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RESUMO
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Por exemplo, distinguir entre o segmento mantido por consequências
sociais (o que conta é atender ao falante), e o rastreamento de instruções, em
que as consequências relevantes do seguir a instrução derivam do contato
direto do indivíduo com o ambiente. Portanto, cada um desses componentes, a
compreensão e o seguimento propriamente dito, pode ser a função de um
conjunto diferente de variáveis.
Para afirmarmos que um indivíduo apresenta um repertório de
seguimento de instruções, é necessário que o ouvinte seja capaz de executar
corretamente novas instruções em sua língua materna, além daquelas que
foram diretamente ensinadas. Tal comportamento indicaria generalização
recombinativa .
Algumas crianças, por exemplo, com autismo podem apresentar
dificuldades em relacionar aquilo que é ouvido a outros estímulos do ambiente
ou a ações. Isso dificulta tanto a compreensão da linguagem quanto a
interação social. Porém, é possível ensinar tais habilidades que envolvam esse
tipo de relação.
Nomeia-se instruções prescritivas, aquelas instruções que descrevem
uma relação de obrigação ou de dever, e que guiam o comportamento do
ouvinte. Elas aparecem, geralmente, na forma de comandos, leis e conselhos
que especificam o comportamento que o ouvinte deve apresentar.
As instruções fazem parte da organização social e da cultura, desde as
interações cotidianas entre duas crianças que brincam juntas, como por
exemplo: “dá mais comida para o cachorrinho porque ele está com fome”, até
as normas que guiam a vida social de um sistema de leis governamentais ou
religiosas. Considerando o dar e o seguir instruções, é importante ressaltar
que, desde pequena, a criança aprende a dar e seguir instruções.
Exemplificando: pais instruem seus filhos; filhos seguem instruções dos pais;
pais reforçam o comportamento de obediência de seus filhos através de
palavras de aprovação, agrado etc., de forma que o seguir instruções torna-se
muito bem estabelecido na espécie humana, passando a ser considerado uma
classe de resposta de ordem superior.
A brincadeira conjunta requer que partilhemos fontes de controle e que
ajustemos os desempenhos entre falantes e ouvintes. O brincar também
permite que o falante, ao apresentar instruções, altere o ambiente por
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intermédio do outro (ouvinte), por fim, conforme as crianças crescem, formas
mais complexas de brincar tornam-se possíveis e, com elas, surgem novas e
mais complexas instruções que permitem supor o desenvolvimento do
repertório instrucional destas crianças.
Então, as instruções são parte das aquisições infantis e podem ser
apreendidas nas situações mais frequentes do cotidiano de crianças pequenas.
Alguns estudos sobre comportamento governado por regras mencionam
que a criança aprende a dar instruções e que este comportamento é reforçado
quando o seu ouvinte segue estas instruções.
Dessa forma, o comportamento de seguir instruções pode ser refinado
ao longo do tempo, no sentido de as crianças passarem a seguir determinadas
instruções e a não seguir outras. Neste caso, as variáveis envolvidas no
refinamento do seguir instruções devem considerar condições antecedentes e
subsequentes ao seguir instruções que abarcariam a complexidade das
situações que vão além do contato imediato de falante e ouvinte.
Há diversos procedimentos de ensino para inserir essa habilidade no
repertório infantil. Pode-se desenvolver treinos que iniciam-se com o seguir
instruções de um passo (consiste em ensinar a criança a entender instruções
simples, por meio de ações motoras também simples). Como por exemplo:
‘’sente’’, “levante”. O ensino de seguir a instrução de dois passos (consiste em
ensinar a criança a atender instruções mais complexas, por meio de duas
ações motoras que devem ser realizadas na sequência). Como por exemplo:
“feche a porta e apague a luz’’, ‘’me dê um beijo e um abraço’’.
Os comportamentos de seguimento instrucional somente serão
considerados como efetivos quando o falante fornece o comando e a criança
realiza imediatamente na sequência.