposições gerais: 1) o comportamento é resultado de processos internos e externos ao
indivíduo; 2) a cognição pode ser avaliada, monitorada e medida e; 3) o comportamento
pode ser alterado se mudar a respectiva cognição (Beck, 1997).
Para Dobson & Dozois (2001), existem diversas TCC que vão variar de acordo com o
seu desenvolvedor e seus enfoques, mas que vão compartilhar entre si as mesmas
proposições fundamentais: 1) há um limite de tempo de tratamento, sendo este de curta
duração (cerca de 12-16 meses para ansiedade e depressão ou de 1-2 anos para transtornos
de personalidade e crônicos) e uma estrutura a ser seguida; 2) sua aplicação é voltada para
problemas presentes ou transtornos específicos; 3) o paciente tem um papel ativo na
psicoterapia, assim como o terapeuta; 4) as TCC são educativas, tanto sobre o modelo
teórico como sua prática fora do consultório e; 5) por ser educativa, o paciente acaba
“tornando-se seu próprio terapeuta”, isto é, ele aprende a se autoanalisar e a levar o que
aprendeu para outros contextos.
3
colaborativo, que consiste no uso de experimentos comportamentais realizados pelo
paciente e sugeridos pelo terapeuta; 2) a descoberta guiada, inspirada no questionamento
socrático; 3) a ativação comportamental, que envolve o paciente atribuir notas quanto às
expectativas do mesmo sobre realizar determinada tarefa, usada em casos de recaída e; 4) a
conceitualização de caso, composta por atualizações constantes sobre a hipótese inicial.
Pode-se falar, ainda, em: agendamento de atividades, avaliações de prazer e habilidade,
prescrições comportamentais de tarefas graduais, experimentos de teste da realidade, role-
plays, treinamento de habilidades sociais, técnicas de solução de problemas, Registros de
Pensamento Disfuncional (RPD) e feedbacks (Knapp & Beck, 2008).
A TCC está longe de ser uma evolução em termos conceituais para a Análise do
Comportamento sob uma perspectiva Behaviorista-radical, pelo fato de haverem muitas
divergências teóricas. No entanto, sua chegada nos EUA representou grandes avanços para
a terapia do modelo operante. Esta, com o nome de "Modificação do Comportamento",
antes encontrava-se voltada mais para o laboratório e focada em intervenções muito
restritas na clínica para pessoas com deficiência e adultos institucionalizados com
problemas psiquiátricos crônicos, enquanto outro grupo derivado do modelo clássico, com
o nome de "Terapia Comportamental", voltava-se para outras queixas típicas da clínica
(Guilardi, 2012).
4
A seguir, falaremos um pouco sobre as modalidades terapêuticas da 3ª onda: