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PSICANÁLISE CLÍNICA NA EDUCAÇÃO

Psicanálise infantil e educação

Thays Morettini14/02/2023

Contribuições da psicanálise para a educação


A relação entre psicanálise infantil e educação é muito evidente nos dias atuais, um
ambiente escolar em que há cuidado e acolhimento pode contribuir para o vínculo
entre o professor e o aluno, bem como do próprio aluno com seus colegas. Por
isso, é interessante que haja um estreitamento de laços e um bom relacionamento
em sala de aula. São diversas as contribuições da psicanálise infantil para a
educação, vamos ver a seguir algumas delas.

Freud tinha uma inclinação pela pedagogia, área que possibilitou um olhar sensível
aos educadores e para crianças e do adolescentes. Na formação do professor, as
práticas pedagógicas são importantes uma vez que visam oferecer condições aos
professores para muni-los com ferramentas essenciais no enfrentamento dos
desafios que surgem constantemente no cotidiano escolar.

Freud afirmou que a pedagogia é uma área do conhecimento que a psicanálise


encontrou contribuições, que foi decorrente da descoberta dos desejos e dos
processos de amadurecimento da infância e da adolescência. Por meio da
psicanálise, o sujeito volta-se para seu próprio discurso, torna-se autor de sua
palavra e também dos seus próprios desejos.

Anna Freud, filha de Sigmund Freud, decidiu relacionar a psicanálise com a


pedagogia, tendo em vista um olhar crítico sobre as normas pedagógicas que
estavam em vigor na época. Anna Freud se aprofundou no conhecimento que o
pedagogo tem como base, aguçando seu entendimento a respeito das relações
complexas entre a criança e os educadores.

Pode-se afirmar que dentre as possíveis contribuições que a terapia infantil no


ensino pode favorecer a educação está na criação de uma boa convivência entre
professor e aluno. Nessa relação, diversas transferências por parte do aluno, e
contratransferências por parte do professor, podem revelar muito sobre a dinâmica
de relacionamento tanto do educador quanto do educando.
O ensino-aprendizagem e a clínica psicanalítica
A Psicanálise viabilizou um avanço considerável por meio da escuta especializada.
A educação propicia um espaço em que professor e aluno se relacionam em sala
de aula. A escola é um lugar de socialização em que crianças e adolescentes
desenvolvem, aos poucos, a sua personalidade.

Antes de tudo, a psicanálise é um método que exige a realização de um


permanente retorno a si mesmo. Torna-se mais fácil para o professor refletir sobre
a sua própria prática pedagógica a partir do momento em que ele recebe a escuta
de alguém que está fora da situação pedagógica.

No processo de ensino-aprendizagem, os pais ou os cuidadores responsáveis pela


criança precisam instigar as crianças e os adolescentes para que eles se
desenvolvam como membros ativos da sociedade, contribuindo para um ambiente
familiar e social harmoniosos.

Tanto os pais quanto os membros da família devem, necessariamente, prezar pelo


aprendizado, amadurecimento e pela saúde mental das crianças bem como dos
adolescentes. Nesse contexto de ensino-aprendizagem, o eixo psicanálise infantil e
educação pode fornecer ferramentas que permitirão que o professor tenha a
devida instrução para lidar com as adversidades da sua profissão.

As crianças, assim como os adolescentes, precisam ser valorizados e instigados


para o conhecimento que os tornará cidadãos ativos da sociedade. O cuidado com
a saúde mental de crianças e adolescentes é muito importante, sobretudo, para
assegurar que as gerações futuras se desenvolvam de forma saudável.

Nesse processo, a mãe e o pai são os responsáveis pelo cuidado dos filhos. Uma
vez que estes vão para a escola, é o professor que passa a exercer os imagos
parentais, de modo que a criança e o adolescente criam um vínculo especial com o
educador.

Muitas vezes, o aluno fará diversas projeções na figura do professor, essas


projeções chamam-se transferências, tarta-se de uma ferramenta útil para a prática
psicanalítica. O aluno poderá projetar afetos positivos e também negativos na
figura do professor.

Em contrapartida, o professor também poderá correr o risco de projetar os seus


sentimentos nos educandos, o que pode ser severo e prejudicial para a formação
do aluno. Nesse caso, é interessante que o professor busque o apoio de uma
análise para lidar com as suas questões e expor os desafios enfrentados na sua
profissão.
Com o apoio de um bom analista, o educador será instrumentalizado para ter um
manejo melhor junto aos alunos. Assim, vínculos saudáveis podem ser criados
pelas duas partes. È importante pontuar que, nessa relação, quem tem o cérebro
maduro é o adulto e não a criança. O educador tem uma grande responsabilidade
e precisa ter consciência da dimensão desse processo.

A criança e o adolescente estão passando por diversas transformações ao longo de


seu amadurecimento, com isso, pode haver dificuldades para que o professor
desenrole o seu papel com certa tranquilidade. Os problemas sempre aparecerão,
por isso, o professor deve buscar por uma análise pessoal para auxílialo com as
suas questões pessoais e profissionais.

A importância da psicanálise para a educação


Aqueles que desejam ser psicanalistas podem encontrar na psicanálise infantil um
campo vasto e enriquecedor. As teorias que se voltam para o amadurecimento
foram desenvolvidas por psicanalistas renomados, tais como Donald Winnicott, um
psicanalista inglês que também era pediatra, Melanie Klein, uma psicanalista
austríaca, que estudou as fantasias inconscientes das crianças, e Anna Freud, filha
de Sigmund Freud, que concentrou os seus estudos em uma base mais próxima da
pedagogia do que da psicanálise em si.

Além de estudar a teoria, que é uma das partes essenciais para o tripé psicanalítico,
o analista deverá se debruçar sobre a literatura direcionada para a psicanálise
infantil, seguindo as respectivas linhas que contribuem efetivamente para a clínica
com crianças, buscando a bases que fundamentaram a atual do contexto
psicanálise infantil e educação.

No momento em que o psicanalista definir a psicanálise infantil como foco de seus


atendimentos é importante que seja iniciada a prática, outro fator fundamental do
tripé psicanalítico. Para isso, o analista deverá ter o respaldo da teoria, mas
também dispor de técnicas e ferramentas diferenciadas e exclusivas para prestar o
atendimento de crianças, que se difere muito do atendimento de alunos.

Com a teoria e a prática bem desenvolvidas, o psicanalista deve ter a sua análise
pessoal sempre em dia e fazer a supervisão clínica, que é fundamental para que o
analista leve os casos mais complexos que devem ser estudados sob o olhar de um
analista mais experiente.

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que podem contribuir imensamente com o seu percurso na psicanálise infantil.
Nossa equipe foi escolhida por critérios técnicos e vai te ensinar o manejo
adequado para lidar com crianças e as ferramentas essenciais para esse tipo de
atendimento. Seja aluno do curso de psicanálise do Ibrapsi, solicite já a sua bolsa
de estudo.

Como fazer o paciente falar na terapia?


Separei 5 dicas para você fazer os pacientes falarem mais, e
principalmente, para eles se sentirem satisfeitos com o seu atendimento.
1. Faça perguntas abertas. ...
2. Evite perguntas fechadas. ...
3. Instigue a imaginação. ...
4. Responda perguntas com outra pergunta. ...
5. Fique atento as respostas.
Como iniciar um atendimento infantil?
Conte com algumas práticas que demonstram a sua paciência, atenção e
cuidado, como:
1. Tenha contato visual e se abaixe para falar com a criança.
2. Não se esqueça de sorrir durante o atendimento.
3. Converse sobre os brinquedos que a criança leva à clínica.
4. Respeite o tempo do paciente infantil.

O que falar na primeira sessão de terapia?


Normalmente, na primeira sessão de terapia, o psicólogo aplica uma
anamnese, ou seja, pergunta coisas básicas sobre sua vida. Essa fase inicial é
importante para o terapeuta conhecer um pouco suas características e realizar
uma avaliação sobre sua situação.

As primeiras sessões são realizadas com os pais, ou quem exerce essa função. O
psicólogo realiza entrevistas iniciais para reunir informações sobre a história da
criança e para conhecer a dinâmica da família em que a criança está inserida.

O paciente é levado a refletir e se enxergar de outra maneira durante a abordagem


psicanalítica. Com o auxílio do psicólogo, durante as sessões de análise, o paciente
passa a conhecer melhor a própria mente e a identificar a razão de seus sentimentos,
conflitos e emoções.

Como a psicoterapia infantil de base psicanálise conduz o tratamento?


O psicoterapeuta pode, assim, emprestar sua compreensão ao psiquismo dos
pais, valendo-se da função materna nas atitudes de antecipar e possibilitar a
emergência de sentido, para tornar possível olhar, desejar, sentir a criança real,
devendo promover o fortalecimento dos vínculos entre esta e seus genitores.
Quais perguntas um psicanalista faz?
Quais são as suas preocupações no momento? O que ainda não está bem na
sua vida? O que você deseja mudar no seu jeito de ser, pensar, se relacionar,
trabalhar ou de viver hoje? O que em sua vida faz com que você se sinta feliz?

Como atender na abordagem psicanalítica?


É preciso se mostrar disposto e flexível para ajudar o indivíduo e atender as
necessidades momentâneas dele. A abordagem inicial deve levar o outro a se
sentir confortável em pensar na volta. Sem contar que é preciso deixar claro
que apenas uma sessão não resolverá completamente o problema do visitante.

Como é o atendimento infantil na psicanálise?


A psicanálise infantil, porém, busca tratar a criança como ser dotado da
capacidade de constituir sua própria demanda clínica, desde que “promovida a
um lugar de sujeito, no desenlace da escuta, da palavra e do brincar”, como
ressalta artigo publicado na revista Estilos da Clínica.
Como fazer o primeiro atendimento na psicanálise?
A primeira sessão é considerada uma entrevista, é o momento no qual busco
informações sobre a demanda do paciente, sobre o que exatamente ele (a)
quer dizer, então, abro espaço para que fale sobre sua necessidade, o que o
levou a buscar a terapia.

1 As 4 Regras técnicas legadas por Freud


 Introdução.
 Associação Livre - a regra fundamental.
 A regra da atenção flutuante.
 A regra da abstinência.
 A regra da neutralidade.

Uma re-visão das “regras técnicas” recomendadas por Freud. In: Manual de
Técnica Psicanalítica. David Zimerman. Artmed, 2004.
 Freud nos deixou contribuições muito importantes sobre o manejo clínico.
Entre essas contribuições estão as famosas “regras técnicas”.
 As regras técnicas legadas por Freud ainda são válidas hoje em dia?

 Regra Fundamental
 Também conhecida como Associação Livre. Por que Freud a achava tão
importante?
 Os limites e problemas da Hipnose.
 A descoberta da regra fundamental a partir da Hipnose.
A descoberta da resistência e sua relação com a associação livre.
A regra fundamental deve ser informada ao paciente?
 A relação entre a regra fundamental e o mecanismo de deslocamento.
 Outras formas de se coletar material além da associação livre.
 A utilização da associação livre como defesa.
 A associação livre e o silêncio.
 O que mudou nos dias atuais sobre a regra fundamental?
Regra da Atenção Flutuante
 A atenção flutuante como ontrapartida da associação livre.
 A relação da atenção flutuante com o conceito de inconsciente.
A regra da Abstinência
 Essa regra está ligada ao nível de envolvimento que o analista tem com o
paciente.
 Por que Freud criou essa regra?
 A importância de se valorizar o vínculo analítico.
O perigo de se tornar um analista frio e até sádico, caso essa regra seja
seguida de forma exagerada.
 A diferença entre preservar o vínculo e ser uma analista fóbico.
O analista pode responder a algumas perguntas pessoais feitas pelo
paciente?
 O analista deve contratar serviços profissionais do paciente?
 Exemplos de atitudes fóbicas e de atitudes muito permissivas por parte do
analista.
O que mudou no que diz respeito à abstinência?
A regra da Neutralidade
 Em suas recomendações aos psicanalistas que exercem a psicanálise,
Freud diz que “o psicanalista deve ser opaco aos seus pacientes e, como
um espelho, não lhes mostrar nada, exceto o que lhe é mostrado”.
 A neutralidade diz respeito à imparcialidade, ou seja, o analista deve aceitar
seu paciente pelo que ele é.
 Mas isso não significa ser indiferente.
 Esse conceito deve ser entendido no que diz respeito aos desejos de
analista, suas crenças e opiniões pessoais.
 Não cabe ao analista preferir este ou aquele caminho para seu paciente.
Seu papel é incentivar seu paciente a ir atrás de seus sonhos (do
paciente).
 A mais alta moralidade é a aceitação do outro como alguém diferente. Os
valores do paciente e suas opiniões devem ser respeitados.
 O analista não toma partido. Ele está do lado da verdade.
 É possível ser 100% neutro?
 O perigo de se levar a neutralidade a um extremo prejudicial.

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