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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA – UNISUAM

ABORDAGEM COGNITIVO COMPORTAMENTAL


Professora: Flávia Noro
Aluna: Roberta Alexandre Ferreira
Matrícula: 21103332

APS 1

RELATÓRIO DOS TEMAS DADOS EM AULA

Inicialmente, foi dada uma introdução sobre a matéria em questão, Teoria


Cognitivo-Comportamental, desenvolvida por Aaron Beck, que é uma das
principais psicoterapias. A TCC, é uma psicoterapia estruturada, de curta
duração, voltada para o presente e direcionada para a solução de problemas
atuais e a modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais (Beck,
1964). Em todas as formas de terapia cognitivo-comportamental derivadas do
modelo de Beck, o tratamento está baseado em uma formulação cognitiva, as
crenças e estratégias comportamentais que caracterizam um transtorno
específico. O tratamento é baseado em uma compreensão de cada paciente em
relação às suas crenças específicas e padrões de comportamento. O terapeuta
procura produzir no paciente uma mudança cognitiva – mudança no pensamento
e nas suas crenças, para a partir daí, obter-se uma mudança emocional e
comportamental.
Após a introdução e a explicação do que seria a abordagem cognitivo-
comportamental, a matéria foi sobre as Três Ondas da TCC, que são o
Behaviorismo/Comportamentalismo, o Cognitivismo/Terapia Racional Emotiva
Comportamental (TREC), e a Terapia Cognitivo-Comportamental.
A primeira onde da TCC é o Behaviorismo, ou Comportamentalismo, pro Ivan
Pavlov (1849- 1936), Jhon Watson (1878-1958) e Burrhus Frederic Skinner
(1904-1990). O Comportamentalismo tem como objeto de estudo o
comportamento do ser humano, e explica que certos comportamentos levam o
organismo a dar determinadas respostas, isto ocorre pois estes se ajustam ao
ambiente pela formação de hábitos, que contribuem para formar novas
respostas. Resumidamente, é o estudo das interações e das inter-relações entre
a pessoa e o ambiente, entre as ações do sujeito e o seu ambiente.
O Behaviorismo passa pelos três teóricos citados, onde cada um tem sua teoria

sobre o comportamento do sujeito. O condicionamento clássico de Ivan Pavlov

(1849-1936) e Jhon Watson (1878-1958), diz respeito às relações entre

estímulos e resposta. Temos um estímulo inicialmente neutro/condicionado que

gera uma resposta condicionada. Quando o estímulo condicionado é associado

a um estímulo incondicionado (algo significativo para o sujeito), aquele estímulo

condicionado passa a ser um estímulo incondicionado, gerando uma resposta

incondicionada. Um exemplo famoso e clássico é o experimento que Pavlov fez

com os cachorros e sua relação com a comida. O experimento consistiu na

associação de um som de sino com a comida. Pavlov colocou em

vários cachorros alguns medidores de salivação. O procedimento consistia

em tocar um sino e depois apresentar comida. Depois de apresentar a

comida, os medidores indicavam a salivação nos cachorros. Após uma série

de apresentações dos dois estímulos (sino e comida), Pavlov conseguiu que

eles ficassem associados, isso ficou demonstrado porque a apresentação do

som do sino sozinha conseguia causar a salivação nos cães. Este

experimento demonstrou que um estímulo inicialmente neutro pode causar

uma resposta totalmente nova através da associação deste a um estímulo


significativo.

O condicionamento operante, por Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), diz

respeito à forma de aprendizagem através do reforço e/ou a punição para

seu funcionamento. Quando reforçamos o comportamento do sujeito, esse

comportamento tende a permanecer a frequência ou aumentar; E quando

“punimos” o comportamento, ele tende a diminuir ou cessar. Existem os

reforços positivos e negativos, onde no positivo é adicionado algo para que

o comportamento continue ou aumento, e no negativo algo é retirado para

que esse comportamento aumente ou permaneça a frequência.


A Segunda Onda da TCC é o Cognitivismo, ou TREC (Terapia Racional

Emotiva Comportamental) por Albert Ellis (1913-2007), que era psicanalista,

mas, não satisfeito com os resultados obtidos por esta abordagem,

desenvolveu uma abordagem orientada para a ação e a produção de

resultados, a TREC, que tem por objetivo identificar crenças irracionais, e

que haja uma alteração dessas crenças através do questionamento, desafio,

disputa, debate, e no final, o paciente consiga manter um equilíbrio

emocional. A TREC diz que as pessoas apresentam tendências específicas

e adquiridas para se comportarem e ter pensamentos irracionais. É uma

teoria fundamentada no princípio da racionalidade. Albert foi o criador do

modelo ABC, que propõe que as pessoas, de forma errada, culpem situações

externas como o seu principal motivo de infelicidade. O modelo ABC, é

representado com a letra A (antecedentes, experiências), B (crenças,

interpretação) e C (consequências, sintomas), por exemplo, “eu vou começar

em um novo emprego”, “eu não vou ser um bom funcionário”, “ansiedade e

medo”. Esses são exemplos de como Ellis propôs que as crenças irracionais

existem e afetam o sujeito, “A pessoa precisa confiar em algo forte e superior

a si própria”, “Se um acontecimento passado nos afetou, tem de continuar a


afetar-nos” e “É terrível se as coisas não são como nós queremos”.

A Terceira e última onda da TCC, é a Terapia Cognitivo-Comportamental, de

Aaron Beck (1921-2021), que tem por objetivo a modificação de

comportamentos disfuncionais através da reestruturação cognitiva, e uma

melhor relação entre o sujeito e o ambiente em que se encontra. Inicialmente

Beck trabalhava com a psicanálise, mas, com o tempo, os resultados de seus

experimentos levaram-no à busca de outras explicações para a depressão.

Ele identificou cognições negativas e distorcidas (pensamentos e crenças)

como característica primária da depressão, e desenvolveu um tratamento de


curta duração, onde um dos objetivos era testar a realidade dos pensamentos
depressivos do paciente. Em seguida houve uma ampliação para tratamento

de outros transtornos. A TCC pode ser empregada em diversos contextos,

com diversas pessoas, em qualquer faixa etária, para grupos ou

individualmente. Esta abordagem acredita que o pensamento é a chave

principal que pode vir a ter influência sobre as emoções e comportamentos.

Por meio de seu trabalho clínico, o teórico desenvolveu a Tríade cognitiva da

depressão, que diz que os sujeitos deprimidos, de uma forma geral, exibem:

visão negativa sobre si, visão negativa do mundo e do futuro. A partir disso,

Beck criou os três níveis cognitivos, que se chamam crença central, que é

quando o sujeito acredita em uma verdade absoluta sobre ele mesmo, sobre

as pessoas e o mundo a sua volta. Na maioria dos casos, sendo demonstrado

como um discurso como forma de afirmações, categóricas, taxativas. São

concebidas a partir da subjetividade e história de vida de cada um, como por

exemplo, desamor e desvalor. A segunda é a crença intermediária, que é

representada por regras e/ou condições produzidas com o propósito de lidar

com as crenças centrais, normalmente, sendo exibidas por discursos com

palavras “tenho”, “devo” e “preciso”. E a terceira, são os pensamentos

automáticos, que são avaliações rápidas da realidade que invadem a


consciência do sujeito, possuindo diretamente influência nas emoções e no

comportamento.

Em outra aula, foi nos apresentada a conceitualização cognitiva, que é um

instrumento que serve como auxílio na identificação das crenças

disfuncionais, utilizado para a reestruturação cognitiva. Para fazer o uso da

conceitualização, é preciso que você saiba identificar as crenças centrais,

crenças intermediárias, a situação, o pensamento automático, as emoções e

o comportamento. As pessoas com crenças intensas possuem a tendência

de levar essas crenças para o atendimento e acreditar que o terapeuta tenha


a mesma visão que a dele.
O próximo tema foi sobre Relação Terapêutica, que é a relação entre

paciente e terapeuta. A Tríade Rogeriana é uma excelente aliada nessa

relação e deve ser empregada, pois engloba a Empatia, uma vez que ajuda

o terapeuta a entender as emoções do sujeito e comunicar que há uma

compreensão por parte dele. Aceitação incondicional, que consiste em

aceitar o paciente sem julgamentos, rótulos e sim de forma com que ele se

sinta acolhido. E autenticidade, onde o terapeuta deve agir com honestidade

e congruência. É essencial que o terapeuta conquiste a confiança desse

paciente e que construa o rapport, para que esses pacientes sintam-se

acolhidos, compreendidos e respeitados. Na mesma aula foi falado sobre as

habilidades importantes para a atuação do psicólogo na clínica, que é a

valorização positiva, humor, compaixão, apresentação de uma visão positiva

sobre o paciente, zelo, interesse, acolhimento, compreensão acurada,

validação, empatia, aceitação do cliente, transmissão de confiança,

acolhimento genuíno, encorajamento e reforçamento positivo. O terapeuta

deve estar atento aos sinais, como, expressões faciais, tom de voz,

linguagem corporal e escolha das palavras. Na TCC é importante que o

terapeuta esclareça tudo sobre a sessão com o paciente, que é chamado


terapia colaborativa, onde o terapeuta expõe quais seus objetivos, quais as

atividades para a casa (quando necessário), que o paciente vá com

frequência aos encontros, que monitore os pensamentos automáticos,

emoções, comportamentos e reações fisiológicas, que faça as intervenções

necessárias e que quando necessário inicie o processo de alta.

As Distorções Cognitivas são formas imprecisas de pensar, que podem te

induzir às emoções negativas e comportamentos prejudiciais. Quando o

paciente possui a identificação dessas distorções, ele dispõe da vantagem

do distanciamento dos seus pensamentos. Há diversas distorções cognitivas,


como, Catastrofização, onde a pessoa está sempre pensando que o pior irá
acontecer sem levar em conta a possibilidade de outros fins. O Raciocínio

Emocional, onde a pessoa acredita que determinada situação é verdadeira,

pois "sente", mas acredita nisso de uma forma real e intensa,

desconsiderando e ignorando fundamentos. A Polarização (pensamento

dicotômico), onde a pessoa enxerga a situação apenas por duas vertentes,

respectivamente restrita. Essa pessoa percebe eventos ou pessoas em

termos absolutos. O Filtro mental, onde o sujeito focaliza em somente um

ponto de uma situação difícil, uma vez que outros pontos de relevância da

situação são ignorados. A adivinhação, onde o sujeito costuma “prever o

futuro”, antecipando problemas que podem ter a possibilidade de não

acontecer. Leitura mental, acreditar, sem algo que indique, que sabe que os

outros estão pensando, ignorando outras probabilidades. A Rotulação, onde

a pessoa rotula de forma fixa a si mesmo ou os outros, sem levar em conta

que as evidências podem ser mais sensatas. A Desqualificação do positivo,

é quando o sujeito diz que as experiências positivas, atitudes de qualidades

não contam. A Minimização ou maximização, são traços positivos e

experiências de si mesmo e nos outros ou em situações, que são

minimizados e nas negativas são maximizados. A Hipergeneralização,


quando o sujeito percebe padrões gerais em eventos específicos, uma

característica em um caso específico dentro de um caso é avaliada como

ocorrendo em todos os outros casos. A vitimização, quando a pessoa se

sente injustiçada e incompreendida. A origem dos sentimentos negativos é

algo ou alguém, existindo a dificuldade e a recusa de ter responsabilidade

pelos seus próprios sentimentos e comportamentos. A Personalização, onde

o sujeito aceita a culpa ou responsabilidade por eventos negativos, falhando

em observar que outras pessoas e fatores também estão envolvidos em

eventos. Os Imperativos, Difundido em pessoas perfeccionistas muitas

críticas para si mesmas. E por último, A Questionalização, onde o sujeito


enfatiza um acontecimento que poderia ter sido e não foi, se culpa pelas

escolhas do passado e se pergunta por escolhas futuras.

Esses foram os temas abordados até agora em aula.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BECK, Judith S. Terapia-Cognitivo-Comportamental: Teoria e Prática. 2ª

Edição. Porto Alegre: Artmed, 2014.

BOCK, Ana Mercês Bahia Bock; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de

Lourdes Trassi. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo da Psicologia. 15ª

Edição. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.

CLÍNICA, Redação Psicanálise. Condicionamento Operante Para Skinner.

Psicanálise Clínica, 18 NOV, 2020. Disponível em:

https://www.psicanaliseclinica.com/condicionamento-operante/. Acesso em:

16 abr, 2023.

Slides dados em aula.

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