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1. ESCOLA BEHAVIORISTA
Nesta escola, você aprenderá sobre a contribuição da escola behaviorista, analisará o processo
de construção behaviorista e a sua influência no estudo do comportamento, bem como
aprenderá a reconhecer os conceitos behavioristas sobre a aprendizagem comportamental.
Origens do Behaviorismo
O Behaviorismo é uma abordagem psicológica clássica que se mantém até os dias de hoje,
composta de várias correntes, e que se desenvolveu a partir do determinismo filosófico de
James, do funcionalismo de Dewey e do método experimental da psicologia, além das pesquisas
sobre condicionamento, propostas pelo fisiologista russo Pavlov Ivan Petrovitch (1849–1939).
➢ Comportamento respondente
➢ Comportamento operante
De acordo com esses dois tipos de comportamento, podem ocorrer dois tipos de
condicionamento: respondente (ou clássico) e operante (ou instrumental). O processo de
condicionamento respondente, que também é uma forma simples de aprendizagem, é um dos
processos pelos quais os behavioristas metodológicos explicam a formação dos
comportamentos. Nesse tipo de condicionamento, um estímulo neutro ocorre de maneira
constante e persistente e é seguido por um estímulo incondicionado, isto é, um estímulo que,
em circunstâncias normais, provocaria uma resposta específica. O estímulo neutro passa a ser
associado ao estímulo incondicionado e se torna um estímulo condicionado, no momento em
que provoca a resposta condicionada, ou seja, a mesma resposta que o estímulo incondicionado
provocaria.
O experimento de Pavlov
➢ Dispositivos experimentais
A Caixa de Skinner é uma caixa experimental que contém uma alavanca e um recipiente com
comida ou água. Trata-se de um dispositivo usado pelos experimentadores para investigar os
efeitos das várias condições no condiciona- mento operante (ou instrumental) de organismos
infra-humanos em laboratórios experimentais. Esse dispositivo é montado de tal forma que toda
vez que o animal pressiona a alavanca, recebe alguma recompensa, tal como comida ou água.
O surgimento do alimento depende, então, da resposta do animal; nessas condições, quanto
mais vezes receber o alimento, pela pressão na alavanca, tanto mais provavelmente continuará́
a pressioná-la, até́ saciar a fome ou a sede. O animal deverá ter sido privado de comida ou água
(de acordo com o reforço que o dispositivo liberar) antes do experimento. Dessa forma, o animal
estará́ em condições de receber um processo de condicionamento operante no laboratório, sob
o controle do experimentador.
Tanto para a Caixa de Skinner quanto para os labirintos, utiliza-se o reforço positivo como
estímulo para a mudança do comportamento dos organismos. Há, entretanto, situações
experimentais em que se adota o reforço negativo com essa finalidade, como, por exemplo,
➢ Extinção
Tanto as respostas reflexas como as operantes que foram condicionadas nos organismos podem
ser extintas. A extinção consiste, no caso do comportamento reflexo, na perda gradual do poder
do estímulo condicionado, que elicia a resposta condicionada. A extinção reflexa, ou seja, a que
pretende extinguir comportamentos instalados pelo condicionamento respondente (ou
clássico) do organismo, ocorrerá se forem deixados de emparelhar o estímulo condicionado com
o incondicionado.
➢ Punição
Outro tipo de contingência que produz efeitos sobre uma resposta é a punição. A punição
consiste na apresentação de um estímulo aversivo para aquele organismo, ou na retirada de um
estímulo positivo a ele, após a emissão de uma resposta inadequada (como se fosse uma espécie
de castigo para a apresentação de determinado comportamento emitido que seja considerado
inadequado). Como, por exemplo, a travessura de uma criança na hora do almoço, que pode ser
seguida de uma repreensão verbal dos pais ou de uma palmada, ou da retira- da de sua
sobremesa.
NOTA: O Behaviorismo Radical - Skinner, influenciado pelo Positivismo Logico, aceita que o que existe para
um individuo existe. E, para não cair no subjetivismo ou no idealismo, procura estudar de forma científica
possíveis evidências dessa existência do mundo (ou de um evento). A tarefa da ciência é analisar esta
experiência. Skinner inclui a análise da experiência do cientista como parte do processo de construção do
conhecimento científico. Essa é uma das razões pela qual Skinner atribui tamanha importância ao estudo
do comportamento verbal: a análise do comportamento verbal permitiria o estudo das circunstâncias em
que a experiência (o trabalho do cientista) se dá. A experiência que alguém tem de uma situação é um
evento privado. Skinner aceita estudar a experiência como evento privado, que vem a ser chamado de
evento ou comportamento encoberto. (Matos, 1995). Dessa forma, uma nova corrente surge dentro do
Behaviorismo e recebe o nome de radical devido a dois sentidos: por negar a radicalidade, isto é, algo que
não tenha uma existência identificável no espaço e no tempo, e por aceitar radicalmente todos os
fenômenos comportamentais (abertos ou encobertos).
Behaviorismo na Administração
Nas organizações, o que se tem observado é que muitos dirigentes se utilizam dos
conhecimentos estudados pelo Behaviorismo, às vezes se apropriando deles, às vezes sem ao
menos saber que os estão aplicando, com o objetivo de controlar e manipular os membros
organizacionais para o cumprimento dos objetivos da organização. Nas organizações, tende a
prevalecer um tratamento padronizado em relação a seus membros, como se todos os
indivíduos fossem iguais e tivessem de reagir da mesma maneira e cumprir padrões de
comportamento padronizados. Dessa forma, tratando-se de seres humanos, o reforçamento, a
extinção e a punição podem produzir efeitos diferentes sobre o comportamento dos
funcionários, porque existem as diferenças individuais e cada indivíduo tem uma história de
reforçamento, de punição e de vida que é uma experiência singular e única.
A punição não ensina como agir e quais são as respostas desejáveis, sendo que os indivíduos
desconhecem qual o comportamento considerado adequado ou esperado pelos dirigentes da
organização. Uma vez passado o estado de irritação dos funcionários, as coisas voltarão a ser
como antes, ou seja, os funcionários não se tornarão mais adequados por terem sido punidos.
A falta de indicação do comportamento desejado pode mesmo conduzir a um desajustamento
crescente. Em consequência disso, a menos que se permita ou propicie a ocorrência de
respostas desejáveis, e sejam estas reforçadas, o comportamento dos funcionários, dificilmente
será́ modificado.
Além da questão da saciação e da privação, outra análise que deve ser feita, sob o ponto de vista
dos behavioristas, é a do significado do reforço para cada individuo. Por exemplo, um aumento
salarial tem diferentes significados para diferentes indivíduos numa empresa. Ele pode ser
tomado como o reconhecimento de um bom desempenho; como uma tentativa de enquadrar
as pessoas nas normas e nos padrões da organização; como um meio de tornar os indivíduos
passivos e obedientes; como uma tentativa de suborno e manipulação; como estratégia de
dominância e controle dos funcionários etc. Portanto, o verdadeiro estímulo não é a
recompensa, ou seja, o aumento de salário, mas o significado do aumento de salário para cada
individuo, conforme a sua história de reforçamento, o que poderá́ gerar respostas até mesmo
antagônicas aquelas esperadas pela empresa. Aqui, a dificuldade está em que geralmente quem
dá o reforço, não pode prever os diferentes significados que este vai ter para cada individuo,
pois eles possuem diferentes repertórios de comportamentos adquiridos ao longo de suas vidas.
O Behaviorismo e a motivação
A natureza psicológica das motivações impede a sua observação direta. Por outrem, mas não
impede que o próprio sujeito procure conhecê-las, e para tanto, deve ser incentivado pela
comunidade verbal no qual estiver inserido. Para os behavioristas radicais, trata-se de mais um
comportamento encoberto passível de ser analisado funcionalmente.
2. ESCOLA GESTALTISTA
Teoria Clássica da Gestalt surgiu na Alemanha em 1912 e foi introduzida nos EUA em 1920. O
fundador da Gestalt foi Wertheimer (1820-1943), que teve como principais discípulos Kohler e
Koffka. Eles partiram do estudo do problema da percepção visual do movimento.
Como exemplo, tomaram uma música na qual as qualidades sensíveis seriam as notas e as
qualidades formais seriam a melodia.
interpretação da situação por meio da percepção das relações dos elementos. No entanto, esses
elementos não formam toda a realidade, pois o todo, o conjunto, a forma também são reais e
determinados pela descoberta de relação entre as partes.
A Gestalt parte de um todo para o particular; o todo não pode ser deduzido das partes;
entretanto, tudo o que acontece a uma parte do todo é determinado pelas leis da estrutura
intrínseca desse todo.
2. Insight
O termo insight foi introduzido na Gestalt por Kohler, em 1917. Insight seria o discernimento ou
a compreensão súbita do sujeito diante de uma situação problemática, conseguindo estruturá-
la. Segundo Hartmann, insight seria um processo semelhante ao do fechamento de uma
estrutura. Insight também pode ser entendido como discriminação de um resultado obtido e
como um princípio explanatório ou processo.
3. Figura-fundo
Nesse caso, a figura destaca-se, parece mais sólida, apresentando-se como um fator estruturado
e organizado, e o fundo sugere um espaço vazio. Existe uma tendência para o campo total
organizar-se em figura-fundo. A Teoria da Gestalt apoia-se basicamente no estudo de Lashley
sobre a função do córtex cerebral no processo cognitivo e no de Wertheimer sobre a
organização perceptual. Os estudos de Lashley indicam que o córtex cerebral possui a mesma
capacidade potencial de participar de qualquer habito, aprendizado, como qualquer outra área
cortical, excetuando-se os centros sensoriais e motores; o córtex cerebral, da mesma forma,
atua sempre como um todo. A aprendizagem de um animal será,́ portanto, tanto melhor, quanto
maior for a extensão da área cortical do encéfalo que é exercitada. Wertheimer conseguiu
chegar à elaboração das leis da percepção que regem a organização perceptual. Veja na figura
abaixo:
A Gestalt e o Marketing
Falar de Gestalt em tempos de marketing digital não é algo supérfluo, é uma necessidade.
Compreender seus princípios dará a você maior controle sobre os seus projet os, criando
campanhas mais harmoniosas e melhorando a maneira como a mensagem da marca é
transmitida para o público.
Criar uma campanha de marketing digital, valendo-se das leis que regem a percepção e o
entendimento na comunicação, amplia a gama de sentidos que podem ser explorados. A Gestalt
pode ser a resposta do sucesso na utilização do poder da comunicação com a presença do design.
O processo de interpretação está relacionado a forças internas e externas, e na Gestalt
encontramos métodos que – se utilizados coerentemente – unem o texto à imagem. Isso torna
possível o completo estabelecimento da mensagem e percepção desejadas.
A percepção do todo
Guiar o olhar e a percepção dos seus clientes na hora de criar campanhas, é fundamental para
garantir que a mensagem seja assimilada corretamente. As pessoas assimilam organização visual
de uma forma previsível.
Designers exploraram o processo criativo para deixar a mensagem principal como a primeira
impressão. Os cuidados com o tom da comunicação textual e a escolha correta de imagens e
símbolos – em conjunto com uma estratégia de marketing sólida – compõem a tríade de
construção dos sentimentos que a sua marca deseja despertar no público
3. ESCOLA DA PSICANÁLISE
A teoria psicanalítica teve como fundador Freud, nascido em 1856, na Áustria. Freud formou-se
em medicina. Seu interesse inicial foi o estudo dos distúrbios mentais, sua compreensão e seu
tratamento. Entretanto, ele não seguiu o caminho rígido e oficialmente traçado pelas ciências
médicas da época, fundamentadas basicamente na biologia, na histologia e na filosofia. Na
verdade, vários dos conceitos que ele adotou foram considerados, na época, acientíficos,
metafísicos e mentalísticos.
➢ Conceitos principais
Os conceitos principais da teoria psicanalítica são os de energia, libido, e deslocamento e
pulsão; as subdivisões da personalidade ou teoria da personalidade (id, ego e superego); o
aparelho psíquico ou as qualidades mentais (consciente, pré-consciente e inconsciente); os
instintos; as defesas do ego e a formação das características individuais.
➢ Energia
A energia mental é algo que pode ser transformado, dirigido, acumulado, preservado,
descarregado e dissipado, mas não pode ser totalmente destruído. Há diferentes tipos de
energias mentais, mas todas apresentam a mesma natureza e os mesmos impulsos instintivos
inatos.
➢ Libido
É a energia que constitui o substrato das transformações da pulsão sexual. Essas transformações
podem ser quanto ao objeto (deslocamento dos investimentos), quanto ao alvo (que pode ser
o mecanismo de sublimação) e quanto à fonte (diversidade das zonas erógenas).
➢ Deslocamento
É o mecanismo de defesa caracterizado pela transferência de emoções ou fantasias do objeto a
que estariam originalmente associados para um substituto, ou seja, transferência da libido de
uma forma de expressão para outro.
➢ Pulsão
As pulsões são forças que atuam na vida mental. Uma vez em interação, elas inibem ou
favorecem o desenvolvimento umas das outras. É um processo dinâmico, que consiste em uma
pressão ou força (carga energética) que faz tender o organismo para um alvo. Para Freud, a
pulsão nasce de uma tensão corporal e visa suprimir essa tensão. Pulsões de Vida também
chamadas de Eros e Pulsão de Morte também chamada de Thanatos.
➢ O que é o inconsciente?
Após estudos, em seu livro A Interpretação dos Sonhos, Freud apresentou a sua primeira
concepção sobre a estrutura e o funcionamento do aparelho psíquico, da personalidade. Para
ele, há três instâncias psíquicas que formam o aparelho psíquico, a saber: inconsciente, pré-
consciente e consciente. A seguir, você pode conhecer cada uma delas.
Pré-consciente: nessa instância estão os conteúdos acessíveis à consciência, mas que podem
ou não estar nela, e isso sem um esforço muito grande por parte do indivíduo. Essa parte do
sistema psíquico é
um local intermediário entre os estados de consciência e o estado de inconsciência.
Inconsciente: nele estão os conteúdos da memória, as lembranças boas e ruins, isto é, fatos
ou lembranças de episódios não conscientes. Freud definiu o inconsciente como o sistema em
que estão agrupados os conteúdos não presentes na consciência. É lá que residem os conteúdos
reprimidos que são impedidos de chegar à consciência. Isso acontece devido à ação da censura
de mecanismos de defesa internos. Freud salienta que o inconsciente é uma parte do sistema
psíquico que é dirigida por leis próprias de funcionamento, não estando limitada à concepção
de tempo. No inconsciente, não há a noção de passado e presente.
Posteriormente, entre 1920 e 1923, aperfeiçoando sua descoberta, Freud concebeu uma
segunda teoria ao afirmar que o aparelho psíquico é composto de três componentes especiais.
Ao fazer isso, ele introduziu os conceitos de id, ego e superego. Veja a seguir.
Id: para Freud, o id deve ser concebido como um reservatório de energias psíquicas, lugar de
onde emanam as pulsões de vida (Eros) e de morte (Tânato). O id é o componente arcaico e
inconsciente de energias mentais (psique) que dinamizam o comportamento humano. Do id vêm
os impulsos cegos e impessoais devotados à satisfação pessoal. Esse componente não consegue
perceber os limites de suas ações. Ele é o mais inconsciente dos três componentes. Está na parte
mais profunda do aparelho psíquico.
Ego: esse componente exerce o controle das experiências conscientes e regula as ações entre
a pessoa e o meio. Ele ocupa a posição de um centro de referência para todas as atividades
psíquicas e qualidades egocêntricas. Além disso, procura sempre a autopreservação do
organismo. É por meio do ego que as pessoas aprendem tudo sobre a realidade externa e
orientam o seu comportamento no sentido de evitar os estados dolorosos, as ansiedades e as
punições. No tocante às suas funções básicas, o ego é responsável pela memória, pelos
sentimentos, pelos pensamentos, pela repressão, etc.
Superego: para Freud, o superego é o representante de uma natureza superior do “eu”. Ele
atua com a finalidade de que sejam evitadas as punições e as transgressões. Também é
responsável por fomentar as ideias moralmente aceitas. Ainda segundo a teoria freudiana, o ego
origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da
autoridade. Como suas funções básicas, você pode considerar a criação da culpa, do sentimento
de inferioridade, da virtude, da equação mágica entre o desejo e a ação e da necessidade
inconsciente de punição.
Na concepção da psicanálise, esses três sistemas não estão vazios. Ao contrário, são habitados
pelos conteúdos oriundos de experiências pessoais e particulares, que consecutivamente
descrevem as pessoas enquanto seres sociais. É por isso que, na teoria psicanalítica, para se
entender um indivíduo, é necessário resgatar a sua história pregressa, os conteúdos de suas
experiências vividas no passado (BOCK et al., 2002).
Em 1923, com a publicação de O Ego e o Id, o eu passa à categoria de instância da segunda tópica
e é expresso como tendo sido originado do inconsciente. O ego ampara a consciência e as
percepções externas e tem uma função mediadora relacionada ao mundo externo pelo sistema
percepção-consciência. Por outro lado, se forma do id e sobre ele tenta exercer uma função
conciliadora. As três instâncias (id, ego e superego) que formam a personalidade são passíveis
de observação de modo diferenciado. O ego utiliza medidas defensivas para se defender dos
ataques das pulsões que buscam intensivamente conseguir seus fins com muita obstinação e
energia.
1) Repressão: é um dos mecanismos mais comuns de defesa do ego. Seu significado é o de retirar
algo do consciente, levando-a para o inconsciente, ou seja, mantendo distante alguma imagem
ou percepção insuportável. Obstaculiza sentimentos e experiências desagradáveis da
consciência. O reprimido é instalado no inconsciente, no entanto continua a fazer parte da
psique e continuará exercendo influência no comportamento através do desenvolvimento de
sintomas. Exemplo: uma vítima de assalto violento não consegue se lembrar de nada do ocorrido
e encontra-se com grande ansiedade e/ou deprimida.
6) Racionalização: este mecanismo é um dos mais utilizados, pois o sujeito justifica com lógica e
ética plausível alguma atitude e pensamentos inaceitáveis, dessa forma tem um intento
benéfico como autoproteção e conforto psíquico. Exemplo: o dependente de álcool que justifica
o uso da bebida como meio de suportar a morte de um filho.
8) Introjeção: trata-se de assumir para si características de outras pessoas. Algo externo passa a
fazer parte de seu ego. Esse mecanismo é relacionado ao de identificação. Exemplo: uma criança
que repreende outra quando quer subir uma escada perigosa. Ela introjetou as normas passadas
por seus pais.
10) Isolamento: o sujeito desassocia o pensamento ou recordação do afeto ou emoção que estava
relacionado a ele. Exemplo: pacientes terminais falam de sua doença como se não fosse com
eles.
12) Deslocamento: é a substituição de um impulso/pulsão inicial por outro. Exemplo: uma pessoa
que está com ódio de seu professor e agride verbalmente um colega.
13) Sublimação: é um processo através do qual a libido se separa do objeto sexual para outra
finalidade, visando a satisfação. Para Freud (1996c, p. 111), “a sublimação é um processo que
diz respeito à libido objetal e consiste no fato da pulsão se dirigir no sentido de uma finalidade
diferente e afastada da finalidade da satisfação sexual”. Exemplo: uma pessoa que não pode ter
filhos e adota cães como forma de sublimar seu desejo.
14) Idealização: Segundo Freud (1996c, p. 111), “[...] a idealização é um processo que diz respeito
ao objeto; por ela este objeto, sem qualquer alteração na sua natureza, é engrandecido e
exaltado na mente do indivíduo”. Exemplo: idealizar o parceiro e cair na dependência
emocional, pois estar com alguém que hipoteticamente lhe era impossível faz com que a pessoa
se entregue totalmente.
O ego, então, se utiliza desses mecanismos de defesa para se defender das constantes inserções
das pulsões na busca de uma incansável satisfação. São parcialmente inconscientes, podem ser
utilizadas como uma forma de adaptação, como também podem se transformar em patologias
em função da intensidade, frequência e rigor. O ego utiliza variadas defesas e é através da
análise das resistências que é possível acessá-las. Das três instâncias que formam a
personalidade, o ego é a instância que possibilita observação direta.
O estudo dos mecanismos de defesa identificou cinco grandes atributos do seu uso pelas
pessoas:
1. as defesas são a melhor maneira de enfrentar os conflitos e os afetos;
2. as defesas são parcialmente inconscientes;
3. as defesas são distintas entre si;
4. é possível transformar as defesas, apesar de assemelharem-se com os
sintomas psiquiátricos;
5. as defesas podem desempenhar uma função adaptativa, porém também
podem ser patológicas (MARQUES, 2012).
Freud define os dois modos do aparelho psíquico como processo primário e processo
secundário.
Contribuições da Psicanálise
Não há como negar a influência e a importância dos conceitos de Freud na organização das
sociedades contemporâneas e na cultura que embala a vida de todo o Ocidente. A grande
contribuição oferecida às ciências, à arte, à literatura e à cultura em geral reside na descoberta
do inconsciente.
A partir dele, uma nova compreensão de ser humano emerge, diferente da postulada até então
pela filosofia O nascimento da psicanálise moderna, com o seu acento exacerbado na
possibilidade de plena autonomia humana fundada na razão.
O ser humano moderno era descrito como uma máquina, sem sentimento, frio. Os postulados
freudianos abalam essa concepção ao propor que o ser humano não é tão dono de seus
caminhos. A psicanálise demonstra a existência de um outro “eu” dentro do homem, que
inconscientemente o dirige, demonstrando que o ser humano precisa ter um olhar mais
verdadeiro sobre si mesmo.
Daí a importância do outro, do estar em interdependência, de uma vivência mais livre, menos
repressora, mais criativa.