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Princípios básicos

da análise do
comportamento I -
Introdução à análise
do comportamento
aplicada
Prof. Me. Ana Carolina Macalli
Prof. Me. Ana Carolina Macalli

Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” –


Campus Araraquara (2017-2020).

Mestre em Educação Especial pelo Programa de Pós-Graduação em


Educação Especial (PPGEES) pela Universidade Federal de São Carlos –
UFSCAR (2015-2017).

Licenciatura Plena em Educação Especial pela Universidade Federal de São


Carlos – UFSCar (2010-2013)
Ao pensar em Análise do
Comportamento Aplicada (ABA),
provavelmente, muitos
relacionarão com intervenção as
pessoas com Transtorno do
Espectro Autista (TEA).
Embora a ABA não tenha sido
desenvolvida especificamente
para esse público, atualmente a
ciência considera que a ABA
possui evidências.
Isso significa que foi testada
cientificamente diversas vezes e
demonstrou resultados positivos
em qualidade e eficácia.
• Não foi dito que as intervenções analíticas comportamentais buscam melhorar a qualidade
de vida somente das pessoas com TEA. Pois, conceitualmente categorias diagnósticas
para ABA não fazem sentido. Não importa a condição diagnóstica do Indivíduo, mas sim
conhecer quem é esse indivíduo, quais suas características individuais e o que ele
precisa.

• Todos os seres humanos possuem um conjunto de comportamentos que podem estar em


excesso ou déficit. A depender do comportamento em excesso é preciso diminuir ou zerá-
lo. E, os comportamentos em déficit precisam emergir, passar a existir no repertório do
indivíduo ,e para tal é necessário realizar uma avaliação de cada comportamento
específico.

• A Análise do Comportamento é composta por três fundamentos científicos metodológicos:


o Behaviorismo Radical, a Análise Experimental do Comportamento e a Análise do
Comportamento Aplicada. Ou seja, são três dimensões que compõem a mesma ciência.

• Abordaremos a terceira dimensão dessa ciência, a Análise do Comportamento Aplicada.


• Ao contrário do que erroneamente é difundido, a ABA não é um método de trabalho, e sim
uma ciência e em sua dimensão aplicada, é capaz de mudar comportamentos.

• O termo “Aplicada” refere-se à utilização das experimentações da análise experimental com


o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas e a aplicação prática dessa ciência.

• Precisa ser desenvolvida com uma finalidade social objetiva para atuar e estudar
diretamente a melhoria na qualidade de vida humana, e não apenas de um grupo específico
como o TEA. Todos os campos do fazer humano podem ter seus comportamentos alterados
positivamente.

• A Análise do Comportamento Aplicada é comportamental, ou seja, tendo como base


metodológica o Behaviorismo Radical, centra-se em trabalhar com as dimensões
observáveis do comportamento, inclusive com comportamentos que são indiretamente
observáveis, descartando os processos e hipóteses abstratas.
• Outro aspecto importante sobre a ABA refere-se a ciência ter
consistência terminológica conceitual, e ser conceitualmente
sistemática. Isso significa que existe uma unidade
conceitual. Ou seja, ao trabalhar com o processo de extinção
de um comportamento, o conceito de extinção deve ser o
mesmo independente da regionalidade, nacionalidade,
aspectos culturais, etc. Sendo assim, não podem existir
diferentes entendimentos sobre o conceito de extinção. O
profissional que trabalha com coerência conceitual, a partir
da teoria, ao fazer avaliação consegue realizar previsão e
controle dos casos concretos, pois o aporte teórico
metodológico instrumentaliza o profissional.

 O analista do comportamento ao propor intervenções em ABA, deve realizar um trabalho científico e


com controle. Por isso, considera-se que a ABA é analítica. Este tipo de profissional é capaz de
desenvolver suas intervenções com previsibilidade. Diante de certa demanda comportamental, o
analista do comportamento faz sua avaliação e propõe uma intervenção. Mas para ter evidência que
a alteração do comportamento ocorreu devido a intervenção implementada, retira-se a intervenção e
observa-se a resposta do comportamento.
• Se voltar o inadequado, reaplica a intervenção, o comportamento desapareceu, significa
que a intervenção realmente mudou o comportamento. Importante ressaltar que essa
dimensão analítica da ABA é difícil garantir em alguns ambientes como escola e clínica
devido aos vários estímulos concorrentes que podem interferir na intervenção. Uma forma
de garantir essa dimensão científica e de controle adequado é não propor inúmeras
intervenções ao mesmo tempo.
• Todo protocolo de ensino em ABA deve buscar a generalização dos comportamentos
ensinados. Não se faz efetivo, não melhora a qualidade de vida da pessoa, se a mudança
do comportamento ocorrer apenas em um determinado ambiente e em outros não. É
preciso que os comportamentos ensinados sejam adaptativos para a vida daquela pessoa.
E para que ocorra a generalização é preciso que ela seja planejada junto com o ensino.
• Faz-se necessário que os procedimentos sejam detalhadamente descritivos, garantindo o
fazer científico, pois a ABA tem caráter tecnológico. Essa dimensão assegura que o
procedimento pode ser reaplicado e em caso de divergência nos resultados, existe a
possibilidade de inconsistência ou da reaplicação da pesquisa. Na ciência, isso é um
elemento fundamental.
• O aspecto mais importante da Análise do Comportamento refere-se a sua eficácia. O
princípio de que toda pessoa é capaz de aprender. Se o ensino em ABA não está resultando
em aprendizagem, o profissional deve rever seus planos e procedimentos de ensino, pois
algo deve estar errado. É preciso ser conceitualmente sistemático, elaborar uma hipótese e
implementar uma intervenção eficaz. Compreende-se que, em muitos casos, o profissional é
sistemático, elabora uma hipótese, mas ela está errada e, por isso, o indivíduo não aprende.
Nesse momento, é preciso rever rapidamente essa hipótese para mudar a intervenção, e ser
realmente eficaz.
• Em síntese, a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), advém do campo científico do
Behaviorismo (os comportamentos são possíveis de serem observados e mensuráveis em
oposição, por exemplo, à abordagem psicanalítica, onde os comportamentos devem-se a
processos inconscientes). Ao analisar um comportamento levanta-se uma hipótese e
elabora-se um plano de ação a ser implementado para modificar aquele comportamento.
Para esse campo da ciência o processo de aprendizagem ocorre por meio de associações e
o comportamento vai se modificando através das consequências. Ou seja, ao tentar alguns
procedimentos e obter êxito, a probabilidade de repetir o mesmo resultado aumenta.
Mas, quando não funcionam, a probabilidade de repetir diminui. Dessa forma, o
comportamento foi modificado pelo resultado ou consequência.
• Lovaas foi o primeiro a utilizar a ciência de ABA para ensinar crianças com
autismo. E como qualquer ciência, a ABA continua a evoluir. Pesquisas nesse
campo proporcionam novas contribuições e refinamentos com a descoberta de
novas técnicas, tornando o ensino em ABA eficiente e efetivo cada vez mais.

Os profissionais capacitados para atuar em Análise do Comportamento podem
variar a forma de aplicar os programas de ensino, porém todos devem apoiar-
se nos mesmos conceitos. A ciência que estrutura a intervenção deve ser
sempre a mesma em qualquer contexto, ambiente ou sujeito. Apenas a
maneira de aplicá-la pode variar de acordo com a especificidade e
necessidade individual de cada pessoa e do objetivo de intervenção.

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