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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIGRAN CAPITAL

Karen Maciel Puck Nogueira 091. 430


Silvia Aparecida Sejas Pereira 091.403

A clínica Gestáltica infantil

Campo Grande MS
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIGRAN CAPITAL

Karen Maciel Puck Nogueira 091.430


Silvia Aparecida Sejas Pereira 091.403

A clínica Gestáltica infantil

Projeto de Pesquisa do Curso de Psicologia do


Centro Universitário UNIGRAN CAPITAL,
apresentado ao professor de TCC Aline
Ferreira dos Santos e ao professor Bianca dos
Santos Cara para fins de avaliação parcial da
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso
e realização da pesquisa bibliográfica e de
campo que culminará(ão) na elaboração do
Trabalho de Conclusão de Curso em forma de
artigo científico.

Campo Grande MS
2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
1.1 PERGUNTA-PROBLEMA
1.2 HIPÓTESE(S)
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
6 METODOLOGIA
7 CRONOGRAMA
8 REFERÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO

1.1 PERGUNTA-PROBLEMA

Como o lúdico facilita a comunicação entre terapeuta e consulente na clínica


gestáltica infantil?

1.2 HIPÓTESE(S)

Hipótese 1 – O recurso lúdico de terapia gestáltica explora a expressão criativa


da criança.
Hipótese 2 – A ludoterapia facilita o maior entendimento em emoções e
sentimentos que a criança não é capaz de nomear.
Hipótese 4 – Este recurso proporciona um melhor caminho para lidar com
frustrações da criança.
Hipótese 4 – O brincar lúdico pode ser um dispositivo para a investigação das
potencialidades da criança.

2 JUSTIFICATIVA

O motivo desta pesquisa vem do desejo de aprender a lidar com a psique infantil,
conhecer mais sobre a técnica da ludoterapia e como ela vem sendo abordada pela
Gestalt. Além disso, tem por intuito inserir essa técnica cada vez mais no campo clínico
para tratar as diferentes dificuldades que são enfrentadas na infância.
Este trabalho aborda as contribuições da terapia lúdica na clínica infantil que
facilita a investigação de potencialidades da criança, apresentando os instrumentos
usados nesse processo, a fim facilitar a comunicação entre clínico e consulente, para
então promover o desenvolvimento saudável. Assim como, busca conhecer em que
momento esta técnica passou a ter um olhar de auxilio no desenvolvimento infantil na
visão da Gestalt-Terapia. Sendo imprescindível a compreensão da história do
processo lúdico dentro da teoria abordada como dispositivo norteador para esta
pesquisa.
É no século XIX, na psicanálise de Freud, que começou a se aprofundar a
análise da infância de cada paciente, visto que os adoecimentos eram causados por
questões que ocorreram na infância. A partir disso, foi percebido que os sentimentos
da criança importavam tanto quanto os de um adulto.
A psicanalista Melanie Klein, foi quem inseriu o brincar como instrumento na
psicoterapia infantil. Depois dela, outros estudiosos enxergaram benefícios nesse
novo método de linguagem da criança, assim, assumindo as técnicas lúdicas, como
foi feito por Winnicott.
Sabe-se que é na infância onde mais se constrói fundo de vividos, no qual vão
seguir juntos por toda vida. Dependendo de como essa infância é vivida, pode acarretar
em possíveis desajustamentos futuros. A partir dai, é de suma importância que cada
criança receba atenção e compreensão necessária do meio em que está inserida.

A ludoterapia é um recurso muito utilizado por terapeutas para o maior


entendimento na psicoterapia. Esta técnica facilita o diálogo entre terapeuta e
consulente, visto que há crianças que não são capazes de nomear sentimentos e
emoções. Assim, ao brincar a consulente expressa conteúdos internos de maneira lúdica,
cabendo ao terapeuta fazer a investigação da simbologia dessas brincadeiras. Desse
modo, a relação do brincar como desenvolvimento infantil e a abordagem gestáltica,
está ligada em uma criação da forma de expressão, sendo esta o instrumento de
linguagem da criança, ou seja, é brincando que ela se comunica com o terapeuta para
assim ser acolhido, visto que este consulente é enxergado com singularidade e
envolvido e em transformação com o seu meio.

Na abordagem gestáltica, parte-se do pressuposto de que o homem vive


isoladamente. Interagindo com seu meio circundante (as pessoas que o cercam,
os sons que escuta, os cheiros que sente, os sabores que lhes transmite o
paladar, as ondas luminosas que os permitem ver, os objetos que toda e tudo
que lhe desperta emoção e pensamento), o homem é em todos os momentos
um ser em relação que transforma o mundo e a si mesmo. Essa interação
ocorre por meio do contato trazido pelo movimento figura-fundo. Tal como
uma girândola, que instante após instante faz brotar uma cor luminosa, assim é
o constante surgimento da figura motivacional, que leva o homem ao buscar o
contato. Assim é a criança. Na família, ocupa seu espaço, configura seu campo
e reconfigura seu campo familiar (ANTONY, 2010, p. 11)

A Gestalt-Terapia (GT) entende o homem em sua totalidade, como um ser único


e singular, sendo este um sujeito capaz de transformação de si. Assim é visto também a
criança, na qual se transforma de acordo com seu meio, e carrega consigo uma bagagem
de diversos contextos da sua vida. Esta bagagem é o que chamamos de fundo de
vividos, no qual o terapeuta acolhe o que é trazido à terapia, buscando sempre o contato
com as fronteiras do consulente.
Portanto, esta pesquisa pode contribuir na aprendizagem da educação infantil
em escolas e na clínica terapêutica como método de estudo na aplicação da
ludoterapia. Faz-se necessá ria a ampliaçã o das técnicas lú dicas na atuaçã o da Gestalt,
fortificando a abordagem desta prá tica com crianças e enfatizando a importâ ncia desses
instrumentos para a á rea da psicologia. Vale salientar a relevâ ncia de uma boa relaçã o
terapêutica para que o encontro com o consulente seja genuíno, no qual requer ter em
mente a inclusã o de ser acolhedor, amoroso e comunicativo, dando a oportunidade do
consulente ter um vinculo de confiança com seu terapeuta. Dessa forma, cabe ao terapeuta
observar, acompanhar e intervir, incluindo a todo o momento os pais ou responsá veis pela
criança.

3 OBJETIVOS

a) Objetivo Geral
Compreender como o lúdico pode facilitar na compreensão do terapeuta em
questões da psique não verbalizadas pela criança.
b) Objetivos Específicos
- Compreender o processo lúdico nos contextos físicos, cognitivos, emocionais e
sociais no desenvolvimento infantil.
- Analisar o aumento na melhora de habilidades e autonomia.
- Investigar os aspectos históricos da ludoterapia.
- Identificar as contribuições do lúdico na terapia.
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (OU REVISÃO DE LITERATURA)

Para falarmos do tema central desde trabalho, devemos começar a entender o


que é a Gestalt-Terapia, suas influências, historicidades, e como ela trabalha no campo
clínico, para que assim possamos introduzir mais afundo sobre a clínica infantil e o
lúdico na visão gestáltica.
O termo Gestalt origina-se do alemão (Gestalten), que significa “dar forma”,
segundo Ginger (1995). De acordo com Rodrigues (2011), o objetivo da Gestalt-Terapia
não está nas explicações, mas sim em fazer uma forma de trabalho que priorize a
conscientização da pessoa como forma autônoma de ser e agir. O intuito dessa
abordagem existencial não se preocupa em mostrar as causas para o comportamento das
pessoas, ela considera o indivíduo em sua totalidade, com possibilidades de
conhecimento pessoal, autonomia sobre suas ações, compreensão do seu meio vivencial,
em uma atitude fenomenológica, dando valor em sua singularidade no mundo.
A Gestalt-Terapia é fundamentada nas teorias humanista, fenomenológica e
existencial, originando-se como uma terceira força, que se contrapõe a psicanálise e
behaviorismo, “sugerindo uma abordagem mais descritiva e priorizando o ser humano
que procura pelo trabalho psicoterápico, ao invés de somente lidar com teorias sobre
ele” (RODRIGUES, 2011, p. 28). Tem como filosofias de base o Holismo-
Organismico, a Teoria do Campo e a Psicologia da Gestalt.
A abordagem surge com Fritz Perls, na tentativa de integrar o corpo e a psique,
sendo capaz de enxergar o ser como um todo, não fragmentado, tornando essa totalidade
essencial para a compreensão do indivíduo.
Aguiar (2014, p.32) descreve o holismo da seguinte forma:

“A concepção holística do homem e de mundo acredita que o universo – ele


mesmo uma totalidade – organiza-se em um número infinito de totalidades que
contêm em si outras totalidades menores, que, por sua vez, abarcam outras
totalidades e assim por diante, até chegarmos ao indivíduo, ele mesmo também
uma totalidade”.

Dessa forma, entendemos que o homem não é só uma parte, mas um todo e que
está inserido em seu meio influenciando e sendo influenciado por este de forma ativa.
Sendo assim, muito mais que só a soma de todas as partes.
De acordo com Müller-Granzotto (2014), a forma da Gestalt de fazer clínica
resgata o estilo crítico dos cínicos gregos, que tem a capacidade de desviar-se a aquilo
que não se encaixa na civilização, ao estranho. O que foi denominado por Lucrécio
como elemento desviante (Clinamen). Assim, o que faz um clínico gestáltico é esta
capacidade de desviar-se para esse estranho que se apresenta no campo. Dessa forma:

“A clínica é o exercício do dizer tudo, ou do de deixar-se dizer mais além ou


mais aquém do que já é sabido, como se assim pudéssemos transcender as
posições escolásticas que adotamos sobre nós mesmos e sobre os outros.
Trata-se de uma autorização ou acolhida àquilo que no discurso e na ação
causa desvio, desviando-se do caminho [...] porquanto o exercício do desvio
não está orientado por nenhum dogma, meta ou finalidade. Fazer clínica,
nesses termos, é encontrar e acolher, no discurso e na ação do(s) interlocutor
(es), o estranho ou inesperado que possa(m) produzir” (MÜLLER-
GRANZOTTO; MÜLLER-GRANZOTTO, 2014, p. 7)

Nesta abordagem fenomenológica, o método clínico consiste no acolhimento


daquilo que não é aceito em sociedade, no conhecimento do processo da awareness, o
que se dá pela consciência, e busca a compreensão baseando-se no que é obvio ou
relevante naquela situação, incluindo observar e interpretar tanto o organismo quanto o
ambiente.
Logo, a relação terapêutica consiste de uma maneira mais integrada, a um
termo chamado inclusão que leva o envolvimento com o cliente mais afundo de modo a
tentar entrar no mundo do outro ou entender e compreender emocionalmente tal mundo
e o que se passa ou o que sente naquele momento, “o aqui e o agora”. Assim, se
diferenciando de outras abordagens, o que não necessita fazer escavações no passado,
ainda sim tendo a liberdade de anular este aspecto visto se a uma necessidade do cliente
com conflitos e vivências inacabadas e que de alguma forma estão retomando no
presente, trabalhando as lembranças para resinificar os significados trazidos, ressaltando
de não perder a pessoa em sua integridade.
Nesse segmento, para Maria e Almeida (2010), o processo busca instrumentos
necessários para especializações o qual contém um grande universo disponível. Esta
vasta bagagem de fundamentações teóricas é o que orienta e conduz o modo
característico de atuação Gestáltica. Deste modo, no consultório pode haver momentos
de dúvida no qual o psicoterapeuta deve pensar como propor a intervenção integrada a
situação do cliente.
Para Maria e Almeida (2010) há pistas que podem nos orientar nessa linha:

“Esses elementos pertencem à categorias diversas: coisas que o cliente nos


fala, coisas que ele nos mostra em seu corpo, coisas que ele nos sinaliza, por
meio da sua postura, gestos, entonação. Essas pistas nos apontam vias
possíveis para intervir em busca de uma compreensão mais acertada a
respeito do funcionamento geral daquela pessoa em particular.”

Outras ferramentas básicas podem auxiliar na prática da clínica gestáltica, como


a abordagem dialógica e o método fenomenológico, visto que a postura do dialogo é de
suma importância para estabelecer o vínculo de terapeuta e cliente. O bom
relacionamento fortificado permite que o cliente exponha suas expectativas e tristezas,
compartilhando o seu mundo interno, possibilitando restaurar conexões, conflitos
inacabados que se foram ao longa de sua vida.

5 METODOLOGIA

Para a realização desse trabalho, utilizamos a metodologia de natureza descritiva


no modelo quantitativo o qual emprega a revisão de literatura, elaborado pelo
levantamento bibliográfico a partir de livros, artigos, sites e revistas do tema abordado,
a fim de solucionar a problemática proposta e sanar os objetivos desta pesquisa, o
projeto está sendo realizado entre os meses de agosto e outubro de 2020.
Logo para delimitação do seguinte estudo, utilizou-se como descritores, Gestalt
– terapia, recurso lúdico, clinica infantil e clinica gestáltica, tal como o período de
coleta dos artigos produzidos são do ano de 2010 a 2020 nas seguintes bases de dados,
Periódicos CAPES, Scholar Google (Google Acadêmico) e Biblioteca Acadêmica
Unigran Capital. A seleção dos estudos restringiu-se aos realizados no brasil, como
critério o recurso lúdico na visão da abordagem gestáltica, priorizando nesta pesquisa o
idioma português.
A análise iniciou-se com a leitura dos títulos dos estudos, no segundo momento
foram lidos os resumos e selecionados como critérios o recurso lúdico, artigos
científicos que tinham como amostra variáveis de como compreender o processo entre
terapeuta e cliente na clínica infantil gestáltica e identificar as contribuições do lúdico
na terapia. Por fim obtendo a leitura dos textos selecionados e analisados de acordo com
a proposta do projeto.
Abaixo na figura 1, observa-se o processo metodológico com as etapas do
estudo.
6 CRONOGRAMA

F
e
N D
v S
A O o e
e M Ju et
A M Ju g ut v z
r ar n e
br ai lh os u e e
e ç h m
il/ o/ o/ to br m m
Etapas i o/ o/ br
2 2 2 / o/ br br
r 2 2 o/
0 0 0 2 2 o/ o/
o 0 0 2
2 2 2 0 0 2 2
/ 2 2 0
0 0 0 2 2 0 0
2 0 0 2
0 0 2 2
0 0
0 0
2
0

Conhecimento da
X
estrutura do projeto
Escolha do tema X
Elaboração da carta de
X
intenção de pesquisa
Definição da pesquisa
X
com o orientador
Escolha do referencial
X
teórico
Estudo do referencial X
Fichamento do
X
referencial
Elaboração do projeto
X
de pesquisa
Conclusão do projeto
de pesquisa
Realização da
pesquisa
Análise dos dados
Elaboração do artigo
científico
Apresentação da
pesquisa
Revisão do artigo
científico
Entrega definitiva do
artigo científico à
coordenação do Curso

7 REFERÊNCIAS

AGUIAR, Luciana. Gestalt-Terapia com crianças: Teorias e práticas. 2. ed. São


Paulo: Summus, 2014. ISBN 978-85-323-0895-5.

ALMEIDA, Josiane Maria Tiago de. Reflexões sobre a prática clínica em Gestalt-
terapia: possibilidades de acesso à experiência do cliente. Rev. abordagem
gestalt. [online]. 2010, vol.16, n.2, pp. 217-221. ISSN 1809-6867.

ANTONY, Sheila. A clínica gestáltica com crianças: caminhos de crescimento. São


Paulo: Summus, 2010.

GINGER, S e GINGER, A Gestalt uma terapia do contato. 2ªEd. São Paulo-SP:


Summus, 1995.
LIMA, G.C e LIMA, D.M.A. O brincar como meio facilitador da expressão da
criança sob a perspectiva da Gestalt-terapia. IGT rede [online]. 2015, vol.12, n.22,
pp. 28-52. ISSN 1807-2526.

MÜLLER-GRANZOTTO, Marcos José; MÜLLER-GRANZOTTO, Rosane


Lorena. Clínicas Gestálticas: sentido ético, político e antropológico da teoria do self.
São Paulo: Summus, 2014.

RODRIGUES, Hugo Elidio. Introdução à Gestalt-Terapia: Conversando sobre os


fundamentos da abordagem gestáltica. 8. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2011. ISBN 978-
85-326-2406-2.

SILVA, Marcela Lombello Contrera da, ALENCAR, Silvia Oliveira de. Gestalt-
terapia e corpo: uma revisão literária. IGT na Rede, Rio de Janeiro, RJ, 8.15, 15 12
2011. Disponível em: <https://www.igt.psc.br/ojs/viewarticle.php?id=334>. Acesso em:
12 10 2020.

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