Você está na página 1de 8

HTP- Avaliações Psicológicas

“Os métodos projetivos são utilizados para o estudo da personalidade”

Aspecto projetivo: analisa-se a atribuição de qualidades às situações e objetos, que se denotam no


conteúdo e na maneira de tratar o tema – atribuição de significados

de significados

PERSONALIDADE – uma estrutura em evolução

TESTES PROJETIVOS – instrumentos do método clínico

TÉCNICAS PROJETIVAS – características: ambigüidade do material, liberdade para responder

A situação do teste, com o material ambíguo, força o cliente a preencher um vazio justamente com
os recursos profundos de sua personalidade. Há o avivamento nesta pessoa de conflitos psicológicos
e desencadeamento de angústias e regressão, que aparecem no conteúdo das respostas. Os
mecanismos de defesa aparecerão nas características formais das respostas.

Termo “Projeção”
1º sentido: Ação física, o jato (ex.: lançamento de projéteis) – expulsar da consciência os sentimentos
repreensíveis atribuindo-os a outra pessoa (Freud). “(...) os testes projetivos favorecem a descarga,
sobre o material apresentado ao sujeito, de tudo aquilo que este recusa ser, que vivencia em si
mesmo como mau, ou como pontos vulneráveis”. (p. 18)

2º sentido: Matemático – “Os testes projetivos, analogamente, levam o sujeito a produzir um


protocolo de respostas de tal modo que a estrutura do mesmo corresponde à estrutura de sua
personalidade...”

3º sentido: Ótica – partindo de um foco, a projeção luminosa envia raios ou radiações sobre uma
superfície.

“Um teste projetivo é como um raio X:

O QUE ESTÁ ESCONDIDO FICA, ASSIM, ILUMINADO; O LATENTE SE TORNA MANIFESTO; O


INTERIOR É TRAZIDO À SUPERFÍCIE; o que há em nós de estável e também emaranhado se
desvenda.”
O desenho por sua vez possibilita a manifestação mais direta de aspectos de que o sujeito
não tem conhecimento, não quer ou não pode revelar, isto é, aspectos mais profundos e
inconscientes; isso porque, sendo um meio menos usual de comunicação do que a
linguagem, tem um conteúdo simbólico menos reconhecido. Além da projeção, mecanismos
como identificação e introjeção podem eventualmente se manifestar

Objetivo Geral do HTP: Avaliar como a pessoa vivencia sua individualidade em relação
aos outros e ao ambiente do lar.

Objetivos Específicos:

Casa: apresenta aspectos referentes ao lar e às relações interpessoais íntimas. Para as


crianças, a casa parece salientar o ajustamento aos irmãos e aos pais, especialmente com
a mãe. Para os adultos, é representado o ajustamento a situações domésticas em geral e,
mais especificamente, ao esposo e filhos. O desenho da casa dá uma indicação da
capacidade do indivíduo para agir sob estresse e tensões

Árvore: é uma expressão gráfica da experiência de equilíbrio sentida pelo indivíduo e da


visão de seus recursos de personalidade para obter satisfação no seu ambiente. A
qualidade do desenho da árvore parece refletir a capacidade do indivíduo para avaliar
criticamente suas relações com o ambiente.

Pessoa: expressa diretamente a imagem corporal. “A qualidade do desenho reflete a


capacidade do indivíduo para atuar em relacionamentos e para submeter o “self” e as
relações interpessoais à avaliação crítica objetiva. Este desenho desperta sentimentos tão
intensos que indivíduos paranóicos ou psicopatas podem se recusar a fazê-los. Áreas
adicionais de interpretação para o desenho da pessoa podem se referir ao conceito do
indivíduo de seu papel e atitude sexuais em relação a um relacionamento interpessoal.

População: O uso do H-T-P é mais adequado para pessoas acima de oito anos de idade.

O que é significativo para o psicólogo: A atitude do cliente; A estrutura do desenho; O


conteúdo do desenho.

Estrutura: tamanho, pressão do lápis e qualidade da linha, a posição da folha, a precisão, o


grau e a área de completude e de detalhamento, a simetria, a perspectiva, as proporções, o
sombreamento, o reforço e o que foi apagado.

Conteúdo: a ênfase sobre vários aspectos individuais como por exemplo a chaminé, a
janela ou a porta da casa, os ramos ou as raízes da árvore, as diversas partes do corpo,
com suas roupas e acessórios, o tônus postural, a expressão facial da figura humana
Interpretação
No inquérito são analisados •Atitude; •Tempo, Latência, Pausas; •Capacidade Crítica e
Rasuras; •Comentários

O desenho normalmente mais rejeitado é o da pessoa, por uma série de razões:


Muitos indivíduos desajustados têm suas maiores dificuldades nas relações interpessoais;
O desenho da figura humana parece despertar mais associações ao nível consciente ou
próximas da consciência do que os demais desenhos;

A consciência corporal acentuada torna os indivíduos desajustados pouco à vontade

Tempo:

Indivíduos maníacos: podem demorar um grande intervalo de tempo em função da riqueza


de detalhes irrelevantes desenhados;

Obsessivos-compulsivos: levam muito tempo por causa da sua tendência para produzir
meticulosamente todos os detalhes relevantes

Latência:

Se o indivíduo não começar a desenhar dentro de 30 segundos após receber as instruções, o


potencial para psicopatologia está presente; Um atraso sugere forte conflito

Pausa:
Quando esta for superior a 5” em cada desenho, um conflito é fortemente sugerido;
A parte do objeto que estiver sendo desenhada, tiver acabado de ser desenhada ou que for
desenhada em seguida pode representar a origem do conflito

Apagar e redesenhar: Ato persistente em qualquer parte do desenho sugere fortemente


conflito em relação ao detalhe ou ao que ele representa para o indivíduo;

Comentários ou observações supérfluas feitas durante a realização do desenho podem


indicar insegurança Verbalizações durante a fase do desenho frequentemente incluem
conteúdos que foram reprimidos durante a entrevista anterior, incluindo ideias de
orientação e perseguição;
A tarefa de desenhar emprega energias, que estiveram envolvidas na defesa do ego,
reprimindo a verbalização desse material;

Características gerais do desenho


Proporção; Perspectiva; Detalhes
Proporção: Relações proporcionais nos desenhos também fornecem um índice grosseiro da
capacidade do indivíduo para atribuir valores objetivos aos elementos da realidade e realizar
julgamentos com facilidade e flexibilidade
Ex: Casa excessivamente pequena geralmente aponta um sentimento de inadequação, uma
tendência de se afastar do ambiente ou uma rejeição do tema principal do desenho
Casa excessivamente grande: Geralmente indica um sentimento de frustração. Estão
sentindo hostilidade em relação a um ambiente restrito. Grande tensão e irritabilidade com
o sentimento de imobilidade desamparada. Uma visão egocêntrica da importância do
próprio indivíduo
Perspectiva: Um planejamento das relações espaciais no desenho da casa, árvore e pessoa
indica a capacidade do indivíduo para compreender e reagir com sucesso a aspectos mais
complexos, mais abstratos e mais exigentes da vida. Também pode ser vista como uma
medida da compreensão do indivíduo.

Vertical
Desenho majoritariamente do lado esquerdo: Maior probabilidade de que o indivíduo tenda
a se comportar impulsivamente, buscar satisfação emocional, imediata e direta de suas
necessidades e impulsos. Indivíduo preocupado com o passado e interessado principal e
fortemente em si mesmo.
Quando o inverso ocorre (direita), maior a probabilidade de mostrar um comportamento
estável, rigidamente controlado, de estar propenso a adiar a satisfação de suas necessidades
e impulsos imediatos; e de preferir satisfações intelectuais e emocionais
Horizontal
Quanto mais abaixo, maior a probabilidade de o indivíduo se sentir inseguro e inadequado, e
de esse sentimento produzir uma depressão no humor. Tendem a ser concretos e a buscar
satisfação na realidade do que na fantasia. Se o desenho for visto como continuando para
além da margem inferior da página, maior o sentimento de opressão.
No contrário (acima do ponto médio), maior a probabilidade de se sentir lutando por
objetivos inatingíveis. Pode indicar que o indivíduo tende mais a buscar a satisfação na
intelectualização ou na fantasia, do que na realidade.

“Quando o desenho se localizar ao redor do ponto médio geométrico


exata da página, o indivíduo geralmente é rígido para compensar a
ansiedade e a insegurança”

Quando o indivíduo realiza o desenho na posição contrária a orientada: Indivíduos com


tendências agressivas e/ou negativistas podem mostrar rejeição à sugestão, recusando-se a
aceitar a página na posição apresentada. Parecem sentir que seria um sinal de fraqueza
aceitar instruções.

Quadrante
Do ponto de vista dos quadrantes, duas questões se sobressaem. Primeiro, o quadrante
superior esquerdo (particularmente seu canto extremo superior esquerdo) é o “quadrante
da regressão”. Indivíduos com deterioração psicótica ou orgânica muito frequentemente
localizam seus desenhos nesse quadrante, assim como os indivíduos que não atingiram um
alto nível de maturidade conceitual. No quadrante inferior direito, o quadrante “incomum”,
um desenho quase nunca é colocado inteiro dentro dele.
Margem
“Desenho cortado pelo papel” é a amputação de parte do desenho por uma ou mais
margens, algumas vezes, devido à relutância em desenhar a parte em questão, por causa de
associações desagradáveis.
Desenhos cortados na base da página podem ser detectados apenas através de perguntas
ou de um comentário espontâneo do indivíduo. Quanto mais o desenho se estende para
baixo na página, maior a probabilidade da repressão estar sendo usada como uma estratégia
para manter a integridade da personalidade (indivíduos com forte potencial explosivo).
Margem direita: parece indicar um desejo de escapar para o futuro;
Margem esquerda: Desenhos cortados nessa margem parecem indicar uma fixação no
passado e medo do futuro
Margem esquerda: Desenhos cortados nessa margem parecem indicar uma fixação no
passado e medo do futuro

“O desenho na borda do papel”


Ocorre quando parte do desenho toca a margem, mas não parece se estender
Margem superior: sugere uma fixação no pensamento e na fantasia como fonte de
satisfação;
Margens laterais: insegurança e constrição;
Margem inferior: implica em depressão e em tendência a comportar-se de uma maneira
concreta e desprovida de imaginação;

Relação com o observador


Os desenhos são usualmente representados como se estivessem no mesmo nível do
observador. Desvios desse padrão são “visão de pássaro”, quando o desenho e visto de cima,
e a “visão de minhoca”, quando o desenho e visto de baixo (sentimento de rejeição e
inferioridade na situação familiar).
Tamanho muito pequeno, localização no alto de uma colina ou em um vale profundo, ou por
um grande número de detalhes localizados entre o observador e o objeto desenhado.
Implica em uma forte necessidade de manter o “self” afastado e inacessível.
Posição
A ausência de qualquer sugestão de profundidade sugere: estilo rígido e intransigente, que
compensa sentimentos de inadequação e de insegurança.
Desenho de perfil completo (sem sugestão de que existe um outro lado: indica fortes
tendências oposicionistas e de afastamento (estados paranóicos)

Linha de Solo
Quando desenhada como uma colina: pode representar sentimentos de isolamento e
exposição, dependência materna ou exibicionismo.
Quando a linha de solo inclinada para baixo e para a direita: o indivíduo pode sentir que o
futuro é incerto e talvez perigoso

Transparência
Desenhar um objeto (deixa-lo visível) que normalmente estaria coberto por alguma coisa é
uma falha grave no teste de realidade;
As transparências implicam em uma falha grave na função crítica, em indivíduos sem
deficiência mental.

Inquérito Posterior ao Desenho


Pretende esclarecer aspectos obscuros dos desenhos e proporcionar ao indivíduo toda
oportunidade de projetar sentimentos, necessidades, objetivos e atitudes através da
descrição verbal e de comentários sobre seus desenhos acromáticos e cromáticos;
A avaliação das respostas dadas devem ser avaliadas de acordo com diversas dimensões;
O volume das respostas é importante
Uma resposta irrelevante para “Quantos anos ele(a) tem?” foi o comentário de um
pré-psicótico “Ele tem 100, mas eu tenho 27”;
Um paciente maníaco respondeu à pergunta sobre o tempo nos desenhos: “Todos os tipos
de tempo, neve, verão, outono, chuva, seco, tudo!”;
Um paciente psicótico respondeu para a pergunta “Alguma parte da árvore está morta? –
“Eu não posso ouvi-lo muito bem porque as pessoas estão falando muito
Entrevista
Conjunto de técnicas de investigação de tempo delimitado; Dirigido por um entrevistador
treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional;
Objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos (indivíduo, casal,
família, rede social); Processo para fazer recomendações, encaminhamentos ou propor
algum tipo de intervenção.
Técnica: uma série de procedimentos que possibilitam investigar os temas em questão;
Investigação: possibilita alcançar os objetivos primordiais da entrevista (descrever e avaliar -
levantamento de informações - relacionar eventos e experiências – inferências - estabelecer
conclusões - tomar decisões;

ENTREVISTAS ESTRUTURADAS:

São de pouca utilidade clínica, sendo sua utilização mais frequente em pesquisas;
Raramente considera as necessidades ou demandas do sujeito avaliado – usualmente, ela se
destina ao levantamento de informações definidas pelas necessidades de um projeto

ENTREVISTAS DE LIVRE ESTRUTURAÇÃO:

Toda entrevista exige alguma forma de estruturação; É necessário que se conheçam suas
metas, Não existem perguntas pré-formuladas; O paciente traz as informações que achar
pertinentes na ordem que desejar; O avaliador deve ter em mente os temas a serem
abordados, pois em alguns momentos deverá direcionar a entrevista; Bastante utilizadas
pelos psicanalistas;

ENTREVISTAS SEMI ESTRUTURADAS:

O entrevistador tem clareza de seus objetivos, de que tipo de informação é necessária para
atingi-los; Como essa informação deve ser obtida (perguntas sugeridas ou padronizadas);
Quando ou em que sequência, em que condições deve ser investigada (relevância) e; Como
deve ser considerada (utilização de critérios de avaliação)

Você também pode gostar