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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para Identificação da Produção Didática – Pedagógica
Professor PDE/2013
Título: O Professor e a Inclusão do Aluno com
Déficit de Atenção e Hiperatividade
Autor: Rosilaine Maria do Nascimento Oliveira
Disciplina/Área: Educação Especial
Escola de Implementação do Projeto Colégio Estadual Maria Francisca de
e sua Localização: Souza EFM
Município da escola: Barra do Jacaré Paraná
Núcleo Regional de Educação: Jacarezinho
Professor Orientador: Esp. Beatriz Brochado Stramare Ferrari
Instituto de Ensino Superior: Universidade Estadual do Norte do
Paraná (UENP) – Campus Jacarezinho
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Relação Interdisciplinar: Não
Público Alvo: Professores do Ensino Fundamental e
Médio
Localização: Colégio Estadual Maria Francisca de
Souza EFM
Resumo: O TDAH segundo GOLDSTEIN (2006)
aparece geralmente na primeira
infância e atinge aproximadamente de
3% a 5% da população. É um
transtorno neurobiológico, de causas
genéticas, que aparece na infância e
frequentemente acompanha o
indivíduo durante a sua vida. O
Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade TDAH constitui
um problema de saúde mental com
três características básicas: a
desatenção, a agitação e a
impulsividade. Este trabalho tem como
objetivo, fazer uma reflexão sobre a
identificação, causas, sintomas,
critérios diagnósticos e possíveis
intervenções do TDAH no contexto
escolar. Pretende-se formar grupo de
estudos envolvendo a equipe
multidisciplinar da escola, com leitura
de textos, vídeos, questionário e
atividades reflexivas. Espera-se que
através desse embasamento teórico, o
professor possa em sua prática diária,
analisar, levantar hipóteses e adaptar
metodologias diferenciadas para
trabalhar com o aluno com TDAH.
Palavras – chave (3 a 5 palavras) TDAH; Reflexão; Identificação; Escola
3

APRESENTAÇÃO:

Esta Unidade Didática é uma produção didático-pedagógica, que resulta


do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, promovido pela Secretaria de
Estado da Educação do Paraná.
O interesse pela elaboração deste surgiu a partir da constatação das
dificuldades encontradas por professores, gestores e alunos no que se refere à
inclusão dos alunos com TDAH.
O objetivo desta Unidade Didática é levar a uma reflexão e
conscientização aos professores da sala comum, com possibilidades de auxiliá-los
na sua prática em sala de aula.
Para tanto foi necessário um estudo dos teóricos acerca dos transtornos
de Déficit de Atenção e Hiperatividade TDAH no espaço escolar e a proposta a
princípio seria a de identificação do aluno com TDAH através de sugestões de
metodologias e estratégias diferenciadas para que possa ocorrer a aprendizagem
desse aluno.
Pretende-se realizar uma reflexão por meio dos textos selecionados sobre
TDAH. O material está dividido nas seguintes unidades.
1ª Unidade
A legislação, Histórico e a pessoa com transtorno do déficit de
Atenção/hiperatividade.
2ª Unidade
Inclusão,Transtorno do Déficit de Atenção: Conceito, Sintomas, Tipos de
Diagnóstico e Tratamento.
3ª Unidade
Instrumentos de Verificação.
4ª Unidade
Contexto Escolar e Intervenção (Família, Escola e Professor).
Desse modo, a formação e a capacitação de professores, gestores e
futuros docentes, é uma ação que possibilitará conhecimentos a ser adquirida uma
possível mudança de estratégias e metodologias para que ocorra uma
aprendizagem e que venham de encontro às expectativas do aluno com TDAH.
4

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:


1ª Unidade Uni

Figura 1: Criança
Fonte: www.nossoclubinho.com.br

A legislação, Histórico e a pessoa com transtorno do déficit de


Atenção/hiperatividade.

O Projeto de Lei do Senado nº 402, de 2008 sobre o TDAH.


Dispõe sobre o diagnóstico e o tratamento da dislexia e do transtorno do
Déficit de Atenção com Hiperatividade na educação básica.
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1º O poder Público deve manter programa de diagnóstico e
tratamento de estudantes da educação básica com dislexia e Transtorno de Déficit
de Atenção com Hiperatividade na educação básica.
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1º O poder Público deve manter programa de diagnóstico e
tratamento de estudantes da educação básica com dislexia e Transtorno de Déficit
de Atenção com Hiperatividade TDAH.
Art. 2º O diagnóstico e o tratamento de que o art. 1º deve ocorrer por meio
de equipe multidisciplinar, da qual participarão, entre outros, educadores,
psicólogos, psicopedagogos, médicos e fonoaudiólogos.
Art. 3º As escolas de Educação básica devem assegurar às crianças e
aos adolescentes com dislexia e TDAH o acesso aos recursos didáticos adequados
ao desenvolvimento de sua aprendizagem.
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Art. 4º Os sistemas de ensino devem garantir aos professores da


educação básica cursos sobre diagnóstico e o tratamento da dislexia e do TDAH, de
forma a facilitar o trabalho da equipe multidisciplinar de que trata o art. 2º.
Art. 5º. Esta Lei encontra em vigor no dia 1º de janeiro do ano
subsequente ao da sua publicação.

Sala da Comissão, em 02 de março de 2010.


Senador Flávio Arns,
Presidente.

Histórico:

Em 1902 crianças que apresentavam comportamento agressivo,


desafiante, indisciplinado, cruel, com dificuldades na atenção e com pouco controle
foram descritos pelo médico inglês George Frederick Still como tendo um “Defeito no
Controle Moral”. O médico sugeriu que essas crianças tinham uma dificuldade na
inibição de respostas aos estímulos e identificou algum tipo de influência hereditária.
Posteriormente, Meyer (1904) e, ainda Goldstein (1936) observaram
comportamento similar ao descrito por Still em crianças que haviam sofrido lesões
cerebrais traumáticas e sugeriram os termos Distúrbio Orgânico do Comportamento
lesionado cerebral. Passaram a utilizar o rótulo de Lesão Cerebral Mínima (LCM).
Em 1937, Bradley observou que a administração de anfetamina, droga
estimulante do sistema nervoso central, produzia nestas crianças muito agitadas, um
efeito calmante com melhora do quadro, e esta resposta foi interpretada como uma
“reação paradoxal”, pois era oposta ao que seria de se esperar. Esta “reação
paradoxal” foi considerada por muitos profissionais como uma verdadeira prova
terapêutica, pois afirmavam que a criança ou adulto que demonstrasse um efeito
calmante após receber anfetamina seria um Lesionado Cerebral, enquanto que os
sujeitos normais deveriam demonstrar um efeito estimulante.
O termo Hiperatividade para se referir a estas crianças foi introduzido por
Laufer e Denhoff, em 1957, e por Stella Chess, em 1960. A denominação de LCM foi
abandonada posteriormente, após a realização de um encontro em Oxford
(Inglaterra), durante o qual se optou pela utilização do termo Disfunção Cerebral
Mínima (DCM).
6

Em 1980 o Distúrbio de Déficit de Atenção foi incluído no DSM – III


(Associação Americana de Psiquiatria, 1980). A terminologia foi modificada desde
então, e a nomenclatura de diagnóstico atualmente em uso é “Distúrbio de Déficit de
Atenção com Hiperatividade” (Associação Americana de Psiquiatria, 1999).
A Resolução CNE/CBE Nº 2.11/2001 (BRASIL, 2001), institui Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação.

Art. 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais


especiais os que, durante o processo educacional, apresentarem:
I – dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de
desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades
curriculares, compreendidas em dois grupos.
a) Aquelas não vinculadas a causas orgânicas específica;
b) Aquelas relacionadas a condições, disfunções limitações ou
deficiências,
II – dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais
alunos, demandando a utilização de linguagem e códigos aplicáveis,
III – altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que
os leve a dominar rapidamente os conceitos, procedimentos e atitudes.

Atividade Reflexiva

Faça uma leitura sobre os documentos acima e escreva seu parecer


sobre eles. Os documentos são coerentes com a nossa realidade em sala de aula?
Justifique.
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2ª Unidade

Figura 2: Estratégias Pedagógicas para Alunos com TDAH


Fonte: www.tdah.org.br

Inclusão: Transtorno do Déficit de Atenção: Conceito, Sintomas,


Tipos de Diagnóstico e Tratamento.

Inclusão:

O aluno com TDAH assim como aqueles com deficiência Intelectual,


Física ou algum Transtorno, precisam de um olhar pedagógico especial. Para tanto,
a LDB (Lei de Diretrizes e Bases – Brasil, Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996),
assegurou aos alunos com necessidades especiais o direito a currículos, métodos,
recursos educativos e de organização, específicos para atender suas necessidades.
Mas não é apenas a LDB que garante a atenção ao aluno com dificuldades, a ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente), Lei nº 8.069 estabelece o direito às pessoas
com deficiências em receber educação, preferencialmente na rede regular de
ensino. Porém, metodologias, currículos e principalmente avaliações, devem
respeitar limitações específicas, não apenas para crianças com TDAH, mas para
todos os alunos que necessitem de ajuda mais elaborada: Na avaliação, deve se
considerar a discrepância entre a capacidade real e o resultado que é apresentado
na escola. Deve-se considerar a impossibilidade de as crianças com TDAH
atenderem ao padrão temporal que a escola pré-estabelece para o aprendizado,
pois o transtorno gira em torno da desatenção, agitação (ou hiperatividade) e a
impulsividade (ROHDE, 1999).
8

De acordo com CARVALHO ( 2004), não basta incluir é preciso integrar o


aluno na classe para que a aprendizagem aconteça, uma vez que a integração deve
andar junto com a inclusão um completando o outro. Não se pode, em uma ideia
inclusiva, dar rótulos ou utilizar modelos de alunos os diferenciado entre deficientes
e não-deficientes.
Essa rotulação não mais existirá quando as diferenças forem entendidas
como algo comum e quando aprendemos a respeitá-las e valorizá-las, livres de
comparações. Só que para que isso aconteça principalmente os professores
precisam ter uma atitude crítica perante a sociedade ou então, acontecerá a
exclusão dos incluídos dentro da sala de aula.

Conceito de TDAH:

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade TDAH é um


transtorno neurobiológico de causas genéticas, que aparece na infância e
frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por
sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de
DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD e
ADHD ou de AD/HD.

Segundo Barkley (2008 a, p.89).

Os indivíduos com TDAH costumam ser considerados portadores de


dificuldades crônicas com a desatenção e/ou impulsividade-hiperatividade.
Acredita-se que representem essas características desde cedo em suas
vidas, em um grau excessivo e inadequado para a idade ou nível de
desenvolvimento, e entre uma variedade de situações que excedem a sua
capacidade de prestar atenção, restringir movimentos, inibir impulsos e
regular o próprio comportamento no que diz respeito às regras, ao tempo e
ao futuro.

Observaram-se uma criança pequena, fica fácil ter-se uma ideia do que é
impulsividade, porque nessa fase a criança naturalmente ainda não desenvolveu
nenhum controle dos seus impulsos. Em outras palavras, ela não tem freio. Somente
à medida que a criança cresce é que a educação vai criando esse freio interno da
resposta imediata. No TDAH as reações tendem a ser imediatas, sem reflexão.
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Desatenção:

A falha da atenção pode aparecer de diversas formas. A pessoa não


consegue manter a concentração por muito tempo, quando começa a ler um livro, na
metade da página não consegue lembrar o que acabou de ler. Até mesmo numa
conversa é capaz de perder o fio da meada. A desatenção é responsável por erros
tolos que o estudante comete em matérias que ele seguramente domina, mas que
no momento da prova sua atenção caiu.
Outras vezes, a mente da pessoa com TDAH parece que não tem um
“filtro”, e por isso qualquer estímulo é capaz de desviar sua atenção. Assim é que
numa aula, por exemplo, basta passar alguém no corredor ou acontecer um ruído na
rua para deixar a pessoa perdida em relação ao que está sendo falado pelo
professor.
Outra forma de falha da atenção é quando não é capaz de dar um recado,
simplesmente por não se lembrar disso no exato momento em que encontra a
pessoa a quem deveria ter dado o recado. No entanto basta alguém perguntar qual
o recado que ela ficou de transmitir, que normalmente irá lembrá-lo.

Sintomas/Diagnóstico
Critérios diagnósticos do DSM – IV para TDAH
A. Ou (1) ou (2)
1) Seis (ou mais) dos seguintes sintomas de desatenção persistem por
pelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativo e inconsistente com o
nível de desenvolvimento:
Desatenção:
a) Frequentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete
erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras.
b) Com frequência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas
ou atividades lúdicas.
c) Com frequência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra.
d) Com frequência não segue instruções e não termina seus deveres
escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido
a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender
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instruções).
e) Com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades
(por ex: brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou outros
materiais).
f) Com frequência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.
g) Com frequência evita, antipatiza ou reluta a envolver-se em tarefas
que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou
deveres de casa).
h) É facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa.
i) Com freqüência apresenta esquecimento em atividades diárias.
2 – seis (ou mais) dos seguintes sintomas de hiperatividade persistirem
por pelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativo e inconsistente com o
nível de desenvolvimento.
a) Frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira.
b) Frequentemente abandona sua cadeira em sala de aula ou outras
situações nas quais se espera que permaneça sentado.
c) Frequentemente corre ou escala em demasia, em situações nas
quais isto é inapropriado (em adolescentes e adultos, pode estar
limitado a sensações subjetivas de inquietação).
d) Com freqüência tem dificuldade para brincar ou se envolver
silenciosamente em atividades de lazer.
e) Está frequentemente “a mil” ou muitas vezes age como se estivesse
“a todo vapor”.
f) Frequentemente fala em demasia.
Impulsividade
g) Frequentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas
terem sido completadas.
h) Com frequência tem dificuldade para aguardar sua vez.
i) Frequentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por
ex: intromete-se em conversas ou brincadeiras).
B. Alguns sintomas de hiperatividade/impulsividade ou desatenção que
causaram prejuízo estavam presentes antes dos 7 anos de idade.
C. Algum prejuízo causado pelos sintomas está presente em dois ou mais
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contextos (por ex: na escola [ou trabalho] e em casa).


D. Deve haver claras evidências de prejuízo clinicamente significativo no
funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
E. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de um
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou no outro
Transtorno Psicótico e não são melhor explicados por outro transtorno
de Ansiedade, Transtorno Dissociativo ou um Transtorno da
Personalidade.
B. Alguns sintomas de hiperatividade/impulsividade ou desatenção que
causaram prejuízo estavam presentes antes dos 7 anos de idade.
C. Deve haver claras e evidências de prejuízo clinicamente significativo no
funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
D. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de um
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou outro Transtorno
Psicótico e não são melhor explicados por outro transtorno mental (por ex:
Transtorno do Humor, Transtorno de Ansiedade, Transtorno Dissociativo ou
um Transtorno da Personalidade).

Critérios Diagnósticos:

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da


Associação Psiquiátrica Americana 4ª Edição Texto Revisado (DSM IV – TR) contém
os critérios clínicos consagrados para o diagnóstico do TDAH.
Segundo o DSM – IV TR propõe uma classificação do TDAH, onde a
criança deve preencher critérios em pelo menos 6 itens de desatenção (tipo
desatento) ou 6 itens de hiperatividade e impulsividade (tipo hiperativo), ou com
itens dos dois (tipo combinado).
Propõe também uma classificação uma classificação em 4 subcategorias.
a) TDAH predominante desatento: presença de seis ou mais sintomas de
falta de atenção.
b) TDAH predominante hiperativo/impulsivo: presença de seis ou mais
sintomas de hiperatividade e impulsividade.
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c) TDAH tipo combinado: presença de seis ou mais sintomas de


desatenção associados a seis ou mais sintomas de hiperatividade e
impulsividade.
d) TDAH em remissão parcial: termo usado para indivíduos (geralmente
adolescentes e adultos) que não teriam o mínimo de sintomas, mas
que mesmo assim apresenta comprometimento funcional significado.

Tratamento:

O tratamento para TDAH, hiperatividade ou qualquer outro problema deve


ser baseado em uma análise extensa das causas – um bom Diagnóstico Diferencial.
Devem incluir também um plano de ação, com prioridades e objetivos de curto e
longo prazo. No caso do TDAH, distração, hiperatividade/impulsividade, é
necessário um tratamento integrado, dirigido tanto aos déficits de base orgânica
quanto aos comportamentais. O quanto se inventará em cada área, por quanto
tempo e com qual prioridade varia de acordo com o caso.
Após o diagnóstico feito por um profissional que entenda profundamente
do assunto, o tratamento abrange psicoterapia estrutural e organizadora na criança
ou no adulto, envolvendo toda dinâmica família, medicação quando necessário,
muita informação e conscientização do que é TDAH.
Comprovadamente a terapia cognitiva comportamental é que dá melhores
resultados. O terapeuta deve funcionar como um treinador, dando instruções e
sinalizando (“perceba como está se perdendo em detalhes... como está desviando
de seu objetivo... , pare, volte àquele assunto...”). O foco da terapia deve ser a
mudança de velhos hábitos que já se tornaram vícios: adiamento crônico,
desorganização, pensamentos negativos, além do resgate da autoconfiança e da
auto-estima, geralmente muito abalados.

ESCALA DE CONNERS

Destinada a pais e professores, visando o diagnóstico da hiperatividade,


adaptada e validada no Brasil por Barbosa (1995).
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versão para pais – ponto de corte igual a 58

nunca = 0 ; às vezes = 1

frequentemente = 2; sempre = 3

Comportamento habitual em casa

1. Desperta à noite

2. Tem medo diante de novas situações

3. Tem medo de gente

4. Tem medo de estar sozinho

5. Preocupa-se com doenças e mortes

6. Mostra-se tenso e rígido

7. Apresenta sacudida ou espasmos musculares

8. Apresenta tremores

9. Sente dores de cabeça

10. Sente dores de estômago

11. Tem vômitos

12. Queixa-se de enfermidades e dores

13. Deixa-se levar por outras crianças

14. Desafia e intimida os demais

15. É valente (arrogante) e desrespeita seus superiores (insolente)

16. É descarado com os adultos

17. É tímido diante dos amigos

18. Teme não agradar seus amigos

19. Tem amigos

20. É malicioso com seus irmãos

21. Briga constantemente

22. Critica muito outras crianças


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23. Aprende na escola

24. Gosta de ir à escola

25. Tem medo de ir à escola

26. Desobedecem as normas da escola

27. Mente, culpando os demais dos seus erros

28. Realiza roubos de seus pais

29. Realiza roubos na escola

30. Rouba em lojas, em barracas e em outros lugares

31. Tem problemas com a polícia

32. Pretende fazer tudo bem feito (perfeito)

33. Necessita fazer sempre as coisas da mesma maneira

34. Tem objetivo muito alto (sonhar alto)

35. Distrai-se facilmente

36. Mostra-se nervoso e inquieto

37. Não pode ficar quieto

38. Sobe em todas as partes

39. Desperta-se muito cedo

40. Não fica quieto durante as refeições

41. Se começa a fazer alguma coisa, repetitivamente, é impossível parar

42. Seus atos dão a impressão de serem movidos por um motor

Versão para professores – ponto de corte igual a 62

I. Comportamento na sala de aula

1. Constantemente se mexendo

2. Emitem sons, ruídos

3. Pedidos têm que ser imediatamente atendidos

4. Coordenação motora comprometida, fraca

5. Inquieto, superativo
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6. Excitável, impulsivo

7. Desatento, facilmente distraído

8. Não termina o que começa

9. Extremamente sensível

10. Extremamente sério, triste

11. Sonha acordado

12. Mal-humorado, rabugento

13. Chora com frequência e facilidade

14. Perturba outras crianças

15. Provoca confusões

16. Humor muda drasticamente com rapidez

17. Matreiro, faz-se de esperto

18. Destrutivo

19. Furta

20. Mente

21. Explosões de raiva, comportamento imprevisível, explosivo.

II. Participação em Grupo

22. Isola-se de outras crianças

23. Parece não ser aceito pelo grupo

24. Parece se deixar levar com facilidade

25. Não tem "espírito esportivo"

26. Parece não ter liderança

27. Não se relaciona bem com o sexo oposto

28. Não se relaciona bem com crianças do mesmo sexo

29. Provoca outras crianças ou interfere com as suas atividades

III. Atitude em relação a autoridades

30. Submissa
16

31. Desafiadora

32. Atrevida

33. Tímida

34. Medrosa

35. Excessiva exigência da atenção do professor

36. Teimosa

37. Excessivamente ansiosa para agradar

38. De não cooperação.

39. Falta à aula com frequência

A academia Americana de Pediatria (2001) publicou diretrizes para o


pediatra clínico sobre o tratamento do transtorno. Nessas diretrizes, são enfatizados
cinco princípios básicos.

Quadro 1. Diretrizes para o tratamento do TDAH estabelecidas pela Academia


Americana de Pediatria (2001).
Recomendações e conteúdo
1. Estabelecer programa para manejo do TDAH, reconhecendo-o como um
problema crônico de saúde.
 Fornecer informações adequadas sobre o TDAH;
 Avaliar e monitorar periodicamente o nível de conhecimentos da família
sobre o transtorno;
 Orientar a família em relação ao problema, atualizando constantemente
as orientações, de acordo com o nível de desenvolvimento do
paciente;
 Estar disponível para responder perguntas e esclarecer dúvidas;
 Auxiliar a família a estabelecer objetivos adequados, isto é, passíveis
de serem alcançados, para o comportamento do paciente na vida
diária;
 Proporcionar contato com outras famílias que também possuem
membros portadores de TDAH;
2. Estabelecer os objetivos terapêuticos em colaboração com a escola, pais e
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crianças, especificando alvos específicos para orientar intervenção:


 Melhorar a qualidade de relacionamento do paciente com familiares,
colegas e professores;
 Aprimorar o desempenho acadêmico do paciente, sua independência
(auto-cuidados e tarefas escolares) e auto-estima.
 Aumentar segurança da criança na comunidade (ex: atravessar ruas).
3. Recomendar medicação estimulante e/ou terapia comportamental:
 Medicação: Identificar a melhor medicação para cada criança;
 Terapia comportamental: as estratégias efetivas descritas na literatura
incluem reforço positivo, time-out, custo de resposta e economia de
fichas.
4. Reavaliar o tratamento o tratamento quando os alvos não foram atingidos:
 Ausência de resposta positiva ao tratamento pode ser decorrente de
alvos irrealistas, déficit nas informações obtidas, presença de
comorbidade, falta de adesão ao tratamento; tratamento ineficiente.
5. Realizar motivação e acompanhamento constantes, incluindo dados obtidos
dos pais, professores e da própria criança.

Atividade Reflexiva

a) Você acredita que para um trabalho efetivo com o TDAH, é necessário


diversificar nossas estratégias na sala de aula. Justifique.
b) Em relação a definição de TDAH quais as principais características que
estão presentes na criança.De que forma podemos realizar um
trabalho para controlar um pouco esses sintomas.
c) De acordo com a pesquisa realizada por GOLDSTEIN e GOLDSTEIN,
(2001) a respeito da Hiperatividade, qual foi sua constatação. De que
forma você como professor na sala comum poderá realizar esse
trabalho de uma possível identificação, você sente-se capacitado?
Justifique.
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d) Segundo o manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da


Associação Americana, qual é a classificação atribuída ao TDAH.
e) Qual é o tratamento para a criança com TDAH.
f) De acordo com GOLDSTEIN e GOLDSTEIN (1998), o que é
necessário a família saber acerca do TDAH. Escreva um breve
comentário.
g) Segundo Russel A. Barkley qual é a expectativa em relação a criança
com TDAH na escola. Você como professor o que é necessário para
amenizar um pouco essas estatísticas.
h) Descreva algumas dicas de como deverá ser o procedimento do
professor que têm uma criança com TDAH diagnosticado ou que ainda
não está com o diagnóstico fechado.
Sugestão de Leitura
Cartilha (Associação Brasileira do Déficit de Atenção). Disponível:
<http://www.tdah.org.br>. Acesso em: 20 set. 2013.

3ª Unidade

Figura 3: TDAH
Fonte: www.tdah.org.br

Instrumentos de Verificação:

Os instrumentos que comumente são utilizados no diagnóstico do TDAH


são: a entrevista, as escalas Weschler (WISC – III 2002 ou WAIS III), as técnicas
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grafo - projetivas, o Bender, Escala Benzick, os critérios do DSM IV e em alguns


casos a lista de REY.
No caso de crianças em fase escolar, a entrevista clínica semi-dirigida
com o paciente e/ou familiares nos fornece uma noção a respeito das relações que
estas crianças estabelecem nos ambientes em que convive. A entrevista visa o
levantamento de dados relevantes da história de vida pessoal e familiar, e,
sobretudo, os significados que a mãe ou o parente atribui a estes dados dando a
clarificação da (s) queixa (s), a observação inicial do paciente e o levantamento de
critérios significativos pelo DSM – IV.
Neste momento, é importante esclarecer quais são os comportamentos
apontados como “inadequados”, quem os percebe desta forma, e que os impactos
os mesmos determinam na vida do paciente. As observações clínicas durante a
testagem são também essenciais para a análise qualitativa.
Fatores como impulsividade motora, perseveração de movimentos, falha
na inibição de respostas e problemas de gerenciamento de atenção, podem justificar
tais inabilidades, por isso, são freqüentes a disgrafia e a falta de coordenação como
sintomas presentes no TDAH.
Observa-se a dificuldade na dinâmica da articulação
futuro/presente/passado que se mostra baseada nos déficits da percepção e da
sequênciação do tempo. O portador de TDAH pode até saber verbalizar o que deve
ser feito, porém ele não parte para a ação de forma planejada, pois não mantém
suas representações internas e, por isso, busca um prazer/solução imediato.

Atividade Reflexiva

a) Quais os procedimentos que poderão ser utilizados e os instrumentos


de verificação para que se possa obter um diagnóstico do aluno com
TDAH.
b) Professor você acaba de receber uma criança com indicativos de
TDAH. Qual seria seu posicionamento em relação a essa criança.
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4ª Unidade

Figura 4: TDAH: doença ou invenção?


Fonte: criandocriancas.blogspot.com

Contexto Escolar e Intervenção (Família, Escola e Professor).

A Compreensão da Família sobre TDAH

Estratégias que podem ajudar os pais de crianças com TDAH (GOLSTEIN


e GOLDSTEIN; 1998):
1 – Os pais devem compreender que para poder controlar em casa o
comportamento resultante do TDAH, é preciso ter um conhecimento correto do
distúrbio e suas implicações.
2 – Os pais devem desenvolver a capacidade de distinguir entre
problemas que resultam de incapacidade e problemas que resultam de recusa ativa
em obedecer a ordens.
3 – Devem cuidar para que seus pedidos sejam feitos de maneira positiva
mostrar para a criança o que deve começar a ser feito e evita que ela focalize em
parar o que está fazendo.
4 – Os pais devem recompensar amplamente o comportamento
adequado. Crianças com TDAH exigem respostas imediatas, frequentes, previsíveis
e coerentes aplicadas ao seu comportamento. Da mesma maneira, necessitam de
mais tentativas para aprender corretamente. Quando a criança consegue completar
uma tarefa ou realiza alguma coisa corretamente, deve ser recompensado
socialmente com algo tangível mais frequentemente que o normal.
21

Observar hábitos da família do portador de TDAH, segundo Russel (2002)


as famílias devem atentar para alguns hábitos que devem evitados e outros que, por
outro lado deve ser adotado para que os sintomas secundários, como: baixa auto-
estima e dificuldades com relacionamentos sejam minimizados.
Além de orientar sobre a necessidade de maior firmeza e clareza em
relação às regras, estes pais precisam ainda aprender técnicas para o manejo dos
comportamentos opositivos, freqüentemente apresentados por crianças com TDAH.
O programa proposto por Barkley (1998) é desenvolvido em dez sessões de duas
horas para pais individuais, famílias ou grupos (Quadro 3).

Quadro 2. Síntese do Programa para Treino de pais em relação ao manejo do


comportamento da criança ou adolescente com TDAH (Barkley, 1998).
Passos do programa

1. Fornecer Infornecer sobre o TDAH: características, evolução, prognóstico e


etiologia do TDAH, associadas a material de leituras e vídeo. Auxilia a
modificar crenças incorretas sobre o problema.
2. Discutir causas do comportamento do comportamento opositivo: a)
Características da criança: saúde, idade, temperramento e dificuldades; b)
Características dos pais: saúde, idade, temperamento e dificuldades; c)
Consequências do comportamento opositivo e coercitivo; d) estressores
familiares.
3. Desenvolverem um repertório reforçador e de atenção nos pais: orientar em
relação ao papel do reforço sobre o comportomento d criança treinar os pais
para reforçar comportamento da criança, treinar os pais para reforçar
comportamentos adequados e ignorar os inadequados; enfatizar a
necessidade de aumentar substancialmente a frequência de reforços e de
atenção aos comportamentos socialmente adequados e de adesão da
criança.
4. Orientar os pais e prestarem atenção nas brincadeiras e comportamentos
adequados, fornecer comandos diretos e aumentar a frequência de reforço
para comportamentos adequados, treinar na utilização de comandos diretos:
Ex: substituir questões como “Por que você não guarda seus brinquedos?”
por comandos diretos: “Guarde seus brinquedos na caixa”; Treinar para o
22

fornecimento de atenção positiva a frequente e sistemática quando a criança


quando a criança engajar-se em atividades adequadas enquanto os pais
realizam outras atividades.
5. Estabelecer um sistema de fichas de time-out para desobediência: Crianças
com TDAH requerem consequências mais frequentes e imediatas para
manter comportamentos adequados, que podem ser fornecidas por meio de
um sistema de fichas.
6. Treinar na utilização de time-out para desobediência:treinar na utilização de
custo de resposta (time-out do reforço) frente a comportamentosde
desobediência, a ser utilizado logo após o início de dois tipos de
comportamentos inadequados por parte da criança, escolhidos anteriormente
em acordo entre pais da criança.
7. Treinar os pais para utilizar time-out ampliado para comportamentos
adicionais de desobediência.
8. Treinar os pais para manejar problemas de comportamentos exibidos em
locais públicos.
9. Auxiliar os pais a melhorar o comportamento do filho na escola; relatório
escolar diário.
10. Ensinar os pais a manejar problemas comportamentais futuros.

Ajudar com as Tarefas e Estudo em Casa:

A criança deve ser estimulada a realizar as tarefas escolares e a estudar


em casa. A família pode desempenhar importante papel neste sentido, esclarecendo
sobre as conseqüências de estudar ou não, despertando o interesse e tornando o
estudo compatível com as metas da própria criança. Além disso, é importante não
cobrar resultados, mas sim desempenho. O Quadro 5 fornece diretrizes para a
família auxiliar a criança com as tarefas e com o estudo em casa (Matos, 2001).
23

Quadro 3. Orientações para auxiliar a criança ou adolescente com as tarefas de


casa.
Orientações para Auxiliar as Tarefas Diárias.
1. Ouvir e respeitar a opinião da criança em relação a local e horário preferidos
para a realização das tarefas escolares e para o estudo; se o local
inicialmente escolhido for inadequado, incentivar gradualmente mudanças na
direção desejada.
2. Alternar estudo e tarefas escolares com outras atividades, como assistir
televisão e brincar.
3. Respeitar limites de tempo de concentração (ex:dividir livro em capítulos,
lendo um ou dois de cada vez).
4. Auxiliar no planejamento de tarefas que exigem maior tempo de concentração
(ex: dividir livro em capítulos, lendo um ou dois de cada vez).
5. Planejar a realização de tarefas escolares de forma a não coincidir com
atividades prazerosas para a criança (ex: fazer tarefa em horário diferente do
horário do programa de televisão favorito).
6. Treinar sempre, repetidamente dia após dia, a criança com TDAH, deve
aprender a reavaliar e mudar seu plano inicial, é uma das tarefas mais
importantes que os pais podem fazer para ajudar.
7. Reforçar a criança a cada passo do planejamento executado com sucesso;
aumentar gradualmente o nível de desempenho exigido para a liberação do
reforço.

O TDAH na Escola:

Segundo Russel A.Barkley as crianças com TDAH tem grandes


dificuldades de ajustamento diante das demandas da escola. Um terço ou mais de
todas as crianças portadoras de TDAH ficarão portadoras de TDAH ficarão para trás
na escola, no mínimo uma série, durante sua carreira escolar, e até 35% nunca
completará o ensino médio. As notas e pontos acadêmicos conseguidos estão
significativamente abaixo das notas e pontos de seus colegas de classe. É de
extrema importância que alunos com TDAH sejam motivados.
24

A primeira dúvida surge na hora de escolher a escola. Os pais buscam


um estabelecimento especializado em “hiperatividade”, algo que não existe.
Em segundo lugar, a escola que melhor atende as necessidades de seus
alunos com TDAH é aquela que busca desenvolver o potencial específico de cada
um, enfatizar suas características únicas, perceber seus pontos fortes e tentar
superar os pontos fracos, pois esses alunos precisam de apoio e intervenção
acadêmica com maior intensidade. Haverá a necessidade de acomodações, que
respeitem a especificidade das necessidades de cada um e, para isso, é preciso
verificar o nível de conhecimento da direção e dos preofessores a respeito do
assunto.
Os professores são, frequentemente, aqueles que mais facilmente
percebem quando o aluno apresenta problemas de atenção, aprendizagem,
comportamento ou emocionais/afetivos e sociais. É papel da escola procurar
esclarecer as causas e problemas.
Na sala de aula sua estrutura poderá ser criativa, colorida, ativa e
estimulante. A comunicação deve ser clara e precisa, regras bem definidas,
expectativas bem explicadas, recompensas, consequências coerentes e um
acompanhamento constante.
Atualmente, uma das grandes dificuldades enfrentadas pelo aluno com
TDAH e sua família é a realização de tarefas de casa. Nesse sentido, os
professsores precisam lembrar que um aluno com TDAH (e/ou com problemas de
aprendizagem) leva de 3 a 4 vezes mais tempo para fazer uma lição. É necessário
fazer adequações para que a quantidade de trabalho não exceda o limite. O objetivo
da lição de casa é revisar e praticar os conteúdos. Acima de tudo, o dever de casa
não deve ser jamais um castigo ou consequência de comportamento inadequado na
escola.
25

Professor:

Segundo Sandra Rief (2001), especialista em Educação Especial e


Recursos de Aprendizagem, algumas condições pré-existentes podem desencadear
problemas para portadores de TDAH na sala de aula, estas condições podem ser:

Físicas: fatores internos como fadiga, fome, desconforto físico etc.

Meio ambiente: barulho, posição da carteira, localização da sala, etc.

Atividade ou evento específico: alguma coisa frustrante, tediosa, inesperada,


superestimulante.

Tempo específico: hora do dia, dia da semana.

Demonstração de habilidade ou necessidade de atuação: no comportamento nas


relações sociais na produção acadêmica (expectativa de fazer algo difícil,
desagradável ou que provoque ansiedade).

Outras: interação negativa com alguém ser alvo de brincadeiras ou provocações


etc.

Com o objetivo de prevenir problemas na sala de aula, o professor


deve procurar alterar essas condições pré-existentes. Algumas sugestões:

 Criar um ambiente “seguro”, reduzindo o medo e o stress.


 Aumentar a estrutura.
 Estabelecer uma rotina previsível (são difíceis de adaptarem a novas
situações).
 Ajustar os fatores ambientais (temperatura, iluminação, móveis,
estímulos visuais etc.).
 As regras, limites e procedimentos a serem seguidos devem ser
claramente definidos, ensinados e praticados.
 O ensino do sucesso de todos.
 Estrutura as lições de modo a permitir participação ativa e resposta
interessada.
 Proporcionar mais escolhas e opção a fim de provocar interesse e
motivação.
26

 Proporcionar mais tempo e mais espaço; se necessário, mudar o


tempo e o espaço.
 Proporcionar ritmo adequado.
 A supervisão deve ser mais frequente.
 Aumentar as oportunidades de movimentação física.
 Ensinar estratégias de autocontrole (relaxamento, visualização,
respiração profunda, resolução de problemas, auto-monitoramento).
 Utilizar as estratégias de “cantinho para pensar”, “tempo para se
acalmar”, “pausa para descanso”, como medida preventiva.
 Utilizar tática de redirecionamento e preparar para as transições.
 Trabalhar as dificuldades acadêmicas, sociais e comportamentais.
 Proporcionar acomodações e adaptações segundo a necessidade.
 Proporcionar maior encorajamento e retorno positivo.
 Aumentar o número de dicas e incentivos, especialmente os “toques”
visuais e sinais não verbais.
 Usar voz calma, bem como uma tranquila linguagem corporal -
requisitar, redirecionar e corrigir de maneira eficiente e respeitosa.
27

QUESTIONÁRIO PARA PROFESSORES

Dados de Identificação:
a) Qual disciplina leciona nesta turma?____________________________________
b) Há quanto tempo trabalha nesta
escola?_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
c) Já trabalhou com alunos com diagnóstico de TDAH
anteriormente?_________________________
d) Tem conhecimento do diagnóstico de TDAH dos alunos desta turma?__________

B Questionário
Sobre a turma onde estão matriculados os alunos com diagnóstico de TDAH,
responda:
1 - Como é organizado o ensalamento? Existe uma organização diferenciada das
outras turmas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2 - O nível de desenvolvimento dos alunos TDAH corresponde ao nível esperado
para o ano
do ciclo?
( ) Sim ( ) Não

3 - Descreva algumas características dos alunos TDAH considerando os aspectos:


a) comportamentais:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
b) aprendizagem:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4 - Os aspectos comportamentais destes alunos interferem no desenvolvimento do
trabalho em
sala de aula? Justifique sua resposta.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
28

5 - Existe(m) estratégia(s) diferenciada(s) para trabalhar os aspectos


comportamentais dos
alunos com TDAH? Descreva algumas destas estratégias.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6 - Os alunos TDAH apresentam características diferentes dos demais alunos da
turma?
( ) Sim ( ) Não

7 - Se a resposta anterior for Sim, quais características são diferentes?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

8. - Se a resposta anterior for Não, quais características são semelhantes?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
9 - Como é o relacionamento da turma com os colegas com TDAH?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
29

SUGESTÕES DE VÍDEOS:

TDAH. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=b9nRpYnufeo>. Acesso


em: 20 set. 2013.

______. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=cTBGuhSGO-M>.


Acesso em: 20 set. 2013.

TESTE para pais e professores: seu filho é desatento e hiperativo. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=r-R5v6tM8XM>. Acesso em: 20 set. 2013.

SAIBA como é o tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=-UF3NbUF_eg>. Acesso em: 20 set. 2013.

COMO identificar e lidar com o Déficit de Atenção. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=dAT9Lkk3ckw>. Acesso em: 20 set. 2013.

FILMES:

MENINO Maluquinho o filme completo. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=YUkqx9kNBmE>. Acesso em: 20 set. 2013.

SOMOS Todos Diferentes. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=fiftCor2cXM>. Acesso em: 20 set. 2013.

TEXTOS:

A CRIANÇA com TDAH e a Escola. Disponível em:


<http://www.tdah.org.br/br/textos/textos/item/117-a-crian%C3%A7a-com-tdah-e-a-
escola.html>. Acesso em: 20 set. 2013.

TDAH Algumas dicas para os pais. Disponível em:


<http://www.abda.org.br/br/textos/textos/item/322-tdah-algumas-dicas-para-os-
pais.html>. Acesso em: 20 set. 2013.

TDAH Depoimento. Disponível em: <http://www.tdah.org.br/oque01.php>. Acesso


em: 20 set. 2013.

ESCALA de CONNERS, validada no Brasil por Barbosa (1995). Disponível em:


<http://www.psiquiatriainfantil.com.br/escalas/conners.htm>. Acesso em: 20 set.
2013.
30

NOVAS Diretrizes para o Tratamento do Déficit de Atenção/Hiperatividade.


Disponível em: <http://www.tdah.com.br/paginas/gaetah/Boletim2.htm>. Acesso em:
21 set. 2013.

MANUAL Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação


Psiquiátrica Americana 4ª Edição (DSM IV). Disponível em:
<http://www.psiquiatriageral.com.br/dsm4/dsm_iv.htm>. Acesso em: 21 set. 2013.

DICAS para a sala de aula. Rief (2001). Disponível em:


<http://www.tdah.com.br/paginas/gaetah/Boletim8.htm>. Acesso em: 21 set. 2013.

AVALIANDO o TDAH. Disponível em:


<http://www.polbr.med.br/ano11/clau1211.php>. Acesso em: 21 set. 2013.

REFERÊNCIAS:

BARKLEY, R. A. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH): guia


completo para pais, professores e profissionais da saúde. Porto Alegre: Artmed,
2002.

BRASIL, Lei N. 9.394. Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 20 de


Dezembro de 1996. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de
Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP,
1994. p. 7-8.

EDLER, CARVALHO. R. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. 5.ed. Porto
Alegre: Mediação, 2007. p.176.

EDLER, CARVALHO. R. Dez anos depois da declaração de Salamanca.


Disponível em: < cape.edunet.sp.gov.br/textos/eventos/2.doc> Acesso em: 19 set.
2013.

GOLDSTEIN, S; GOLDSTEIN, M. Hiperatividade: como desenvolver a


capacidade de atenção da criança. 3ª. Campinas: Papirus, Editora, 1994.

GOLDSTEIN, S. GOLDSTEIN, M. Hiperatividade: como desenvolver a


capacidade de atenção da criança. 7ª edição, Campinas, São Paulo: Papirus,
2001.

PHELAN, T.W. TODA/TDAH: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade:


Sintomas, diagnósticos e tratamento. São Paulo: M. Books, 2005.
31

ROHDE, LAP; BENCZIK, E.B.P. Transtorno de Déficit de


Atenção/Hiperatividade: O que é? Como ajudar? Porto Alegre: Artes Médicas,
1999.

ROHDE, L, G. et al. Transtorno de Déficit de Atenção/hiperatividade, 2000.

ROHDE, L, HAPPERN, R. Transtorno de Déficit de Atenção/hiperatividade:


atualização, 2004.

SILVA, A. B. B. Mentes Inquietas: Entendendo melhor o mundo das pessoas


distraídas, Impulsivas. 15ª edição, São Paulo: Editora Gente, 2003.

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