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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE TECNOLOGIA DE CURITIBA - UNIFATEC-PR


ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA - Prof. Tassiane A. F. Valin
Psicologia - manhã - Trabalho de recuperação

Alunas: Celma Xavier de Souza - 5º


Fabiana da Silva Vieira Teles - 5º
Giovana Melissa Auer - 5º
Isabel Souza Castro - 5º
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1) Explique as diferenças entre behaviorismos metodológico e


behaviorismo radical.

Conforme cita Matos (1995), para o Behaviorismo metodológico, o


comportamento é seu objeto de estudo, é algo que pode ser observado de
maneira externa, ou seja pelo outro, mas, não considera as observações que
se referem à mente, às emoções e aos pensamentos, ele não nega a
existência da mente, mas, afirma que devido ao fato dela não ser acessível,
não pode ser estudada. O Behaviorismo metodológico, inaugurado por Watson,
propõe que se os organismos podem aprender novos reflexos, podem aprender
a emitir respostas emocionais na presença de novos estímulos. São os
comportamentos respondentes, neste caso, o indivíduo responde a algo que foi
estimulado naturalmente. Segundo Guimarães (2003), o Behaviorismo Radical
de Skinner, versa sobre outro tipo de relação do indivíduo com o seu ambiente,
o qual ele chamou de comportamento operante, neste caso, o indivíduo
interage com o ambiente. Para o Behaviorismo Radical, todos os fenômenos
estariam em uma dimensão natural, saindo-se, então, de um dualismo mente x
corpo e diante disso, uma idéia, um pensamento, uma vontade, não gera
comportamento, pois pensamentos ou comportamentos, estão numa mesma
dimensão natural, ele considera o ambiente externo a fim de explicar o
comportamento e, rejeita o que é concebido de maneira internalista que ocorre
no indivíduo para explicar o comportamento. Efeito e não causa.
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2) Qual a diferença entre comportamento respondente e operante. Dê


exemplos.

O comportamento respondente conforme Bock (1999), é o que


usualmente chamamos de “não-voluntário” e inclui as respostas que são
eliciadas (“produzidas”) por estímulos antecedentes do ambiente, são
interações estímulo-resposta (ambiente-sujeito) incondicionadas, nas quais
certos eventos ambientais confiavelmente eliciam certas respostas do
organismo que independem de “aprendizagem”. Como exemplo podemos citar
a contração das pupilas, quando uma luz forte incide sobre os olhos e também
as lágrimas nos olhos quando cortamos cebola.

O condicionamento operante segundo Baum (2006), é um mecanismo


que premia uma determinada resposta de um indivíduo até ele ficar
condicionado a associar a necessidade à ação, no comportamento operante
(de Skinner), o ambiente é modificado e produz conseqüências que agem de
novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante, é
um mecanismo de aprendizagem de novo comportamento ,opera modificações
no mundo e essas modificações operam mudanças no organismo. Como
exemplos podemos citar o balbuciar do bebê, escrever uma carta, tocar um
instrumento, apertar o botão de um interruptor de luz, entre outros.

3) Como o behaviorismo radical vê os sentimentos?

Há uma falsa ideia que o Behaviorismo não considera os sentimentos,


bem como os estados mentais e a consciência. Após 15 anos dedicados ao
trabalho de pesquisas voltados para os comportamentos publicamente
observáveis Skinner apresenta o Behaviorismo Radical e passa a considerar a
análise da subjetividade. Segundo Costa (2002), Skinner percebe que a
cognição, estados mentais e a emoção são comportamentos, ou seja, funções
do ambiente e que afetam o organismo. Tanto as condições corporais quanto a
resposta emocional afetam o indivíduo.
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4) Explique o princípio de condicionamento/clássico, explore como


ele surgiu e dê um exemplo.

Conforme cita Zilio (2010), Pavlov realizou sua investigação, fazendo


pesquisas e experimentos, no primeiro momento ele descobre que sempre que
apresentava para o cãozinho um alimento, ele começava a produzir saliva,
nove gotas especificamente. Sabendo disso, ele passou a apresentar o
alimento utilizando uma campainha juntamente, sempre que fosse o momento
de dar o alimento ao cãozinho. Então após esse processo, toda vez que o
cãozinho ouvia somente o estímulo sonoro que era a campainha, ele associava
ao alimento e produzia as mesmas respostas, começava a salivar,
conseguimos entender que, a ação reflexa controla nossos padrões de
comportamento e que nós humanos possuímos uma capacidade de aprender a
reagir de maneira diferente a novos estímulos. Pavlov foi o precursor, utilizando
através de seu experimento feito com o cãozinho e uma campainha,
comprovou que ao utilizar um estímulo neutro, a outro que anteriormente
produzia uma resposta reflexa, era possível obter a mesma resposta, daí o
nome Condicionamento Clássico.

MÚSICA MARCANTE: Depois de ouvir a música em um momento marcante,


nos lembraremos daquele momento, depois de ouvirmos essa mesma música
em outro lugar, vamos associar. Este é um exemplo perfeito de
condicionamento clássico

HORA DO INTERVALO: Quando chega perto do horário do intervalo,


começamos a associar a hora da alimentação e assim produzir mais saliva, e
este estímulo favorece nosso comportamento clássico.
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5) Pesquise sobre alguma das seguintes áreas de aplicação da análise


do comportamento (clínica, educacional, autismo) e descreva os
principais pontos e conceitos.

Conforme citado no capítulo 2 do livro Farias e Kirchner (2022),


observamos num contexto clínico hospitalar, a Terapia de aceitação e
compromisso (ACT) e de acordo com Bernauer (2022), a ACT se estrutura
no construto filosófico do Contextualismo Funcional e da Teoria das Molduras
Relacionais. Esta teoria explica a linguagem com um comportamento de
relacionar, a maneira que o aprendemos e o que isso implica nos demais
comportamentos. A espécie humana é coletiva, precisam uns dos outros, se
cuidam mutuamente, exercem a comunicação e tem grande capacidade de
relacionar eventos, isso nos difere dos outros mamíferos e vem possibilitando a
nossa sobrevivência. A linguagem é benéfica, típica do ser humano, através
dela se consegue relacionar eventos a sons e palavras, mas, é também por
causa dela que as pessoas se comparam, julgam, revivem lembranças e
eventos tristes que vivenciaram e sofrem de novo, como se tudo estivesse
acontecendo mais uma vez, no presente.

A análise do comportamento é, baseada em suposições decorrentes de


pesquisa e um de seus pontos fortes é o conceito de causalidade, a causa
daquele “problema” na vida do indivíduo, onde propõe a mediação e não busca
diminuir o sofrimento do indivíduo, mas tenta controlá-lo e entende se que
tentar fugir ou se esquivar do sofrimento pode gerar dores e prejuízos
significativos na vida do paciente. Tem como objetivo mudar a relação com o
sofrimento, e não o seu significado, sendo assim, não procura mudar a
sensação, o sentimento, o pensamento ou a memória do indivíduo e sim a
combinação ou relação que se tem com esses acontecimentos, indo de uma
relação de sofrimento para uma relação de aceitação. Segundo Bernauer
(2022), evitar eventos aversivos encobertos, que ocorrem dentro da pele,
(pensamentos, sentimentos, sensações e memórias) não é possível e eles não
podem ser modificados diretamente, mas, podem ser alterados a partir da
modificação nas circunstâncias ambientais e o que está associado a eles. Este
padrão de evitar os eventos encobertos, denomina-se “esquiva-experiencial” e
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quando ela causa restrição na vida do indivíduo é problemática, pois ele deixa
de agir como gostaria, justamente numa tentativa de evitar os referidos
eventos. Para evitar esses eventos encobertos, é necessário evitar estímulos
que os envolvam, como lembrar ou eliciar determinadas respostas encobertas,
como por exemplo: ouvir músicas que lembrem de alguém, falar de temas que
lembrem eventos degradantes, evitar determinados relacionamentos para não
sentir a vulnerabilidade entre outros.

REFERÊNCIAS

BOCK, Furtado e Teixeira. Uma Introdução ao Estudo de Psicologia, 13a


edição. São Paulo: Saraiva, 2001.

BAUM. W. M. Livro Compreender o Behaviorismo, - 2a edição, rev. e ampl. -


Porto Alegre: Artmed, 2006.

COSTA, Nazaré. Até onde o que você sabe sobre o Behaviorismo é


verdadeiro? Respondendo as principais críticas direcionadas ao Behaviorismo
de Skinner. 1ª edição. Santo André-SP Esetec Editores associados, 2004.

COSTA, Nazaré. Terapia analítico-comportamental: dos fundamentos


filosóficos à relação com o modelo cognitivista.1ª edição Santo André-SP:
Esetec Editores associados, 2002.

FARIAS, Ana K. C R.; KIRCHNER, Luziane F. Análise do comportamento


aplicada na atenção primária, secundária e terciária à saúde. Porto
Alegre-RS: Artmed, 2022.

GUIMARÃES, Rodrigo Pinto. Deixando o preconceito de lado e entendendo


o Behaviorismo Radical. Psicol. cienc. prof. [online]. vol.23, n.3, pp. 60-67.
ISSN 1414-9893. 2003.

MATOS, M A. Behaviorismo metodológico e behaviorismo radical.


Psicoterapia Comportamental e Cognitiva: Pesquisa, Prática, Aplicações e
Problemas. Tradução . Campinas: Editorial Psy, 1995.

SKINNER, B.F. Ciência e comportamento humano. 10ª edição. São


Paulo-SP: Martins Fontes, 1998.

ZILIO, Diego. A natureza comportamental da mente: behaviorismo radical e


filosofia da mente. São Paulo-SP: Cultura Acadêmica, 2010.

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