Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
em TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
infantojuvenil
Técnicas Cognitivas e
Comportamentais na infância
e na adolescência
TÉCNICAS COGNITIVAS E COMPORTAMENTAIS As técnicas utilizadas em cada intervenção
NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA devem ser determinadas com base na formulação
do caso. Aplicar técnicas cognitivas e comporta-
Crianças e adolescentes são habitualmente mentais na ausência de uma conceitualização do
encaminhados à terapia em função de seus prob- caso é um dos principais erros clínicos, pois técni-
lemas de comportamentos ou emoções. cas desincorporadas da teoria fracassam.
Ao trabalhar com crianças e adolescentes é
fundamental ter sempre em mente seu nível de ESTRUTURA DAS SESSÕES
desenvolvimento cognitivo, pois o emprego de As consultas terão uma estrutura básica
técnicas varia conforme esse nível, bem como que será mantida ao longo do tratamento. A
mediante suas habilidades sociocognitivas; portan- participação dos pais pode estar relacionada a
to, deve-se considerar, cuidadosamente, esses essa estrutura e, por conseguinte, ocorrer em
aspectos e adaptar o nível de intervenção de acordo diferentes níveis. A interação com os cuidadores
com tais variáveis. As técnicas comportamentais ocorrerá regularmente (semanal, quinzenal ou
são usadas em maior número com crianças mensal). Os pais podem fazer parte como colab-
pequenas, que ainda não adquiriram ferramentas oradores ou coaches dos filhos. Adicionalmente,
cognitivas suficientes. No estágio pré-operatório, pode-se usar como alternativa de participação
que vai de dois a sete anos, são indicadas técnicas uma checagem nos 10 minutos iniciais de cada
comportamentais. No estágio operatório concreto, consulta. O envolvimento ativo dos pais no trata-
que vai de sete a onze ano, são indicadas técnicas mento vai variar dependendo dos prejuízos, das
comportamentais e cognitivas simples. Por fim, no comorbidades, da idade e do nível de desenvolvi-
estágio formal, são indicadas técnicas cognitivas e mento de cada paciente.
comportamentais. Manter a estrutura das sessões é muito
A capacidade da linguagem influenciará o importante, pois possibilita certa previsibilidade
quanto crianças e adolescentes beneficiar-se-ão de por parte do paciente do que vai ocorrer, além de
intervenções verbais diretas. Com aqueles que pos- funcionar como um sistema futuro para seu auto-
suem menos fluência verbal é interessante utilizar monitoramento pessoal.
desenhos, fantoches, trabalhos manuais, jogos e A estrutura da sessão e a aliança terapêuti-
outros meios que exijam menos mediação verbal. ca são fatores significativos para determinação do
Ler e contar histórias também são meios interes- prognóstico. Portanto, é necessário definir o foco
santes. Além disso, filmes, música e programas de da consulta e criar uma situação que permita
televisão podem facilitar uma mediação verbal. Os manter um ambiente divertido e agradável para
adolescentes se beneficiam de técnicas mais direti- desenvolver o trabalho com a criança. É interes-
vas e cognitivas, que levem em consideração, de sante tomar notas durante as consultas a fim de
forma clara e direta, o que eles trazem e faça-os resumir e preservar avanços terapêuticos. A ativi-
refletir de forma racional sobre suas demandas. dade é complementada com tarefas de casa. As
1
comportalmente.com.br | @comportalmente
tarefas são a “prescrição” em TCC. podem ser facilitadores, pois criam situações que
permitem trabalhar o controle da raiva, a tolerância
A SALA DE ATENDIMENTOS E A SELEÇÃO DE à frustração e habilidades sociais. Para o controle
BRINQUEDOS da impulsividade, podem ser usadas sinaleiras
A sala de atendimento infantil, especifica- (vermelho – pare, amarelo – pense, verde – siga).
de uma mesa de tamanho adequado para que tera- As entrevistas com as crianças deverão
peuta e paciente possam se acomodar para desen- sempre incluir objetos lúdicos, mas com objetivos
har. Na sala é interessante ter gavetas, se possível claros para o terapeuta. O brincar na Terapia Cog-
individuais, para guardar os materiais gráficos e nitivo-Comportamental deve ter um propósito
outras produções de cada paciente. claro.
O material de cada paciente pode ficar guar- O uso de personagens de desenhos infan-
dado em uma pasta individual para indicar o cuida- tis, por exemplo, pode auxiliar na identificação de
do com a privacidade e sigilo do material produzido. emoções e comportamentos associados. Assim,
Algumas sugestões de materiais são: massa de mostrar o modo como Shrek fala com o amigo
modelar, lápis de cor, canetinhas coloridas, giz de burro quando está irritado ou o modo como ele
cera, cola, tesoura, etc. fala com a esposa quando está com medo pode
O brinquedo permite desenvolver habili- indicar comportamentos específicos diante de tais
dades sociais e de enfrentamento. E alguns brin- emoções.
quedos que são interessantes de dispor na sala são: Explorar fantoches ou dedoches pode
legos, fantoches para o role play, família com auxiliar de modo significativo num role play que
bichos, casinha de bonecas, kits de construção exemplifique as habilidades sociais da criança. Os
(como de casa de madeira), instrumentos musicais, desenhos podem elucidar cenas importantes da
carrinhos, animais selvagens, bolas, bolhas de rotina escolar ou mesmo familiar. Um jogo
sabão, etc. qualquer pode evidenciar o modo como a criança
É pertinente verificar as preferências das lida com as regras ou mesmo com a frustração de
crianças na primeira consulta e, eventualmente, perder.
incluir mais alguns materiais. Por exemplo, para Desse modo, as entrevistas direcionadas a
crianças que vão passar por eventos hospitalares, crianças deverão ter uma linguagem diferenciada,
pode ser pertinente um kit contendo estetoscópio, adaptar-se ao nível de desenvolvimento delas e
seringa, termômetro, etc. privilegiar os recursos lúdicos que sirvam para
Os jogos estruturados podem ser úteis com direcionar aquilo que o terapeuta busca investigar,
crianças com dificuldade em reconhecer limites. O sempre com foco nos problemas apresentados.
Jogo da Vida, Jogo de botões, Banco Imobiliário, Dependendo da idade da criança, também
são alguns exemplos. Esses jogos com regras é importante questionar o que ela pensa sobre o
2
comportalmente.com.br | @comportalmente
problema relatado pela família e outras situações TÉCNICAS COGNITIVAS E COMPORTAMENTA-
relevantes. IS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
3
comportalmente.com.br | @comportalmente
namento da criança e atuar de forma positiva nesse de uma Psicoeducação Indireta, ou seja, mediante
processo, possibilitando mudanças nas ações e metáforas, histórias ou personagens que não se
atitudes dos seus filhos. refiram diretamente a elas. Para comportamentos
O TP na TCC da infância e adolescência agressivos, por exemplo, pode-se trabalhar com a
vem a ser um programa de psicoeducação e orien- Metáfora do Super-Herói Incrível Hulk, por exemp-
tação dos pais e tem por meta ajudar e estimular lo, identificando, juntamente com a criança, o senti-
estes no manejo e na condução das crianças com mento de raiva, como aparece no corpo e o que ele
dificuldades de comportamento que apresentam faz quando se sente assim. Também se pode
prejuízos em seu funcionamento e qualidade de utilizar a Metáfora do Vulcão, que representa o
vida. corpo humano, e a lava como sendo a raiva, pois o
Essa abordagem instrumentaliza os pais vulcão começa a esquentar até que entra em
para o aprendizado e o uso de técnicas e estraté- erupção e, de dentro dele, sai a lava.
gias para o manejo de situações específicas, favore- O contato com histórias é comum na infân-
cendo a aprendizagem de comportamentos mais cia, o que faz com que as crianças se sintam à
adaptativos para pais e crianças. vontade, lidando e conversando sobre histórias e
Em geral, os programas de treinamento contos.
parental são desenvolvidos em um período de Uma Psicoeducação Diretiva também pode
tempo específico, sendo comum o total de 12 ser bastante útil com crianças, contanto que man-
sessões, que ocorrem uma vez por semana. Além tenha o caráter lúdico da infância. Para psicoedu-
disso, considerando-se as novas configurações car como os sentimentos aparecem no corpo, a
familiares comuns na atualidade, é necessário criança pode, por exemplo, desenhar o formato do
comentar que esses treinamentos podem contar corpo ou desenhar um menino ou uma menina,
com a participação de outros membros da família, escolher uma cor que represente as emoções mais
como avós, tios e outra pessoa diretamente ligada frequentes e pintar onde elas aparecem no corpo, o
ao comportamento infantil, assim como a comuni- tamanho em que aparecem e o formato com que a
dade escolar, pois a mudança de comportamento representam.
da criança no meio escolar pode ser um dos objeti- O processo de psicoeducação com adoles-
vos na TCC. centes também pode ser realizado a partir de metá-
foras, porém fazendo uma ligação mais direta com
Psicoeducação o que o paciente traz.
educação costuma ser feita tanto com os pais direta é de suma importância que crianças e ado-
quanto com a própria criança, mas a forma como lescentes aprendam sobre pensamentos, senti-
será feita deverá respeitar a idade e o grau de mentos e comportamentos e sobre como essas
desenvolvimento em que o paciente se encontra. três instâncias se influenciam e afetam seu funcio-
Com crianças menores, pode-se fazer uso namento. Assim como é importante que eles
4
comportalmente.com.br | @comportalmente
desenvolvam habilidades de reestruturação cogniti- car-se com a situação e o personagem, podendo
va. Crianças, por exemplo, podem treinar o detetive dizer, mesmo que indiretamente, o que está sentin-
da mente para identificar e investigar pensamentos do ou mesmo pensando.
vermelhos (que trazem mal-estar) e tentar encontrar
pensamentos verdes, relacionados com as evidên- Técnica de relaxamento
cias encontradas. Entre as técnicas comportamentais, as
Técnicas de Relaxamento são bastante úteis a paci-
Técnicas para identificação de pensamentos entes com diferentes demandas, mas principal-
e sentimentos mente em pacientes ansiosos, pois, além dos
É durante a primeira infância que as processos psicológicos, essas técnicas influenciam
emoções começam a desenvolver-se, formando um em respostas fisiológicas que atuam sobre os sinto-
padrão característico e atuando na formação da mas físicos da ansiedade. O relaxamento muscular
personalidade. Independentemente do diagnóstico progressivo, amplamente utilizado em adultos,
da criança, é importante que ela saiba identificar também é utilizado em crianças de uma maneira
suas emoções e as dos outros, pois isso interferirá adaptada.
nos tipos de relacionamento que serão estabeleci- Outra técnica importante é o Treino de
dos ao longo da vida. Respiração Diafragmática, que também ajuda no
As emoções são um misto de sensações relaxamento. Para isso é indicado que o paciente
subjetivas e de estados fisiológicos os quais todas inspire e expire de forma lenta e profunda. Com as
as pessoas vivenciam e expressam de diferentes crianças, podem ser utilizadas bolhas de sabão,
maneiras e, ainda que as emoções sejam respostas pois, para que as bolhas se formem, deve-se asso-
subjetivas do indivíduo, elas são praticamente as prar de forma lenta, o que ajuda na regularização da
mesmas em todas as culturas do mundo. respiração e distração dos sintomas físicos ocasio-
Existem diversos recursos lúdicos que nados pela ansiedade. As bolhas de sabão também
ajudam as crianças a entenderem as emoções, podem ser utilizadas com crianças que tenham
dentre eles está o Baralho das emoções. Crianças dificuldade de tolerar frustrações, o que gera
pequenas costumam não corresponder bem a irritação e raiva.
perguntas ou a assuntos diretivos. Por isso, para
essas crianças conseguirem identificar suas Mindfulness
emoções, pode-se utilizar Técnicas de Elaboração Mindfulness é um termo inglês que traduzido
de Histórias. Essas histórias devem ser parecidas significa atenção plena e refere-se a “uma consciên-
com a situação vivenciada pela criança e que está cia sincera, de momento a momento, não julgado-
gerando determinadas emoções no seu cotidiano. ra”. Surgiu a partir de tradições budistas e passou a
Os personagens podem ser animais ou qualquer ser empregado pelas ciências ocidentais de maneira
personagem que não se remeta diretamente ao secular e refere-se à capacidade de prestar atenção,
paciente. Dessa forma, a criança consegue identifi-
5
comportalmente.com.br | @comportalmente
no momento presente, a tudo o que surgir interna ou DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA
externamente, sem se prender a julgamentos ou Trata-se de um procedimento contracondi-
desejar que as coisas fossem diferentes (não aceit- cionante usado para diminuir medos e ansiedades,
ação). envolvendo a combinação de estímulos geradores
Essa habilidade é especialmente útil em de ansiedade com um agente contracondicionante
psicoterapia porque permite que a criança ou o ado- (tipicamente o relaxamento). A Dessensibilização
lescente aprenda a tomar consciência das experiên- Sistemática foi desenvolvida por Joseph Wolpe, no
cias internas de uma maneira mais saudável. É final dos anos de 1940, a partir do procedimento de
também terapêutica porque ajuda a promover a relaxamento muscular progressivo de Jacobson.
aceitação das experiências internas e assim A técnica consiste basicamente de 4 elementos:
diminuir a chamada evitação experiencial. � Treino em técnicas de relaxamento.
A prática de Mindfulness ajuda a melhorar � Elaboração de uma escala de ansiedade
os objetivos e a qualidade da educação do século subjetiva.
XXI. Essas características incluem não somente � Planejamento e exposição gradual ao(s)
autorregulação da atenção e das emoções, mas evento(s) que elicia(m) respostas de ansiedade e/ou
também a disposição para o comportamento esquiva.
pró-social que inclui a empatia, a compaixão, auto- � Pareamento dos eventos eliciadores de
confiança, sensibilidade ética, criatividade e habili- ansiedade com o relaxamento.
dades para resolução de problemas. Intervenções Essa técnica pode ser desenvolvida por
baseadas em Mindfulness auxiliam crianças e imaginação ou pela exposição, ao vivo, do evento
jovens a lidarem com os desafios do seu futuro eliciador da ansiedade. Para conduzir uma Dessen-
neste mundo, que está em uma constante onda de sibilização Sistemática, hierarquias de ansiedade
mudanças. Idealmente, essas práticas buscam devem ser desenvolvidas. A partir do relato do paci-
desenvolver nesses pequenos jovens a capacidade ente, os grupos de estímulos geradores de ansie-
de inteligência emocional, o comportamento da dade devem ser organizados em ordem hierárquica.
ternura e da paz, e a disposição para serem Feito isso, o procedimento começa com o medo
cidadãos com uma consciência empática e com- mais baixo da hierarquia. O paciente é instruído a
passiva. relaxar e imaginar uma cena agradável. Então, é
Teremos um módulo bem como uma aposti- apresentado (ao vivo ou por imaginação) o primeiro
la específica para tratar dessa técnica que vem gan- item da hierarquia. Se o paciente experimentar
hando espaço dentro das TCCs; nela, encon- ansiedade, é instruído a parar de imaginar a
tram-se várias técnicas práticas para aplicar Mind- situação geradora de ansiedade e retornar à cena
fulness com crianças e adolescentes. agradável. À medida que o paciente obtiver domínio
sobre a cena, ela dá um passo acima na hierarquia,
até que o nível mais alto do medo seja atenuado.
5
comportalmente.com.br | @comportalmente
TREINO DE HABILIDADES SOCIAIS principais técnicas utilizadas para o desenvolvimen-
resposta, ou seja, concentra-se na aprendizagem paciente em que ele apresenta algum grau de
pode ser definida como uma tentativa direta e Trata-se de uma técnica que facilita o treino
melhorar sua competência interpessoal e individual representações sejam as mais realistas possíveis e,
Várias áreas podem ser abrangidas através que serão representados, deve-se fazer perguntas
dessa técnica. Por exemplo, formas de fazer específicas a criança e ao adolescente. O terapeuta
amigos, iniciar e manter uma conversa, manejar a deve pedir exemplos de coisas que as pessoas, em
agressividade, lidar com provocações, dar e receber determinada situação, poderiam dizer, a forma
cumprimentos, pedir ajuda, entre outras. Primeiro, a como reagem, jeitos de agir, etc.. O terapeuta pode
adolescente mediante instrução direta. A seguir, pessoa significativa no contexto, realizando, assim,
inicia-se a prática gradual, pois o ensaio facilita a uma modelagem. Esse procedimento pode ser
aplicação, o que frequentemente envolve uma repetido diversas vezes com alternância dos papéis
5
comportalmente.com.br | @comportalmente
PREVISÃO DE PRAZER/PREVISÃO DE seus pensamentos e chegue às próprias con-
ANSIEDADE clusões.
Na previsão de prazer, a criança ou o ado-
lescente planeja uma atividade e prevê quanta satis- RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
fação obterá com ela. Após a atividade, avalia A resolução de problemas ensina a criança
quanto divertimento na verdade experimentou. ou o adolescente a lidar com uma situação ansi-
Visto que o paciente deprimido subestima o quanto ogênica como um problema a ser resolvido, e não
de divertimento terá, comparar os níveis de prazer como algo incontrolável e sem saída. Trata-se de
melhores do que o esperado é um teste para suas tornar disponível uma variedade de respostas efeti-
previsões negativas. vas para lidar com uma situação problemática. Essa
A previsão de ansiedade é bastante semel- técnica consiste de cinco passos básicos. O passo
hante. Crianças e adolescentes ansiosos superesti- 1 envolve a identificação do problema em termos
mam seus níveis de sofrimento, esperando que as específicos e concretos. No passo 2, o paciente é
circunstâncias sejam mais estressantes do que ensinado a gerar soluções possíveis para lidar com
realmente são. Portanto, o paciente é convidado a o problema. No passo 3, é feita uma avaliação de
prever seu nível de ansiedade em determinada todas as opções levantadas. Aqui, paciente e tera-
situação, realizar a tarefa e, então, avaliar sua ansie- peuta avaliam cuidadosamente as consequências
dade real. Essa técnica simples, porém efetiva, leva de cada opção. No passo 4, ambos escolhem a
o paciente a ver que suas previsões frequentemente melhor solução e planejam a implementação desta.
aumentam o potencial estressante de uma situação. Enfim, o passo 5 é a colocação em prática da
solução escolhida, avaliação dos resultados obtidos
QUESTIONAMENTO SOCRÁTICO e recompensa da experimentação bem-sucedida.
Por meio do processo socrático, a criança Caso não dê certo, são discutidas as modificações
ou adolescente é encorajado a explorar seu conhe- necessárias e colocam-se as soluções em prática
cimento anterior e capacitado a descobrir novas novamente. Como a resolução de um problema
informações que podem ajudá-lo a reavaliar seus pode tornar-se uma tarefa abstrata, tudo deve ser
pensamentos. Durante esse processo, o terapeuta registrado no papel, de modo a concretizar o
incentiva o paciente a suspender suas ideias procedimento.
preconcebidas e a manter uma mente aberta, con-
forme eles testam e avaliam a exatidão de suas AUTOINSTRUÇÃO
crenças e suposições. As cognições do paciente, O foco desta técnica é substituir pensamen-
portanto, são vistas como hipóteses que estão tos mal-adaptativos por pensamentos adaptativos e
abertas à validação empírica, e não como fatos produtivos. A criança ou o adolescente é instruído a
estabelecidos. Perguntas são cuidadosamente desenvolver novas orientações ou regras para seu
enunciadas, guiando o paciente e mantendo a próprio comportamento que ajudarão a passar por
discussão focalizada, até que ele avalie e reaprecie
5
comportalmente.com.br | @comportalmente
situações estressantes.
O objetivo desta técnica é construir padrões
de fala interior que estimulem comportamentos
mais adaptativos. Idealmente, a autoinstrução
envolve um pensamento tranquilizador, porém
estratégico para o enfrentamento da situação (por
exemplo, “eu sei que não será fácil, mas eu treinei
um jeito de me afastar desta briga. Apenas preciso
permanecer controlado”).
ECONOMIA DE FICHAS
5
comportalmente.com.br | @comportalmente
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS dores, psicólogoa e psiquiatras. Novo Hamburgo:
da terapia cognitivo-comportamental de
crianças e adolescentes. In: Petersen CS, Wainer FRIEDBERG, R. D.; MCCLURE, J. M. A prática
R (org.). Terapias cognitivo-comportamentais para clínica de terapia cognitiva com crianças e ado-
crianças e adolescentes. Porto Alegre: Artmed, lescentes. Porto Alegre: Artmed, 2004.
2011. p.
5
comportalmente.com.br | @comportalmente