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RELATÓRIO PARCIAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

ESPECÍFICO III– FENOMENOLOGIA

Aluno: GUILHERME AVELINO MARINI


Professora Supervisora: Bárbara Cristina R. Fonseca

Relatório Parcial de Estágio Supervisionado Específico


III – Fenomenologia na Faculdade Católica Paulista
como parte das obrigações para obtenção da graduação
em Psicologia.

Marília - São Paulo – Brasil

Novembro/2023
1- Introdução

A Gestalt Terapia foi desenvolvida na década de 1950, na Alemanha, por Fritz Perls, Laura
Perls e Paul Goodman, como uma abordagem de psicoterapia humanista. Seu surgimento ocorreu em
um contexto histórico e social marcado pela Segunda Guerra Mundial, em que a psicologia tradicional
se mostrou insuficiente para lidar com as questões emocionais e existenciais que surgiram após a
guerra.
A abordagem Gestalt se baseia na filosofia existencialista e fenomenológica, que enfatiza a
importância da experiência subjetiva e da percepção individual para a compreensão da realidade. A
Gestalt Terapia procura entender como as pessoas percebem e dão significado às suas experiências,
valorizando o momento presente e a relação entre o indivíduo e o ambiente em que está inserido. A
teoria enfatiza a importância da integração entre os aspectos físicos, emocionais, mentais e espirituais
do ser humano. Ela considera o indivíduo como um todo, em vez de apenas como a soma de suas
partes. Segundo a Gestalt Terapia, a neurose e outros problemas psicológicos ocorrem quando há uma
desintegração entre esses aspectos, impedindo a pessoa de se adaptar ao ambiente de forma saudável e
satisfatória.
O homem realizado para a Gestalt-terapia é o homem aberto, em constante processo de
atualização, transformação e realização criativa, capaz de unir-se e de separar-se ritmicamente, de
tocar e de ser tocado pelo mundo. É o homem singular, que cresce de modo contínuo, responsável pela
própria existência e consciente de seu lugar e de sua participação no mundo que o cerca. A relação
terapêutica em Gestalt-terapia, compreendida como intersubjetividade, é o lugar da ética: morada,
hospitalidade, solidariedade, ternura, cuidado, encontro; solo fértil a partir do qual o paciente pode
enraizar-se, acontecer em sua singularidade, atualizar suas potencialidades e destinar-se, ou seja,
colocar-se em marcha e em travessia. Nessa perspectiva, a Gestalt-terapia é prática dialógica, contínuo
confronto com a alteridade, a abertura e a disponibilidade para se deslocar dos próprios referenciais e
ser tocado e transformado pelo modo de funcionar do paciente, que nos revelará o que antes dele
desconhecíamos. A terapia é, então, travessia e transformação compartilhadas. (Franzão e Fukumitsu,
2014, p. 20)

1.1.1 Saúde e Doença na Gestalt

Na Gestalt-terapia, a saúde e a doença são compreendidas de maneira holística, levando em


consideração não apenas o aspecto físico, mas também o psicológico, emocional e relacional do
indivíduo. Para a Gestalt-terapia, a saúde não é apenas a ausência de doença, mas sim um estado de
equilíbrio e bem-estar em todos esses aspectos.
A abordagem Gestalt-terapêutica considera a saúde como um estado no qual a pessoa está em
contato pleno com sua própria experiência e com o mundo ao seu redor. Isso implica estar consciente
das emoções, pensamentos e sensações corporais, bem como ser capaz de se relacionar de forma
saudável e autêntica com os outros. A saúde, sob essa perspectiva, envolve a capacidade de viver no
aqui e agora, de forma integrada e satisfatória. Por outro lado, a doença na Gestalt-terapia é vista como
um estado de desequilíbrio, no qual o indivíduo pode estar desconectado de partes importantes de si
mesmo ou de suas emoções. A doença pode se manifestar como sintomas físicos, emocionais ou
comportamentais, e é vista como uma tentativa do organismo de restaurar o equilíbrio perdido.
Portanto, os sintomas da doença são vistos como manifestações do organismo buscando curar-se. A
abordagem Gestalt-terapêutica busca ajudar o indivíduo a restabelecer o contato consigo mesmo e com
seu ambiente, promovendo a consciência e a responsabilidade por suas próprias experiências. Assim, a
terapia Gestalt não se concentra apenas na eliminação dos sintomas, mas na promoção do crescimento
pessoal, no fortalecimento do self e na restauração do equilíbrio entre as diferentes partes da pessoa.
Em resumo, para a Gestalt-terapia, a saúde é um estado de equilíbrio, consciência e contato
pleno com a experiência, enquanto a doença é vista como um desequilíbrio que pode se manifestar de
várias formas e que exige a restauração do contato e do equilíbrio para a promoção do bem-estar.

1.1.2 Psicopatologias na Gestalt

De forma geral, tento descrever abaixo, de forma básica, como a gestalt terapia observa e
trabalha algumas patologias como ansiedade, depressão, tdah, autismo, psicose, borderline e
esquizofrenia. A Gestalt-terapia compreende a ansiedade como um fenômeno que se desenrola na
fronteira entre o organismo e o ambiente. Esta abordagem terapêutica destaca a importância da unidade
indissociável entre a pessoa e seu contexto. De acordo com a visão gestáltica, a ansiedade surge nessa
fronteira e é influenciada por fatores contextuais, afetando a integração e o funcionamento pleno da
totalidade existencial do indivíduo. Assim, a Gestalt-terapia enfatiza a necessidade de considerar o
contexto para compreender a ansiedade de forma holística. Por exemplo, no caso de crianças, o medo
ou a fobia não são experiências isoladas, mas também são moldados pela influência da família e do
ambiente circundante. (ANTHONY, 2009).

A perspectiva da Gestalt-Terapia sobre o Transtorno Depressivo enfatiza a perturbação no


ajustamento criativo, com o ajustamento depressivo prevalecendo. Esse transtorno afetivo abrange
alterações tanto psíquicas quanto orgânicas, afetando a percepção da realidade e da vida. A abordagem
terapêutica busca auxiliar o indivíduo a explorar suas possibilidades de ajustamento criativo, que são
recursos utilizados anteriormente em situações desafiadoras (YANO, 2015). Além disso, Francesetti,
Gecele & Roubal (2014) enfatizam que a depressão pode ser vista como um bloqueio de contato, com
o ajustamento depressivo desempenhando uma função importante e relacionando-se com a tristeza,
uma emoção fundamental para a sobrevivência humana.

Na abordagem da Gestalt Terapia, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade


(TDAH) é compreendido como uma questão relacionada ao limite de contato, onde o indivíduo
enfrenta dificuldades para estabelecer conexões saudáveis com pessoas ou com o ambiente ao seu
redor. Estudos realizados na perspectiva da Gestalt Terapia com crianças diagnosticadas com TDAH
indicam que essas crianças respondem ao mundo de forma hiperativa, hiperatenta e hiperemotiva,
agindo como uma totalidade em movimento. Elas não se adaptam bem a modelos rígidos e métodos de
ensino padronizados impostos por escolas e famílias (ANTONY; RIBEIRO, 2008). Os sintomas do
TDAH podem ser compreendidos à luz do mecanismo de autorregulação, representando uma tentativa
da criança de interagir com o mundo e lidar com as demandas do ambiente contemporâneo. Conforme
Lázaro (2015), essas tentativas frequentemente resultam na manifestação da falta de controle por meio
do corpo, indicando um desequilíbrio entre as esferas emocional, cognitiva e comportamental da
criança.

Segundo Brandão (2017), a literatura gestáltica destaca que nas formas autistas, as pessoas
estabelecem conexões com o mundo de maneiras únicas e exclusivas, reconhecíveis apenas por elas
mesmas. A autora utiliza uma metáfora poética, comparando esse processo ao funcionamento de um
caleidoscópio, que gera infinitas formas e cores. Da mesma forma, os indivíduos com Transtorno do
Espectro Autista (TEA) apresentam, além dos critérios diagnósticos convencionais, uma ampla
variedade de particularidades e singularidades em suas interações, que se desenvolvem ao longo do
tempo, de acordo com sua cronologia interna. Cardella (2014) complementa essa perspectiva ao
afirmar que o ajuste criativo implica imprimir uma marca pessoal nos eventos da vida,
personalizando-os e tornando-os próprios. Isso envolve a atualização das potencialidades singulares e a
manifestação delas na interação com o mundo.

A psicose, por sua vez, é vista como a aniquilação da parte da realidade que está sendo dada na
experiência. Para entender essa ideia, é fundamental compreender como Perls, Hefferline e Goodman,
os fundadores da Terapia Gestalt conceitua a experiência. Segundo ele, a experiência ocorre na
fronteira entre o organismo e o ambiente, sendo essa fronteira fundamental para o funcionamento
psicológico. A realidade, do ponto de vista psicológico, é definida pelas configurações completas desse
funcionamento. Quando o organismo é estimulado por algo novo e se dirige ao contato, ele utiliza sua
agressão para fragmentar o que está presente no ambiente (percepção) ou em seu próprio corpo e
hábitos (propriopercepção) a fim de criar sua própria realidade. Essa dissolução é uma parte necessária
do processo de contato. A ideia de aniquilação, no entanto, representa uma agressividade extrema, na
qual há uma necessidade de destruir o objeto até que ele não esteja mais presente no campo de
percepção. Em outras palavras, aniquilar é transformar algo em nada, rejeitar o objeto e eliminar sua
existência. A gestalt (a totalidade da experiência) se completa sem a presença desse objeto (PHG,
1951/1997).

Sobre borderline, Yontef (1998) descreve a personalidade borderline como um estado de estar
no mundo no qual o indivíduo, em alguns momentos de seu desenvolvimento, perde as fronteiras de
tempo, espaço e relação com os outros. Para essas pessoas, há uma constante sensação de ameaça ou
abandono pelo outro, e essa sensação intensifica-se em qualquer separação. A relação terapêutica é
especialmente desafiadora, uma vez que o sujeito borderline tende a buscar a confluência e a
destruição do outro, ao mesmo tempo em que tenta evitar ser absorvido por ele. Esses conflitos levam
o sujeito a atacar o outro e tentar destruí-lo, o que resulta em sentimentos de fracasso e abandono.
Yontef (1998) observa que o sujeito borderline expressa intensamente seu drama existencial, mas isso
não implica necessariamente uma assimilação ou um bom contato com o que está sendo expresso. Essa
intensidade ocorre no contexto de eventos imediatos e em um presente vazio, ou seja, na ausência de
uma conexão significativa com o passado e o futuro.

No intento de facilitar o processo de saúde existencial de uma pessoa diagnosticada como


esquizofrênica, a gestalt tem como primeira tarefa a compreensão da esquizofrenia como um modo de
ser, um fenômeno relacionado a um contexto e que não pode ser visto simplesmente como uma
doença, ou seja, algo individual. Ginger & Ginger (1995) sustentam esta compreensão ao considerarem
que qualquer fenômeno não é uma realidade em si, mas inter-relação entre ele próprio e o meio que o
circunda momentaneamente. Complementam este entendimento Delisle (1999) e Perls (1988), ao
afirmarem que qualquer experiência humana só acontece no campo organismo-meio. De acordo com
Hycner (1995), citando Buber, é na esfera do entre onde reside a possibilidade de cura da pessoa que
enfrenta conflitos no relacionamento com os outros; ou, de outro modo, com o mundo dos outros.

1.1.3 Gestalt em instituições

Podemos afirmar a importância da saúde pública em relação a gestalt a partir da compreensão


de que quando um indivíduo não consegue reconhecer sua própria identidade como parte integrante de
seu contexto social e não tem acesso aos seus direitos civis e constitucionais, como saúde, alimentação,
moradia, educação e trabalho, ele corre o risco de perder a dinâmica e espontaneidade de seu sistema
de self, entrando assim em um processo de adoecimento. Essa perspectiva reflete uma visão gestáltica
da saúde que se assemelha à abordagem de saúde integral e plural defendida pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). Ambas consideram diversos fatores, como o ambiente físico, socioeconômico e cultural,
fatores biológicos e acesso aos serviços de saúde, na construção do conceito de saúde. Além disso,
ambas reconhecem a importância de uma visão biopsicossocial do ser humano e entendem que essa
abordagem permite uma compreensão mais próxima da experiência humana e de todos os fatores que
contribuem para o adoecimento do indivíduo. De maneira semelhante, a leitura fenomenológica
também enfatiza uma noção de saúde como um processo contínuo, holístico e integral. A saúde é vista
como um processo no qual o organismo se atualiza em conjunto com o mundo, transformando-o e
atribuindo significado à medida que ele próprio se transforma. Nessa perspectiva, saúde e doença não
são opostos, mas sim etapas de um mesmo processo dinâmico de interações.

No contexto escolar, a terapia Gestalt, com sua ênfase na individualidade do sujeito e na


maneira única como ele percebe e assimila o mundo ao seu redor, desempenha um papel crucial no
contexto escolar. Esta abordagem valoriza a interação do sujeito com seu ambiente e como ele integra
seu conhecimento através do processo de aprendizagem. Por outro lado, a Psicopedagogia concentra-se
na compreensão do "sujeto aprendente", investigando como o conhecimento é adquirido e destacando
a importância do processo de construção, não apenas das estruturas já adquiridas. Ambas as
abordagens compartilham um foco na compreensão dos diferentes contextos nos quais o sujeito está
inserido, com ênfase especial na escola e na família, especialmente no contexto psicopedagógico. De
acordo com a Teoria do Campo de Kurt Lewin, a interação e influência mútua entre esses campos
oferecem indicadores cruciais sobre a proximidade, acessibilidade e permeabilidade das fronteiras,
identificando as áreas que requerem intervenção. Portanto, a Gestalt Terapia, ao enfatizar a percepção
individual e a integração do conhecimento, juntamente com a Psicopedagogia, que se preocupa com a
construção do conhecimento e o "sujeto aprendente", formam uma abordagem integrativa poderosa
para compreender e promover o desenvolvimento educacional e emocional das crianças no contexto
escolar. Ambas destacam a importância de considerar o ambiente escolar e familiar como partes
interdependentes da vida do sujeito, onde a intervenção adequada pode ser direcionada com base na
interação desses campos.

A abordagem gestáltica desempenha um papel crucial no contexto hospitalar, onde o processo


psicoterapêutico começa desde o primeiro encontro com o paciente no leito ou nos corredores do
hospital. Esse processo se desenvolve simultaneamente ao diagnóstico psicológico, mas é importante
enfatizar que a psicoterapia não precisa seguir rigidamente os mesmos modelos de diagnóstico
tradicionalmente utilizados pela medicina. Isso ocorre principalmente porque a natureza da
psicoterapia, mesmo na modalidade breve, é intrinsecamente distinta.

Carl Rogers, um dos pioneiros da abordagem gestáltica, argumenta que o diagnóstico


psicológico possui uma importância limitada na psicoterapia, e isso se baseia em várias proposições
fundamentais:

a) O comportamento humano tem sua origem em como uma pessoa percebe a realidade ao seu
redor.

b) Somente o próprio paciente tem acesso a um entendimento completo da dinâmica de seu eu,
seu comportamento e suas percepções. Além disso, ele tem a capacidade de alterar esses aspectos
durante o processo terapêutico.

c) A mudança de comportamento muitas vezes ocorre após a experimentação de uma mudança


ou expansão perceptiva. O mero entendimento racional nem sempre é suficiente para promover essa
mudança.

d) A reorganização do eu e a criação de novos significados precisos derivam principalmente


das forças intrínsecas do paciente.

É evidente que o foco, para a Gestalt-Terapia, está na compreensão da forma como o paciente
percebe sua realidade, na promoção de uma maior consciência de suas experiências e na capacitação
do paciente para explorar e mudar suas próprias percepções e comportamentos. Isso ocorre em paralelo
ao tratamento médico e visa a uma abordagem mais holística e centrada no paciente para promover seu
bem-estar emocional e mental durante a internação hospitalar.

1.1.4. Grupos em Gestalt

A abordagem Gestalt lida com grupos de maneira única, enfocando a dinâmica e a interação
entre os membros do grupo, bem como a percepção individual de cada participante. Kurt Lewin, um
psicólogo social influente e um dos pioneiros no estudo de grupos, desempenhou um papel
significativo na integração dos princípios da Gestalt à psicologia de grupos.
Kurt Lewin desenvolveu a Teoria de Campo, que se tornou fundamental para a compreensão da
dinâmica de grupos na abordagem Gestalt. Segundo essa teoria, o comportamento humano e as
experiências individuais são influenciados por uma "configuração" ou "campo" que inclui fatores
internos e externos. Para Lewin, a dinâmica de grupo é moldada por esses campos, e compreender a
natureza desse campo é essencial para entender as interações e os processos de grupo.

A Gestalt-terapia de grupo, inspirada nas ideias de Kurt Lewin, se concentra em permitir que
os participantes do grupo se tornem mais conscientes de suas próprias experiências e da dinâmica que
ocorre dentro do grupo, Por fim, a Gestalt lida com grupos promovendo a conscientização, a
autenticidade e a exploração das experiências individuais e grupais no momento presente. Kurt Lewin
desempenhou um papel importante ao desenvolver a Teoria de Campo, que influenciou a compreensão
da dinâmica de grupos na abordagem Gestalt e enfatizou a importância de considerar os fatores
contextuais e as interações no estudo dos grupos.

1.1.5. Terapia Familiar e de casal em Gestalt

A Terapia Familiar e de Casal na abordagem Gestalt se baseia nos princípios fundamentais


dessa escola de terapia, que enfatiza a consciência, a responsabilidade e o contato pleno com as
experiências individuais e interpessoais. Essa abordagem busca promover a compreensão das
dinâmicas familiares e conjugais, facilitando a expressão autêntica de sentimentos, pensamentos e
necessidades, e trabalhando para criar relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios. É uma
abordagem dinâmica e interativa que visa criar um espaço seguro para a exploração e o crescimento
dos relacionamentos. Os terapeutas Gestalt trabalham ativamente com os membros da família ou casal
para facilitar a conscientização, a autenticidade e a mudança positiva nas dinâmicas interpessoais.

2- Objetivos

2.1. Objetivo geral:

Compreender e realizar a conexão entre a teoria e a prática nos atendimentos, realizar as leituras
sugeridas para que ocorra aprofundamento da abordagem;
Participar ativamente das supervisões para que ocorra fortalecimento dos atendimentos;
Realizar as sessões de atendimento com os parceiros pautados nos princípios éticos conforme
designados pelo Código de Ética nos fundamentos da abordagem Gestalt Terapia;
Elaborar as documentações exigidas.
2.2. Objetivos específicos:

Aprimorar os conhecimentos técnicos a serem aplicados como futuro psicólogo de ordem teórica, prática
e ética.

3. Metodologia
A abordagem da Gestalt terapia tem como objetivo central a humanização dos atendimentos clínicos,
através de uma compreensão mais profunda do parceiro terapêutico como um ser individual e subjetivo.
Um dos objetivos principais é ampliar a consciência do parceiro terapêutico sobre a forma como ele se
relaciona consigo mesmo e com o mundo, reconhecendo as fronteiras de contato e trazendo a consciência e
responsabilidade dos seus atos para o momento presente. O método fenomenológico é uma abordagem
filosófica e psicológica que se concentra na experiência direta e subjetiva de um indivíduo, a fim de
entender a sua percepção do mundo e as questões que surgem dessa percepção. Na prática clínica, o método
fenomenológico é muitas vezes utilizado na Gestalt-terapia como uma abordagem colaborativa, em que o
terapeuta trabalha em estreita colaboração com o paciente para fazê-lo perceber suas experiências. A
escolha da abordagem foi feita por identificação pessoal com a sua forma de trabalho, acreditando que é
possível conscientizar os parceiros terapêuticos sobre seus comportamentos e ajudá-los a se tornar mais
maduros emocionalmente, agindo no aqui e agora, fortalecendo seu auto-suporte.

É importante ressaltar que, ao utilizar a abordagem gestalt nos atendimentos clínicos, é fundamental
seguir as orientações do Código de Ética do Psicólogo, que estabelece as normas e princípios éticos que
devem ser seguidos pelos profissionais da psicologia. Dessa forma, a prática clínica deve ser realizada com
responsabilidade, respeito, sigilo e comprometimento com a qualidade e ética dos serviços prestados. No
decorrer do estágio todos os documentos escritos que forem produzidos no Centro Psicológico de Prática
Aplicada – CPPA, seguirão estritamente as regras determinadas pelo Conselho Federal de Psicologia
mediante a RESOLUÇÃO Nº 06/19, que apresenta as regras para a elaboração de documentos
escritos/produzidos pelo psicólogo no exercício profissional.

O Estágio supervisionado acontecerá no Centro Psicológico de Prática Aplicada – CPPA do curso de


Psicologia da Faculdade Católica Paulista, situado na Avenida Cristo Rei, 15, Bairro Banzato, Marília/SP.
Este espaço oferece instalações apropriadas para as atividades de Salas de Observação, Salas de Aplicação
de Testes e Salas de atendimento psicológico, individual ou em grupo, com requisitos básicos de
isolamento acústico, com adequada iluminação, climatização, ergonomia, segurança e higiene, nos termos
do Regimento e o Projeto Pedagógico do curso de Psicologia da Instituição. Os atendimentos de
psicoterapia na clínica escola, ocorrem com 2 pacientes, uma vez por semana, de forma presencial, com
duração de 50 minutos cada sessão .

O estágio supervisionado clínico obrigatório é composto de triagem, acolhimento, diagnóstico


interventivo-colaborativo, relação dialógica e experimentos. A triagem é uma etapa importante no
processo terapêutico em que se realiza uma avaliação inicial para identificar as necessidades e
demandas do cliente e verificar se a terapia é o melhor caminho para ajudá-lo. Durante a triagem, o
terapeuta avalia a queixa do cliente, histórico de vida, condições clínicas, contexto social, entre outros
aspectos, para decidir se o tratamento com Gestalt é apropriado ou se outra abordagem seria mais
adequada. É importante destacar que a triagem é um processo colaborativo em que o cliente também
deve se sentir confortável e motivado a iniciar a terapia.
O acolhimento é uma etapa em que o terapeuta se dedica a estabelecer uma relação de confiança
com o cliente. Isso significa que o terapeuta deve criar um ambiente acolhedor e empático, ouvindo
ativamente o que o cliente tem a dizer, sem julgamentos. O objetivo do acolhimento é proporcionar ao
cliente um espaço seguro para que ele se sinta à vontade para falar de seus problemas e sentimentos. O
diagnóstico interventivo-colaborativo é uma abordagem utilizada na Gestalt Terapia que busca
compreender a situação do cliente a partir da perspectiva dele. Ou seja, o terapeuta não faz um
diagnóstico unilateral, mas sim, um diagnóstico em que o cliente é considerado um colaborador ativo
no processo terapêutico. A partir desse diálogo, o terapeuta e o cliente elaboram juntos um plano de
intervenção, que consiste em estratégias para ajudar o cliente a lidar com seus problemas e encontrar
soluções para eles.
A relação dialógica é a base da Gestalt Terapia. Ela é estabelecida entre o terapeuta e o cliente e é
caracterizada por uma comunicação aberta e respeitosa, em que ambos os lados se sentem livres para
expressar seus pensamentos e sentimentos. Nessa relação, o terapeuta e o cliente co-criam o processo
terapêutico, ou seja, o terapeuta não impõe uma solução ou uma visão de mundo ao cliente, mas sim,
ajuda-o a encontrar seu próprio caminho para o autoconhecimento e o crescimento pessoal. Os
experimentos são estratégias utilizadas na Gestalt Terapia para ajudar o cliente a compreender seus
padrões de comportamento e encontrar novas formas de agir.
Os experimentos são realizados em conjunto com o terapeuta e podem ser de diferentes tipos,
como experimentos verbais, corporais, sensoriais, entre outros. Por meio dos experimentos, o cliente
tem a oportunidade de testar novos comportamentos e de experimentar novas sensações e emoções, o
que pode ajudá-lo a superar seus bloqueios e desenvolver uma maior consciência sobre si mesmo.
Os dados usados na elaboração deste relatório foram obtidos durante a experiência como estagiário
dentro da clínica da faculdade, o que demonstra a relevância e validade das informações apresentadas.

3.4 CRONOGRAMA PARA O ESTÁGIO CLÍNICO

3.4.1 Período do Estágio

Data de Início: 07/08/2023

Data de Término: 11/12/2023

3.4.2 Atendimentos Clínicos a serem realizados

M. L. Z. (12 ANOS)

Desde as primeiras sessões deste semestre, M. mostra habilidade em identificar e expressar suas emoções.
Ao reconhecer sua indignação com uma nota em inglês por exemplo, ele revela uma consciência emocional
crescente, assumindo a responsabilidade dentro da situação. Nas sessões subsequentes, M. demonstra um
progresso notável ao assumir a responsabilidade por suas decisões e emoções, como por exemplo
reconhecer que a prova de inglês foi feita por ele e por mais ninguém, expressando seu descontentamento
consigo mesmo, indicando uma maior autoconsciência, percebendo por si só que não estudou o suficiente.
Em determinadas sessões M. trouxe impasses relacionados a questões familiares e o término de uma
amizade. Os experimentos ajudam a trazer essas situações para o "aqui e agora", facilitando a exploração e
o enfrentamento adequado dessas emoções, re-significando e trabalhando sua fronteira de contato. Na
sessão 19, seu entusiasmo e a fluidez de sua fronteira indicam uma maior compreensão de si mesmo e um
fortalecimento do Selfsuporte. Ele compartilha suas experiências de maneira positiva e lógica,
demonstrando uma melhor integração de suas emoções e pensamentos e sugerindo sua aproximação com a
autonomia. No que tange ao término e alta, M. aceita a proposta de reduzir a frequência das sessões,
indicando uma maior autonomia na tomada de decisões sobre seu processo terapêutico. Na última sessão
foi indicada a alta, M. revela uma compreensão profunda de que tudo na vida tem um início, meio e fim.
Ele internaliza a ideia de que as coisas são transitórias e que a mudança é inevitável. M. destaca que
durante os atendimentos aprendeu que, em algum momento, precisaria cuidar de si mesmo, pois só ele pode
fazer isso por si. Essa percepção revela uma maturidade emocional e uma aceitação da responsabilidade
individual em seu processo de crescimento. Através do diálogo terapêutico, M. mostrou-se operante e
funcional. Seu reconhecimento e exploração de emoções, juntamente com a percepção de responsabilidade
e fluidez de fronteira, destacam seu crescimento durante o processo terapêutico, indicando uma maior
capacidade de tomar decisões e enfrentar desafios de forma autônoma. A alta então, marca não apenas o
fim do processo terapêutico, mas também o início de uma jornada mais autônoma e consciente para M.

J. O. N. (35 ANOS)

O parceiro inicia o processo terapêutico com ênfase em questões como depressão, trabalho e pressões
parentais. Através de técnicas de relaxamento e awareness, revela alguns ajustamentos criativos ao lidar
com a ansiedade como se isolar, mexer no celular e dormir até tarde. Durante essas primeiras sessões o
parceiro apresenta consciência do presente, mas com falas contraditórias, indicando necessidade de maior
familiaridade interna e consciência sobre suas próprias emoções e percepções. Em determinada sessão, J.
chega atrasado e expressa um sentimento de culpa consigo mesmo. A partir da relação dialógica, reconhece
a necessidade de "digerir" a culpa, mas confrontado sobre a sua percepção sobre esse processo, revela a
falta de transformação de desejos em objetivos. O parceiro parece não vivenciar a si mesmo, baseando seus
objetivos na visão alheia, muitas vezes sob pressão de seus pais. Os experimentos surgem com animação
para lidar com a novidade, o parceiro ao realizar ao awareness e direcionar sua atenção para suas
percepções, demonstra entrar em contato consigo e suas intenções, assim como desenhos e vontades. Após
um experimento de viagem à fantasia, alcança o insight de que passou anos buscando aprovação paterna. J.
relata assumir as rédeas sobre a própria vida e estabelece limites na relação entre ele e seus pais, relata
também melhorias ao lidar com crises de ansiedade através de técnicas de auto-ajustamento funcional como
dormir mais cedo e passar mais tempo com pessoas de sua rede de apoio. Destaca o relacionamento com
uma figura feminina, evidenciando limites saudáveis e separação entre o eu e o outro. O parceiro funciona
de maneira positiva, em contato consigo e no aqui-agora, priorizando seus objetivos, integrando sua
configuração interna e fortalecendo seu Selfsuporte. Ao longo das sessões, J. evidencia um processo de
desenvolvimento, mostrando uma crescente consciência de si mesmo e uma busca por auto-ajustamento
funcional. O processo dialógico joga luz a importância de reconhecer e lidar com emoções, transformar
desejos em objetivos, e estabelecer limites saudáveis para promover um funcionamento mais positivo e
consciente de si e das funções dos outros em sua vida. O diálogo terapêutico em conjunto com a abordagem
Gestáltica facilitou a compreensão do indivíduo dos desafios internos e a formulação de estratégias para a
promoção do bem-estar emocional colocando sua percepção e intenções como norte de sua vivência.

K. L. M. (22 ANOS)

O parceiro nicia o processo terapêutico após o encerramento do atendimento anterior, também na


abordagem gestalt. Nas sessões, explora temas como a relação com o pai, desafios no trabalho, e
preocupações com a solidão. Sua familiaridade com a terapia gestalt proporciona fluidez nas interações e
um rápido fortalecimento da relação dialógica. Nas sessões, destaca-se a necessidade de ampliar awareness
e auto-suporte, visando a melhor compreensão do parceiro sobre suas emoções e fortalecimento da relação
consigo mesmo, em busca de um Selfsuporte. Em meio a questões profissionais, experimentos como
viagem a fantasia e a dramatização evidenciam que a insatisfação vai além do aspecto financeiro,
apontando para a importância da percepção sobre seu ambiente de trabalho e sugerindo impasses na relação
entre figura-fundo (salário-ambiente de trabalho). Ao abordar questões pessoais, como a solidão,
experimentos terapêuticos de integração e fortalecimento de fronteira promovem mudanças na perspectiva
temporal, conduzindo a uma visão mais ampla sobre o presente e o futuro e sua posição no mundo em
contraste com seus desejos, levando em consideração posição sócio-cultural-histórica e suas possibilidades
a partir delas, não idealizando vivências e sim, vivenciando aquilo que se pode a partir de seus próprios
objetivos. Nas relações interpessoais, K. reconhece desafios, como ciúmes e inveja, indicando avanços na
compreensão das dinâmicas relacionais e maior familiaridade consigo mesmo. No decorrer do processo, K.
demonstra evolução na capacidade de auto-suporte, reconhecendo a natureza momentânea da felicidade e
delimitando sua fronteira para uma interação mais saudável com o ambiente. Ainda relata impasses
cotidianos mas apresenta uma fronteira delimitada e permeável, refletindo uma evolução significativa
conforme a teoria paradoxal da mudança, o que sugere uma melhora em sua relação consigo e a
necessidade de ajustamentos-criativos na relação eu-outro.
R. R. (50 ANOS)

A paciente R., após um período de férias, não retornou para as sessões agendadas. Na perspectiva da
psicologia gestalt, a ausência nas sessões é compreendida como uma figura emergente no "aqui e agora".
Isso significa que o não comparecimento à terapia é considerado um fenômeno. A Gestalt enfatiza o valor
do presente, e a ausência da paciente é vista como uma dinâmica atual a ser explorada, mas apenas caso o
paciente retorne e relate. A não retomada das sessões pós-férias pode indicar mudanças, resistências ou
necessidades que estão se manifestando no momento atual. O terapeuta gestalt, ao entrar em contato com o
relato da ausência e suas questões, pode criar um espaço de consciência para explorar as implicações
imediatas e entender como isso se encaixa no processo terapêutico em curso.

3.4.3 SESSÕES DE SUPERVISÃO - Ênfase curricular I: Processos Clínicos e Promoção e atenção à


Saúde

Disciplina: 10º termo - Estágio Supervisionado Específico III

Dia da semana: Segunda-feira Horário: das 16:00 às 19h00. Local: CPPA

CRONOGRAMA PARA A SUPERVISÃO DE ESTÁGIOS

1ª – 07/08/2023 Apresentação do estágio e acolhimento.


Orientação para atendimentos no CPPA: retomar os principais aspectos/dúvidas
do Código de Ética do Psicólogo e do Regimento Interno do CPPA.
Apresentação dos Modelos de documentos da CPPA/ acesso Canvas (anamnese,
entrevistas, contratos, fichas controle, etc).
Indicação de leitura para discussão na próxima supervisão

2ª - 14/08/2023 Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada


Indicação de leitura para discussão na próxima supervisão.

3ª - 21/08/2023 Discussão sobre os primeiros pacientes atribuídos a cada aluno estagiário (ficha
de inscrição/demanda).
Técnica/experimentos em Gestalt Terapia.
Indicação de leitura para próxima supervisão

4ª - 28/08/2023 Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.


Orientação para realização da evolução do prontuário/ Elaboração do Registro
Processual em Fenomenologia.
Indicação de leitura para próxima supervisão.

5ª – 04/09/2023 Supervisão clínica dos atendimentos realizados/discussão dos casos.


Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.
Técnica/experimentos em Gestalt Terapia.
Análise individual dos registros processuais/correção dos primeiros prontuários e
documentação.
Indicação de leitura para próxima supervisão.
6ª – 11/09/2023 Supervisão clínica dos atendimentos realizados/discussão dos casos.
Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.
Técnica/experimentos em Gestalt Terapia.
Análise individual dos registros processuais/correção dos primeiros prontuários e
documentação.
Indicação de leitura para próxima supervisão.

7ª - 18/09/2023 Supervisão clínica dos atendimentos realizados/discussão dos casos.


Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.
Técnica/experimentos em Gestalt Terapia.
Análise individual dos registros processuais/correção dos prontuários e
documentação.
Indicação de leitura para próxima supervisão.

8ª - 25/09/2023 Entrega (por email ao supervisor) do Relatório Parcial de Estágio.


Supervisão clínica dos atendimentos/discussão dos casos.
Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.
Orientações para a elaboração do Relatório Final de Estágio.
Como elaborar o relatório do atendimento individual de cada paciente atendido
(questões conceituais e éticas)
Indicação de leitura para próxima supervisão.

9ª - 02/10/2023 Supervisão clínica dos atendimentos/discussão dos casos.


Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.
Técnica/experimentos em Gestalt Terapia.
Análise individual dos registros processuais/correção dos prontuários e
documentação.
Indicação de leitura para próxima supervisão.

10ª - 09/10/2023 Supervisão clínica dos atendimentos/discussão dos casos.


Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.
Técnica/experimentos em Gestalt Terapia.
Análise individual dos registros processuais/correção dos prontuários e
documentação.
Indicação de leitura para próxima supervisão.

11ª - 16/10/2023 Supervisão clínica dos atendimentos/discussão dos casos.


Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.
Técnica/experimentos em Gestalt Terapia.
Análise individual dos registros processuais/correção dos prontuários e
documentação.
Indicação de leitura para próxima supervisão.

12ª - 23/10/2023 Supervisão clínica dos atendimentos/discussão dos casos.


Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.
Técnica/experimentos em Gestalt Terapia.
Análise individual dos registros processuais/correção dos prontuários e
documentação.
Indicação de leitura para próxima supervisão.

13ª - 30/10/2023 Supervisão clínica dos atendimentos/discussão dos casos.


Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.
Técnica/experimentos em Gestalt Terapia.
Análise individual dos registros processuais/correção dos prontuários e
documentação.
Indicação de leitura para próxima supervisão.

14ª – 06/11/2023 Supervisão clínica dos atendimentos/discussão dos casos.


Técnica/experimentos em Gestalt Terapia.
Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.
Análise individual dos registros processuais/correção dos prontuários e
documentação.
Indicação de leitura para próxima supervisão.

15ª - 13/11/2023 Supervisão clínica dos atendimentos/discussão dos casos.


Técnica/experimentos em Gestalt Terapia.
Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.
Análise individual dos registros processuais/correção dos prontuários e
documentação.
Indicação de leitura para próxima supervisão.

16ª – 20/11/2023 ENTREGA POR EMAIL DO RELATÓRIO FINAL


Supervisão clínica dos atendimentos/discussão dos casos.
Técnica/experimentos em Gestalt Terapia.
Discussão/aprofundamento teórico da leitura efetuada.
Análise individual dos registros processuais/correção dos prontuários e
documentação.

17ª - 27/11/2023 ÙLTIMO DIA PARA ENTREGA AO PROFESSOR SUPERVISOR DA


PASTA DE ESTÁGIO COMPLETA (inclui todas as fichas de controle de
presença/contagem de horas).
Supervisão clínica dos atendimentos/discussão dos casos

18ª - 04/12/2023 ENTREGA DAS PASTAS (PELO PROFESSOR SUPERVISOR) NA


SECRETARIA.
Supervisão clínica dos atendimentos/discussão dos casos.

19ª - 11/12/2023 Encerramento.

3.4.4 TOTAL DE HORAS EXIGIDAS 10º TERMO: 260 HORAS

A) FICHA 01- SUPERVISÃO: TOTAL 95 HORAS


19 DIAS X 5 HORAS (03 horas com professor + 02 horas atividades/leitura)

B) FICHA 02 - ATIVIDADES PRÁTICAS: TOTAL - 170 HORAS


A) MÍNIMO DE 30 ATENDIMENTOS CLÍNICOS x 5 horas/cada= TOTAL: 150 HORAS
Atenção: Cada atendimento com paciente será considerado: 01h prática clínica + 2h evolução do
prontuário/elaboração de relatórios + 2h estudo/preparação)
B) ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS: 20 HORAS
- Relatório Parcial: 5 horas
- Relatório Final/Elaboração da pasta: 15 horas

TOTAL DE HORAS PREVISTAS NO SEMESTRE (SUPERVISÃO + PRÁTICA): 265 HORAS

FREQUÊNCIA E FALTAS DO ESTAGIÁRIO NA SUPERVISÃO (Art 30º conforme


regimento);

Frequência: mínima para aprovação é de 75% das supervisões e cumprimento integral das
atividades práticas de estágio;

AVALIAÇÃO: NOTA MÁXIMA: 10 pontos.

Na NOTA FINAL serão considerados conforme INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO SUPERVISOR (que consta
na PASTA DE ESTÁGIO FINAL). O não cumprimento/aprovação do relatório final e fechamento das horas em
atividades de atendimento DENTRO DO PRAZO ACORDADO NO PRIMEIRO DIA DO ESTÁGIO, sendo requisito
fundamental , tem como consequência a REPROVAÇÃO IMEDIATA E AUTOMÁTICA.

4. Considerações finais

Minha jornada de aprendizado na prática clínica foi uma experiência verdadeiramente transformadora,
moldando meu crescimento profissional de maneira profunda e significativa. No início, admito que me sentia
um tanto insegur, mas tive a sorte de contar com um suporte inestimável da Supervisora de Campo, Bárbara
Cristina Rodrigues Fonseca. Suas orientações sábias e feedbacks construtivos foram a bússola que norteou meu
desenvolvimento clínico e me auxiliaram a construir relacionamentos sólidos e genuínos com meus parceiros
terapêuticos. Através das supervisões regulares e do processo de fichamento, consegui me preparar
meticulosamente para cada atendimento, o que resultou em uma crescente confiança e competência na prática
clínica. A possibilidade de vivenciar a aplicação prática da teoria me proporcionou um enriquecimento profundo
em conhecimento e aprimoramento de habilidades. Sem dúvida, essa experiência de estágio se tornou um pilar
inestimável na minha formação profissional. Apesar dos desafios que inevitavelmente surgiram, acompanhar
cada caso com a abordagem Gestáltica se revelou extremamente gratificante e me conferiu um crescimento
substancial.

Adicionalmente, a abordagem humanizada da Gestalt expandiu minha visão do ser humano, fomentando
uma empatia mais profunda e um entendimento mais abrangente das complexidades da experiência humana.
Essa perspectiva certamente será um diferencial em minha futura carreira, permitindo-me oferecer um suporte
terapêutico mais aberto e autêntico.
Expresso minha profunda gratidão pela oportunidade de trilhar essa etapa crucial de aprendizado e por ter
sido introduzido aos princípios e práticas da Gestalt-terapia. Sinto-me plenamente confiante e preparado para
enfrentar os desafios que a minha carreira profissional me reservará, carregando comigo os ensinamentos e
valores dessa abordagem profundamente impactante e transformadora.

5. Bibliografia:

ANTHONY, Sheila Maria da Rocha. (2009) A Criança com Transtorno de Ansiedade: seus ajustamentos
criativos defensivos. Abordagem Gestáltica, 1(1), 55-61.

ANTONY, S.; RIBEIRO, J. P. (2004). A criança hiperativa: uma visão da abordagem gestáltica.
Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20(2), 127-134.

ANTONY, S.; RIBEIRO, J. P. (2004). Criança hiperativa: uma visão da gestalterapia. Revista Psicologia –
teoria e pesquisa, 20(2), 127-134.

BRANDÃO, C. L. (2017). Transtorno do Espectro Autista: um mundo visto através do caleidoscópio. In


L. M. Frazão, & K. O. Fukumitso (Orgs.). Quadros Clínicos disfuncionais e Gestalt-Terapia. São Paulo:
Summus.

CARDELLA, B. H. P. (2014). Ajustamento criativo e hierarquia de valores ou necessidades. In L. M.


Frazão, & K. O. Fukumitsu (Orgs.), Gestalt-terapia: Conceitos fundamentais (pp. 104-130). São Paulo:
Summus.

CASTELO BRANCO, A. B. de A.; FIRMINO LEITE, R.; CAVALCANTE LESSA, P. (Ano não
especificado). Atuação da Psicóloga hospitalar na perspectiva da Abordagem Centrada na Pessoa.
REVISTA DO NUFEN: PHENOMENOLOGY AND INTERDISCIPLINARITY.

DUSI, M. L. H. M.; NEVES, M. M. B. DA J.; ANTONY, S. (2006). Abordagem Gestáltica e


Psicopedagogia: um olhar compreensivo para a totalidade criança-escola. Paidéia (Ribeirão Preto),
16(34), 149–159.

FRANCESETTI, Giani., GECELE, Michela., & ROUBAL, Jan. (2014). Gestalt-therapy in Clinical
Practice: From Psychopathology to the Aesthetics of Contact (Gestalt-therapy Book Series). Siracusa:
Instituto di Gestalt HCC Italy.
GONÇALVES BERNARDO, J.; DE BORBA BELMINO, M. C. (2015). Políticas Públicas em Saúde e
Clínica Gestáltica: Tecendo Saberes e Prática. IGT na Rede ISSN 1807-2526, 12(22).

LÁZARO, J. M. (2015). O TDAH na luz da Gestalt: um diagnóstico de campo. Monografia


(Especialização) - Curso de Especialização em Gestalt Terapia, Comunidade Gestáltica, Florianópolis.

MOREIRA MARTINS, A.; MALLMANN, L. J. (2020). A Psicologia Organizacional pelo olhar da


Gestalt-terapia: algumas considerações. Cadernos da Escola de Saúde, 19(2), 95-109.

SANTOS FILHO, Júlio Manoel dos; COSTA, Virgínia Elizabeth Suassuna Martins. (2016). Encontrando
um modo de ser esquizofrênico: arte e técnica na gestalt-terapia. Rev. abordagem gestalt., Goiânia, 22(1),
27-36.

YANO, Luciane Patrícia. (2015). A clínica em Gestalt-terapia: a Gestalt dos atendimentos nos transtornos
depressivos. Rev. NUFEN, Belém, 7(1), 67-85.

YONTEF, G. M. (1998). Processo, diálogo e awareness. São Paulo: Summus.

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