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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO MIGUEL - UNISÃOMIGUEL

CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA - 2° PERÍODO

BEHAVIORISMO - PROCESSOS BÁSICOS

TATIANA KALINE DEODATO DA SILVA


MARIA EDUARDA RODRIGUES DE LIMA
ILMA BARBOSA DOS SANTOS

RECIFE, 2023
Introdução
O termo “Behaviorismo” se origina do termo em inglês “Behavior”, que significa
“comportamento”. O Behaviorismo, também chamado de Psicologia
Comportamental, é uma teoria que estuda a psicologia através da observação do
comportamento humano. Essa escola da psicologia foi fundada por John Watson
baseada na crença de que os comportamentos podem ser medidos, treinados e
mudados.
O Behaviorismo, para seus teóricos, tem como ideia principal que é provável
uma ciência do comportamento. Essa ciência do comportamento veio a ser
chamada de análise comportamental e se dá a partir da utilização de um método,
buscando objetivos, princípios e técnicas de pesquisa para um resultado mais
concreto na análise da compreensão do sujeito através do seu comportamento.O
estudo desta abordagem é restrita às reações que se dão através de diversos e
variados estímulos externos, ou seja, só é possível considerar e proceder sobre o
que é cientificamente observável. Devido ao seu foco no comportamento e pela
ausência de conhecimento sobre o neurológico, havia pouca compreensão sobre as
funções do intelecto.
"Deem-me uma dúzia de crianças saudáveis, bem formadas, e um ambiente
para criá-las que eu próprio especificarei, e eu garanto que, tomando qualquer
uma delas ao acaso, prepará-la-ei para tornar-se qualquer tipo de especialista
que eu selecione - um médico, advogado, artista, comerciante e, sim, até um
pedinte e ladrão, independentemente dos seus talentos, pendores, tendências,
aptidões, vocações e raça de seus ancestrais"
- John Watson, Behaviorismo (1930)
Simplificando, os behavioristas rigorosos acreditavam que qualquer pessoa poderia
ser treinada para agir de um modo particular, dado condicionamento correto. Essa
perspectiva da psicologia teve como precedentes nomes como Vladimir Bechterev,
primeiro a propor uma psicologia cuja pesquisa se baseava no comportamento, e
Ivan Pavlov, responsável pelo condicionamento clássico.
Enxerga-se o indivíduo dentro desta perspectiva através de suas ações e que
essas resultam de condicionamentos e experiências já vivenciadas por ele, tendo
esse comportamento como foco indica que essa relação faz com que o sujeito tenha
ações decorrentes de algo já aprendido ou vivido antes, compreendido a partir do
estímulo-resposta.
O estadunidense John B. Watson foi o primeiro psicólogo a utilizar o termo
behaviorismo, em 1913 publica o artigo Psychology as the Behaviorist views it. (“A
psicologia como o behaviorista a vê”). Esse comportamento surge a partir de um
estímulo presente no ambiente externo ao indivíduo, ou seja, os estímulos
ambientais são as causas dos comportamentos. É uma Psicologia
estímulo-resposta (S-R). Watson não negava a existência da mente ou de
processos cognitivos, mas afastava-se deles, pois não havia como estudá-los, uma
vez que são eventos inacessíveis à observação.

Tipos de behaviorismo

Behaviorismo clássico:
Watson defendia uma psicologia objetiva, onde não nega a existência da mente,
mas deixa de lado a opção de tê-la como objeto de estudo e adota apenas o
comportamento como objeto de estudo, observando os comportamentos que os
sentidos sensoriais podem perceber.

Behaviorismo radical:
A publicação do livro Science and Human Behavior por B. F. Skinner em 1953
inaugura essa vertente comportamentalista chamada de radical. Em linhas gerais,
enquanto para Watson a compreensão da realidade se dava por meio de consenso
social, como na frase “a verdade é observável à todos”, Skinner baseia suas
pesquisas nas respostas que o indivíduo analisado apresenta. Ou seja, o que o
indivíduo diz ou responde deve ser analisado individualmente. Passa-se para o
paradigma S → R → C
Estímulo → Comportamento → Consequência (Reforço ou Punição)

Skinner aceitou a introspecção, não como método, mas como:

– Um tipo de comportamento verbal;


– Forma de observação e obtenção de conhecimento sobre o próprio indivíduo.

O condicionamento respondente:
Também conhecido como comportamento reflexo, é o tipo de ação que chamamos
de involuntária e inclui as respostas que são produzidas por modificações especiais
de estímulos do ambiente. Ou seja, são atitudes e reações que executamos sem o
nosso próprio controle e de forma automática.
Exemplo:
1. Quando a pupila dos olhos se contraem ou se dilatam;
2. Sempre que derramamos lágrimas quando descascamos cebolas;
3. Quando o frio faz arrepiar a pele;
4. Quando a boca enche de água para degustar um alimento.

Condicionamento Operante:
É como um complemento do condicionamento respondente. Essa forma de
aprendizagem desenvolvida por Skinner, acredita que uma forma de aprender está
relacionada com a recompensa para se ter um comportamento esperado, sendo um
meio que premia esse sujeito até que passe a ligar essa ação à falta de algo.
Exemplo:
1. Um rato de laboratório pressiona um botão azul, ele recebe uma bolinha de
comida como recompensa, mas quando ele aperta o botão vermelho ele leva
um choque.
2. Tocar um instrumento é um exemplo de um comportamento operante que tem
efeito sobre o mundo. (Psicologias, p.61)

● Reforço ou punição positiva envolve o acréscimo de uma consequência,


enquanto punição ou reforço negativo remove um estímulo. As punições
tendem a diminuir a probabilidade de comportamentos específicos, enquanto
os reforços tendem a aumentar a probabilidade de comportamentos
específicos

Behaviorismo e os processos básicos


O estudo do comportamento de Watson , propunha que a psicologia fosse
uma ciência empírica e que levasse a generalizações amplas sobre o
comportamento humano e, mantendo-se a uniformidade do procedimento
experimental, para que os experimentos dos psicólogos pudessem ser replicados
em qualquer laboratório. Esses, com a função de detectar processos e conteúdos
mentais que estivessem envolvidas nas percepções, na memória entre outras.
Para correlacionar a Teoria do Comportamento aos processos básicos psicológico
faz-se necessário compreendê-los. Nesse contexto, entende-se que:
A percepção, é a tomada de consciência, pelo indivíduo, do estímulo sensorial.
Que por sua vez, todas as informações do ambiente, necessárias à sobrevivência
do indivíduo, chegam até o organismo por meio das sensações. Em outras palavras,
as sensações são fenômenos elementares gerados por estímulos físicos, químicos
ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem
alterações nos órgãos receptores, estimulando-os.

A memória é a capacidade de codificar, armazenar e evocar as experiências,


impressões e fatos que ocorrem em nossas vidas. Tudo que uma pessoa aprende
em sua existência depende intimamente da memória.

A vontade é uma dimensão complexa da vida mental, relacionada intimamente


com as esferas instintivas, afetiva e intelectiva, bem como o conjunto de valores,
princípios hábitos e normas éticas sociocultural do indivíduo.

As emoções podem ser definidas como reações afetivas momentâneas,


agudas, desencadeadas por estímulos significativos. Assim, a emoção trata-se de
estado afetivo intenso, de curta duração, originado geralmente como reações do
indivíduo a certas excitações internas ou externas, consciente, não consciente, ou
inconsciente.

Para melhor compreensão:

Um motorista de aplicativo para o veículo quando o semáforo de veículos


estiver verde, isso para uma pessoa passar na faixa de pedestre. Espera-se que
seus conceitos aprendidos como motorista no curso, tenha sido o estímulo para a
emissão do comportamento de parar. Nesse sentido, destacam-se a
sensopercepção, memória e a vontade.

As pessoas aprendem a controlar os outros com muita facilidade. Um bebê,


desenvolve certos métodos de controlar os pais quando se comporta de maneira
que levam a certos tipos de ação. As crianças adquirem técnicas de controlar seus
companheiros e se tornam hábeis nisso muito antes de conseguirem controlar-se a
si mesmas. Nesse sentido, destacam-se a sensopercepção, memória, emoção e a
vontade.

Órgãos ou instituições organizadas, tais como governo, religiões e sistemas


econômicos e, em grau menor, educadores e psicoterapeutas exercem um controle
que é exercido de maneira que reforçam de forma eficaz aqueles que o exercem.
Que por sua vez, podem perder o pulso, recebendo um contracontrole. Nesse
sentido, destacam-se a sensopercepção, memória, emoção e a vontade.
Vale ressaltar que, determinados estímulos levam o organismo a dar certas
respostas, isso acontece porque o organismo se ajusta aos seus ambientes através
da interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente onde acontece. E por isso
que o Behaviorismo dedica-se ao estudo das interações entre as ações do indivíduo
e o ambiente, também denominado por sujeito-ambiente ou relação fundamental.

De acordo com Skinner (1981), o comportamento humano é fruto da ação


integrada e inseparável destes três níveis:

● Filogenético que refere-se a seleção de comportamentos característicos da


espécie ao longo do processo evolutivo da mesma.
● Ontogenético, diz respeito à história de reforçamento, ou seja, é relativo aos
comportamentos selecionados ao longo da vida de um indivíduo,
considerando-se a interação deste com seu ambiente.

● Cultural, o nível de cultura, é relativo aos comportamentos selecionados pela


interação do organismo humano com o ambiente social específico,
caracterizado por determinada prática social.

Diante disso, é possível entender que o reflexo ou predisposição que


transformam a perspectiva e o comportamento de um sujeito por determinada
maneira ou situação devido a consequência específica. Assim, modificando o
organismo e provocando mudanças no repertório comportamental do indivíduo.
Segundo Skinner, “o comportamento humano é selecionado não apenas para
atender a necessidade de sobrevivência imediata... como também para se adaptar a
situações futuras.”
CONCLUSÃO
Baseado nisso, pode se compreender que o behaviorismo faz parte de um
importante estudo dentro do campo psicológico, para auxiliar o indivíduo no processo
comportamental, entendendo e interpretando as linguagens e ações feitas, suas reações
quanto aos estímulos e compreendendo esse ser neste processo de aprendizagem o qual é
vivido desde a sua infância dentro do campo social para tal ato ou comportamento e como
essas manifestações implicam no seu processo individual.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Aria de Lourdes Trassi.
Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13ª edição. São Paulo:
Saraiva, 1999.

DELGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos


Mentais. 3ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2019, págs: 105, 129, 161 e 172.

JACÓ-VILELA, Ana Maria; FERREIRA, Arthur Arruda Leal; PORTUGAL, Francisco


Teixeira. História da Psicologia: rumos e percursos. 3ª edição. Rio de Janeiro:
NAU, 2013, págs: 207 e 212.

MENEZES, Pedro. Behaviorismo (psicologia comportamental). 17 dez. 2021.


Disponível em: https://www.todamateria.com.br/behaviorismo/. Acesso em: 17 maio
2023.

COMPORTAMENTO respondente ou reflexo - RedePsi - Psicologia. Disponível em:


https://www.redepsi.com.br/2008/02/13/comportamento-respondente-ou-reflexo/.
Acesso em: 17 maio 2023.

Behaviorismo: A Psicologia comportamental de Watson e Skinner. Disponível em:


https://saudeinterior.org/behaviorismo/. Acesso em: 17 maio 2023.

3 Diferenças entre Behaviorismo clássico e Behaviorismo Radical - Universo da


Psicologia. Disponível em:
https://universodapsicologia.com/3-diferencas-entre-behaviorismo-classico-e-behavi
orismo-radical/. Acesso em: 17 maio 2023.

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