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Curso de Formação

em TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
infantojuvenil
Desenvolvimento de habilidades
socioemocionais e resiliência
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES SOCIO- emocional, Adequação emocional, Autonomia
EMOCIONAIS E RESILIÊNCIA emocional e Habilidades socioemocionais.
Essa última competência citada, as habili-
Uma criança que está iniciando o Ensino dades socioemocionais, tem sido apontada como
Fundamental hoje terá apenas 16 anos em 2035. de suma importância para reconectar o indivíduo
Nesta época, o mundo, como conhecemos hoje, com esse “novo mundo” que é marcado, como já
terá mudado significativamente em algumas áreas, mencionado, por mudanças constantes. Mas o
talvez, até de forma imprevisível. que seriam, então, essas habilidades socioemo-
Um estudo do Fórum Econômico Mundial, cionais?
publicado em 2016, estimou que 65% dos jovens O termo habilidades socioemocionais se
que hoje frequentam a escola trabalharão em uma refere a um conjunto de competências que levam
profissão que ainda não existe. Além disso, a os indivíduos a controlarem emoções, alcançarem
previsão é de que essas pessoas não terão apenas objetivos, demonstrarem empatia, manterem
uma carreira ao longo da vida; provavelmente, relações sociais positivas e tomarem decisões de
sejam duas, três, quatro ou mais. maneira responsável.
Isso ocorrerá porque a inteligência artificial, Essas habilidades abrangem o autoconhe-
os robôs, as máquinas farão trabalhos que antes cimento, a empatia — capacidade para se colocar
eram exclusivamente humanos, o que pode fazer no lugar do outro —, o espírito colaborativo, a
com que carreiras sólidas deixem de fazer sentido. resiliência — capacidade de superar obstáculos,
Esse cenário exigirá muita resiliência e bem como adaptar-se a mudanças e a situações
grande capacidade de regulação emocional para adversas, entre outras habilidades (ao final desta
lidar com o estresse inerente às mudanças. E a apostila, você encontrará um glossário com as
pergunta é: teremos habilidade para navegar nesse principais habilidades socioemocionais).
novo mundo? Ou aumentarão os índices de Possuir essas habilidades não é uma tarefa
alcoolismo, depressão e suicídio? fácil, isso porque elas não são inatas ao ser
Diante de tal cenário, ter Inteligência Emo- humano, mas são aprendidas mediante o ambi-
cional (IE) mostra-se fundamental para conseguir ente no qual se está inserido, a partir das relações
enfrentar e “sobreviver” nesse mundo que está em sociais que são estabelecidas. O ambiente famil-
constante mudança. iar, o contexto interativo dos pares e as instituições
A inteligência emocional é formada por um educacionais podem ser os domínios mais
conjunto de competências relacionadas à capaci- frutíferos para emergência dessas habilidades, se
dade de administrar, de forma adequada, as estiverem em sintonia com esse objetivo.
próprias emoções e também as alheias. Para pos- As habilidades socioemocionais podem
suir inteligência emocional é necessário colocar em ser estimuladas pelos familiares de crianças e
prática esse conjunto de competências. Dentre adolescentes ou, ainda, por educadores e profes-
essas competências, destacam-se: Consciência sores na escola e até na universidade.

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As próprias vivências afetivas e experiências alunos que têm competências socioemocionais
sociais também fazem com que a pessoa aprenda a mais desenvolvidas apresentam maior facilidade
lidar com suas emoções, de maneira a descobrir de aprender os conteúdos escolares. O ato de
formas mais satisfatórias de manejá-las. aprender não envolve apenas competências
A infância é, sem dúvida, a fase mais propí- ligadas à velocidade de raciocínio e à memória,
cia para o desenvolvimento das habilidades socio- mas exige também motivação e capacidade de
emocionais, pois é nessa etapa da vida que os seres controlar a ansiedade e as emoções.
humanos têm mais predisposição biopsicossocial e Se o clima escolar for percebido como
condições gerais de aprendizagem. positivo, ele pode promover o desenvolvimento
Por isso, é fundamental que essas capaci- socioemocional dos estudantes, principalmente
dades sejam estimuladas desde muito cedo nas daqueles em situação de vulnerabilidade. Porém,
crianças, que já passarão a orientar suas ações e quando negativo, pode atuar como fator de risco
seus comportamentos com base nelas. para o desenvolvimento saudável. Por isso,
indica-se que o desenvolvimento socioemocional
O PAPEL DA ESCOLA NO DESENVOLVIMENTO e, mais especificamente, um repertório elaborado
DE HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS de habilidades sociais têm estado correlacionados
de forma significativa com a saúde psicológica, a
A função da escola vai muito além da trans- aprendizagem, o exercício de cidadania e o suces-
missão do conhecimento, pois é urgente e so pessoal e profissional.
necessário fortalecer muitas e variadas competên- Com base nesses estudos e buscando
cias, nas nossas crianças e nos nossos jovens, que preparar os alunos de forma mais integral e
lhe possibilitem construir uma vida produtiva e feliz conectada com as demandas da sociedade atual,
em uma sociedade marcada pela velocidade das as habilidades socioemocionais foram implemen-
mudanças. Motivaçã perseverança, capacidade de tadas na Base Nacional Comum Curricular
trabalhar em equipe e resiliência diante de situações (BNCC). Muitos são os questionamentos envolvi-
difíceis são algumas das habilidades socioemocio- dos na tarefa de (re)inserir as habilidades socio-
nais imprescindíveis na contemporaneidade. emocionais com intencionalidade nos currículos
Como já mencionado, tanto a escola quanto escolares. Embora não seja inédita, tampouco
a família podem fomentar essas habilidades. Nessa nova, a ideia de construir uma escola voltada ao
perspectiva, uma opção é matricular a criança em desenvolvimento integral do ser humano ainda
um colégio que tenha, em sua grade curricular, con- pode ser considerada algo bastante revolucionário
teúdos cuja finalidade seja o desenvolvimento de atualmente.
competências socioemocionais. Podemos situar os primórdios das pesqui-
No Brasil, vem crescendo o número de insti- sas sobre habilidades socioemocionais com o
tuições educacionais públicas e privadas com essa estudo longitudinal do economista James Heck-
preocupação, e isso porque pesquisas revelam que man, da Universidade de Chicago (premiado com

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o Nobel da Economia em 2000), que comparou dois atitude. Essa seria uma ótima maneira de trabalhar
grupos de sujeitos oriundos de famílias com baixa a empatia.
renda, no estado americano de Michigan. Um deles Muitas vezes, o professor teme não ser
era composto por sujeitos que participaram, na capaz de trabalhar essas competências em sala de
década de 1960, do programa "Perry Preschool aula, mas ele não se dá conta de que já faz isso
Project", voltado ao desenvolvimento socioemocio- naturalmente. É preciso colocar em prática a inten-
nal de crianças de 3 a 5 anos. Já o grupo de controle cionalidade: ao propor um trabalho em grupo para
era formado por crianças com as mesmas carac- a turma, pode-se explicar por que é importante
terísticas sociodemográficas que não participaram, trabalhar em grupo. Ao terminar a atividade, fazer
em precedência, desse programa. com que os alunos debatam o que aprenderam
Os resultados indicaram diferenças signifi- com a confrontação de ideias e cooperação. Além
cativas na vida adulta, em habilidades que foram de ser um processo diário, o desenvolvimento deve
denominadas, pelos pesquisadores, como "não permear todas as disciplinas.
cognitivas": os que haviam participado do projeto
"Perry" apresentavam menores taxas de abandono O PAPEL DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO
escolar, desemprego, envolvimento em crimes e DE HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS
gravidez na adolescência.
A conclusão foi que, mesmo sem ter afetado A família pode ajudar a criança a desenvolv-
o desempenho medido em testes de QI, o projeto er suas habilidades socioemocionais de diversas
Perry havia sido bem-sucedido ao ensinar seus maneiras.
alunos, desde os primeiros anos de escola, a Considerada o primeiro contexto de
trabalhar melhor em grupo, ter maior controle de inserção, a família atua como mediadora das
suas emoções e mais persistência e organização relações sociais, sendo responsável pela trans-
para executar tarefas. missão de valores e crenças presentes na socie-
Inclusive, nos meios acadêmicos, as con- dade, por meio de cuidados parentais, práticas
cepções teóricas que pressupõem inter-relações de educativas e estilos parentais. Essa transmissão
"emoção, cognição e socialização na aprendizagem pode sofrer influência da qualidade da comuni-
humana" começam a ganhar força apenas a partir cação mãe-criança e do clima familiar, que engloba
da segunda metade do século passado. A chegada dimensões como coesão, conflito e hierarquia,
dessas teorias ao "chão" da escola está apenas aspectos que têm sido destacados na literatura
engatinhando. como associados ao desenvolvimento socioemo-
O professor pode inserir esses conceitos em cional.
atividades que já realiza. Ao dar uma aula de inter- Uma forma de desenvolver essas habili-
pretação de texto, por exemplo, ele pode propor dades é os pais estabelecerem um bom diálogo
que os estudantes reflitam sobre o que o person- com seus filhos sobre seus sentimentos, suas
agem estava sentindo ao tomar determinada emoções e seus comportamentos, com a intenção

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de mostrar as possíveis consequências de cada osa, paternagem democrática, vínculos com adul-
uma de suas atitudes. tos pró-sociais fora da família, conexão com orga-
nizações pró-sociais e frequência a escolas com
RESILIÊNCIA ambiente social afetuoso.

Crianças e adolescentes tornam-se


A resiliência é uma das competências socio- pessoas resilientes quando utilizam seus fatores de
emocionais mais importantes a serem desenvolvi- proteção para proteger recursos internos impor-
das. Ela diz respeito à capacidade de uma pessoa tantes ao desenvolvimento humano, como sua
superar vivências negativas com relativo sucesso, o autoestima, suas emoções, sua motivação e sua
que não implica, necessariamente, na eliminação do capacidade de ressignificar as situações de adver-
problema, mas em sua ressignificação. Seu estudo sidade, fazendo com que situações que poderiam
no campo da psicologia explora as diferenças “destruí-las” as fortaleçam.
individuais no enfrentamento de adversidades ao
Não é uma tarefa fácil desenvolver esses
longo do desenvolvimento humano. O interesse dos
mecanismos, como já colocado, algumas crianças
pesquisadores nessa temática iniciou a partir da
e adolescentes já nascem com predisposição a ser
percepção de que acontecimentos hostis não
resilientes, o que facilita o processo, mas, como
tinham como consequência, obrigatoriamente,
citado nesta apostila, existem estudos como de
problemas psíquicos e comportamentais relaciona-
James Heckman, da Universidade de Chicago (pre-
dos nos indivíduos que os experienciavam, visto
miado com o Nobel da Economia em 2000), do
que alguns deles demonstravam estar bem, apesar
programa Perry, em que crianças e adolescentes
do contexto de risco.
ensinados a desenvolverem habilidades socioemo-
O que torna uma pessoa resiliente? cionais conseguiram resultados positivos de
Todos nascemos com certas vulnerabili- desenvolvimento ao longo de suas vidas, apesar de
dades e determinados fatores de proteção que nos estarem inseridos em ambientes de alto risco.
predispõem a desenvolvermos resiliência. Esses
fatores interagem no ambiente no qual estamos
inseridos. Entre os fatores classificados como de
vulnerabilidade estão: temperamento difícil,
deficiências físicas, alergias ou tendências genéti-
cas ao alcoolismo, depressão ou qualquer outra
psicopatologia.

Os fatores de proteção são: bom funciona-


mento intelectual, disposição agradável, sociável,
calma, autoestima alta, autoconfiança, talentos, fé,
relacionamento íntimo com a figura parental atenci-

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MARIN, Angela Helena et al. Competência


socioemocional: conceitos e instrumentos
associados. Rev. Bras.Ter. Cogn., Rio de Janeiro,
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http://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20170014.

ABED, Anita Lilian Zuppo. O desenvolvimento das


habilidades socioemocionais como caminho
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alunos da educação básica. Constr. Psicopedag.,
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12 nov. 2019.

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Sociemocioanais. Disponível
em:<https://porvir.org/especiais/socioemocionais/>

BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. 12.


ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

CASTRO, A. M. F. M. et al. Validade discriminante


entre regulação emocional e resiliência.
Avaliação Psicológica, v. 16, p. 241-248, 2017.

SOUZA, Celso Lopes de. O futuro pede


habilidades socioemocionais. Nova escola.
Disponível em:
Autora: Yara Figueirôa, Psicóloga (CRP 02/21114),
<https://novaescola.org.br/conteudo/15449/o-futur
terapeuta cognitivo-comportamental,
o-pede-habilidades-socioemocionais>.
pós-graduanda em Transtorno do Espectro Autista
(TEA) pelo Child Behavior Institute of Miami.

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GLOSSÁRIO COM AS PRINCIPAIS Autoestima. É ser capaz de gostar de si mesmo e
HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS apreciar seus pontos fortes e suas limitações.
Permite que o aluno desenvolva seu autoconheci-
Abertura para o novo. Ser receptivo a novas mento e cresça mais confiante.
experiências, sejam estéticas, culturais ou intelectu- Autonomia. É a capacidade de tomar decisões por
ais. Alunos que trabalham essa característica conta própria. É ver o aluno como um sujeito ativo
desenvolvem a imaginação, a tolerância e a curiosi- na busca pelo conhecimento, estimular sua capaci-
dade. dade de se organizar e de buscar respostas às suas
Amabilidade. Tendência a pensar mais no coletivo perguntas.
do que de maneira individualista. O aluno que Compromisso. É o ato de sustentar uma escolha
desenvolve essa característica se torna mais toler- ou um acordo. Uma pessoa é comprometida
ante às diferenças e altruísta. quando reconhece a importância de cumprir uma
Altruísmo. Saber conciliar a satisfação pessoal com obrigação. Estimular esse conceito é importante
o bem-estar dos outros, além de saber dominar os para o aluno tanto no cotidiano escolar quanto no
instintos egoístas que são naturais a todo ser futuro, para o sucesso profissional.
humano. Permite ao aluno aprender a conviver Cooperação. É saber agir em conjunto para alca-
melhor com as pessoas e trabalhar colaborativa- nçar um objetivo em comum, deixando os interess-
mente. es pessoais de lado. O ambiente de diversidade da
Assertividade. Saber expressar, com segurança, escola é uma oportunidade para que o aluno seja
tanto opiniões e pontos de vista quanto emoções e estimulado a trabalhar em conjunto.
sentimentos. O estudante que trabalha essa carac- Criatividade. É a capacidade de criar, inventar ou
terística consegue sentir-se mais seguro quanto às produzir algo novo. O aluno deve perceber que,
suas qualidades. usando da criatividade e da sua imaginação, pode
Autoconfiança. Não ter medo de expor sentimen- dar vida a uma ideia original ou encontrar soluções
tos e opiniões, ser capaz de assumir posições e inovadoras para problemas recorrentes.
defendê-las com propriedade. O aluno só tem a Curiosidade. É a busca por experimentar algo
ganhar ao reconhecer em si as características que o novo ou por entender por meio de questionamen-
tornam único. tos. A curiosidade implica ter um desejo de acessar
Autoconhecimento. Conhecer as próprias com- o conhecimento. Para o aluno, é importante man-
petências, capacidades e limitações. Além disso, ter-se curioso para expandir os próprios conheci-
compreender motivações e emoções que são mentos e o pensamento crítico.
significativas para cada um é importante para se Disciplina. É a capacidade de auto-organizar e
tornar um aluno mais competente e estável emocio- manter o foco para execução de uma tarefa. Um
nalmente. aluno disciplinado é capaz de apresentar melhores
Autocontrole. Ser capaz de controlar ou de ter resultados em atividades que requeiram o estudo
domínio sobre os próprios impulsos. Faz com que o individual.
aluno não se deixe levar pelas emoções e frus- Empatia. É saber se colocar no lugar de outra
trações cotidianas e permita-se pensar antes de pessoa com o intuito de compreender seus senti-
agir por impulso. mentos e suas ações. Desenvolver a empatia faz
com que os alunos se ajudem mutuamente. Esse

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conceito está intimamente relacionado com o Originalidade. Capacidade de se expressar de
altruísmo. maneira independente e de usar a imaginação para
Entusiasmo. É um estado de espírito de euforia, ir além do convencional. Em um trabalho em sala
uma empolgação que se sente por praticar uma de aula, o aluno pode ser instigado a usar a criativi-
atividade específica. Para o aluno, como para todo dade para apresentar seu trabalho de uma maneira
ser humano, é importante descobrir as atividades diferente.
que lhe causam paixão. Otimismo. É a capacidade de encarar situações
Esforço. É empregar mais força, empenho e pelo aspecto positivo. É importante se dar conta
atenção à determinada atividade com o objetivo de das dificuldades, mas também saber reconhecer
alcançar resultados melhores. O conceito é impor- em si mesmo as habilidades para contornar aquela
tante para além dos anos escolares: o aluno que situação. Pode ajudar o aluno a trabalhar sua auto-
perceber que a dedicação traz frutos será um profis- confiança, sem menosprezar o esforço necessário
sional mais completo e bem-sucedido. para alcançar um objetivo.
Estabilidade emocional. Lidar com as emoções de Pensamento crítico. Assumir uma postura ques-
uma maneira previsível e consciente, sem mudar de tionadora, compreender uma informação nova e
humor bruscamente. Pode ajudar o aluno a analisá-la a partir de outras referências. Em um
trabalhar seu autocontrole. mundo cada vez mais dominado pela guerra de
Experimentação. É a atitude de colocar em prática discursos e notícias falsas, o pensamento crítico
ideias e conceitos teóricos. É não se limitar apenas afiado será um escudo dentro e fora da sala de
a estimular a imaginação, mas tentar dar vida às aula.
ideias. Propor um projeto no qual a turma coloque a Persistência. É manter-se constante na busca por
"mão na massa" conduz o aluno a idealizar, planejar um objetivo, apesar das adversidades. A persistên-
e construir suas ideias. Ver um conhecimento sendo cia é vista como um valor importante a ser estimu-
colocado em prática também pode dar mais sentido lado nos alunos, para que eles alcancem seus obje-
à aprendizagem. tivos de conquistas simples a complexas.
Extroversão. Pode ser entendida como a capaci- Resiliência. Usar as próprias habilidades para
dade de expressar sentimentos e opiniões mais superar crises e sair mais fortalecido e experiente
facilmente e ser receptivo às emoções dos outros. diante de cada adversidade. Para o aluno, é uma
Ainda que a introversão, o contrário da extroversão, forma de estimular a persistência e o equilíbrio
não seja um defeito, o aluno pode beneficiar-se da emocional.
habilidade de se expressar com mais facilidade. Responsabilidade. Assumir as consequências
Imaginação. Habilidade de criar ou produzir pelo próprio comportamento, além de ser capaz de
imagens, ideias ou fantasias. É não se conformar se comportar de maneira sensata. Permite ao estu-
com o que é visível ou já foi determinado. Para o dante ter consciência do quanto suas atitudes têm
aluno, é importante usar a imaginação tanto para efeitos.
estimular o senso crítico quanto a criatividade. Sensibilidade. É a capacidade de estimular a
Organização. É a forma de dispor um conjunto de percepção do que se passa ao redor, de sentir, por
pessoas ou de tarefas para atingir um resultado em exemplo, compaixão e empatia por outras
especial. Permite aos alunos compreenderem que pessoas. Faz com que o aluno seja capaz de se
pode ser mais simples atingir um objetivo com relacionar com pessoas e situações de maneira
atitudes racionais e preparação.

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menos distanciada e mais aberta.
Sociabilidade. É a tendência de as pessoas optar-
em por viver em comunidade e de estimular o bom
relacionamento com os outros seres humanos. Na
escola, as atividades em grupo são importantes
para trabalhar as diferenças e fortalecer os laços de
amizade entre os alunos.
Tolerância. É respeitar as ideias, crenças ou ações
diferentes das suas. É manter uma atitude de aceit-
ação em relação às pessoas que têm valores,
muitas vezes, opostos aos seus. Permite que o
aluno amplie sua capacidade de ouvir e aceitar o
que é diferente.

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