Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
10 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 51
2
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI , esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
3
2 TERAPIA COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA
Fonte: posgraduacao.br
4
Percebe - se, neste modelo, que todo ambiente no qual a criança interage deve
ser considerado e também ser foco de intervenção. Neste sentido, pode-se orientar,
inclusive, outros familiares e a escola.
5
Outras crianças chegam porque têm dificuldades para fazer amigos, são muito
quietas, tímidas, ansiosas, muito tristes ou agitadas. Crianças que adoecem muito,
que não obedecem aos pais, que desenvolveram obesidade, que têm enurese
noturna, aquelas que têm dificuldades de aprendizagem ou de atenção também
podem ser ajudadas pela psicoterapia cognitivo-comportamental infantil.
Fonte:casulepsicologia.com
6
discutidas com o terapeuta, assim como observar seu próprio comportamento e
entender de que forma os pais podem estar contribuindo para a manutenção do
problema.
Uma infância saudável é essencial para o desenvolvimento pleno do adulto.
Perante tantas mudanças sociais e familiares que temos enfrentado atualmente, é
essencial que o adulto esteja atento às necessidades psicológicas das crianças.
Diante das dificuldades, o processo terapêutico pode ser um grande aliado no resgate
da saúde mental das crianças e das relações de afeto entre pais e filhos.
A psicoterapia com crianças é uma área que vem sendo foco de interesse nos
últimos anos, especialmente no âmbito de promoção e prevenção. De fato,
recentemente o tratamento psicológico de crianças e adolescentes têm sido
considerados não apenas como uma medida terapêutica, mas principalmente como
uma forma de prevenção de doenças mentais e de promoção de saúde. Soma-se
também a esses fatos o movimento em defesa e de valorização de diagnósticos
precoces na infância visando a tratamentos mais eficazes e prevenção de
psicopatologias na vida adulta.
Uma das abordagens teóricas atuais que tem apresentado propostas
terapêuticas no que se refere ao atendimento de crianças e adolescentes é a Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC). No contexto das psicoterapias, a TCC é uma
abordagem teórica que pode ser considerada recente, desenvolvida nos anos 60 por
Aaron Beck a partir do pressuposto de que o modo como o paciente processa e
interpreta as situações é o que gera o sofrimento.
O objetivo da Terapia Cognitivo-Comportamental é atingir a flexibilidade e
ressignificação dos modos patológicos de processamento da informação, uma vez
que se postula que os indivíduos não sofrem pelos fatos e situações em si, mas pelas
interpretações distorcidas e rígidas que fazem dos mesmos. Já é possível encontrar
na literatura evidências científicas de que essa modalidade de tratamento é eficaz
para um grande número de patologias psiquiátricas e demandas psicológicas.
7
Essa abordagem teórica orientada para a clínica foi primordialmente
direcionada para o atendimento de adultos, uma vez que algumas das técnicas
inicialmente utilizadas requerem certo grau de maturação cognitiva.
Entretanto, observa-se que, a partir da década de 1980, os trabalhos
relacionados à Psicoterapia Cognitivo-Comportamental com crianças e adolescentes
começam a crescer e apresentar maior consistência, o que pode estar relacionado
aos modelos construtivistas dentro da abordagem cognitivo comportamental, que
enfatizam o papel proativo e dinâmico dos indivíduos em suas experiências. Essas
abordagens retomam a importância das intervenções focadas nas emoções e do
caráter interpessoal de construção do conhecimento.
Fonte: rbtc.org.br
8
desenvolvimento e investimento. Os principais mitos sobre a TCC na infância e
adolescência podem ser identificados abaixo.
Fonte: rbp.celg.org.br
9
com crianças e adolescentes, além de centrar na ativação e entendimento das
emoções - as quais os jovens têm dificuldade de diferenciar dos pensamentos,
também deve trabalhar em termos de pensamentos adaptativos e não adaptativos
("que ajudam e não ajudam").
Atualmente ainda são poucos os profissionais da psicologia que têm
conhecimento e realizam atendimentos com crianças e adolescentes na abordagem
cognitivo-comportamental.
Ainda existem muitas crenças distorcidas que complicam a interlocução entre
diferentes linhas teóricas, dificultando, muitas vezes, a discussão de casos e o
encaminhamento de pacientes.
O desconhecimento de como é possível de realizar TCC com crianças e
adolescentes é reforçado pela crença distorcida de que a TCC com jovens seria uma
transposição direta das técnicas utilizadas com adultos, o que certamente não tornaria
esse campo de intervenção efetivo. Há ainda escassa divulgação de estudos
científicos sobre efetividade de técnicas específicas para crianças e adolescentes,
assim como protocolos de intervenção cientificamente desenvolvidos e testados,
também favorece esse desconhecimento e as dificuldades de encaminhamento dos
jovens para a clínica em TCC.
Fonte:psicologavalinhos.com
10
transtornos. Ressalta-se também o caráter focal e diretivo da TCC, que demanda uma
avaliação diagnóstica devidamente conduzida
Normalmente, os porta-vozes das queixas e sintomas são os pais e/ou
cuidadores. Torna-se importante a realização de uma completa entrevista de
anamnese, pois é através desse processo que se obtém uma melhor compreensão
de aspectos emocionais (vínculos estabelecidos, humor prevalente, como reage às
diversas situações vivenciadas), psicossociais (relacionamento familiar, interpessoal,
acadêmico) e que são planejadas e direcionadas futuras condutas.
A prática clínica da TCC demonstra que, quanto mais completa for a anamnese
a respeito da criança e do adolescente, melhor será o planejamento e a condução do
caso. Essa etapa da avaliação infantil permite a utilização de escalas e questionários
a serem respondidos pelos pais e, muitas vezes, pela própria criança, professor ou
outro profissional específico que tenha contato direto com a mesma.
Mais especificamente, na realização de uma avaliação infantil no atendimento
da TCC, devem-se investigar os dados relativos à história pregressa da criança -
gestação, parto puerpério, doenças maternas e outras intercorrências -, assim como
as condições do seu desenvolvimento - desenvolvimento neuromotor e linguagem,
alimentação, hábitos desenvolvidos pela criança e história familiar (condições de
saúde, econômica, ocupacional, religião e outros). Além disso, compreender como a
criança se relaciona com seus pais, irmãos e outros membros da família é
extremamente útil para a construção das hipóteses diagnósticas do caso.
A vida escolar (no caso de a criança já frequentar maternal ou escola regular)
também deve constar num trabalho de avaliação infantil, pois o desempenho
acadêmico e o relacionamento com pares fornecem dados que podem contribuir de
maneira específica nesse processo.
11
Fonte: Fonte: tudosobrexanxere.com
Como a criança se comporta na sala de aula, como é sua relação com figuras
de autoridade e como ela se adapta às normas específicas da instituição escolar são
dados valiosos no processo investigativo dos aspectos cognitivos e comportamentais
das crianças e adolescentes. É fundamental que essa anamnese busque a
identificação dos primeiros sintomas e da evolução das dificuldades cognitivas e
comportamentais apresentadas pela criança.
A investigação da história pregressa contribui de forma significativa para a
caracterização do surgimento dos sintomas e dificuldades comportamentais
apresentadas pela criança.
A partir da realização da anamnese, o próximo passo do tratamento consiste
na conceitualização cognitiva do caso. Na TCC esse processo é fundamental para um
perfeito entendimento e planejamento das práticas terapêuticas a serem trabalhadas
com o paciente. A conceitualização cognitiva na TCC da infância e adolescência
denota alguns aspectos diferenciados no que se refere ao mesmo processo na TCC
para pacientes adultos, pois devem ser consideradas, sempre, as características da
criança, assim como a etapa do desenvolvimento em que esta se encontra e o
contexto em que está inserida.
Fonte: psicoterapiacomportamentalinfantil.com
12
Como a TCC tem como foco o papel que os aspectos cognitivos exercem na
etiologia das dificuldades e/ou transtornos emocionais e comportamentais nas
crianças, é comum a utilização de protocolos específicos no processo de
conceitualização cognitiva. De modo geral, esses protocolos procuram abarcar,
principalmente, as seguintes demandas:
Identificação das dificuldades atuais da criança;
Fatores importantes da infância;
A percepção que a criança tem de si e dos outros, assim como a
percepção que a família tem da criança, sempre procurando identificar
as principais emoções, pensamentos e comportamentos relativos à
criança e seus familiares, assim como as crenças relacionadas, as
estratégias compensatórias e as consequências de cada situação.
13
Esse processo de realização da conceitualização cognitiva é fundamental para
a realização do diagnóstico na TCC infantil, assim como para o planejamento
terapêutico a ser implementado.
No caso da TCC infantil, algumas técnicas e recursos podem ser utilizados no
processo de conceitualização e diagnóstico, como desenhos, brinquedos, jogos e
outros. Deve-se levar em conta qual a forma de acesso cognitivo é mais eficaz com
determinado paciente. Um recurso bem interessante e disponível para os terapeutas
cognitivos da infância e adolescência vem a ser os Baralhos das Emoções,
Pensamentos e Comportamentos, instrumentos que facilitam ao terapeuta o acesso
aos conteúdos cognitivos da criança.
5 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS
14
muito pequeno, que são o amor, a tristeza, a alegria, a raiva, o medo e o nojo. Essas
emoções vão se estendendo para emoções mais complexas ao longo do
desenvolvimento da criança.
Outra maneira que pode ser utilizada para ajudar as crianças a identificarem
suas emoções e também seus pensamentos é a técnica chamada de Relógio dos
Pensamentos-Sentimentos. Esse relógio é feito durante a sessão juntamente com o
paciente, e no lugar dos números o paciente vai desenhar pequenos rostos
representando as emoções. A ideia é ajudar a criança a perceber e entender seus
sentimentos e mostrar a ela que as emoções mudam e passam assim como mudam
as horas. Através dos ponteiros, a criança pode indicar o que está sentindo naquele
momento, e o terapeuta pode ajudá-la a identificar que pensamentos a estão levando
a sentir-se assim.
Fonte: mariadocarmo.psc.br
15
5.2 Técnicas para psicoeducação
Fonte: revistacrescer.globo.com
O contato com histórias é comum na infância, o que faz com que as crianças
se sintam à vontade lidando e conversando sobre histórias e contos. As histórias “De
minha boca saem cobras e lagartos", por exemplo, fala sobre um menino que vai
sendo dominado por cobras e lagartos que saem de sua boca a todo instante, e assim
as outras pessoas começam a se afastar dele.
16
Através dessa história, pode ser feita a psicoeducação da agressividade, dos
sentimentos do menino e da repercussão que seus comportamentos têm diante de
outras crianças.
Uma Psicoeducação Diretiva também pode ser bastante útil com crianças,
contanto que mantenha o caráter lúdico da infância. Para psicoeducar como os
sentimentos aparecem no corpo, a criança pode, por exemplo, desenhar o formato do
corpo ou desenhar um menino ou menina, escolher uma cor que represente as
emoções mais frequentes e pintar onde elas aparecem no corpo, o tamanho em que
aparecem e o formato com que a representam.
17
projetar soluções viáveis e dessa foram selecionar uma solução, seguida da
implementação e avaliação de sua efetividade. Essa técnica pode ser adaptada para
a utilização com as crianças, tendo em vista que nessa fase do desenvolvimento elas
estão começando a aprender a resolver problemas de diferentes complexidades, e
muitas vezes costumam apresentar dificuldades de solução desses problemas.
Fonte: pt.depositphotos.com
18
5.4 Técnicas comportamentais
Fonte: apc-coimbra.org.pt
19
que as bolhas se formem, deve-se assoprar de forma lenta, o que ajuda na
regularização da respiração e distração dos sintomas físicos ocasionados pela
ansiedade. As bolhas de sabão também podem ser utilizadas com crianças que
tenham dificuldade de tolerar frustrações, o que gera irritação e raiva.
Fonte: terapiaempauta.blogspot.com.br
20
O terapeuta irá definir quantos pontos mínimos ela deve juntar semanalmente
para poder trocar por recompensas preestabelecidas. Cada recompensa também tem
valores diferentes; então, quanto mais fichas ela juntar, melhores serão as
recompensas. É sempre importante lembrar que não é recomendado que as
recompensas sejam alimentos, dinheiro ou qualquer bem material de alto valor
financeiro. O ideal é que sejam atividades de lazer e de preferência junto à família.
Fonte: psiterapeutico.com
As técnicas cognitivas têm sido cada vez mais desenvolvidas e adaptadas para
a terapia infantil. Existem diferentes técnicas cognitivas utilizadas com crianças, entre
elas a Analogia do Semáforo, que foi desenvolvida através do Programa FRIENDS.
Essa técnica ensina a criança a identificar e classificar os diferentes tipos de
pensamentos em: "pensamentos vermelhos”, aqueles improdutivos, negativos e que
impedem o bem-estar; "pensamentos amarelos", que servem para refletir; e os
"pensamentos verdes", que são produtivos e que incentivam o bem-estar
Fonte: revistacrescer.globo.com
23
O paciente aprende habilidades de auto mudança: identificar e decidir sobre
um comportamento particular a ser alterado; avaliar seu nível atual de funcionamento
naquela área e identificar desencadeadores e consequências potenciais de seus
comportamentos.
A TCC baseia – se também no uso e contratos verbais ou escritos através dos
quais o paciente e seus familiares concordam em tentar certos cursos de ação entre
as sessões do tratamento. Baseia – se também na crença de que as atividades da
criança fora da sessão são tão importantes quanto as interações na sessão.
Portanto, mudanças nos pensamentos, sentimentos e comportamentos são
vistas como ocorrendo primeiramente na medida em que a criança é capaz de
experimentar novas formas de ser e comportar –se em situações da vida real e não
simplesmente na sessão.
Consequentemente, a TCC envolve confiança excessiva nas tarefas de casa e
na prática entre as sessões, na qual o paciente testa as habilidades aprendidas. Essas
práticas extras sessões permitem que o paciente obtenha informações sobre suas
crenças e comportamentos e experimente diferentes formas de se comportar e de
interpretar acontecimentos.
Frequentemente, os pais esperam demais ou muito pouco de seus filhos, o que
gera conflitos, muitas das queixas de alguns pais estão relacionadas a expectativas
irrealistas, pois eles confundem comportamento desejável com comportamento
esperado.
Por exemplo, é desejável que irmãos brinquem durante horas sem discutir,
ficarão frustrados por tentar constantemente impo – lás e fracassar. Através da
avaliação de frequência, da intensidade e da duração do problema, o terapeuta é
capaz de discernir se as expectativas parentais são realísticas ou não.
Uma das funções do terapeuta é ver o quanto as percepções subjetivas dos
pais correspondem aos dados objetivos. Feita essa avaliação, são ensinadas aos pais
técnicas para aumentar comportamentos desejáveis de seus filhos, ensinando – os,
dessa forma, a cativá- lós, comportamento – se adequadamente. Pelo fato de muitos
pais queixarem – se que passam ser ensinadas aos pais estratégias mais efetivas
para dar instruções, aumentando a taxa de obediência das crianças.
24
O comportamento das crianças é intencional para obter consequências
positivas ou para evitar situações indesejáveis, por isso noções de reforçamento e
punição e quando utiliza – lós, devem ser passadas aos pais.
Fonte: psiconexe.com
Os pais e cuidadores, ao participarem do atendimento da criança ou do
adolescente, podem desempenhar diferentes papéis no tratamento: facilitadores -a
intervenção é predominantemente focada na criança, e os pais são envolvidos apenas
para tomarem consciência das intervenções que estão sendo realizadas com as
crianças; coclínicos -o papel dos pais é mais ativo no tratamento, com a finalidade de
entender a intervenção, acompanhar e fiscalizar o uso de estratégias clínicas e auxiliar
na realização do atendimento; clientes o foco do tratamento será direto no
funcionamento cognitivo e comportamental dos pais, e estes serão ajudados a
reavaliar suas crenças sobre os filhos e mudar seus padrões comportamentais.
25
É fundamental ressaltar a importância do vínculo do terapeuta com os pais
como um fator fundamental e imprescindível de qualquer atendimento de TCC para
crianças e adolescentes. Nessa modalidade de atendimento, os pais serão a principal
fonte de dados do terapeuta, muitas vezes os principais agentes de mudança na vida
da criança, além de serem responsáveis de forma concreta (no que tange ao
comparecimento e pagamento) pelo tratamento, sendo o rompimento do vínculo com
os pais um dos principais fatores de risco para o abandono do atendimento.
Fonte:folha.uol.com.br
Fonte: eusemfronteiras.com.br
27
A prática clínica demonstra que os transtornos disruptivos são os quadros
clínicos que mais vêm sendo contemplados por programas de TP, pois essas
abordagens auxiliam os pais na aquisição de recursos importantes para o
relacionamento familiar, estimulando as capacidades de comunicação, assertividade
e civilidade. Esses transtornos costumam ocasionar prejuízos antissociais
importantes, gerando comprometimento nas áreas familiar, social e escolar, sendo
também uma das causas de evasão escolar para as crianças que apresentam tais
sintomas e comportamentos.
Devido à importância desse recurso na TCC de crianças e adolescentes, os
programas de treinamento parental podem apresentar modalidades diferenciadas,
dependendo do quadro clínico em tratamento. No que se refere à modalidade de
atendimento, o mais comum é a utilização de programas de atendimento grupais de
TP, porém esses treinamentos podem também ser realizados no modo individual,
abarcando somente a criança e seus pais.
Fonte: tudobemserdiferente.wordpress.com
Assim, os jogos de fantasia são úteis para identificação de variáveis das quais
um certo comportamento é função e as estratégias lúdicas são instrumentos
importantes para o sucesso da relação terapêutica com as crianças. Por meio
de uma atividade lúdica, a sessão terapêutica com a criança se constitui um
ambiente rico de aplicação de procedimentos comportamentais, como
reforçamento de comportamentos adequados, extinção de inadequados e
modelação (Guerrelhas, Bueno & Silvares, 2000 apud Gadelha Y; 2004).
Fonte: janela-aberta-familia.org
29
O trabalho do terapeuta na TCC com crianças e adolescentes começa antes
da chegada do paciente, já na preparação da sala e na eleição dos brinquedos. A sala
deve contemplar alguns cuidados básicos (como a presença de um banheiro, por
exemplo), além de brinquedos variados, que possam auxiliar a criança em processos
de expressão (como, por exemplo, desenhos e argilas), processos de identificação
(como bonecos da família, animais e outros personagens), além de jogos estruturados
(tanto cooperativos quanto competitivos, que permitem a avaliação dos processos da
criança).
Além disso, pode ser interessante também a presença de brinquedos úteis para
metáforas no trabalho de reestruturação cognitiva (como lentes de aumento, óculos,
balanças, entre outros).
É importante, ao iniciar o atendimento, sempre verificar a preferência e história
da criança, de modo a adaptar os materiais e brinquedos antes da sessão. Ainda,
como a criança é capaz de entender a lógica das coisas, mas seu pensamento ainda
está em desenvolvimento, recursos para representação concreta dos conceitos
também são necessários.
É fundamental que, na primeira sessão com a criança, os pais sejam orientados
a explicar para ela o porquê de ela estar indo a um psicoterapeuta. É interessante
incluir toda a família no problema, de modo a eliminar o aspecto punitivo do
tratamento. A partir dessa primeira sessão, conforme a demanda e o diagnóstico da
criança, serão aplicadas as técnicas cognitivas e comportamentais.
A TCC baseia-se também no uso e contratos verbais ou escritos através dos
quais o paciente e seus familiares concordam em tentar certos cursos de ação entre
as sessões do tratamento. Baseia-se também na crença de que as atividades da
criança fora da sessão são tão importantes quanto as interações na sessão.
Portanto, mudanças nos pensamentos, sentimentos e comportamentos são
vistas como ocorrendo primariamente na medida em que a criança é capaz de
experimentar novas formas de ser e comportar-se em situações da vida real e não
simplesmente na sessão.
Consequentemente, a TCC envolve confiança excessiva nas tarefas de casa e
na prática entre as sessões, na qual o paciente testa as hipóteses levantadas na
sessão e treina as habilidades aprendidas.
30
Essas práticas extras sessões permitem que o paciente obtenha informações
sobre suas crenças e comportamentos e experimente diferentes formas de se
comportar e de interpretar acontecimentos.
Fonte: danielaavila.com.br
Feita essa avaliação, são ensinadas aos pais técnicas para aumentar os
comportamentos desejáveis de seus filhos, ensinando-os, dessa forma, a cativá-los,
comportando-se adequadamente. Pelo fato de muitos pais queixarem-se que passam
uma grande quantidade de tempo dizendo a seus filhos o que fazer e o que não fazer,
também podem ser ensinadas aos pais estratégias mais efetivas para dar instruções,
aumentando a taxa de obediência das crianças.
O comportamento das crianças é intencional para obter consequências
positivas ou para evitar situações indesejáveis, por isso noções de reforçamento e
punição e quando utilizá-los, devem ser passadas aos pais.
Quando os pais mantêm expectativas irrealistas, ficarão frustrados por tentar
constantemente impô-las e fracassar. Através da avaliação de frequência, da
intensidade e da duração do problema, o terapeuta é capaz de discernir se as
expectativas parentais são realísticas ou não. Uma das funções do terapeuta é ver o
quanto as percepções subjetivas dos pais correspondem aos dados objetivos.
Feita essa avaliação, são ensinadas aos pais técnicas para aumentar os
comportamentos desejáveis de seus filhos, ensinando-os, dessa forma, a cativá-los,
comportando-se adequadamente.
31
Pelo fato de muitos pais queixarem-se que passam uma grande quantidade de
tempo dizendo a seus filhos o que fazer e o que não fazer, também podem ser
ensinadas aos pais estratégias mais efetivas para dar instruções, aumentando a taxa
de obediência das crianças.
O comportamento das crianças é intencional para obter consequências
positivas ou para evitar situações indesejáveis, por isso noções de reforçamento e
punição e quando utilizá-los, devem ser passadas aos pais.
32
Fonte: caentrenospsicologos.com
33
temer ou evitar o processo terapêutico, mas circunstâncias externas (como por
exemplo, determinação judicial, exigência da escola etc.) podem forçá-las a fazer. Em
nenhum caso, a criança controla o processo.
O foco da TCC com crianças e adolescentes está no tratamento no interior de
seu ambiente natural, seja este a família, escola ou grupo de iguais. Portanto, sem
considerar essas questões, o terapeuta fica “voando às cegas”. O envolvimento da
família e escola é crucial para o início, manutenção e a generalização bem-sucedida
de ganhos terapêuticos.
Fonte: outsidebrazil.com
35
Fonte: sites.google.com
36
Fonte:criancaeterapia.com.br
38
8 LUDOTERAPIA COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA
Fonte: memude.com.br
39
Em primeiro lugar a criança encontra-se com um ludoterapeuta que está
treinado para promover durante a sessão um ambiente de aceitação, empatia e
compreensão.
Depois, o brincar de que aqui falamos não é semelhante ao brincar em que
geralmente observamos as crianças, uma vez que a ludoterapia simplesmente se
apropria do brincar enquanto gesto natural da criança para exprimir as suas
preocupações em reação a situações de vida, utilizando objetos familiares à sua volta
para compreender situações de stress ou novas aprendizagens. Na sala de
ludoterapia, é a criança que conduz a brincadeira, quando quer e como quer,
escolhendo os brinquedos.
Não se parte do princípio de que se vai transformar a criança ou fazer coisas
para ela. O ludoterapeuta está com a criança plenamente, utilizando os seus
conhecimentos e técnicas para compreender a criança, através do seu próprio olhar.
Será como perguntar: “Como sente as coisas aquela criança? ” Não tentará resolver
os seus problemas, mas sim compreender a criança. Assim, podemos encarar a
ludoterapia para as crianças como a psicoterapia para os adultos.
Fonte: alinemoller.wordpress.com
40
expressão e exploração do seu self – sentimentos, pensamentos, experiências,
comportamentos, dificuldades, que vão potenciar a mudança terapêutica.
Nesta exploração, a criança enfrenta os seus sentimentos de frustração,
agressividade, medo, insegurança, confusão, entre tantos outros, aprendendo a
controlá-los ou a abandoná-los, ao mesmo tempo que vai percebendo que é uma
pessoa autónoma e com direito a sentir todas essas emoções. Assim, o brincar é a
forma natural de a criança se expressar, tal como falar é a forma natural de o adulto
se expressar.
Na sala dos brinquedos, estes são usados como palavras e o brincar é a
linguagem da criança. Percebemos a importância do brincar para a criança, não só
pela sua utilização num contexto terapêutico, mas também pela importância da
brincadeira em todas as dimensões da vida da criança.
Mas em que consiste, de facto, o brincar? Uma ideia difundida popularmente
limita o ato de brincar a um simples passatempo, sem funções mais importantes que
entreter uma criança com atividades divertidas. Sabe-se atualmente que esta ideia
está completamente errada. Bergman (1998) afirma que o brincar é uma forma de
linguagem.
Fonte: instamamae.com
A maior parte das características desta linguagem pode ser constatada logo
nos primeiros contatos das crianças com os seus pais ou com aqueles que cuidam
delas. As mães ou as pessoas responsáveis pelos cuidados dos bebés ajudam-nos a
brincar, desde muito pequenos, quando interagem com eles. Através de uma atitude
e de uma linguagem segura, esses adultos estabelecem com os bebés laços de
confiança que possibilitam o início do brincar.
41
Este é considerado como uma linguagem, uma vez que permite às crianças
comunicar com as outras pessoas e iniciar a compreensão, desde muito cedo, de que
podem suportar e representar a ausência temporária das pessoas que amam,
substituindo-as pelas primeiras brincadeiras. O processo do brincar é apreciado tal
como é pela criança e o produto final do brincar não é o mais importante desta
atividade.
A maioria dos adultos é capaz de expressar sob a forma verbal os seus
sentimentos, frustrações e angústias; no entanto, a criança, por ainda não ter
facilidade cognitiva e verbal, utiliza os brinquedos como palavras. Podemos mesmo
dizer que quando a criança brinca, o seu ser está totalmente presente.
Fonte: gnt.globo.com
42
Indo ao encontro de algumas questões que muitos pais nos colocam sobre
como a psicologia pode ajudar os seus filhos, descrevemos aqui a Ludoterapia que é
o processo adequado às crianças entendido como técnica de intervenção
psicoterapêutica.
Fonte: colmagno.com.br
43
A criança tem a oportunidade de se desenvolver, pois além de ter a curiosidade,
a autoconfiança e a autonomia estimuladas, ainda desenvolve a linguagem, a
concentração e a atenção. O brincar contribui para que a criança se torne um adulto
eficiente e equilibrado.
Fonte: badulake.com.br
44
O terapeuta deve estar atento também com a competição nos jogos, e deve
intervir quando necessário, para que as crianças saibam que os jogos são coletivos e
democráticos, e dão condições de vencer a todos os jogadores.
É muito importante lembrar que as crianças têm todo o seu aprendizado
baseado em imitações. Por isso, se quisermos que nossas crianças aprendam a
tolerância, o respeito pelo próximo, a justiça, a paz, a solidariedade, a aceitação e o
reconhecimento do valor das diferenças, é necessário darmos o exemplo, sendo um
modelo vivo do que queremos ensiná-los.
Fonte: revistacrescer.globo.com
45
Como forma de conclusão, é importante salientar mais uma vez a importância
do brincar e do lúdico, que começam a ter cada vez mais relevância, apesar de ainda
haver um grande caminho a percorrer. Não só educadores e outros profissionais que
trabalham com crianças, mas também os pais ajudariam bastante os seus filhos ao
serem esclarecidos e orientados sobre a necessidade de brincar com as crianças.
Como educadores de infância, é importante contribuirmos para esta mudança,
alertando os pais e os outros profissionais sobre estas questões, começando a
construir um caminho para que, cada vez mais, as crianças possam ser
compreendidas da forma que elas melhor são capazes de se expressar: através do
brincar.
46
8.2 A hora do jogo diagnóstica
47
A maior dificuldade da “hora do jogo diagnóstico” está na sua avaliação. Por
ser um procedimento não estruturado, depende da experiência do psicólogo e da sua
capacidade de observação e interpretação.
Na análise, levam-se em conta os aspectos evolutivos (desenvolvimento da
criança, segundo a idade), desenvolvimento emocional, inibição/sociabilidade, bem
como os conteúdos inconscientes expressos nos jogos – defesas, fantasias,
ansiedades, agressividade e a capacidade adaptativa, criativa e simbólica da criança.
O campo da avaliação psicológica abarca hoje uma pluralidade de práticas
diagnósticas que podem ou não recorrer a instrumentos estruturados e padronizados,
como os testes psicológicos, e a outras técnicas e procedimentos menos estruturados,
como jogos, brinquedos, desenhos e estórias.
A flexibilidade na escolha de determinada estratégia (ou instrumentos) é
influenciada pela experiência do profissional, referencial teórico e objetivo. O contexto
e as novas demandas das Psicologias (Clínica, hospitalar, jurídica, institucional etc.)
também influenciam na escolha.
48
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
FRIEDBERG RD, McClure JM, Garcia JH. Técnicas de terapia cognitiva para
crianças e adolescentes: ferramentas para aprimorar a prática. Porto Alegre:
Artmed; 2011.
49
OLIVEIRA RG, Soares SC. Terapia cognitivo-comportamental para crianças. In:
Oliveira MS, Andretta I, organizadores. Manual prático de terapia cognitivo-
comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2012. p. 467-80.
50
10 BIBLIOGRAFIA
CAMILLA VOLPATO BROERING/ Ramon Murilo da Silva/ Livro: Meu primeiro dia na
psicóloga/ Editora: Juruá; Edição: 1º (1 de janeiro de 2018) / ISBN – 10: 8536275774
/ ISBN – 13: 978-8536275772.
51