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Princípios básicos da

Análise do
Comportamento II - A
Tríplice Contingência e os
conceitos de Reforço,
Punição e Extinção e
Análise Funcional
Prof. Me. Ana Carolina Macalli
Prof. Me. Ana Carolina Macalli

Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista “Julio de


Mesquita Filho” – Campus Araraquara (2017-2020).

Mestre em Educação Especial pelo Programa de


Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEES) pela
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar (2015-2017).

Licenciatura Plena em Educação Especial pela


Universidade Federal de São Carlos – UFSCar (2010-2013).
Assim como aponta Rose (2001, p. 1)
Ao estudar sobre Análise do Comportamento o
o termo comportamento refere-se à atividade dos organismos
primeiro aspecto é compreender exatamente o que é (animais, incluindo o homem), que mantêm intercâmbio com o ambiente. Essa
atividade inclui os movimentos dos músculos estriados e dos músculos lisos, e
comportamento e qual o comportamento alvo a ser
a secreção das glândulas. Na linguagem cotidiana, frequentemente nos
trabalhado nas intervenções em ABA. referimos aos comportamentos que envolvem a musculatura estriada como
comportamentos voluntários, enquanto denominamos involuntários aqueles
que envolvem a musculatura lisa e as glândulas. Numa linguagem mais
rigorosa, esses termos são evitados, e falamos de comportamentos operantes
O Behaviorismo de Skinner, Behaviorismo e respondentes (ou reflexos).

Radical, considera que a raiz de todas as coisas é o Existem dois grandes tipos de comportamento: respondente e operante.
comportamento. Nessa ciência comportamento é Comportamento respondente é instalado naturalmente em nossa biologia,
tudo o que o homem faz. É toda ação do homem, nascemos com esse comportamento pré-instalado. Possui apenas duas

todo conjunto de coisas que ele é capaz de fazer. contingências e funciona por um esquema chamado S-R (estímulo - resposta),
sendo esse estímulo-resposta uma relação de eliciação. Uma relação em que o

Inicialmente, sempre pensamos em movimentos estímulo produz a resposta.


Estímulo é qualquer coisa que afeta diretamente o organismo: visuais,
motores, comportamentos motores, como mexer as
auditivos, gustativos etc. Alguns estímulos produzem respostas automáticas
mãos, a cabeça, os braços, as pernas, os dedos,
porque nossa biologia está programada. Por exemplo, a sucção é algo que não
entre outros, que são comportamentos possíveis de
aprendemos e, mesmo assim, na presença de um estímulo, acontece a resposta.
serem observados. Mas, não podemos esquecer dos
Esse é o ponto central para entender o que é comportamento
comportamentos internos, que são orgânicos dos
respondente: quando o estímulo acontece, produz de forma automática o
sujeitos, como pensar, amar, sentir etc.
comportamento.
Comportamento Operante possui uma contingência de três termos: S-R-C (Estímulo – Resposta - Consequência).

Dirigir um carro, pregar um prego, falar, fazer contas, são exemplos de comportamentos operantes.
Comportamentos operantes constituem a maior parte das atitudes visíveis dos seres humanos, mas
até mesmo aquela atividade frequentemente invisível que nós denominamos pensamento envolve
comportamentos operantes, reduzidos em sua magnitude ao ponto de tornarem-se invisíveis para os
demais, como quando uma pessoa “fala para si própria” (ROSE, 2001, p. 1-2).

São comportamentos aprendidos aquele que têm seleção pelas consequências. É a consequência que altera a probabilidade
da resposta, de ocorrer no futuro, de voltar a ocorrer ou de não ocorrer no futuro. Ele opera uma alteração no ambiente e essa
alteração o altera também, tornando o organismo diferente, transformando-o na medida em que vai interagindo com o ambiente.

O comportamento operante é evocado (chamado) pelo antecedente/ambiente. Pode ocorrer ou não ocorrer, pode ser emitido
ou não emitido, diferentemente do respondente. Esse diferencial é muito importante, porque o que controla o comportamento é a
consequência, se ela é ou não reforçadora.

A consequência tem um papel: em alguns casos de aumentar a probabilidade de emitir a mesma resposta, sendo assim uma
consequência reforçadora; mas se ela diminui a probabilidade de uma resposta ser emitida, essa consequência ao invés de reforçar
a resposta, a puniu. Portanto é a consequência que determina, pois, apesar da consequência acontecer depois do comportamento,
ela altera a probabilidade de a resposta acontecer no futuro e não no passado.
No comportamento operante uma resposta pode ou não ter maior probabilidade de ser emitida diante uma consequência
reforçadora. Na Análise do Comportamento não se pode afirmar que todas as vezes o sujeito irá se comportar de determinada
forma, apenas inferir que se estiver em uma mesma situação, provavelmente, irá se comportar igual/ emitir a mesma resposta.

O comportamento de qualquer organismo é contínuo, um fluxo de atividade que nunca cessa. Nesse
“comportamento”, tomado em sentido genérico, distinguimos “comportamentos” específicos, isto é,
procuramos encontrar unidades que se repetem. Assim, falamos dos comportamentos de acender a
luz, contar uma piada, dirigir um carro, etc. Mas, como dissemos anteriormente, a atividade de um
indivíduo é contínua e somos nós que arbitrariamente a dividimos em unidades. Estamos supondo
que esses “comportamentos” específicos podem ocorrer repetidas vezes ao longo da vida de um
indivíduo. Mas, se fizermos uma observação rigorosa, veremos que não há nada na atividade de um
organismo que se repita de modo rigorosamente igual (ROSE, 2001, p. 2).

Nesse comportamento não existe um estímulo que produz a resposta, mas uma interação. Conforme estabelece relações de
reforçamento ou punição com os vários estímulos do ambiente, o organismo vai se transformando e tornando-se diferente toda vez
que interage com o ambiente.

Ao emitir um determinado comportamento, ele pode ou não ser reforçado. Ao receber reforçamento, o comportamento continua
a existir, mas se não for reforçado passa a não existir mais, porque não tem função.

Por isso, o comportamento operante tem que ser reforçado para aparecer e para continuar em nosso repertório, pois não está
em sua biologia e sim em uma interação/relação entre organismo e ambiente. Comportamento operante tem que ser aprendido.
TRÍPLICE CONTINGÊNCIA

Contingência é a unidade mínima de Análise do Comportamento. De acordo com Souza (2001, p. 1) “em sentido geral,
contingência pode significar qualquer relação de dependência entre eventos ambientais ou entre eventos comportamentais e
ambientais”. Na Análise do Comportamento o sentido de contingência é de necessidade entre os três elementos, uma relação
necessária entre um ambiente, um certo contexto, uma resposta e uma consequência. Denomina-se contingência o conjunto pelo
qual opera o comportamento operante, sendo nesse caso uma contingência de três termos S-R-C.

Identificar as contingências é a base do trabalho de um analista de comportamento, pois é a partir dessa identificação que o
profissional planeja sua intervenção com o objetivo de rearranjar contingências para o sujeito modificar o seu comportamento. De
acordo com Souza (2001, p. 4)
Um analista do comportamento tem como tarefas identificar contingências que estão
operando (ou inferir quais as que podem ou devem ter operado), quando se depara com
determinados comportamentos ou processos comportamentais em andamento, bem como
propor, criar ou estabelecer relações de contingência para o desenvolvimento de certos
processos comportamentais. É através da manipulação de contingências que se pode
estabelecer ou instalar comportamentos, alterar padrões (como taxa, ritmo, sequência,
espaçamento), assim como reduzir, enfraquecer ou eliminar comportamentos dos repertórios
dos organismos.

Mudar comportamento é ensinar a mudança de comportamento. Nessa ciência, o conceito de ensino possui caráter
diferenciado. É preciso reorganizar e/ou modificar o ambiente, os antecedentes e as consequências até o sujeito aprender. Só pode
ser considerado ensino quando o profissional muda seu comportamento para o sujeito aprender, e ele aprende. Se não aprendeu, o
profissional não ensinou.
ANÁLISE FUNCIONAL

A Análise do Comportamento tem como foco identificar a função do comportamento e não sua topografia. É imprescindível
compreender qual é a função e qual é o reforçador de determinado comportamento, pois todo comportamento operante possui
função e reforçador. Se não tiver reforçador, não existe. “Fazer uma análise funcional é identificar o valor de sobrevivência de
determinado comportamento” (MATOS, 1999, p. 11). Para identificar qual a função do comportamento utiliza-se um instrumento de
investigação e de avaliação muito importante denominado Análise Funcional. Esse procedimento pode ser realizado por meio:

Avaliação Indireta: entrevistar pais, responsáveis, familiares, professores, amigos, ou deixar com eles listas de verificação
(“checklists”), questionários ou escalas de classificação para identificar o que eles já possuem de conhecimento e auxiliar na
elaboração de hipóteses.

Observação Direta: observar e registrar o comportamento identificado e como ele ocorre. Fica a critério do profissional decidir
se observa o dia todo e registra cada vez que o comportamento ocorrer ou um período de tempo para coletar dados sobre o
comportamento alvo. Os registros são feitos no esquema ABC. Nessas observações registra-se tudo o que aconteceu antes, o
comportamento e o que aconteceu depois, para tentar discriminar quais são essas variáveis.

Análise Funcional Experimental: – criar condições para testar o comportamento. É um procedimento mais complexo, que testa
todas as hipóteses, deixado para os psicólogos para ser feito em um contexto clínico.
Esquema ABC´s do Behaviorismo: A (antecedente)
OBSERVANDO E MEDINDO COMPORTAMENTOS
aquilo que acontece antes do comportamento; B
(comportamento) resposta ao antecedente; C
Alguns comportamentos são observáveis e mensuráveis.
(consequência) ocorre logo depois do comportamento.
Comportamento é geralmente medido com base em sua:

SITUAÇÕES COMP. SITUAÇÕES


ANTECEDENTES ALVO CONSEQUENTES Duração: quanto tempo leva fazer uma coisa. Por exemplo,
Alguma alteração da
Topografia Alguém deu “levou 3 minutos e meio para Sílvio amarrar seus sapatos”.
rotina diária? Ambiente? Duração atenção?
Quem? Como?
Características físicas do Frequência: quão frequentemente ocorre. “João bateu
ambiente? Alguém que
palmas 16 vezes em um período de 5 minutos”.
estava presente
Havia alguém? Quem? O se retirou do
que faziam? ambiente? Quem? Intensidade: quanta energia, força física ou intensidade
Comportamentos O ambiente físico esteve envolvida em realizar o comportamento. “Zeca carregou 15
imediatamente foi alterado de quilos de mantimentos”.
anteriores? alguma forma?

1° Presença do terapeuta, atividade


2° Criança se joga no chão e começa a chorar
3° Ganha atenção do aplicador. Ao ganhar é reforçada por
fazer.
Então, porque o sujeito está se comportando assim? Para
ter atenção.
Existem quatro razões principais pelas quais os comportamentos mais ocorrem, sendo elas:

1. Acesso à atenção: emissão de um comportamento buscando ter atenção de uma outra pessoa. Após a emissão
do comportamento, tem acesso a interações com outras pessoas. Geralmente se engajam em comportamentos
inadequados para chamar a atenção dos outros.

O que pode ser feito: O que deve ser evitado:


Possível Desviar o olhar Fazer perguntas, “o que está
A B C
Função Continue o que você estava acontecendo?” “o que você quer?”
Auxiliar pega fazendo Ficar olhando, fazer carinho, ter
Chorar e criança no Dê atenção aos que estão se contato físico, falar para parar de
Acesso a
Sala de aula olhar para os colo – comportando de forma chorar e dar broncas.
atenção
adultos Criança para adequada.
de chorar

2. Acesso a tangíveis: emissão de um comportamento para acessar itens e/ou atividades de preferência. Após a
emissão do comportamento, tem acesso a itens de preferência, como por exemplo um brinquedo, um chocolate, um livro
etc.
A B C Possível Função O que pode ser feito: O que deve ser evitado:

Terapeuta
Segura ou esconde o item.
Entregar o item
Em sessão entrega Dar um modelo de como
Acesso ao Ficar perguntando o que
de Gritar brinquedo e pedir o item de forma
brinquedo quer
terapia criança adequada. Dar broncas
para de gritar

3. Fuga/esquiva de uma situação: fugir ou se esquivar de atividades de baixa preferência. Após a emissão do
comportamento, atividades não preferidas são retiradas ou finalizadas. Podem se engajar em comportamentos inadequados para
escapar de situações, tarefas ou pessoas.

Possível O que pode ser feito: O que deve ser evitado:


A B C
Função
Estabelecer uma contingência
Terapeuta Gritar e se Terapeuta Fuga de “Primeiro vamos fazer a
fala: jogar no guarda os demanda atividade e depois intervalo” Retirar os materiais da mesa
“Aponte o chão materiais, Dar um intervalo
carro”. para de Dar previsibilidade (suporte Dar broncas
gritar e se visual ou dizer “faltam mais 5 e
depois intervalo”
levanta
4. Reforçamento automático: ocorre quando o comportamento cria um resultado favorável sem o envolvimento de
outra pessoa, ou seja, é um reforço que não é mediado pela ação do outro. Podem ocorrem em todos os ambientes, com
uma variedade de pessoas diferentes e até mesmo quando os outros não estão lá.

Possível O que pode ser feito: O que deve ser evitado:


A B C
Função
Redirecionar e bloquear o Não dizer para parar de bater
Estimulação comportamento na cabeça
Bater a mão sensorial que o Reforçamento Não fazer carinho no local que
na cabeça comportamento automático. está batendo
em si causa

REFORÇO

O conceito de reforço e comportamento é o mais importante na Análise do Comportamento Aplicada. Como já


mencionado, o comportamento operante é pensado em três termos: antecedente, resposta e consequência. A
consequência precisa ser reforçadora para que a resposta seja mantida no repertório do sujeito, pois sem reforço não há
comportamento operante.
Em contingências operantes, respostas produzem consequências, eventos ambientais que podem ou não
afetar o comportamento de quem as emitiu. Se as respostas aumentam de frequência, as consequências
podem ser definidas como reforçadores (Skinner, 1953/2003). Na análise do comportamento individual, a
identificação de reforçadores contribui para a identificação do mecanismo causal pelo qual o ambiente
determina o comportamento (Donahoe & Palmer, 1994; Skinner, 1981). Reforçadores atuam selecionando
comportamento, fato importante para uma análise do comportamento teórica e aplicada (BARROS;
BENVENUTI, 2011, p. 177).

Reforço é a relação entre uma resposta e uma consequência. Essa consequência entregue logo após uma resposta aumenta a
probabilidade de ela ocorrer no futuro na mesma situação. Essa é a chave para compreender o conceito de reforço: só é
reforçador se aumentou a probabilidade de a resposta ocorrer no futuro. Se a resposta não voltar a ser emitida outras vezes
não foi reforçadora, apenas uma recompensa. Portanto, o conceito de reforço é uma relação matemática, de aumento de uma
determinada resposta.

Importante destacar que o reforço é do comportamento e nunca da pessoa. O que existe é um comportamento que foi
reforçado por alguma consequência.

Existem dois tipos de reforçamento: reforço positivo e reforço negativo. Quando o reforço é colocado logo depois de uma
resposta, essa resposta aumenta a probabilidade de acontecer no futuro. Não importa se é positivo ou se é negativo. Na ciência da
Análise do comportamento não se compreendem os conceitos de positivo e negativo como sinônimos de atribuição de
valores, da determinação do valor, mas sim do ponto de vista matemático.
REFORÇO POSITIVO
O senso comum ao utilizar a palavra positivo, geralmente
atribui-se ao sentido de coisas boas, favoráveis, agradáveis. Em
Análise do Comportamento, ao trabalhar com o aspecto
matemático da palavra positivo o conceito é de soma ou adição.
Portanto, reforço positivo é quando uma consequência
segue uma resposta e, essa resposta, aumenta de probabilidade
e a consequência é o adicionamento de um estímulo no
ambiente.

Os eventos que se verificam reforçadores são de dois tipos.


REFORÇO NEGATIVO Alguns reforçadores consistem na apresentação de estímulos, no
acréscimo de alguma coisa – por exemplo, alimento, água, ou
contato sexual – à situação. Estes são denominados reforços
Retira um estímulo do ambiente e a resposta leva o positivos. Outros consistem na remoção de alguma coisa – por
exemplo, de muito barulho, ou de um choque elétrico – da
organismo a fugir de uma situação aversiva e a fuga dessa
situação. Estes são denominados reforços negativos
situação aversiva reforça seu comportamento. (GONGORA; MAYER; MOTA, 2009, p. 214).

Dessa forma, é reforço porque aumenta a probabilidade Dito de outro modo: são “dois procedimentos” de reforço distintos
(apresentação e remoção de estímulos), mas “um único
dessa resposta de fuga de uma situação aversiva acontecer no processo” de reforço resultante, o aumento na probabilidade das
respostas consequenciadas, de uma ou de outra forma, com os
futuro e é negativo porque a resposta não adicionou nenhum estímulos reforçadores (GONGORA; MAYER; MOTA, 2009, p.
214).
estímulo no ambiente, e sim eliminou o estímulo do ambiente.
PUNIÇÃO

Alguns comportamentos podem gerar consequências que são aversivas. Se a consequência diminui a probabilidade de uma
resposta ocorrer, foi uma consequência punitiva. Punição é um processo básico que acontece nas espécies e também um
procedimento do ponto de vista comportamental. Nessa perspectiva, o comportamento que é punido e nunca a pessoa.

Embora Skinner (1953/2003) comumente se refira “à punição” no singular, ele afirma tratar-se de
dois procedimentos popularmente utilizados para reduzir ou enfraquecer comportamentos:
“Resolvendo o problema da punição simplesmente inquirimos: Qual é o efeito da retirada de um
reforçador positivo ou da apresentação de um negativo? ” (p. 202). Pode-se verificar, então, que
Skinner (1953/2003) define punição como uma técnica de controle comportamental, popularmente
utilizada para eliminar comportamentos, por meio de dois procedimentos distintos (GONGORA;
MAYER; MOTA, 2009, p. 214).

Skinner, após alguns estudos, deixou explícita sua crítica em relação ao uso de procedimentos de punição. A utilização dessa
técnica de controle comportamental produz vários efeitos colaterais, por isso, em Análise do Comportamento, deve-se evitar ao
máximo o uso desse procedimento no ensino de mudança de comportamento.

Gongora, Mayer, Mota (2009, p. 215) apontam que Skinner descreve que punição “não é efetiva nem na supressão, nem na
redução da probabilidade de ocorrência das respostas punidas, uma vez que seus efeitos enfraquecedores tendem a ser
temporários”.
Os efeitos colaterais dos procedimentos de punição são:

Produção de comportamento agressivo: “não” para uma pessoa pode ser punitivo e o sujeito passa a agir agressivamente. E o
comportamento de agressividade é um dos mais inadequados.

Provoca comportamentos emocionais: o conjunto de comportamentos respondentes pode desencadear quadros de depressão e
ansiedade e torna o sujeito improdutivo durante um certo tempo.

Produção de comportamento de fuga e esquiva: quando um evento aversivo acontece e o sujeito sai, temos o conceito de fuga.
Quando ocorre alguma sinalização que o evento aversivo irá acontecer e o sujeito, antes dele acontecer, vai para outro lugar ou faz outra
coisa para ele não acontecer, isso chama esquiva.

A punição de comportamento não produz nenhum comportamento novo.

Ao utilizar procedimentos de punição, o profissional está dando modelo de punição.

Punição funciona e ao funcionar o comportamento de punir é reforçado e, consequentemente, seu comportamento de punir vai
aumentar de probabilidade, utilizando-se de mais punição.

Punição diminui o comportamento apenas diante do agente punidor.

Punição é inadequada: torna punidora a própria presença do agente punidor, mesmo que não esteja mais punindo pela transferência
de estímulo.
Portanto, punição é uma consequência, independente da forma dessa consequência. É uma consequência que
diminui a probabilidade de uma resposta ser emitida.

Nesse conceito, assim como os reforçadores, podem ser positivos ou negativos.

Punição Positiva adiciona alguma coisa no ambiente e na Punição Negativa uma coisa reforçadora é retirada em
consequência de um comportamento.

Catania passou a usar também tais adjetivos para distinguir os dois tipos de
punição. Com isso, a “punição positiva” foi assim qualificada por definir-se pela
introdução de estímulos (estímulos punidores, na terminologia de Catania)
contingentes à emissão da resposta; enquanto a “punição negativa” recebeu esse
adjetivo por ser definida como o procedimento de consequenciar a emissão da
resposta com a remoção de estímulos disponíveis (neste caso, reforçadores
positivos) (GONGORA; MAYER; MOTA, 2009, p. 214-215).

EXTINÇÃO

Extinção, assim como a punição, também é um processo natural que acontece com as pessoas, quando certas
respostas não dão mais acesso aos reforçadores. Nesse conceito é possível fazer a quebra da contingência (S-R-C), pois
quando a consequência reforçadora não está mais disponível a resposta diminui a probabilidade de ser emitida.
Na análise do comportamento aplicada é possível planejar essa quebra da contingência, mas é preciso ter clareza e
cuidado ao estabelecer um procedimento de extinção, pois antes do comportamento alvo ser extinto, ele aumenta em
frequência, variabilidade e intensidade.

Em suma, Milenson (1967) descreve o processo de extinção em três partes: 1)


declínio gradual e ir regular na taxa de respostas e aumento progressivo de
períodos sem emissão da resposta operante que havia sido reforçada; 2)
aumento na variabilidade de topografia e magnitude da resposta; 3) quebra
gradual da relação de contingencia entre o operante e o reforçador (MOREIRA;
VERMES, 2015, p. 101).

Ou seja, ao exibir um determinado comportamento, se emitem respostas para alcançar certas consequências. No
processo de extinção, ao retirar essa consequência, para que ela não esteja mais disponível, antes do comportamento
simplesmente acabar, provavelmente ele vai aumentar de intensidade, de frequência e de variabilidade, denominado de
explosão da extinção. O comportamento vai subir e depois vai diminuir até zero.

O processo de extinção é longo e pode se estender por muitas horas (Milenson,


1967). Skinner (1953/2003) afirma que este processo ocorre de maneira mais
lenta que o de condicionamento operante e vai depender de como foi a história
de condicionamento deste comportamento. “A uma longa história de reforço,
segue-se uma extinção procrastinada” (MOREIRA; VERMES, 2015, p. 101).

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