Você está na página 1de 8

A Gestalt-terapia é uma abordagem terapêutica que enfatiza a

responsabilidade e a liberdade essenciais do ser humano perante a sua existência.


Seu desenvolvimento deve-se principalmente ao trabalho de Frederik Perls, cujo
nome ficou associado a esse modelo de atendimento psicoterápico.
Perls nasce em 1893 na Alemanha, onde forma-se médico sob supervisão
de Kurt Goldstein, neurologista estudioso da percepção em pacientes com
ferimentos cerebrais. Inicia sua análise com Wilhelm Reich, dissidente da
psicanálise freudiana. A influência de Reich faz-se sentir na importância que a
Gestalt-terapia atribui ao corpo. Com a ascensão do nazismo, Perls, já casado com
Laura Perls, foge para a África do Sul, onde funda um Instituto de Treinamento
Psicanalítico. Data dessa época o seu primeiro livro Ego, fome e agressão (Ego,
Hunger and Agression, 1947).
Em 1946 muda-se para os EUA, estabelecendo-se em Nova Iorque. Lá tem
contato com a psicóloga humanista Karen Horney. Com a contribuição de Laura
Perls, que era estudiosa da Psicologia da Gestalt, começa a dar corpo ao modelo
de atendimento que realiza em workshops nos EUA. O nome Gestalt-terapia
aparece pela primeira vez em 1951 (no livro O Início da Gestalt-terapia). Pouco
depois fundam o Instituto de Gestalt-terapia de Nova Iorque.
Seguindo as ideias de Reich, Perls enfatiza a experiência corpórea como
possibilidade de expressão. Fritz desenvolve essa compreensão na Gestalt-terapia
através de uma concepção holística de homem. Há um paralelismo entre corpo e
mente, de modo que ambos expressam vivencias. O homem é um organismo
total que busca constantemente o equilíbrio(HOMEOSTASE) através de trocas
com o meio.
Na Psicologia da Gestalt Perls descobre que o “homem não percebe as
coisas isoladas e sem relação, mas as organiza no processo perceptivo como um
todo significativo” (Perls, 1988, p.18) a partir de um interesse motivador. Essa
mesma teoria fornece outros conceitos importantes: figura-fundo, princípio de
pregnância e teoria de campo.

o termo Gestalt, apresentado pela Psicologia da Gestalt, refere-se a


uma forma. A forma organiza-se como um todo estruturado a partir da
relação figura-fundo. A percepção humana se dá através de todos
organizados (Gestalt), por isso Fritz Perls utilizará esse termo para a
terapia focada na capacidade de interação saudável indivíduo-meio
que ele desenvolve.

awareness, importante conceito da Gestalt-terapia que designa a


capacidade de apercepção da totalidade presente

Psicologia da Gestalt estuda a percepção humana. Sua conclusão básica é


de que o homem percebe totalidades, e não partes isoladas. Uma séria de pontos
sequenciais, próximos uns aos outros, por exemplo, é visto como uma ‘linha’. A
Gestalt-terapia busca seu nome no conceito de Gestalt, que se pode traduzir por
‘forma’. Gestalt significa também um ‘todo’. Nesta concepção, o todo é sempre
diferente da mera soma das partes. Perls (1988) define esse conceito como:
“forma, configuração, modo particular de organização das partes individuais que
entram em composição.” (p.18) Disso se desdobra a concepção de que os
indivíduos vivenciam totalidades. As totalidades se organizam como figuras sobre
um fundo, organizadas de acordo com o interesse do indivíduo.
De acordo com a visão holística que fundamenta a Gestalt-terapia, os
indivíduos são totalidades corpo-mente e ambos modos de ação, psíquico ou
físico, são formas de expressão. O princípio que rege as ações do organismo é a
homeostase, processo por qual busca o equilíbrio. As necessidades orgânicas e
psicológicas geram desequilíbrio, que o organismo busca restaurar. Entretanto, a
vida é um processo contínuo de desequilíbrio e busca de equilíbrio, nunca
atingindo o equilíbrio absoluto. O mesmo processo regula a tendência à
sobrevivência de todo organismo.
Os organismos agem em ‘campos’. Esse é um conceito da Psicologia da
Gestalt, desenvolvido pelo psicólogo Kurt Lewin. Um campo é uma totalidade em
equilíbrio de forças e todos os acontecimentos no campo são funções desse
campo total. Os comportamentos do indivíduo, em resposta a suas necessidades,
podem estar em relação mútua com o meio no qual acontecem ou em relação
conflituosa. Neste caso, há dispêndio desnecessário de energia e perda da
capacidade do indivíduo de interagir com seu meio. Isso pode culminar num
processo neurótico: “Se, por alguma alteração no processo homeostático, o
indivíduo for incapaz de manipular seu meio a fim de atingi-las [necessidades],
comportar-se-á de modo desorganizado e ineficaz.” (Perls, 1988, p. 33)
A Gestalt-terapia é um processo a partir do qual o organismo (no caso, o
cliente) pode recuperar sua capacidade de relação com o meio, reconhecendo
suas necessidades e agindo eficazmente de acordo com elas.

A afirmação I fala de autorregulação, que é a capacidade do organismo


de interagir com seu meio na busca do equilíbrio homeostático. Está
correta. A afirmação II apresenta o conceito de homeostase, que é a
busca contínua pelo equilíbrio, que nunca é atingido pois o campo é
móvel e as necessidades, fluídas. Esta afirmação apresenta
incorretamente a noção de homeostase. A afirmação III apresenta
corretamente a noção de Gestalt, central na Gestalt-terapia. A
afirmação IV fala de projeção, que é um mecanismo neurótico. Na
projeção, o indivíduo torna o meio responsável por algo que se origina
no eu, desapropriando-se de seus impulsos e necessidades. Não se
refere exclusivamente a significados satisfatórios, dado que podem ser
projetados aspectos insatisfatórios do indivíduo também
A gestalt-terapia é um modelo de atendimento terapêutico para crianças,
adultos, casais e grupos, que promove a recuperação e/ou a ampliação da
capacidade de conscientização (awareness) no aqui-agora, possibilitando
contato mais pleno e trocas mais eficientes com o meio. Esta proposta se
fundamenta na compreensão de que o sofrimento psicológico é a expressão de
dificuldades em perceber as próprias necessidades, as ações voltadas para
satisfazê-las e o caráter ‘nutritivo’ ou ‘tóxico’ das trocas com o meio. O campo
(indivíduo-meio) muda constantemente de acordo com as mudanças de
equilíbrio intrínsecas e geradas pelo organismo em busca de sua homeostase.
Nos processos neuróticos há uma confusão entre indivíduo e meio, de modo
que o organismo perde a sua capacidade de interagir com eficiência. Segundo
Perls (1988), a neurose ocorre quando “a busca do equilíbrio do homem o leva a
retirar-se mais e mais, a permitir que a sociedade o influencie demais, a
subjugá-lo com suas exigências, ao mesmo tempo a separá-lo do convívio
social, a pressioná-lo e moldá-lo.” (p.56) Vale destacar que a Gestalt-terapia
reconhece a neurose como um processo, não como uma estrutura. Com a
capacidade de autorregulação limitada, cada nova situação propicia ao
indivíduo que aumente seu desequilíbrio.
A Gestalt-terapia aproxima-se das terapias humanistas por compreender
as pessoas como livres e responsáveis. O termo ‘responsabilidade’ deve ser
entendido como capacidade de responder, e não somente como obrigação de
responder pelos atos. Nesse contexto, a Gestalt-terapia promove a autonomia
através da capacidade de responder às situações vivenciadas pelos pacientes.
O Gestalt-terapeuta é um facilitador da conscientização (awareness) da
situação presente, aqui-agora, do paciente. Para isso, oferece condições para o
encontro dual EU-TU (tematizado por Martin Buber), no qual cada um
reconhece a liberdade e responsabilidade ontológicas do homem. A relação
terapêutica é horizontal, isto é, não há um agente de mudanças (terapeuta) e
um objeto (paciente). A relação se estabelece entre dois iguais, sendo que um
deles (o terapeuta) dispõe-se a facilitar a conscientização (awareness) do outro
(paciente).
A Gestalt-terapia reconhece que frequentemente os pacientes procuram
o Gestalt-terapeuta esperando que ele provoque transformações, mas cuida
para que o paciente torne-se consciente (aware) dessa postura de vitimização,
que dificulta a liberdade, a autonomia e a responsabilidade.

ACONSELHAMENTO

O surgimento do Aconselhamento Psicológico como modelo de intervenção


psicológica está vinculado a alguns acontecimentos históricos nos Estados
Unidos, como a fundação de Centros de Orientação Infantil e Juvenil para pais e
filhos, a criação de serviços de Higiene Mental e Centros de Aconselhamento
Pré-Matrimonial e Matrimonial, ao surgimento de instituições de Assistência
Social que necessitavam oferecer apoio emocional aos seus clientes e ao
desenvolvimento de serviços de assistência psicológica nas empresas.
No começo do século XX, o aconselhamento não é realizado por psicólogos. O
conselheiro é um perito no assunto a ser tratado, enquanto o aconselhando,
alguém que necessita de orientação. O Aconselhamento pode ser profissional,
vocacional, educacional ou marital. Diferencia-se bastante da prática
psicoterapêutica, então restrita à psicanálise. Segundo Scheefer (p.16) o
Aconselhamento visa a ajudar na tomada de uma decisão e envolve
informações objetivas que permitem ao orientando utilizar melhor seus recursos
pessoais.
Dentre os principais autores ligados ao início da teorização sobre
Aconselhamento Psicológico, destacam-se Parsons e Rogers. O primeiro era
engenheiro e compreendia o aconselhamento como o fornecimento de
informações e conselhos sobre escolha profissional, baseada na experiência do
orientador. A partir da década de 1940, o trabalho como conselheiro leva Carl
Rogers a questionar o modelo vigente, propondo em seu lugar o
aconselhamento não-diretivo. Concomitantemente, ele desenvolve a Terapia
Centrada no Cliente. O Aconselhamento é apresentado como um tipo de
contato direto com o indivíduo a fim de lhe fornecer assistência na modificação
de suas atitudes.
O Aconselhamento distingue-se da Psicoterapia, pois se trata de um auxílio para
o aconselhando maximizar seus recursos pessoais e fazer escolhas. Pode ser útil
também como prática educativa, preventiva ou de apoio situacional.
Geralmente é um processo de curta duração, diferenciando-se do modelo
tradicional de psicoterapia, de longa duração, que visa a reestruturação da
personalidade e o tratamento de problemas emocionais e patologias.

Introdução ao Aconselhamento Psicológico na perspectiva da Psicologia


Humanista

O aconselhamento psicológico nasce nos anos 1930 nos Estados Unidos


como especialidade e área de atuação e saber do psicólogo. No início é
estreitamente ligado à orientação vocacional e à psicometria, focando
as pesquisas em testes vocacionais e outros meios de medição de
aptidões.
A primeira teoria mais expressiva chama-se Traço e Fator e foi
desenvolvida pelo engenheiro William Parsons. A teoria Traço e
Fator parte do pressuposto de que o aconselhamento deve focar o
processo de ensino do aconselhando, pois tem como meta a solução de
problemas específicos de adaptação do indivíduo nas áreas educacional
e profissional através do desenvolvimento de atitudes e
comportamentos (os “traços”) condizentes com o esperado para a
realização da atividade proposta (os “fatores”).
Williamson, um dos expoentes do aconselhamento psicológico na
Teoria Traço e Fator, define-o como um atendimento que auxilia o
indivíduo a aprender determinadas matérias escolares, condutas
adequadas de cidadania, valores sociais e todos os outros hábitos,
habilidades, atitudes e crenças que constituem um ser humano normal.
Em outras palavras, o processo teria o objetivo de eliminar ou modificar
comportamentos considerados inadequados. A mudança de
comportamentos e atitudes, segundo o autor, seria satisfatória para o
aconselhando e para a sociedade em que vivia. Nesse sentido, a Teoria
Traço e Fator, articulada à vertente experimental dos estudos
psicométricos, dá ao Aconselhamento uma aura de cientificidade e abre
espaço para a prática do psicólogo.
A Psicologia ainda não estava regulamentada como profissão nos EUA
e aqueles que praticavam a psicologia buscavam delimitar seu campo
de atuação. Uma possibilidade era a psicoterapia, que, na época, era
prerrogativa dos médicos e encontrava na psicanálise a teoria que a
fundamentava. A psicoterapia tinha como público indivíduos que
sofriam de distúrbios psicológicos mais graves, exigindo tratamentos
prolongados. O Aconselhamento Psicológico surge como possibilidade
de prática psicológica voltada para questões de desajustamento,
orientando o aconselhando na obtenção das habilidades que o tornam
ajustado ao seu meio. Isso pode ocorrer num período mais curto do que
a psicoterapia de longa duração.
Em 1942, Carl Rogers publica o livro Aconselhamento e Psicoterapia,
lançando as bases da primeira fase de suas ideias: a terapia não-diretiva.
A não-diretividade é geralmente associada a total não-interferência do
terapeuta (ou conselheiro) no processo do cliente. Sua proposta surge
em oposição ao processo de aconselhamento da Teoria Traço e Fator,
que é considerada prepotente e autoritária por situar o conselheiro no
lugar de quem sabe o caminho certo para modificar os comportamentos
desajustados e desadaptados socialmente do aconselhando. Nesse
sentido, o conselheiro psicológico que segue a proposta de Rogers
coloca-se como “um ouvinte interessado e compreensivo, que, pela
técnica da reflexão, queria proporcionar que a esfera de exploração
pessoal do cliente ou aconselhando se configurasse o mais
proximamente possível de suas vivências e percepções atuais e
conscientes.” (Schmidt, 2009, p. 5). Com suas ideias, Rogers elimina a
distinção entre aconselhamento e psicoterapia.

O Aconselhamento Psicológico fundamentado na Abordagem Centrada na


Pessoa

O psicólogo norteamericano Carl Rogers não distingue aconselhamento


psicológico e psicoterapia, pois considera que ambos consistem em
contatos diretos com o indivíduo com o objetivo de facilitar mudanças
significativas em suas atitudes e comportamentos. Esses encontros são
marcados pelas atitudes facilitadoras – aceitação incondicional,
compreensão empática e congruência – que propiciam um ambiente de
desenvolvimento psicológico ao indivíduo.
Atualmente, o aconselhamento psicológico é prática exclusiva de
psicólogos, caracterizada por centrar-se nas potencialidades e nos
aspectos saudáveis dos indivíduos, não nas suas fragilidades ou
aspectos psicopatológicos. Além disso, o aconselhamento também tem
como foco o modo como a pessoa se percebe e os projetos pessoais
que quer realizar para desempenhar um papel social produtivo.
Pode-se também caracterizar o aconselhamento como um atendimento
psicológico em períodos de crise, no qual o objetivo é facilitar as
escolhas do indivíduo na situação que vive, escolhas essas das quais
depende seu desenvolvimento posterior.
Assim, esse atendimento está voltado a questões situacionais, ao apoio
e à prevenção, mais comumente dirigido à solução de problemas.
No entanto, como assinala Schmidt logo no início de seu texto,
aconselhamento tem dois sentidos: pode indicar os significados de
sugestão, recomendação e orientação, mais próximos ao sentido de
aconselhamento na perspectiva tradicional; pode ainda denotar a
situação em que várias pessoas se reúnem para pensar e decidir com
justeza a respeito de algo de seu interesse, o que se aproxima da
definição de Rogers da relação de ajuda presente tanto no
aconselhamento quanto na psicoterapia.

Introdução ao Plantão Psicológico

O Plantão Psicológico é um modelo de atendimento psicológico que se coloca


disponível para acolher a experiência do cliente no momento em que ele se decide por
procurar o psicólogo. Seguindo essa mesma orientação, é o cliente que determina o
foco da sessão. O objetivo do encontro é propiciar uma compreensão da situação atual
e o resgate de liberdade e autonomia. Trata-se, portanto, de um esclarecimento da
situação vivenciada.

Não exige um setting terapêutico como outros modelos de atendimento


psicológico, podendo acontecer dentro de instituições. Exige apenas que a instituição e
o profissional garantam a sistematicidade do serviço. Nos relatos de experiência de
CHALOM et al. (1999) e CAUTELLA (1999), o plantão ocorre em instituições em dias e
horários previamente combinados. Sempre nos períodos determinados há psicólogos-
plantonistas disponíveis para atender os interessados. Essa sistematicidade e a
disponibilidade do psicólogo oferecem àqueles que procuram atendimento um ponto de
referência em momentos de necessidade.
O Plantão, em geral, acontece em apenas um encontro. Existe a possibilidade
de ser marcar retornos e follow up, mas o sentido do plantão é resgatar a capacidade
de apropriação da situação existencial, o que não necessita de mais do que um encontro
bem feito. O agendamento de retornos já é uma modificação em relação à proposta
original, pois, nessa situação, o psicólogo determina quando o cliente deve voltar,
decidindo por ele.
É um modelo que corresponde bem às possibilidades de prática psicológica em
instituições, pois não há agendamento prévio, tampouco fila de espera. Todas essas
condições facilitam a implementação do serviço nas instituições e viabilizam o
atendimento a um número expressivo de pessoas.

Sentido da intervenção psicológica no Plantão Psicológico

O objetivo do plantão psicológico é o atendimento no momento da procura do


cliente, o que possibilita um esclarecimento da situação atual que a motivou e a
descoberta dos modos próprios de lida com ela. O psicólogo-plantonista precisa ter
disponibilidade para lidar com o não-planejado. Este é um aspecto crucial deste modelo
de atendimento, no qual o psicólogo coloca-se a disposição para acolher a demanda
que aparecer, no momento em que acontece. Também é necessário que o plantonista
compreenda como possível o acontecimento de um único encontro. Como já foi visto, o
Plantão pode disponibilizar retornos, mas o objetivo não depende do prolongamento dos
atendimentos. Ademais, o plantonista fica disponível para receber o paciente quando
este tomar iniciativa por buscar ajuda, o que deixa de acontecer se o psicólogo indicar
se e quando deve retornar.
As intervenções do psicólogo-plantonista têm o sentido de abrir a compreensão
da experiência do cliente, cultivando uma fala própria. Assim, não cabe a ele explicar o
que está vendo ou propor alternativas. Fazer isso seria pressupor a incapacidade do
cliente de lidar com sua situação, o que, do ponto de vista das abordagens humanistas,
seria desconsiderar sua capacidade de autocompreensão e autodeterminação. Em
geral, esse é um dos motivos da procura nas instituições, pois estas determinam as
possibilidades existenciais de seus agentes, despindo-os de singularidade.
(CAUTELLA, 1999) O plantão surge, assim, como resgate da autonomia do cliente para
a autoria de sua narrativa.

Você também pode gostar