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A ANÁLISE FUNCIONAL E O TEA

Profa. Aline Cristina de Souza

RESUMO

O comportamento compõe o rol de características observadas do TEA.


Ele é definido por qualquer coisa que uma pessoa diz ou faz. Como por
exemplo, caminhar, falar em voz alta, atirar uma bola, gritar com alguém —
todos esses são comportamentos públicos ou manifestos (visíveis) que
poderiam ser observados e registrados por qualquer indivíduo, além daquele
que está executando o comportamento (MARTIN; PEAR, 2009). Em um sujeito
diagnosticado com autismo essas características comportamentais também
estão presentes.
A análise funcional tem como princípio a relação entre variáveis
dependentes e independentes. Desse modo, essa abordagem enfatiza a
importância da relação de contingência entre uma variável e outra,
estabelecendo a dependência entre os eventos que antecedem o
comportamento. Ou seja, o próprio comportamento e as consequências do
mesmo.
Em outras palavras, na análise funcional, buscamos compreender e
identificar as variáveis existentes que estão controlando o comportamento,
baseando-se no estudo da relação entre variáveis dependentes e
independentes, além de enfatizar a importância da relação de contingência que
deve existir entre uma variável e outra (COSTA; MARINHO, 2002; MEYER,
1997; STURMEY, 1996).
Consequentemente, a avaliação comportamental envolve a coleta e a
análise: identificar e descrever comportamentos-alvo; identificar possíveis
causas do comportamento (o que move e motiva o comportamento e quais são
os disparadores que antecedem o mesmo); orientar a seleção de um
tratamento comportamental adequado e avaliar o resultado do tratamento
interventivo. E, esta avaliação é feita para entendermos se houve melhora ou
não no quadro, caso a tentativa tenha falhado é necessário mudar o tratamento
e avaliar novamente.

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Essa análise funcional é realizada a partir da observação de
comportamentos inadequados e restritivos feita em tanto em sujeitos de
desenvolvimento típico quanto atípicos. A partir disso, é feita a análise
funcional.
Sendo assim, a análise funcional consiste em identificar os antecedentes
e as consequências de um comportamento. Entende-se a queixa de um
determinado comportamento, esse é o comportamento central, então temos o
antecedente (aquilo que antecede o comportamento) e a consequência (qual
ação realizada que tem como consequência deste comportamento).
Em outras palavras, o antecedente é o evento de configuração; o
comportamento é a resposta dada ao antecedente e consequência é a ação ou
resposta ao comportamento apresentado. Contextualizando, por exemplo,
temos o caso de uma criança que pede para brincar no parque. A professora
diz NÃO (antecedente), a criança joga as coisas no chão (comportamento),
então a professora leva-o ao parque (resposta). Assim, o comportamento da
criança gera uma resposta na professora, na qual, a resposta negativa
transforma-se no objetivo da criança. Entendemos na análise funcional o que
vem antes e depois desse comportamento.
Portanto, analisamos o comportamento para: verificar o repertório
pré-existente; entender os diferentes comportamentos apresentados, verificar a
possibilidade de modificá-los; traçamos um plano para extingui-lo, se
necessário, e inserimos novos comportamentos e habilidades que devem ser
consideradas adequadas para este sujeito.
Lembre-se que toda análise realizada deve ser feita por meio de
registro, mesmo que seja observacional. Entende-se o repertório desse sujeito,
vale lembrar que também é preciso registrar.
A modificação do comportamento inclui todas as aplicações explícitas
dos princípios do comportamento para melhorar comportamentos públicos e
privados dos indivíduos (seja no setor familiar, social, escolar e em diferentes
contextos) - estando ou não no ambiente de clínica e tendo ou não
demonstrado explicitamente o controle de variáveis. Dessa forma, a análise
comportamental auxilia no processo de desenvolvimento do sujeito com
autismo.

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