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ABA não é um método, não é uma metodologia, não é uma coleção de técnicas.
Trata-se de uma ciência e, como tal, possui uma complexidade de fundo, um
conjunto de conceitos que devem ser utilizados de maneira consistente, com
exatidão, e cuja articulação depende de um conhecimento teórico mais amplo.
As 7 Dimensões da ABA
Não existe intervenção que se possa chamar de “baseada em ABA” sem registro.
Se ele se baseia na literatura científica, vai descobrir que para ensinar imitação
motora fina (colocar a mão no nariz está nesta categoria), a criança precisa, antes,
ter aprendido uma série de coisas, como controle instrucional e imitação motora
grossa, então esta pessoa vai avaliar, antes do começo do ensino, se estas outras
habilidades estão presentes. O ideal é uma aprendizagem sem erros, o erro
desmotiva. Então, ao ensinar imitação, existe uma hierarquia de ajudas a serem
dadas à criança até ela atingir a autonomia, para que ela erre o mínimo possível.
Behaviorismo Radical
Na Idade Média, a igreja explicava a ação, o comportar-se pelo homem pela posse
de uma alma. No início deste século, os cientistas o faziam pela existência de uma
mente. As faculdades ou capacidades da alma causavam e explicavam o
comportamento deste homem. Os objetos e eventos criavam idéias em suas mentes
e estas impressões mentais ou idéias geravam seu comportamento. Vejam que
ambas são posições essencialmente dualistas: o homem é concebido como tendo
duas naturezas, uma divina e uma material, ou uma mental e uma física, como
quiserem.
É uma posição difícil, conflitante, porque devo demonstrar como essas naturezas
contatuam, já que estão em planos diferentes. Notem além disso, a circularidade do
argumento: ao mesmo tempo em que essa alma ou mente causavam e explicavam
o comportamento, esse comportamento era a única evidência desta alma ou desta
mente.
É preciso destacar que os processos cognitivos, tão falados hoje em dia, são uma
forma de animismo ou mentalismo, em suas origens. A cognição é algo a que não
tenho acesso direto mas que fica evidente no comportamento lingüístico das
pessoas, no seu resolver problemas, no seu lembrar, etc., esquecendo que
linguagem é produto de comportamento verbal; que solução de problemas é produto
de contingências alternativas, e que lembrar é produto de manipulação de estímulos
discriminativos.
Não estou negando que existam crenças, sugestões, representações etc., mas
estas são formas de se comportar, são classes de respostas, não eventos
mediacionais, não causas diretas do comportamento. Aceito consciência como uma
metáfora, um resumo de minhas experiências passadas (assim também aceito
personalidade, como um conceito equivalente a repertório comportamental). Mas
rejeito consciência como self, como agente decisor, causador, ou mediador do
comportamento.
Mas a verdade é que eu sinto dor-de-dente! Assim como vocês não podem observar
o "meu ver", não podem observar "meu sentir sede", e não podem observar "meu
sentir dor-de-dente". Isto contudo não torna estas sensações menos reais para mim.
E é aqui que começa a ficar evidente uma primeira e fundamental diferença entre o
behaviorismo proposto por Skinner e aquele praticado pelos behavioristas
metodológicos: o homem é a medida de todas as coisas, não o social.
Influenciado pelo Positivismo Lógico, Skinner aceita que o que existe para o
indivíduo, existe! (daí aceitar e defender uma metodologia do N=1). Mas, para não
cair no subjetivismo e idealismo, é importante analisar as evidências desta
existência. E aqui estamos diante de um ponto importante (e difícil) que aproxima
Skinner e os fenomenólogos: a evidência da existência do mundo, de um evento,
etc. É a experiência do observador. A tarefa pois da ciência é analisar esta
experiência, e ele inclui aqui, como essencial, a análise da experiência do cientista
como parte do processo de construção do conhecimento científico (daí a
importância do estudo do comportamento verbal para Skinner. A análise do
comportamento verbal me permitiria estudar as circunstâncias em que essa
experiência se deu, e assim entendê-la).
Para Skinner, o organismo não é nem gerente nem iniciador de ações, é o palco
onde as interações Comportamento-Ambiente se dão.
O comportamento deve ser tomado como um objeto de estudo por ele mesmo. suas
variáveis controladoras devem ser buscadas no ambiente em que o indivíduo se
comporta (Baron & Perone, 1998).
Skinner (1966) afirmou que preferia estudar um sujeito por mil horas a estudar mil
sujeitos por uma hora.
Critérios de Estabilidade
Validade Externa
Apesar do que pode sugerir o nome “sujeito- -único”, pesquisas em Análise
Experimental do Comportamento raramente empregam apenas um sujeito. O termo
“único” se refere à unidade de análise considerada, o comportamento do indivíduo,
e não ao número de sujeitos pesquisados, o tamanho da amostra (Perone, 1991).
Vários sujeitos podem ser expostos às mesmas condições experimentais e até
mesmo a variações dessas condições, mas o importante é que seus dados sejam
tratados individualmente. Na verdade, é a replicação dos dados em diferentes
sujeitos e sob diferentes condições que fornece representatividade e generalidade
às conclusões de um estudo; em outras palavras, que atesta sua validade externa.
A pesquisa aplicada está restrita ao exame de variáveis que possam ser eficazes na
melhoria do comportamento que está sendo estudado. Assim, é também assunto de
pesquisa a descoberta de que comportamentos típicos de retardados podem estar
relacionados a singularidades de sua estrutura de cromossomos e a singularidades
de sua história de reforçamento. Mas (no momento) a estrutura de cromossomos do
retardado não se presta à manipulação experimental visando à melhoria de um
comportamento, enquanto que o reforçamento que recebe está sempre aberto ao
replanejamento atual
Aplicada
O pesquisador aplicado também pode estudar a pressão à barra, caso esta esteja
integrada a estímulos socialmente importantes.
Uma investigação da detecção de sinais visuais por retardados pode ter pouca
importância imediata, mas um estudo semelhante em operadores de radar tem
importância considerável. Um estudo do desenvolvimento da linguagem no
retardado pode estar dirigido a um problema social imediato, enquanto o mesmo
não ocorre num estudo semelhante com um universitário no MIT.
Comportamental
Analítica
Conceitual
Eficaz
Se a criança não aprende não é culpa dela, nem do aplicador mas do planejamento
do entorno.
Generalidade