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Módulo I – O que é ABA? Quem pode aplicar?
Você já deve ter ouvido falar em “método ABA”, método para tratamento do
Autismo, mas talvez você ainda não saiba que ABA é uma ciência. Como
podemos explicar melhor sobre isso? Antes de iniciarmos nosso estudo sobre
ABA especificamente, vamos entender primeiro porque ABA é uma ciência e não
um método.
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no comportamento reflexo, não havia uma relação direta de um estímulo
eliciando uma resposta. A probabilidade de ocorrência da resposta variava ao
longo de múltiplas exposições aos estímulos. Nesse caso o comportamento
estava sobre o controle de um estímulo antecedente e de uma consequência.
Apesar de ter ficado conhecida como tratamento para crianças com autismo,
sua eficácia é comprovada para intervenção no comportamento atípico e/ou
neurotípico, para crianças ou para adultos. Tem evidências científicas, que
comprovam a sua eficácia no tratamento quando se deseja operar sobre um
comportamento indesejável, substituindo por outro mais socialmente relevante.
Ficou conhecida como tratamento para autismo, porque em 1987, foi Lovaas que
utilizou pela primeira vez a ABA em um experimento. O objeto foi verificar a
efetividade de um ambiente de intervenções comportamentais intensas e
comparar com a efetividade de tratamento alternativo. Participaram deste
experimento 38 crianças com autismo, 19 delas receberam por dois anos
intensivas horas de intervenção ABA, e as outras 19 crianças foram submetidas
por dois anos em um tratamento alternativo, os resultados comprovaram que
ABA teve eficácia no tratamento das 19 crianças, pois grande parte das crianças
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tiveram ganhos expressivos, e foram consideradas aptas a acompanhar seus
colegas em turmas regulares de ensino, logo, ganhou essa popularidade no
tratamento do autismo.
Além de ser uma ciência e não um método, outros três motivos reforçam
que uma intervenção baseada em ABA é eficaz e traz resultados benéficos para
a criança a curto prazo.
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Ética e ABA
Mas quem pode aplicar ABA? O aplicador em ABA pode ser qualquer
pessoa que deseja fazer diferença na vida de uma criança, logo precisa levar em
consideração que a intervenção deve ter como objetivo priorizar a qualidade de
vida do sujeito, operando sobre os comportamentos que estão em déficit, para
que aumentem sua frequência e na diminuição dos comportamentos pouco
adaptativos.
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Para que uma intervenção seja considerada ABA é preciso que respeite
essas 8 dimensões:
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Motivação: A criança precisa estar engajada e motivada a querer realizar as
atividades, sempre trabalhando com esquemas de reforçamento e não utilizar
punição. A criança se sente feliz na presença no aplicador? Ela gosta quando
o aplicador se aproxima dela? O aplicador também precisa ser reforçador, muitas
vezes é preciso utilizar a estratégia de equivalência de estímulos, pareando o
objeto que é reforçador para a criança com a presença do aplicador.
Comportamento Operante
Exemplo:
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• Para outra situação, bater no braço ´pode ser usado para dizer “não
quero”.
No segundo caso, a criança bate para tentar sair de uma demanda, algo
que não quer fazer, e a mãe deixa a criança sair. Logo, temos aí uma
consequência reforçadora, na próxima vez que a criança quiser fugir ou se
esquivar de uma demanda ela irá bater, pois eliminou um estímulo que estava
sendo aversivo para ela.
Exemplo 1:
Exemplo 2:
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Consequências
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reforçamento, ou seja, para a criança se sentir motivada em uma atividade de
pintura, a professora utiliza uma consequência reforçadora indireta, após a
pintura a criança recebe o brinquedo preferido, sendo assim, arbitrária.
Sd R Sc
A ABA não estuda aspectos isolados do ambiente, como se o ambiente
fosse a causa do que os organismos fazem. E ela também não estuda
isoladamente o que os organismos fazem, como se o organismo fosse o agente
causador de suas ações.
Reforçadores Positivos
Elogios, sorrisos, aplausos, polegar
Sociais para cima, uma piscadinha, mandar
beijo, demonstrar muito entusiasmo
Tangíveis Brinquedos, livros, objetos de
interesse, figurinhas
Atividade Um jogo, um vídeo, um filme, uma
brincadeira
Físicos Cócegas, abraço, beijos, etc
Doces, frutas, lanche, guloseimas,
Comestíveis etc.
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Entendemos que reforço aumenta a probabilidade do comportamento
ocorrer novamente, mas quando estamos diante de um comportamento
inadequado, ou indesejável e pretendemos diminuir a sua ocorrência,
utilizamos a punição. O termo punição foi escolhido por Skinner, como
consequência que reduz a frequência de determinado comportamento, no
entanto a punição tem uma relação idiossincrática, pois não existe um estímulo
que seja punidor por natureza, só será punidor, caso diminua a frequência do
determinado comportamento. (SKINNER, 2003).
Baum, (2006) relata dois tipos de punição, a saber: Punição positiva e
Punição negativa, sendo que as duas diminuem a frequência do
comportamento. Na punição positiva é adicionado um estímulo aversivo para
o indivíduo que está sendo punido. E na punição negativa é retirado um
estímulo prazeroso ou reforçador para esse indivíduo. Em ambas, podemos
observar a eliciação de efeitos colaterais, como as respostas emocionais.
Seguindo essa ideia, resumimos que um comportamento é mantido por suas
consequências reforçadoras e enfraquecido quando as consequências são
punitivas ou punidoras.
Para tanto, quando suspendemos o reforço, o comportamento tende a
diminuir de frequência até seu nível inicial, antes do reforçamento, esse é um
procedimento de extinção operante. Porém, antes do comportamento extinguir,
ele tende a aumentar abruptamente de frequência e em variabilidade, para
depois diminuir, o que chamamos de pico de extinção (MOREIRA e
MEDEIROS, 2007).
Assim utilizamos a extinção ao invés da punição quando queremos
diminuir a frequência do comportamento, sendo menos aversivo para o
indivíduo, porém ainda presenciamos respostas emocionais. Um
comportamento pode, após ter sido extinto, aumentar de frequência, sem a
presença de um reforçador, chamamos esse evento de recuperação
espontânea. (MOREIRA e MEDEIROS, 2007).
No próximo módulo estudaremos os Esquemas de reforçamento e as
Técnicas utilizadas na ABA.
Até lá
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Referências bibliográficas
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