O ENSINO DE MANDOS E TATOS

Profa. Karina Faraco Corrêa

RESUMO

O autismo é um transtorno relacionado ao neurodesenvolvimento no

qual, o indivíduo apresenta prejuízos significativos em diversas áreas da vida,
déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos
contextos, e padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou
atividades.
Percebe-se que existe uma necessidade de intervenção para construção
de repertórios úteis, deve-se considerar a complexidade e dificuldade
envolvidas no tratamento do autismo, dado o caráter permanente do transtorno
ao longo da vida.
Focar nos déficits do comportamento verbal tem sido apontado como
uma alternativa de intervenção promissora, uma vez que, as dificuldades na
linguagem acarretam diversos prejuízos para as crianças com autismo na
aprendizagem de outras áreas como a escolar e a de relações sociais.
Para contextualizar o Comportamento Verbal são os sons linguísticos
que são emitidos e reforçados como qualquer outro comportamento. Inserido
nele, temos os “Operantes Verbais” que são unidades funcionais da linguagem.
Operantes Verbais alteram o ambiente, mas também sofrem alterações
ambientais.
O mando é um dos primeiros repertórios verbais a ser adquirido e,
portanto, ressaltado como prioridade de ensino, uma vez que é controlado por
aspectos motivacionais mais facilmente possíveis de controle. É por meio dele
que a criança desenvolve as outras habilidades linguísticas dos outros
operantes verbais, como por exemplo, o tato.
A importância do ensino do mando é a capacidade de pedir e recusar
coisas de modo funcional; fundamental para o decréscimo de comportamentos
disruptivos, como birras e agressões. Seu ensino possibilita a aquisição de
outras competências linguísticas, como o tato e o ensino concomitante do

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repertório ecoico. Também pode ser vantajoso o ensino de mandos para
melhor desempenho em habilidades sociais, possibilitando que a criança inicie
interações e brinque reciprocamente.
O papel mais importante de um amplo repertório de mando,
especificamente para pessoas com desordens do desenvolvimento, é permitir o
acesso a reforçadores incondicionados e condicionados e aumentar o valor da
interação com outros membros da comunidade verbal.
Então, o operante verbal no qual, as respostas são reforçadas para
consolidar-se no repertório, por eventos específicos e estão sob controle de
condições antecedentes de privação ou estimulação aversiva. Dessa forma,
motivando o indivíduo.
É o único dos operantes verbais que beneficia diretamente o falante, ou
seja, é por si só reforçador. O mando pode ser ensinado através de situações
nas quais, é apresentado um estímulo (físico ou verbal) e o indivíduo deve
solicitar/comandar. Por exemplo, diante de uma privação de água, na qual a
operação motivacional é a sede, e o indivíduo realiza o mando, solicitando
“quero água”.”
O ensino do tato diferentemente do mando, não há necessidade de um
estado de privação ou de estimulação aversiva para sua emissão. Assim como
no ecoico, o reforçador é generalizado como atenção ou elogio. Um exemplo
de comportamento de tato é nomear eventos, ações, objetos e pessoas. A
seguir veremos um exemplo em forma de registro deste ensino. Ou seja, em
um determinado ambiente, no qual temos esses itens, podemos mostrar uma
cadeira e perguntar “O que é isso?”. Assim que ele responder, tatear e nomear
- você consequência e oferece um reforço.

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 É importante o ensino dessas habilidades, principalmente em indivíduos
com TEA, visto que eles apresentam déficits nas habilidades de comunicação.
Dessa forma, o ensino foca em melhorar a interação e a comunicação desses
indivíduos. Então, ao facilitar o ensino de um operante verbal, também será
facilitado o ensino dos outros. Vale ressaltar que, cada indivíduo é único, e por
isso os procedimentos precisam ser adaptados exclusivamente caso a caso.
Concluindo, é necessária uma privação para ter uma operação
motivacional, e após isso a criança solicitar o mando. Já o tato, não precisa de
privação e o indivíduo por si só já é o reforço.