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Instituto de Educação Superior Raimundo Sá

Curso de Bacharelado de Psicologia

CONTROLE DE
ESTÍMULOS: O
PAPEL DO
CONTEXTO
Professora Flávia Marcelly de S. M. da Silva

P I C O S -P I
Controle sobre um Comportamento

Quer dizer apenas que altera a


probabilidade de ocorrência do
comportamento
• Refere-se à influência dos estímulos antecedentes sobre o comportamento, isto é, o efeito que o contexto tem sobre o comportamento;

• A despeito do principal determinante do comportamento operante ser sua


consequência, ele não ocorre no vácuo, ou seja, os eventos antecedentes
também influenciam a probabilidade de ocorrência de um comportamento
operante.
"Estímulos associados ao reforço aumentam a probabilidade de o
comportamento ocorrer, quando apresentados, e os estímulos que sinalizam a
extinção ou a punição diminuem a probabilidade de um comportamento
ocorrer, quando apresentados"

JAS ON H ARRIS - CEO D O M EKANIS M


Comportamento operante Comportamentos operantes
discrimiandos
Aquele que produz mudanças no
São aqueles que, se
ambiente e que é afetado por
emitidos em um
elas. Não nos reportamos, no
determinado contexto,
entanto, ao contexto em que os
produzirão consequências
comportamentos operantes
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reforçadoras
ocorrem.
Estímulos consequentes Estímulos discriminativos

São aqueles que a apresentação Aqueles estímulos que são

aumenta a probabilidade de um apresentados antes do

comportamento (reforço). comportamento e controlam


sua ocorrência.
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•Ao inserirmos este novo termo na contingência (R -> C) passamos, então, a conhecer a unidade básica de análise de comportamento: a contingência de três termos.
Discriminação operante: um processo comportamental básico dos
organismos, no qual respostas específicas ocorrem apenas na presença de
estímulos específicos.
• Cada estímulo evoca uma resposta específica;

• Os estímulos antecedentes, portanto, controlam qual resposta produzirá


uma consequência reforçadora.

Boa tarde Alessandro! Boa tarde Gretchen!


• Com a inclusão dos estímulos antecedentes no paradigma operante, completamos a unidade de análise do comportamento operante;

• Todos os comportamentos operantes, dos mais simples (por exemplo,


abrir uma lata de Coca-Cola), aos mais complexos (por exemplo,
escrever um poema), serão analisados de acordo com a contingência
tríplice, ou seja, uma ocasião (estímulos antecedentes), uma resposta e
uma consequência.
Ocasião ou estímulo antecedente (SD ou SΔ);

R Resposta;

Estímulo consequente.
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• Os estímulos que sinalizam que uma dada resposta será reforçada;

• Caso emitamos esse mesmo comportamento em outras circunstâncias,


ele não será reforçado.
Δ

• Estímulos que sinalizam que uma resposta não será reforçada, isto é, sinalizam a indisponibilidade do reforço ou sua extinção;

• Dizemos que o organismo está discriminando quando responde na


presença dos estímulos discriminativos e não emite a resposta na presença
dos estímulos delta.
• Analisar funcionalmente um comportamento significa, portanto, descrever
a contingência de três termos da qual ele faz parte;

• Em outras palavras, analisar funcionalmente um comportamento consiste em verificar em quais circunstâncias o comportamento ocorre e quais são suas consequências mantenedoras.

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• A análise funcional é o primeiro passo de qualquer intervenção feita por analistas do
comportamento, seja na clínica, na escola, na organização, no hospital ou nas demais
áreas de atuação do psicólogo;

• Essa análise é primordial porque os analistas do comportamento partem do


pressuposto de que cada indivíduo passou por uma história de aprendizagem
singular e, portanto, interage de forma igualmente singular
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com o seu ambiente.
• Em decorrência da importância dada pela Análise do Comportamento às análises
funcionais individuais, podemos afirmar que se trata de uma abordagem
comprometida com a subjetividade;

A subjetividade não explica o comportamento ou as diferenças individuais;

A subjetividade como uma característica essencial do


comportamento;
• Dizemos que o controle discriminativo de estímulos foi estabelecido quando um determinado comportamento tem alta probabilidade de ocorrer na presença do SD e baixa probabilidade de ocorrência na presença do SΔ. ;
• Aprendemos a discriminação porque passamos por um treino discriminativo, o qual consiste em reforçar um comportamento na presença de um SD e extinguir o mesmo comportamento na presença do SΔ, este treino

chama-se reforçamento diferencial;

• O tempo todo estamos passando por treinos discriminativos.


• Circunstâncias em que uma resposta é emitida na presença de novos estímulos que partilham alguma propriedade física com o SD, na presença do qual a resposta fora reforçada no passado;
• A generalização é mais provável de ocorrer quanto mais parecido o novo estímulo for com o SD;

• O que conta na generalização é a similaridade física dos estímulos;


• Quanto maior for a similaridade física entre os estímulos, maior será a

probabilidade de a generalização ocorrer.


• A generalização é um processo importante porque permite que novas respostas sejam aprendidas de forma muito mais rápida, não sendo necessária a modelagem direta da mesma resposta para cada novo estímulo;

• Entretanto, muitas vezes, um organismo não é reforçado ao generalizar.


• Mostra a frequência de um comportamento emitido na presença de diferentes variações de um SD.
Efeito do Reforçamento Diferencial Sobre o Gradiente de Generalização

• O reforçamento diferencial produz um gradiente de generalização mais estreito, ou


seja, diminui a generalização e aumenta a discriminação;

• No experimento anterior, faríamos um reforçamento diferencial se reforçássemos as


respostas de pressão à barra na presença da luz de intensidade 100%, por exemplo, e
extinguíssemos essas respostas na presença das outras intensidades.

• Com a repetição desse procedimento, observaríamos respostas exclusivamente na


presença daquela intensidade, e não na presença das demais.
Efeito do Reforçamento Diferencial Sobre o Gradiente de Generalização
Efeito do Reforçamento Diferencial Sobre o Gradiente de Generalização

• O reforçamento adicional consiste em reforçar a resposta nas demais variações de


um SD (100 %).

• Exemplo: reforçar as respostas de pressão à barra na presença de todas as


intensidades de luz.
• Um conjunto de estímulos que servem de ocasião para uma mesma
resposta;

• Tipos de classes de estímulos:

Classes por similaridade física (generalização; estímulos que se parecem


fisicamente);

Classes funcionais (estímulos que não se parecem, mas que têm a mesma função,
a mesma utilidade).
Classe por similaridade física

• Os estímulos servem como ocasião para uma mesma resposta por partilharem
propriedades físicas;
Classe funcionais

• São compostas por estímulos que não se parecem.

• Os estímulos são agrupados arbitrariamente em uma classe apenas por servirem de


ocasião para uma mesma resposta.
Atenção como um comportamento

• A Análise do Comportamento interpreta termos psicológicos, como a atenção de


forma diferenciada das visões tradicionais de psicologia;

• Para a Análise do Comportamento, não existe um processo mental chamado


“atenção” que decide por nós à qual estímulo responderemos, ao qual prestaremos
atenção.
Atenção como um comportamento

• Segundo as visões metalistas, a atenção seria uma espécie de filtro ou seletor de


canais responsável pela decisão de quais informações podem entrar em nossas
mentes.

• Segundo Skinner, ao explicar à qual estímulo ou dimensão dele responderemos,


por um filtro não estamos explicando nada, a não ser que expliquemos o
comportamento do filtro.
Atenção como um comportamento

• Portanto, não é a atenção (sendo um processo mental) que escolhe à qual estímulos
responderemos; na verdade, comportamo-nos sobre o controle discriminativo dos
estímulos do ambiente;
• Ter atenção é comportar-se sob determinado controle de estímulos.

"Em uma aula expositiva, o professor fala sobre vários assuntos e projeta vários slides. Ao
final da classe, dois alunos que conversam sobre ela podem chegar à conclusão de que um
deles lembra mais do que o professor disse, enquanto o outro lembra mais dos slides. Na
linguagem cotidiana, diríamos que cada estudante prestou atenção em diferentes aspectos
da aula, e esta seria a explicação de por que eles lembram melhor de aspectos diferentes.
No entanto, dizer isso não tem grande valor explicativo. Afinal, apenas com essa explicação,
não temos como prever ou interferir sobre a qual aspecto da aula o aluno atentará no
futuro"
Atenção como um comportamento

• Para o analista do comportamento, a pergunta mais apropriada em termos da


explicação do comportamento é: “Quais fatores levaram os alunos do exemplo
anterior a atentar para aspectos diferentes da mesma aula?”;
• Provavelmente encontraríamos a resposta para essa questão ao investigarmos as
histórias de condicionamento operante de cada um dos indivíduos:

No passado, um deles tenha tirado boas notas em provas porque prestou atenção
apenas no que o professor explicou;

Já o outro talvez tenha tirado boas notas no passado quando seu comportamento
ficou sob o controle dos slides projetados.
Atenção como um comportamento

• Lidamos com estímulos complexos em nosso dia-a-dia e atentaremos a suas


determinadas propriedades, dependendo de nossa história de reforçamento e
punição.

• Estímulos que sinalizaram consequências importantes no passado têm uma


probabilidade maior de exercerem o controle sobre nosso comportamento;
Atenção como um comportamento

• O experimento mostra que cada um dos pássaros estava sob o controle de dimensões
diferentes de um mesmo estímulo: cor e forma. Poderíamos dizer que cada um dos
pássaros estava “prestando atenção” a partes diferentes do estímulo.
O comportamento de abstrair

• Skinner utiliza o termo “abstração” em substituição ao termo “formação de


conceitos”, que foi tradicionalmente utilizado em psicologia.

• Segundo Skinner, o termo “formação de conceitos” implica noção de que um


conceito como objeto é formado na mente da pessoa (uma forma de mentalismo que
Skinner se preocupou em negar).
O comportamento de abstrair

• Abstrair, de acordo com Skinner, é emitir um comportamento sob controle de uma


propriedade (ou algumas propriedades) do estímulo, que é comum a mais de um
estímulo e, ao mesmo tempo, não ficar sob o controle de outras propriedades
(ignorá-las).
O comportamento de abstrair

Os pombos do experimento de Reynolds:

• Objetivo da Abstração: os pombos respondessem apenas ao triângulo e não a cor


do fundo (discriminar a forma);

• Método: reforçar as bicadas apenas na presença do triângulo, manipulando a cor


de fundo do SD; extinguindo o controle pela cor e mantendo o controle pela
forma.
O comportamento de abstrair

• Sendo assim, estaríamos treinando uma abstração, na medida em que o pombo


passaria a responder apenas na presença da forma (isto é, propriedade relevante do
estímulo) ignorando a cor do fundo (isto é, propriedade irrelevante).
Reforçamento diferencial e adicional na abstração

• Uma abstração também pode ser definida como uma generalização dentro da mesma
classe e uma discriminação entre classes diferentes;

• Por exemplo, uma pessoa abstrai quando chama de ventilador diferentes tipos de
ventiladores, ou seja, generaliza dentro da classe dos diferentes ventiladores;

• Ao mesmo tempo, essa pessoa deve discriminar entre ventiladores e outros


estímulos, como exaustores, hélices de aviões, ventoinhas de carros, etc.
Leitura para próxima aula

Moreira, M. C., & Medeiros, C. A. (2019). Esquemas de reforçamento.


Editora Artmed.
Instituto de Educação Superior Raimundo Sá
Curso de Bacharelado de Psicologia

CONTROLE DE
ESTÍMULOS: O
PAPEL DO
CONTEXTO
Professora Flávia Marcelly de S. M. da Silva

P I C O S -P I

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