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ATIVIDADE

CICLO 3

CURSO DE PSICOLOGIA
Disciplina: Matriz Humanista-Existencial
Professor(a): Ana Luísa Lopes Cabral.

Nome do (a) Acadêmico(a): Alanny Hadassa Vieira Silva, Jéssica Belo de Moura. Data:
26/06/2023

Estudo dirigido – Ciclo 03


Terapia familiar sistêmica

O artigo “Terapia familiar sistêmica: um novo conceito, uma nova prática” foi publicado pelo Acta
Médica Portuguesa em 1984 e escrito por Daniel Sampaio, um dos pioneiros da terapia familiar sistêmica em
Portugal. O artigo traz importantes concepções acerca da terapia familiar sistêmica, considerando a nova
epistemologia que surgia na época.
A Terapia Familiar surge em 1950 nos Estados Unidos, sendo idealizado por Bateson e Ackerman.
Bateson entendia as famílias como sistemas condutores de ideias e Ackerman acreditava que as famílias eram
agrupamentos de indivíduos em luta para equilibrar sentimentos, irracionalidade e desejos. (Santos, 2004.)
Gregory Bateson constituiu um dos grupos mais fortes na base da estruturação da Terapia Familiar e a partir
dele muitos outros grupos e tipos de terapia familiar foram surgindo, uma delas sendo a Terapia Familiar
Sistêmica.
A Terapia Familiar Sistêmica surge das junções de várias teorias, dentre elas, a Teoria Geral dos
Sistemas formulada por Bertalanffy, que considerava que o que existe é o todo integrado, maior que a soma de
suas partes, definindo sistema como um conjunto de elementos inter-relacionados e interdependentes. Sendo
assim, através da visão sistêmica a família é um conjunto de elementos ligado por um conjunto de relações em
constante relação com o ambiente.
Pela concepção da Terapia Sistêmica Familiar os fenômenos psicológicos não devem ser explicados por
um fato único e sim por uma análise de fatores, sendo assim, os problemas individuais não serão vistos
isoladamente e sim compreendidos dentro do contexto das relações familiares e interativas. Acredita-se que os
sintomas apresentados por um individuo são manifestações de problemas mais amplos no sistema familiar.
A Terapia Familiar Sistêmica é pautada na homeostase, que se refere ao equilíbrio dinâmico que as
famílias devem ter para manter-se estáveis, no entanto, quando a família entra em desequilíbrio o sistema
familiar é afetado e se torna disfuncional, tornando a psicoterapia necessária. O terapeuta atuará seguindo o eixo
do aqui-agora, recriando os conflitos e as interações problema e o eixo multigeracional, em que serão
trabalhados os mitos, papéis e funções características da família.
Segundo o autor a terapia sistêmica familiar é indicada quando existem perturbações no sistema
biopsicossocial humano, mas para o tratamento ser efetivo é necessário que todos os membros aceitem a
intervenção e que a família acredite na capacidade de resolução de crise que será trabalhada durante o processo
terapêutico, trazendo uma autonomia familiar. É importante ressaltar que a terapia familiar é contraindicada
quando existe oposição de algum elemento do conjunto familiar ou objeções de alguma autoridade exterior.
O artigo clareia as ideias acerca da Terapia Familiar Sistêmica, trazendo contribuições importantes para
a compreensão dessa psicoterapia, mesmo sendo uma obra publicada praticamente concomitante com o
surgimento da terapia familiar sistêmica podemos observar que ainda sim é uma fonte abrangente e útil,
especialmente levando em conta que existem poucas obras que tratam do tema.

Logoterapia: a busca pelo sentido da vida

O artigo “Logoterapia: uma visão da psicoterapia” publicado pela Revista da Abordagem Gestáltica, em
2011, escrito por Paulo Kroeff é responsável por informar acerca da logoterapia, uma psicoterapia pensada por
Viktor Frankl, além disso traz comparações com Psicanálise e Psicologia Individual de Adler, informando
também sobre o funcionamento e a unicidade da prática terapêutica.
Viktor Emil Frankl, psiquiatra austríaco sobrevivente dos campos de concentração nazistas durante a
Segunda Guerra Mundial, sendo o responsável por teorizar a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia, a
logoterapia, abordagem que tem como foco a busca dos indivíduos pelo sentido da vida. Etimologicamente a
palavra logoterapia deriva do grego logos e therapéia, sendo o significado de logos sentido e o significado de
therapéia terapia/cuidado, uma terapia a partir do sentido da vida, um cuidado ao sentido da vida.
A logoterapia é uma abordagem de base humanista-existencial, no entanto, Viktor Frankl ressalta a
existência de diferenças entre sua teoria e as bases, assim como demonstra as diferenças entre a logoterapia e
as outras duas escolas vienenses de psicoterapia, a Psicanálise e Psicologia Individual de Adler, para o psiquiatra
as duas escolas viam o homem de uma forma limitada, considerando apenas sua consciência ou apenas sua
responsabilidade.
A abordagem logoterapêutica além de ver o homem como um ser-responsável-e-consciente, não limita
a visão do homem apenas as dimensões físicas e psíquicas, valorizando a dimensão espiritual, nomeado por
Frankl de dimensão noética. A dimensão noética seria o que nos diferencia dos animais, pois é nela que está
contida a essência de nossa existência, estando sempre em busca do sentido, sendo a noética a dimensão da
liberdade e da responsabilidade. (Júnior, 2001.)
Frankl considera o homem um ser livre e responsável, capaz de resistir ao determinismo e tomar decisões
acerca de todas as circunstâncias, sejam elas boas ou ruins, trazendo a possibilidade de que o próprio individuo
seja responsável por suas escolhas e experiências constitutivas que o levarão ou não ao seu sentido de vida.
O psiquiatra deixa uma lacuna quanto a maneira em que o logoterapeuta deve atuar, no entanto, Frankl
considerava que a terapia deveria ser um processo individualizado, não passível de ser ensinado de forma total,

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“...grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres.” Sl 126,3
então o terapeuta deve aplicar as técnicas da logoterapia,mas também deve conduzir a sessão considerando a
unicidade da cada paciente.
Elizabeth Lukas afirma que não existem padrões fixos durante a prática, mas oferece um roteiro para o
tratamento composto de quatro etapas: autodistanciamento, mudança de atitude, redução dos sintomas e
orientação para o sentido, mas alerta que eles não poderão ser usados em todos os casos.
O autor demonstra no artigo a relevância da logoterapia inclusive sendo considerada como um
complemento para outras terapias, tendo em vista que carrega uma visão de homem multidimensional. O artigo
corresponde a uma importante fonte teórica acerca das proposições da logoterapia e acresce em conteúdo
trazendo as percepções adicionais de Elizabeth Lukas.

A importância do Psicodrama

O texto abaixo corresponde a uma resenha crítica do artigo “Intervenção psicodramática em ato:
Ampliando as possibilidades’, publicado em 2011 pela revista Brasileira de Psicodrama e escrito pelas autoras
Ana Luísa Iunes e Maria Inês Gandolfo Conceição. A obra apresenta a relevância do ato terapêutico como um
tratamento acessível e prático, enfatizando conceitos do psicodrama e as idealizações de Jacob Levy Moreno.
O psicodrama é uma abordagem terapêutica criada por Jacob Levy Moreno, buscou um método que
aumentasse o envolvimento entre as pessoas, ampliasse a consciência e promovesse a inclusão social, com isso,
baseado na ideia de que a dramatização e a representação podem auxiliar na exploração e na compreensão de
problemas psicológicos e emocionais dos indivíduos.
Um dos principais objetivos do psicodrama é promover a expressão e a compreensão de fatores
psicológicos por meio da atuação, assim, os participantes podem experimentar as emoções e os pensamentos
relacionados a temática de forma mais intensa. Essa vivência ativa permite que os indivíduos elaborem seus
próprios sentimentos, emoções e pensamentos, aumentando a autoconsciência.
A espontaneidade e a criatividade são temas centrais para o psicodrama, sendo a espontaneidade o que
move o individuo para uma resposta adequada frente a novas situações ou situações antigas, um mecanismo
adaptativo, de equilíbrio e sobrevivência biopsicossocial, que leva a criatividade, a substância que leve o sujeito
a agir. Moreno defendia que indivíduos mais espontâneos são mais adaptáveis e mais propícios a prosperar.
Moreno desde o início declara a importância dos grupos para o tratamento terapêutico, especialmente
pela troca que esses propiciam, mas a abordagem psicodramática em grupo vai além e abrange até mesmo causas
socioeconômicas, levando em conta que as terapias em grupo proporcionam que uma maior parcela da
população seja atendida e possam receber tratamento psicológico, especialmente quando consideramos a
Atenção Primaria à Saúde.

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Os grupos psicodramáticos proporcionam nos participantes oportunidade de reflexão e troca de
experiências, diminuindo a ansiedade e o medo, resultando na catarse da integração. (Iunes, 2018). A catarse da
integração possibilita a liberação de papéis fixados inadequados que podem nos trazer problemas, possibilitando
novas condutas.
O ato terapêutico corresponde a encontros com tempo e objetivo limitados, não se tratando de uma nova
metodologia, mas sim uma forma de atuação do psicodrama, considerado um ato único que deve ser findado
em uma única sessão, proporciona melhora na flexibilidade, criatividade e na saúde mental.
O artigo além de trazer a importância do psicodrama e a relevância dos pensamentos de Jacob Moreno
também traz por fim comprovações do potencial terapêutico do psicodrama, levando em conta que em apenas
20 minutos, em uma demonstração reduzida de como funciona a prática psicodramática, os alunos confirmam
seu potencial.

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REFERÊNCIAS

Coelho Júnior, A. G., & Mahfoud, M. (2001). As dimensões espiritual e religiosa da experiência humana:
distinções e inter-relações na obra de Viktor Frankl. Psicologia USP, 12, 95-103.

Ramalho, C. M. (2011). Psicodrama e dinâmica de grupo. São Paulo: Iglu.

Iunes, A. L. S. (2018). Atos terapêuticos: como se não houvesse amanhã.

Iunes, A. L. S., & Conceição, M. I. G. (2017). Intervenção psicodramática em ato: Ampliando as


possibilidades. Revista Brasileira de Psicodrama, 25(2), 19-27.

Kroeff, Paulo. (2011). Logoterapia: uma visão da psicoterapia. Revista da Abordagem Gestáltica, 17(1),
68-74.

Machado, M. (2012). Compreender a terapia familiar. Psicologia. Pt. O Portal dos Psicólogos. Acesso
em 2014 Jul 17]. Disponível em: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/textos/A0626.pdf

Sampaio, D. (1984). Terapia familiar sistémica: um novo conceito, uma nova prática. Acta Médica
Portuguesa, 5(2), 67-70.

Santos, A. N. N. D. (2004). História da terapia familiar: dos estados unidos à Bahia. SEMOC-Semana
de Mobilização Científica-Reforma Universitária Que Universidade o Brasil Quer?. Disponível em:
http://ri.ucsal.br:8080/jspui/handle/prefix/1830

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